Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Obrigações de dar e cessão de crédito. Professor: Rosalvo Morais. A obrigação de dar consiste na transferência de um ou mais bens ao credor. Ou seja, o devedor deverá transferir a propriedade do objeto (compra e venda), ceder a sua posse (comodato, locação) ou meramente restituir uma prestação (depósito). Na obrigação de dar, o objeto está pronto, isto é, o sujeito não o produz. Diferentemente, na obrigação de fazer, o sujeito confecciona o objeto. Pela inteligência do artigo 313 do Código Civil, o credor não está obrigado a receber um objeto diferente daquele pactuado, mesmo que seja mais valioso, por força da segurança do negócio jurídico. Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Princípios Norteadores da Obrigação de Dar Os acessórios devem seguir o bem principal, havendo exceções quando as partes pactuarem pela exclusão ou quando for evidente a sua exclusão. Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Princípio da Acessoriedade É o principio norteador de qualquer negócio jurídico, abrangendo todas as fases, inclusive as negociais. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os principios de probidade e boa-fé. Princípio da boa fé Obrigação de dar coisa certa, também chamada de obrigação específica, é aquela em que o objeto da prestação é certo e determinado, individualizado, apresenta peculiaridades próprias que o distingue dos demais do mesmo gênero e espécie. É o caso, por exemplo, de obrigações envolvendo imóveis (e.g. locação, compra e venda, comodato, doação e troca). Imóvel é bem perfeitamente individuado: apresenta área, localização e vizinhança próprias. Obrigação de Dar Coisa Certa O art. 233, CC, consagra o princípio da acessoriedade (ou o princípio da gravitação jurídica) ao estatuir que “a obrigação de dar a coisa certa abrange os acessórios dela, embora não mencionados, salvo se do contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso” • 1- O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa . ART 313 • 2- Príncipio da Gravitacao Juridica: assim, regra geral, a obrigação de dar coisa certa abrange tanto a coisa (bem principal) quanto os seus acessórios (frutos, produtos e benfeitorias). Esse dispositivo deve ser complementado com o do art. 94, CC, que excecuta as pertenças do princípio da gravitação jurídica. Regra Geral Caso a coisa venha a perecer, ou seja, a sua perda total, sem culpa do devedor, a obrigação é resolvida (extinta) e somente os valores recebidos antecipadamente devem ser restituídos. Art. 234. Se [...] a coisa se perder, sem a culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Perecer Quanto à deteroriação da coisa, aplica-se a mesma regra. Quando sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação ou o credor poderá aceitar a coisa, com abatimento do valor. Quando há culpa, o credor deverá aceitar o equivalente, corrigido, ou receber a coisa no estado em que estiver, podendo requerer perdas e danos segundo consta nos Art.235 e 236 CC. Deterioração A restituição funciona da mesma forma: resolve-se quando não há culpa do devedor e nasce o direito de idenização por perdas e danos quando há culpa. Art. 238. “Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvando os seus direitos até o dia da perda.” Art. 239. “Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.” Restituição Conforme o artigo 1.214, o devedor de boa fé sempre poderá aproveitar os frutos percebidos, enquanto o artigo 1.222 aponta que ao de má fé só cabe indenização aos melhoramentos em que ouve dispêndio pelo princípio da simetria. Segundo Art 1.214 o possuidor de boa fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Já os de má-fé segundo Art. 1.216- responde por todos os frutos colhidos e percebidos. Melhoramentos e Frutos Tem como característica a indeterminação relativa da coisa objeto da relação obrigacional, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade. O objeto da prestação é determinável, portanto trata-se de designação capaz de identificar o objeto em termos gerais. Ex: sacas de café, laranja e etc. O momento da escolha é um processo unilateral de escolha de coisa devida, que deve ter média qualidade, e, em regra cabe, ao devedor. Obrigação de dar coisa incerta É o negócio jurídico no qual uma das partes (cedente) transfere a terceiro (cessionário) seus direitos. O beneficiário poderá ceder total ou parcialmente seus créditos em precatórios a terceiros, independetemente da concordância do devedor. Segundo Art. 286. “O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei ou a convenção com o devedor (...)” Cessão de crédito 1- CONVENCIONAL: acordo entre cedente e cessionário, aplicando-se as regras da compra e venda, quando onerosa (CC. Art. 498); quando gratuita, assemelha-se à doação. 2- LEGAL: ocorre independentemente de qualquer declaração de vontade do cedente. Nessa hipótese, o credor originário não responde pela existência da dívida e, muito menos, pela solvência do devedor. 3- JUDICIAL: cessão necessária. Opera por sentença ajudicatória do crédito em favor do cessionário na hipótese de recusa do cedente em formalizar a cessão. Espécies de Cessão de Crédito A cessão de crédito, como os demais negócios jurídicos em geral, para ser válida, depende da capacidade das partes, da licitude do objeto e da forma legal. 1- capacidade de todas as partes; 2- objeto lícito e possível; 3- forma prevista ou não defesa em lei. Art. 289. “O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel” Requisitos e Eficácia A cessão do crédito não tem eficácia em relação do devedor, senão quando a este notificada (art. 290 do CC). Em termos práticos: antes de ter conhecimento da cessão, o devedor pode efetuar o pagamento ao antigo credor (cedente), porque a cessão ainda não lhe diz respeito. (CC, art. 292.). Após a notificação, o pagamento só é válido se for feito ao cessionário. Eficácia perante o devedor Dispensa-se a notificação em duas hipóteses: 1- quando o devedor declara por escirto, publicamente ou de forma particular, que está ciente da cessão (CC, art. 290, segunda parte); 2- quando se tratar de títulos ao portador, isto é, transferíveis por simples tradição manual. Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido. Eficácia perante o devedor A notificação do devedor, expressamente exigida, é medida destinada a preservá-lo do cumprimento indevido da obrigação, evitando-se os prejuízos que causaria, pois ele poderia pagar ao credor-cedente. O pagamento seria ineficaz. Se o devedor ignorar a cessão, pagar ao credor primitivo, o pagamento considera-se à boa-fé do devedor, que se considera definitivamente desonerado. (art. 292, CC). Notificação Qualquer dos intervenientes, cessionário ou cedente, tem qualidade para efetuar a notificação, que pode ser judicial ou extrajudicial. Diz Orlando Gomes que: o normal é que cedente e cessionário se dirijam ao devedor para lhe dar ciência do contrato que celebraram. Mas o maior interessado é o cessionário pois o devedor ficará desobrigado se, antes de ter conhecimento da cessão, pagar ao credor primitivo. Notificação Cedente- credor: cedeo crédito. Cessionário- novo credor: terceiro que recebe o crédito. Cedido- devedor. Obs: por mais que tenham três pessoas, o negócio jurídico é bilateral (o novo credor e o devedor) Termos usados Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. Art. 298. O crédito, uma vez que penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor e os direitos de terceiro. Notificação- artigos segundo CC. Professor: Rosalvo Morais Jr. Equipe azul apresenta: obrigação de dar e cessão de crédito. Naize Gomes, João Gabriel Ava Ferreres, João Marcos Kauan Vieira, Jaiane Nardi Lindissen Carvalho, Grazielle Lima Anderson Oliveira, Katharynne da Silva Emille, Douglas Sampaio Participantes:
Compartilhar