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Apostila - CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

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1 
 
 
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
1 
 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 
O QUE OS PROFESSORES PRECISAM DE SABER SOBRE A CONSCIÊNCIA 
FONOLÓGICA ................................................................................................... 7 
COMPREENSÃO DA LEITURA E CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA ................ 10 
CONSCIÊNCIA SINTÁTICA, CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E AQUISIÇÃO DE 
REGRAS ORTOGRÁFICAS..............................................................................16 
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E LINGUAGEM ESCRITA EM PRÉ-
ESCOLARES.....................................................................................................12 
SISTEMAS CONSONANTAIS DO PORTUGÊS E DO ESPANHOL................26 
REFERÊNCIAS.................................................................................................27 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
 A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
 A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Consciência Fonológica é o conhecimento que cada um de nós tem 
sobre os sons da língua materna, ou seja, é uma competência que permite 
identificar, manipular e refletir sobre os sons da fala. Por outras palavras, é a 
capacidade de perceber que a linguagem é formada por palavras, as palavras 
por sílabas, e as sílabas por fonemas (sons). 
A marca dos três anos de idade representa um ponto importante no 
desenvolvimento da linguagem. É até esta idade que as crianças desenvolvem 
a capacidade de discriminação auditiva, ou seja, é a capacidade de distinguir os 
diferentes sons do ambiente e da fala. É a partir dessa idade que as crianças 
começam a ser capaz de fazer jogos de rimas, de produzir palavras novas ou 
inventadas, de dividir e de juntar sílabas. As crianças começam então a aceder 
à capacidade de consciência fonológica ou consciência dos sons da fala. 
A consciência fonológica é uma capacidade metalinguística, que se refere 
à consciência de que a linguagem falada pode ser dividida em várias unidades, 
ou seja, a frase pode ser dividida em palavras, as palavras em sílabas e as 
sílabas em fonemas. A criança será ainda capaz de identificar que essas 
mesmas unidades se podem repetir em diferentes palavras. 
A consciência fonológica envolve a capacidade de identificação, de 
manipulação, de combinação, de isolamento e segmentação os segmentos 
fonológicos da língua. Antes que as crianças possam ter qualquer compreensão 
do princípio alfabético, devem entender que aqueles sons se associam às letras 
são precisamente os mesmos sons da fala. Para aqueles que já sabem ler e 
escrever, esta compreensão parece básica, quase automática. Pesquisas 
fidedignas revelam que a noção de linguagem falada é composta de sequências 
desses pequenos sons, e não surge de forma natural ou fácil nos seres 
humanos. 
A consciência fonológica divide-se em dois níveis muito complexos: a 
consciência silábica e a consciência fonêmica, sendo esta a ordem de trabalho 
durante a aquisição da leitura e escrita. As etapas de aquisição da consciência 
fonologia dependem das experiências linguísticas, do desenvolvimento cognitivo 
4 
 
 
da criança, e da exposição ao sistema alfabético para aquisição da leitura e 
escrita. 
- Níveis da consciência fonológica: 
 Noção de palavra (capacidade de segmentar a frase em palavras, 
organizá-las e dar-lhe sentido). 
 Noção de rima (capacidade de identificar rimas). 
 Aliteração (capacidade de identificar ou repetir a sílaba ou fonema 
no início da palavra). 
 Consciência silábica (capacidade de segmentar palavras em 
sílabas, a criança tem de identificar e discriminar as sílabas). 
 Consciência fonêmica (capacidade de manipular e isolar os 
fonemas que compõem a palavra). 
Aprender a ler e a escrever não é um processo natural como o de 
aprender a falar. Trata-se de uma tarefa complexa, que envolve competências 
cognitivas, psicolinguísticas, perceptivas, espaciotemporais, grafo motoras e 
afetivo-emocionais. Um dos passos cruciais para facilitar a iniciação à leitura e à 
escrita consiste na promoção da reflexão sobre a oralidade e no treino da 
capacidade de segmentação da cadeia de fala em frases, das frases em 
palavras, das palavras em sílabas e destas nos sons que as compõem. Para 
aprender um código alfabético, é necessário saber que a língua, no seu modo 
oral, é formada por unidades linguísticas mínimas – os sons da fala (também 
designados como fonemas na literatura sobre consciência fonológica) – e que 
os caracteres do alfabeto representam, na escrita, essas unidades mínimas. Se 
pensarmos na sequência de fala transcrita em (1), sabemos hoje que a maior 
parte dos meninos à entrada na escola é capaz de a segmentar oralmente de 
acordo com as partições silábicas em (2), mas não de acordo com as partições 
em sons da fala em (3): 
1. Falo com os colegas por computador. 
2. Fa . lo . com . os . co . le . gas . por . com . pu . ta . dor. 
3. F.a.l.o.c.om.o.s.c.o.l.e.g.a.s.p.o.r.c.om.p.u.t.a.d.o.r. 
É elevado o grau de complexidade inerente à tarefa de fazer corresponder 
um som da fala a um grafema, quando desempenhada por crianças que não 
5 
 
 
conseguem segmentar os enunciados orais nas suas unidades mínimas. Porque 
aprender um código alfabético envolve obrigatoriamente a transferência de 
unidades fónicas do oral para a escrita, a primeira tarefa da escola deve ser a de 
promover o desenvolvimento da consciência fonológica. A capacidade que a 
criança tem de isolar unidades fonológicas no contínuo de fala é entendida como 
expressão da sua consciência fonológica. Esta subdivide-se em três tipos: 
(i) Ao isolar sílabas, a criança revela consciência silábica (pra - tos); 
(ii) Ao isolar unidades dentro da sílaba, a criança revela consciência 
intrassilábica (pr.a ] [t.os); 
(iii) Ao isolar sons da fala, a criança revela consciência fonêmica 
(p.r.a.t.o.s). 
Deverá começar-se pelo treino pela consciência silábica, que todas as 
crianças possuem naturalmente à entrada na escola. A consciência intrassilábica 
e a consciência fonêmica devem ser estimuladas em contexto letivo, antes e 
durante o processo de iniciação da criança ao uso do código alfabético. Ainda 
que a capacidade de isolar sons da fala pareça determinar fortemente o processo 
de alfabetização, admite-se que este constitui igualmente uma consequência do 
mesmo, pelo que consciência fonêmica e aprendizagem da leitura e da escrita 
são aspectos entendidos como mutuamente dependentes. 
Profissionais de diferentes áreas (da investigação, do ensino, da 
pedagogia, das didáticas e das áreas da saúde ligadas à terapêutica e à 
reabilitação) têm observado que dois dos pré-requisitos para o sucesso na 
aprendizagem da leitura e da escrita, em comunidades de escrita alfabética,são: 
(i) a performance que a criança manifesta no uso da oralidade; (ii) o grau de 
desenvolvimento da consciência fonológica da criança, isto é, da capacidade de 
identificar e manipular as unidades do oral, tais como a sílaba, as unidades 
intrassilábicas e os sons da fala que a estas se associam. 
Se alguém quer ser um atleta de sucesso, terá de treinar, desde cedo e 
exaustivamente, a sua estrutura muscular para que os resultados sejam 
progressivamente melhores. Sabemos que o mesmo se passa no percurso da 
escolaridade: quanto mais uma dada capacidade for treinada, mais elevado será 
o grau de sucesso no desempenho da tarefa. Da prática educacional, terapêutica 
6 
 
 
e científica, extrai-se recorrentemente a mesma conclusão: dificuldades na 
aprendizagem da leitura e da escrita decorrem do fraco desempenho em tarefas 
de avaliação da consciência fonológica. Quando atempadamente detectada, 
esta situação tem solução, após submissão da criança a um programa de 
intervenção incidente na reabilitação e/ou estimulação da sua consciência 
fonológica (em situações complexas, há a possibilidade de recurso a intervenção 
personalizada por parte de terapeutas especializados). O trabalho sobre a 
consciência fonológica, realizado desde cedo e generalizado a toda a população 
infantil (antes e durante a iniciação à leitura e à escrita), permitirá promover o 
sucesso escolar, funcionando como medida de prevenção ao insucesso na 
leitura e na escrita. 
A par do reforço da prática sobre o oral, tanto na percepção da fala como 
na sua produção, é de extrema importância a natureza dos exercícios 
desenvolvidos. A frequência, a sistematicidade e a consistência constituem as 
palavras-chave de uma metodologia para a estimulação da oralidade e da 
consciência fonológica. A realização diária de exercícios com estruturas 
similares mas com conteúdos distintos, consistentes e promotores de um 
determinado resultado ajudam à indução, à instalação, à consolidação e, 
finalmente, à automatização do processamento (meta)fonológico (trabalho 
explícito da consciência fonológica). 
 
 
7 
 
 
Fonte: https://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/2017/07/consciencia-fonologica-
o-que-e-como.html?m=0 
 
 Crianças que têm a consciência fonológica bem desenvolvida podem ter 
maior facilidade na aprendizagem da leitura e escrita, sendo que essa 
consciência pode ser treinada através de brincadeiras e jogos compatíveis com 
a idade e o desenvolvimento neurobiológico da criança. Sendo assim, a 
estimulação precoce da consciência fonológica, proporcionada por familiares e 
professores (principalmente da Educação Infantil) podem fazer o diferencial em 
futuras aquisições da leitura e escrita das crianças. 
 
O QUE OS PROFESSORES PRECISAM DE SABER SOBRE 
A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
Ideias centrais: 
a. Promoção, nos alunos dos quatro anos do 1º Ciclo, da 
consciência de que oralidade e escrita constituem dois 
sistemas autónomos, que, no entanto, estabelecem 
relações entre si. Trabalhar a oralidade e a escrita 
isoladamente significa treinar competências linguísticas 
distintas; trabalhar a forma como a oralidade é representada 
na escrita significa criar consciência das especificidades de 
cada modo - o oral e o escrito - e das relações que estes 
estabelecem entre si. 
b. Discussão dos aspectos abaixo, os quais mostram que a 
oralidade goza de autonomia e desempenha um papel 
crucial na experiência linguística das crianças: a primazia do 
oral sobre o escrito no nosso quotidiano, justificada pela 
frequência mais alta de enunciados orais do que de 
enunciados escritos, nas várias situações de uso da língua; 
a precedência da oralidade relativamente à escrita na 
história de vida da criança (nos primeiros anos de vida, a 
criança adquire uma língua através do contato com a 
8 
 
 
oralidade e não com a escrita); a existência de comunidades 
linguísticas que usam exclusivamente a oralidade, não 
tendo desenvolvido sistemas de escrita, o que mostra a 
natureza autónoma da oralidade; a escrita como registo das 
propriedades do oral, estabelecendo-se entre os dois 
sistemas relações de diferentes tipos. 
c. Ilustração da variabilidade de formatos da palavra falado, 
por oposição à natureza fixa da palavra escrita. 
d. Reflexão sobre a unidade de partida para a iniciação ao 
código alfabético: devemos partir do som para chegar ao 
grafema ou do grafema para chegar ao som? Por ser a 
oralidade o modo que é mais familiar à criança, a iniciação 
à leitura e à escrita deve ter a oralidade como ponto de 
partida e a escrita como ponto de chegada, segundo o 
esquema: 
 
O exemplo clássico do equívoco que a reflexão sobre a língua com base 
na escrita provoca é o do número de vogais em Português. Um falante português 
alfabetizado dirá que a sua língua possui 5 vogais (a, e, i, o, u), sendo esta 
afirmação falsa e condicionada pelo facto de as propriedades da língua serem 
tradicionalmente tratadas com base na escrita. Na verdade, o Português 
apresenta 14 vogais (9 vogais orais e 5 vogais nasais): 
 
9 
 
 
 
e. Tomada de consciência, na iniciação ao uso do alfabeto, de 
que existem dependências entre os modos oral e escrito. 
Neste processo, a criança debate-se com as seguintes 
dificuldades: (i) não consegue ainda identificar, na cadeia 
falada, unidades segmentais como vogais ou consoantes; 
(b) é exposta a um exercício de encaixe de um sistema 
noutro (no caso das vogais, dá-se a redução de um 
inventário de 14 vogais na oralidade, presentes na sua 
língua, a um inventário de 5 vogais na escrita). Partir das 
unidades do oral para chegar às unidades da escrita (som 
→ grafema) é parte da solução para o combate ao 
insucesso. 
Ideias centrais: (a) Definição de consciência fonológica (remete para a 
capacidade de identificar e de manipular deliberadamente unidades fonológicas); 
dentro da consciência fonológica, identificam-se três dimensões: a consciência 
silábica, a consciência dos constituintes intrassilábicos e a consciência fonêmica. 
(b) Referência à ordem de desenvolvimento dos diferentes subtipos de 
desenvolvimento fonológico: a precedência da consciência da sílaba 
relativamente à das outras unidades fonológicas é consensual; 
subsequentemente, assiste-se ao desenvolvimento da consciência intrassilábica 
e finalmente, da consciência do som da fala (fonema, na tradição dos estudos 
em consciência fonológica). 
10 
 
 
 
Fonte: https://apraxiabrasil.org/textos-sobre-afi/a-diferenca-entre-consciencia-fonologica-
consciencia-fonemica-e-fonetica/ 
COMPREENSÃO DA LEITURA E CONSCIÊNCIA 
FONOLÓGICA 
As crianças no período escolar usam a leitura e a escrita com os mesmos 
objetivos dos adultos. Leem por prazer, para aprender, descobrir e estimular o 
seu pensamento. Escrevem para expressar ideias, pensamentos e sentimentos. 
As atitudes das crianças face à leitura são influenciadas pela sua capacidade, 
experiência e contexto social. A leitura é o caminho para a ampliação da 
percepção do mundo à nossa volta. Quanto mais um indivíduo lê e compreende 
o que lê, melhor se integrará no seu meio envolvente. É uma necessidade cada 
vez maior no mundo globalizado que os indivíduos aprendam desde cedo a 
compreender amplamente o seu meio e, para isso, é necessário que os mesmos 
possuam mecanismos que possibilitem essa competência. 
Contudo, foi só a partir do século XX que a investigação em psicologia na 
área da leitura alcançou níveis de sofisticação, levando à elaboração de modelos 
de funcionamento mental que têm grande influência nas ciências cognitivas 
modernas (Cruz, 2007): os modelos ascendentes, os descendentes e os 
modelos interativos. 
Os modelos ascendentes privilegiam o ensino das correspondências 
grafo-fonéticas como base inicial do processo de aprendizagem e via de acesso 
ao significado (Simão, 2002). Os defensores desses modelos referem que as 
palavrassão processadas da esquerda para a direita e armazenadas na 
memória para uma posterior construção frásica (Festas, 1994). Os elementos 
11 
 
 
considerados por este modelo são os seguintes: representação icônica, 
identificação de letras, passagem para o léxico mental, procura do seu 
significado, registro na memória a curto prazo e passagem para a memória a 
longo prazo (Rebelo, 1993). Assim, o processo da aquisição da leitura partiria de 
operações perceptivas sobre os grafemas e culminaria em operações 
semânticas, sendo as correspondências grafo-fonológicas a única via de acesso 
ao significado (Martins,1994). Esses modelos sustentam a ideia de que a 
linguagem escrita corresponde à codificação da linguagem oral, não sendo a 
leitura mais do que a capacidade para traduzir mensagens escritas nas suas 
equivalentes orais (Cruz, 2007). Segundo esse modelo, a leitura implica um 
processo linear e hierarquizado indo de processos psicológicos primários, ou 
seja, juntar letras, a processos cognitivos de ordem superior, ou seja, produção 
de sentido. A linguagem escrita codifica a linguagem oral. Nesse sentido, a 
leitura é percebida como a capacidade de decifrar ou de traduzir a mensagem 
escrita no seu equivalente oral (Martins, 1996). Ainda à luz desse modelo, a 
leitura parte da percepção das letras para as palavras e das palavras para a 
frase, realçando o domínio da correspondência grafemafonema. No entanto, 
esses modelos sofrem críticas como: 
 Não conseguiu, até hoje, explicar os resultados de um vasto corpo 
de investigações relativas à importância do contexto para o 
reconhecimento de palavras e os dados de outros estudos que 
sugerem que os processos de leitura não se baseiam 
exclusivamente na mediação fonológica (Silva, 2003). 
 Outra limitação desse modelo está implícita no fato de 
considerarem a via fonológica como a única via de acesso ao 
significado e à identificação de palavras. Essa hipótese parece ser 
contradita com base em estudos em que, no âmbito dos 
paradigmas da tarefa de decisão lexical e do tempo de latência na 
nomeação das palavras, manipulasse a regularidade das relações 
grafo-fonéticas nas palavras. A manipulação da regularidade grafo 
fonética baseia-se no pressuposto de que, se a leitura decorresse, 
sobretudo, de procedimentos de mediação fonológica, a 
12 
 
 
identificação de palavras regulares estaria facilitada relativamente 
às palavras irregulares (Martins, 1996; Silva, 2003). 
 Ainda outra crítica apontada a esse modelo é a sua ausência de 
flexibilidade, pois, afirma que existe apenas uma via de acesso ao 
significado, as correspondências grafo-fonológicas, não podendo, 
assim, haver por parte do leitor uma adaptação de estratégias em 
função do material a ser lido. Contudo, diversos trabalhos de 
investigação têm mostrado que as estratégias utilizadas durante a 
leitura de diferentes tipos de textos variam (Martins, 1996; Martins 
& Niza, 1998; Silva, 2003). 
Por seu turno, os modelos designados descendentes (p. ex., o modelo de 
Goodman, 1970) consideram a leitura como um processo inverso ao 
anteriormente descrito (Martins, 1994). Os modelos descendentes partem do 
princípio de que ler é compreender. Confrontado com um texto, o sujeito elabora 
um conjunto de expetativas a propósito do mesmo e formula hipóteses sobre o 
seu conteúdo (Simão, 2002). Esses modelos consideram que os processos 
mentais superiores são fundamentais no ato de ler, sendo a leitura visual ou o 
reconhecimento de palavras sem descodificação o mecanismo perceptivo mais 
importante no acesso ao sentido do texto (Santos, 2000). Nesse sentido, a leitura 
consiste no confronto do leitor com palavras e textos, sobre os quais o leitor já 
tem expetativas e sobre os quais formulou hipóteses para saber quais as 
palavras e que tipo de mensagem contém (Cruz, 2007). Desse modo, a leitura 
seria um processo de identificação direta de signos globais, antecipações que 
se suportam em predições léxico-semânticas e sintáticas, e verificação das 
hipóteses produzidas (Martins, 1994). Contudo, as principais críticas que 
encontramos a esses modelos é que não são eficazes em uma fase inicial da 
aprendizagem da leitura, só tendo sentido em contextos altamente previsíveis do 
ponto de vista semântico e quando não existem limitações temporais (Silva, 
2003). Stanovich (1980) também criticou esse modelo, pois considera que o 
tempo que um leitor experiente levaria a fazer predições poderia ser maior do 
que o tempo dispensado no reconhecimento de palavras. Desse modo, 
considera que esse modelo seria inadequado para explicar os comportamentos 
de leitores experientes. Esse modelo não esclarece como é que o leitor pode 
13 
 
 
pesquisar índices grafo-fonológicos, sintáticos e semânticos relativos a uma 
palavra ou a uma sequência de letras que ainda não foram identificadas (Silva, 
2003). Outra limitação relaciona-se com a importância atribuída à via visual, dado 
que esta não pode ser a única via utilizada na leitura, pois, se assim fosse, ficaria 
por explicar como é que os leitores conseguem ler palavras desconhecidas ou 
não familiares (Cruz, 2007). 
Em um sentido conciliador, surgem os modelos interativos. Rebelo (1993) 
refere que os modelos interativos resultam da combinação entre os 
componentes dos modelos ascendentes (como a identificação, o 
reconhecimento de letras e a sua tradução em sons) e descendentes (como a 
compreensão, a formulação de hipóteses e as predições para descobrir o 
significado do texto), o que pressupõe que, no ato de ler, estão implicados 
simultaneamente todas as fontes de informação inerentes aos referidos 
modelos. Segundo Martins (1996), o leitor recorre quer a processos primários, 
como a percepção de letras ou de conjuntos de letras, a procura das suas 
correspondências com sons ou conjuntos de sons, o reconhecimento imediato 
de algumas sílabas ou palavras sem passar pela descodificação, quer a 
processos de ordem superior, como predições semânticas, sintáticas, lexicais e 
ortográficas. De forma geral, esses modelos parecem dar resposta à dupla 
necessidade envolvida na leitura de um texto, pois, para compreender os 
conhecimentos que o autor de um texto quer transmitir, primeiro, o leitor deve ter 
informações referentes ao tema abordado no texto e, segundo, deve dominar o 
código linguístico utilizado pelo autor do texto (Cruz, 2007). Segundo esse 
modelo, a leitura atua como uma escolha de hipóteses alternativas relativamente 
às letras, às palavras e às frases, cujo processo de compreensão resulta do 
confronto que ocorre entre os diferentes níveis de informação, em um 
determinado momento. As várias fontes de informação atuam em paralelo, 
sendo o centro de mensagens ou sintetizador de padrões o responsável pela sua 
integração e pelo consequente compromisso estabelecido entre letras, palavras 
e frases (Cruz, 2007; Rebelo, 1993). 
De fato, já vários estudos mostraram a existência de uma relação preditiva 
forte entre o nível de consciência fonológica da criança e o seu progresso e 
sucesso na aprendizagem da leitura e da escrita (Barreira, 2012). Vários estudos 
14 
 
 
correlacionais e longitudinais, realizados por vários autores, demonstram que a 
consciência fonológica é uma pré-condição para o sucesso da aprendizagem da 
leitura e da escrita. Está provada a existência de uma correlação significativa 
entre a capacidade da criança segmentar palavras em fonemas e os seus 
resultados em um teste de leitura (Barreira, 2012). Todavia, o inverso tem-se 
revelado igualmente verdadeiro, ou seja, a leitura e a escrita potenciam a 
manipulação explícita dos segmentos fônicos da fala. Estamos, nesse sentido, 
perante uma relação causal bidirecional (Barreira, 2012). 
Porém, mesmo esse modelo é sujeito a críticas. As principais sugerem 
que fornece pouca informação relativamente ao uso da via fonológica ou ao uso 
de outrasestratégias de apoio ao reconhecimento de palavras, que não 
especifica qual a importância e influência relativa das fontes de conhecimento 
ortográfico, lexical, sintático e semântico, que não fornece informações sobre o 
modo como as estratégias do leitor e as condições de leitura atuam sobre essa 
influência e finalmente que não se aplica a leitores principiantes nem explica as 
fases iniciais de aprendizagem da leitura (Martins, 1994). 
A discussão continua. É essencial continuar a perceber a relação entre 
todos os processos envolvidos na leitura. Desse modo, no duplo sentido, ainda 
que exploratório, tentamos com este estudo contribuir para essa discussão e 
para a análise da validade da PROLEC-R, instrumento de avaliação das 
capacidades leitoras (Figueira & Lopes, no prelo). 
 
 
CONSCIÊNCIA SINTÁTICA, CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
E AQUISIÇÃO DE REGRAS ORTOGRÁFICAS 
Muitas pesquisas têm demonstrado que diferenças individuais na 
aprendizagem da leitura e da escrita estão relacionadas ao desenvolvimento de 
competências metalinguísticas, tais como a consciência fonológica e a 
consciência sintática. 
15 
 
 
Recentemente, os pesquisadores têm se voltado para a especificidade 
das relações entre estes diferentes aspectos da consciência metalinguística e as 
várias habilidades de leitura e escrita. 
Um dos primeiros estudos a demonstrar esta preocupação foi produzido 
por Tunmer, Herriman e Nesdale (1988). Segundo o resultado produzido por 
esses autores, através de um estudo longitudinal, a consciência fonológica 
relaciona-se especificamente com a decodificação na leitura enquanto que a 
consciência sintática contribui não só para a compreensão da leitura, como 
também para a decodificação. Para explicar a relação entre consciência sintática 
e decodificação, estes autores levantaram a hipótese de que crianças iniciantes 
na leitura apoiam-se muitas vezes no contexto para ler uma palavra de difícil 
decodificação. Através deste mecanismo compensatório, as crianças mais 
sensíveis à estrutura da sentença usavam melhor o contexto e progrediam 
inicialmente com mais facilidade na leitura porque aprendiam as peculiaridades 
da ortografia do inglês. 
Esta hipótese foi diretamente testada por Rego e Bryant (1993a) através 
de um estudo longitudinal com crianças inglesas. Neste estudo, foi constatado 
que havia uma relação específica entre desempenho inicial em tarefas de 
consciência sintática e o uso posterior do contexto na leitura de palavras que 
continham dificuldades ortográficas. A consciência fonológica mostrou-se 
apenas relacionada à compreensão do princípio alfabético, avaliada através de 
uma análise da escrita espontânea das crianças. Portanto, Rego e Bryant 
(1993a) não só produziram evidência para a hipótese de Tunmer et al. (1988), 
como também, através de acompanhamento mais prolongado do mesmo grupo 
de crianças, os referidos autores verificaram que tanto a consciência sintática 
quanto a consciência fonológica contribuem para o progresso das crianças 
inglesas em ortografia um ano mais tarde (Rego & Bryant, 1993b). 
Estes resultados apoiaram a hipótese de que a consciência fonológica e 
a consciência sintática facilitam a aprendizagem da ortografia através de 
caminhos diferentes. A consciência fonológica tem um impacto direto e 
específico sobre a compreensão do princípio alfabético e, neste sentido, torna-
se vital para o progresso na decodificação. Mas, como nem todas as 
correspondências letra-som são perfeitamente fonéticas e regulares, a criança 
16 
 
 
também precisa do apoio do contexto para fazer progressos iniciais na ortografia 
do inglês, havendo, portanto, uma contribuição da consciência sintática para a 
decodificação, através da facilitação contextual. 
No entanto, Rego (1994) questionou se tais resultados poderiam ser uma 
contingência da ortografia do inglês e de determinados métodos de ensino. Em 
estudos longitudinais posteriores com crianças falantes do português, Rego 
(1993, 1995) verificou que quando as crianças são ensinadas a ler através de 
um método que enfatiza o ensino das correspondências grafo-fônicas, a 
consciência sintática não mais contribui para o progresso na decodificação de 
palavras inventadas que exijam o uso de convenções ortográficas como, por 
exemplo, a utilização da regra de contexto segundo a qual a letra "c" diante de 
'e' e de 'i' tem som de /s/. Este estudo, porém, não incluiu uma avaliação da 
ortografia dessas mesmas crianças na escrita de palavras e pseudo-palavras. 
Além disso, as pseudo-palavras utilizadas na tarefa de leitura, não continham 
dificuldades ortográficas que dependessem de uma análise gramatical. 
Recentemente, Nunes, Bryant e Bindman (1994, 1996) levantaram a 
hipótese de que a conexão entre consciência sintática e ortografia encontrada 
por Rego e Bryant (1993b), poderia ter uma outra explicação. Tal conexão podia 
ser explicada não apenas pelo fato de a criança, usando o contexto na leitura, 
ser capaz de aprender sobre as convenções ortográficas, mas principalmente 
porque em algumas inconsistências grafo-fônicas do inglês como, por exemplo, 
a representação ED para o passado dos verbos regulares no inglês, o 
conhecimento morfossintático está intrinsecamente envolvido. Este morfema é 
pronunciado /t/ depois de consoante surda como em "looked"; é pronunciado /d/ 
depois de consoante sonora como em "cared" e /id/ depois de "t" e "d" como em 
"decided" e "participated". No entanto, apesar dessas diferenças de pronúncia, 
sua escrita é a mesma para todas essas situações uma vez que a representação 
ortográfica se apoia numa análise morfossintática. A hipótese levantada por 
estes autores implica, portanto, na possibilidade de que, pelo fato de a ortografia 
refletir diferentes níveis de análise linguística, existirem relações específicas 
entre certas dimensões da consciência metalinguística e a aquisição de 
determinadas regras ortográficas. Uma criança, por exemplo, não poderia 
dominar a representação do passado dos verbos regulares do inglês se se 
17 
 
 
detivesse apenas na análise fonológica das palavras. Um certo tipo de análise 
gramatical se fazia necessária para que ocorresse a compreensão da natureza 
desta representação. 
De fato, Nunes, Bryant e Bindman (1994, 1996), já produziram alguma 
evidência empírica para esta hipótese. A análise longitudinal dos dados obtidos 
com cerca de 300 crianças inglesas revelou que as crianças passam por vários 
estágios hipotéticos na representação do passado dos verbos no inglês. 
Inicialmente, predomina a representação fonética e a criança ignora o "ed". 
Posteriormente ela descobre o sufixo "ed", mas aplica-o a contextos 
inadequados, escrevendo substantivos terminados em 't' com "ed". Assim, por 
exemplo, "list" pode ser escrito "lised". Isto acontece porque a criança não 
considera ainda os aspectos morfossintáticos. Num estágio mais avançado, a 
criança restringe essa representação à classe gramatical dos verbos, incluindo 
aí também os verbos irregulares, até finalmente fazer a restrição aos verbos 
regulares. Estes autores verificaram que o começo dessas restrições está 
associado ao desempenho anterior das crianças em tarefas que avaliaram o 
desenvolvimento de uma consciência de aspectos morfológicos e sintáticos da 
língua. 
Os resultados, portanto, de Nunes et al. (1994, 1996), sugerem que a 
relação entre consciência sintática e ortografia não resulta apenas da 
possibilidade de que a criança esteja aprendendo sobre a ortografia via a 
facilitação contextual na leitura, mas que existem aspectos da ortografia que, 
estando intrinsecamente sujeitos a análises gramaticais, podem requerer uma 
certa habilidade para fazer esse tipo de análise. 
Portanto, investigar as possíveis relações entre consciência sintática e 
domínio da ortografia num grupo de crianças falantes do português e submetidas 
a uma metodologia de ensino queenfatiza o treino ortográfico, tornou-se 
fundamental, não só por se tratar de uma população linguisticamente distinta 
daquela que vem sendo estudada por Nunes, Bryant e Bindman na Inglaterra, 
mas, sobretudo, por se tratar de um grupo de crianças em relação ao qual já 
sabemos, através de estudo anterior (Rego, 1995, 1996), que nem a consciência 
sintática nem a consciência fonológica, foram bons preditores da decodificação 
na leitura no primeiro ano de alfabetização. Num grupo de crianças com essas 
18 
 
 
características, pode-se testar com maior segurança a especificidade da relação 
entre consciência sintática e aquisição de princípios ortográficos que dependem 
de análises morfossintáticas e também verificar se a consciência fonológica, 
embora tenha sido menos relevante no início da leitura, teria um papel importante 
na aquisição de regras ortográficas que dependem de análises fonológicas mais 
sutis na escrita. 
 
 
 
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E LINGUAGEM ESCRITA EM 
PRÉ-ESCOLARES 
As pesquisas já realizadas sobre o tema das relações entre consciência 
fonológica e aquisição da linguagem escrita evidenciaram a importância dessa 
questão e suas implicações educacionais. Com efeito, é durante os anos pré-
escolares e início da escolarização que as crianças aprendem a ler e escrever e 
desenvolvem a capacidade de prestar atenção à fala analisando-a em seus 
diversos segmentos, a saber, fonemas, sílabas e palavras. 
Algumas pesquisas sugerem que a introdução formal no sistema 
alfabético seria o fator ou causa primordial para o desenvolvimento da 
consciência fonológica (Morais et al. 1979; Read et al., 1986). Por outro lado, há 
resultados que sugerem ser a consciência fonológica um pré-requisito para a 
aprendizagem da leitura e escrita alfabéticas (Bradley & Bryant, 1983; Carraher 
& Rego, 1981; 1984; Rego, 1983a; 1983b). 
Em artigo posterior, Morais (Morais, Alegria & Content, 1987) insiste sobre 
as relações entre aquisição da escrita e análise segmental, considerando esta 
última como uma das manifestações da consciência fonológica. 
A controvérsia entre os resultados das pesquisas parece dever-se, 
sobretudo, à complexidade do conceito de consciência fonológica, que abrange 
habilidades que vão desde a simples percepção global do tamanho das palavras 
e/ou de semelhanças fonológicas entre elas, até a efetiva segmentação e 
manipulação de sílabas e fonemas. A partir disso, alguns autores têm sugerido 
19 
 
 
a existência de diferentes níveis de consciência fonológica, alguns dos quais 
provavelmente precedem a aprendizagem da leitura e escrita, enquanto outros 
parecem ser mais um resultado dessa aprendizagem (Bryant & Bradley, 1985), 
havendo também provável diferença em termos das habilidades envolvidas na 
segmentação silábica e fonêmica (Morais et al., 1986; 1989; Bertelson et al., 
1989). 
Na verdade, o desenvolvimento da consciência fonológica parece estar 
relacionado ao próprio desenvolvimento simbólico da criança, no sentido dela vir 
a atentar para o aspecto sonoro das palavras (significante) em detrimento do seu 
aspecto semântico (significado). Com efeito, alguns estudos têm demonstrado 
que há um longo caminho a percorrer até que a criança perceba que a escrita 
não representa diretamente os significados, mas sim os significantes verbais a 
eles associados. E mesmo quando ela descobre essa relação entre escrita e 
fala, ainda há todo um processo de elaboração cognitiva no sentido de 
compreender como se dá essa relação, a saber, através da correspondência 
entre grafemas e fonemas (Ferreiro & Teberosky, 1986). 
Estudos realizados por Carraher e Rego (1981; 1984) têm sugerido que a 
base cognitiva necessária para que a criança possa perceber as palavras 
enquanto sequências de sons a serem representados graficamente, estaria na 
superação do realismo nominal. Esse conceito, desenvolvido por Piaget (1926), 
refere-se à confusão estabelecida pela criança pequena entre significantes e 
significados, com tendência a atribuir às palavras características daquilo que 
elas representam, pela dificuldade em perceber o caráter convencional e 
arbitrário dos nomes. A superação do pensamento realista nominal possibilitaria, 
assim, a completa distinção entre significantes e significados e a consequente 
compreensão das palavras enquanto signos verbais arbitrários, capazes de 
serem representados graficamente, facilitando a aquisição da escrita. A pesquisa 
descrita a seguir teve como objetivo estudar a relação entre consciência 
fonológica e aquisição da linguagem escrita a partir de uma perspectiva 
psicogenética, buscando investigar alguns aspectos evolutivos relativos a esses 
conceitos, em especial a influência do realismo nominal no desenvolvimento da 
consciência fonológica. A possível influência do fator sexo, bem como dos 
20 
 
 
diferentes níveis de análise fonológica da palavra (segmentação silábica e 
fonêmica; percepção de rimas e aliterações) foram outros aspectos pesquisados. 
Consciência fonológica é definida como um conjunto de habilidades 
explícitas e conscientes de identificar, manipular e segmentar sons da fala até o 
nível dos fonemas (CUNNINGHAM, 1990; LIBERMAN et al., 1974; MORAIS, 
1996). Exercitando essas habilidades, o indivíduo é capaz, por exemplo, de 
formar novas palavras (pela recombinação de sons de palavras diferentes, pelo 
acréscimo ou remoção de sons de uma palavra), de encontrar palavras 
embutidas em outras, de realizar diferentes tipos de jogos com a sonoridade das 
palavras. A evolução dessas habilidades geralmente é gradativa; tem início na 
discriminação de expressões, palavras ou sílabas dentro de unidades mais 
amplas de fala, progride para a discriminação de rimas, aliterações e sílabas, e 
só depois é que se chega à consciência dos fonemas como unidades 
independentes na fala (ALÉGRIA, LEYBAERT; MOUSTY, 1997; GONZÁLEZ; 
GARCIA, 1995; LIEBERMAN et al., 1974). Essa evolução parece ser função do 
nível de exigência cognitiva em cada tarefa. 
Lundberg, Frost e Petersen (1988) propuseram que, considerando-se as 
exigências de natureza cognitiva e as características específicas de diferentes 
habilidades de consciência fonológica, elas fossem analisadas em três grupos 
distintos: habilidades supra segmentares, habilidades silábicas e habilidades 
fonêmicas. Habilidades supra segmentares são as habilidades fonológicas mais 
simples do ponto de vista de exigência cognitiva e se utilizam apenas das 
diferenças ou semelhanças de sonoridade da fala; podem ser expressas em 
tarefas como julgar se palavras apresentam ou não a mesma sonoridade inicial 
ou final. Habilidades silábicas requerem identificação e discriminação de sílabas; 
podem ser expressas em tarefas como segmentar palavras em sílabas e 
adicionar ou remover sílabas de palavras. As sílabas são mais claramente 
percebidas quando produzidas isoladamente, facilitando sua identificação. 
Habilidades fonêmicas requerem identificação e discriminação de fonemas; 
podem ser expressas em tarefas como decompor ou recompor palavras com 
base em seus fonemas constituintes. Os fonemas são, por definição, as 
unidades mínimas da fala. No entanto, há uma grande dificuldade em torná-los 
audíveis se produzidos isoladamente, tornando mais complexa sua identificação. 
21 
 
 
Segundo Lundberg, Frost e Petersen (1988), quando se comparam as sílabas 
com os fonemas, as sílabas mostram-se unidades mais acessíveis da fala, mais 
isoláveis, mais salientes e menos abstratas e para perceber as sílabas, as 
crianças não ignoram a unidade natural da fala. Quanto aos fonemas, há grande 
dificuldade em torná-los audíveis quando produzidos isolados, pois os 
segmentos fonêmicos não parecem estar disponíveis espontaneamente. 
Libermam et al (1974), por sua vez, sugeriram que as dificuldades e o 
desenvolvimento mais tardio em habilidades fonêmicas podem ocorrer devido ao 
grandenúmero de elementos fonéticos que devem ser reconhecidos quando se 
trabalha com fonemas. Ao segmentar uma palavra em sílabas, por exemplo, a 
criança geralmente trabalha com a metade dos elementos que devem ser 
trabalhados ao segmentar uma palavra em fonemas. Dessa forma, as tarefas 
envolvendo fonemas requerem da criança uma habilidade mais refinada e maior 
esforço de memória. 
A despeito da importância da consciência fonológica e, sobretudo, da 
consciência fonêmica, intervenções baseadas somente em promoção dessas 
habilidades isoladamente tem efeitos negligíveis (ADAMS, 1990), mas podem se 
tornar muito efetivas quando combinadas com o ensino do nome das letras e, 
sobretudo, com o ensino de relações entre sons e letras (EHRI et al., 2001; 
HATCHER; HULME; SNOWLING, 2004; HULME et al., 2005), que culminem no 
domínio do princípio alfabético. 
O princípio alfabético é definido como a capacidade de perceber que os 
sons são representados por letras e que quando um fonema particular ocorre em 
uma determinada palavra, em uma dada posição, este pode ser representado 
por uma ou por mais de uma letra (BYRNE, 1998; BYRNE; FIELDING-
BARNSLEY, 1989). 
Embora o desenvolvimento de habilidades de consciência fonológica 
possa ter início muito cedo (BRADLEY; BRYANT, 1983; CARRAHER; REGO, 
1984; CAPOVILLA; CAPOVILLA, 1998; LIBERMAN et al., 1974; TORGENSEN; 
WAGNER; RASHOTTE, 1994), seu aprimoramento e pleno desenvolvimento 
parece depender da exposição formal ao sistema alfabético, com a aquisição de 
leitura e escrita (GOSWANI; BRYANT, 1990; MALUF; BARRERA, 1997; 
22 
 
 
MORAIS et al, 1979; MORAIS; MOUSTY; KOLINSKY, 1998). Essa constatação 
empírica tem fundamentado a noção de que as relações entre o desenvolvimento 
de consciência fonológica e a aquisição de leitura e escrita são de reciprocidade 
e interdependência: a consciência fonológica facilita a aquisição de leitura e de 
soletração, mas a aquisição de leitura e escrita, por sua vez, favorece o pleno 
desenvolvimento e o refinamento das habilidades de consciência fonológica 
(ADAMS, 1990; MORAIS; MOUSTY; KOLONSKY, 1998), especialmente a 
consciência fonêmica (BURGESS; LONIGAN, 1998; HULME et al., 2005; JUEL; 
GRIFFITH; GOUGH, 1986; LUNDBERG, 1998; MORAIS, 1996). Portanto, se por 
um lado certo nível de consciência fonológica é requisito para aprender a ler e 
soletrar, por outro, habilidades de consciência fonológica podem ser ampliadas 
e refinadas pela exposição do indivíduo a palavras impressas e à aquisição de 
correspondências entre grafemas e fonemas, na leitura e na escrita. 
Estudos experimentais clássicos na área, como os de Libermam et al. 
(1974), Juel, Griffith e Gough (1986), Yopp (1988), Byrne e Fielding-Barneley 
(1989) e Morais (1996), têm demonstrado que o treinamento em consciência 
fonológica melhora as habilidades de leitores pré-escolares nas séries iniciais e 
que crianças pré-escolares apresentam maiores dificuldades em realizar tarefas 
envolvendo fonemas, pois ainda não possuem o apoio da escrita. Contudo, as 
crianças também continuam a ganhar conhecimento adicional da estrutura 
linguística à medida que aprendem a ler. De acordo com Jenkins e Bowen 
(1994), o desenvolvimento da consciência fonêmica requer experiências 
específicas, como instruções formais que explicitem as regras de mapeamento 
dos sons da fala na escrita alfabética. Assim, para que a criança consiga ser 
capaz de identificar fonemas individuais, ela precisa receber instrução explícita 
sobre as correspondências entre os elementos fonêmicos da fala e os elementos 
grafêmicas do texto. 
A ausência de um repertório das habilidades discriminativas e 
manipulativas relativas aos sons da fala pode, portanto, estar na origem de 
dificuldades na aquisição de leitura. Em estudos sobre aquisição de leitura 
encontramos episódios de dificuldades na aprendizagem que, aparentemente, 
não estavam relacionados a problemas com o material, com o procedimento ou 
com o potencial do aluno; antes, sugeriam ausência de habilidades de 
23 
 
 
consciência fonológica (DE ROSE; DE SOUZA; HANNA, 1996; DE ROSE et al, 
1989; HANNA et al, 2004). 
 
 
Fonte: https://superareeducacional.com.br/carta-ao-leitor/ 
 
 
 
SISTEMAS CONSONANTAIS DO PORTUGÊS E DO 
ESPANHOL 
O sistema fonológico do português é composto por 19 fonemas 
consonantais e por 7 fonemas vocálicos (MATTOSO CÂMARA JR, 1984). Alguns 
desses fonemas, por sua vez, podem apresentar mais de uma forma e são 
denominadas alofones. O português brasileiro (PB) possui muitos alofones e isso 
pode dificultar a aprendizagem dessa língua como LE. Essa complexidade é 
explicada pelo fato de que os mesmos sons considerados fonemas em uma 
língua podem apresentar diferentes realizações alofônicas em outra 
(FERNÁNDEZ, 2001, p. 83). Nesse caso, o aprendiz precisa não só adquirir os 
fonemas da língua, mas também reconhecer suas diferentes possibilidades. O 
sistema fonológico do espanhol, por sua vez, apresenta-se em menor número, 
sendo composto por 17 consoantes e por 5 vogais. Quanto aos alofones, dentre 
24 
 
 
as consoantes/s/, /l/, /r/ e /R/. A dificuldade entre os sons /s/ e /z/ acontece em 
duas direções, a saber, (i) o aprendiz brasileiro, por partir de um sistema 
fonológico maior, pode transferir a produção desses sons para o espanhol; (ii) já 
o aprendiz hispano falante, esse precisa adquirir o fonema /z/não existente em 
sua língua. Logo, esses aprendizes terão de criar novas categorias fonético-
fonológicas e isso pode dificultar a aprendizagem da L2. As consoantes líquidas, 
por sua vez, formam uma classe especial em diversas línguas devido à sua 
facilidade para combinar-se com outras consoantes e formar os chamados 
encontros consonantais (GOMES, 2013). As líquidas abarcam as laterais /l, ´/, 
os glides /j, w/ e os vários tipos de /r/. Essas consoantes compartilham entre si o 
traço aproximante (LADEFOGED, 1975 apud BISOL, 2010), aspecto esse que 
pode motivar o aparecimento de alofones, como é o caso da troca da líquida /l/ 
pelo glide /w/ no PB, quando essas se encontram em posição final de sílaba 
(salto/sal). Consequentemente, falantes brasileiros, aprendizes de espanhol 
como LE, acabam realizando /w/ no lugar de /l/ também na língua-alvo. 
 
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