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Prévia do material em texto

Nutrição e 
Atividade Física 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Silvana Ramos Atayde 
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin 
Necessidades Nutricionais do Atleta e Modificações Dietéticas
Necessidades Nutricionais do Atleta 
e Modificações Dietéticas
 
 
• Analisar necessidade nutricional para o exercício;
• Desenvolver Plano Alimentar para atletas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Necessidades Energéticas para o Exercício Físico;
• Nutrição, Dieta e Atividade Física;
• Modificação dos Hábitos Alimentares Durante o Exercício.
UNIDADE Necessidades Nutricionais do Atleta e Modificações Dietéticas
Necessidades Energéticas 
para o Exercício Físico
A estimativa da necessidade energética de indivíduos esportistas e atletas pode ser 
realizada de forma direta ou indireta. 
A forma direta inclui as Técnicas da Água Duplamente Marcada e Calorimetria. 
Entretanto, essas técnicas são normalmente inviáveis do ponto de vista prático por 
apresentarem alto custo e difícil execução, sendo utilizadas, principalmente, em pes-
quisas científicas. 
A forma indireta é representada pelas equações de predição, as quais foram criadas a 
partir das técnicas diretas, sendo mais utilizadas na prática clínica da nutrição esportiva.
Para calcularmos o valor de energia gasto ao longo do dia, devemos considerar 
o Gasto Energético Basal (GEB), principal componente do Gasto Energético Total 
(GET) da maioria dos indivíduos. 
Além do GEB, para composição do GET, consideramos, também, o Gasto Ener-
gético com Atividades Físicas (GAF), somado ao gasto com os Processos de Diges-
tão, Absorção e Armazenamento de nutrientes dos alimentos. 
Para atletas e indivíduos fisicamente ativos, o GAF pode superar o GEB e, sendo 
assim, é muito importante estimar adequadamente os requerimentos de energia ocasio-
nados pela atividade física desses indivíduos. 
A dificuldade de cálculo do gasto energético durante a maioria das atividades 
físicas reside no fato de a solicitação energética ser mista. Assim, importa saber 
identificar em que condição é possível medir ou estimar o custo energético e em que 
condição não é possível.
Existem diversas referências para o cálculo do GEB ou da Taxa Metabólica 
 Basal (TMB). 
Na Tabela 1, a seguir, encontramos as equações estipuladas pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS), de acordo com gênero e idade:
Tabela 1 – Equações para a predição da Taxa Metabólica Basal (TMB) 
preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
Homens Mulheres
Idade (anos) TMB (kCal/dia) TMB (kCal/dia)
< 3 60,9 x Pesp - 54 61,0 e Peso - 51
3 - 10 22,7 x Peso + 495 22,5 x Peso + 499
10 - 18 17,5 x Peso + 651 12,2 x Peso + 746
18 - 30 15,3 x Peso + 679 14,7 x Peso + 496
30 - 60 11,6 x PEso + 879 8,7 x Peso + 829
> 60 13,5 x Peso + 487 10,5 x Peso + 596
Fonte: OMS, 1985
8
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Outra referência muito utilizada para homens e mulheres maiores de 19 anos é:
• Para homens: GET = 293 – (3,8 x Idade) + (456,4 x Estatura) + (10,12 x Peso);
• Para mulheres: GET = 247 – (2,67 x Idade) + (401,5 x Estatura) + (8,6 x Peso).
* Idade em anos, estatura em cm e peso em kg.
Para o cálculo da energia gasta referente à atividade física, é utilizada a medida do 
MET (equivalente metabólico). Convencionalmente, admite-se que o custo energético 
em repouso de qualquer avaliado torna-se igual a 1 MET. 
São universalmente aceitas estimativas de 3,5ml de oxigênio utilizado por kg de 
peso, aproximadamente 5kCal, quando uma dieta mista de carboidratos, proteínas e 
lipídios é “queimada” em 1 litro de oxigênio. 
Esses valores podem ser transformados em mililitros (ou litros) de oxigênio por 
quilograma de peso corporal por minuto (ml/kg/min).
Assim:
• 1000ml O2 = 5kcal;
• 200m O2 = 1kcal;
• 1 MET = 3,5 ml O2/kg/min.
A Tabela a seguir apresenta uma classificação em cinco níveis, com base na ener-
gia (Kcal) de que necessitam homens e mulheres destreinados para realizar atividades 
físicas diferentes:
Tabela 2 – Classifi cação em cinco níveis de atividade física com base no dispêndio de energia
Homens Mulheres
Intensidade kCal/min MET’s kCal/min MET’s
Leve 2,0 a 4,9 1,6 a 3,9 1,5 a 3,4 1,2 a 2,7
Moderado 5,0 a 7,4 4,0 a 5,9 3,5 a 5,4 2,8 a 4,3
Pesado 7,5 a 9,9 6,0 a 7,9 5,5 a 7,4 4,4 a 5,9
Muito Pesado 10,0 a 12,4 8,0 a 9,9 7,5 a 9,4 6,0 a 7,5
Extremamente 
Pesado ≥12,5 ≥ 10,0 ≥ 9,5 ≥ 7,6
Fonte: Adaptado de GUEDES; GUEDES, 2006
Vamos, agora, simular o dispêndio energético de uma determinada pessoa do 
sexo masculino:
• Idade: 31 anos;
• Peso: 75 kg; 
• Atividade Física: aeróbica de baixo impacto = 5 METs;
• Duração da atividade física: 1 hora
9
UNIDADE Necessidades Nutricionais do Atleta e Modificações Dietéticas
De acordo com as equações da OMS (1985):
TMB = 11,6 X PESO + 879
TMB = 11,6 X 75 + 879
TMB = 1749 Kcal 
Utilizando o Equivalente Metabólico (MET), podemos estimar qual foi o dispêndio 
energético dessa pessoa durante a realização da atividade física:
MET = 3,5ml O2 X Kg X min
DE = (5 METs X 3,5 ml O2) X kg X min
DE = 17,5 ml O2 X 75 kg X 60 min
DE = 78,750ml = 78,75 ltO2
1 litro = 5Kcal
DE = 78,75 ml x 5Kcal
DE = 393,75Kcal
* D.E. = Dispêndio Energético
* Exemplos de atividades que equivalem a 5 METs
A Tabela a seguir apresenta a classificação de METs de acordo com a atividade 
física, de acordo com Ainsworth et al., 2002.
Tabela 3 – Classificação de METs de acordo com a atividade física, de acordo com Ainsworth
Atividade Física METs Atividade Física METs
Aeróbica 6,50 Corrida 13,8 km/h 14,00
Aeróbica de baixo impacto 5,00 Corrida 12,8 km/h 13,50
Aeróbica de alto impacto 7,00 Corrida 12,0 km/h 12,50
Alongamento 2,50 Corrida 11,2 km/h 11,50
Ballet 4,80 Corrida 10,7 km/h 11,00
Basquete casual 6,00 Corrida 9,7 km/h 10,00
Basquete oficial 7,00 Corrida 8,3 km/h 9,00
Basquete competição 8,00 Corrida 8,0 km/h 8,00
Boxe luta 12,00 Futebol competição 10,00
Caminhada 4,8 km/h (leve) 3,30 Ginástica em geral 4,00
Caminhada 6,5 km/h (mod/forte) 5,00 Hidroginástica 4,00
Caminhada 7,24 km/h (forte) 6,30 Jiu-Jitsu, Judô, Karatê 10,0
Ciclismo < 16,00 km/h 4,00 Musculação Leve 3,00
Ciclismo 16,0 a 19,0 km/h 6,00 Musculação Média 4,50
Ciclismo 19,0 a 22,0 km/h 8,00 Musculação Pesada 6,00
Ciclismo 22,0 a 25,0 km/h 10,00 Natação (livre/forte) 10,00
Ciclismo 25,0 a 30,0 km/h 12,00 Natação (livre/leve) 7,00
Ciclismo > 32,3 km/h 16,00 Natação (livre/médio) 8,50
Corrida 17,5 km/h 18,00 Spinning (*) 9,00
Corrida 16,0 km/h 16,00 Squash 12,00
Corrida 14,4 km/h 15,00 Tênis 7,00
Fonte: AINSWORTH et al., 2002 
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11
Importante!
Uma opção de cálculo rápido para a estimativa da necessidade energética é a utiliza-
ção dos valores propostos pela Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte 
(2009), que preconiza a faixa de 30 a 50kcal/kg/dia. Quando o objetivo é a perda de 
peso, pode-se promover uma redução de 10 a 20% da ingestão energética total, o que 
permite a alteração da composição corporal sem induzir à fome ou à fadiga. 
Fonte: https://bit.ly/37CX5ph
Nutrição, Dieta e Atividade Física
A nutrição e a fisiologia do exercício estão naturalmente interligadas. Uma nutrição 
adequada constitui o alicerce para o desempenho físico, proporciona os elementos 
necessários para o trabalho biológico e as substâncias químicas para extrair e utilizar 
a energia potencial existente nos alimentos. 
Os nutrientes dos alimentos também fornecem os elementos essenciais para o 
reparo das células já existentes e para a Síntese de Novos Tecidos.
Alguns autores já argumentaram que uma dieta “bem balanceada” fornece pronta-
mente nutrientes adequados para a atividade física e o exercício, de modo que um conhe-
cimento profundo da nutrição pouco teria a acrescentar aos fisiologistas do exercício. 
Os nutrientes fornecem energia e regulam os processos fisiológicos antes, no 
decorrer e depois da atividade física, de maneira que a obtenção de melhora no de-
sempenho humano, frequentemente, está ligada a modificações nutricionais.
Muitas vezes, os indivíduosdedicam tempo e esforço consideráveis procurando 
otimizar o desempenho no exercício, apenas para constatar que não alcançam sua 
meta por causa de práticas nutricionais inadequadas, contraproducentes e, algumas 
vezes, prejudiciais.
Necessidade Diária de Proteínas
A ingestão recomendada nas Dietary Reference Intakes (Institute of Medicine, 
2005) é de consumo diário de proteínas recomendado para indivíduos sedentários é 
de 0,8 a 1,2g/kg de massa corpórea por dia. 
As necessidades para indivíduos ativos, no entanto, mostram-se maiores, e depen-
dem do tipo de exercício praticado, conforme demonstrado a seguir.
Atividade/Quantidade em gramas por kg de peso corporal
• Sedentários / 0,8 – 1,2g/kg;
• Atletas em geral / 1,2 – 1,5g/kg; 
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UNIDADE Necessidades Nutricionais do Atleta e Modificações Dietéticas
• Endurance e Ultra-endurance / 1,2 – 1,6g/kg; 
• Força / 1,4 – 1,8g/kg.
Fonte: Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2009); ACSM; ADA; DC (2009), LEMON, (1998).
Modificação dos Hábitos 
Alimentares Durante o Exercício
As recomendações nutricionais para indivíduos fisicamente ativos precisam levar 
em conta as necessidades energéticas de determinada atividade ou Esporte e suas 
demandas de treinamento, incluindo as preferências nutricionais individuais. 
Não existe “um único” alimento ou dieta capaz de proporcionar saúde e desem-
penho ótimos nos exercícios. A avaliação e o planejamento minuciosos da ingestão 
alimentar devem obedecer a diretrizes nutricionais apropriadas. 
A pessoa fisicamente ativa deve obter energia e macronutrientes suficientes para 
repor o glicogênio hepático e muscular, proporcionar aminoácidos para o crescimento 
e o reparo dos tecidos e para manter o aporte de lipídios capaz de proporcionar 
 ácidos graxos essenciais e vitaminas lipossolúveis. 
Em geral, indivíduos que se dedicam à prática de atividade física com regularidade 
para se manterem fisicamente aptos não necessitam de nutrientes adicionais, além 
dos existentes em uma dieta nutricionalmente bem balanceada.
As demandas dos treinamentos e das competições, junto a outras atividades roti-
neiras do atleta, como estudo ou trabalho, podem exercer grande influência nos seus 
hábitos alimentares. 
Nesse sentido, devem ser observados vários aspectos inerentes à rotina esportiva, 
como o tipo, a intensidade e a duração do exercício, a tolerância à prática alimentar 
durante o esforço, os possíveis locais para reabastecimento durante os exercícios 
externos prolongados, a necessidade de controle de peso corporal e outros. 
Assim, o conhecimento do padrão de treinamento e estilo de vida do atleta permite 
identificar e contornar quais fatores podem limitar o seu consumo dietético. 
A ingestão de pequenas e frequentes refeições de adequada densidade de energia 
e nutrientes pode auxiliar o atleta no atendimento de suas necessidades nutricionais 
e, ao mesmo tempo, prevenir distúrbios gastrintestinais durante o exercício, impedir 
a ingestão excessiva de alimentos e evitar a fadiga.
A importância dada às questões nutricionais no desempenho esportivo também 
pode determinar o comportamento alimentar de grupos atléticos. É possível obser-
var, por exemplo, padrões dietéticos próprios ao tipo de modalidade esportiva, ao 
comparar quatro grupos de atletas de elite do sexo masculino (triatletas, maratonistas, 
levantadores de peso e jogadores de futebol). 
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13
Os atletas de endurance (triatletas e maratonistas) apresentaram maiores inges-
tões de energia e de carboidrato do que os demais grupos, o que foi explicado pelo 
alto consumo de pães e cereais e pelo maior dispêndio energético nos treinos. 
Além disso, esses atletas foram os que se mostraram mais conscientes da impor-
tância da alimentação na saúde e no desempenho, e mais interessados no preparo 
de suas refeições e em leituras relativas à nutrição. 
Plano Alimentar para Atletas em Períodos
de Treinamento, Pré-Competição e Competição
Refeição Pré-Competição
Com frequência, os atletas competem pela manhã, após jejum noturno. Isso pode 
levar a uma redução considerável nas reservas corporais de carboidratos durante um 
período de 8 a 12 horas sem comer, até mesmo quando adotadas previamente as 
recomendações dietéticas apropriadas. Por isso, a nutrição pré-competição adquire 
importância considerável. 
A refeição pré-competição deve proporcionar a quantidade adequada de energia 
proveniente dos carboidratos e garantir hidratação ótima.
O jejum antes da competição ou do treinamento não faz qualquer sentido do ponto 
de vista fisiológico, pois depleta rapidamente o glicogênio hepático e muscular, o que 
acarreta deterioração do desempenho nos exercícios. Se a pessoa treina ou compete 
na parte da tarde, o desjejum passa a constituir a refeição mais importante para oti-
mizar as reservas de glicogênio. 
Para treinamento ou competição realizados no fim da tarde, o almoço passa a ser 
a fonte mais importante para completar as reservas de glicogênio.
Como regra geral, no dia da competição, convém excluir os alimentos ricos em 
lipídios e proteínas, pois eles são digeridos lentamente e permanecem no Sistema 
Digestório por período mais longo que os alimentos de conteúdo energético seme-
lhante sob a forma de carboidratos. 
O momento mais oportuno para a refeição pré-competição também deve ser 
levado em conta. O estresse e a tensão aumentados que acompanham uma com-
petição reduzem o fluxo sanguíneo para o Sistema Digestório, de modo a produzir 
absorção intestinal deprimida. 
Uma refeição pré-competição rica em carboidratos requer 1 a 4 horas para digestão, 
absorção e armazenamento sob a apresentação de glicogênios muscular e hepático 
(os carboidratos altamente glicêmicos são digeridos e absorvidos mais rapidamente).
Comer antes do exercício, em oposição ao exercício em jejum, é uma prática que 
melhora o desempenho físico. A refeição ou lanche consumido antes da competição ou 
de um treino intenso deve preparar os atletas para a atividade que se segue, eliminar 
a sensação de fome e, ao mesmo tempo, permitir o esvaziamento do estômago dos 
alimentos não digeridos. 
13
UNIDADE Necessidades Nutricionais do Atleta e Modificações Dietéticas
A dimensão e o timing da refeição antes do exercício estão interligados, pois não se 
deve treinar/competir com o estômago cheio (o sangue deve estar totalmente disponível 
para alimentar e arrefecer os músculos).
Informações sobre alimentação antes do treino:
• Pequenas refeições devem ser consumidas perto do evento (treino ou competição) 
para permitir o esvaziamento gástrico;
• Grandes refeições podem e devem ser consumidas quando existe mais tempo 
disponível (> 3 horas) antes do exercício ou da competição;
• As quantidades de carboidratos que foram demonstradas como capazes de melho-
rar o desempenho atlético variaram aproximadamente entre os 200 a 300g de 
carboidratos para as refeições consumidas 3 a 4 horas antes do exercício;
• Embora as orientações acima referidas sejam sólidas e eficazes, as particularidades 
individuais do atleta devem ser levadas em conta;
• Alguns atletas toleram com facilidade uma refeição substancial 2 a 4 horas antes 
do exercício ou da competição, mas outros podem sentir desconforto gastroin-
testinal grave após tal refeição e necessitam recorrer a refeições líquidas;
• Os atletas devem garantir sempre que sabem o que funciona melhor para si 
mesmos, experimentando novos alimentos e bebidas durante fases prévias de 
preparação, e devem planejar o futuro para garantir que terão acesso a esses 
alimentos no momento oportuno;
• Adicionar pequenas quantidades de gordura nas refeições pré treino pode ajudar 
a controlar a resposta glicêmica durante o exercício.
Você Sabia?
Existem cuidados diferenciados para a dieta do atleta em dia de treino e no dia da com-
petição. Uma estratégia para melhorar o desempenho do atleta na competição é a super-
compensação de carboidratos. Essa estratégia consiste na ingestão de uma dieta com 
elevado teorem carboidratos. Após um período de relativa privação deles, isso resultará 
num aumento acentuado de glicogênio muscular (200mmol/kg), o que aumenta o de-
sempenho nos exercícios prolongados subsequentes. Em atletas treinados, consegue-se 
aumentar o glicogênio muscular para 180mmol/kg em apenas um dia, por meio da inges-
tão de 10g de carboidratos/kg de peso. 
Um aumento do consumo de carboidratos para 70% do valor calórico total, cinco a sete 
dias antes da competição, é, geralmente, associado a um melhor desempenho quando a 
duração do exercício é superior a 90 minutos. Nos dois a três dias antes da competição, 
os atletas devem, também, diminuir a intensidade de treino em 30 a 50% e continuar 
com a mesma dieta. Esta estratégia permite saturar as reservas de glicogênio muscular e 
hepático no período pré-competitivo e melhorar o desempenho do esforço prolongado, 
pois permite manter um nível de glicose sanguínea adequado durante o exercício. 
 Durante exercícios prolongados e vigorosos, a taxa de oxidação dos carboidratos pode 
chegar aos 3 a 4g/min, utilizando, principalmente, glicogênio muscular. Durante exer-
cícios de elevada intensidade, observa-se maior desempenho quando existe elevada 
concentração de glicogênio muscular após o aumento da ingestão de carboidratos. Com 
repetidas séries de exercícios de alta intensidade, maior disponibilidade de glicogênio 
muscular está associada ao aumento do desempenho em exercícios intermitentes. 
14
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Refeições Durante o Exercício 
Durante exercícios prolongados, os níveis de glicogênio muscular são os princi-
pais determinantes do desempenho. Disponibilizar carboidratos por meio da alimen-
tação ou da suplementação durante o exercício ajuda a manter os níveis de glicose no 
sangue e melhorar o desempenho, principalmente, quando os níveis de glicogênio 
muscular se encontram baixos, no início do exercício.
Conforme vai aumentando a duração do exercício além dos 60 minutos, as fontes 
exógenas de carboidratos vão se tornando cada vez mais importantes, para manter os 
níveis de glicose sanguínea e as reservas de glicogênio muscular. Assim, durante o exer-
cício, o principal objetivo, além da reposição hídrica, é a disponibilização energética de 
carboidratos. Em treinos longos, o consumo de 0,7g de carboidratos por kg peso cor-
poral h-1 (aproximadamente 30-60g. h-1) melhora o desempenho do esforço aeróbio. 
Consumir hidratos de carbono durante o exercício é ainda mais importante em 
situações em que os atletas reduzem o consumo de carboidratos, não consumiram 
refeições anteriores ao exercício ou limitaram a ingestão de energia para perder peso 
ou, ainda, quando as condições ambientais assim o determinam: calor, frio ou altitude. 
A ingestão de carboidratos deve começar logo após o início da atividade. Con-
sumir uma determinada quantidade de carboidratos na forma de um comprimido 
grande depois de 2 horas de exercício não é tão eficaz como consumir a mesma 
quantidade em intervalos de 15 a 20 minutos durante as duas horas de atividade. 
Deve-se ingerir entre 30 a 60g/hora de carboidratos sólidos, em gel, ou 300 a 
450ml de uma solução de carboidratos e eletrólitos (4 a 6%) a cada 15/20 minutos, 
para manutenção da glicemia. 
A forma como os carboidratos são ingeridos não parece fazer diferença se o atleta 
consumir os carboidratos sob a forma de gel e ingerir água ou, ainda, se beber uma 
 bebida desportiva. A utilização dessa bebida ou gel é especialmente importante durante 
os exercícios matinais, em que as reservas de glicogênio hepático estão diminuídas 
 devido ao jejum noturno. 
A adição de proteínas às bebidas com carboidratos aumenta mais o rendimento 
do que aquelas que apenas contêm carboidratos. 
Essas proteínas atenuam, também, as lesões musculares associadas a esforços 
prolongados e exaustivos, assim como diminuem a degradação proteica durante o 
exercício e proporcionam maior adaptação ao treino. A adição de proteínas deve ser 
feita na proporção de 3-4 de carboidratos para 1 de proteínas.
Refeições Pós-Exercício/Recuperação 
O tempo de consumo e a composição das refeições ou lanches antes e após as 
competições/exercícios dependem da duração e da intensidade da sessão de exer-
cício (dependem de ter ocorrido a depleção de glicogênio) e de quando o próximo 
treino intenso irá ocorrer. 
15
UNIDADE Necessidades Nutricionais do Atleta e Modificações Dietéticas
Por exemplo, a maioria dos atletas termina uma maratona com as reservas de 
glicogênio esgotadas, enquanto o esgotamento do glicogênio seria menos acentuado 
após um treino de apenas 90 minutos. 
Como os atletas que competem numa maratona não realizarão outra corrida ou 
treino intensivo no mesmo dia, o tempo de consumo e a composição da refeição 
após o exercício são menos críticos para eles. Por outro lado, um triatleta que parti-
cipa numa corrida de 90 minutos pela manhã e num treino de ciclismo de 3 horas à 
tarde precisa maximizar a recuperação entre as sessões de treino. A refeição após o 
treino assume uma importância considerável na consecução dessa meta. 
Após o exercício, o principal objetivo da alimentação é restabelecer os líquidos e 
os eletrólitos perdidos e permitir a reposição energética e do glicogênio muscular. 
O balanço energético, em particular o consumo de carboidratos, é de extrema im-
portância para que os aminoácidos possam ser poupados para a Síntese Proteica, 
em vez de serem oxidados para contribuírem para suprir necessidades energéticas. 
O timing da ingestão de carboidratos após o exercício afeta a Síntese de Glicogênio 
em curto prazo. O consumo de hidratos de carbono na primeira meia hora após o exer-
cício deve ser de 1 a 1,5g/kg de peso corporal, repetindo-se de duas em duas horas, 
nas 4 a 6 horas após o exercício, de forma a atingir níveis mais elevados de glicogênio, 
estratégia bem mais eficaz do que quando a ingestão é adiada por algumas horas.
Após o exercício, a alimentação deve também considerar a ingestão proteica, já que 
a proteína fornece os aminoácidos necessários para a reparação de tecido muscular, 
atenuando a lesão muscular, promovendo maior recuperação do glicogênio muscular 
e um perfil hormonal mais anabólico. 
A ingestão de aminoácidos após esforços aeróbios (até três horas depois do esforço) 
promove aumento da Síntese Proteica Muscular, dando origem a alterações mínimas 
na degradação proteica e aumentando o balanço proteico em geral.
16
17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Estratégias de nutrição e suplementação no esporte
BIESK, S. et al. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. 3. ed. 
Barueri: Manole, 2015 . 
Nutrição Esportiva Clínica
BURKE, L.; DEAKIN, V. Nutrição Esportiva Clínica. 5.ed. [S. l.]: Educação 
McGraw-Hill, 2015. 828p.
 Leitura
Efeitos da suplementação nutricional sobre a composição
corporal e desempenho de atletas: uma revisão
BECKER, L. K. et al. Efeitos da suplementação nutricional sobre a composição 
corporal e desempenho de atletas: uma revisão, Revista Brasileira de Nutrição 
Esportiva, São Paulo, v. 10. n. 55, p. 93-111, 2016.
https://bit.ly/2BgIBPU
Estratégias nutricionais para promover a recuperação pós-exercício
BEELEN, M. et al. Estratégias nutricionais para promover a recuperação pós-exercício. 
Revista Internacional de Nutrição Esportiva e Metabolismo do Exercício, [s. l.], 
v. 20, ed. 6, p. 515-532, dez. 2010.
17
UNIDADE Necessidades Nutricionais do Atleta e Modificações Dietéticas
Referências
FAO/WHO/UNU. Energy and protein requirements. Geneva: World Health-
Organization, 1985. (WHO – Technical Report Series, 724).
GUEDES, D. P.; GUEDES J. E. R. P. Manual Prático para avaliação em Educa-
ção Física. Barueri: Manole, 2006.
HERNANDEZ, A. J.; NAHAS, R. M. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina 
do Esporte: Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e 
drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde, Revista 
Brasileirade Medicina do Esporte. 2009. Disponível em: <https://www.scielo.br/
pdf/rbme/v15n3s0/v15n3s0a01.pdf>. Acesso em: 05/06/2020.
Institute of Medicine. DRI: Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, 
 Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids. 2005. Disponível em: 
<https://www.nal.usda.gov/sites/default/files/fnic_uploads/energy_full_report.pdf>. 
Acesso em: 05/06/2020.
KLEINER, S. M.; GREENWOOD-ROBINSON, M. Nutrição para o treinamento 
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MANORE, M.; MEYER, N. L.; THOMPSON, J. Nutrição esportiva para saúde e 
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