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- -1 GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO ANÁLISE DE CRITICIDADE DE SISTEMAS E COMPONENTES - -2 Olá! Nesta aula, abordaremos as análises de criticidade. Essas análises nos permitem identificar o impacto da indisponibilidade de equipamentos e sistemas industriais. Além disso, possibilitam-nos observar as interações entre processos, modelos de confiabilidade, variações dos parâmetros e características operacionais de cada processo. Bons estudos! Ao final desta aula, você será capaz de: • Identificar as aplicações práticas e características da distribuição Weibull na Engenharia da Confiabilidade. • - -3 Nesta aula, abordaremos as análises de criticidade. Segundo Baran et al (2013): Essas análises consistem em identificar o impacto da indisponibilidade de equipamentos e sistemas [Ou demais eventos externos que afetam o processo] durante determinado período deindustriais tempo, observando as interações entre processos, modelos de confiabilidade, variações dos parâmetros e características operacionais de cada processo. Dessa forma, gerir a criticidade de todos os equipamentos de uma planta industrial é fundamental para sua política de manutenção, definindo onde e como será a atuação da manutenção em cada equipamento, distribuindo e gerenciando os recursos de maneira eficaz. Moss e Woodhouse (1999) observam que a "criticidade" está sujeita a diferentes interpretações: Depende do objetivo e contexto no qual ela é analisada, definindo criticidade como o atributo que expressa à importância da função de um equipamento ou sistema dentro de um processo produtivo, sob os aspectos de segurança, qualidade, meio ambiente ou outros critérios específicos. Aven (2009) ressalta que a criticidade informa o quanto um equipamento pode ser fundamental dentro do contexto operacional de um sistema: Sua falha ou baixo desempenho podem acarretar graves consequências, como acidentes com pessoas, danos ambientais, impactos econômicos e operacionais, sendo a criticidade diretamente proporcional ao impacto desse equipamento no processo. 1 Análise de criticidade de sistemas e componentes Podemos definir como uma maneira de identificar e classificar efeitos e eventosanálise de criticidade potenciais baseados no impacto que causa para um determinado processo. Os riscos estudados, a confiabilidade de projetos e plantas em operação são exigências expressas em sistemas ambientais e de segurança, nas formas quantitativa ou qualitativa. Em relação à abordagem quantitativa, refere-se à obtenção de um número crítico a partir das taxas de falhas, taxas de efeitos das falhas com valores conhecidos e confiáveis. - -4 2 Coordenação dos trabalhos de manutenção Apresentamos no quadro a seguir os principais critérios utilizados na avaliação de criticidade de equipamentos e sistemas industriais: Fonte: Baran et al (2013). Importante Informações puramente técnicas não são suficientes para determinar a criticidade de um equipamento, devendo ser acrescentados outros critérios como: - Relações interfuncionais dos equipamentos-processo; - Risco derivado do potencial de falha; - Impactos financeiros e políticas ambientais; - Segurança; - Aspectos econômicos; - Qualidade, além de critérios específicos de cada segmento industrial. (Siqueira, 2009) 3 Planejamento, programação e controle da manutenção Nas instalações industriais, as paradas para manutenção constituem uma preocupação constante para a programação da produção. Se as paradas não forem previstas, ocorrem vários problemas, tais como: atrasos no cronograma de fabricação, indisponibilidade da máquina, elevação dos custos etc. - -5 Para evitar esses problemas, as empresas introduziram, em termos administrativos, o planejamento e a programação da manutenção. No Brasil, o planejamento e a programação da manutenção foram introduzidos durante os anos 1960. A função planejar significa conhecer os trabalhos e os recursos para executá-los e tomar decisões. A função programar significa determinar pessoal, dia e hora para a execução dos trabalhos. Um plano de manutenção deve responder as seguintes :perguntas As três perguntas da esquerda são essenciais para o planejamento, e as três da direita, imprescindíveis para a programação. O plano de execução deve ser controlado para se obter informações que orientem a tomada de decisão quanto a equipamentos e equipes de manutenção. O controle é feito por meio de coleta e tabulação de dados, seguidos de interpretação, desta forma que são estabelecidos os padrões ou normas de trabalho. 4 Relacionamento No relacionamento institucional, verifica-se que duas áreas – Engenharia e Suprimentos – devem ter a interface com a Manutenção bem definida, em função do impacto que causam tanto nos serviços de manutenção como nos resultados empresariais. - -6 Contudo, mesmo sabendo que essas interfaces são essenciais, seu tratamento deixa a desejar em um grande número de empresas. Como resultado, ocorrem, dentre outros: Interface Manutenção - Suprimentos • Perda de tempo na requisição ou localização dos itens em estoque; • Requisição errada de sobressalentes; • Inexistência do item em estoque (estoque "zero"); • Material danificado por armazenamento inadequado; • Material requisitado diferente do especificado (compra ou recebimento malfeito). Todos esses problemas acarretam um TMPR (tempo médio para reparo) maior que o desejável ou programado refletindo diretamente na redução da disponibilidade dos ativos. Interface Manutenção - Engenharia • Pouca ou nenhuma participação da Manutenção nos projetos de novas obras ou melhorias; • Inexperiência do pessoal da Engenharia em equipamentos/ sistemas; • Falta de planejamento ou inclusão no projeto de: treinamento de pessoal, comissionamento, testes e start-up; • Aquisição inadequada de sobressalentes e equipamentos; • Documentação inadequada e inexistência de .as-built Esses são os problemas, dentre outros: • Induzem a ocorrência de uma "taxa de mortalidade infantil" elevada; • Afetam a confiabilidade dos equipamentos, sistemas ou instalações; • Diminuem a continuidade operacional (disponibilidade da planta); • Geram um grande passivo para a Manutenção enquanto, via de regra, é sua a responsabilidade pela instalação após a entrega da obra. 5 Técnica Considerando a parte técnica como o atributo ligado à capacidade de resolver os problemas dos ativos – equipamentos e sistemas – através de ações de engenharia, verifica-se que seu atendimento depende da: 1- Política adotada na manutenção dos ativos; 2- Existência e funcionamento de um grupamento de Engenharia de Manutenção; 3- Sistemática de treinamento e capacitação de pessoal; 4- Planejamento e coordenação dos trabalhos de manutenção. 6 Política adotada na manutenção dos ativos A primeira e mais importante ação na definição da política a ser adotada na manutenção dos ativos é a elaboração da , ou seja, definição da importância dos equipamentos e sistemas em relaçãomatriz de criticidade à produção, segurança, meio ambiente e custos. • • • • • • • • • • • • • • - -7 A falha do equipamento: 7 Coordenação dos trabalhos de manutenção Primeira atividade de qualquer ação, o planejamento está diretamente ligado à produtividade da manutenção, ou seja, à melhor aplicação dos recursos disponíveis, que são limitados. Duas funções básicas devem ser exercidas pela Coordenação de Serviços da Manutenção; são elas: 1- Controlar o nível de utilização do software de gerenciamento de serviços na manutenção; 2- Controlar o treinamento de pessoal no domínio desse software. Figura 1 - Planejamento e Controle dos Serviços de Manutenção Fonte: Xavier e Rodrigues, 2010 - -8 8 Execução Grupamento responsável pela execução dos serviços de Manutenção que tem a seu cargo a garantia da qualidade dos serviços e o feedback à Engenharia de Manutenção, Planejamento e Controle da Manutenção e à própria Inspeção. A Engenharia de Manutenção inclui normalmente as seguintes atribuições: - Elaboração dos planosanuais de preventiva e preditiva; - Controle, análise e diagnóstico da manutenção preditiva; - Análise de falhas; - Material e sobressalentes; - Sustaining, melhorias ou pequenos projetos; - Acompanhamento de grandes projetos conduzidos pela Engenharia; - Apoio ao dia a dia em situações especiais. Figura 2 - Estrutura organizacional da manutenção Fonte: Xavier e Rodrigues, 2010 - -9 9 Projetos e planos de ação Projeto e planos de ação devem ser desenvolvidos a partir das Diretrizes da Diretoria da Empresa. Ou seja, as devem estar alinhadas com as metas que a empresa pretende atingir.ações Os planos de ação devem ser elaborados com a participação da equipe da manutenção. O mais usual é a participação dos supervisores, engenheiros e gerente. Esse alinhamento, que permite a todos os setores da empresa trabalhar orientados segundo a mesma direção, é obtido através do Gerenciamento pelas Diretrizes. Figura 3 - Gerenciamento pelas Diretrizes Fonte: Xavier e Rodrigues, 2010 Pessoal treinado e qualificado É importante ressaltar que o treinamento de pessoal não se limita às necessidades técnicas ligadas aos equipamentos. Aspectos como segurança, meio ambiente, análise de falhas, 7S e ferramentas da qualidade são importantes para formatar um perfil adequado e participativo do pessoal na solução dos problemas e indicação das melhorias. Fique ligado - -10 Fonte: Xavier e Rodrigues, 2010 10 Investimentos em manutenção As decisões de investimentos em ativos fixos e sua manutenção devem ser tratadas como estratégia. A visão e a missão de otimizar os inventários passa pelo processo de definição e hierarquização de expectativa e escolha do equipamento, nível de serviço esperado, política de estoque de segurança, quantidade e tempo de entrega das manufaturas. As estratégias e técnicas voltadas para a manutenção A meta de gerenciamento de produção e manutenção, segundo . (2009), passa por fases eMárquez et al respectivas ferramentas específicas em busca de melhor retorno, maior disponibilidade e desempenho do equipamento, e chega à análise do ciclo de vida dos ativos. Ele propõe oito fases e ferramentas no trato da manutenção, fases estas que apresentam uma sequência de evolução de técnicas com focos específicos, ou seja, efetividade, eficiência, avaliação e melhoria – uma espécie de PDCA ( ) da manutenção.plan, do, checkandaction Objetivando contribuir para o conhecimento sobre estratégias e técnicas voltadas para a manutenção de classe mundial, serão apresentadas simultaneamente pesquisas feitas com materiais publicados – livros e artigos – por autores da área de gestão estratégica voltada para a manutenção. Veja a seguir. Figura 4 - Modelo de Gerenciamento e Técnicas de Manutenção Fonte: Adaptado de Márquez et al. (2009) - -11 Fonte: Adaptado de Márquez et al. (2009) O que vem na próxima aula • Metodologia 5S; • Manutenção autônoma; • RCM - Reliability-centredmaintenance; • TPM - Total productivemaintenance. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Conheceu a importância das análises de criticidade; • Conheceu a política de manutenção, definindo onde e como será a atuação da manutenção em cada equipamento, distribuindo e gerenciando os recursos de maneira eficaz. Referências KARDEC, Alan; NASCIF, Julio. Manutenção função estratégica. 2. ed. 2. reimpr. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. TECEM. Tecnologia Empresarial Ltda. Relatórios de avaliação e diagnóstico da TECEM. Belo Horizonte, 2000 /2005. Saiba mais Estratégia de Manutenção: estrutura, ferramentas, benefícios/ custos e melhoria contínua. Disponível em: https://www.pucpcaldas.br/graduacao/administracao/revista/artigos/v6n1/v6n1a3.pdf A Gestão da Manutenção de Equipamentos em uma instituição pública de C&T em Saúde. Disponível em: http://jetaconsul .dominiotemporario .com/doc /Gestao_da_Manutencao_em_Uma_Instituicao_Publica_de_Saude.pdf A importância da gestão na Manutenção. Disponível em: http://www.fatec.edu.br/html/fatecam/images/stories/dspti_ii /asti_ii_texto_referencia1_gestao_manutencao.pdf • • • • • • Olá! 1 Análise de criticidade de sistemas e componentes 2 Coordenação dos trabalhos de manutenção 3 Planejamento, programação e controle da manutenção 4 Relacionamento 5 Técnica 6 Política adotada na manutenção dos ativos 7 Coordenação dos trabalhos de manutenção 8 Execução 9 Projetos e planos de ação 10 Investimentos em manutenção O que vem na próxima aula CONCLUSÃO Referências