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Capítulo 2 • Componentes químicos das células 51 do fato de possuir quatro elétrons e quatro vacâncias na última camada, ele pode formar quatro ligações covalentes com outros átomos (ver Figura 2-9). Mais im- portante ainda, um átomo de carbono pode unir-se a outros átomos de carbono por meio da ligação covalente C-C, que é altamente estável, e assim formar ca- deias e anéis e, consequentemente, moléculas grandes e complexas. Não existe um limite imaginável para o tamanho das moléculas que podem ser formadas dessa maneira. Os compostos de carbono, tanto grandes quanto pequenos, for- mados pelas células são denominados moléculas orgânicas. Em contraste, to- das as demais moléculas, inclusive a água, são inorgânicas. Certas combinações de átomos, como as dos grupos metila (–CH3), hidroxi- la (–OH), carboxila (–COOH), carbonila (–C=O), fosforila (–PO3 2–) e amino (–NH2), ocorrem repetidamente nas moléculas orgânicas. Cada um desses grupos quími- cos tem propriedades químicas e físicas próprias que influem no comportamento da molécula na qual o grupo ocorre, inclusive na tendência que essa molécula tem para ganhar ou perder elétrons e com quais outras moléculas irá interagir. O conhecimento desses grupos e de suas propriedades químicas simplifica enorme- mente o entendimento da química da vida. Os grupos químicos mais comuns e algumas das suas propriedades estão resumidos no Painel 2-1 (p. 66-67). As células contêm quatro famílias principais de moléculas orgânicas pequenas As moléculas orgânicas pequenas das células são compostos de carbono, que possuem pesos moleculares na faixa entre 100 e 1.000, contendo até 30 ou mais átomos de carbono. São geralmente encontradas livres em solução no citosol e têm várias funções diferentes. Algumas são usadas como monômeros, subuni- dades para construir as moléculas poliméricas gigantes das células, as macro- moléculas, isto é, proteínas, ácidos nucleicos e grandes polissacarídeos. Outras servem como fonte de energia e são degradadas e transformadas em outras mo- léculas pequenas por meio de uma rede elaborada de vias metabólicas intrace- lulares. Muitas têm mais de um papel na célula, por exemplo, agindo tanto como subunidade de alguma macromolécula quanto como fonte de energia. As molé- culas orgânicas pequenas são muito menos abundantes do que as macromolé- culas orgânicas, perfazendo somente cerca de um décimo do total da massa de matéria orgânica das células. Grosseiramente, uma célula animal típica pode ter um milhar de tipos diferentes dessas moléculas orgânicas pequenas. Todas as moléculas orgânicas são sintetizadas, e degradadas, a partir do mesmo conjunto de compostos simples. Tanto a síntese quanto a degradação dessas moléculas ocorrem por meio de sequências de modificações químicas que têm uma variedade limitada e seguem regras bem definidas. Como conse- quência, os compostos presentes nas células são quimicamente relacionados e podem ser classificados em um pequeno grupo de famílias distintas. De maneira geral, as células contêm quatro famílias principais de moléculas orgânicas pe- quenas: os açúcares, os ácidos graxos, os aminoácidos e os nucleotídeos (Figura 2-16). Embora muitos dos compostos presentes nas células não se enquadrem nessas categorias, essas quatro famílias de moléculas orgânicas pequenas, jun- tamente com as macromoléculas formadas pela ligação entre elas em longas cadeias, correspondem a uma grande proporção da massa celular (Tabela 2-2). Moléculas orgânicas grandes nas células Unidades fundamentais orgânicas pequenas nas células AÇÚCARES ÁCIDOS GRAXOS AMINOÁCIDOS NUCLEOTÍDEOS POLISSACARÍDEOS,GLICOGÊNIO E AMIDO (NAS PLANTAS) GORDURAS E MEMBRANAS LIPÍDICAS PROTEÍNAS ÁCIDOS NUCLEICOS Figura 2-16 Os açúcares, os ácidos gra- xos, os aminoácidos e os nucleotídeos são as quatro principais famílias de mo- léculas orgânicas pequenas encontradas nas células. Eles formam os monômeros, que são as unidades fundamentais, ou subunidades, que formam as moléculas orgânicas grandes, inclusive as macromolé- culas e outros agrupamentos moleculares das células. Alguns deles, como os açúcares e os ácidos graxos, também são fontes de energia. Alberts_02.indd 51Alberts_02.indd 51 16/01/2017 08:58:1316/01/2017 08:58:13
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