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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ... OSVALDO, nacionalidade..., estado civil..., aposentado, portador do RG nº ..., inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado a Rua..., nº..., bairro..., cidade..., estado..., CEP..., com endereço eletrônico..., vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, através do seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com escritório na Rua..., nº..., cidade..., estado..., CEP..., onde recebe intimações, propor a presente: AÇÃO DECLARATÓRIA DE INSENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA Em face da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, representado pela Procuradoria da Fazenda Nacional do Estado..., com sede na Rua..., nº..., cidade..., estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito abaixo aduzidos. I – DO CABIMENTO A) DA PRIORIDADE NO TRAMITE O Autor tem prioridade na tramitação do processo por sofrer de patologia grave, sem condições de trabalhar e sem chances de recuperação, conforme relatório médico (em anexo). Como estampa o inciso I, do artigo 1.048 do Código de Processo Civil e na Lei nº 7.713 de 1988 a determinação de prioridade a quem tenha doença grave. B) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA O Autor requer a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, conforme estampa o artigo 98 e seguintes do Código de Processo Civil, por não possuir condições financeiras de arcar com as custas processuais, sem que ocasione prejuízo para seu sustento para as despesas médicas e ambulatoriais, conforme declaração (em anexo). II – DA TUTELA PROVISÓRIA A) DA PROBABILIDADE DO DIREITO Encontra-se claramente configurada, uma vez que a legislação brasileira prevê expressamente a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física para pessoas acometidas por doença grave, conforme disposto no artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/1988. O Supremo Tribunal Federal também tem jurisprudência consolidada no sentido de que a isenção deve ser concedida, independentemente do montante de rendimentos auferidos, considerando a gravidade da enfermidade e os elevados custos do tratamento médico. B) DO PERIGO DO DANO É configurado pela situação delicada e financeiramente precária do Autor, que, a cada mês, tem um percentual de seu benefício previdenciário descontado a título de Imposto de Renda da Pessoa Física, o que acarreta um ônus significativo em sua renda, comprometendo a sua capacidade de arcar com os custos de vida e, principalmente, com os custos do tratamento médico essencial para a sua sobrevivência. Além disso, o Autor já teve despesas médicas e ambulatoriais relevantes com o tratamento de sua patologia, o que demonstra a urgência na suspensão dos descontos do Imposto de Renda da Pessoa Física, a fim de que ele possa direcionar esses recursos para sua saúde e qualidade de vida. C) DA REVERSIBILIDADE DA DECISÃO COM O PAGAMENTO DO TRIBUTO Cabe destacar que, em caso de concessão da tutela provisória de urgência para suspender os descontos do Imposto de Renda da Pessoa Física, a decisão é reversível, uma vez que o tributo poderá ser pago posteriormente, caso seja proferida sentença desfavorável ao Autor no mérito da ação. Assim, a medida a ser concedida não causará prejuízo irreparável à Fazenda Pública, uma vez que o pagamento do tributo pode ser efetuado retroativamente, caso se conclua, ao final do processo, que o Autor não faz jus à isenção. III – DOS FATOS Sr. Osvaldo, é aposentado desde o ano/exercício de 2018, percebendo benefício previdenciário superior ao limite de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). No exercício de 2020, Sr. Osvaldo foi acometido de doença grave, o que resultou em despesas médicas e ambulatoriais substanciais relacionados ao tratamento de sua patologia. Preocupado com sua situação financeira, buscou o reconhecimento da isenção do IRPF, mesmo ciente de que seus rendimentos estão acima do mínimo estabelecido na Tabela Progressiva do Imposto de Renda. Além disso, relata sua atual incapacidade financeira para arcar com as custas processuais, dada sua condição de saúde e os ônus financeiros advindos do tratamento médico. Diante dos fatos não restou alternativa ao Autor senão recorrer à tutela jurisdicional estatal na defesa de seus legítimos interesses. IV – DO DIREITO É previsto no artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/1988, a possibilidade de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física para os portadores de doença grave. A isenção objetiva mitigar os impactos financeiros impostos pela doença, que frequentemente resulta em despesas médicas elevadas e impacto na qualidade de vida do portador. Da mesma maneira, prevê o artigo 35, inciso II, alínea b, do Decreto 9.580 de 2018, onde as doenças graves são listadas no texto, amparadas de que rendimentos como Imposto de Renda Pessoa Física são isentos de tributação, independentemente do momento em que a doença foi contraída, ou seja, mesmo que a doença tenha sido adquirida após a aposentadoria ou reforma. A isenção é concedida com base em uma conclusão da medicina especializada que comprove a existência da doença grave. A portaria normativa 1.174 do Ministério da Defesa de 2006 também reconhece o direito à isenção do Imposto de Renda Pessoa Física nos casos em que o contribuinte comprovar a condição de portador de doença grave e a correlação com os gastos médicos e tratamentos necessários. É de importância ressaltar que a doença do Autor é inegável, considerando a gravidade da enfermidade e os elevados custos do tratamento médico e ambulatorial e ainda assim ocorre o desconto do Imposto de Renda Pessoa Física em seu benefício previdenciário, o que agrava ainda mais a sua situação financeira. V – DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: A) A prioridade no tramite do processo, como exposto, nos moldes do artigo 1.048 do Código de Processo Civil; B) A gratuidade de Justiça, como exposto, nos moldes do artigo 98 e seguintes do Código de Processo Civil, considerando a atual incapacidade financeira do autor; C) A concessão imediata e que seja julgada procedente a tutela provisória de urgência, para interromper a cobrança indevida do Imposto de Renda Pessoa Física, tornando-a definitiva; D) A citação da União Federal, representado pela Procuradoria da Fazenda Nacional, para querendo, apresentar contestação no prazo legal; E) Seja julgado procedente os pedidos da presente ação para o fim de declarar o direito do autor à isenção do desconto do Imposto de Renda retido da fonte, por ser ele portador de doença grave desde o ano de 2020; F) A condenação da União Federal ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, como estampa os artigos 82 e 85, paragrafo 3º do Código de Processo Civil. Dá-se a causa o valor de R$... Termos em que pede e espera deferimento. Local..., data... Nome do Advogado... OAB/UF...
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