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Relato Individual -

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Universidade Paulista – UNIP
Curso: Psicologia - Campus: Tatuapé
Disciplina: Práticas Sociais e Subjetividade
Docente: Prof. Dr. José Raimundo Evangelista da Costa
Local: Vale do Anhangabaú
Data: 24/09/2022
Duração: 2h
Aluno(a): Tânia Aparecida Ferreira Teodoro RA: F130509 - TURMA: PS6S33
ESTÁGIO BÁSICO DO NÚCLEO COMUM 
RELATO INDIVIDUAL 
TEMA DA OBSERVAÇÃO: POPULAÇÃO DE RUA
OBSERVAÇÃO: No Vale do Anhangabaú início a observação em um sábado pela manhã. O tempo está agradável, nem muito calor, nem muito frio, só o vento que está um pouco gelado. O Local depois da reforma está pouco arborizado com banheiros públicos e vários e lixeiras, porém percebi que não está bem conservado, temos lugares pinchados, lixeiras quebradas e os banheiros sem condição de uso devido a sujeira. O lugar é bem movimentado principalmente por jovens devido a pista de Skates, mas observei turistas, pessoas tirando foto e idosos. Os moradores de rua estão por toda parte, mas um pouco afastado do local e os que estão mais próximos estão em barracas, mas só consegui ver uma barraca os demais estão deitados em papelões e em barracas, mas estão afastados.
	Alguns dos moradores de rua quando as pessoas passam pedem dinheiro e outros ficam deitados só observando as pessoas que passam com um olhar triste e alguns com um olhar pensativo e outros estão procurando comida no lixo, papelão e materiais para reciclagem como latinhas. É possível observar que muitos dos moradores de rua tem carrinho para catar papelão e outros usam o carrinho de feira para guardar os seus pertences, catar reciclagem ou carregar um cachorrinho, e aproveito para ressaltar que muitos moradores de rua do local tem um cachorro e são muito bem tratados com um lugar para comer, beber água e dormir.
O que mais me chama atenção é um senhor com uma barba bem grande que aparenta ter entre 58 e 61 anos de shorts e camisa verde, ele empurra um carrinho de madeira em uma rua ao lado e o carrinho está cheio de coisas e papelão. Ele está suado e em um dado momento ele para o carrinho e tira sua camisa e passa no rosto para limpar o suor. Quando olho mais acima do carrinho de madeira, observo um menino que aparente uns 6 anos, ele está dormindo enrolado no cobertor. Fiquei surpresa com o que vi, nunca tinha visto aquela cena e fiquei preocupada também com medo de em algum momento aquele menino cair do carrinho. 
Mas pelo que percebi eles estão acostumados, porque logo a frente próxima a uma senhora que está comendo um marmitex, ele chama o menino e vejo quando o garoto se levanta e desce do carrinho. O senhor começa a tirar algumas coisas que estão no carrinho e coloca ao lado de uma cabana improvisada com cobertores, acredito que aquela senhora fica olhando as coisas para ele enquanto ele sai em busca de recicláveis. O fluxo de morador de ruas no Vale do Anhangabaú é grande em todo momento que estive ali observando, percebi que cada um respeita o espaço do outro, nas demais observações também havia percebido isso, mas nessa observação isso ficou ainda mais claro. 
COMPREENSÃO DA OBSERVAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	
Pessoas em situação de rua infelizmente temos em vários lugares, a reforma do vale do Anhangabaú, não diminuíram os problemas dos moradores de rua, mas sim fizeram com que eles se mudassem para outros locais. Segundo Machado (2022), o que podemos perceber e que essa inclusão social continua não existindo e sim cada vez mais percebemos que a situação do morador de rua permanece é que todo o contexto de melhoria social é contraditório eles continuam sendo invisíveis em nossa sociedade.
De acordo com Menezes (2022), os moradores de rua sofrem violências todos os dias, são tratados com indiferença onde padecem nas praças sem nenhuma empatia e através da zeladoria urbana conhecia como higienização do local, muitas vezes tiram suas poucas coisas e os expulsão do local como lixos não apresentando nenhum sentimento de comoção com as pessoas e famílias simplesmente por entender que eles não fazem parte daquele contexto então não devem permanecer no local. Uma visão totalmente egoísta e egocêntrica onde o que na verdade importa é mostra o que para eles tem relevância e esconder o que precisa de fato ser resolvido. O morador de rua não é visto como prioridade e Segundo Mendonça (2020, p. 65), “Com essa medida, fica claro que o objetivo é forçar o grupo a buscar os abrigos e deixarem as ruas, em nome da Cidade Linda”. Todo o projeto do Valle do Anhangabaú é só mais um desses projetos em que não há nenhuma preocupação com as famílias que estão sem moradias, mesmo tendo ciência que há prédios que estão vazios no local. 
O que é possível perceber é que esse tipo de obra tem por objetivo fazer uma higienização do local, expulsando os moradores de rua para que possa haver uma valorização do local, ou seja, uma obra pensando somente em fins lucrativos. Então o que presenciamos é um governo que finge ajudar, mas que infelizmente está preocupado somente em mascará o problema. As políticas públicas de fato existem, mas infelizmente não funcionam como deveria, ou seja, ela não serve para acolhimento de quem precisa as mudanças são feitas geralmente por instituições que não faz parte desse contexto, mas que estão preocupados com a situação que infelizmente vem crescendo a cada dia.
REFERÊNCIAS: 
MACHADO, Giancarlo Marques Carraro. Cidade para quais pessoas? Sobre as contradições da reforma do Vale do Anhangabaú. Tempo Social, v. 34, p. 153-174, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ts/a/Jtcp9GGSh9qgbdDT7mS8Jvw/. Acesso em: 24 set. 2022.
DE SÁ MENEZES, Rafael Lessa Vieira. Moradia Primeiro: novos paradigmas nas políticas públicas para a população de rua. Editora Dialética, 2022. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=j2SLEAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT5&dq=morador+de+rua+no+vale+do+anhangaba%C3%BA&ots=pm8WSfwjWX&sig=uc_8Kn7R_W55oZgJaNUkFmH7jxM#v=onepage&q&f=false. Acesso em: 24 set. 2022.
MENDONÇA, Daniele Gruppi de. População em situação de rua: como as ações e políticas públicas são representadas na Folha de São Paulo. 2020. Disponível em: file:///C:/Users/sandy/Downloads/2020_DanieleGruppideMendon%C3%A7a.pdf, Acesso em: 24. set. 2022.

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