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4° PEÇA - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ...
 JUAREZ, nacionalidade, estado civil, aposentado, inscrito no RG de nº..., inscrito no CPF de nº..., e-mail ..., residente e domiciliado na Rua ..., n. ..., bairro ..., CEP ..., cidade ..., estado ..., neste ato representado por seu advogado que subscreve (procuração anexa) com endereço profissional na Rua ..., n. ..., bairro ..., CEP ..., cidade ..., estado ..., inscrição na OAB ..., e-mail ..., onde recebe intimações, com fulcro no art. 19 e art. 20 c/c art. 319 todos Código de Processo Civil e art. 165, I, do Código Tributário Nacional, vem à presença de Vossa Excelência, propor
 AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA SATISFATIVA
em face da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público interno, representada pela Procuradoria da Fazenda Nacional..., com sede na rua ..., n. ..., bairro ..., cidade ..., estado ..., e-mail ..., de acordo com as razões de fato e de direito a seguir aduzida razões de fato e direito a seguir expostas:
I. DOS FATOS
 O Autor aposentou-se no serviço público federal em 15/05/2016. Três anos depois, foi acometido de neoplasia maligna, conforme atestado em laudo pericial anexo, datado de 05/09/2019 e proferido por médico especialista em oncologia do Hospital Vita.
Em razão deste diagnóstico e de posse do laudo médico, o Autor protocolou, junto ao órgão em que trabalhava pedido de concessão do benefício de isenção do imposto de renda relativamente aos seus proventos de aposentadoria.
O pedido foi negado, sob o argumento de que o laudo pericial apresentado não fora emitido por serviço médico oficial da Ré.
Diante disto, o Autor submeteu-se a perícia feita por junta médica oficial da repartição pública que lhe concedera a aposentadoria.
Após análise dos documentos apresentados e realização de exame físico, foi emitido laudo, datado de 06/02/2019, atestando que o Autor é portador da alegada debilidade, conforme documento anexo.
Com este laudo pericial comprovador da moléstia, emitido por serviço médico oficial da Ré, em 15/02/2019, o autor protocolou, perante sua fonte pagadora, novo pedido de reconhecimento da isenção.
Transcorrido mais de um ano, a fonte pagadora do Autor continua procedendo aos descontos do imposto de renda incidente sobre os proventos da sua aposentadoria.
Portanto, o autor tentou por várias vezes, via administrativa, cessar a cobrança do imposto de renda, sendo infrutíferas todas as tentativas, motivo pelo qual não restou alternativa a não ser a propositura da presente ação, para cessar imediatamente a cobrança do referido imposto e restituir o que foi cobrado indevidamente, conforme restará demonstrado no decorrer desta, senão vejamos:
II – DO DIREITO
Com a finalidade de proteger o contribuinte, que se encontra em situação de diferença, e garantir a efetivação do princípio da isonomia, a Lei nº 7.713 de 1988, no art. 6º, XIV, dispõe que:
"Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas:
XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, [...], com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma".
O Autor provou que é portador de neoplasia maligna (documento anexo) e de acordo com a referida lei o autor tem direito a isenção do imposto de renda sobre seu provento de aposentadoria.
Portanto, fica demonstrado que o Autor tem o direito a isenção do imposto de renda, devendo ser reconhecido e declarado à inexistência da relação jurídica tributária, assim sendo indevidos os valores retirados de seus proventos de aposentadoria relativos a este tributo.
Por outro lado, o Código Tributário Nacional, em seu art. 165, I, estabelece que o sujeito passivo tem direito, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, no caso de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido, como no caso em tela.
"PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. IMPOSTO DE RENDA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE DEDUÇÃO DE QUANTIA RETIDA NA FONTE E JÁ RESTITUÍDA POR CONTA DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. MATÉRIA JULGADA PELA PRIMEIRA SEÇÃO, NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. PRECLUSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. COMPROVAÇÃO DA RESTITUIÇÃO POR MEIO DE PLANILHAS DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE VERACIDADE E LEGITIMIDADE.
 E mais ainda, considera a jurisprudência que os cálculos apresentados pela União Federal em embargos à execução, representando o refazimento da declaração de ajuste, gozam do atributo da presunção de veracidade, sendo ônus do contribuinte comprovar que esse refazimento da declaração pela Fazenda está equivocado:
"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. IMPOSTO DE RENDA. RESTITUIÇÃO DE VALORES INDEVIDAMENTE COBRADOS SOBRE VERBAS INDENIZATÓRIAS. COMPENSAÇÃO, NA FASE DE EXECUÇÃO, DE VALORES JÁ RESTITUÍDOS NAS DECLARAÇÕES ANUAIS DE AJUSTE. PRECLUSÃO AFASTADA PELO STJ EM RESP. COISA JULGADA. PLANILHAS DE CÁLCULOS. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE NÃO ILIDIDA PELO EXEQÜENTE. ÔNUS INVERTIDO.
 No julgamento de recurso especial manejado pela Fazenda Nacional, o eg. STJ afastou a preclusão com relação à compensação e determinou o retorno dos autos para esta Corte, para análise do alegado excesso de execução. No entanto, o acórdão embargado trouxe à discussão a questão já decidida pelo STJ, e, o que é pior, deu-lhe solução diversa, com ofensa à coisa julgada, como afirma, com razão, a Fazenda Nacional.
 Segundo a jurisprudência do colendo STJ;
 "as planilhas apresentadas pela FAZENDA PÚBLICA, ao expressar a situação do administrado perante o FISCO, se constituem em ato administrativo enunciativo, conforme ensinamento do Mestre Helly Lopes Meirelles, e têm aptidão para possuir os atributos imanentes aos atos administrativos em geral. Frise-se, por oportuno, que para a incidência dos atributos, in casu, a presunção de veracidade, é irrelevante a classificação ou espécie do ato administrativo demonstrado no documento público. (...) Estabelecida a natureza do documento apresentado como ato administrativo,(...) dotado de presunção juris tantum de veracidade, se tem impositiva a inversão do ônus probatório para o contribuinte, que deverá afastar a presunção." Se "o contribuinte não rebate os documentos apresentados pela Fazenda Pública", é "impositivo ao julgador o aproveitamento total dos elementos apresentados. Precedente: REsp nº 1.095.153/DF, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJe de 19/12/2008." (AgRg no REsp 1098728/DF, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/02/2009, DJe 11/03/2009).
Para fechar a conclusão, devemos lembrar que o enunciado da questão diz que a procura pelo advogado se deu "transcorrido mais de um ano" do segundo pedido, e não na data da realização da prova. Ora, mais de uma no pode ser compreendido como sendo em fevereiro ou março de 2010. Nessa época, ainda não teria havido pagamento definitivo do imposto sobre a renda por Juarez, uma vez que a obrigação de declarar e pagar venceria ao final de abril de 2010. Logo, beneficiado pela liminar, Juarez teria apenas que alocar os proventos como rendimentos não tributáveis para, em abril, pleitear administrativamente a restituição, que estaria amparada pela decisão judicial.
Portanto, o pedido de repetição de indébito no caso seria formulado sem a certeza de que traria o resultado pretendido, pois o refazimento da declaração de ajuste pela União em sede de execução de sentença poderia demonstrar não haver imposto a restituir.
Diantedeste contexto, fica claro que o Autor tem direito a restituição dos valores pagos a mais, corrigidos monetariamente acrescidos dos juros, partir da data de 05/09/2019, em que foi protocolizado o processo administrativo até o presente momento.
III – DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA SATISFATIVA 
No caso em tela, faz-se necessário a concessão da tutela de urgência de natureza satisfativa, para determinar a imediata suspensão do desconto do imposto de renda dos proventos da aposentadoria do Autor, pois o mesmo se encontra diante de uma situação de urgência, marcada pela existência do perigo de dano de difícil reparação, como estabelece o art. 300 do CPC.
 Assim, o "Fumus boni juris" reside no próprio direito que o Autor tem de não pagar o imposto de renda por conta da isenção concedida na Lei nº 7.713/88, art. 6º, XIV. Com efeito, essa isenção tem por finalidade garantir ao contribuinte do imposto de renda um tratamento isonômico, tratando de forma diferente as pessoas que estão em situação de diferença, como no caso em tela. 
O "Periculum in mora" por sua vez, demonstra-se pelo fato do Autor está com uma doença grave, já é aposentado, podendo sofrer um prejuízo irreparável com os descontos feito nos seus proventos, pois estes descontos podem está comprometendo seu tratamento, ferindo assim sua capacidade contributiva, pois este está tendo que suporta despesas extras com medicamentos e alimentação. Diante desta situação grave faz-se necessário a concessão imediata deste direito a fim de afastar um dano de difícil reparação. 
Portanto, constatando que estão presentes os requisitos exigidos para a concessão da tutela de urgência de natureza satisfativa, então Vossa Excelência, faz-se necessária concessão da liminar, no caso em tela, a fim de cessar imediatamente os descontos do imposto de renda feitos pela fonte pagadora do Autor.
 III - DOS PEDIDOS 
 Diante ao exposto, requer a Vossa Excelência: 
 A) O recebimento da presente ação, com a determinação da citação da Ré, na pessoa do seu Procurador da Fazenda Nacional para que apresente a resposta no prazo legal, caso queira;
 B) A concessão da tutela de urgência de natureza satisfativa, para que a fonte pagadora pare imediatamente de promover a cobrança do imposto de renda sobre os proventos da aposentadoria do Autor e que seja notificada para dar cumprimento à decisão; 
C) Que seja declarada a inexistência da relação jurídico tributária confirmando a liminar, para que cesse a cobrança do imposto de renda retido na fonte nos proventos da aposentadoria, já que o Autor provou ser beneficiário da isenção; 
D) Que seja condenada a Ré na obrigação de restituir o Autor nos valores descontados relativos ao imposto de renda sobre os proventos de sua aposentadoria, decretando a repetição de indébito referente aos valores recolhidas indevidamente desde o dia 05/09/2019, até o presente momento, corrigidos monetariamente e acrescidos de juros; 
E) A produção de provas, a fim de provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente prova documental e pericial e demais que se fizerem necessários; 
F) A condenação da Ré, no pagamento das custas processuais, honorários advocatícios e demais cominações legais cabíveis.
Dá-se à causa o valor de ... (...). 
Termos em que, 
Pede deferimento 
Local..., data... 
..................................................... 
ADVOGADO 
OAB...

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