Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Dra. Maristela Tsujita UNIDADE II Hematologia Clínica Alterações quantitativas benignas da série leucocitária. Objetivos ↑ ↓ Leucócitos Leucocitose Leucopenia Neutrófilos Neutrofilia Neutropenia Linfócitos Linfocitose Linfopenia Monócitos Monocitose Monopenia Eosinófilos Eosinofilia Eosinopenia Basófilos Basofilia Basopenia Nomenclatura das alterações quantitativas em leucócitos Quadro – Nomenclatura das alterações leucocitárias. Fonte: autoria própria. Neutrofilia relativa. Linfopenia relativa. Alterações em neutrófilos Mieloblasto Promielócito Mielócito Metamielócito Bastonete Segmentado Leucócitos: 9.240/mm3 Valor de referência 4.500 – 11.000/mm3 Neutrófilos: 75,5% 6.976/mm3 40 - 70% 1.800 - 7.700/mm3 Segmentados: 75,5% 6.976/mm3 40 - 65% 1.800 - 7.150/mm3 Linfócitos: 12,6% 1.164/mm3 22 - 44% 1.000 - 4.800/mm3 Monócitos: 11,4% 1.053/mm3 2 - 11% 80 - 1.200/mm3 Eosinófilos: 0,2% 18/mm3 1 - 5% 45 - 600/mm3 Basófilos: 0,3% 28/mm3 0 - 2% 0 - 200/mm3 Figura – Exemplo de valores da série leucocitária. Fonte: autoria própria. Leucocitose. Neutrofilia relativa e absoluta. Desvio à esquerda apenas. Linfopenia relativa e absoluta. Alterações em neutrófilos Leucócitos: 23.200/mm3 Valor de referência 4.500 – 11.000/mm3 Neutrófilos 96,0% 22.272/mm3 40 - 70% 1.800 - 7.700/mm3 Bastonetes: 19% 4.408/mm3 0 - 5% 0 - 550/mm3 Segmentados: 77,0% 17.864/mm3 40 - 65% 1.800 - 7.150/mm3 Linfócitos: 1% 232/mm3 22 - 44% 1.000 - 4.800/mm3 Monócitos: 3% 696/mm3 2 - 11% 80 - 1.200/mm3 Eosinófilos: 0% 0/mm3 1 - 5% 45 - 600/mm3 Basófilos: 0% 0/mm3 0 - 2% 0 - 200/mm3 Figura – Exemplo de valores da série leucocitária. Fonte: autoria própria. Mieloblasto Promielócito Mielócito Metamielócito Bastonete Segmentado Neutrofilia absoluta. Desvio à esquerda. Linfopenia relativa. Alterações em neutrófilos Figura – Exemplo de valores da série leucocitária. Fonte: autoria própria. Leucócitos: 8.170/mm3 Valor de referência 4.500 – 11.000/mm3 Neutrófilos 66,0% 5.392/mm3 40 - 70% 1.800 - 7.700/mm3 Promielócitos: 2% 163/mm3 0 0 Mielócitos: 11% 899/mm3 0 0 Metamielócitos: 6% 490/mm3 0 0 Bastonetes: 12% 980/mm3 0 - 5% 0 - 550/mm3 Segmentados: 35,0% 2.860/mm3 40 - 65% 1.800 - 7.150/mm3 Linfócitos: 19% 1.552/mm3 22 - 44% 1.000 - 4.800/mm3 Monócitos: 10% 817/mm3 2 - 11% 80 - 1.200/mm3 Eosinófilos: 5% 409/mm3 1 - 5% 45 - 600/mm3 Basófilos: 0% 0/mm3 0 - 2% 0 - 200/mm3 Mieloblasto Promielócito Mielócito Metamielócito Bastonete Segmentado Congênitas. Adquiridas. Leucemia mieloide crônica (LMC). Infecções por bactérias: estafilococos, pneumococos, meningococos. Estresse súbito: aumento da desmarginalização. Uso de corticoides: aumento da liberação medular, aumento da desmarginalização e diminuição de migração para o tecido. Neutrofilias agudas: discretas ou extensas. Causas de neutrofilia São células, predominantemente, teciduais: trato gastrintestinal, pulmões e pele. Uma vez adentrados os tecidos os eosinófilos não mais retornam à circulação. Eosinofilia: eosinófilos no sangue periférico > 500/mm3. Reação alérgica: rinite, asma, dermatites alérgicas, alergia aos medicamentos. Infecção parasitária. Leucemia mieloide crônica. Leucemia eosinofílica crônica. O diagnóstico envolve testes seletivos direcionados à suspeita clínica de causas de base. O tratamento é direcionado para a causa. Eosinofilia Condição comum nas infecções virais. Pode indicar o desenvolvimento de uma das doenças linfoproliferativas. Diante de uma infecção, o número de linfócitos aumenta para que um número maior de células possa combater o agente invasor. Esse aumento de linfócitos, geralmente, ocorre em estruturas conhecidas como linfonodos. Exemplo: linfocitose e sintomas de febre, faringite, cansaço e aumento do volume do baço: suspeita de mononucleose infecciosa. Já a condição presente em um paciente idoso que, também, apresenta anemia e trombocitopenia causaria a suspeita de leucemia linfocítica crônica. Linfocitose Número de linfócitos < 1.500/mm3, sendo grave quando está abaixo de 700/mm3. A maior parte dos casos de linfopenia é do tipo transitória e quando são de longa duração sugerem alterações na imunidade celular. Principais causas: uso de medicamentos e imunodeficiência. Alguns exemplos de infecções virais são: o vírus da imunodeficiência humana (HIV), influenza, Sars-CoV-2, vírus da hepatite e do sarampo. Outras causas incluem a desnutrição proteica-energética, que contribui para a alta prevalência de infecções. E em outras situações, como, por exemplo, um paciente hospitalizado com linfopenia; outras causas de neutropenia são as cirurgias, as infecções e o uso de corticoides. Linfopenia RA, 6 anos, apresentou dor de garganta, otite, tosse e dificuldade para respirar. O hemograma apresentou o seguinte resultado: leucócitos: 15.200/mm3; mielócito: 1%; metamielócito: 2%; bastonetes: 14%; segmentados: 78%; eosinófilos: 0%; linfócitos: 4%; e monócitos: 1%. Quais são as alterações presentes? a) Leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda. b) Leucopenia, neutropenia e linfocitose. c) Leucocitose e eosinofilia. d) Leucopenia e linfopenia. e) Leucocitose e linfocitose. Interatividade RA, 6 anos, apresentou dor de garganta, otite, tosse e dificuldade para respirar. O hemograma apresentou o seguinte resultado: leucócitos: 15.200/mm3; mielócito: 1%; metamielócito: 2%; bastonetes: 14%; segmentados: 78%; eosinófilos: 0%; linfócitos: 4%; e monócitos: 1%. Quais são as alterações presentes? a) Leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda. b) Leucopenia, neutropenia e linfocitose. c) Leucocitose e eosinofilia. d) Leucopenia e linfopenia. e) Leucocitose e linfocitose. Resposta Alterações qualitativas da série leucocitária. Objetivos É importante que o analista laboratorial reporte as alterações qualitativas, ou seja, morfológicas, evidenciadas na análise do esfregaço sanguíneo. Pode ocorrer, inclusive, da necessidade de contato imediato com o clínico, devido à gravidade da patologia associada à alteração morfológica. Alterações qualitativas em leucócitos Presença de blastos: células jovens, cromatina fina, rendilhada, presença de um ou mais nucléolos que são característicos das leucemias agudas. Blastos Figura – Blastos. Fonte: autoria própria. Uma das inclusões observadas é o bastonete de Auer: inclusão citoplasmática em forma de bastão fino, de coloração avermelhada (às vezes, estão dispostos formando feixes). Pode estar presente em blastos da linhagem mieloide e em promielócitos. Bastonete de Auer Figura – bastonetes de Auer em promielócitos (seta). Fonte: BENNETT, J.; CATOVSKY, D.; DANIEL, M. T. Hypergranular promyelocytic leukemia: correlation between morphology and chromosomal translocations including t(15;17) and t(11;17). Leukemia 14, 1197–1200 (2000). Há, também, os corpos de Döhle, que são inclusões de cor azul-acinzentada únicas ou múltiplas presentes na periferia de neutrófilos. Indicam a presença de anomalia de May-Hegglin quando associados à trombocitopenia e às plaquetas gigantes. É uma forma rara de trombocitopenia hereditária autossômica dominante. Assintomáticos: diagnóstico incidental. Alguns pacientes apresentam sangramentos. Corpos de Döhle Figura – Corpo de Döhle. Fonte: https://img.tfd.com/MosbyMD/dohle-bodies.jpg Na forma heterozigótica: os neutrófilos são hiposegmentados, sem a alteração da coloração do citoplasma e das granulações. O aspecto do núcleo lembra óculos (pince-nez) e pode estar presente em cerca de 40 a 70% dos neutrófilos. Na forma homozigótica: núcleo único, ovalado ou arredondado. Eosinófilos e basófilos também exibem menorlobulação. Anomalia de Pelger-Hüet Figura: Anomalia de Pelger-Hüet. Fonte: https://atlas.gechem.org/media/k2/items/c ache/519cb84dfa56f4e64bd73c0393e498 90_M.jpg Figura: Anomalia de Pelger-Hüet. Fonte: https://media.sciencephoto.com/image /c0093483/800wm/C0093483-Pelger- Huet_Anomaly_LM_.jpg Não há prejuízo da função, ou seja, os neutrófilos realizam, normalmente, a fagocitose e destroem os microrganismos. Essas alterações também podem ser vistas em casos de leucemia mieloide crônica e na síndrome mielodisplásica, sendo denominados neutrófilos pelgeroides ou pseudo Pelger-Hüet. Neutrófilos pelgeroides Figura – Neutrófilo pelgeroide. Fonte: autoria própria. Existem muitas variações morfológicas benignas (reacionais aos vírus) ou malignas relacionadas à leucemia linfocítica crônica e linfomas não Hodgkin. Possíveis alterações morfológicas: intensa basofilia citoplasmática, menor relação núcleo/citoplasma, fenda na cromatina, projeções citoplasmáticas, cromatina mais frouxa ou muito densa (lembrando o aspecto de terra rachada). Na suspeita de alterações associadas às neoplasias, há necessidade de exames complementares, como a imunofenotipagem. Atipia linfocitária Figura – Linfócito atípico. Presença de projeções citoplasmáticas (leucemia de células cabeludas – Hairy Cell Leukemia). Fonte: autoria própria. Figura – Linfócito normal. Fonte: autoria própria. Atipia linfocitária Figura – Linfócitos atípicos. Fonte: https://medschool.co/images/detail/blood- film/lymphocytes-small-mature.jpg Figura – Linfócitos atípicos. Fonte: https://minio.scielo.br/documentstore/1678- 9849/MN5bTFdJqXSnfxJyhYDMrpH/506fe64f9daa6 5e05c8a47b0b468dda0231f77f9.jpg Figura – Linfócitos atípicos. Fonte: https://onlinelibrary.wiley.com/cms/asset/e9c1152c-8828- 4a66-9f2a-8355d5263632/bjh16730-fig-0001-m.png Figura – Linfócito normal. Fonte: autoria própria. Granulações tóxicas, vacúolos e hipersegmentação. As granulações tóxicas são grânulos grosseiros de cor roxa que ocorrem em resposta às infecções e inflamações. A presença de vacúolos citoplasmáticos também pode ocorrer, nesses casos, e é a consequência da fusão entre o grânulo e o vacúolo fagocítico. Já a hipersegmentação (presença de mais de 5 lóbulos) pode ser encontrada em pacientes com anemia megaloblástica. Alterações em neutrófilos Figura – Granulações tóxicas em neutrófilo segmentado. Fonte: autoria própria. Figura – Neutrófilo hipersegmentado. Fonte: encurtador.com.br/yzVY6 Um analista, ao realizar o hemograma de um paciente, observou a imagem a seguir. Assinale a alternativa correta sobre a morfologia celular: a) São blastos evidenciados pela presença de nucléolos e cromatina frouxa. b) São neutrófilos com vacúolos típicos de uma infecção bacteriana. c) São neutrófilos pelgeroides sem a divisão da cromatina nuclear. d) São linfócitos atípicos de uma infecção bacteriana. e) São corpos de Döhle presentes no citoplasma celular. Interatividade Fonte: autoria própria. Um analista, ao realizar o hemograma de um paciente, observou a imagem a seguir. Assinale a alternativa correta sobre a morfologia celular: a) São blastos evidenciados pela presença de nucléolos e cromatina frouxa. b) São neutrófilos com vacúolos típicos de uma infecção bacteriana. c) São neutrófilos pelgeroides sem a divisão da cromatina nuclear. d) São linfócitos atípicos de uma infecção bacteriana. e) São corpos de Döhle presentes no citoplasma celular. Resposta Neoplasias hematológicas: classificação e leucemias agudas. Objetivos Sistemas classificatórios 1868 Neumann Identificou a medula óssea como o local de produção das células do sangue 1985 EGIL (European Group for Immunophenotyping Leukemias) 1997 2001 2008 2016 OMS (Organização Mundial da Saúde) 1827 Velpeau Paciente hepatoesplenomegalia e sangue purulento 1839 Donné Extensão sanguínea de paciente com leucemia 1847 Virchow Usou o termo leucemia 1976 FAB (French American British) Fonte: autoria própria. São um grupo heterogêneo de doenças que acometem a medula óssea. Agudas: se instalam, rapidamente, no paciente. Proliferação descontrolada, e um bloqueio na maturação e na diferenciação das células-tronco hematopoiéticas. Acúmulo de progenitores anormais (blastos) na medula óssea, sangue periférico e outros tecidos. Crônicas: se instalam mais lentamente, até vários meses e, muitas vezes, o paciente não tem os sintomas que caracterizam a doença. Leucemias É o câncer mais comum na população com, até, 20 anos de idade. O subtipo LLA é o mais frequente. Na população entre 20 e 49 anos, o subtipo mais frequente é a LMA e, acima dos 50 anos, a LLC (leucemia linfocítica crônica) e LMC (leucemia mieloide crônica) são as mais diagnosticadas (INCA, 2021). Incidência Neoplasias hematológicas Classificação das desordens hematológicas. Fonte: autoria própria. Benzeno: aumenta o risco de LLA e LMA. Radiação ionizante: raios X e gama provenientes de procedimentos médicos (radioterapia). Quimioterápicos: algumas classes de medicamentos usados no tratamento de neoplasias e doenças autoimunes, aumentam o risco de LLA e LMA. Vírus: vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV-1) e o vírus Epstein-Barr. A leucemia-linfoma de células T do adulto (LLTA) é uma neoplasia de linfócitos T maduros, associada à infecção pelo HTLV-1. Anomalias cromossômicas: síndrome de Down. O fator mais comum para o desenvolvimento da LMA é a trissomia do 21, sendo a incidência de leucemia, nesses pacientes, 10 a 20 vezes maior do que na população em geral. Fatores de risco Os sintomas ocorrem devido à proliferação excessiva de blastos na medula óssea; consequentemente, há palidez, febre, infecções, esplenomegalia, epistaxe, hemorragias conjuntivais, sangramentos gengivais e petéquias. Sintomas Hemograma, mielograma, biópsia de medula óssea, citoquímica, imunofenotipagem, citogenética e biologia molecular. Coagulograma, exames bioquímicos para a avaliação renal e hepática, dosagem de lactato desidrogenase (LDH), ácido úrico, sorologias para as hepatites A, B e C, sorologia para o HIV, HTLV, CMV, Chagas, varicela e toxicoplasmose, mielograma. Pode ocorrer o comprometimento do sistema nervoso central pelas células neoplásicas e, então, o exame de análise do liquor deve ser solicitado. Diagnóstico Nas leucemias agudas, o paciente, geralmente, apresenta: Anemia do tipo normocítica e normocrômica; Leucometria nas leucemias agudas está normal ou aumentada, raramente se apresenta acima de 100.000/mm3; Segundo os critérios da OMS para o diagnóstico da leucemia aguda deve-se contar, no mínimo, 20% de blastos no sangue periférico ou na medula óssea; Há casos de LMA em que os blastos não estão presentes; por exemplo, quando há t(8;21)(q22;q22), inv(16)(p13.1q22), t(16;16)(p13.1;q22) ou t(15;17)(q22;q12). Nesses casos, há promielócitos anormais. Na avaliação do mielograma são avaliados a celularidade, a quantidade e a morfologia das células, o escalonamento maturativo e a relação de granulócitos em relação à série eritroide. Mielograma Fonte: https://ameo.org.br/wp-content/uploads/2016/11/esterno1216749119.jpg Fonte: https://ameo.org.br/wp-content/uploads/2016/11/bio1216750036.jpg Agulha de aspiração É realizada pela citometria de fluxo e possibilita a classificação imunofenotípica das leucemias, ou seja, se a linhagem neoplásica é B, T ou mieloide, e, ainda, o estágio de maturação celular. O citômetro de fluxo é um equipamento que permite a avaliação de múltiplos parâmetros celulares simultaneamente, de forma rápida, quando comparado a outras técnicas. Imunofenotipagem Figura – FACSCanto®Becton Dickinson. Fonte: https://www.bdbiosciences.com/pt- br/instruments/clinical-instruments/clinical-cell- analyzers/facscanto A pesquisade anormalidades em leucemias é realizada na medula óssea, que é o material ideal. As células são colocadas em cultura, a divisão celular é interrompida, as células são lisadas e as lâminas são preparadas para a obtenção de um bom espalhamento cromossômico. As lâminas podem ser coradas com um corante convencional (Giemsa ou Leishman) ou por bandas. A coloração convencional permite, apenas, a contagem dos cromossomos, fornecendo uma ideia geral da presença de aberrações grosseiras. Existem vários tipos de bandas que, em dadas situações, podem ser necessárias, mas a banda G é a mais frequentemente usada e auxilia na definição da imensa maioria dos casos. Citogenética Exemplos de translocações cromossômicas (e os genes rearranjados) observadas nas leucemias agudas: t(15;17); inv(16), t(8;21), t(9;22), t(1;19), t(9;11) e t(6;9). Fonte: Tratado de Hematologia, p. 339. 15 17 16 t(15;17)(q22;q12); PML-RARA Inv(16)(p13.1q22); MYH11-CBFbeta Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B, não especificada Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com anormalidades genéticas recorrentes: Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com t(9;22)(q34.1;q11.2); BCR- ABL1 Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com t(v;11q23.3); rearranjo KTM24 Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com t(12;21)(p13.2;q22.1), ETV6- RUNX1 Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com hiperdiploidia Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com hipodiploidia Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com t(5;14)(q31.1;q32.3) IL3-IGH Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com t(1;19)(q23;p13.3);TCF3- PBX1 Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B BCR-ABL1-like Leucemia\ Linfoma Linfoblástica B com iAMP21 Leucemia\ Linfoma Linfoblástica Leucemia Linfoblástica precursor célula-T primitiva Leucemia Linfoblástica célula natural killer (NK) Leucemias Linfoblásticas Agudas (LLA) Classificação OMS (2016) para as Leucemias Linfocíticas Agudas Fonte: Adaptado de: ARBER, D. A. et al. The 2016 revision to the World Health Organization classification of myeloid neoplasms and acute leukemia. Blood, v. 127, n. 20, p. 2391- 2405, 19 maio 2016. LMA com anormalidades genéticas recorrentes: LMA com t(8;21)(q22;q22); RUNX1-RUNX1T1; LMA com inv(16)(p13;1q22) ou t(16;16)(p13;1q22); CBFB-MYH11; Leucemia Promielocítica Aguda (LPA) com PML-RARA; LMA com t(9;11)(p21.3;q23.3); MLLT3-KMT2A; LMA com t(6;9)(p23;q34.1); DEK-NUP214; LMA com inv(3)(q21.3q26.2) ou t(3;3)(q21.3;q26.2) GATA2,MECOM; LMA (megacarioblástica) com t(1;22)(p13.3;q13.3); RBM15-MKL1; LMA com BCR-ABL1; LMA com NPM1 mutado; LMA com mutação bialélica CEBPA; LMA com RUNX1 mutado; LMA com alterações relacionadas à síndrome mielodisplásica; Neoplasias mieloides relacionados ao tratamento LMA não categorizada nos itens anteriores: LMA minimamente diferenciada; LMA sem maturação; LMA com maturação; Leucemia mielomonocítica aguda; Leucemia monoblástica e monocítica aguda; Leucemias eritroides pura; Leucemia megacariocítica aguda; Leucemia basofílica aguda; Panmielose com mielofibrose aguda; Sarcoma Mieloide; Proliferações mieloides relacionadas à síndrome de Down; Mielopoiese anormal transitória (TAM); Leucemia mieloide associada à síndrome de Down. Leucemias Mieloblásticas Agudas (LMA) Classificação da OMS (2016) para as Leucemias Mieloides Agudas e neoplasias correlatas. Fonte: Adaptado de: ARBER, D. A. et al. The 2016 revision to the World Health Organization classification of myeloid neoplasms and acute leukemia. Blood, v. 127, n. 20, p. 2391–2405, 19 maio 2016. Sobre as leucemias agudas, assinale a alternativa correta: a) Geralmente, o hemograma apresenta a leucopenia. b) Os blastos linfoides e mieloides podem ser distinguidos na análise morfológica. c) Não há a necessidade de realização do mielograma quando os blastos estão presentes no sangue periférico. d) Mielograma, imunofenotipagem e citogenética são exames importantes para o diagnóstico das leucemias agudas. e) A imunofenotipagem para as leucemias agudas não é necessária quando os blastos são evidenciados no sangue periférico. Interatividade Sobre as leucemias agudas, assinale a alternativa correta: a) Geralmente, o hemograma apresenta a leucopenia. b) Os blastos linfoides e mieloides podem ser distinguidos na análise morfológica. c) Não há a necessidade de realização do mielograma quando os blastos estão presentes no sangue periférico. d) Mielograma, imunofenotipagem e citogenética são exames importantes para o diagnóstico das leucemias agudas. e) A imunofenotipagem para as leucemias agudas não é necessária quando os blastos são evidenciados no sangue periférico. Resposta Neoplasias hematológicas: leucemias crônicas e linfomas. Objetivos Classificação das neoplasias hematológicas Classificação das desordens hematológicas. Fonte: autoria própria. A LMC é uma doença que acomete os adultos. A frequência em adultos é de 1 em 100.000 indivíduos e, raramente, acomete as crianças. Os sintomas se desenvolvem lentamente. Cansaço, palidez, sudorese, perda de peso e desconforto do lado esquerdo do abdome, o que evidencia o aumento do baço. Muitas vezes, a doença é diagnosticada ao acaso e o paciente não apresenta sintomas. Leucemia Mieloide Crônica (LMC) A doença apresenta 3 fases: crônica, acelerada e aguda. Fases da LMC Fases da Leucemia Mieloide Crônica. Fonte: autoria própria. Duração média sem tratamento 5 a 6 anos 6 a 9 meses 3 a 6 meses Crise blásticaFase aceleradaFase crônica Blastos Ausência 1% a 19% >20% BCR-ABL Leucocitose Neutrofilia Desvio à esquerda Basofilia Trombocitose Aparecimento de blastos plaquetopenia Transformação para a leucemia aguda Sintomas Assintomático Cansaço Aumento do tamanho do baço Hemorragias Infecções Perda de peso Presença do cromossomo Philadelphia. Translocação na LMC Figura – Esquema representando a translocação entre os cromossomos 9 e 22. Fonte: http://www.gqr-lmc-nmp.ca/system/wp-content/uploads/2013/07/Chromosome- philadelphie.jpg DNA RNA bcr/abl bcr/abl Philadelphia 9 22 9 bcr abl Condições normais LMC Leucocitose Proteína com a atividade tirosina quinase aumentada Transformação leucêmica Leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda não escalonado até promielócito, basofilia e trombocitose. Como é o hemograma do paciente na fase crônica da LMC? Figura – Exemplo de hemograma de um paciente diagnosticado na fase crônica da Leucemia Mieloide Crônica (LMC). Fonte: autoria própria. Hemácias: 5,42 milhões/mm3 (4,30 a 5,7 milhões/mm3) Hemoglobina: 13,7 g/dL (13,5 a 15,5 g/dL) Hematócrito: 42,5% (39,0 a 50,0%) Leucócitos: 75.000/mm3 (3.500 a 10.500/mm3) Promielócitos: 6% Mielócitos: 2% Metamielócitos: 10% Bastonetes: 8% (2 a 4%) Segmentados: 53% (36 a 66%) Linfócitos: 5% (25 a 45%) Monócitos: 5% (2 a 10%) Eosinófilos: 2% (2 a 4%) Basófilos: 9% (0 a 1) Plaquetas – 500.000/mm3 (150.000 a 450.000/mm3) Número de blastos superior a 20% na medula óssea ou no sangue periférico. Nesse estágio é preciso a realização da imunofenotipagem para a caracterização dos blastos. Como é o hemograma do paciente na fase aguda da LMC? Figura – Exemplo de hemograma de um paciente com Leucemia Mieloide Crônica (LMC) que evoluiu para a fase aguda (crise blástica). Fonte: autoria própria. Hemácias: 3,0 milhões/mm3 (4,30 a 5,7 milhões/mm3) Hemoglobina: 9 g/dL (13,5 a 15,5g/dL) Hematócrito: 26% (39,0 a 50,0%) Leucócitos: 25.000/mm3 (3.500 a 10.500/mm3) Mielócitos: 9% Metamielócitos: 9% Bastonetes: 8% (2 a 4%) Segmentados: 3% (36 a 66%) Linfócitos: 4% (25 a 45%) Monócitos: 6% (2 a 10%) Basófilos: 10% (0 a 1) 51% de células blásticas Plaquetas – 40.000/mm3 (150.000 a 450.000/mm3) A LLC acomete os indivíduos em torno dos 70 anos de idade. Sintomas inespecíficos como: fraqueza, zumbido; pode ocorrer febre, adenomegalia, esplenomegalia e infecções recorrentes. O hemograma cursa com linfocitose,geralmente, acima de 10.000/mm3 e pode ocorrer a anemia e/ou plaquetopenia. Os linfócitos da LLC são pequenos, apresentam alta relação núcleo/citoplasma, cromatina, extremamente, condensada e manchas de Gumprecht. Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) Figura – Manchas de Gumprecht (setas). Fonte: LESESVE, J. F.; FEUGIER, P. Correspondances en Onco-Hématologie, vol. X – n. 3 - mai-juin 2015. Disponível em: https://www.edimark.fr/Front/frontpost/getfiles/22989.pdf. Acesso em: 27 nov. 2020. Neoplasias que se caracterizam pela proliferação de linfócitos maduros (B, T ou NK) que ocorrem nos linfonodos. Fatores de risco: HTLV-1, Helicobacter pylori, exposição ocupacional aos agrotóxicos, benzeno, solventes orgânicos e radiação ionizante. Linfonodos aumentados em qualquer parte do corpo, axilas, virilhas, pescoço etc. Sintomas: febre, sudorese noturna, perda de peso sem causa aparente e coceira pelo corpo. Linfomas: Hodgkin e não Hodgkin Figura – Órgãos linfoides. Fonte: https://www.cancer.org/cancer/cancer- basics/lymph-nodes-and- cancer/_jcr_content/par/textimage/image. img.gif/1498770196927.gif Medula óssea Baço Vasos linfáticos Nódulos linfáticos Timo Intestino delgado Cólon Estômago Linfoma de Hodgkin (LH): células de Reed-Sternberg que derivam de linfócitos B maduros que sofreram a transformação maligna. Linfoma não Hodgkin (LNH): vários subtipos de acordo com as características das células, que consideram os aspectos morfológicos, imunofenotípicos, citogenéticos e resposta à terapia. A maior parte dos LNH é de células B; apenas 10% se originam de células T ou NK. Existem mais de 20 subtipos de LNH. Indolentes: como o linfoma folicular. Mais agressivos: linfoma difuso de grandes células B e o linfoma de Burkitt. Linfomas: Hodgkin e não Hodgkin Biópsia do linfonodo. Citometria de fluxo. Citogenética. Biologia molecular. Exames bioquímicos. Diagnóstico Sobre as características e o diagnóstico da leucemia mieloide crônica, assinale a alternativa correta: a) Na fase crônica da doença é essencial o exame de citogenética. b) O diagnóstico é realizado a partir da análise do hemograma com a identificação do cromossomo Philadelphia. c) Na fase aguda da doença, não há a presença de blastos no sangue periférico. d) Na fase crônica da doença, verificam-se mais de 20% de blastos no sangue periférico. e) A t(8;21)(q22;q22) origina o cromossomo Philadelphia. Interatividade Sobre as características e o diagnóstico da leucemia mieloide crônica, assinale a alternativa correta: a) Na fase crônica da doença é essencial o exame de citogenética. b) O diagnóstico é realizado a partir da análise do hemograma com a identificação do cromossomo Philadelphia. c) Na fase aguda da doença, não há a presença de blastos no sangue periférico. d) Na fase crônica da doença, verificam-se mais de 20% de blastos no sangue periférico. e) A t(8;21)(q22;q22) origina o cromossomo Philadelphia. Resposta INCA. Estatísticas de câncer. Brasília, 10 jun. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3xkznKI. Acesso em: 05 jul. 2021. OLIVEIRA, R. A. Mielograma e imunofenotipagem por citometria de fluxo em hematologia. São Paulo: Roca, 2015. OLIVEIRA, R. A. G.; POLI NETO, A. Anemias e leucemias: conceitos básicos e diagnóstico por técnicas laboratoriais. São Paulo: Editora Roca, 2004. ZAGO, M. A. Tratado de Hematologia. São Paulo: Ed. Atheneu, 2015. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar