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Termodinâmica IFSUL – Campus Sapucaia do Sul Prof. Dr. Enio C. M. Fagundes Capítulo 3 Avaliando Propriedades Substância Pura O objetivo deste capítulo é apresentar relações de propriedades relevantes a termodinâmica e fornecer exemplos como o balanço de energia para sistema fechado e as relações das propriedades. Conceitos • Fase – refere-se a uma quantidade de matéria que é homogênea como um todo, tanto em composição química como em estrutura física. • Homogeneidade em estrutura física significa que a matéria é toda sólida, toda líquida ou toda vapor (ou, de forma equivalente, toda gás). • Um sistema pode conter uma ou mais fases. • Duas fases coexistem durante processos de mudanças de fase, tais como vaporização, fusão e sublimação Exemplo de fase • Um sistema de água líquida e vapor d’água contém duas fases • Água líquida e gelo contém duas fases • Oxigênio e nitrogênio misturados em qualquer proporção formam uma única fase • Álcool e água misturados formam uma fase • Óleo e água formam duas fases Substância pura • Composição química uniforme e invariável • Uma substância pura pode existir em mais de uma fase, mas sua composição química deve ser a mesma em cada fase. Exemplos: Água líquida e vapor d’água pode ser visto como uma substância pura porque cada fase possui a mesma composição Uma mistura uniforme de gases desde que ela se mantenha como um gás e não reaja quimicamente O ar desde que permaneça como uma mistura de gases. Se uma fase líquida fosse formada por resfriamento, o líquido teria uma composição diferente da fase gasosa e não poderia mais ser considerado como substância pura Definindo o estado • O estado de um sistema fechado em equilíbrio é descrito por valores de suas propriedades termodinâmicas. • Nem todas as propriedades são independentes entre si, o estado pode ser determinado unicamente pelo estabelecimento dos valores das propriedades independentes. • Os valores das outras propriedades termodinâmicas são determinados a partir desse subconjunto de propriedades independentes. Princípio dos estados equivalentes • Para sistemas compressíveis simples (água e misturas de gases não-reativos) o número de propriedades intensivas independentes é igual a dois. • Exemplo: para um gás, a temperatura (T) e o volume específico () podem ser as duas propriedades independentes. • Segundo o princípio dos estados equivalentes, a pressão (p), a energia interna específica (u) e todas as demais propriedades intensivas podem ser determinadas em função da temperatura e volume específico : p=p(T, ) e u=u(T, ). Relação p-v-T • Estudo das propriedades de substâncias puras simples compressíveis e das relações entre estas propriedades com a pressão, o volume específico e a temperatura (p--T). • A temperatura e o volume específico são considerados independentes e a pressão determinada como função destes dois: p=p(T,). O gráfico desse tipo de função é uma superfície; a superfície p--T. Superfície p--T, para uma substância que se expande durante a solidificação Vista tridimensional Superfície p--T • As coordenadas de um ponto na superfície p--T representam os valores que a pressão, o volume específico e a temperatura assumem quando a substância se encontra em equilíbrio. • As regiões nas superfícies p--T são denominadas sólido, líquido e vapor. • No interior dessas regiões monofásicas, o estado termodinâmico é determinado por quaisquer duas das seguintes propriedades: pressão, volume específico e temperatura, uma vez que estas são independentes quando existe uma única fase presente. Superfície p--T • As regiões bifásicas, onde duas fases coexistem em equilíbrio: líquido-vapor, sólido-líquido e sólido-vapor. • Duas fases podem coexistir durante processos de mudanças de fase, tais como vaporização, fusão e sublimação. • No interior das regiões bifásicas, pressão e temperatura não são independentes. No interior dessas regiões, o estado não pode ser determinado somente pela temperatura e pressão. Entretanto, o estado pode ser estabelecido pelo volume específico e uma outra propriedade: pressão ou temperatura. Superfície p--T • Três fases podem coexistir em equilíbrio ao longo da linha denominada linha tripla. • Estado de saturação: estado no qual uma mudança de fase começa ou termina. • Região de saturação ou domo de vapor: região em formato de sino composta pelos estados bifásicos líquido-vapor. • Linhas de líquido saturado ou vapor saturado: linhas que definem o contorno da região de saturação. • Ponto triplo: topo da região de saturação, onde as linhas de líquido e de vapor saturados se encontram. Superfície p--T • A temperatura crítica Tc de uma substância pura corresponde à temperatura máxima na qual as fases líquida e de vapor podem coexistir em equilíbrio. A pressão no ponto crítico é denominada pressão crítica, pc. O volume específico nesse estado é denominado volume específico crítico. Obs:Frequentemente é mais conveniente trabalhar com projeções bidimensionais Diagrama de fases • Se a superfície p-v-T é projetada sobre o plano pressão- temperatura, um diagrama de propriedades conhecido como diagrama de fases é obtido. • As regiões bifásicas se reduzem a linhas. • Um ponto em qualquer destas linhas representa todas as misturas bifásicas na temperatura e na pressão especificadas. Diagrama de fases • Temperatura de saturação é a temperatura na qual uma mudança de fase ocorre para uma dada pressão, que, por sua vez, é denominada pressão de saturação para uma dada temperatura. • Para cada pressão de saturação existe uma única temperatura de saturação, e vice-versa. • A linha tripla da superfície p--T é projetada em um único ponto no diagrama de fases. Esse ponto é denominado ponto triplo. Diagrama p- • O diagrama p- resulta da projeção da superfície p--T sobre o plano pressão-volume específico. • É importante notar as linhas de temperatura constante (isotermas). Diagrama p-v de uma substância pura isotermas Diagrama T- • Obtém-se este diagrama projetando as regiões de líquido, bifásica líquido-vapor e de vapor da superfície p--T sobre o plano temperatura-volume específico. • Para pressões inferiores a crítica, tal como a de isobárica de 10 MPa, (ver figura) a pressão se mantém constante em relação à temperatura à medida que a região bifásica é percorrida durante a mudança de fase. • No interior da região monofásica de líquido ou de vapor, a temperatura aumenta, para uma dada pressão, à medida que o volume específico aumenta. • Para pressões superiores ou iguais a do ponto crítico, como a de 30 MPa, a temperatura aumenta continuamente com o volume específico para uma dada pressão, não havendo passagem pela região bifásica líquido-vapor. Diagrama T- Diagrama T- isobáricas Mudança de Fase • Substância pura • Sistema fechado de massa unitária (1kg de água líquida a 20°C) mantida no interior de um conjunto cilindro-pistão, ponto 1 da curva • Água aquecida lentamente enquanto sua pressão é mantida constante no interior do sistema 1,014bar. Estados de Líquido (ver diagrama T-v) • De 1 até f, a temperatura aumenta consideravelmente, enquanto o volume específico apresenta elevação menos significativa. • f – estado de líquido saturado, temperatura de saturação 100°C • Estados de líquido de 1-f – estados líquido sub-resfriado ou líquido comprimido Mistura bifásica líquido-vapor • No estado de líquido saturado (f) uma transferência de calor adicional, à pressão constante, resulta na formação de vapor sem qualquer mudança de temperatura, mas com significativo aumento no volume específico. • Se o sistema continua a ser aquecido até que a última porção de líquido tenha sido vaporizada, ele é levado ao ponto g, o estado de vapor saturado. Mistura bifásica líquido-vapor • As misturas bifásicas líquido-vapor intermediárias podem ser distinguidas entre si pelo seu título, que é uma propriedade intensiva. • Título: razão entre a massa de vaporpresente e a massa total da mistura (líquido mais vapor) . O título é representado por “x”. O título: • Varia de zero até a unidade • Para líquido saturado, x=0 • Para vapor saturado, x=1,0 • O título é geralmente expresso como uma porcentagem vaporlíquido vapor mm m x Estados de Vapor • Quando o sistema se encontra no estado de vapor saturado (estado g), o aquecimento suplementar à pressão constante resulta no aumento de temperatura e volume específico. • S é chamado de vapor superaquecido, está a uma temperatura superior a de saturação Diagrama de fases para a água – vapor -Linha a-b-c apresenta a vaporização e o processo inverso condensação que pode ocorrer quando p é menor que pcritica -Para estados onde p > pcritica, os termos líquido e vapor perdem seu significado. Neste caso utiliza-se a seguinte convenção: se a temperatura for menor que a Tcrítica é líquido, se a temperatura for maior que a Tcrítica é vapor. -As demais mudanças de fase serão menos importantes para nós no momento. Obtendo propriedades termodinâmicas • Tabelas • Gráficos • Equações • Programas de computador As aplicações de tabelas e gráficos serão vistas nos exemplos Tabelas de saturação Tabela A-2: tabela de temperatura. Tabela A-3: tabela de pressão. O líquido saturado é representado pelo subscrito f. O vapor saturado é representado pelo subscrito g. O volume específico de uma mistura bifásica líquido-vapor pode ser determinado pela utilização das tabelas de saturação e pela definição de título. O volume total da mistura,V, é a soma dos volumes das fases líquida e de vapor: vapliq VVV Obtendo propriedades termodinâmicas Tabelas A-2 a A-6 (exemplo parcial das tabelas – para a água – ver o estado físico) Tabelas A-7 a A-9 para o Refrigerante 22 As tabelas A-10 a A-12 para o Refrigerante 134a Tabelas A-13 a A-14 para a amônia Tabelas A-16 a A-18 para o propano Todas as tabelas apresentadas são usadas de forma similar. Para as unidades inglesas as tabelas são denominadas com o final E, como: A- 2E a A-6E para a água, por exemplo. As tabelas apresentadas foram extraídas de outras mais completas. Alguns valores podem ser obtidos por interpolação linear, que dá uma precisão aceitável. Exemplo – determinar o valor do volume específico do vapor d’agua para um estado onde p = 10 bar e T= 215°C. Os dados devem ser extraídos da tabela A-4. Para a pressão de 10 bar e temperatura de 215°C se encontra entre os valores de 200°C e 240°C na tabela. Para determinar v nesta condição pensa-se na inclinação de uma reta que une os estados adjacentes da tabela da seguinte forma: Inclinação = y/ x , no caso Inclinação = v/ T (ou outras propriedades como h, u) inclinação Valores da Tabela A4 Tabelas de Saturação • Determinação do volume específico médio para a mistura: • A fase líquida é composta por líquido saturado e a fase vapor é composta por vapor saturado, m V m V m V vapliq fliqliq mV gvapvap mV Tabelas de saturação g vap f liq m m m m Utilizando a definição de título, a expressão anterior se torna m m x vap fgfgf xxx 1 v = (1-x) vf + xvg v = vf + x(vg – vf) ou Tabelas de saturação- exemplo Considerando um sistema que consiste em uma mistura bifásica líquido-vapor de água a 100°C e título de 0,9, qual será o volume específico da mistura ? Retirar os dados da tabela A-2 a 100°C: vf = 1,0435 x 10 -3 m3/kg e vg = 1,673 m 3/kg. Exemplo – determinar a pressão da água em cada um dos três estados definidos pela temperatura de 100°C e volumes específicos de respectivamente , v1=2,434 m 3/kg, v2= 1,0 m 3/kg, v3= 1,0423x10 -3 m3/kg. A tabela A-2 fornece os valores de vf e vg. vf vg Como v1> vg (2,434 > 1,673), o estado 1 se encontra na região de vapor. Ver a pressão na tabela A-4 que v1 está na p1= 0,70 bar Como v2 está entre vf e vg,(1,0 m 3/kg) a pressão é a pressão de saturação a 100°C (p2= 1,014 bar, ver tabela A-2) Como v3< vf ,(1,0423x10 -3 m3/kg < 1,0435x10-3 m3/kg) o estado 3 se encontra na região de líquido Ver tabela A-5 para identificar a pressão p3= 25 bar Tabela A-4 para p1 e v1 Tabela A-5 para p3 e v3 Exemplo 3.2 – Um reservatório rígido fechado de 0,5 m3 de volume é colocado sobre uma placa aquecida. Inicialmente o reservatório contém uma mistura bifásica de água líquida saturada e de vapor d’água saturado a p1= 1 bar com título de 0,5. Após o aquecimento a pressão do reservatório é de p2 = 1,5 bar. Indique os estados inicial e final em um diagrama T-v e determine: (a) a temperatura, em °C, nos estados 1 e 2.; (b) a massa de vapor presente nos estados 1 e 2, em kg.; (c ) considerando que o aquecimento continua, determine a pressão, em bar, na qual o reservatório contém somente vapor saturado. Considerações: A água no reservatório é um sistema fechado Os estados 1 e2 são estados de equilíbrio O volume do reservatório é constante Usando a expressão do título pode-se determinar o volume, v1. Na tabela A-3 para p1= 1 bar tem-se: vf1= 1,0432x10 -3 m3/kg e vg1= 1,694 m 3/kg Para o estado 2, tem-se p2 =1,5 bar , como v é constante v1=v2. A tabela A-3 pode ser utilizada para determinar vf2 e vg2. Observar que vf <v2 <vg2, logo o estado 2 está na região bifásica do diagrama T-v. a) Como os estados 1 e 2 estão na região bifásica (líquido-vapor), as temperaturas correspondem a temperatura de saturação nas pressões dadas (Tabela A-3 ). Logo: T1 = 99,63°C e T2= 111,4°C (correspondentes a p1 = 1bar e p2= 1,5 bar) b) A massa total = 1/v e = m/V = 1/0,8475 = 1,18 kg/m3 e m= 1,18. 0,5 = 0,59 kg Como A massa de vapor no estado 1 é: x1.mtotal = mvapor mg1= 0,5. 0,59 = 0,295 kg A massa de vapor no estado 2 (mg2) é dada pelo cálculo do título x2 , que é substituído na equação anterior. Utilizando a equação abaixo e a tabela A-3 para p= 1,5 bar tem-se: vf2= 1,0528x10 -3 m3/kg e vg2= 1,159 m 3/kg v2 = vf2 + x2.(vg2 – vf2) rearranjando , x2= (v2 –vf2)/(vg2-vf2) x2 c) Continuando o aquecimento até obter somente vapor saturado, o estado 3 estaria na linha de vapor saturado. A p3 deve ser obtida considerando na tabela A-3 a interpolação para vg = 0,8475 m3/kg, pois este valor esta entre 2,0 e 2,5 bar. Interpolando : (2,5 -2,0)/(0,7187 – 0,8857) = (p3 – 2,0)/(0,8475 – 0,8857) p3 = 2,14 bar Avaliando Energia Interna e Entalpia • Entalpia = soma da energia interna U com o produto da pressão p pelo volume V. pVUH Uma vez que U, p e V são todas propriedades, a entalpia que é uma combinação destas é também uma propriedade. A entalpia pode ser expressa em base mássica pvuh A unidade de entalpia é a mesma de energia interna Energia interna específica • A energia interna específica para uma mistura bifásica líquido-vapor é calculada para um dado título da mesma forma que o volume específico é calculado fgfgf uuxuxuuxu 1 O aumento de energia interna específica durante a vaporização (ug-uf) é geralmente representado por ufg. Entalpia específica • A entalpia específica de uma mistura bifásica líquido-vapor é dada em termos do título por fgfgf hhxhxhhxh 1 O aumento de entalpia durante a vaporização (hg-hf) é normalmente tabulado por conveniência sob o símbolo hfg. Exemplo – Determinar a entalpia específica do refrigerante 22, quando sua temperatura é 12°C e sua energia interna é 144,58 kJ/kg. Pela tabela A-7 os valores de energia interna se encontram entre uf e ug a 12°C , dessa forma , o estado se encontra na região bifásica líquido-vapor. Calculando o título da mistura, x: Conhecendo o título e usando novamente a tabela 7 Exemplo para vapor superaquecido (u,h , v são tabelados) Avaliar T, v, h para a água a 0,10 MPa e energia interna específica de 2537,3 kJ/kg. Verificando a tabela A-3 observa-se que este valor de u é superior a ug a 0,1 MPa, (ug = 2506,1 kJ/kg) logo o estado se encontra na região de vapor superaquecido (tabela A- 4).1 bar = 0,1 MPa. Note que 1 bar = 1 atm = 1x105 Pa e 1 MPa = 1x106 Parte-se para a tabela A-4, com T=120°C, v= 1,793 m3/kg ; h= 2716,6 kJ/kg Ou de forma alternativa : h= u+pv h= 2537,3x103 + 1x105 . 1,793= 2716600 J/kg h= 2716,6 kJ/kg Valor de u Exemplo 3.3 – Um tanque isolado e rígido com um volume de 0,25m3 contém vapor d’água saturado a 100°C. A água é rapidamente misturada até uma pressão de 1,5 bar. Determine a temperatura no estado final, em °C, e o trabalho realizado durante o processo em kJ. Para determinar o estado final de equilíbrio é necessário determinar o valor de duas propriedades intensivas independentes (p e v). Como a massa total e o volume final permanecem inalterados durante o processo v2=v1. A água é um sistema fechado Os estados inicial e final são estados de equilíbrio, a EP e EC=0 Não há transfer. de calor para vizinhança O volume é constante Da tabela A-2 tem-se: Como v1=v2 , interpolando na tabela A-4 para p=1,5 bar. Tomando como base v1=v2; T2 fica entre 240°C e 280°C. (280-240)/(1,695-1,570) = (T2-240)/(1,673-1,570) T2=273 °C Interpolando para determinar u2 (2778,6-2717,2)/(280-240)=(u2-2717,2)/(273-240) u2= 2767,8 kJ/kg Pelo balanço de energia: Rearranjando: É necessário determinar a massa do sistema: W= - 0,149.(2767,8 – 2506,5) = - 38,9 kJ Exemplo 3.4 – água contida em um conjunto cilindro-pistão é submetida a dois processos em série a partir de um estado inicial, onde a pressão é de 10 bar e a temperatura é 400°C. Processo 1-2: a água é resfriada à medida que é comprimida a uma pressão constante a partir de 10 bar até alcançar o estado de vapor saturado. Processo 2-3: a água é resfriada a volume constante até 150°C. a) esboce ambos os processos em diagramas T-v e p-v. b) Determine o trabalho para o processo global, em kJ/kg. c) Determine a quantidade de calor transferida para o processo global, em kJ/kg. Considerações: -A água constitui um sistema fechado -O trabalho relacionado ao movimento do pistão é o único modo de trabalho presente -Não ocorrem variações de EC ou EP. a) T1 = 400°C > Tsat = 179,9°C , correspondente a p1= 10bar (tabela A-3 ou A- 4) O estado 1 está na região de vapor superaquecido. b) O trabalho do pistão 1-2: p=const 2-3: v=const O trabalho no processo 1-2: p.(v2-v1) Como é desejado obter o trabalho em kJ/kg o trabalho deve ser dividido pela massa. W/m = p.(v2-v1) Tomando p e T ver tabela A-4 p1= 10. 10 5 N/m2; T1= 400°C; v1= 0,3066 m 3/kg ; u1=2957,3 kJ/kg. O v2 possui o valor do vapor saturado a 10 bar: v2= 0,1944m 3/kg (tabela A-3) W/m= 10.105.(0,1944 - 0,3066) = -112200 J/kg = -112,2 kJ/kg (o sinal (-) indica que o trabalho é realizado sobre o vapor d’água) c) pelo balanço de energia: U= Q – W m(u3 – u1) = Q – W Rearranjando para obter Q em kJ/kg Q/m = (u3 – u1) + W/m T3= 150°C e v3=v2, é necessário calcular o título para determinar u3. Na tabela A-2 na T= 150°C determina-se vf3 e vg3 Calculando u3. u3 e uf3 da tabela A-2 Calculando Q/m: Q/m = (u3 – u1) + W/m O sinal(-) indica que energia é transferida para fora do sistema devido a transferência de calor. Avaliando calores específicos cv e cp • As propriedades intensivas cv e cp são definidas para substâncias simples compressíveis puras em termos de derivadas parciais das funções u(T,) e h(T,p), respectivamente, como p p v v T h c T u c cp e cv são propriedades importantes para cálculos termodinâmicos que envolvam o modelo de gás ideal Avaliando calores específicos cv e cp • A propriedade k, denominada razão de calores específicos, é simplesmente a razão v p c c k As propriedades cv e cp são denominadas calores específicos (ou capacidades térmicas), uma vez que, sob certas condições especiais, podem relacionar a variação de temperatura de um sistema com a quantidade de calor adicionado por transferência de calor. Aproximações para líquido utilizando dados de líquido saturado • Valores aproximados para , u e h para estados líquidos podem ser obtidos utilizando dados de líquido saturado. ThpTh TupTu TpT f f f , , , Importante lembrar Modelo de substância incompressível • Assume-se que o volume específico (massa específica) seja constante e que a energia interna específica varie somente com a temperatura. Uma substância idealizada sob essa hipótese é denominada incompressível. • As expressões acima são para substâncias consideradas incompressíveis, e c constante. 121212 1212 )(, ppTTchh TTcuu cc dT du T h pTupTh dT du Tc vp p Exemplo 3.6 – um décimo de mililitro de óleo de cozinha é colocado na câmara de um calorímetro a volume constante com oxigênio suficiente para que o óleo seja completamente queimado. A câmara se encontra imersa em um banho de água, cuja massa é de 2,15 kg. Para atingir o objetivo desta análise as partes de metal do aparato são modeladas como equivalentes a um adicional de 0,5 kg de água. O calorímetro é perfeitamente isolado , e inicialmente está a 25°C. O óleo é inflamado eletricamente. Quando o equilíbrio é novamente alcançado a temperatura é de 25,3°C. Determine a variação da energia interna dos conteúdos da câmara em kcal por ml de óleo de cozinha. Considerações: O sistema é fechado (linha pontilhada) O volume total é constante A água é um fluido incompressível , c= constante A transferência de calor para a vizinhança, é desprezível, EC e EP = 0 U + EC + EP = Q – W EC = EP = Q = W = 0 (zero) U = 0 Uconteúdo + Uágua = 0 Uconteúdo = -Uágua Uconteúdo = -ma.ca.(T2-T1) Uconteúdo = -(2,15 + 0,5).4,18.(25,3 - 25) = -3,32 kJ 1kcal = 4,1868 kJ , logo: -3,32 kJ = - 0,79 kcal Uconteúdo/Vóleo = - 0,79/ 0,1ml = -7,9 kcal/ml o valor de c da água está na tabela A-19 Constante Universal dos Gases( ) • Valor obtido experimentalmente: Rlbmollbfft RlbmolBtu KkmolkJ R ./.1545 ./986,1 ./314,8 Note que no SI a constante poderá ser utilizada como 8314 J/kmol.K se você estiver fazendo os cálculos com as unidades de energia em Joules (J) = o volume por mol Fator de compressibilidade, Z (conhecimento adicional) A razão adimensional é chamada fator de compressibilidade Z. Quanto mais Z se afastar da unidade mais o comportamento do gás nesse estado se afasta do comportamento do gás perfeito ou ideal. Chama-se pressão reduzida, pR , de um dado estado em que se encontra o gás, ao cociente entre a pressão, p, desse estado e a pressão crítica do gás, pcr. De forma análoga, a temperatura reduzida, TR ,é o cociente entre a temperatura, T, e a temperatura crítica, Tcr volume específico pseudo-reduzido, v’R Diagrama de compressibilidade generalizado para vários gases nitrogênio Avaliando propriedades utilizando o Modelo de gás Ideal Equação de estado de gás ideal A energia interna específica e a entalpia de gases geralmente dependem de duas propriedades independentes e não somente da temperatura como estabelecido pelo modelo de gás ideal. Além disso, a equação de estado dos gases perfeitos não fornece uma aproximação aceitável para todos os estados. A utilização do modelo de gás ideal depende do erro aceitável para um dado cálculo. RTTuThh Tuu mRTpV m V RTp )()( )( Note que v é volume específico E V é o volume em m3 no SI. Como: e e ou Equações de gás ideal: p.v=R.T Como V = m.v ; v= V/m p.V/m = R.T p.V = m.R.T como p.V = m. .T p.v = .T V = volume em m3. M = massa molar do gás. v= volume específico em m3/kg. Energia interna, entalpia e calores específicos de gases ideais • Para gases que obedeçam ao modelo de gás ideal, a energia interna específica depende somente da temperatura. • Para a entalpia específica que depende somente da temperatura 2 1 )()()( )( )( 12 T T dTTcTuTu dTTcdu dT du Tc RTcTcvp )()( 2 1 )()()( )( 12 T T p p dTTcThTh dTTcdh Exemplo 3.8 – 0,45 kg de ar em um conjunto cilindro-pistão é submetido a um ciclo termodinâmico que consiste em três processos Processo 1-2: volume espec. constante Processo 2-3: expansão a T constante Processo 3-1: compressão a p constante No estado 1 a temperatura é de 27°C e a pressão é 1 atm. No estado 2, a pressão é 2 atm. Empregando a equação de estado do gás ideal. Determine (a) a T no estado 2, em K; (b) o volume específico no estado 3, em m3/kg Considerações: O ar é um sistema fechado O ar se comporta como gás ideal O trabalho está relacionado a variação de volume a) Utilizando pv = RT, pode-se determinar T2: T2 = p2v2/R , como v = const de 1-2, v1 = v2 , logo: v2= RT1/p1 , combinando as equações: T1/p1=T2/p2 ou T2= p2.T1/p1 T2 = 2.105.300/1.105 = 600 K lembrar que: b) O valor de v3 é dado por: v3= RT3/p3 , como 2-3 é isotérmico T2 = T3 = 600 K e 3-1 é isobárico , p3 = p1 = 1.105 Pa v3= (Ṝ/M)T2/p1 = (8314/28,97).600/1.10 5 = 1,72 m3/kg. M = 28,97 kg/kmol (massa molar do ar) = 8314 J/kmol.K Avaliando u e h de gases ideais • Para vários gases comumente encontrados, o cálculo de variações de energia interna e de entalpia específicas é facilitado pelo uso de tabelas de gás ideal. As tabelas A-22 e A-23 fornecem os valores de u e h em função da temperatura. Processos politrópicos de um gás ideal • Lembrando que um processo politrópico de um sistema fechado é descrito por uma relação pressão-volume da forma abaixo • Para um processo politrópico entre dois estados • O expoente n pode assumir qualquer valor de - a +, dependendo do processo. • Quando n=0, o processo é denominado isobárico (pressão constante) • quando n= , o processo é denominado isométrico (volume constante) teconspV n tan n nn V V p p VpVp 2 1 1 2 2211 n = n = 0 n = 1 n = k Para um processo politrópico 2 1 1122 1 1 n n VpVp pdV Para qualquer valor do expoente n com exceção de n=1. Para n=1: 2 1 1 2 11 )1(ln n V V VppdV W = W = Processo politrópico com idealização de gás ideal 2 1 1 2 2 1 12 1 2 1 1 1 2 1 2 )1,(ln )1,( 1 )( )( nidealgás V V mRTpdV nidealgás n TTmR pdV idealgás V V p p T T n n n Para um gás ideal, o caso de n=1 correspondente a um processo isotérmico (temperatura constante). Quando os calores específicos são constantes, o valor do expoente n correspondente a um processo politrópico adiabático de um gás ideal é a razão de calores específicos k (k=cp/cv). Exemplo 3.9 – um conjunto cilindro-pistão contém 0,9 kg de ar a uma temperatura de 300 K e uma pressão de 1 atm. O ar é comprimido até um estado onde a temperatura é 470 K e a pressão é 6 atm. Durante a compressão uma quantidade de calor igual a 20 kJ é transferida do ar para a vizinhança. Utilizando o modelo de gás ideal para o ar, determine o trabalho realizado durante o processo, em kJ. Considerações: O ar é um sistema fechado Os estados inicial e final são estados de equilíbrio, EC e EP = 0. O ar é considerado gás ideal Balanço de energia: Tabela A-22 O sinal (-) indica que o trabalho é realizado sobre o sistema. Exemplo 3.10 – dois tanques são conectados por uma válvula. Um tanque contém 2 kg de CO gasoso a 77°C e 0,7 bar. O outro tanque contém 8 kg do mesmo gás a 27°C e 1,2 bar. A válvula é aberta, permitindo a mistura dos gases enquanto energia sob a forma de calor é absorvida a partir da vizinhança. A temperatura final de equilíbrio é 42°C. Utilizando o modelo de gás ideal com cv, constante, determine: (a) a pressão final de equilíbrio, em bar, (b) a quantidade de calor trocado durante o processo, em kJ. Considerações: A quantidade total de CO é um sistema fechado O gás é ideal O gás está em equilíbrio no início e no final Não há trabalho EC e EP = 0 a) a pressão final é dada por: b) determinação do calor Energia interna inicial Energia interna final Pela tabela A-20 para T= 300 K e 350 K, cv = 0,745 kJ/kg O sinal (+) indica que o calor é transferido para dentro do sistema. ou Exemplo 3.12 – Ar é submetido a uma compressão politrópica em um conjunto cilindro-pistão de p1 = 1 atm, T1= 122°C até p2= 5 atm. Empregando o modelo de gás ideal com a razão k constante. Determine o trabalho e o calor transferido por unidade de massa, em kJ/kg, se (a)n= 1,3 ; (b) n= k. Calcule k na temperatura T1. Considerações: O ar é um sistema fechado O ar é um gás ideal A compressão é politrópica EC e EP = 0 O trabalho é dado por: O calor é dado por: A energia interna é obtida da tabela A-22, para T1= 295 K e interpolando para 428 K, que fica u2=306,53. Para n = k cv = R/(k-1) W/m = R(T2 – T1)/(1-k) Q/m = W/m + (u2 –u1) Logo : Q/m = R (T2 – T1)/(1-k) + cv (T2 –T1) Q/m = R(T2 –T1)/(1-k) + R(T2 – T1)/(k-1) Usando um denominador comum o resultado dá zero. Q/m = R(T2 –T1).[(k-1)+(1-k)] (1-k)(k-1) Ou seja não há transferência de calor no processo politrópico de um gás ideal quando n = k. cp/cv=k e cp=cv+R ; cp-R=cv cp=k.cv ; kcv-R=cv kcv-cv=R ; k-1=R/cv ; cv=R/k-1 Se quiser calcular o valor de k T2/T1 = (p2/p1)(k-1/k) 428/295 = (5/1) (k-1/k) 1,45085 = 5(k-1/k) ln 1,45085 = (k-1/k).ln5 0,37215 = (k-1/k).1,6094 K 1,28 Formulário cap 3 vaporlíquido vapor mm m x título fgfgf xxx 1 pVUH pvuh entalpia fgfgf uuxuxuuxu 1 fgfgf hhxhxhhxh 1 p p v v T h c T u c Calores específicos v p c c k ThpTh TupTu TpT f f f , , , Aproximações para líquidos utilizando líquido saturado Substância incompressível 121212 1212 )(, ppTTchh TTcuu cc dT du T h pTupTh dT du Tc vp p RTTuThh Tuu mRTpV m V RTp )()( )( Modelo de gás ideal Energia interna, entalpia e calores específicos de gases ideais 2 1 )()()( )( )( 12 T T dTTcTuTu dTTcdu dT du Tc 2 1 )()()( )( 12 T T p p dTTcThTh dTTcdh RTcTc vp )()( processo politrópico teconspV n tan n nn V V p p VpVp 2 1 1 2 2211 2 1 1122 1 1 n n VpVp pdV 2 1 1 2 11 )1(ln n V V VppdV 2 1 1 2 2 1 12 1 2 1 1 1 2 1 2 )1,(ln )1,( 1 )( )( nidealgás V V mRTpdV nidealgás n TTmR pdV idealgás V V p p T T n n n
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