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Pancreatite ANATOMIA Pâncreas: · Glândula endócrina retroperitoneal posterior inferior ao estômago. · Mede 10 polegadas. · 2º maior glândula de S. Digestório. Partes: · Cabeça Forma dilatada localiza-se na extremidade direita. · Corpo Transversalmente em direção esquerda. · Cauda Forma afilada segue em direção ao baço. ANATOMIA/FISIOLOGIA - O pâncreas é uma glândula endócrina que realiza duas funções: Exócrina e endócrina. A)FUNÇÃO EXÓCRINA: Produz suco pancreático, que contém água, eletrólitos e enzimas digestivas: · PROTEASE: Digestão das proteínas. · LIPASE: Digestão dos Lipídios. · AMILASE PANCREÁTICA: Digestão do Amido. · NUCLEASE: Digestão dos ácidos nucléicos. B)FUNÇÃO ENDÓCRINA: - Pâncreas endócrino composto de aglomerações (clusters) de células especiais Ilhotas de Langerhans. - Produz: Insulina, glucagon, somastostatina e polipeptídeo pancreático. PÂNCREAS EXÓCRINO Secreção Células que produz Sinal primário - Íons bicarbonato (neutraliza ácidos clorídrico no duodeno). Células centroacinar Secretina (produzida pelo duodeno na presença de gordura) - Enzimas digestivas: amilase, pancreática, tripsina, quimiotripsina, protease, lipase, nucleasse. Células basófilas CCK PÂNCREAS ENDÓCRINO Nomes das Células Produto % De Células da Ilhota Função Células Beta Insulina 30-80% Reduz glicose sanguínea Células Alfa Glucagon 15-20% Aumenta glicose sanguínea Células Delta Somastostatina 3-10% Inibe o pâncreas endócrino (insulina e glucagon) Células PP Pollipeptídeo pancreático 1% Inibe o pâncreas exócrino (suprime a secreção pancreática e estimula a secreção gástrica) PANCREATITE Pode ser: Aguda ou Crônica POSSÍVEIS CAUSAS · Tumores; · Fibrose Cística*; · Medicamentos (PA); · Pancreatite familiar; · Hipertrigliceridemia; · Insuficiência vascular do pâncreas; · Colelitíase (PA) ou doença do trato biliar; · Após qualquer cirurgia / trauma abdominal; · Alcoolismo crônico–atrofiados ácinos (PC); · Insuficiência endócrina: insulina, glucagon ou somatostatina; · Insuficiência exócrina:i nsuficiente liberação de enzimas pancreáticas... FIBROSE CÍSTICA -Doença genética autossômica recessiva, crônica, causada por um distúrbio nas secreções de algumas glândulas produtoras de muco; -Cromossoma 7 responsável pela produção da proteína CFTR canal de Cloro ajuda a controlar o fluxo de água através do epitélio; Alterações: 1. Elevada concentração de cloro e sódio no suor (suor muito salgado); 2. Viscosidade das secreções de glândulas obstrução de dutos e canalículos perdas funcionais; 3. Colonização por germes. Enzimas pancreáticas ficam espessas, viscosas e de difícil trânsito para a luz intestinal, obstruindo os ductos pancreáticos e são incapazes de participar na absorção e digestão de alimentos. - Sem as secreções no intestino, os nutrientes não são adequadamente absorvidos, levando a esteatorreia. ALTERAÇÕES METABÓLICAS · Hipomagnesemia. · Hipoalbuminemia. · Alteração da glicemia (aumentada) · Saponificação de cálcio com ácidos graxos livres · Hipocalcemia Diminuição da secreção do hormônio paratireoide · Alteração no metabolismo lipídico (hipertrigliceridemia) Má digestão. SINTOMAS · Dor contínua ou intermitente de intensidade variável até uma severa dor abdominal. · Náuseas. · Vômitos. · Icterícia. · Distensão abdominal e esteatorreia. · Em casos mais graves: Hemorragia, Choque ou morte. PRINCIPAIS SINTOMAS PANCREATITE AGUDA – PA - Fator de risco principal Cálculos biliares (colelitíase) 45% dos casos. - Distúrbios comuns presentes Hipocalcemia, hiperglicemia e acidose. - Mais comum doenças gastrointestinal aguda. - Risco nutricional Moderado a alto Doença altamente catabólica. - 80% dos casos Internação hospitalar. - Necrose pancreática Em até 20% 38% falência de órgãos com intervenção 15% morte. - Processo inflamatório agudo do pâncreas, que pode envolver os tecidos Peripancreáticos e os demais sistemas orgânicos. - Na maioria dos casos, há restabelecimento normal da função pancreática de sua arquitetura. - Forma ligeira e autolimitada, acontece rapidamente considerada um trauma (alteração hemodinâmica e metabólicas). - Causas comuns Litíase biliar, álcool, hipertrigliceridemia, pós-operatório de cirurgia abdominais, medicamentos. FISIOPATOGENIA – LITÍASE BILIAR (MAIS COMUM) Desencadeia mecanismo auto-digestivo Ativa pró-enzima tripsinogênio em tripsina Provoca reação em cadeia Ativas outras pró-enzimas Enzimas ativas altamente citolíticas Digere pâncreas DIETOTERAPIA PA - LEVE - Jejum alimentar via oral (VO) até alivio dos sintomas Hidratação e analgesia até da amilase e lipase (geralmente 2 a 7 dias). - PA Preferir alimentação VO assim que tolerado clinicamente, independente das concentrações séricas de lipase. - Consistência De acordo com paciente (DCAP) macia Líquida a Branda Progredir gradativamente. · Energia Hipercalórica. · Lipídios Hipolipídica. · Proteínas Hiperproteica. · CHO Normoglicídica. DIETOTERAPIA PA – GRAVE - Hipermatabólico / Intolerância Iniciar terapia nutricional enteral (TNE) 24 A 72 horas da admissão, após estabilidade hemodinâmica. - Sonda nasogástrica Dieta polimérica padrão. - Sonda nasojejunal Intolerância digestiva Dieta oligomérica possui baixa velocidade de gotejamento. - PA Em casos de vômitos ou hemorragia digestiva alta (HDA) Sonda aberta. - Nutrição enteral Pacientes com PA que não tolerar TNE ou se houver contraindicação para TNA (Íleo paralítico). - Suplementar 0,20g/kg por dia de L-glutamina. - Probióticos não são recomendados. - Enzimas pancreáticas não são suplementadas. - Enzimas pancreáticas suplementadas somente em pacientes com insuficiência exócrina pancreática. Estabilidade Hemodinâmica Hemodinamicamente instável, hipotensão, frequência cardíaca alta, diminuição da respiração. PANCREATITE CRÔNICA – PC - Caracteriza-se pelo desaparecimento do tecido acinar e pela presença de fibrose, calcificação e formação de cisto. - PC Produção local de mediadores inflamatórios que causam fibrose e perda de células acinares. - TGF-β e o PDGF induzem a ativação e proliferação de miofibroblastos periacinares células estreladas pancreáticas deposição de colágeno e fibrose. - Episódios inflamatórios levam à substituição do parêquima pancreático por tecido conjuntivo fibroso deterioração permanente da função do pâncreas. Principais consequências: · Perda de tecido pancreático exócrino insuficiência exócrina. · Perda de tecido pancreático endócrino funcional insuficiência endócrina. · Causas Alcoolismo (principal), ducto pancreático estreitado/bloqueado (por traumatismo ou pseudo cisto), hereditária, desconhecida (idiopática). · Sintomas Dor abdominal, anorexia, vômitos, diarreia (esteatorreia má absorção) e desnutrição progressiva. - Osteoporose consequência de longo prazo tratamento adequado dieta, atividade física, ingestão e reposição Ca, Vit. D. QUAIS SÃO AS CAUSAS DA DESNUTRIÇÃO EM PACIENTE COM PC? · Tabagismo · Dor abdominal · Abuso de álcool · Diabetes Mellitus · Menor ingestão de alimentos · Insuficiência pancreática exócrina. Os pacientes devem ser rastreados quanto a deficiência de macro e micronutrientes a cada doze meses ou com mais frequência naqueles com doenças grave ou má absorção descontrolada. DIETOTERAPIA Objetivos: · Reduzir a má absorção de nutrientes (esteatorreia). · Tratar a desnutrição. · Tratar alterações no metabolismo de CHO, se presentes. · ~ 80% dos pacientes podem utilizar suplementação medicamentosa de enzimas pancreáticas e se alimentar por VO. DIETOTERAPIA PARA PC – VO - Não há necessidade de seguir uma dieta restritiva. - Estado nutricional normal dieta bem equilibrada. - Desnutrição Consumir alimentos hipercalóricos e hiperproteicos com fracionamento aumentado (5 a 6 refeições). - Evitar excesso de fibras. - Lipídio: Normo / Esteratorreia sem controle: hipolipídica. Suplementação Nutricional Oral (SNO)· Pacientes Desnutridos Suplementar somente se a nutrição oral for insuficiente para atingir metas calóricas e proteicas. · Suplementar TCM Somente se a suplementação enzimática não suprirem alivio da má absorção. · Monitorar Vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e hidrossolúveis (vitamina B12, ácido fólico, tiamina), bem como minerais como magnésio, ferro, selênio e zinco Suplementar se houver deficiências e má absorção. DIETOTERAPIA PARA PC – NE · NE Administrar em paciente com desnutrição que não estão respondendo ao suporte nutricional oral. · Via Jejunal Paciente com dor, atraso no esvaziamento gástrico (gastroparesia), persistência náusea ou vômito e estenose do piloro. · Jejunostomia a longo prazo Pacientes que requerem NE por mais de 30 dias. · Fórmulas padrão não toleradas Usar semi-elementares (monoméricas/semi hidrolisadas) com TCM. · Sinais de má absorção (esteatorreia), dor Falha pâncreas, exócrino suplementar com enzimas pancreáticas. DIETOTERAPIA PARA PC – NP · NP Pacientes com obstrução de saída gástrica e naquelas com fístula gástrica ou intestinal, ou em caso de intolerância à NE. - Para NP, preferi acesso venoso central. DIETOTERAPIA PARA PC – TREP (TERAPIA DE REPOSIÇÃO ENZIMATICA PANCREATICA) - Iniciar TREP Diagnóstico clínico (sinais, sintomas, testes laboratoriais de má absorção) Insuficiência Pancreática Exócrina (IPE). - Obrigatório Avaliação Nutricional para detectar sinais de má absorção. - TREP Microesferas de enzimas pancreáticas Dose prescrita pelo médico · VO Distribuídas juntamente com refeições e lanches. · Avaliar pelo alívio de sintomas gastrointestinais e melhoria dos parâmetros nutricionais (antropométricos e bioquímicos). · Resposta clinica insatisfatória Comunicar médico.