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Educação: Jogos e Brincadeiras

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Prévia do material em texto

Educação - Jogos 
e Brincadeiras
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.a Me. Silvana Silva Buchini Bomtorin
Revisão Textual:
Prof.a Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
Brincadeiras, Jogos Sensoriais e Motores
• Introdução;
• Um Olhar para Cultura;
• Estimulação das Áreas do Conhecimento - 
Jogando, Brincando com ou Sem Brinquedo;
• Os Tipos de Jogos, Brinquedos e Brincadeiras 
e as Áreas de Estimulação do Conhecimento;
• A Evolução da Imagem do Corpo dos 3 aos 6 Anos;
• O Educador e a Criança - Um Jogo de Aprendizagem Recíproca.
• Abordar o tema como recursos de intervenção pedagógica voltada para o desenvolvimento 
humano, especialmente para a maturação cerebral e funções, processos cognitivos básicos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Brincadeiras, Jogos 
Sensoriais e Motores
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Brincadeiras, Jogos Sensoriais e Motores
Contextualização
Para o momento de contextualização, sugerimos que assista a um trecho ou, se 
possível, à integra do filme A guerra do fogo. Observe o desenvolvimento sensó-
rio-motor e a importância das brincadeiras para a evolução humana.
A Guerra do fogo (Trailer): https://youtu.be/gZ0Uvjo4B2M
Ex
pl
or
Faça uma reflexão crítica.
8
9
Introdução
Nesta unidade, faremos uma reflexão para compreender as brincadeiras, brin-
quedos e jogos sensoriais e motores como recursos de intervenção pedagógica 
voltada para o desenvolvimento humano, especialmente para a maturação cerebral 
e funções, processos cognitivos básicos.
A infância é a fase mais importante da vida, na qual ocorrem várias descobertas 
em relação ao mundo que, para a criança, é desconhecido. Desde que está sendo 
gerado, o bebê, ao tomar consciência de cada parte de seu corpo em desenvolvi-
mento no ventre da mãe, inicia a exploração sinestésica, ou seja, explora a vida 
pelos sentidos, pelo olfato, tato, paladar, audição e visão.
O jogo de sensações produzidas por seu corpo em desenvolvimento, pelo cor-
po da mãe e por algumas percepções externas torna-se a primeira brincadeira da 
criança, segundo Piaget brincadeira semiótica (1995), que, ao nascer e reconhecer 
esses mesmos estímulos, encontra, ainda, um desafio maior, já que passa a ser um 
ser social, independente da sociedade da qual possa vir a fazer parte. Mauss afirma: 
Portanto, são mais que temas, mais que elementos de instituições, mais 
que instituições complexas, mais que sistemas de instituições, divididos, 
por exemplo, em religião, direito, economia etc. São “todos”, sistemas 
sociais inteiros cujo funcionamento tentamos descrever. Vimos socieda-
des no estado dinâmico ou fisiológico. Não as estudamos como se esti-
véssemos imóveis, num estado estático ou cadavérico, e muito menos as 
decompusemos e dissecamos em regras de direito, em mito sem valores e 
preços. Foi considerando o conjunto que pudemos perceber o essencial, o 
movimento do todo, o aspecto vivo, o instante fugaz em que a sociedade 
toma, em que os homens tomam consciência sentimental de si mesmos e 
de sua situação frente a outrem. Há, nessa observação concreta da vida 
social, o meio de descobrir fatos novos que apenas começamos a entrever. 
Em nossa opinião a mais urgente e frutífera do que esse estudo dos fatos 
sociais. (MAUSS,1999, p.310)
Para o autor Le Boulch, baseado nas teorias de Piaget, a educação pscicomotora 
pode contribuir para estes dois campos funcionais: assimilação e acomodação.
A assimilação é a integração do exterior às estruturas próprias do sujeito. 
A acomodação é a transformação das estruturas próprias em função das 
variáveis do meio exterior. O que nós chamamos de ajustamento é o aspec-
to que toma a acomodação logo que dá resposta motora às solicitações do 
meio. A organização perceptiva representa um dos aspectos do processo de 
assimilação quando se dá a tomada de informação a partir dos receptores 
sensoriais. (LE BOULCH, 2001, p.28)
9
UNIDADE Brincadeiras, Jogos Sensoriais e Motores
Para Le Boulch (2001), a criança, unicamente pela sua bagagem hereditária e 
pelas suas características de reação com o mundo - e depois na adolescência, é de-
pendente do meio humano em que a natureza a tenha colocado. 
Desde o nascimento, a criança 
vai adquirindo conhecimentos sobre 
o mundo através de suas próprias 
ações realizadas e, assim, constrói, 
aos poucos, sua personalidade por 
meio das relações sociais com o 
mundo ao seu redor. Dessa forma, 
as atividades psicomotoras devem 
ser utilizadas desde os anos iniciais. 
Assim podemos perceber que, mes-
mo antes do nascimento, a criança já 
está sendo influenciada pela cultura. 
Um Olhar para Cultura
O conceito de cultura tem sido um dos objetos de estudo das mais diferentes áreas 
do conhecimento. Recorrendo ao conceito criado por Tylor, no século XIX:
A cultura ou civilização, num sentido etnográfico alargado, é aquele tudo 
complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, 
os costumes e quaisquer outros hábitos e capacidades adquiridos pelo 
homem enquanto membro da sociedade. (TYLOR, 1975, p. 29)
Ainda, o mesmo autor divide cultura entre cultura não material - crenças. normas 
e valores - e cultura material - tecnologia (TYLOR, 1975).
Como podemos perceber, o jogo, o brinquedo e a brincadeira, para a criança, 
muito dependerão da relação que a mãe tem com seu corpo, com a gestação, a 
amamentação, o acolhimento do parceiro ou parceira e do grau de hierarquização 
que ela terá na educação da criança na sociedade em que vive, portanto do ethos a 
que ambas pertencem. Segundo Geertz:
Os símbolos sagrados funcionam para sintetizar o ethos de um povo, as 
formas, o caráter e a qualidade de sua vida, seu estilo e disposições morais 
e estéticas, sua visão de mundo, o quadro que fazem, do que são, suas 
ideias mais abrangentes sobre a ordem. (GEERTZ, 1989)
Você, que está buscando se aprofundar no processo pedagógico, deve ampliar sua 
reflexão sobre cultura, criar o hábito de investigar o ambiente e o públicocom o qual 
irá trabalhar, assim como investigar qual a relação que você tem com a cultura da qual 
faz parte e, neste caso, qual o conceito que você tem sobre jogo, brinqwuedo e brin-
cadeira. A mesma brincadeira ou brinquedo recebe os mais variados nomes, depen-
dendo da região que pesquisamos, porém os fundamentos básicos são os mesmos. 
Figura 1
Fonte: Getty Images
10
11
As crianças apresentam um desenvolvimento que nos possibilita investigar e pes-
quisar o aspecto sensório-motor nas mais diferentes culturas, como aponta Rabuske:
Todos os homens têm a mesma natureza, tanto na dimensão espiritual quanto na dimensão 
corporal. Não há raça superior; pelo menos não há evidência biológica que pudesse fornecer 
uma razão para o preconceito racial (2008, p.56).
No Brasil, com uma cultura repleta de tantas facetas e ethos, de um sincretismo 
pouco entendido, de uma moral e pensamento ainda submetidos à eugenia de uma 
educação do medo, do domínio do pecado, ainda é muito complicado trabalhar 
com o ato de brincar, com a brincadeira e com o jogo, resquícios da história, como 
vimos na anteriormente. 
Hoje em dia, quantas vezes ainda escutamos a frase: “cabeça vazia oficina do diabo”?! 
Ex
pl
or
O desenvolvimento global da 
criança, portanto, dependerá das 
experiências nas mais diferentes 
áreas do conhecimento que di-
zem respeito ao ser humano e que 
abrangem os aspectos: motor, físico, 
intelectual, sensorial, perceptivo, 
psicológico e da linguagem. Como 
podemos perceber, na imagem a 
seguir, a criança transfere para os 
objetos o afeto que recebe e, nele, 
se aconchega. Nas próximas unida-
des, nos aprofundaremos mais nes-
sas questões. 
As descobertas positivas interferem na evolução psicomotora da criança. A aco-
modação do comportamento, de maneira significativa, fará com que ela tenha mais 
confiança em si mesma e explore o mundo ao seu redor.
Assim, aos 3 anos, a criança manifesta um bem-estar motor global, per-
mitindo-lhe explodir na atividade sensório-motora. Este desempenho ga-
rante-lhe uma certa influência sobre o meio. Esta intuição motora eficaz 
encontrar-se-á em outro nível, quando possa programar uma resposta 
a partir de uma representação mental e não reagindo a uma situação 
de forma espontânea, ou seja, ela deverá escolher a forma de agir. (LE 
BOULCH, 2001, p.102)
Figura 2
Fonte: Getty Images
11
UNIDADE Brincadeiras, Jogos Sensoriais e Motores
Dessa forma, a criança necessita de um ambiente acolhedor; a princípio, da 
família ou grupo que a espera e que, nem sempre, é a que temos como idealiza-
ção nos modelos em que fomos culturalmente criados. 
Se revisitarmos a história da humanidade, poderemos verificar que a família não 
se desestruturou, mas que, dependendo do rumo da própria história, elabora outras 
estruturas. Assim se reorganiza, cria e recria outros valores e, como vimos, como 
em um jogo semiótico, cria outros signos, símbolos e significados.
Estimulação das Áreas do Conhecimento – 
Jogando, Brincando com ou Sem Brinquedo
Para que a criança possa desenvolver- se integralmente na área do conhecimento, 
como pesquisadores precisarão ter um pensamento interdisciplinar, ou seja, olhar a 
mesma criança nas mais possibilidades em que ela virá adquirir esse mesmo conheci-
mento, entre eles a: a inteligência, a linguagem, o sensorial, o sócio-motor, o perceptivo 
e a coordenação motora. O pesquisador precisará ter um pensamento interdisciplinar, 
ou seja, olhar a mesma criança nas mais diversas possibilidades que ela terá de adquirir 
um mesmo conhecimento e as quais envolvem a inteligência, a linguagem, os aspec-
tos sensorial, sócio-motor, perceptivo e a coordenação motora para que ela possa se 
desenvolver integralmente na área do conhecimento (LEGARDA e MIKETTA, 2012). 
Legarta e Mikketa (2012), classificam a partir de estudos de Piaget, Le Boulch, 
as áreas socioafetivas, de linguagem, cognitiva e motora. 
A partir do nascimento, a criança, até o primeiro ano de vida, fará suas maio-
res descobertas sensório-motoras e iniciará o controle dos movimentos voluntários, 
por meio de estímulos visuais e auditivos, aguçando sua memória e desenvolvendo, 
nesse sentido, suas habilidades de mo-
tricidade ampla, ou seja, posturais, no 
que se refere ao esforço para utilizar a 
bipedia e, em seguida, a locomoção, e 
também a motricidade fina, isto é, a uti-
lização das mãos. Para isso é necessário 
que as destrezas céfalo-cauldal e próxi-
mo-distal amadureçam e se fortaleçam 
(Legarda e Miketta, 2012). A resolu-
ção de problemas trará, em seguida, a 
apropriação da linguagem verbal (oral e 
escrita) no que se refere às habilidades 
cognitivas e socioafetivas; habilidades e 
competências cada vez mais aprimora-
das pela percepção. Figura 3Fonte: Getty Images
12
13
Os Tipos de Jogos, Brinquedos e Brincadeiras 
e as Áreas de Estimulação do Conhecimento
A atividade pedagógica e os jogos, brinquedos e brincadeiras estão ligados, como 
pudemos perceber. De acordo com Kishimoto (2009), o brinquedo difere do jogo, 
isso porque o brinquedo supõe uma relação com a criança e uma determinação 
quanto ao uso, ou seja, a ausência de regras que organizam sua utilização;
Conforme o tempo passa, a criança toma conhecimento de si por meio de diver-
sos ajustes que irão transformá-la num ser completo intelectual, social e moralmente. 
O conhecimento é internalizado de dentro para fora, ou seja, a criança expressa seu 
senso prévio das coisas para o meio transformar. 
Categorias de Brincadeiras
Kishimoto (2009) destaca algumas categorias de brincadeiras: 
• Brincadeiras tradicionais infantis, brincadeiras de cooperação e brincadeiras 
de construção;
• Brincadeiras tradicionais infantis, brincadeiras de faz-de-conta e brincadeiras 
de construção;
• Brincadeiras populares, brincadeiras de cooperação e brincadeiras de construção;
• Brincadeiras regionais infantis, brincadeiras de cooperação e brincadeiras 
de construção;
• Brincadeiras tradicionais infantis, brincadeiras de emancipação e brincadeiras 
de construção.
Ao analisarmos as categorias de brincadeiras na educação, podemos observar 
que, segundo a autora, elas buscam investigar a construção cognitiva da criança ou 
o desenvolvimento global.
Tipos de Brinquedo e Brincadeira
A criatividade facilita a comunicação e a livre expressão. Ser criativo auxilia a 
canalizar tensões, conflitos e ansiedades; equilibra a relação consigo mesmo e com 
os demais, além de fortalecer o autoconceito, reforçando positivamente a imagem 
corporal de si e do outro. Para Kishimoto (2009), não basta apenas ressaltar al-
gumas modalidades de brincadeiras presentes na educação infantil, mas é preciso 
também pesquisar seu uso com fins pedagógicos e a relevância desse instrumento 
para situações complexas de ensino e aprendizagem e do desenvolvimento infantil. 
Segundo a mesma autora, na estimulação das áreas do conhecimento, o brinquedo 
permite uma ação intencional, construção de representações mentais e sensório-moto-
ras (KISHIMOTO, 2009).
13
UNIDADE Brincadeiras, Jogos Sensoriais e Motores
Ainda a mesma autora define as categorias de 
brincadeiras (KISHIMOTO,2009. p.38,39 e 40):
• Brincadeiras tradicionais infantis;
• Brincadeiras de faz-de-conta;
• Brincadeiras de construção. 
Na fase dos 3 aos 6 anos de idade, o desenvolvi-
mento motor deve ser estimulado de forma natural, 
ou seja, livre de pressões, por meio de jogos e 
expressão livre (LE BOULCH, 2001). Se isso não 
ocorrer, o indivíduo terá dificuldades de convívio e 
relacionamento com as outras pessoas e, por con-
sequência, terá problemas em relação ao seu cará-
ter. Podemos perceber, portanto, a necessidade do 
desenvolvimento sensório-cognitivo da criança, por 
meio da construção das categorias de brincadeira a 
que se refere Kishimoto e da utilização. SegundoLe Boulch:
Uma das características principais de gestos, movimentos e atitudes da 
criança de escola maternal é sua espontaneidade e naturalidade. Toda 
manifestação contrária, inibição, rigidez, tensões desnecessárias, inco-
ordenação, arritmia, sincinesias, são expressões de dificuldades que a 
criança apresenta na organização de sua personalidade. (LE BOULCH, 
2001, p.88)
O bem-estar corporal, que adquiriu em etapas anteriores, permite à criança ser 
mais confiante e chegar a um objetivo determinado sem dificuldades. Para pros-
seguir com seu desenvolvimento, ela depende do afeto e de que as experiências 
vivenciadas com sucesso sejam reconhecidas pelo adulto. 
As situações do cotidiano, como alimentar-se, escovar os dentes após as refeições 
e vestir-se, ajudam a melhorar a coordenação motora da criança e tornam-na mais 
independente, isto é, capaz de fazer as coisas sozinhas e de cuidar de si mesma.
A Evolução da Imagem 
do Corpo dos 3 aos 6 Anos
A criança começa a ter noção de seu próprio corpo através da imagem de ou-
tras pessoas, como, por exemplo, a de sua mãe. Ela cria imagens e possibilidades 
de interagir com as outras pessoas a partir da percepção e da visão que tem de si 
mesma, o que anteriormente só era possível por meio das atividades motoras.
Figura 4
Fonte: Getty Images
14
15
“Introjetando a imagem de outra pessoa e, em primeiro lugar, a imagem 
do corpo materno é que a criança adquire o conhecimento de seu ‘corpo 
próprio’ ”. (LE BOULCH, 2001, p.96)
A partir dos 3 anos, a criança desenvolve a sua personalidade e aprende que a 
sua personalidade é diferente da dos outros indivíduos. Seu objetivo principal será 
o de defini-la como própria, porque é um ser que possui identidade e características 
diferentes no que se refere a aspectos físicos e sociais.
A tendência agora não é mais de assimilar os sentimentos e atitudes de 
outra pessoa, mas, sim, de preferência, de opor-se para afirmar sua per-
sonalidade nascente. ( LE BOULCH, 2001, p.97)
Quando a criança consegue definir a sua personalidade, ela passa a ser menos 
egocêntrica em relação ao outro e também ao mundo que a cerca, ou seja, deixa 
de ser alguém centrado no seu próprio eu e adquire maturidade para lidar com suas 
frustrações de maneira saudável.
Colocando-se sucessivamente como pessoa ativa e como companheiro, bus-
cará ensaiar os dois aspectos complementares necessários à constituição de 
um Ego equilibrado. (LE BOULCH, 2001, p.97)
A atitude narcisista da criança ocorre, na maioria das vezes, pelo fato de ela não 
se sentir aceita ou não ser reconhecida pelos adultos. Em primeiro lugar, deve-se ter 
um diálogo com ela e fazê-la sentir que é importante e que faz parte de um todo, 
ou seja, está integrada no coletivo.
A necessidade de reconhecer-se e se fazer reconhecer vai, às vezes, 
ser substituída por aquela de ser aprovado e apreciado, e as reações 
de gentileza vão invadir os comportamentos da criança. Em outro mo-
mento, as exigências e os caprichos serão para ela os meios de ex-
pressar os sentimentos de independência através dos quais ela quer 
afirmar-se. (LE BOULCH, 2001, p.97)
A criança apresenta-se, muitas vezes, egocêntrica e sente a necessidade de ser 
ouvida e reconhecida pelo adulto, por isso expressa-se através de gestos e atitudes 
que satisfaçam seus desejos de acordo com suas conveniências. Isso desperta a 
ausência de necessidade de explicar aquilo que diz por ter certeza de que é compre-
endida. Os jogos e brincadeiras são importantes e imprescindíveis na construção 
das relações da criança com a sociedade, com a família e com ela mesma.
Segundo Vânia Dohme, há quatro propriedades do jogo:
1) É livre, não está ligado à noção de dever; obrigatoriedade.
2) É uma evasão da vida real para uma atividade temporária com orien-
tação própria. Tem uma finalidade autônoma e se realiza tendo em vista 
uma satisfação que consiste nessa própria realização.
15
UNIDADE Brincadeiras, Jogos Sensoriais e Motores
3) Tem uma limitação de tempo e de espaço e é jogado até o fim dentro 
desses limites.
4) Tem regras próprias, o que significa uma ordem rígida. (2003,p.16)
O jogo é uma maneira pela qual a criança aprende as regras e raciocina de forma 
lógica por meio da concentração, recriando um novo conceito ou reafirmando o 
conceito já concebido. Esse conceito será percebido no seu modo de se relacionar 
tanto com as pessoas como com seu corpo, sua postura, suas escolhas futuras, seu 
modo de se vestir e de enfrentar a vida.
Nas práticas pedagógicas que envolvem o desenvolvimento da psicomotricidade, 
muitas vezes, a criança poderá apresentar expressões de afetividade, com ensejo 
de demonstrar seus desejos simbolicamente e as diversas maneiras de se relacionar 
com o mundo, e também poderá apresentar agressividade, se suas opiniões não 
forem percebidas e nem ouvidas. 
Para Vasconcelos (2003), podemos classificar os jogos em:
• Jogos ou atividades artísticas: 
 » Envolvem competências artísticas: 
 » Artes plásticas: recorte e colagem, desenho, pintura, dobraduras entre outros; 
 » Teatro: jogos dramáticos, fantoches, teatro de sombras entre outros; 
 » Música: canto, instrumentos de sucata, coral entre outros. 
• Jogos expressivos: 
 » Envolvem competências corporais: mímica, dança e expressão corporal, 
entre outros. 
• Jogos de sensibilidade: 
 » Envolvem competências ligadas à sensibilidade: relaxamento, jogos de 
aguçamento dos sentidos entre outros. 
• Jogos recreativos e brincadeiras: 
 » Jogos individuais ou em grupo que fazem parte de nosso cotidiano: 
Brincadeiras de roda, pega-pega, amarelinha, entre outros. 
• Jogos desportivos: 
 » Jogos individuais ou coletivos: futebol, queimada, vôlei, basquete entre outros.
Ao transitar da fase egocêntrica para a formal, a criança passa a desenvolver sua 
própria identidade; manifesta seus interesses, que partem do mundo concreto para 
o abstrato; consegue realizar novas ações com a ajuda dos adultos, o que estimulará 
o raciocínio lógico e seu senso crítico; e começa mostrar suas preferências, por 
isso seria importante que ela pudesse conhecer um repertório de atividades. 
16
17
Dessa forma, a infância, para ter garantida sua elaboração de autonomia, deveria 
ter outro direito além do não-trabalho, para que, assim, pudesse, por meio de ati-
vidades bem trabalhadas e vivendo um bem-estar geral, desenvolver seus aspectos 
físicos, psicológicos e sociais de forma adequada.
Portanto, através das atividades psicomotoras e da união das habilidades de correr 
e andar, falar, ter noções musicais, a criança adquire atenção e concentração, desen-
volve a lateralidade e o equilíbrio e supera suas limitações. 
A partir dos 5 aos 7 anos, as crianças podem praticar exercícios relacionados 
a atividades global, como, por exemplo, atividades de percepção e de tomada de 
consciência do próprio corpo (LE BOULCH, 2001).
O Educador e a Criança - Um Jogo 
de Aprendizagem Recíproca
Como vimos, trabalhar com jogos, brinquedos e brincadeiras na educação é 
muito mais que aplicar regras e conhecer as fases do desenvolvimento da criança. 
É conhecer cultura, diferentes culturas, subculturas; é revisitar valores e estabelecer 
novos conceitos. 
Não devemos esquecer que mais que por palavras, ensinamos pelos gestos, pelo 
olhar. A criança observa a intervenção de quem a estimula e percebe a sutileza do 
afastamento do adulto no momento da acomodação dos conflitos.
A escolha dos materiais e brinquedos também deve ser pensada seguindo o 
Projeto Pedagógico da Escola e esses materiais devem ser apresentados com 
clareza para os pais. O espaço físico, o arquitetônico, o entorno da escola e o 
público que a escola pretende atender deve estar sempre em pauta nas discus-
sões pedagógicas. 
A criança precisa poder interagir 
com os brinquedos e comas brin-
cadeiras; não pode ser um mero 
expectador de um mundo fantásti-
co cujos objetos, muitas vezes, não 
pode tocar nem passar tempo su-
ficiente com eles para explorá-los, 
desmontá-los e, quem sabe, dar-lhes 
outra forma. Figura 5
Fonte: Getty Images
17
UNIDADE Brincadeiras, Jogos Sensoriais e Motores
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Estimulação Precoce. Inteligência Emocional e Cognitiva
LEGARDA, María Del Carmen Ordóñez; MIKETTA, Alfredo Tinajero. Estimulação 
Precoce. Inteligência Emocional e Cognitiva. Grupo Cultural, 2012.
Jogos de Todo o Mundo. Mais de 100 jogos individuais e de grupo
RIPOLL, Oriol; CURTO, Rosa María. Jogos de Todo o Mundo. Mais de 100 jogos 
individuais e de grupo. São Paulo: Ciranda Cultural, 2012. 
 Filmes
As Aventuras de PI
Sugerimos que você assista ao filme As Aventuras de Pi. É um drama-aventura, 
dirigido por Ang Lee, com Surai Sama, Irrfan Khan, Adil Hussainmais. Quando se 
preparar para assistir ao filme, faça como criança quando não conhece a brincadeira: 
olhe os detalhes, não perca nada, não faça pré-julgamentos e não perca nenhum 
elemento do jogo. 
https://youtu.be/dF-MF4pk3mM
18
19
Referências
DOHME, Vânia. Atividades Lúdicas na Educação. O caminho de tijolos amarelos 
do aprendizado. 4ª edição. Editora: Vozes, Petrópolis, 2003.
FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). História social da infância no Brasil. 3ª ed. 
rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2001.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro, 1989.
LE BOULCH, J. O Desenvolvimento Psicomotor. Do nascimento até os 6 anos. A 
psicocinética na idade pré-escolar. 7ª edição. 2ª reimpressão. Editora: Arimed. 2001. 
LEGARDA, María Del Carmen Ordóñez; MIKETTA, Alfredo Tinajero. Estimula-
ção Precoce. Inteligência Emocional e Cognitiva. São Paulo: Grupo Cultural.2012.
MAUSS , M. Sociologia e antropologia. São Paulo, Cosac&Naify [edição france-
sa: Mauss , M. (1999), Sociologie e anthropologie. 8 ed. Paris, PUF], 2003.
TYLOR, E. B. (1975, or. 1871): “La ciencia de la cultura”, In: KAHN, J.S. (comp.): 
El concepto de cultura: textos fundamentales. Barcelona: Anagrama, pp. 29-46.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a Educação. 
São Paulo: CORTEZ, 2009.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Jogo e a Educação Infantil. Série A Pré – Escola 
Brasileira. 1ª edição. Editora: Pioneira, 1994.
RIPOLL, Oriol; CURTO, Rosa María. Jogos de Todo o Mundo. Mais de 100 jogos 
individuais e de grupo. São Paulo: Ciranda Cultural, 2012. 
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