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Relato Individual - 08 10

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Universidade Paulista – UNIP
Curso: Psicologia - Campus: Tatuapé
Disciplina: Práticas Sociais e Subjetividade
Docente: Prof. Dr. José Raimundo Evangelista da Costa
Local: Jardim Grimaldi
Data: 08/10/2022
Duração: 2h
Aluno(a): Tânia Aparecida Ferreira Teodoro RA: F130509 - TURMA: PS6S33
ESTÁGIO BÁSICO DO NÚCLEO COMUM 
RELATO INDIVIDUAL 
TEMA DA OBSERVAÇÃO: POPULAÇÃO DE RUA
OBSERVAÇÃO: Observação se inicia no período da manhã no Jardim Grimaldi, Zona Leste de São Paulo. Estou sentada na praça, está uma manhã de sol e por se tratar de um sábado algumas pessoas estão fazendo esporte na praça. Logo a minha frente observo dois moradores de rua deitados em frente de um supermercado Nagumo, como o supermercado ainda não abriu eles permanecem deitados, acredito que dormindo.
	É muito comum ver morador de rua dormindo em frente de mercados, lojas, bancos e quando eles estão em funcionamento eles se deslocam para outros lugares. Depois de meia hora de observação uma das pessoas que está deitada no estacionamento do mercado se levanta, é um homem que aparenta ter uns 42 anos, de calca Jens, chinelos e blusa de manga comprida. Ele se levanta e fica sentado ao lado da outra pessoa, ele arruma alguma coisa no carrinho de feira que está ao lado e tira o cobertor que esta estava deitado, dobra e coloca dentro do carrinho. Vejo que ele atravessa a rua e fica parado do lado da entrada da padaria, assim que um senhor sai da padaria ele fala algo e o senhor volta para dentro da padaria, após alguns minutos quando esse senhor sai ele entrega ao morador um saco pequeno que parece ter pão e um copo de acredito ser de café com leite, ele então atravessa a rua e senta ao lado da outra pessoa que parece estar dormindo, vejo quando ele chama a pessoa e entrega o copo que ganhou, a pessoa se levanta e é outro senhor de aproximadamente 48 anos e ele divide o pão que ganhou.
	Eles não permanecem muito tempo no local, como começa a chegar funcionários do mercado, os dois após comer se levantam e colocam as coisas dentro do carrinho de feira, acredito que eles já sejam conhecidos do mercado porque alguns funcionários que chegam acenam para eles, outro funcionário parou e conversou algo com eles, sorriu acenou e entrou no mercado. Os moradores se levantam e pegam as coisas, à procura de um outro destino para ficar. Em toda essa observação foi interessante ver que nem todo mundo usa de preconceito com o morador de rua e que ainda temos pessoas que tem sentimento de empatia, se comove com o sofrimento, entendendo que nem sempre as pessoas estão nas ruas por opção, mas sim que situações levam para que eles venham a morar nas ruas e ali permanecerem.
COMPREENSÃO DA OBSERVAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	Compreendermos a situação que leva uma pessoa a morar nas ruas não é facial, porque falamos de histórias e cada pessoa tem a sua história então não nos cabe julgar, apenas tentar ajudar. Segundo Filgueiras (2019), o morador de rua é considerado como indesejado e a sua presença polui o ambiente por esse motivo ele é expulso de estacionamento de mercados, lojas, bancos e demais lugares e geralmente é maltratado pelos donos e funcionários do local, devido as coisas que carregam, a forma que estão vestidos o mau cheiro, ou seja, por estereótipos que foram criados sobre eles, são totalmente invisíveis.
	De acordo com Menezes (2022), “Indiferença quando na pressa do cotidiano não há tempo para oferecer um abrigo a alguém em que se tropeçou porque adormecera na calçada; não há interesse em saber do que precisa aquele que padece na praça”. É muito comovente observar que ainda há pessoas que se importam como nesse caso, o senhor que alimentou o morador de rua, os funcionários do mercado que acenaram para eles, que parou e conversou é gratificante, porque conseguimos ver o outro lado do ser humano. A empatia transforma situações, entender que muitas vezes a situação não se trata de escolha, mas sim problema social nos perceber que todos nos precisamos uns dos outros e que criar um estereótipo sobre uma pessoa só traz discriminação e dor para aquele que infelizmente está naquela situação, porque independente de ser uma necessidade ou uma escolha isso não faz com que uma pessoa seja superior a outra.
	Quando se faz algo para aqueles que são menos favorecidos conseguimos de alguma forma mostra a sociedade de cada um fazendo a sua parte é possível obter um bom resultado. Conforme Sicari e Zanella (2018), temos diversos estereótipos criados a respeito do morador de rua, mas infelizmente ele vive de acordo com a sua realidade e como a sociedade estabelece para eles, não sabemos o tamanho da dor de muitos que vivem nas ruas, todo o processo que eles passam todos os dias, ou seja, a luta pela sobrevivência
. 
REFERÊNCIAS: 
FILGUEIRAS, Cristina Almeida Cunha. Morar na rua: realidade urbana e problema público no Brasil. Cadernos Metrópole, v. 21, p. 975-1004, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cm/a/JDs5DqSqSxZqjCb4mhtJs6D/abstract/?lang=pt. Acesso em: 08 de out. 2022
DE SÁ MENEZES, Rafael Lessa Vieira. Moradia Primeiro: novos paradigmas nas políticas públicas para a população de rua. Editora Dialética, 2022. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=j2SLEAAAQBAJ&oi. Acesso em: 08 de out. 2022
SICARI, Aline Amaral; ZANELLA, Andrea Vieira. Pessoas em situação de rua no Brasil: revisão sistemática. Psicologia: ciência e profissão, v. 38, p. 662-679, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/zZmF6jcYxpRqGS4b5QMX9sQ/abstract/?lang=pt. Acesso em: 08 de out. 2022