Buscar

Caderno Direito da Saúde Parte 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA – UNISANTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caderno: 
PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRAIA GRANDE 
 2023 
2 
 
Sumário 
1. Hermenêutica e Teorias do Direito ......................................................................................................................... 5 
1.1. Interpretação das normas jurídicas .................................................................................................................. 5 
1.1.1. Ponto de partida: o TEXTO... ................................................................................................................. 5 
1.1.2. Espírito da lei, Sentido atual ................................................................................................................... 5 
1.1.3. Elementos lógicos intrínsecos ................................................................................................................. 6 
1.1.4. Elemento lógico-sistemático ................................................................................................................... 6 
1.1.5. Elemento Teleológico ............................................................................................................................. 6 
1.1.6. Resultados da Interpretação .................................................................................................................... 6 
1.2. Interpretação de Contratos .............................................................................................................................. 6 
1.2.1. Diretrizes da Interpretação Contratual ..................................................................................................... 7 
1.3. Interpretação dos Tratados .............................................................................................................................. 9 
1.3.1. Competência para interpretar Interpretação ............................................................................................. 9 
1.3.2. Conflitos doutrinários ............................................................................................................................. 9 
1.3.3. Meios OBJETIVOS de Interpretação .................................................................................................... 10 
1.3.4. Meios SUBJETIVOS de Interpretação .................................................................................................. 10 
1.3.5. Regras/Diretrizes de interpretação ........................................................................................................ 10 
1.4. Interpretação, aplicação e integração da norma penal ................................................................................... 11 
1.5. Interpretação da legislação tributária ............................................................................................................ 11 
1.6. Interpretação Constitucional ......................................................................................................................... 13 
1.6.1. Modernas Formas de Interpretar ........................................................................................................... 13 
1.7. Interpretação da Sentença ............................................................................................................................. 14 
1.7.1. Regras de Interpretação da Sentença ..................................................................................................... 14 
1.8. Interpretação de Atos Administrativos .......................................................................................................... 16 
1.8.1. Atos Administrativo .............................................................................................................................. 16 
1.8.2. Aspectos Administrativos ..................................................................................................................... 16 
1.8.3. Especificidades ..................................................................................................................................... 16 
1.8.4. Método de interpretação Administrativa ............................................................................................... 16 
1.9. Escolas Hermenêuticas ................................................................................................................................. 17 
1.9.1. Escolas Clássicas .................................................................................................................................. 17 
1.9.2. Regras da Interpretação Teleológica ..................................................................................................... 17 
1.9.3. Visões Contemporâneas ........................................................................................................................ 17 
1.10. Exercícios ................................................................................................................................................. 17 
2. Controle de Legalidade, Constitucionalidade e Convencionalidade...................................................................... 19 
2.1. Fundamentos do Controle da Constitucionalidade ........................................................................................ 19 
2.1.1. Inconstitucionalidade ............................................................................................................................ 19 
2.1.2. Modelo Brasileiro de Controle da Constitucionalidade ......................................................................... 20 
2.1.3. Controle Político da Constitucionalidade .............................................................................................. 20 
3 
 
2.1.4. Controle Judicial Concreto da Constitucionalidade ............................................................................... 21 
2.1.5. Nos Tribunais (Art. 97 da CF88): ......................................................................................................... 22 
2.1.6. Controle Judicial Abstrato da Constitucionalidade................................................................................ 23 
2.1.7. Controle da Convencionalidade ............................................................................................................ 25 
2.1.8. Inconvencionalidade ............................................................................................................................. 27 
2.1.9. Controle da Legalidade ......................................................................................................................... 28 
2.2. Exercícios ..................................................................................................................................................... 29 
3. Sistema Brasileiro de Precedentes ........................................................................................................................ 30 
3.1. Análise de Precedentes Judiciais ................................................................................................................... 30 
1ª etapa: Fonte do precedente ................................................................................................................................ 30 
2ª etapa: Regra de Decisão (minimalismo) ........................................................................................................... 30 
3ª etapa: Fundamentos (maximalismo) ................................................................................................................. 30 
4ª etapa: Cíclica - rever a Regra de Decisão .......................................................................................................... 31 
3.1.1. Efeitos abstratos possíveis .....................................................................................................................31 
3.1.2. Efeitos concretos ................................................................................................................................... 31 
3.2. Efeitos da Decisão de Incidente de Inconstitucionalidade ............................................................................. 32 
3.2.1. Efeito (interpartes e ordinário) de Mérito .............................................................................................. 32 
3.2.2. Efeito (interpartes e ordinário) Processual ............................................................................................ 32 
3.3. Efeitos das decisões proferidas em ADI, ADC e ADPF ................................................................................ 33 
3.3.1. Efeitos abstratos da Decisão – ADI, ADC............................................................................................. 33 
3.3.2. Parênteses = efeito de casos repetitivos ................................................................................................. 34 
3.3.3. Efeitos reflexos concretos - ADI, ADC ................................................................................................. 34 
3.3.4. Efeitos concretos – ADPF, ADO .......................................................................................................... 35 
3.4. Fundamentos do Sistema de Precedentes Judiciais ....................................................................................... 35 
3.4.1. Motivos ................................................................................................................................................. 35 
3.4.2. Paradigmas Filosóficos ......................................................................................................................... 35 
3.4.3. Os sistemas são diferentes? ................................................................................................................... 36 
3.5. Garantias processuais do Sistema de Precedentes ......................................................................................... 37 
3.5.1. Julgamento liminar de improcedência ................................................................................................... 37 
3.5.2. Dispensa de caução ............................................................................................................................... 37 
3.5.3. Embargos à execução ............................................................................................................................ 38 
3.5.4. Não sujeição ao reexame necessário ..................................................................................................... 38 
3.5.5. Inadmissibilidade de recursos no juízo a quo ........................................................................................ 38 
3.5.6. Provimento recursal monocrático .......................................................................................................... 38 
3.5.7. Não provimento recursal monocrático .................................................................................................. 39 
3.5.8. Reclamação Constitucional ................................................................................................................... 39 
3.5.9. Reclamação (do CPC) ........................................................................................................................... 39 
3.6. Efeitos da decisão proferida em IRDR e IAC ............................................................................................... 40 
4 
 
3.6.1. Incidente de resolução de demandas repetitivas: ................................................................................... 40 
3.6.2. Incidente de assunção de competência .................................................................................................. 40 
3.6.3. Efeitos da Decisão proferida em IRDR e IAC ....................................................................................... 41 
3.7. Efeitos das DECISÕES DE MÉRITO proferidas em Recurso Extraordinário com Repercussão Geral ou em 
Recursos Repetitivos ................................................................................................................................................ 41 
3.7.1. EXTERNO (pontual): ........................................................................................................................... 41 
3.7.2. EXTERNO (Repetitivo – REx ou REsp): ............................................................................................. 42 
3.8. Efeitos das decisões de Repercussão Geral ................................................................................................... 43 
3.8.1. Repercussão Geral................................................................................................................................. 43 
3.8.2. Efeitos da decisão de Repercussão Geral .............................................................................................. 43 
 
 
5 
 
1. Hermenêutica e Teorias do Direito 
 
1.1. Interpretação das normas jurídicas 
 
Definição 
Atividade ou processo que permite a partir da fonte textos normativos (leis em sentido geral) chegar à regra, 
à norma abstrata que o ordenamento apresenta por essa via. 
a. Em sentido estrito = extração, revelação das regras abstratas contidas em textos legislativos; 
 
b. Em sentido amplo = abarca tanto a extração, quanto a integração de outras fontes às normas (pelos 
mecanismos de superação das lacunas normativas) = todas os procedimentos que permitam “encontrar” 
a regra aplicável do ordenamento para cada caso concreto; 
 
c. Não se confunde com Aplicação. 
 
 
A mensagem, especialmente quando complexa, dificilmente não é deformada pela linguagem que a 
transmite. Por isso, descobrir o sentido autêntico é operação natural. 
 
NÃO É POSSÍVEL – como tentou a reação aos glosadores da escolástica (in claris cessat interpretativo), 
ou a Revolução Francesa (juiz, boca da lei) – PROIBIR A INTERPRETAÇÃO. 
 
 
1.1.1. Ponto de partida: o TEXTO... 
 
Cada palavra tem seu significado; 
O conjunto de palavras que integram um discurso, tem seu sentido; 
A letra não é apenas ponto de partida, mas eixo irremovível, salvo quando trai o espírito; 
Mas a letra não é precisa, permite-nos apenas traçar um catálogo de sentidos possíveis (pontos de partida). 
 
Obs.: Escola da Exegese = As leis, os códigos contêm tudo, a tarefa do jurista é unicamente analisar e 
explicar os textos. 
 
 
1.1.2. Espírito da lei, Sentido atual 
 
Ratio legislatoris Vs. Ratio legis; 
Sentido histórico Vs. Sentido atual; 
Não é a interpretação que é evolutiva; 
Em função do objeto ter evoluído (circunstâncias são outras), a interpretação, seguindo os mesmos passos, 
chega a resultados diferentes. 
 
Elemento histórico-lógico prevalece: diante de leis que vêm atender circunstâncias especiais, momentâneas 
ou emergenciais. 
 
Obs.: Escola Pandectista = As leis são fontes primárias, mas valorizam-se os costumes e a ratio legislatoris 
deve ser buscada para as circunstâncias do momento da interpretação. 
 
6 
 
1.1.3. Elementos lógicos intrínsecos 
 
a. Exposição de Motivos; 
b. Preâmbulos (considerandos); 
c. Estrutura geral (partes); 
d. Microestrutura (caput e §§); 
e. Regras gerais; 
f. Títulos das Seções, Epígrafes dos Artigos. 
 
1.1.4. Elemento lógico-sistemático 
 
a. Cada texto normativo parcial pertence a um todo; 
b. Cada todo integra-se no ordenamento, em um “único” sistema; 
 
SUBORDINAÇÃO: do preceito isolado, com os princípios gerais do preceito inferior, com os superiores; 
CONEXÃO: entre preceitos (contexto interno), entre normas (contexto intertextual); 
ANALOGIA: lugares paralelos, semelhantes. 
 
1.1.5. Elemento Teleológico 
 
Fins, objetivos sociais, para quê de uma lei Exemplo: razões da limitação do art. 778 do CC: “Nos segurosde dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão 
do contrato” = (seguro não é negócio, mas proteção). 
LIDB: Art. 5 o Na [interpretação e na] aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e 
às exigências do bem comum. 
 
1.1.6. Resultados da Interpretação 
 
a. Declarativa: Supressiva, Extensiva ou Restritiva; 
b. Corretiva, com afastamento (equidade, inconstitucionalidade); 
c. Ab-rogante, em função do conflito. 
 
1.2. Interpretação de Contratos 
 
Definição: Interpretar contrato, significa... 
a. Revelar ou extrair o significado, o sentido ou o alcance: 
 
i) dos TERMOS utilizados no instrumento contratual para as partes expressarem as suas 
vontades; 
ii) dos COMPORTAMENTOS das partes que impactam na formação ou transformação da 
relação negocial. 
 
7 
 
1.2.1. Diretrizes da Interpretação Contratual 
 
I. VONTADE 
 
Teoria Subjetivista = vontade real, intenção; 
Teoria Objetivista = vontade da declaração, declaratório. 
 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que 
ao sentido literal da linguagem. 
Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, 
prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador. 
Ex. Comodato que é Locação; Serviço que é Trabalho. 
 
II. BOA-FÉ OBJETIVA 
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de 
sua celebração. § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
 [...] III - corresponder à boa-fé. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
III. Usos da Região, do Local 
 
INTEGRAÇÃO, LACUNA... 
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente 
a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. 
Art. 445. 
[...] § 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os 
estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo 
antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. 
Art. 569. O locatário é obrigado: 
[...] II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o 
costume do lugar. 
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a um acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento 
a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade. 
Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não 
houver de ser adiantada, ou paga em prestações. 
Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do 
costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato. 
 
8 
 
IV. FATOS/ATOS CONSEQUENTES (ADITIVOS, COMPORTAMENTOS) 
 
Art. 113. § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
I - For confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; 
 
V. EM FAVOR 
 
a. de quem não estipulou; 
b. do aderente; 
c. do consumidor. 
Art. 113. § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
[...] IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável. 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á 
adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
CDC: Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao 
consumidor. 
 
VI. OPÇÃO MAIS LÓGICA 
Art. 113. § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
[...] V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida 
das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações 
disponíveis no momento de sua celebração. 
 
VII. LINGUAGEM CORRENTE OU SIGNIFICADO ATRIBUÍDO 
 
Art. 113. 
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e 
de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. 
Art. 421-A 
[...] I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das 
cláusulas negociais. 
 
VIII. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA 
 
a. Benéficos = doação, comodato, mútuo, fiança. Não se pode ampliar o Sacrifício. 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva. 
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmite, apenas se 
declaram ou reconhecem direitos. 
9 
 
b. Renúncia = de uma parte, só de uma parte. 
 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada 
do aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
 
Obs.: Pensamento de Pothier (sec. XVIII) 3 das 12 exortações: 
i) O contrato é um todo, não pode ser interpretado por fatias; 
ii) É contrato somente o pactuado, não outras relações entre as partes; 
iii) As exclusões de universalidades precisam ser expressas. 
 
 
1.3. Interpretação dos Tratados 
 
1.3.1. Competência para interpretar Interpretação 
 
I. AUTÊNTICA 
 
Que faça fé, que tenha autoridade = Quem tem o poder de modificar ou suprimir CIJ-1923: 
a. Por juiz internacional / Árbitro: 
i) Cláusula do tratado; 
ii) Tratados constitutivos (CIDH,CIJ – art.36). 
 
b. Por organizações internacionais: 
i) Resoluções das Assembleias Gerais; 
ii) Recomendações Gerais dos Comitês. 
 
II. NÃO - AUTÊNTICA 
 
a. Por juiz internacional / Árbitro: 
i) Cláusula do tratado; 
ii) Tratados constitutivos (CIDH,CIJ – art.36). 
 
b. Por organizações internacionais: 
i) Resoluções das Assembleias Gerais; 
ii) Recomendações Gerais dos Comitês. 
 
1.3.2. Conflitos doutrinários 
 
a. ELEMENTOS SUBJETIVOS (Pacto/ Vontade): EXTENSIVA = Intenção / Teleológica; 
b. ELEMENTOS OBJETIVOS (Norma): RESTRITIVA = Literal ou Textual / Dedutiva. 
10 
 
1.3.3. Meios OBJETIVOS de Interpretação 
 
a. Primário: Sentido comum (contexto + objetivo + finalidade = revelam) ou Sentido Atribuído Dec. 7.030/2009 
(Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, 1969) Artigo 31 (Regra Geral de Interpretação): 
 
i) Um tratado deve ser interpretado de boa-fé segundo o sentido comum atribuível aos termos do tratado 
em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade. 
ii) Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção das partes. 
 
 
b. Primário: Contexto global (de formação e posteriores) DE FORMAÇÃO Artigo 31 (Regra Geral de 
Interpretação): 
 
i) Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e 
anexos: 
 
a) Qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão do 
tratado; 
b) Qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a conclusão do tratado 
e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado. 
 
ii) Serão levados em consideração, juntamente com o contexto: 
 
a) Qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de suas 
disposições; 
b) Qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se estabeleça o acordo 
das partes relativo à sua interpretação; 
c) Quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes. 
 
c. Complementares: Trabalhos preparatórios + Circunstâncias fáticas Artigo 32 (MeiosSuplementares de 
Interpretação): Pode-se recorrer a meios suplementares de interpretação, inclusive aos trabalhos preparatórios 
do tratado e às circunstâncias de sua conclusão, a fim de confirmar o sentido resultante da aplicação do artigo 
31 ou de determinar o sentido quando a interpretação, de conformidade com o artigo 31: 
 
i) deixa o sentido ambíguo ou obscuro; ou 
ii) conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou desarrazoado CIRCUNSTÂNCIAS: Remissão 
Fixa Vs. Remissão Móvel (interpretação evolutiva) CIJ-978. 
 
1.3.4. Meios SUBJETIVOS de Interpretação 
 
Objetivos procurados pelas partes. 
 
1.3.5. Regras/Diretrizes de interpretação 
 
a. Ater-se ao Sentido Normal, Comum (CJI-1923); 
b. Fim almejado está acima da literalidade (CIJ-1962); 
c. Efeito útil ou prático, aplicação efetiva (CIJ-1986); 
d. Línguas, traduções = no conflito, o significado que melhor atendam o fim, o objetivo no conflito, o 
significado que melhor atendam o fim, o objetivo. 
11 
 
 
Artigo 33 (Interpretação de Tratados Autenticados em Duas ou Mais Línguas): 
 
i) Quando um tratado foi autenticado em duas ou mais línguas, seu texto faz igualmente fé em cada 
uma delas, a não ser que o tratado disponha ou as partes concordem que, em caso de divergência, 
prevaleça um texto determinado. 
 
ii) Uma versão do tratado em língua diversa daquelas em que o texto foi autenticado só será 
considerada texto autêntico se o tratado o previr ou as partes nisso concordarem. 
 
iii) Presume-se que os termos do tratado têm o mesmo sentido nos diversos textos autênticos. 
 
iv) Salvo o caso em que um determinado texto prevalece nos termos do parágrafo 1, quando a 
comparação dos textos autênticos revela uma diferença de sentido que a aplicação dos artigos 31 e 
32 não elimina, adotar-se-á o sentido que, tendo em conta o objeto e a finalidade do tratado, melhor 
conciliar os textos. 
 
Exemplo: Decreto 591/1992 (PIDESC, 1966): 
ARTIGO 2º. 1. Cada Estado Parte do presente Pacto compromete-se a adotar medidas, tanto por esforço próprio como 
pela assistência e cooperação internacionais, principalmente nos planos econômico e técnico, até o máximo de seus 
recursos disponíveis, que visem a assegurar, progressivamente, por todos os meios apropriados, o pleno exercício dos 
direitos reconhecidos no presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de medidas legislativas. 
“adotar medidas” // “to take steps” // “s´engage à agir 
 
 
1.4. Interpretação, aplicação e integração da norma penal 
 
Objetivos: 
I. Conhecer peculiaridades da interpretação no ramo do direito penal, tais como: 
a. a interpretação teleológica da lei penal com referência ao critério do bem jurídico tutelado; 
b. a interpretação progressiva; 
c. o critério de aplicação em face de resultados inconcludentes; 
d. a interpretação analógica; 
e. o emprego da analogia. 
 
II. Saber reconhecer os casos de analogia intra legem ou interpretação analógica nos dispositivos da 
lei penal; 
 
III. Ser capaz de distinguir entre interpretação extensiva quanto ao resultado, interpretação analógica e 
analogia. 
 
1.5. Interpretação da legislação tributária 
 
Artigos 107, 111 e 112 do Código Tributário Nacional: 
(Remissão aos artigos 3º; 97, V; 136; 175, parágrafo único e 177) 
Artigo 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito brasileiro. 
12 
 
Definição: trabalho investigativo em que se procura traduzir o pensamento do legislador, sua dicção e seu 
sentido. É o ato intelectual de decifrar o pensamento do legislador, buscando a razão que deu origem às suas 
ideias, quando elaborou o instrumento normativo. 
 
I. Métodos de interpretação: gramatical (técnico/vulgar); lógico (conforme o contexto); histórico 
(mensagem explicativa, exposição de motivos); sistemático (as relações de subordinação e 
coordenação das regras). 
 
Teleológico (finalístico – art. 5º da L.I.N.D.B.); 
Econômico (preferência pelo substancial em detrimento do formal); 
Evolutivo (atribuição de novos conteúdos à norma constitucional, sem modificação do seu teor = papel 
destinado à impressão de jornais). 
 
ideal: aplicação integrada dos métodos de interpretação = pluralismo metodológico 
 
II. Fontes de interpretação: autêntica (legal ou legislativa), jurisprudencial (judicial) e doutrinária. 
Resultados da interpretação: 
 
a. declarativa (externar o pensamento do legislador); 
b. extensiva ou ampliativa (ampliar o sentido do texto para abranger hipóteses semelhantes); 
c. e restritiva ou literal (a incidência da lei não poderá extrapolar a fórmula ou a hipótese expressa 
em seu texto). 
 
Art. 111: critica-se a chamada interpretação literal – vide art. 175, parágrafo único do C.T.N. 
 
ex.: isenção = exclusão do crédito tributário = vai implicar na dispensa do pagamento de tributo pelo 
contribuinte. É uma exceção à parte final da regra do art. 3º do C.T.N. 
 
Presente o princípio da legalidade tributária, essa atividade visa impedir o recurso à analogia e à equidade, 
como formas de integração. 
Não se admite, por este artigo, a interpretação extensiva e nem a analógica. Interpretação da legislação 
tributária. 
 
Art. 112 (interpretação benigna): direito tributário penal = in dubio pro reo ou pro contribuinte = estrita 
legalidade. 
 
Refere-se à lei e não à legislação tributária: art. 97, V do C.T.N., visa temperar o rigor do art. 136 do C.T.N. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1.6. Interpretação Constitucional 
 
 
 
 
 
1.6.1. Modernas Formas de Interpretar 
 
a. Interpretação conforme à Constituição; 
b. Declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto; 
c. Declaração da Constitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade; 
d. Declaração de inconstitucionalidade como apelo ao legislador; 
e. Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade. 
 
 
 
14 
 
1.7. Interpretação da Sentença 
 
1.7.1. Regras de Interpretação da Sentença 
 
a. A sentença é ato do processo; 
b. A sentença resolve o litígio; 
c. A sentença é nula se e quando extrapola o litígio. 
 
I. A sentença é ato do processo: 
 
JURISDIÇÃO – PROCESSO – SENTENÇA. 
 
 
 
 
II. A sentença resolve o litígio: 
 
A controvérsia pode versar questões de fato e/ou de direito; 
A sentença não pode se sustentar em enquadramento jurídico não debatido pelas partes. 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III. A sentença é nula se e quando extrapola o litígio: 
 
Ofensa a valores e princípios fundamentais ligados à pessoa humana e ao processo: 
a. acesso à e efetividade da justiça; 
b. devido processo legal; 
c. contraditório; 
d. congruência, adstrição ou vinculação da sentença; 
e. não-surpresa. 
 
 
 
16 
 
1.8. Interpretação de Atos Administrativos 
 
Duas Questões: 
i) Métodos interpretativos elencados pela teoria geral do Direito aplicam-se ao 
Direito Administrativo? 
ii) O que há de especial na interpretação do Direito Administrativo e dos atos 
administrativos? 
 
1.8.1. Atos Administrativo 
 
I. Sentido amplíssimo: 
 
a. declaração (de vontade) que produz consequências jurídicas (espécie de ato jurídico); 
b. proveniente da Administração Pública ou de quem haja em seu nome (exercício de função 
administrativa); 
c. baseada no regime jurídico público (presença de prerrogativas públicas). 
 
II. Sentido restrito: 
 
a. regulamentos (atos unilaterais e abstratos); 
b. contratos administrativos (atos bilaterais e concretos); 
c. atos administrativos em sentido restrito (atos unilaterais e concretos). 
 
1.8.2. Aspectos Administrativos 
 
i) Ligado ao perfil do Estado (Constituição); 
ii) Grande influencia jurisprudencial; 
iii) Direito não codificado; 
iv) Finalidade pública está no centro do regime administrativo; 
v) Regula relações entre pessoas desiguais. 
 
 
1.8.3. Especificidades 
 
i) Posição de autoridade estatal; 
ii) Inevitável âmbitode discricionariedade conferido à Administração; 
iii) Conformidade com a CF e com as leis. 
 
 
1.8.4. Método de interpretação Administrativa 
 
i) Gramatical – referencial 
ii) Histórico – compreensão do contexto da edição do ato (art. 22 da LINDB); 
iii) Teleológico – finalidade pública; 
17 
 
iv) Sistemático – harmonização com o ordenamento jurídico, em especial com os princípios aplicáveis à 
Administração Pública. 
 
1.9. Escolas Hermenêuticas 
 
1.9.1. Escolas Clássicas 
 
i) Escola da Exegese; 
ii) Escola Pandectista; 
iii) Escola Analítica de Jurisprudência (John Austin); 
iv) Escola Histórica (Savigny); 
v) Escola Teleológica (Ihering); 
vi) Escola da Livre Interpretação Científica do Direito (François Geny); 
vii) Escola do Direito Livre (Ehrlich, Kantorowicz). 
 
1.9.2. Regras da Interpretação Teleológica 
 
A interpretação teleológica busca a finalidade da norma; 
Está sempre implícito na norma um fim social; 
Toda norma visa o futuro. 
 
1.9.3. Visões Contemporâneas 
 
i) Interpretação x Aplicação (Kelsen); 
ii) Textura Aberta e Ponderação (Hart); 
iii) Pauta Valorativa dos Direitos Fundamentais; 
iv) Noção de Princípio (Alexy, Dworkin); 
v) Círculo Hermenêutico (Gadamer); 
vi) Teoria Estruturante (Muller); 
vii) Integração científica-espiritual (Smend); 
viii) Método Tópico-Problemático (Theodor Viehweg); 
ix) Método Hermenêutico-Concretizador (Konrad Hesse). 
 
1.10. Exercícios 
 
1) Com relação à INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS, assinale a alternativa INCORRETA: 
Escolha uma opção: 
 
a) Em regra, a interpretação das normas jurídicas volta-se para identificar a ratio legis; no entanto, nas normas que 
atendem circunstâncias momentâneas ou especiais a ratio legislatoris ganha destaque. 
b) A interpretação lógica das normas exige a consideração de seus elementos intrínsecos, tais como sua 
macroestrutura (partes, capítulos, seções, epígrafe de artigos), sua microestrutura hierarquizada (caput, 
parágrafos, incisos, alíneas). 
c) A subordinação, a conexão e a analogia entre os dispositivos das normas são aspectos considerados pela 
interpretação sistemática. 
18 
 
d) A interpretação sistemática volta-se a identificar e relacionar os vários dispositivos normativos pertinentes a um 
tema, retirando desse conjunto entrelaçado, imbuído dos elementos estruturantes do sistema ou subsistema, o 
significado mais adequado para cada dispositivo. 
e) A letra da lei traça o único sentido possível de uma norma. 
 
2) Com relação à INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
Escolha uma opção: 
 
a) A interpretação busca o significado da norma, não pode ser preocupação do intérprete dar maior efetividade 
para a norma constitucional. 
b) Não há preceitos constitucionais isolados, dispersos; todos integram o todo constitucional. 
c) Na interpretação das normas constitucionais deve se dar preferência ao significado que não frustre a repartição 
constitucional de funções estatais. 
d) Tem preferência, na interpretação das normas constitucionais, os significados que favoreçam ou mantenham o 
que foi almejado pela Constituição. 
e) Diante da colisão de comandos constitucionais não se deve percorrer a trilha da ponderação antes de se 
investigar a possibilidade da concordância prática. 
 
3) Com relação à INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS, assinale a alternativa INCORRETA: 
Escolha uma opção: 
 
a) Os trabalhos preparatórios e as circunstâncias da conclusão dos tratados podem ser fonte de interpretação 
somente se houver sentidos ambíguos ou obscuros ou se aa interpretação sem esses elementos levar ao absurdo. 
b) Segundo a Corte Internacional de Justiça, não se deve ultrapassar a literalidade das disposições dos tratados 
para extrair significados que teoricamente seriam mais compatíveis com o fim almejado pelo tratado. 
c) Acordos estatais posteriores à celebração do tratado ou práticas posteriores adotadas pelos Estados de forma 
reiterada e alastrada são formas legítimas de se estabelecer um acordo interpretativo. 
d) A interpretação dos tratados deve dar atenção às línguas oficiais de cada tratado, para extrair o significado mais 
compatível com o objetivo ou a finalidade do tratado. 
e) O sentido comum atribuível aos termos de um tratado, em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade, cede 
a algum sentido atribuído em declarações estatais interpretativas ou acordos estatais antecedentes. 
 
4) Com relação à INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS, assinale a alternativa INCORRETA: 
Escolha uma opção: 
 
a) Os comportamentos das partes, durante a execução do contrato, são fontes legítimas de interpretação do sentido 
do negócio jurídico. 
b) Os usos, costumes, bem como as práticas do mercado do lugar do contrato são fontes legítimas de 
interpretação dos negócios jurídicos de cunho empresarial. 
c) Na interpretação dos contratos, há que se revelar o significado e o sentido das disposições do instrumento 
contratual, mas também dos comportamentos das partes que impactam na formação ou transformação da relação 
jurídica negocial. 
d) O Direito brasileiro adotou, como regra, a teoria objetivista que dá atenção à vontade que foi consubstanciada 
no instrumento contratual, o que não impede o intérprete de verificar os atos antecedentes, de formação da 
relação contratual. 
e) A interpretação favorável ao aderente aliada à interpretação restritiva das renúncias implica em nulidade de 
renúncia antecipada a direito natural de determinado negócio. 
 
19 
 
2. Controle de Legalidade, Constitucionalidade e Convencionalidade 
 
2.1. Fundamentos do Controle da Constitucionalidade 
 
Supremacia: fundamento de validade, fundamento de aplicação. 
 
2.1.1. Inconstitucionalidade 
 
Incompatibilidade, inadequação Inconstitucional é atributo de ato ou omissão cujo conteúdo ou cuja forma 
contrapõe-se (incompatibilidade) ou desvia-se (inadequação), de modo expresso ou implícito, ao 
contemplado na Constituição como princípio ou como disposição; 
Procedimentos para romper a presunção de constitucionalidade: 
 
I. Espécies de inconstitucionalidade 
 
a. Formal: vício no processo de elaboração dos atos jurídicos (stricto sensu); 
vício na competência (orgânica) pressupostos para o exercício da competência; 
 
i. Falta da relevância ou urgência para editar Medida Provisória (art. 62 da CF 88); 
ii. Ausência da realização de plebiscito prévio à criação de Municípios (Art. 18, §4º da 
CF 88); 
iii. Respeito à reserva legal. 
 
b. Material: vício no conteúdo realizar os fins constitucionais de modo apropriado, adequado, 
proporcional e razoável. 
 
c. Total: Contamina todo o ato; 
Inconstitucionalidade formal; 
Vício atinge núcleo o ato; 
 
d. Parcial: contamina parte do ato; 
 
e. Por ação: fazer o que não se deve fazer; 
 
f. Por omissão: Não fazer o que se deve fazer: 
Pressupõe a exigência, o dever constitucional de ação não cumprido ou 
cumprido parcialmente; 
Diferença entre omissão própria e omissão imprópria. 
 
g. Originária: surge com o ato; 
 
h. Superveniente: Surge após a produção do ato, decorrente de: 
Reforma constitucional (revogação para STF, ADI 2/1997) – sem 
retroatividade; 
Nova interpretação (CPC: embargos à execução – 525, §12º e 535, §5º); 
Alteração das circunstâncias fáticas (trânsito para a inconstitucionalidade. 
 
20 
 
i. Imediata: de determinado ato ou norma; 
j. Derivada: de ato ou norma dependente de ato\norma reconhecido como inconstitucional. 
 
2.1.2. Modelo Brasileiro de Controle da Constitucionalidade 
 
I. Controle PREVENTIVO: 
 
a. Não-jurisdicional interno: Comissões de Constituição e Justiça; 
b. Não-jurisdicional externo: Veto (art. 66, §1º); 
c. Não-jurisdicional externo: rejeição de lei delegada (art. 68, §3º); 
d. Não-jurisdicional externo: atos autorizativos prévios (arts. 49 e 52); 
e. Jurisdicional concreto: Devido processo legislativo; 
f. Jurisdicional abstrato: não seadmite no Brasil (ADI 466-DF). 
 
 
II. Controle REPRESSIVO ou Sucessivo 
 
a. Não-jurisdicional externo: 
 
i. art. 49, V da CF88 - Congresso Nacional pode sustar atos normativos do Executivo que exorbitem 
seu poder regulamentar (art. 84, IV) ou os limites da delegação legislativa (art. 68); 
ii. art. 52, X da CF88 - Senado Federal pode suspender execução (eficácia), no todo ou em parte, de lei 
declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF; 
iii. Pelo Executivo: desde que por ato administrativo formal e expresso declare a sua recusa e aponte a 
inconstitucionalidade (ADI 221-DF). 
 
b. Jurisdicional: 
 
i. Difuso e concreto; 
ii. Concentrado e concreto; 
iii. Representação interventiva; 
iv. Concentrado e abstrato; 
v. Ação direta de inconstitucionalidade por ação; 
vi. Ação direta de inconstitucionalidade por omissão; 
vii. Ação declaratória de constitucionalidade; 
viii. Arguição de descumprimento de preceito fundamental. 
 
 
2.1.3. Controle Político da Constitucionalidade 
 
 
I. Controle PREVENTIVO: 
 
Não-jurisdicional interno: Comissões de Constituição e Justiça; 
Não-jurisdicional externo: Veto (art. 66, §1º da CF88); 
Não-jurisdicional externo: rejeição de Lei delegada (art. 68, §3º); 
Não-jurisdicional externo: atos autorizativos prévios (arts. 49 e 52); 
Jurisdicional concreto: Devido processo legislativo; 
Jurisdicional abstrato: não se admite no Brasil (ADI 466-DF). 
 
 
21 
 
a. Não-jurisdicional interno: Comissões de Constituição e Justiça 
 
Pareceres pela inconstitucionalidade implicam em arquivamento da proposição (são terminativos), salvo 
se solicitada votação em plenário (por quórum diferenciado – Deputados, 2/3) e nesta instância for 
rejeitado o parecer da Comissão. 
 
b. Não-jurisdicional externo: veto (art. 66, §1º da CF88) 
 
15 dias úteis de silêncio = Sanção (§3º) • Rejeição pode ser total ou parcial; 
Derrubada do veto = maioria absoluta, sessão conjunta (não há possibilidade de silêncio). 
 
c. Não-jurisdicional externo: rejeição de Lei delegada (art. 68, §3º) 
 
Resolução delegativa tem de prever tal análise. 
 
d. Não-jurisdicional externo: atos autorizativos prévios (arts. 49 e 52) 
 
Os artigos 49 (Congresso) e 52 (Senado) elencam também uma série de atos autorizativos prévios para 
o exercício de competências da Presidência. 
 
e. Jurisdicional concreto: Devido processo legislativo 
 
Pela via do Mandado de Segurança, admite-se que parlamentar garanta seus direitos relacionados ao 
devido processo legislativo, reconhecidos como direito público subjetivo (MS 22.503-3/DF). 
 
 
2.1.4. Controle Judicial Concreto da Constitucionalidade 
 
I. Constitucionalidade é causa de pedir (fundamento jurídico do pedido) 
 
i. Apresentada pelo autor (na inicial); 
ii. Apresentada pelo réu (em contestação) – ataque aos fundamentos, sem significar pedido 
contraposto; 
iii. Apresentada pelo réu (em reconvenção) – nesse caso, causa de pedir; 
iv. Apresentada pelo autor (na réplica). 
 
= não há preclusão, em qualquer momento; 
= provocação pode se dar por qualquer sujeito processual (terceiro, MP); 
= não atinge normas originárias, nem projetos de lei; 
= qualquer ação. 
 
 
II. Constitucionalidade é causa de pedir/pedido, quando 
 
Se houver prejudicialidade em sentido estrito, absoluto – situação exige a aplicação de tese sobre a 
constitucionalidade, não tem como ser resolvida por outra fundamentação. 
Comum em HC, MS, Ação Declaratória Ordinária, Ação Popular, Ação Civil Pública. 
 
22 
 
III. Constitucionalidade é fundamento jurídico da decisão 
 
Vedação à sentença surpresa = necessidade do contraditório; 
Particularidades do HC, MS, Ação Declaratória Ordinária, Ação Popular; 
Particularidade da Ação Civil Pública (efeitos ampliados); 
Declaração, reconhecimento da inconstitucionalidade concreta. 
 
 
2.1.5. Nos Tribunais (Art. 97 da CF88): 
 
1) INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Provocada (art. 948 do CPC) ou de ofício; 
Prévia oitiva do MP, antes de acolher (maioria simples) ou rejeitar incidente; 
Rejeição = se não houver prejudicialidade; 
Rejeição = pela dispensa da reserva do plenário (art. 949, parágrafo único); 
 
I. A decisão de rejeição é irrecorrível, embora a decisão final do órgão fracionário poderá ser: 
 
a. Impugnada = A Omissão é sanável por Embargos de Declaração, Recurso Extraordinário, Recurso Especial, 
Mandado de Segurança e até Ação Rescisória. 
 
b. Acolhimento = acórdão de encaminhamento (art. 950). 
 
Manifestações possíveis no pleno: de quem editou ato (art. 950, §1º do CPC), dos legitimados do controle 
abstrato (art. 950, §2º do CPC), de outros órgãos ou entidades (art. 950, §3º do CPC – despacho irrecorrível do 
relator); 
Decisão do pleno = apenas da questão constitucional; 
Decisão do pleno também é irrecorrível, embora caiba Embargos de Declaração; 
Recurso sobre a decisão do órgão fracionário, se estiver fundada na inconstitucionalidade, exige a juntada do 
Acórdão do Pleno; 
NO STF, não retornada do pleno, mesmo que ele entenda não ser prejudicial (objetivação do sistema). 
 
2) VIA RECURSAL = RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Repercussão Geral CF: 
Art. 102 (...) § 3º. No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões 
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, 
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. 
CPC: Art. 1.035. [...] § 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões 
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do 
processo. [...] § 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: I - contrarie súmula 
ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; II – (Revogado); III - tenha reconhecido a 
inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal. 
 
Art. 102, III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando 
a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
23 
 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
 
i. Causa petendi aberta; 
ii. Participação do amicus curiae; 
iii. Audiências públicas; 
iv. Modulação dos efeitos. 
 
3) REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
[...] III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, 
na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. 
[...] § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou 
pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida 
bastar ao restabelecimento da normalidade. § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas 
de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
[...] VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente 
de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
Obs.: Lei 12.562/11 
 
2.1.6. Controle Judicial Abstrato da Constitucionalidade 
 
I. Ação direta de inconstitucionalidade por ação – ADI (art. 102, I,‘a’ e Lei 9.868/99) 
Art. 102, I, a: “a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação 
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal”. 
 
II. Ação direta de inconstitucionalidade por omissão – ADO (art. 103, §2º e Lei 9. 868/99) 
Art. 103, §2º: “Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma 
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se 
tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias”. 
 
 
24 
 
III. Ação declaratória de constitucionalidade – ADC (art. 102, I, ‘a’ e Lei 9.868/99) 
Art. 102, I, a: “a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação 
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal”. 
 
IV. Arguição de descumprimento de preceito fundamental – ADPF (art. 102, §1º, Lei 9.882/99) 
Art. 102, §1º: “A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será 
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei”. 
 
I. SUBSIDIARIEDADE 
 
1) STF (TJs) 
a. Não admitem desistência; 
b. Processo objetivo, sem partes; 
c. Não atinge: 
 
i. normas pré-constitucionais (salvo ADPF); 
ii. projetos; 
iii. originárias; 
iv. secundárias; 
v. municipais (salvo ADPF); 
 
d. Constitucionalidade integra pedido; 
e. Efeitos: 
 
i. perda da eficácia; 
ii. erga omnes; 
 
f. ex tunc, salvo se modulados os efeitos (art. 27 da Lei 9868 ou art. 11 da Lei 
9.882). 
 
2) Legitimados do artigo 103 
 
a. Universais: 
Presidente (I), Mesa do Senado (II), Mesa da Câmara (III), PGR (VI), Conselho 
Federal da OAB (VII), Partido Político com representação no Congresso Nacional 
(VIII); 
 
b. Especiais (pertinência temática/interesse de agir): 
Mesa da Assembleia Legislativa e da Câmara Legislativa do DF (IV), Governador 
do Estado e do DF (V), Confederação sindical ou Entidade de classe de âmbito 
nacional (IX). 
 
Art. 125, § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos 
estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um 
único órgão. 
 
 
25 
 
3) Constituição Do Estado De São Paulo: 
 
Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo estaduais ou municipais, contestados em face desta Constituição ou por 
omissão de medida necessária para tornar efetiva norma ou princípio desta Constituição, 
no âmbito de seu interesse: 
 
I - O Governador do Estado e a Mesa da Assembleia Legislativa; 
II - O Prefeito e a Mesa da Câmara Municipal; 
III - O Procurador-Geral de Justiça; 
IV - O Conselho da Seção Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil; 
V - As entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual ou municipal, demonstrando 
seu interesse jurídico no caso; 
VI - Os partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa, ou, em se 
tratando de lei ou ato normativo municipais, na respectiva Câmara. 
 
4) Instrumental da SÚMULA VINCULANTE 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante 
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá 
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração 
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder 
à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas 
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários 
ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica 
e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou 
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor 
a ação direta de inconstitucionalidade. 
 
5) Instrumental da RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL 
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que 
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, 
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial 
reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, 
conforme o caso. 
 
2.1.7. Controle da Convencionalidade 
 
I. Formação dos Tratados: 
 
Adoção → Autenticação → Assinatura → Ratificação; 
Adesão; 
Vigência. 
 
26 
 
II. Incorporação dos Tratados 
 
OBRIGAÇÕES NEGATIVAS AUTOMÁTICAS 
 
CF: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
[...] VIII – celebrar [assinar ou aderir] tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo 
do Congresso Nacional; 
CV 69: Art.18 (Obrigação de Não Frustrar o Objeto e Finalidade de um Tratado antes de sua Entrada 
em Vigor) Um Estado é obrigado a abster-se da prática de atos que frustrariam o objeto e a finalidade 
de um tratado, quando: 
a. tiver assinado ou trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva de ratificação, 
aceitação ou aprovação, enquanto não tiver manifestado sua intenção de não se tornar parte no tratado; 
ou, 
b. tiver expressado seu consentimento em obrigar-se pelo tratado no período que precede a entrada 
em vigor do tratado e com a condição de esta não ser indevidamente retardada. 
 
INCORPORAÇÃO PELA ASSINATURA (se não acarretar encargos, compromissos gravosos) 
 
CF: Art. 5º [...] § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes 
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
 
INCORPORAÇÃO POR DECRETO LEGISLATIVO (se não acarretar encargos, compromissos 
gravosos) 
 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem 
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
 
INCORPORAÇÃO POR DECRETO EXECUTIVO 
 
 
III. STATUS dos Tratados 
 
CONSTITUCIONAL 
 
a. TESE REJEITADA: 
Art. 5º [...] § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa 
do Brasil seja parte. 
 
27 
 
b. EMENDA 45/2004: 
 
Art. 5º [...] § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
SUPRALEGAL 
 
RE 349.703-1-RS/2008 (DE DIREITOS HUMANOS); 
Convenção de Viena de 1969 (DL 496/2009, Dec. 7.030/2009): 
Art. 27 (Direito Interno e Observância de Tratados). Uma parte não pode invocar as disposições de seu 
direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46. 
Art. 46 (Disposições do Direito Interno sobre Competência para Concluir Tratados) 
1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em se obrigar por um tratado 
foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para 
concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifestar e dissesse respeito a uma norma 
de seu direito interno de importância fundamental. 
2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda, 
na matéria, de conformidade com a prática normal e de boa fé. 
 
LEGAL 
 
Os que não versem sobre direitos humanos. 
 
 
2.1.8. Inconvencionalidade 
 
Definição: 
Atributo de ato ou omissão cujoconteúdo contrapõe-se (incompatibilidade) ou desvia-se (inadequação), de modo 
expresso ou implícito, ao contemplado em tratado como princípio ou como disposição. 
 
= fundamento de validade? 
= reconhecimento, perda da eficácia? 
= efeitos ex tunc. 
 
 
 
 
 
28 
 
I. Formas de Controle da CONVENCIONALIDADE 
 
a. Controle interno da Constitucionalidade (status constitucional); 
 
b. Controle INTERNO da CONVENCIONALIDADE (status supralegal): 
 
i. Da lesão às obrigações negativas (depois da assinatura); 
ii. Da lesão às obrigações positivas (depois da incorporação – assinatura ou decreto-legislativo); 
 
c. Controle INTERNACIONAL da CONVENCIONALIDADE: 
i. Da lesão às obrigações negativas (depois da assinatura); 
ii. Da lesão às obrigações positivas (depois da vigência); 
 
d. Controle interno da Legalidade (status legal): 
i. Revogação das disposições anteriores. 
 
2.1.9. Controle da Legalidade 
 
i. Princípio da Legalidade (Art. 5º, II); 
ii. Princípio da Administração Pública (Art. 37). 
 
I. Reserva Legal 
 
a. FORMAL: 
Lei complementar, Lei ordinária; 
 
b. MATERIAL: 
 Leis complementar, Leis ordinária, Lei delegada, Medida provisória, Decreto legislativo, Resolução; 
 
c. ABSOLUTA: 
Toda a inovação primária sobre o assunto: toda e qualquer criação de deveres ou obrigações, todo o 
detalhamento do núcleo normativo e todo o delineamento operacional necessário; 
 
d. RELATIVA: 
Restrita ao detalhamento nuclear dos deveres e obrigações (hipótese abstrata e sanção abstrata), aos 
parâmetros gerais operacionais. O desenvolvimento operacional detalhado é deixado ao Executivo; 
 
COMO IDENTIFICAR: 
 
a. ABSOLUTA "a lei regulará", "a lei disporá", "a lei complementar organizará", "a lei criará", "a lei poderá 
definir“, "a lei estabelecerá", "será regulado por lei complementar"; 
b. RELATIVA: "no prazo da lei", "na forma da lei", "com base na lei", "nos limites da lei", "segundo os 
critérios da lei “, "nos termos da lei", "de acordo com a lei". 
 
 
29 
 
II. Controle da LEGALIDADE 
 
i. Direito de Petição (Art. 5º, XXIV, a); 
ii. Habeas Corpus (Art. 5º, LXVIII); 
iii. Mandado de Segurança (Art. 5º, LXIX); 
iv. Congresso Nacional (Art. 70) e Tribunal de Contas (Art. 71); 
v. Controle Interno dos Poderes (Art. 74); 
vi. Conselho Nacional de Justiça (Art. 103-B), Conselho Nacional do Ministério Público (Art. 130-
A); 
vii. Doações, vendas e concessões de terras públicas (Art. 51 ADCT); 
viii. STJ: Recurso Especial (Art. 105, III, a). 
 
2.2. Exercícios 
 
1. Com relação controle de CONVENCIONALIDADE, assinale a alternativa INCORRETA. Escolha uma opção: 
 
a) O entendimento majoritário e atual do STF entende que os tratados nunca têm status supraconstitucional, os 
incorporados seguindo os ditames do §3º do artigo 5º da CF têm status de emenda constitucional, os de direitos 
humanos têm status supralegal e os demais têm status legal. 
b) Normas ou atos que ofendem tratados que gozem de status de emenda constitucional podem ser objeto de 
controle de constitucionalidade. 
c) Normas ou atos contraditórios a obrigações positivas de conduta constantes em tratados com estatura 
supralegal podem ser objeto de controle interno de convencionalidade, se os tratados estiverem vigentes 
internacionalmente e já tiverem sido incorporados na ordem jurídica brasileira pelo decreto legislativo. 
d) Normas ou atos contraditórios a obrigações negativas de conduta constantes em tratados com estatura supralegal 
podem ser objeto de controle interno de convencionalidade, desde a assinatura ou a adesão dos tratados. 
e) Normas ou atos que ofendem tratados com estatura legal podem ser objeto de controle de legalidade. 
 
2. Com relação MODELO BRASILEIRO de controle de constitucionalidade, assinale a alternativa INCORRETA. 
Escolha uma opção: 
 
a) O controle jurisdicional da constitucionalidade, no Brasil, pode se dar de forma difusa e concreta, de forma 
concentrada e concreta e de forma concentrada abstrata. 
b) Não se admite que o Executivo use do expediente de ele mesmo fazer o controle repressivo de 
constitucionalidade e assim se recusar a aplicar uma lei. 
c) Se admite o controle jurisdicional concreto preventivo que tenha por objeto o devido processo legislativo. 
d) O controle jurisdicional repressivo, concentrado e abstrato se dá apenas pelas seguintes ações: Ação direta de 
inconstitucionalidade por ação, Ação direta de inconstitucionalidade por omissão, Ação declaratória de 
constitucionalidade e Arguição de descumprimento de preceito fundamental. 
e) São formas de controle preventivo de constitucionalidade não-jurisdicionais: pareceres das Comissões de 
Constituição e Justiça, veto, rejeição da lei delegada e atos autorizativos. 
 
3. Com relação ao controle de LEGALIDADE, assinale a alternativa INCORRETA. Escolha uma opção: 
 
a) A reserva de lei material exige que a norma primária seja veiculada por lei complementar ou por lei 
ordinária, a reserva de lei formal admite a veiculação de normas primárias em lei complementar, lei 
ordinária, lei delegada, medida provisória, decreto legislativo ou resolução. 
b) O desenvolvimento operacional detalhado, em regra, é deixado para o Executivo regulamentar. 
30 
 
c) A reserva legal relativa exige que o detalhamento nuclear dos deveres e obrigações (hipótese abstrata e sanção 
abstrata) seja feito por lei, e pode exigir também que os parâmetros operacionais sejam fixados em lei. 
d) A natureza absoluta ou relativa da reserva legal advém dos termos linguísticos constitucionalmente 
estabelecidos, a natureza formal ou material da reserva legal advém da referência explícita das formas normativas 
feita pela Constituição quando estabelece a reserva. 
e) A reserva legal absoluta abrange toda a inovação primária sobre o assunto, toda e qualquer criação de deveres 
ou obrigações, todo o detalhamento do núcleo normativo e todo o delineamento operacional necessário. 
 
4. Com relação aos FUNDAMENTOS do controle de constitucionalidade, assinale a alternativa INCORRETA. 
Escolha uma opção: 
 
a) A inconstitucionalidade superveniente pode decorrer de nova interpretação consolidada após a produção do ato. 
b) A falta de relevância ou urgência para editar Medida Provisória, a ausência de realização de plebiscito 
prévio à criação de Municípios e o desrespeito à reserva legal são hipóteses de inconstitucionalidade 
material. 
c) Inconstitucional é atributo de ato ou omissão cujo conteúdo ou cuja forma contrapõe-se (incompatibilidade) ou 
desvia-se (inadequação), de modo expresso ou implícito, ao contemplado na Constituição como princípio ou 
como disposição. 
d) A inconstitucionalidade por omissão pressupõe a exigência, o dever constitucional de ação não cumprido ou 
cumprido parcialmente. 
e) A inconstitucionalidade formal sempre é total. 
 
 
3. Sistema Brasileiro de Precedentes 
 
3.1. Análise de Precedentes Judiciais 
 
1ª etapa: Fonte do precedente 
MAXIMALISTAS 1º. Fundamentos fáticos e jurídicos. 
MINIMALISTAS 2º. Regra de decisão. 
 
2ª etapa: Regra de Decisão (minimalismo) 
 
1) PASSO - Identificação da Regra: “A + B = X”; 
2) PASSO - Avaliação da Regra: 
a) Generalidade\Universalidade; 
b) Consistência Lógica; 
c) Coerência Fática. 
3) PASSO - Avaliação dos Efeitos: 
a) Interpartes, Ultra-partes, erga omnes; 
b) Vinculante, Preceptivo, Persuasivo; 
c) Modulação dos Efeitos. 
 
3ª etapa: Fundamentos (maximalismo) 
 
31 
 
1) PASSO - IDENTIFICAR QUADRO DECISÓRIO: 
a) Unânime = concordância absoluta nos FUND. e na DEC.; 
b) Majoritária Uniforme = concordância da maioria nos FUND. e na 
DEC. sobre a opinião vencedora; 
c) Majoritária Plural = opiniões concorrentes, no máximo opinião 
concorrente mais representativa. 
 
2) PASSO - IDENTIFICAR FUNDAMENTOS (da opinião vencedora, da opinião concorrente representativa, das 
opiniões concorrentes) 
a) OBTER DICTUM, OBTER DICTA; 
b) Fundamentos fáticosdo caso - adjudicative facts; 
c) Fundamentos fáticos do contexto - legislative facts; 
d) Fundamentos jurídicos. 
 
4ª etapa: Cíclica - rever a Regra de Decisão 
 
1) PASSO - Identificação da Regra: “A + B = X “; 
2) PASSO - Avaliação da Regra: 
a) Generalidade\Universalidade; 
b) Consistência Lógica; 
c) Coerência; 
3) PASSO - Avaliação dos Efeitos: 
a) Interpartes, Ultrapartes, erga omnes; 
b) Vinculante, Preceptivo, Persuasivo; 
c) Modulação dos Efeitos. 
 
3.1.1. Efeitos abstratos possíveis 
 
I – Persuasivo: influência determinada interpretação do direito ou direciona a determinadas decisões. 
(i) Argumento interpretativo (exemplo). 
II – Preceptivo: simplesmente é seguido pelos demais órgãos judiciais porque alcançou naturalmente tal 
autoridade. 
(i) em função da correção do raciocínio - profundidade, extensão, 
coerência, consistência e possibilidade de generalização 
(universalidade); 
(ii) Em função da amplitude da circunstância fática; 
(iii) Argumento justificador, de justiça. 
III – Vinculante: que se impõe, que obriga seu seguimento inexorável. 
(i) Argumento de autoridade 
 
3.1.2. Efeitos concretos 
 
a) Obstar duplo grau necessário (496, §4º); 
b) Negar seguimento dos sobrestados (1040, I); 
32 
 
c) Improcedência Liminar (332, §1º; 932, IV); 
d) Improcedência dos Sobrestados (1040, III); 
e) Provimento Monocrático (932, V); 
f) Eficácia Rescidente (525, §12; 535, III, §5º). 
 
3.2. Efeitos da Decisão de Incidente de Inconstitucionalidade 
 
3.2.1. Efeito (interpartes e ordinário) de Mérito 
 
I – Vincula o entendimento do órgão fracionário no caso, se reconhecida a inconstitucionalidade concreta: 
a) Reserva do Plenário: 
(i) somente para atos normativos; 
(ii) somente para a inconstitucionalidade. 
 
Obs.: CF: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do 
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
do Poder Público. 
CPC: artigos 948 a 950. 
 
3.2.2. Efeito (interpartes e ordinário) Processual 
 
1° – Possibilidade de integrar a COISA JULGADA MATERIAL, no caso de o pleno/especial entender a lei 
ou o ato normativo “constitucional” ... 
 Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão 
principal expressamente decidida. 
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente 
no processo, se: 
I - Dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - A seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - O juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. 
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatória. 
 
2° – Não instauração do INCIDENTE, em caso novo... 
Art. 949. [...] Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão 
especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do 
Supremo Tribunal Federal sobre a questão. 
a) pronunciamento anterior de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade; 
b) sobre a mesma questão. 
 
33 
 
3° – FUNDAMENTAR A NÃO INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE = Identidade da “questão 
constitucional”: os elementos fáticos determinantes têm de ser os mesmos e os argumentos jurídicos 
determinantes tem de ser os mesmos. 
 
4° – Aplicação de tese anterior de inconstitucionalidade, em caso novo, pelo órgão fracionário 
PARA FUNDAMENTAR A APLICAÇÃO DA TESE ANTERIOR: 
a) Identificar a identidade da “questão constitucional”: 
(i) os elementos fáticos determinantes têm 
de ser os mesmos; 
(ii) os argumentos jurídicos determinantes 
têm de ser os mesmos. 
b) Identificar o sentido exato da “declaração anterior de inconstitucionalidade concreta”: 
(i) a norma toda é inconstitucional “em tal 
circunstância”; 
(ii) somente parte da norma “em tal 
circunstância”; 
(iii) tal interpretação “em tal circunstância”; 
(iv) tal aplicação “em tal circunstância”; 
(v) etc. 
 
Obs.: GRANDE EQUÍVOCO – Tratar a decisão de inconstitucionalidade concreta como se fosse uma decisão de 
inconstitucionalidade abstrata. 
 
 
3.3. Efeitos das decisões proferidas em ADI, ADC e ADPF 
 
3.3.1. Efeitos abstratos da Decisão – ADI, ADC 
 
1) ERGA OMNES: 
a) Em regra: EX TUNC 
Salvo MODULAÇÃO DOS EFEITOS = Art. 26 da Lei 9868/99 – Ex nunc ou Pro Futuro – segurança jurídica, 
excepcional interesse social (maioria qualificada, 2/3). 
 
2) VINCULANTE: 
a) EC 3/93 só ADC; 
b) Recl AgR-QO 1.880 – ADI, 2002, se passível de ADC (caráter dúplice e ambivalência); 
c) EC 45/04 – nova redação do Art. 102, §2º, da CF; 
d) PARA QUEM: Judiciário, Administração; 
e) Da decisão definitiva, não dá cautelar (salvo em ADC); 
f) CAUTELAR pode suspender processos judiciais (ADC ou ADI no DF) e administrativos (ADO) em 
curso (Lei 9868/99) – [efeito concreto]. 
 
3) Resolução de Suspensão da Execução pelo Senado Federal (art. 52, X): 
a) Dispensável para decisão de ADI; 
b) ADI 3.406 e 3470 – papel do Senado de dar publicidade; 
c) E se a decisão do STF for modulada para o futuro? 
 
34 
 
4) Princípio da parcelaridade: 
a) Poderia expurgar apenas palavra, expressão? – Limitação do veto (art. 66, §2º) não é usada por analogia – 
COM REDUÇÃO DE TEXTO; 
b) Interpretação conforme a constituição – SEM REDUÇÃO DE TEXTO. 
 
5) Efeito Repristinatório: 
a) LINDB: Art. 2º [...] 
§ 3 o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a 
vigência. 
b) Depende do efeito Ex tunc; 
c) Objeto expresso de impugnação: complexo normativo, cadeia normativa “pós-Constituição” (ADI 2.574, 
ADI 3.660). 
 
6) COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL: 
a) Fundada em Lei posteriormente tida por inconstitucional em controle concentrado com efeitos ex tunc ou 
em súmula vinculante; 
b) Ação Rescisória fundada no Art. 966, V (violar manifestamente norma jurídica); 
c) Dentro do prazo de 2 anos, a contar da decisão que se quer rescindir; 
d) No RE363.889/2011 – O STF admitiu (caso de investigação de paternidade) após 10 anos. 
 
Hoje, essa hipótese estaria regulada pelo Art. 966, VII (prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde 
fazer uso) – Prazo: 2 anos da descoberta ´cumulado com o máximo de 5 anos (art. 975, §2º) 
 
3.3.2. Parênteses = efeito de casos repetitivos 
1) COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL 
 
a) NOVA POSSIBILIDADE DO ART. 966 (incluído pela Lei 13.256/2016): INTERPRETOU A E APLICOU 
DE FORMA INADEQUADA O PRECEDENTE 
 
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em 
enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a 
existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. 
 
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, 
demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de 
questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica. 
 
3.3.3. Efeitos reflexos concretos - ADI, ADC 
 
1) Embargos Rescisórios (= Art. 535, III, §§5º, 7º) 
Art. 525 [..] 
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: [...] 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; [...] 
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação 
reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo 
Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo 
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade 
concentradoou difuso. [...] 
35 
 
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão 
exequenda. 
 
2) Ação Rescisória (= Art. 535, III, §8º) 
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação 
rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
 
3.3.4. Efeitos concretos – ADPF, ADO 
 
1) ADPF 
a) Cumprimento imediato. 
 
2) ADO 
a) Poder competente: ciência da omissão; 
b) Órgão administrativo: cumprir em 30 dias ou prazo razoável (art. 12-h, §1º, Lei 9868/99). 
 
Reflexão final 
I – O que produz efeito, a decisão ou a decisão com seus fundamentos determinantes? 
II – É admissível a transcendência dos motivos determinantes em ADI, ADO, ADC e ADPF? 
III – É justificável a resistência do STF em admiti-la diante dos novos parâmetros do CPC? 
 
 
 
3.4. Fundamentos do Sistema de Precedentes Judiciais 
 
3.4.1. Motivos 
a) Diante da falta de coerência na jurisprudência 
b) Diante da multiplicação de causas repetitivas. 
 
a. segurança jurídica decorrente da estabilidade (previsibilidade); 
b. igualdade perante as decisões judiciais; 
c. racionalidade adequada (presunção da justiça do argumento que decorre da sabedoria 
acumulada); 
d. economia processual. 
 
 
3.4.2. Paradigmas Filosóficos 
 
a) Positivismo exegético (francês): 
a. o sentido é extraído da lei (só o Estado pode definir o Direito, desde Hobbes); 
b. para garantir a plenitude do Direito codificado pode-se utilizar a analogia interna e os princípios 
gerais do Direito presentes no próprio ordenamento. 
36 
 
 
b) Positivismo científico ou conceitual (alemão): 
a. as leis e os costumes (fontes naturais do Direito) estão imersas em e dependem de conceitos 
(de uma imanente e essencial racionalidade) que a ciência pode desvelar (doutrina como fonte); 
 
c) Positivismo Jurisprudencialista: 
a. Da imposição LEGISLATIVA, DA imposição TEÓRICA, À imposição...? 
b. Racionalidade ou Autoridade? 
c. Marinoni: Ao interpretar, expressar o significado da lei, o Judiciário participa da formulação 
do Direito; 
d. Mitidiero: Do plexo de significados possível, o Judiciário estabelece o significado final em que 
deve ser tomado, em determinado contexto; 
 
Questões centrais: 
1. A norma não é o texto, mas pode estar descolada do texto? 
2. Que facticidades condicionam os sentidos legítimos? 
3. A fundamentação é efetivamente a explicitação do compreendido, desvela seus pressupostos? 
4. A máxima hobbesiana “ auctoritas non veritas facit legem” justifica o efeito vinculante? 
i. Afirmação de Marinoni, ao se referir ao STJ: “função da Corte de atribuir sentido e 
unidade ao direito federal”; 
ii. posição de Kelsen, a decisão judicial é ato de vontade. 
5. Quer-se combater o positivismo adotando o principal dos seus pressupostos, o voluntarismo? 
i. posição de Hart, diante de casos difíceis aposta-se na discricionaridade judicial 
(abertura da linguagem, que exige a ponderação diante dos casos difíceis); 
ii. O precedente que vincula é aquele que decidiu um órgão dotado de autoridade? 
 
3.4.3. Os sistemas são diferentes? 
 
a) COMMON LAW 
a. As decisões são criadas para resolver o caso e, no futuro, quando confrontadas com casos 
futuros semelhantes, “podem” ser utilizadas como precedentes. 
b. Adquirem ou não, portanto, passo a passo, força obrigatória. 
i. Inglaterra: Blackstone (declarativa) => John Austin (constitutiva) => 1966; 
ii. EUA: Reação a Suprema Corte pós-New Deal; 
c. Pressuposto: Os princípios jurídicos dependem da experimentação e da repetição, de uma 
validação histórica. 
i. assim se rompe a ideia de imposição legislativa ou teórica; 
d. Os precedentes são sempre re-interpretados... 
i. Como faz Dworkin: somente os argumentos jurídicos principiológicos tem força 
gravitacional, os argumentos políticos não possuem essa atratividade... 
 
b) OLHARES COMUNS NO BRASIL: 
a. Os precedentes nascem, são fabricados para os casos futuros, consolidando, de imediato (pelo 
artifício de atribuir, por autoridade, a força vinculante), barreiras para novas interpretações. 
b. Os precedentes não podem ser interpretados, são novas hipóteses abstratas para juízos 
mecânicos de subsunção... 
i. retorno à escola exegética, o precedente não é mais texto, mas a norma definitiva. 
 
c) O QUE O CPC propôs para o Brasil: 
 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: [...] 
37 
 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: [...] 
V - Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar 
de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a 
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
Art. 926 [...] 
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos 
precedentes que motivaram sua criação. 
 Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: [...] 
 
 
3.5. Garantias processuais do Sistema de Precedentes 
 
1. Julgamento liminar de improcedência; 
2. Dispensa de caução; 
3. Embargos à execução contra título fundado em lei ou ato inconstitucional; 
4. Não sujeição ao reexame necessário; 
5. Inadmissibilidade de recursos excepcionais no juízo a quo; 
6. Provimento recursal monocrático; 
7. Não provimento recursal monocrático; 
8. Reclamação constitucional; 
9. Reclamação do código de processo civil. 
 
3.5.1. Julgamento liminar de improcedência 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará 
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento 
de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
 
3.5.2. Dispensa de caução 
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo 
será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: 
[...] IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse 
ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, 
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: 
[...] IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão 
proferido no julgamento de casos repetitivos. 
 
 
38 
 
3.5.3. Embargos à execução 
Art. 525 [..] 
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: 
[...] III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; [...] 
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação 
reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo 
Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo 
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de 
constitucionalidade concentrado ou difuso. [...] 
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao

Continue navegando