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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA... DA COMARCA DE... PJ Ltda, pessoa jurídica de direito privado, subscrita no CNPJ nº..., com sede na Rua..., nº..., bairro..., cidade..., estado..., CEP..., com endereço eletrônico..., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, através de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com escritório na Rua..., nº..., bairro..., cidade...., Estado..., CEP..., endereço eletrônico..., onde recebe intimações, propõe o presente: MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR Em face do DELEGADO REGIONAL TRIBUTÁRIO, agente público do Estado..., subscrito no CPF nº..., com sede na Rua..., nº..., bairro..., cidade..., Estado..., CEP..., com endereço eletrônico..., pelas razões de fato e de direito abaixo aduzidos. 1. DO CABIMENTO O presente Mandado de Segurança é cabível para proteger direito líquido e certo da Impetrante, ameaçado por ato ilegal da autoridade pública, nos termos do artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal. 1.1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Conforme anexo, apresenta a declaração de insuficiência de recursos assinada pelo representante legal da PJ LTDA, na qual atesta que a empresa não possui condições financeiras de arcar com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de suas atividades regulares, com fulcro no artigo 98 do Código de Processo Civil. 2. DA LIMINAR 2.1. Fumus boni iuris Diante dos fatos apresentados, o decreto criado pelo Estado A está presente na ilegalidade da exigibilidade imediata da taxa, antes que sua legalidade seja apreciada pelo Poder Judiciário. Portanto assim como estampa o artigo 151 do Código Tributário Nacional, requer-se a suspensão da exigibilidade da taxa de serviço de segurança instituída pelo decreto, até o julgamento definitivo do presente Mandado de Segurança. 2.2. Periculum in mora Decorre da iminência do recolhimento da taxa do Estado A, cujo não pagamento implicará em graves prejuízos à impetrante (PJ Ltda), pois ficará impossibilitada de participar de processo licitatório de extrema relevância para seus negócios. 3. DOS FATOS Em janeiro de 2021, o Estado A instituiu uma taxa de serviço de segurança por meio de decreto, que corresponde a 3% do faturamento líquido mensal das pessoas jurídicas com sede no estado. Essa taxa é devida trimestralmente e foi criada para remunerar o serviço de segurança pública regional. A cobrança da taxa tornou-se exigível a partir da data da publicação do decreto. Dez dias após a publicação do decreto, a pessoa jurídica PJ Ltda. decidiu impugnar essa nova taxa, pois pretende participar de um processo licitatório em breve. No entanto, o autor teme os custos de honorários advocatícios em caso de insucesso na impugnação, pois precisa apresentar uma certidão de regularidade fiscal para participar da licitação, que será negada se ela não pagar a taxa sem o respaldo de uma medida judicial, diante dos fatos não restou alternativa ao Autor senão recorrer à tutela jurisdicional estatal na defesa de seus legítimos interesses. 4. DO FUNDAMENTO JURÍDICO 4.1. Violação ao Princípio da Legalidade Tributária A Constituição Federal, em seu artigo 150, inciso I, estabelece o princípio da legalidade tributária, que determina que a instituição ou majoração de tributos somente pode ocorrer por meio de lei, não se permitindo a criação ou alteração de obrigações tributárias por meio de decreto ou qualquer outra norma infralegal. A instituição da taxa de serviço de segurança por meio de decreto viola frontalmente esse princípio, uma vez que não foi precedida de lei específica para sua criação. 4.2. Inobservância do Princípio da Anterioridade O artigo 150, inciso III, alínea "b" da Constituição Federal estabelece que a cobrança de tributos deve respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal, que impede a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que houve a sua instituição ou majoração. A taxa de serviço de segurança foi instituída em janeiro de 2021, com exigibilidade imediata a partir da data da publicação do decreto. Tal medida desconsidera o referido princípio constitucional, o que é manifestamente ilegal. 4.3. Ofensa ao Princípio da Capacidade Contributiva O artigo 145, § 1º, da Constituição Federal estabelece que os impostos devem ser graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. No entanto, a taxa de serviço de segurança foi fixada como um percentual fixo do faturamento líquido mensal da pessoa jurídica, independentemente de sua capacidade econômica. Tal critério de cálculo não observa a capacidade contributiva das empresas, o que configura ofensa ao referido princípio constitucional. 4.4. Descumprimento do Devido Processo Legal A exigência da taxa de serviço de segurança antes mesmo da apreciação de sua legalidade em sede judicial, sem a possibilidade de defesa prévia, afronta o devido processo legal, garantido pelo artigo 5º, incisos LIV e LV, da Constituição Federal, que asseguram o direito ao contraditório e à ampla defesa. A imposição da taxa sem a devida análise de sua legalidade configura violação desse direito fundamental. 4.5. Desrespeito à Necessária Previsão Legal O Código Tributário Nacional, em seu artigo 97, estabelece que somente a lei pode estabelecer a cobrança de penalidades pelo descumprimento de obrigações tributárias. O decreto que instituiu a taxa de serviço de segurança não possui previsão legal para a imposição de penalidades pelo seu não pagamento, o que contraria o CTN e a Constituição Federal. 4.6. Inadequação do Meio para Cobrança de Tributo O artigo 5º, inciso II, da Lei nº 12.016/2009, que regula o Mandado de Segurança, estabelece que não cabe Mandado de Segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. Entretanto, a criação da taxa de serviço de segurança por meio de decreto extrapola os limites de atos de gestão comercial, configurando uma verdadeira cobrança tributária. Portanto, a inadequação deste meio para a cobrança da taxa é evidente. 5. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: 5.1. A gratuidade de Justiça, como exposto, nos moldes do artigo 98 e seguintes do Código de Processo Civil, considerando a atual incapacidade financeira do autor; 5.2. A concessão imediata e que seja julgada procedente a liminar com a consequente suspensão da exigibilidade da taxa de serviço de segurança, enquanto perdurar a ilegalidade apontada, como estampado nos termos do artigo 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009; 5.3. A citação do Estado A, representado pelo Delegado Regional Tributário, para querendo, apresentar contestação no prazo legal; 5.4. Seja julgado procedente os pedidos do presente Mandado de Segurança, com a declaração da ilegalidade da exigibilidade imediata da taxa de serviço de segurança instituída pelo decreto, assegurando à impetrante o direito de não efetuar o pagamento enquanto a sua legalidade não for julgada pelo órgão judicial; 5.5. A produção de todos os meios de prova admitidos em direito, com fulcro no artigo 319, inciso VI do Código de Processo Civil; 5.6. A condenação do Estado A ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, como estampa os artigos 82 e 85, parágrafo 3º do Código de Processo Civil. Dá-se a causa o valor de R$... Termos em que, Pede e espera deferimento. Local..., data... ADVOGADO... OAB/UF...
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