Buscar

Projeto Integrador - Concepções sobre linguagem e prática do texto

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROJETO INTEGRADOR:
CONCEPÇÕES SOBRE LINGUAGEM 
E PRÁTICA DO TEXTO
Prof. ESP. JULIANA SPADOTO
004 Aula 01:
016 Aula 02:
034 Aula 03:
042 Aula 04:
Linguagem, Fala e Discurso 
Tipologia Textual 
Gêneros Textuais 
Elementos do Texto Dissertativo-Argumentativo
Introdução
Olá, estimados!
Vamos iniciar um minicurso que certamente vai te surpreender: veremos conceitos,
nomenclaturas e concepções essenciais para o profissional que lida com texto e
linguagem – e todos precisamos lidar em algum momento, não é mesmo?
Entende-se que ler, interpretar e escrever são atos de comunicação e, por isso,
devemos ter em mente nossa condição de receptores e produtores de texto que usam 
a linguagem como meio. Mas o que é linguagem? Para responder a essa questão,
vamos aqui tratar das formas que ela adquire nas diferentes ocasiões em que é
utilizada e quais sãos suas funções dentro desse processo.
Quanto ao texto, acredito ser desnecessário frisar que é impossível não ter contato
com textos em todas as nossas atividades acadêmicas, profissionais e pessoais, pois
eles estão por toda parte. Neste material, com a consciência de que já somos ou ainda
seremos transmissores de conhecimento, vamos abordar o que é discurso textual,
saber por que é importante conhecer a classificação do texto quanto a gênero e tipo e
fechar com concepções sobre dois tópicos necessários para quem quer produzir textos
de qualidade e ensinar sua construção: a diferença entre citação, paráfrase e
intertextualidade.
Espero que você faça bom uso deste material!
Profª. Esp. Juliana Spadoto
3
01
Linguagem, 
Fala e Discurso
Olá, alunos!
Iniciando nossos estudos sobre linguagem e prática textual, vamos contextualizar três
conceitos de suma importância para orientar o trabalho docente e outros: linguagem,
fala e discurso. Há diferença entre tais termos? Sim! São palavras que fazem parte de
um amplo escopo da comunicação humana, e apesar de muitos a usarem como
sinônimos, nos estudos da linguagem e do discurso são empregadas para designar
coisas diversas. Vamos ver?
Linguagem
A linguagem é um recurso presente em todos os momentos da nossa vida. É a principal
ferramenta dos meios de comunicação; é o modo de interação que conecta quem está
produzindo uma mensagem que deve ser entendida por quem a recebe. Assim, em
linhas gerais, na definição de Faraco e Moura (1994, p. 12), linguagem é “todo sistema
organizado de sinais que serve como meio de comunicação entre os indivíduos”.
5
Esses sinais são classificados em:
a) VERBAIS: mensagens que utilizam palavras faladas ou escritas.
b) NÃO VERBAIS: mensagens que não utilizam palavras escritas ou faladas, apenas
imagens, gestos, fotos, desenhos, etc.
Percebem que linguagem é todo meio disponível para que a comunicação aconteça?
Dentro da linguagem verbal e da linguagem não verbal, por exemplo, podemos nos
comunicar por meio de:
6
Gestos
Parlamentares levantam a mão
durante a votação da Constituição
brasileira de 1988.
Homem de terno levanta o polegar
para cima.
Expressões Faciais e Corporais
Mulheres tristes. Foto de Paolo Monti,
1953.
O atacante alemão Miroslav Klose
comemora um gol no 7 x 1 contra o
Brasil na Copa de 2014.
7
Sinais Gráficos
Símbolos
Mista
Gibi
Primeira capa da revistinha da Turma da Mônica
(1970).
Os quadrinhos são um exemplo de linguagem mista
(verbal e não verbal).
8
Todos esses recursos são linguagens usadas na comunicação. Logo, são corretos
enunciados do tipo:
A linguagem corporal é importante tanto na hora da paquerar quanto em uma 
entrevista de emprego.
É preciso que professores, cientistas, jornalistas e políticos falem a mesma linguagem 
que o povo.
A nova campanha publicitária daquela marca tem uma linguagem visual bastante 
sofisticada! Gostei!
Prefiro a linguagem audiovisual à linguagem fotográfica.
Fonte: Disponível aqui
A língua de sinais é uma língua visual, e não uma linguagem, tanto que no
Brasil ela possui caráter oficial, tal qual a língua portuguesa.
9
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_de_sinais#/media/Ficheiro:ASL_family.jpg
o português e o inglês são duas línguas diferentes – a língua portuguesa e
língua inglesa. Cada povo utiliza uma determinada língua.
Qual a diferença entre LINGUAGEM e LÍNGUA?
Como vimos, linguagem são os recursos que usamos para nos comunicar e 
pode ser a fala, a escrita, imagens, gestos, fotos, símbolos, desenhos, etc. Já 
língua é a linguagem verbal usada por um grupo de indivíduos, por exemplo:
Fala
Leia os seguintes trechos:
Disponível aqui
a) Hino ao sono - de José Paulo Paes
sem a pequena morte
de toda noite
como sobreviver à vida
de cada dia?
b) “O organismo se recupera fisicamente durante o sono, e essa restauração
ocorre principalmente durante o sono de ondas lentas, durante o qual a
temperatura corporal, a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio no
cérebro diminuem. O cérebro precisa do sono para se restaurar, enquanto no
resto do corpo esses processos podem ocorrer durante o despertar quieto.
Em ambos os casos, a taxa reduzida de metabolismo permite processos
restauradores compensatórios.”
10
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sono
Percebe-se que o assunto dos dois textos é o mesmo: a necessidade de dormir. Ambos
utilizam a linguagem verbal e dividem a mesma língua: o português. Porém, cada
escritor escreveu do seu jeito, à sua maneira, para públicos diferentes – um é um
poema e o outro é um texto científico. São situações comunicacionais diferentes: o
poema serve para entreter ou causar emoção e reflexão, e o texto científico serve para
informar.
Cada texto tem uma fala diferente, que é a utilização individual da língua. Portanto,
qualquer mensagem que utiliza palavras tanto na forma oral quanto na escrita é um
ato de fala.
Vamos complementar com as palavras de Infante (1998):
Individualmente, cada pessoa pode utilizar a língua de seu grupo
social de uma maneira particular, personalizada, desenvolvendo
assim a fala. Observe: você, ao escrever, dá preferência a
determinadas palavras ou construções, seja por hábito, seja por opção
consciente. Esse seu modo particular de empregar a língua portuguesa
é a sua fala. (INFANTE, 1998, p. 28. Grifo meu.)
Os falares podem ser diferentes por uma escolha pessoal – por exemplo, falar de um
jeito mais formal em um ambiente de trabalho e de um jeito mais informal com os
amigos – ou por fatores externos. Os dois fatores externos mais frequentes são:
1) GEOGRÁFICOS
O contraste no modo de falar acontece dependendo do lugar em que a pessoa mora.
Basta pensar nas diferenças entre a fala de um baiano, um gaúcho e um paulista do
interior. Essas variações constituem os falares regionais e os dialetos.
Veja no mapa quantos falares diferentes existem dentro da língua portuguesa:
11
Fonte: Disponível aqui
Dialetos do português brasileiro
1 - Caipira 5 - Gaúcho 9 - Paulistano 13 - Carioca
2 - Costa norte 6 - Mineiro 10 - Sertanejo 14 - Brasiliense
3 - Baiano 7 - Nordestino 11 - Sulista 15 - Serra amazônica
4 - Fluminense 8 - Nortista 12 - Florianopolitano 16 - Recifense
E aí, qual é o seu falar? O meu é caipira!
12
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto
2) SOCIAIS
O português falado pelas pessoas que têm acesso à educação de base de melhor 
qualidade e a meios de instrução e culturais mais avançados difere bastante daquele 
empregado por pessoas que foram privadas de escolaridade ou receberam uma 
educação de base mais empobrecida. As classes sociais mais elevadas têm um falar 
que a princípio gozam de mais prestígio, enquanto classes desfavorecidas sofrem 
preconceito linguístico – logo, a fala é também um instrumento de dominação social.
A gíria também pode ser uma variação social da fala, pois são criadas dentro de uma 
comunidade restrita, seja um grupo de nerds ou uma quadrilha de contrabandistas.
Acesse o link: Disponível aqui
Veja uma entrevista com Marcos Bagno, professor da UnB e um dos maiores
estudiosos brasileiros sobre preconceito linguístico. Aqui, ele explica o que é
esse fenômeno e como o professorpode desconstruí-lo e ensinar a norma
padrão sem incentivar o preconceito linguístico. Vale a pena!
13
https://www.youtube.com/watch?v=UbdSNWv9XDQ
Discurso
A palavra “discurso” é usada em vários sentidos nos estudos da linguagem e vai além
daquela que certamente nos vem primeiro à mente: discurso como pronunciamento;
como um texto lido por alguém para exaltar um tópico em especial, como o discurso de
formatura ou o discurso político de palanque. Mas não é só nesse sentido que
trataremos aqui.
Discurso é quando o indivíduo utiliza suas competências linguísticas para organizar a
fala. Trata-se de um conceito que ganhou destaque na França em 1969 com o filósofo
Michel Pêcheux (leia-se “pechê”), que desenvolveu a análise do discurso junto com seu
grupo de estudos. Posteriormente, Foucault também intensificou tais estudos.
Segundo Pêcheux (1969, p. 82), discurso é o efeito de sentido que os interlocutores
dão na troca de mensagens. Complicado? Pense assim: analisar um discurso é observar
o homem falando não somente quanto ao o que ele diz, mas COMO ele diz; é analisar
as construções ideológicas presentes na fala dele. Logo, tomemos que a palavra-chave
para entender o que é discurso é sentido.
14
Assim, os estudos do discurso abrangem não só a área de Linguística, mas também da
Pedagogia, da Filosofia e das Ciências Sociais, pois a linguagem é uma produção social
e uma possibilidade de agir sobre o outro indivíduo, e o discurso então agrega
questões ideológicas que se apresentam nas estruturas sociais. Nas palavras de
Basséggio e Dias,
[...] discurso é a prática social de produção de textos. Isto significa que
todo discurso é uma construção social, não individual, e que só pode
ser analisado, considerando-se seu contexto histórico-social, suas
condições de produção; significa ainda que o discurso reflete uma
visão de mundo determinada, necessariamente vinculada à do(s)
seu(s) autor(es) e à sociedade em que vive(m). (BASSÉGGIO E DIAS,
2008, online. Grifo meu.)
Um exercício mental: será que o discurso sobre tabagismo é o mesmo quando
elaborado por um grande empresário da indústria de cigarros e quando proferido por
um portador de enfisema pulmonar? Cada um tem seu discurso.
Perceba que estão corretos enunciados do tipo:
O governador adotou um discurso bastante radical contra algumas políticas públicas
federais.
Seu discurso é forte, você citou as principais bases científicas que o comprovem.
O discurso jurídico é cheio de expressões em latim!
Está na hora de a mídia adotar um discurso mais imparcial ao cobrir casos de grande
repercussão.
A ativista ambiental sempre manteve um discurso inflamado contra as grandes
indústrias poluidoras.
Para concluir, não nos esqueçamos de que o discurso geralmente está associado a um
adjetivo que define qual é a vertente ideológica ou a área de conhecimento do texto:
discurso progressista/conservador, discurso machista/feminista, discurso vazio,
discurso social, político, filosófico, religioso, jurídico, populista, e por aí vai!
15
02
Tipologia Textual
Olá, estimados!
Vamos começar a falar de textos – especificamente quanto à sua classificação entre
tipos e gêneros textuais, que são duas categorias diferentes. Nesta Aula 2, falaremos
sobre tipologia, e na Aula 3, sobre gênero.
Entender o tema destas aulas é muito importante para dominar outros assuntos
linguísticos, como interpretação do texto, por exemplo. Assim, nos interessa aqui
conhecer as principais características para identificar a qual tipo e gênero um texto
pertence.
Para iniciar com um exemplo, veja os dois textos abaixo:
Texto 1
Bolo de Chocolate Simples
1 xícara (chá) de leite
1 xícara (chá) de óleo de soja
2 ovos
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de achocolatado em pó
1 xícara de (chá) de açúcar
1 colher (sopa) de fermento em pó
Modo de Preparo
Coloque os ingredientes líquidos no liquidificador e bata até
misturar bem. Coloque os outros ingredientes, deixando o fermento
por último. Leve para assar em forno médio, numa forma untada e
enfarinhada.
Texto 2
A vítima, Solange dos Santos, 27 anos, moradora da cidade de
Bauru, era magra, alta, 1,75, cabelos pretos e curtos, nariz fino e
rosto ligeiramente alongado.
17
Esses dois textos têm a mesma função, ou seja, foram escritos com o mesmo
propósito? Têm a mesma estrutura, o mesmo formato? É disso que falaremos a partir
daqui.
Alguns termos úteis que vale fixar:
TEXTO LITERÁRIO – é aquele com elementos que possuem múltiplos
significados, reflexões e emoções. Expressa o ponto de vista do autor, usa
figuras de linguagem e licença poética. Exemplos: novelas, romances,
poemas, crônicas, etc.
TEXTO NÃO LITERÁRIO – é aquele que pretende ter uma utilidade prática
ao leitor. Traz relatos fiéis de fatos e prioriza a informação com
objetividade e o uso de uma linguagem impessoal, logo, não expressa o
ponto de vista do autor. Exemplos: notícias jornalísticas, manual de
instrução, livros didáticos, bula de remédio, receitas culinárias, etc.
PROSA – é o texto escrito em forma corrida, com orações, períodos, frases,
pontuação, parágrafos, etc. Exemplos: textos de revistas e jornais, emails,
relatórios, teses e dissertações, etc.
VERSO – é o texto escrito com versos e estrofes. Exemplos: poemas,
sonetos, letras de músicas, etc.
OBJETIVIDADE – conceito de fala ou escrita em que o emissor não dá sua
opinião e aponta dados e fatos que não podem ser questionados. São textos
desprovidos de emoção que não permitem mais de uma interpretação.
SUBJETIVIDADE – conceito daquilo que pode ser interpretado de várias
formas, dependendo de quem emite a mensagem ou de quem a recebe.
Tem a ver com percepções, e não com fatos.
18
Tipos de Texto
As tipologias textuais, ou apenas tipos de texto, são as diferentes formas que um
texto pode se apresentar.
Os tipos de texto são caracterizados por estruturas fixas e têm a ver com a forma que
o texto se apresenta e seu objetivo. Então, quando falamos que um texto é de certo
tipo, é porque ele tem características definidas e identificáveis.
A maioria dos gramáticos elenca cinco principais tipos de texto:
NARRATIVO – ARGUMENTIVO – DESCRITIVO – EXPOSITIVO – INJUNTIVO E 
PRESCRITIVO
Texto Narrativo
O principal objetivo de um texto narrativo é contar uma sequência de 
acontecimentos, ações e fatos tanto reais quanto fictícios. Sua principal característica 
é possuir os elementos tempo, espaço e personagens, e seus verbos estão 
predominantemente no pretérito do indicativo (passado). É o tipo textual que 
encontramos nas reportagens, relatos históricos, crônicas, romances, tirinhas, 
biografias, etc.
Leia a crônica a seguir e identifique as características apresentadas:
19
O CRÍTICO TEATRAL VAI AO CASAMENTO
Como espetáculo, o casamento da Senhorita Lígia Teles de Souza com o
Senhor Herval Nogueira foi realmente dos mais irregulares a que temos
assistido nos últimos tempos. A Senhorita Teles parecia muito nervosa,
nervosismo justificado por estar estreando em casamentos (o que não se
pode dizer do noivo, que tem muita experiência de altar) de modo que sua
dicção, normalmente já não muito boa, foi prejudicada a tal ponto que os
assistentes das últimas filas não lhe ouviram uma palavra. O cenário,
altamente convencional, tinha apenas uma nota de originalidade nos cravos
vermelhos que enfeitavam as paredes. Os turíbulos estavam muito bem
colocados, mas os figurinos de todos os oficiantes foram, visivelmente,
aproveitados de outras produções.
O noivo representou o seu papel com firmeza, embora um tanto frio.
Disse “sim” ou “aceito” (não ouvimos bem as suas frases porque a acústica
da abadia é péssima). Fora os pequenos senões notados, teremos que
chamar atenção, naturalmente, para o coroinha, que a todo momento
coçava a cabeça, indiferente completamente à representação, como se não
participasse dela. A música também foi mal escolhida, numa prova de
terrível mau gosto. Realmente, pode ser que a Marcha Nupcial de
Mendelssohn já esteja muito batida, mas é sempre preferível esse fundo
ortodoxoa uma inovação do tipo da usada, tendo o coro cantado o samba
“É com esse que eu vou”.
O fato da noiva chegar atrasada também deixou altamente impacientes os
espectadores, que a certo momento começaram mesmo a mostrar
evidentes sinais de nervosismo. A sua entrada, porém, foi espetacular, e o
modelo que trajava, além do andar digno que soube usar para se
encaminhar ao palco de seu destino, rendeu-lhe os melhores parabéns ao
fim do espetáculo.
O vitorioso da noite foi, sem dúvida alguma, o padre, que disse o seu sermão
com voz clara e emocionada, num texto traduzido do latim com toda
perfeição.
20
Em suma – espetáculo normal, que deve ser assistido por todos os parentes
e amigos. Lamentamos apenas – e tomamos como um deplorável sinal dos
tempos – a qualidade do arroz jogado sobre os noivos.
Millôr Fernandes. In: Almeida e Almeida, 2008, p.227
Provas de concursos públicos e outros processos seletivos sempre pedem
questões sobre tipologia textual. Uma das “pegadinhas” comuns nessas
provas é sobre a qual tipo pertence a tirinha, quadrinho ou cartoon. Pois
bem: tirinhas, mesmo aquelas que não possuem nenhuma palavra, apenas
desenhos, são do tipo narrativo.
Texto Argumentativo
O texto argumentativo se baseia em um raciocínio, ou seja, na análise de algum
tema ou ideia. Ele é redigido em prosa e tem a intenção de convencer alguém sobre
determinado assunto ou conceito. A tese defendida deve ser clara para que seja
facilmente entendida pelo leitor/ouvinte. Trata-se, assim, de um texto geralmente
impessoal, mas com toques opinativos, que deve estar embasado em dados e
aspectos objetivos, o que confere a ele um valor de verdade universal.
É o tipo textual encontrado nas cartas ao e do leitor, editoriais, teses e dissertações
acadêmicas, etc.
Leia o editorial a seguir:
21
Perceba que, além de oferecer dados que não podem ser questionados
(trechos sublinhados), a argumentação também traz marcas pessoais do
autor (trechos em negrito) para defender seu ponto de vista.
Até fazia sentido, uma década atrás, concentrar em português e
matemática os esforços para estancar a perda de qualidade nas
redes públicas de educação no Brasil. São pré-requisitos básicos,
inclusive para o aprendizado de ciências – o que não implica dizer
que estas sejam menos fundamentais. Não são. A complexidade
crescente na esfera da produção, mesmo no setor agrícola, exige
hoje de cada trabalhador uma familiaridade com a verificação de
dados e com o método hipotético-dedutivo que só um bom ensino
de ciências pode prover.
Um primeiro passo para pôr a educação científica no radar foi dado
na semana passada. Como informou o jornal "O Globo", quase 85
mil alunos dos níveis fundamental e médio realizaram um exame de
ciências como parte da Prova Brasil e da Avaliação Nacional da
Educação Básica, além da tradicional avaliação nas áreas de
matemática e leitura. [...] Toda a dificuldade enfrentada para
melhorar a educação pública no Brasil, nas duas últimas décadas,
tornou evidente que avaliações são condição necessária para
elevar seu nível, mas insuficiente. Sem medidas estruturais,
como a requalificação dos professores e a valorização da carreira
docente (aliando ganhos salariais, bônus e cobrança de
desempenho), o país nunca dará o salto necessário.        
É na formação de professores de ciências, de resto, que desponta a
crise mais grave. Só de física e química a educação básica tem
déficit de 100 mil docentes com formação específica (quase 90%
dão aulas nessas disciplinas sem diploma na área). A avaliação em
ciências vai revelar com maior clareza as fraquezas dos estudantes
brasileiros nessas matérias. O passo seguinte, e necessário, será
eliminá-las.
Adaptado de: Editorial: Ciência Básica. Folha de S. Paulo. 25 nov.
2013. Disponível em:
https://m.folha.uol.com.br/opiniao/2013/11/1375994-editorial-
ciencia-basica.shtml.
22
Acesse o link: Disponível aqui
Para saber mais sobre o que é um editorial, acesse a seguir.
Texto Descritivo
O texto desta tipologia se caracteriza por apontar qualidades e características
(adjetivos) de um indivíduo, objeto ou ambiente. É o texto que, por meio de palavras,
traduz uma imagem ou cenário estático de modo objetivo ou subjetivo. Seus verbos
estão predominantemente no presente e no pretérito imperfeito do indicativo,
porém, o tempo da ação é estático. É o tipo encontrado em textos tais como literários,
anúncios de venda/aluguel de imóveis, guias de viagens, etc.
Veja um exemplo e identifique as características, adjetivos, verbos no presente e
cenário estático do local descrito:
23
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/o-editorial.htm
A Ilha do Mel está localizada no estado do Paraná e pertence ao município
de Paranaguá, sendo administrada pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná).
Ela possui 35 quilômetros de praias, agradando turistas de todos os gostos.
Isso porque algumas são quase desertas, enquanto outras são bastante
agitadas, principalmente à noite. Sem contar que a Ilha do Mel possui ainda
outras praias que são ideais para a prática de surf.
Adaptado de: http://www.guiaviagensbrasil.com/pr/ilha-do-mel.
Já o trecho descritivo a seguir talvez seja um dos mais famosos da literatura brasileira.
Concorda?
24
Fonte: ASSIS, Machado. Dom Casmurro. Disponível aqui
Capitu era uma criatura de 14 anos, alta, forte e
cheia, apertada em um vestido de chita, meio
desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas
tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda
do tempo, morena, olhos claros e grandes, nariz reto
e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo...
calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que
ela mesma dera alguns pontos.
(...)
Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra
da dignidade do estilo, o que eles foram e me
fizeram, Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que
me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei
que fluido misterioso e enérgico, uma força que
arrastava para dentro, como a vaga que se retira da
praia, nos dias de ressaca. 
(...)
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera
dos olhos de Capitu, “olhos de cigana oblíqua e
dissimulada.” Eu não sabia o que era oblíqua, mas
dissimulada sabia.
Fonte: arquivo
pessoal
Para concluir, vale citar que o texto descritivo pode ser híbrido, ou seja, pode estar
dentro de outro texto, como um texto literário ou texto técnico.
Texto Expositivo (ou Informativo)
A principal característica do texto expositivo – também chamado de informativo – é a
exposição e apresentação de informações sobre um fato, fenômeno, acontecimento
ou objeto por meio de uma linguagem clara e concisa e pouco argumentativa. Ele é
encontrado nas notícias, artigos científicos, palestras e seminários, etc.
25
http://machado.mec.gov.br/obra-completa-lista/item/download/13_7101e1a36cda79f6c97341757dcc4d04
Exemplos de texto expositivo:
Texto 1
O que é o coronavírus?
Coronavírus (CID10) é uma família de vírus que causam infecções
respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em
31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a doença
chamada COVID-19. Como nunca tivemos contato com o vírus
antes, não temos imunidade. Ela causa uma infecção pulmonar. Nos
casos mais leves, porém, parece um resfriado comum ou uma gripe
leve.
Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira
vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como
coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo
uma coroa.
Pessoas acima dos 60 anos e aquelas com doenças crônicas, como
diabetes e doenças cardiovasculares não devem viajar nem
frequentar cinemas, shoppings, restaurantes e outros locais com
aglomerações. A orientação é FICAR EM CASA.
Fonte: Disponível aqui
26
https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#transmissao
TEXTO 2
linguagem
lin·gua·gem
sf
1 Faculdade que tem todo homem de comunicar seus pensamentos
e sentimentos.
2 Conjunto de sinais falados, escritos ou gesticulados de que se
serve o homem para exprimir esses pensamentos e sentimentos.
3 Faculdade inata de toda a espécie humana deexpressão audível e
articulada, produzida pela ação de língua e dos órgãos vocais
adjacentes.
4 Faculdade inata de todo indivíduo de aprender e usar uma língua.
5 Qualquer meio utilizado pelo homem para se comunicar.
6 Uso da língua, segundo a situação, o meio social, o interlocutor
etc.; registro.
7 Sistema de comunicação animal por meio de sons, cantos e
outros meios: Alguns estudos indicam que os golfinhos e as baleias
têm linguagem própria.
Fonte: Disponível aqui
27
http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=linguagem
Texto Injuntivo e Texto Prescritivo
Por serem bastante semelhantes, vamos aqui tratar juntos o texto injuntivo e o texto
prescritivo. A principal característica desses dois tipos é o predomínio dos verbos no
imperativo, e sua finalidade é ensinar, orientar ou instruir o leitor/ouvinte.
Injuntivo
A finalidade do texto injuntivo é instruir e induzir o receptor da mensagem a
proceder desta ou daquela forma. Ele não dá uma ordem ou indica algo obrigatório,
assim, é possível substituir um determinado procedimento por outro, por exemplo. É
o caso da receita culinária, que é um texto injuntivo porque orienta a fazer um prato,
mas você pode substituir um ingrediente por outro, aumentar ou diminuir
quantidades, adaptar a receita, e por aí vai.
Veja um exemplo de texto injuntivo: um guia de combate à dengue. Perceba que há
nele as características dos verbos no imperativo (“mantenha, lave, coloque, não
deixe”, etc.) e da instrução de procedimento sem uma obrigatoriedade ou proibição.
Fica a critério do receptor seguir os passos para atingir a finalidade do texto, que é
combater o mosquito da dengue.
Fonte: Disponível aqui
28
Outros exemplos textos injuntivos: mapas e aplicativos de trânsito (tipo Waze),
campanhas de conscientização social, discurso de livros de autoajuda.
Prescritivo
O texto prescritivo nos remete à noção de algo que deve ser cumprido à risca e cujas
instruções são inquestionáveis – ou seja, devemos segui-las corretamente para atingir
o objetivo comunicativo. Trata-se de uma imposição, de uma obrigação ou
proibição.
Imagine o seguinte: quando você compra um aparelho novo, deve seguir a instruções
do manual de uso ou montagem para fazê-lo funcionar, certo? Se você não seguir ao
pé da letra o que o manual manda, o aparelho não vai funcionar ou a peça não será
montada do jeito certo. Não tem outro jeito, como seria no caso de um texto
injuntivo.
Além dos manuais de instrução, o tipo prescritivo é encontrado nas placas de trânsito,
bulas de remédio, regulamentos, regras gramaticais, editais de concurso, na
Constituição Federal, etc.
Exemplo de texto prescritivo: se você não obedecer às instruções do edital, sua
inscrição para o dado evento não será efetuada.
EDITAL
I – INSCRIÇÕES
As inscrições deverão ser efetuadas exclusivamente via internet. Para
inscrever-se, o candidato deverá acessar o site
https://www.xxxxxxxxx/processo-seletivo-2020/, localizar o link correlato à
inscrição para aluno regular de pós-graduação, com início às 00h do dia 02 e
término às 23h59min do dia 27 de setembro de 2019.
Após a efetivação da inscrição, o candidato receberá um e-mail com as
informações do link, login e senha para acesso. O candidato deve preencher
todos os campos de forma correta, bem como anexar os documentos
solicitados por meio de upload de arquivos no formato PDF no campo
correspondente.
29
https://saude.gov.br/saude-de-a-z/dengue
TIPOLOGIA
TEXTUAL
PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS FIXAS
EXEMPLOS DE TEXTOS
NARRATIVO
Conta, narra uma sequência
de acontecimentos reais ou
fictícios
Apresenta tempo, espaço e
personagens
Verbos
predominantemente no
tempo passado
Romances
Crônicas
Reportagens
Biografias e
autobiografias
Atas de reunião
Quadrinhos (tirinhas)
Relatos históricos
ARGUMENTATIVO
Analisa um tema com base
em dados e aspectos
objetivos
Tem por objetivo convencer
Linguagem clara
Texto de opinião com base
em raciocínio
Teses e dissertações
acadêmicas
Carta ao leitor
Carta do leitor
Editoriais jornalísticos
Artigos de opinião
DESCRITIVO
Aponta características de
um indivíduo, objeto ou
lugar, classificando-os
Texto com o predomínio de
adjetivos
Pode ser subjetivo ou
objetivo
Verbos
predominantemente no
presente e no passado
É híbrido quando está
dentro de uma narrativa
Descrição de
personagens e
lugares dentro de
textos narrativos
Guia de viagens
Anúncio de imóveis
Notas fiscais de
produtos
Cardápios
Tabela de Características dos
Tipos de Texto
Para concluir a aula e facilitar a sua vida, sempre que necessário consulte a tabela a
seguir:
30
Pouco ou nada
argumentativa
Estudos
Palestras
Seminários
Livros didáticos
a) INJUNTIVO
Orienta e instrui sobre um
procedimento
Apresenta pedidos
Verbos no imperativo
Guias de trânsito
Campanhas de
conscientização
Livro de autoajuda
b) PRESCRITIVO
Instruções inquestionáveis
Impõe, obriga ou proíbe
Função coercitiva
Manual de instrução
Bula de remédio
Leis e regulamentos
Placas de trânsito
Editais
Constituição Federal
Fonte: elaborado pela autora.
Prática!
Vamos fazer um breve treino de escrita?
1) Observe a tira a seguir:
EXPOSITIVO OU
INFORMATIVO
Apresenta informações
sobre o objeto
Linguagem clara e concisa
Jornais e revistas
Dicionários
Enciclopédias
Artigos científicos
31
Fonte: Quino. In: Infante, 1998.
Pegue uma folha de caderno ou abra o bloco de notas e escreva um texto narrativo
com elementos descritivos sobre o que aconteceu na cena da tirinha de Quino.
Depois, compare com o texto proposto. Mas não se preocupe: não existe um jeito
certo ou errado! Apenas treine e compare!
32
Texto proposto: Em uma rua qualquer, uma fila se formava em frente à cabine telefônica.
Ali, homens e mulheres visivelmente irritados esperavam impacientes o indivíduo sair do
telefone. O senhor que fazia a ligação apontava para o outro lado da rua, na direção de
uma viela com casas espremidas entre edifícios. Com quem ele tanto falava? Do outro lado
da linha, o interlocutor era um típico pintor de óculos de grau e barbas longas, vestindo
guarda-pó e boina, pintando uma tela. O quadro era exatamente a descrição que o
homem da cabine fazia: uma rua com casas assobradadas, com telhado à mostra, e nem
do hidrante ele esqueceu!
(Nota a professora: você também pode descrever o ateliê do pintor).
2) Redija um texto injuntivo que será veiculado junto com a imagem a seguir:
Depois, compare com o texto proposto. Mas não se preocupe: não existe um jeito
certo ou errado! Apenas treine e compare!
Texto proposto: Se beber,não dirija! Na estrada, você tem responsabilidade não só pela
sua vida, maspela vida dos outros que trafegam. Álcool e direção não combinam. Se for
beber,deixe o carro na garagem e vá de carona, táxi, Uber, metrô ou ônibus, mas vácom
segurança! E se não beber, seja o motorista da rodada e proteja a vida deseus amigos.
(Nota a professora: aintenção aqui não é que seja um texto grande, mas frases que
induzam o leitor apensar sobre responsabilidade, como uma campanha de
conscientização. Oimportante é que seu texto possua verbos no imperativo).
33
03
Gêneros Textuais
Olá, queridos alunos!
Na aula passada, estudamos a tipologia textual, e sem saber, você já estava
aprendendo um pouco sobre gêneros textuais também! Vamos relembrar de uma
tabela que começava assim:
Fonte: elaborado pela autora.
TIPOLOGIA
TEXTUAL
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FIXAS
EXEMPLOS DE
TEXTOS
NARRATIVO
Conta, narra uma sequência de
acontecimentos reais ou fictícios
Apresenta tempo, espaço e personagens
Verbos predominantemente no tempo
passado
Romances
Crônicas
Reportagens
Biografias e
autobiografias
Atas de
reunião
Quadrinhos
(tirinhas)
Relatos
históricos
Pois a última coluna, a de exemplos de textos, tem justamente a ver com quais são os
gêneros textuais. São os textos que produzimos no dia a dia para nos comunicar.
Crônica é um gênero textual, os quadrinhos são outro gênero e as reportagens são
um terceiro gênero – embora todos pertençam a um grupo maior, a da tipologia
narrativa.
35
O gênero textualé uma subclassificação da tipologia. Segundo o pensador russo
Bakhtin,
Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam,
estão sempre relacionadas com a utilização da língua. Não é de
surpreender que o caráter e os modos dessa utilização sejam tão
variados como as próprias esferas da atividade humana. (…) A
utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e
escritos), concretos e únicos (...) que refletem as condições específicas
e as finalidades de cada uma dessas esferas. (BAKHTIN apud KOCH &
ELIAS, 2011, p. 55).
Ou seja, tudo aquilo que a gente fala e escreve é baseado em formas-padrão
relativamente fixas denominadas gêneros, que nós aprendemos nos processos de
interação entre os sujeitos de uma determinada cultura, região, grupo social, etc.
Lembrete: texto não é só aquilo que foi escrito, mas pode ser também
falado ou cantado; pode ser imagens, pinturas e fotografias, placas e filmes,
e por aí vai! Entendemos texto aqui como toda produção que transmite uma
mensagem.
36
Veja os três textos a seguir:
Texto 1
ESCORPIÃO - 23/10 A 21/11
Você está recendo informações que podem gerar
transformações em suas decisões profissionais.
Pela manhã, é importante analisar os projetos e
colocar em destaque os investimentos. Tenha
atenção com desafetos com uma pessoa de um
grupo do qual você faz parte.
Texto 2
37
Texto 3
Nos exemplos acima, os textos produzidos foram denominados de horóscopo (Texto
1), bilhete (Texto 2) e soneto/poema (Texto 3). Cada um deles é um gênero textual, ou
seja, tem um formato próprio dependendo do objetivo de quem o produziu.
Simplificando: você acha que é possível escrever um horóscopo no formato de um
soneto? Ou uma notícia no formato de um cardápio? E que tal uma lei no formato de
uma propaganda? Entende como cada gênero tem a sua função?
38
1) Artigo de opinião 17) Monografia
2) Autobiografia 18) Notícia
3) Bilhete 19) Novela
4) Biografia 20) Propaganda
5) Bula de remédio 21) Quadrinho/tirinha/cartoon
6) Carta do leitor 22) Receita culinária
7) Contratos/cláusulas contratuais 23) Regulamento
8) Curriculum vitae 24) Relato de viagem
9) Diário pessoal 25) Relato histórico
10) Editorial 26) Relatório científico
11) E-mail 27) Resenha crítica
12) Ensaio 28) Resumo escolar/acadêmico
13) Fábulas 29) Seminário/ palestra
14) Folheto turístico 30) Sermões religiosos
15) Lendas 31) Anedota/piada
16) Manual de instrução 32) Classificados
Principais Gêneros Textuais
É importante esclarecer que existe uma variedade enorme de gêneros textuais, por
isso, nos estudos das práticas textuais, geralmente citamos os mais corriqueiros.
Vamos a eles:
39
Prática!
Agora, vamos a um exercício:
Pegue uma folha de papel ou abra o bloco e notas, volte aos 32 gêneros acima e 
anote a qual tipo de tipologia cada um pertence.
Use a seguinte nomenclatura: N = NARRATIVO, A = ARGUMENTIVO, D = DESCRITIVO, E 
= EXPOSITIVO, I = INJUNTIVO e P = PRESCRITIVO.
Confira o gabarito a seguir!
40
1) Artigo de opinião = A 17) Monografia = A
2) Autobiografia = N 18) Notícia = E ou N
3) Bilhete = E 19) Novela = N
4) Biografia = N 20) Propaganda = I
5) Bula de remédio = P 21) Quadrinho/tirinha/cartoon = N
6) Carta do leitor = A 22) Receita culinária = I
7) Contratos/cláusulas contratuais = P 23) Regulamento = I
8) Curriculum vitae = E 24) Relato de viagem = N
9) Diário pessoal = N 25) Relato histórico = N
10) Editorial = A 26) Relatório científico = E
11) E-mail = E 27) Resenha crítica = A
12) Ensaio = A 28) Resumo escolar/acadêmico = E
13) Fábulas = N 29) Seminário/ palestra = E ou A
14) Folheto turístico = D 30) Sermões religiosos = A
15) Lendas = N 31) Anedota/piada = N
16) Manual de instrução = P 32) Classificados = D
E então, acertou bastante?
41
04
Elementos do Texto 
Dissertativo-
Argumentativo
Olá, estimados alunos!
Como vimos neste curso, o texto argumentativo tem características próprias tais
como ter como base o raciocínio e a análise de um tema ou ideia e tem a intenção
de convencer alguém sobre uma tese.
Você deve ter se lembrado das aulas de Redação do ensino médio, certo? Pois é isso
mesmo: o que chamamos de “redação” é um texto dissertativo-argumentativo:
dissertativo porque você deve escrever em prosa (estruturada em períodos e
parágrafos) e argumentativo porque você deve refletir e informar a respeito de um
assunto, mas sem “achismos” e subjetividade.
A importância em se conhecer os elementos que compõem esse tipo de texto é
grande, pois ao longo da vida, tanto na carreira acadêmica quanto profissional, somos
testados quanto à nossa capacidade de selecionar, organizar e relacionar
argumentos consistentes sobre os inúmeros conceitos, temas e desafios que vão
surgindo.
Ademais, sabe-se que a maioria dos grandes concursos públicos cobra uma
dissertação – a temida redação – e, na vida acadêmica, o mestrado e o doutorado
nada mais são que uma pesquisa que resulta em uma argumentação que você
defende para obter a titulação. Não é à toa que o trabalho de conclusão do mestrado
se chama “dissertação” e do doutorado, “tese”!
43
Elementos Estruturais
A estrutura clássica de introdução, desenvolvimento e conclusão tem um sentido: ela
comanda a organização das ideias para que o autor escreva sobre o problema
proposto.
Mas, de início, é preciso enfatizar que essa estrutura pode mudar conforme a
finalidade e propósito da dissertação. Se for uma redação estilo Enem, FUVEST,
vestibulares e concursos, pede-se que sejam feitos quatro parágrafos, e o candidato
será eliminado se não cumprir. Já em um projeto de pós-graduação, o texto –
resultado de um estudo mais complexo – é muito mais longo, e a estrutura é aplicada
em páginas, e não em parágrafos.
De qualquer forma, podemos pensar que a redação deve apresentar três partes: a
introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Introdução
Também chamada de tópico frasal, a introdução é indispensável em um texto
argumentativo. Deve ser totalmente vinculada ao tema proposto, o que pode ser feito
com uma citação, uma definição, uma alusão histórica, uma contestação, uma
afirmação... Enfim, uma ideia inicial do assunto a ser desenvolvido.
Dentro disso, o Blog do Enem elenca seis caminhos para começar uma argumentação:
1) Com uma pergunta – pergunta de ênfase que será respondida durante a redação.
– perguntas que fogem desse padrão atrapalham a lógica da dissertação Exemplo: É
possível imaginar o Brasil como um país desenvolvido e com justiça social enquanto existir
tanta violência contra o menor?
2) Com um dado histórico – é necessário dar uma indicação de datas ou referências
de acontecimentos históricos. Exemplo: Às crianças, nunca foi dada a devida
importância. Em Canudos e em Palmares, não foram poupadas. Na Candelária ou na
praça da Sé, continuam não sendo.
44
Fonte: Adaptado de: 100 Dicas sobe como fazer a Redação do Enem nota 1000. Blog
do Enem. Disponível aqui
3) Com uma comparação – faz-se aqui uma assemelhação ou oposição de assuntos.
Exemplo: É comum encontrar crianças de dez anos de idade vendendo balas nas esquinas
brasileiras. Na França, nos EUA ou na Inglaterra – países desenvolvidos – nessa idade, as
crianças estão na escola e não submetidas à violência das ruas.
4) Com um dado estatístico – não se esqueça de referenciar de onde esse dado foi
extraído! Exemplo: Quarenta mil crianças morreram hoje no mundo, vítimas de doenças
comuns combinadas com a desnutrição, segundo a UNICEF. Para cada criança que morreu
hoje, muitas outras vivem com a saúde debilitada. Entre os sobreviventes, metade nunca
colocará os pés em uma sala de aula.
5) Com uma citação – se forem usadas as palavras literais da pessoa, deve vir entre
aspas. Exemplo: ‘‘Navegar é preciso, viver não é preciso’‘. Aplica-se o antigo verso do poeta
Fernando Pessoa ao sistema de informação, pesquisa e correspondência por computador,
a comunicação online, a Internet.
6) por uma definição, ou conceito. Exemplo: A gíria é um patrimônio comum, é um
instrumento de comunicação que parece imprescindível,sobretudo, para a juventude. Até
mesmo as gerações que a condenavam acabaram por assimilar algumas expressões de
maior ocorrência.
Algumas frases (o chamado tópico frasal) que servem de inspiração para iniciar uma
redação:
1. É notório que...
2. Sabe-se que...
3. Comenta-se que um dos maiores problemas...
4. Historicamente, observa-se que...
5. Tem sido generalizada a opinião de que...
6. Tornou-se comum a afirmação de que...
7. É de consenso geral que...
8. É preciso, inicialmente, observar que...
9. Deve-se analisar, primeiramente, que...
10. É indiscutível.../ É urgente... /É sabido que...
45
https://blogdoenem.com.br/dicas-redacao-enem/
No caso de uma redação, o parágrafo de introdução deve ser curto, não
mais que seis linhas, mas não deve ser muito maior ou menor que os outros
parágrafos. Já no caso de um texto mais elaborado, de TCCs, teses e
dissertações, a introdução deve conter a justificativa de porque você quer
dissertar sobre a problemática pesquisada.
Desenvolvimento
O desenvolvimento é a principal parte de uma argumentação, pois é o corpo do texto.
Nele, deve-se desenvolver aquilo que foi escrito na introdução, e os assuntos ou
ideias devem ser separados em parágrafos. Assim, o desenvolvimento se caracteriza
por ser a maior parte, digamos assim, de uma redação, e por conter a substância, a
essência da argumentação. É o momento em que se defende o ponto de vista sobre
tema proposto, e é preciso tomar cuidado para não deixar de abordar nenhum item
proposto na introdução.
Os estudiosos da área também usam a denominação “sequência argumentativa”
para o desenvolvimento. Em geral, essas sequências argumentativas são
predominantemente temáticas e ainda que possam se valer de sequências descritivas
e narrativas, ocupam-se de análises, interpretações e avaliações.
Na argumentação, há uma seleção de prós e/ou contras, em que o autor foca no
assunto proposto, questiona-o e procura solucioná-lo por meio de uma análise
valorativa. Como já comentado, não podemos usar como argumentação um
“achismo”, ou seja, algo que não é comprovado estatística ou cientificamente.
46
Acesse o link: Disponível aqui
“O mundo das redes valoriza mais o quanto alguém é seguido, e a crença do
mesmo, do que se o que a pessoa fala é fato. E, por fato, entenda que estou
retomando aqui a lógica da ‘Terra redonda’.”
Leia um breve, porém, interessante texto do escritor Filipe Vilicic sobre o
discurso do achismo na internet.
Conclusão
A conclusão é a última parte do texto e deve encerrar com coerência a posição
assumida. O parágrafo deve se adequar à introdução e ser um fecho para o
desenvolvimento. Assim como a introdução, deve ter em torno de seis linhas.
Um elemento de coesão que deve ser seguido na conclusão é começar este parágrafo
com um conectivo – uma conjunção ou locução conjuntiva. Alguns exemplos:
Portanto, / Logo, / Assim sendo, / Dessa forma...
Dado o exposto…
Em virtude desses aspectos, conclui-se que...
Levando em consideração tais fatores... / o que foi observado…
Tendo em vista a discussão levantada...
Em vista dos argumentos apresentados…
47
https://veja.abril.com.br/blog/a-origem-dos-bytes/na-internet-argumentos-nao-valem-so-achismos/
ATENÇÃO:
Seguindo a tendência de temas atuais e dos últimos grandes concursos
públicos, vestibulares e do Enem, a conclusão deve conter uma proposta de
intervenção, ou seja, uma solução para o problema debatido. Nessa
intervenção, sempre que possível, deve-se propor que o problema seja
solucionado com medidas do Estado (o poder público, o governo, etc.)
juntamente com ações afirmativas da sociedade em geral (conscientização
do problema, fiscalização das medidas, mobilização social, a tríade família-
escola-governo, etc.), ou seja, não colocar a solução do problema na conta
de apenas um segmento.
O Que Não Fazer
Eu costumo dizer aos meus alunos que estudar redação é, muitas vezes, atentar-se ao
que ele não deve fazer! Se você tem alguma lembrança das aulas de redação no
ensino médio, fez algum curso ou leu materiais sobre a disciplina, deve saber de
algumas regras que passarei a seguir. Mas é sempre bom reforçar!
1. Não escreva sua redação em primeira pessoa do singular (eu, meu). No 
máximo, use no plural (nós, nosso) quando se referindo a uma situação 
geral.
2. Não fale com o leitor com se estivesse conversando com ele, não dê 
conselhos do tipo: “Você pode mudar o mundo. Faça a sua parte.”
3. Não use ditados populares. Ser original conta ponto.
4. Não dê exemplos que só você conheça ou que seja local. Exemplos 
servem para ilustrar a dissertação e devem, quando possível, ser de 
conhecimento no mínimo nacional.
5. Não faça letra muito grande com o intuito de ocupar linha. Não se 
esqueça de que o corretor conhece as artimanhas.
6. Não generalize: “Ninguém respeita o trânsito”, “Todos os políticos são 
corruptos”. Esses argumentos não têm consistência, pois há pessoas que 
obedecem às leis de trânsito e também há políticos honestos.
48
Não confunda o significado das conjunções. Empregue-as 
corretamente, elas são elementos coesivos importantes em um texto. 
Por exemplo, nunca se deve usar uma conjunção conclusiva (portanto, 
desse modo, sendo assim) para iniciar um parágrafo de 
desenvolvimento.
Use seu senso crítico, com coerência. Não faça críticas levianas e 
respeito os direitos humanos.
Não use pontos de exclamação (!). Você corre o risco de parecer 
exagerado e o texto fica com caráter opinativo ou literário.
Cuidado para não inserir trechos que não são do gênero 
argumentativo, como frases narrativas, descritivas ou literárias.
Fonte: a autora
 7.
 8.
 9.
10.
A citação direta é quando reproduzimos fielmente tudo o que o autor
falou. Assim, nós abrimos aspas, inserimos o conteúdo e fechamos aspas:
Conforme o filósofo grego Sócrates, “Só sei que nada sei”.
Já a citação indireta é quando eu trago a ideia central de um autor
reproduzida nas minhas palavras. Muita atenção para não cair em
pegadinhas: neste caso, nós não utilizaremos as aspas, mas precisaremos
creditar o autor. Por exemplo:
De acordo com Sócrates, filósofo grego, a nossa única certeza é a de que não
sabemos nada, ou seja, de que estamos em constante aprendizado.
Para finalizar, vejamos o quadro-exemplo elaborado por Martins e Zilberknop:
49
TEMA – MEGALÓPOLE: UM BEM OU UM MAL?
APRESENTAÇÃO
DO ASSUNTO
PROPOSTO
Quando uma cidade cresce
vertiginosa e desenfreadamente,
assume as características de uma
megalópole. Assim, Nova York,
Tóquio, São Paulo e outros centros
urbanos espalhados pelo mundo
têm conseguido diariamente
aumentar a sua densidade
demográfica, apresentando pontos
positivos e negativos para os seus
habitantes.
INTRODUÇÃO
FRASE-PONTE
(LIGAÇÃO)
Vejamos primeiramente os aspectos
positivos numa grande cidade.
DESENVOLVIMENTO
PRÓ +
JUSTIFICATIVA
Com relação ao setor econômico, há
maiores possibilidades de emprego,
melhores salários, mais chance de
ascensão profissional, conferindo
tudo isso ao trabalhador de uma
megalópole a oportunidade, por
tantos desejada, de atingir
um status social elevado.
PRÓ +
JUSTIFICATIVA
Se focarmos o assunto pelo
prisma cultural, observaremos que
as megalópoles, com seus teatros,
museus, universidades e casas de
cultura, oferecem grandes
oportunidades para a aquisição de
conhecimentos na área artístico-
cultural.
PRÓ +
JUSTIFICATIVA
Quanto ao lazer, podemos afirmar
que as megalópoles proporcionam
uma vida social intensa: possuem
50
boas casas de diversão, muitos
clubes, restaurantes com comidas
das mais variadas origens, lugares
aprazíveis para passear e toda a
sorte de atrativos.
PRÓ +
JUSTIFICATIVA
Finalmente, se levarmos em
consideração as facilidades que as
megalópoles oferecem aos seus
moradores, podemos aventar toda a
gama de conforto conquistada pela
moderna tecnologia científica, como
o metrô, o aperfeiçoamento da
aparelhagem doméstica nos prédios
residenciais, hipermercados,
alimentos prontos etc.
FRASE-PONTE
(SEPARAÇÃO)
Se focarmos, porém, o lado negativo
das megalópoles, veremos que elasapresentam diversos pontos
cruciais.
CONTRA +
JUSTIFICATIVA
Em primeiro lugar, poderemos citar
a falta de solidariedade humana e o
egoísmo que habitam o coração dos
indivíduos das grandes metrópoles.
Como são pessoas sem tempo para
dialogar, os moradores das
megalópoles tornam-se
praticamente insensíveis à dor e aos
problemas dos que os cercam.
CONTRA +
JUSTIFICATIVA
Como decorrência desse fato, os
habitantes das megalópoles, embora
cercados por alguns milhões de
indivíduos, sentem-se,
paradoxalmente, muito sozinhos; o
51
Tabela 1 - Exemplos de sequência argumentativa | Fonte: Martins e Zilberknop, 2019.
ambiente lhes é estranho, o meio
lhes é hostil.
CONTRA +
JUSTIFICATIVA
Acrescente-se a isso o problema da
poluição ambiental. Nas grandes
cidades, onde a indústria prolifera,
lançando no ar, rios e mares, toda
sorte de detritos químicos, um
indivíduo que nelas habita terá
maior chance de adoecer física e
psiquicamente.
CONCLUSÃO
De tudo o que se expôs acima,
infere-se que as megalópoles
apresentam muitos pontos positivos,
se a pessoa que nelas habita for
ambiciosa (econômica e
culturalmente) e apreciar o
movimento, a rapidez e o conforto.
Se, por outro lado, tratar-se de
indivíduo preso à natureza e à vida
pacata, o aspecto negativo das
megalópoles pesará muito mais na
sua balança valorativa, porquanto
não atenderá às suas necessidades
vitais.
CONCLUSÃO
Termino esta aula reforçando a importância de conhecer os mecanismos que
compõem um texto dissertativo-argumentativo, mas alertando que nenhuma fórmula
funciona se você não cultivar o hábito de ler textos de fontes variadas para formar um
repertório cultural e argumentativo para ser capaz de desenvolver ou ensinar a
desenvolver uma boa dissertação. Leitura, sempre!
52
Conclusão
Enfim, alunos! Chegamos ao final deste projeto, e espero que você tenha aproveitado o
máximo! Ao longo dele, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhecimento e sua
formação no terceiro grau e que certamente lhe serão úteis em várias etapas do seu
crescimento pessoal e profissional. Todo conhecimento é válido; nada que se aprende
é em vão.
Vimos aqui conceitos que provavelmente serão vistos em algum outro momento; em
alguma outra disciplina do seu curso, mas com certeza você já terá uma base valiosa
para dar continuidade aos estudos que envolvam língua portuguesa e linguagem. É
pela linguagem que nosso pensamento, ideias, ideologias e sentimentos ganham forma
de expressão com o mundo. É uma atividade inerente ao homem que lhe possibilita a
comunicação e a interação social, e fomenta as relações que desejamos estabelecer, os
efeitos que pretendemos causar nos interlocutores e os comportamentos que
queremos ver desencadeados no nossos alunos, por exemplo. Pense nisso!
Assim, espero poder vê-los em breve, talvez em uma segunda parte deste projeto
integrador!
Bons estudos,
Profª. Ju Spadoto
53
Material Complementar
Livro
Manual de Redação e Estilo do Estado de S. Paulo
Autor: Eduardo Martins
Editora: Moderna
Sinopse: Consagrado conjunto de normas da imprensa
brasileira, que ultrapassa a fronteira do papel para o mundo
online, o Manual de redação e Estilo do Estado cumpriu essa
trajetória exatamente porque sua utilidade não é restrita às
redações de jornais e revistas.
De autoria do jornalista Eduardo Martins, com 40 anos
dedicados ao ofício de moldar textos na Redação do Estado, o
Manual chega agora à terceira edição impressa. Cada um dos
seus verbetes traz a experiência de quem chefiou incontáveis
editorias no jornal, foi seu secretário de Redação e já por oito
anos auxilia a Direção da Redação no controle de qualidade dos
textos publicados. Indispensável para que quer aprimorar sua
escrita,  pois funciona como um tira-dúvidas rápido e eficaz.
Filme
Romeu + Julieta
Sinopse: A clássica história de William Shakespeare sobre o
amor proibido entre dois jovens de famílias rivais ganha uma
versão moderna. Desta vez a trama se desenrola numa cidade
americana nos anos de 1990. Além da atmosfera de romance, há
muita ação e aventura, com as famílias rivais se enfrentando em
meio a carros e pistolas. Um belo e envolvente show de imagens
e música.
54
Comentário: A eterna história de amor de Shakespeare já teve
várias adaptações para o cinema, mas esta de 1990 é bastante
indicada para estudantes de linguagem e produção textual
porque se trata de uma mescla de tipos textuais: as falas dos
personagens são as originais de Shakespeare do século XVI, mas
a trama se passa atualmente, em Verona Beach, em uma
linguagem visual totalmente moderna. Vale a pena conferir o
resultado!
Web
Indispensável para quem escreve em uma base diária, o
dicionário da língua portuguesa também serve como gramática e
conjugador verbal. Veja 5 dicionários online gratuitos, entre eles
o Michaellis, o Aurélio e o Priberam.
Acesse o link
55
http://portuguesonline.net/5-dicionarios-de-portugues-online-gratis/
Referências
ALMEIDA, Antonio Fernando de; ALMEIDA, Valéria Silva Rosa de. Português básico: 
gramática, redação, texto. 5. ed. 2. reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.
ASSIS, Machado. Dom Casmurro. In:
<http://machado.mec.gov.br/obra-completa-lista/item/
download/13_7101e1a36cda79f6c97341757dcc4d04 >. Texto fonte: Obras Completas 
de Machado de Assis, v. 1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Acesso em: 03 abr. 2020.
BASSÉGGIO, Sandra Mara, DIAS, Luciana Ferreira. Os efeitos de sentidos atribuídos 
pelos sujeitos ao discurso sobre violência no cotidiano. Artigo apresentado ao 
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria de Estado da Educação 
– SEED, Superintendência da Educação – SUED. Curitiba, 2008. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/907-4.pdf.> Acesso em: 
30 mar. 2020.
CEGALLA, D. P. Dicionário de dificuldades da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Lexikon, 2009.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão. Prática de texto para estudantes 
universitários. Petrópolis: Vozes, 2016.
FARACO, Carlos Emílio, MOURA, Francisco Marto. Língua e Literatura - Volume 1. São 
Paulo: Editora Ática, 1994.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: Leitura e redação. 
18. ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São Paulo: 
Scipione, 1998.
KOCH, Ingedore e ELIAS, Vanda Maria. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. 
2. ed. São Paulo: Contexto, 2011.
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. Versão 
digital. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
PÊCHEUX, M. Análise Automática do Discurso. In: Por uma análise automática do 
discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas, SP: Editora da 
UNICAMP, pp.61-161, 1969.
TERRA, Ernani. Práticas de leitura e escrita. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
56
http://machado.mec.gov.br/obra-completa-lista/item/download/13_7101e1a36cda79f6c97341757dcc4d04
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/907-4.pdf
	Linguagem, Fala e Discurso
	Tipologia Textual
	Gêneros Textuais
	Elementos do Texto 
Dissertativo-Argumentativo

Outros materiais