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Chico Xavier, residente em Pedro Leopoldo/MG, ingressou em juízo em face da União Federal. Tendo como objetivo a indenização por danos morais em virtude de inscrição de seu nome em cadastros restritivos de crédito, em virtude do suposto não pagamento de imposto de renda (a quantia havia sido corretamente paga e a inclusão se deveu a um erro da UNIÃO). A sentença condenou a ré ao pagamento de R$ 500.000,00, quantia mantida pelo Tribunal. Houve recurso de apelação, mas o acórdão manteve a condenação nessa quantia. A UNIÃO está inconformada com o valor da condenação, especialmente considerando que indenizações por inscrições indevidas são geralmente fixadas na base de R$ 10.000,00. Como advogado da UNIÃO, atue em seu favor, de modo a buscar a diminuição da indenização. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS – MG Processo nº... UNIÃO FEDERAL, já qualificado nos autos da ação em epígrafe em curso perante esse MM. Juízo, que move em face de Chico Xavier, já devidamente qualificado nos autos, vem, por seu advogado (instrumento de mandato acostado), respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ESPECIAL, nos termos dos arts. 105, III, “a”, “b” ou “c”, da CF/88 e 1.029 e seguintes do CPC, o que faz tempestivamente, cujas razões seguem anexas. Requer o Recorrente a intimação do Recorrido na pessoa de seu advogado, para querendo, apresentar sua resposta no prazo legal de 15 dias, sendo posteriormente, os autos encaminhados ao Colendo Superior Tribunal de Justiça, conforme determina o artigo 1.030, caput, do Código de Processo Civil. Informa que segue anexado a este recurso a guia do comprovante do pagamento do preparo (CPC, art. 1.007) (ou, se for o caso, informar que é beneficiário da justiça gratuita e, portanto, deixou de recolher as guias). Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data... Assinatura do advogado... OAB nº... RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL Recorrente: UNIÃO FEDERAL Recorrido: CHICO XAVIER Processo nº... Egrégio Superior Tribunal de Justiça, Ínclitos Ministros. I – DA TEMPESTIVIDADE Manifestamente tempestivo o presente recurso especial, interposto dentro do prazo legal de 15 dias, conforme previsto no artigo 1.003, § 5º, do Código de Processo Civil. II – DO CABIMENTO Da análise dos autos restaram as seguintes conclusões: 1. O acórdão recorrido foi julgado em última instância pelo Tribunal Regional; 2. O acórdão caminhou, data vênia, em sentido contrário à lei federal, lhe afrontando, contradizendo e negando-lhe vigência; 3. Há dissídio jurisprudencial quanto à questão suscitada no feito. Isto posto, à luz do art. 105, III, alíneas a e c da Constituição Federal, e, também, do art. 1029, II do NCPC/2015, é cabível o presente RECURSO ESPECIAL como meio de alcançar o fim desejado, qual seja, a reforma do acórdão para determinar a nulidade da sentença de primeiro grau. RECENTE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 125, DE2022: Art. 105, CF, § 2º, estampa que no recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões de direito federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão do recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão competente para o julgamento. § 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste artigo nos seguintes casos: I - Ações penais; II - Ações de improbidade administrativa; III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários-mínimos; IV - Ações que possam gerar inelegibilidade; V - hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante o Superior Tribunal de Justiça; VI - Outras hipóteses previstas em lei. III – DA SÍNTESE DOS AUTOS O Recorrido ingressou em juízo em face da Recorrente com o objetivo de indenização por danos morais em virtude de inscrição de seu nome em cadastros restritivos de crédito, em virtude do suposto não pagamento de Imposto de Renda – IR. A sentença de primeiro grau condenou a Recorrente ao pagamento de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), quantia mantida pelo Tribunal. Houve recurso de apelação, mas o acórdão manteve a condenação nessa quantia. A Recorrente, por não concordar com o valor da condenação, especialmente considerando que indenizações por inscrições indevidas são geralmente fixadas na base de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Assim, e diante de todo o exposto, viu-se a recorrente obrigada a interpor o presente Recurso Especial, tendo em vista tratar-se de questão de Justiça. IV – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS a) Violação de norma federal 1. Enunciado Administrativo STJ nº 02 Quanto as matérias de fundo, aqui tratadas, deverão ser examinadas sob o enfoque jurisprudencial até então dispensado por esta Corte. 2. Dialeticidade recursal Na espécie, não há que se falar em deficiência de fundamentação deste recurso, muito menos sua incompreensão, haja vista que: ( i ) nos aclaratórios foram almejados esclarecimentos dos motivos em que se apoiaram para se fixar o valor dos alimentos, bem assim ausência dos parâmetros adotados, a análise de documentos, como apregoa, até, o artigo 1.695 do Código Civil; ( ii ) no julgamento desses, afirmou-se, em síntese, que o julgador não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos suscitados pela parte em embargos de declaração. ( iii ) neste Recurso Especial, portanto, busca-se a anulação do julgado (pretensão de fundo), eis que, ao não se esclarecer (causa de pedir), contrariou-se (fundamento) o que reza o inc. II, do art. 1.022, do CPC, uma vez que não fora suprida a omissão de ponto crucial ao desiderato do pleito questionado. Reverbera, até, na nulidade do julgado, em face da ausência desse pronunciamento judicial e, mais, por inegável que a fundamentação recursal foi genérica. (CPC, art. 489, § 1º, inc. II e III) b) Súmula 05 e 07 do STJ Lado outro, oportuno gizar que no Egrégio Superior Tribunal de Justiça já há entendimento, consolidado, de que, quanto à pretensão de exame do quantum condenatório, mormente os critérios adotados para mensurá-los, definidos pelo Tribunal Local, restaria impedido esse propósito, por força, sobremodo, do disposto na Súmula 07. Assim, para se evitar essa direção, imperioso o manejo dos aclaratórios. V - RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA OU DE INVALIDAÇÃO DA DECISÃORECORRIDA Repete-se que não está se tratando de REEXAME de prova, e, sim, da VALORAÇÃO DA PROVA que NÃO OCORREU DE MANEIRA ADEQUADA, razão pela qual o entendimento pode ser ALTERADO sem a violação do teor da Súm. 07 do STJ. Assim foi o caso do REsp nº 1.324.482, cuja ementa se transcreve abaixo (certidão em anexo) 1. A valoração inadequada da prova dos autos implica error iuris que pode ser apreciado nesta instância sem que se cogite de violação do teor da Súmula nº 7 do STJ. 2. A notificação para o exercício do direito de preferência a que se refere o art. 504 do CC/2002 deve anteceder a realização do negócio. Espólio que não foi notificado para tal exercício. . Uma vez ultimado o negócio sem observância da notificação prévia do condômino, a solução da questão somente pode se dar na via judicial, pela ação de preferência c. C. Adjudicação compulsória. 4. Necessidade de remessa dos autos ao juízo da causa para manifestação a respeito dos demais requisitos do direito de preferência, sob pena de supressão de instância. Inaplicabilidade do NCPC ao caso concreto ante os termos do Enunciado nº 1 aprovado pelo Plenário do STJ na Sessão de 9.3.2016:Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas até então pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. 5. Recurso parcialmente provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Senhores Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, em dar parcial provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha (Presidente), Paulo de Tarso Sanseverino e Marco Aurélio Bellizze votaram com o Sr. Ministro Relator. Impedido o Sr. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva.(RECURSO ESPECIAL Nº 1.324.482 - SP 2011/0243722-0 RELATOR: MINISTRO MOURA RIBEIRO, julgado em 05 de abril de 2016). O juízo a quo, ao errar quanto à inovação recursal, consequentemente deixou de apreciar o mérito da ação, o que deve ser reconhecido por este tribunal. VI – CONCLUSÕES FACE AO EXPOSTO, e tendo sido atendidos todos os requisitos de admissibilidade recursal, requer a recorrente: a) seja recebido, processado e admitido o presente Recurso Especial; b) seja intimada a recorrida, para, querendo, apresentar sua resposta, no prazo previsto em lei; c) sejam juntados os comprovantes das custas do despacho de admissibilidade e da interposição de recurso em instância inferior; d) sejam juntados os acórdãos e certidões em anexo, para fim de fazer prova da divergência/dissídio jurisprudencial na forma do art. 1029, § 1º do NCPC. e) seja dado provimento ao presente recurso especial, determinando-se a NULIDADE do acórdão por falta de fundamentação, não apreciação de todos os argumentos e erro na valoração das provas, reconhecendo-se a prescrição anual, tudo com base nos fundamentos acima aludidos. Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data... Assinatura do advogado... OAB nº...
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