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ADM - Saúde e Segurança do Trabalho

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SAÚDE E 
SEGURANÇA DO 
TRABALHO 
 
 
 
Técnico de Administração 
Módulo I 
 
 
 
 
Centro Técnico Lusíadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................3 
1.1. HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO...........................................3 
1.1.1. A PRÉ HISTÓRIA À IDADE MÉDIA...........................................................4 
1.1.2. NA ERA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL..................................................4 
1.1.3. EVOLUCIONISMO DA SEGURANÇA DO TRABALHO.............................5 
1.2. O QUE É SEGURANÇA NO TRABALHO......................................................8 
1.2.1. SITUAÇÃO ATUAL EM TERMOS DAS LEIS, NORMAS, PORTARIAS E 
REGULAMENTAÇÕES..........................................................................................10 
1.2.2. ASPECTOS POLÍTICOS, SOCIAIS, EDUCATIVOS, ECONÔMICOS - 
DADOS ESTATÍSTICOS........................................................................................11 
2. HIGIENE DO TRABALHO...........................................................................13 
2.1. FUNDAMENTOS DA HIGIENE E SEGURANÇA..........................................14 
2.2. Agentes Ambientais - Reconhecimento, Avaliação e Controle......................15 
2.2.1.AGENTES FÍSICOS..................................................................................17 
2.2.1.1.RUÍDO....................................................................................................17 
2.2.1.2.VIBRAÇÕES...........................................................................................18 
2.2.1.3.AMBIENTES TÉRMICOS.......................................................................20 
3. ACIDENTES DO TRABALHO.....................................................................24 
3.1. OS ACIDENTES DO TRABALHO ANTES DA INDUSTRIALIZAÇÃO.........24 
3.2. HISTÓRIA DE ACIDENTES DO TRABALHO NO BRASIL..........................24 
3.3. SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO.................................................25 
3.4. LER/ DORT..................................................................................................25 
3.4.1. ALGUMAS DOENÇAS.............................................................................26 
3.4.2. CAT – COMUNICAÇÃO ACIDENTES DO TRABALHO...........................34 
3.5. EXERCÍCIO DE PREENCHIMENTO DA CAT.............................................34 
4. AMBIENTE DO TRABALHO E AS DOENÇAS DE TRABALHO..............37 
4.1. ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO................................................38 
4.1.1. DOENÇA PROFISSIONAL.......................................................................40 
4.1.2. DOENÇA DO TRABALHO........................................................................42 
4.2. A MEDICINA DO TRABALHO E AS DOENÇAS DO TRABALHO..............43 
4.3. PRIMEIROS SOCORROS...........................................................................43 
5. NORMA REGULAMENTADORAS NR- 17.................................................49 
EXERCÍCIOS..........................................................................................................56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1. HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO 
Muito embora o trabalho organizado no mundo civilizado tenha surgido a milhares de 
anos, verifica-se contudo que ao longo da história parece não ter havido uma 
organização e preocupação maior das nações e povos daquelas épocas, com os 
aspectos referentes à segurança de todos estes trabalhadores anônimos e 
desconhecidos que empenharam-se em promover toda a construção do nosso 
Mundo Civilizado. 
Nos séculos XVIII e XIX, ocorreram importantes eventos que culminaram com o 
surgimento da consagrada Revolução Industrial, a qual, apoiando-se na evolução 
decorrente do advento de novas tecnologias, (como por exemplo, as máquinas a 
vapor, os motores de combustão interna e os motores elétricos, além das máquinas 
de tecelagem e diversas outras), imprimiu um desenvolvimento acelerado da 
tecnologia em nossa civilização, modernizando e modificando todo o mundo. 
Entretanto todo este desenvolvimento tecnológico não se fez acompanhar do 
correspondente desenvolvimento social, ocasionando desequilíbrios, além do 
agravamento da situação social, devido principalmente ao deslocamento em massa 
das populações e trabalhadores que moviam-se do trabalho na agricultura e no 
campo para o trabalho nas diversas Indústrias que surgiram, tais como, as Indústrias 
de tecelagem, confecções, de bebidas e alimentícias, de veículos de transporte 
terrestre e naval, indústrias químicas e metalúrgicas, construções e etc. Nesta época 
consequentemente as condições de trabalho tornaram-se em larga escala bastante 
inseguras e precárias. 
Contudo, apesar de não faltarem exemplos das deploráveis condições de trabalho 
que existiam nas épocas passadas, como também as que ainda ocorrem na época 
atual, pois apesar de avanços tecnológicos e sociais alcançados, continuam a 
ocorrer casos de displicência, abusos e situações ilegais relativas ao Trabalho como 
provam as estatísticas de acidentes do trabalho, há uma conscientização crescente 
quanto ao benefício da adoção de medidas de proteção ao trabalhador. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
4 
 
1.1.1. A Pré História à Idade Média 
Antigamente os povos não organizavam o tempo eles tinham trabalho próprio ou 
servil não existia autonomia não se organizava a produção. 
- 1600: Surge o relógio e começa-se a comprar o tempo de trabalho. 
- Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em usufruir de 
uma boa saúde e qualidade de vida, na medida em que não se pode dissociar os 
direito humanos e a qualidade de vida, verificam-se, gradativamente, a grande 
preocupação com as condições do trabalho. 
- O médico italiano Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do 
trabalho, publicou por volta de 1700, o livro “Doenças dos Trabalhadores”. 
-1919: Dentro os acontecimentos em relação à segurança do trabalho citarão: 
 OIT (Organização Internacional do Trabalho) 
 O tratado de Versalles (Objetivava: a uniformizar as questões dos trabalhistas, 
a superação das condições subumanas do trabalho, desenvolvimento econômico); 
 Limitações da jornada de trabalho – proteção a maternidade, trabalho noturno 
para mulheres – idade mínima para admissão de crianças e o trabalho noturno para 
menores. 
- 1943: CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) 
 É nos anos seguintes ocorram outros acontecimentos. 
 
1.1.2. Na Era da Revolução Industrial 
1964- (Revolução de 1964) – Lema de todas as empresas econômicas brasileiras: 
“PRODUZIR SEMPRE”. 
Ex: Filme “Tempos Modernos”. 
Os problemas relacionados com a saúde intensificaram-se a partir da Revolução 
Industrial. Houve uma elevada taxa de acidentes devido a novos equipamentos 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
5 
 
adotados, ou seja, deixando o trabalho artesanal e adotando o Trabalho Industrial, a 
falta de treinamento adequado para esse novo equipamento, as longas jornadas de 
trabalho adotadas pelas empresas, o trabalho infantil contribuiu muito para esse fato 
e também para agravar mais ainda essa ocorrência, falta de uma legislação justa, 
onde o trabalhador acidentado ficava a própria sorte. 
 
1.1.3. Evolucionismo da Segurança do trabalho 
O início da Revolução Industrial permitiu a organização das primeiras fábricas 
modernas, a extinção das fábricas artesanais e o fim da escravatura, significando 
uma revolução econômica, social e moral. Porém, foi com o surgimento das 
primeiras indústrias que os acidentes de trabalho e as doenças profissionais se 
alastraram, tomando proporções alarmantes. 
Os acidentes de trabalho e as doenças eram, em grande parte, provocadospor 
substâncias e ambientes inadequados, dadas as condições subumanas em que as 
atividades fabris se desenvolviam, e grande era o número de doentes e mutilados. 
Apesar de apresentar algumas melhoras com o surgimento dos trabalhadores 
especializados e mais treinados para manusear equipamentos complexos, que 
necessitavam cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor qualidade, 
esta situação ainda perdurou até a Primeira Guerra Mundial. 
Até esta data apenas algumas tentativas isoladas para controlar os acidentes e 
doenças ocupacionais haviam sido feitas. A partir de sua real constatação surgem as 
primeiras tentativas científicas de proteção ao trabalhador, com esforços voltados ao 
estudo das doenças, das condições ambientais, do lay-out de máquinas, 
equipamentos e instalações, bem como das proteções necessárias para evitar a 
ocorrência de acidentes e incapacidades. 
Durante a Segunda Grande Guerra, o movimento prevencionista realmente toma 
forma, pois foi quando pôde-se perceber que a capacidade industrial dos países em 
luta seria o ponto crucial para determinar o vencedor, capacidade esta, mais 
facilmente adquirida com um maior número de trabalhadores em produção ativa. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
6 
 
A partir daí, a Higiene e Segurança do Trabalho transformou-se, definitivamente, 
numa função importante nos processos produtivos e enquanto nos países 
desenvolvidos este conceito já é popularizado, os países em desenvolvimento lutam 
para implantá-lo. 
Nos países da América Latina, a exemplo da Revolução Industrial, a preocupação 
com os acidentes do trabalho e doenças ocupacionais também ocorreu mais 
tardiamente, sendo que no Brasil os primeiros passos surgem no início da década de 
30 sem grandes resultados, tendo sido inclusive apontado na década de 70 como o 
campeão em acidentes do trabalho. Apesar disto, pode-se dizer que atualmente nós, 
latino-americanos, evoluímos muito neste campo. 
A problemática econômica, socioeconômica, humana, psicológica tem tal magnitude 
que se pode afirmar que um país em vias de desenvolvimento só sairá deste estágio 
com sucesso, se os acidentes e doenças do trabalho estiverem sob controle. Sob o 
aspecto humano, a preservação da integridade física é um direito de todo o 
trabalhador, pois a incapacidade permanente para o trabalho poderá transformá-lo 
num inválido, com a consequente perda para a nação. 
Cronológica e resumidamente destacam-se os seguintes acontecimentos de 
relevância no que se refere ao tema da Segurança do Trabalho: 
• 1911: Começa-se a implementar com maior amplitude o tratamento médico 
industrial; 
• 1919: Fundação da Organização Internacional do Trabalho - OIT, em 
Genebra, na Suíça. Nesta época o Comitê da OIT estabelecido em Genebra 
na Suíça, estudando as condições de trabalho e vida dos trabalhadores no 
mundo, tornou obrigatória a constituição de Comissões, compostas de 
representantes do empregador e dos empregados, com o objetivo de zelar 
pela prevenção dos acidentes do trabalho, quando as empresas tivessem 25 
ou mais empregados. 
No Brasil simultaneamente surge a primeira Lei sobre Acidentes do Trabalho, a de 
nº 3.724 de 15 de janeiro de 1919. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
7 
 
• 1921: A Organização Internacional do Trabalho – OIT organizou um Comitê 
para o Estudo de Assuntos referentes a Segurança e a Higiene no Trabalho. 
• 1934: Tempos depois, em 10 de julho de 1934 foi promulgada a segunda Lei 
de Acidentes do Trabalho através do Decreto n o 24.637 
• 1943: Criação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT 
• 1944: Oficialmente instituída a criação da CIPA - Comissão Interna Para 
Prevenção de Acidentes, no Brasil: Getúlio Vargas, 21 anos após a 
recomendação feita pela OIT, promulgou em 10.11.1944, o Decreto –Lei n o 
7.036 , fixando a obrigatoriedade da criação de Comitês de Segurança em 
Empresas que tivessem 100 ou mais empregados. O decreto acima ficou 
conhecido como Nova Lei de Prevenção de Acidentes. 
• 1953: Em 27.11.1953 a Portaria 155 oficializava a sigla CIPA – Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes. 
• 1967: Em 26.02.1967 , no Governo do Presidente Costa e Silva, o Decreto-Lei 
n o 229 modificou o texto do Capítulo V , título II , da CLT, o qual dispunha de 
assuntos de Segurança e de Higiene no Trabalho. Com esta modificação, o 
artigo 164 da CLT que tratava de assuntos referentes a CIPA foi alterado e 
ficou conforme o seguinte texto: 
Art. 164 – As empresas que, a critério da autoridade competente em matéria de 
Segurança e Higiene no Trabalho, estiverem enquadradas em condições 
estabelecidas nas normas expedidas pelo Departamento Nacional de Segurança e 
Higiene do Trabalho, deverão manter obrigatoriamente, o Serviço Especializado em 
Segurança e em Higiene do Trabalho e constituir Comissões Internas de Prevenção 
de Acidentes – CIPAs. 
§ 1. 0 O Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho definirá as 
características do pessoal especializado em Segurança e Higiene do Trabalho, 
quanto as atribuições , à qualificação e a proporção relacionada ao número de 
empregados das empresas compreendidas no presente artigo. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
8 
 
§ 2. 0 As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) serão compostas 
de representantes de empregadores e empregados e funcionarão segundo normas 
fixadas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho. 
 1968: Portaria 3.456: - Em 29 de novembro de 1968, a Portaria 3.456 reduziu 
o número de 100 para 50 empregados como o limite em que torna-se 
obrigatório a criação das CIPAs em cada Empresa. 
 
1.2. O QUE É SEGURANÇA NO TRABALHO 
Segurança do Trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são 
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem 
como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. 
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, 
Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, 
Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação 
e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e 
as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, 
Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção 
do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões 
e Gerência de Riscos. 
A Segurança do Trabalho, para ser entendida como prevenção de acidentes na 
indústria, deve se preocupar com a preservação da integridade física do trabalhador 
e também precisa ser considerada como fator de produção. Os acidentes, 
provocando ou não lesão no trabalhador, influenciam negativamente na produção 
através da perda de tempo e de outras consequências que provocam, como: 
eventuais perdas materiais; diminuição da eficiência do trabalhador acidentado ao 
retornar ao trabalho e de seus companheiros, devido ao impacto provocado pelo 
acidente; aumento da renovação de mão-de-obra; elevação dos prêmios de seguro 
de acidente; moral dos trabalhadores afetada; qualidade dos produtos sacrificada. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
9 
 
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe 
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de 
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes 
profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da 
empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que 
tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de 
modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e 
a promoção da saúde do trabalhador. 
A segurança do trabalhopropõe-se combater, também dum ponto de vista não 
médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do 
ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas. 
Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho 
constituem o fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos 
profissionais e contribuem, na empresa, para o aumento da competitividade com 
diminuição da sinistralidade. 
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de 
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas 
Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como portarias e decretos e 
também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, 
ratificadas pelo Brasil. 
 
 
1.2.1. Situação Atual em termos das Leis, Normas, Portarias e 
Regulamentações: 
No Brasil os princípios básicos da Segurança do Trabalho são ditados e orientados 
pelas Normas Regulamentadoras – NRs. A partir das NRs poderemos nos guiar e 
verificar as situações de risco de uma determinada instalação. Por sua vez, estas 
Normas Regulamentadoras – NRs apoiam-se e se relacionam com Normas Técnicas 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
10 
 
oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes, inclusive Normas Técnicas 
Internacionais. A regulamentação referente a Segurança e Medicina do Trabalho 
atualmente é regida pelas seguintes Leis, Normas e Portarias abaixo colocadas, 
entre outras: 
• Constituição Federal de 1988; 
• Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, Capítulo V - Segurança e Medicina 
do Trabalho, (Decreto Lei n o 5.452 de 01.05.1943, atualizada pela Lei Lei n. 
0 6.514, e 22 de janeiro de 1977) 
• Lei n. 0 6.514, de 22 de janeiro de 1977 (D.O.U. 23.12.1977); 
• Normas Regulamentadoras (NRs) , aprovadas pela Portaria n. 0 3.214 , de 08 
de junho de 1978; 
• Normas Regulamentadoras Rurais (NRRs) , aprovadas pela Portaria nº 
3.067 , de 12 de abril de 1988. 
• Decreto n o 4.085 de 15 de janeiro de 2002 o qual promulgou a Convenção n 
o 174 da OIT , bem como, a Recomendação n o 181 sobre a Prevenção de 
Acidentes Industriais Maiores. 
É muito importante também que sejam seguidas as recomendações técnicas 
relativas a Segurança da Instalação e a Segurança do Trabalhador encontradas nos 
livros técnicos que regem o assunto, nos manuais técnicos das instalações e de 
seus componentes, nos treinamentos específicos, etc. 
 
 
1.2.2. Aspectos políticos, sociais, educativos, econômicos - dados estatísticos 
A seguir, estão descritas as diversas Instituições governamentais e não 
governamentais que atuam nas questões relacionadas a Segurança do Trabalho, 
além das demais entidades ligadas a Segurança e Medicina do Trabalho no Brasil. 
• Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e seus Órgãos Regionais do MTb; 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
11 
 
• Previdência Social; 
• Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST órgão de âmbito 
nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as 
atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho; 
• Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho – SSMT; 
• Delegacias Regionais do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, órgão 
regional competente para executar as atividades relacionadas com a 
segurança e medicina do trabalho; 
• Órgãos Federais, Estaduais e Municipais: - Podem ainda ser delegadas a 
outros Órgãos Federais, estaduais e municipais, mediante convênio 
autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou 
orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e 
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. 
• Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho; 
• Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança 
do Trabalho 
• SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança 
• ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; 
• ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho; 
• ABMT – Associação Brasileira de Medicina do Trabalho; 
• ABPA – Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes; 
• ABHO - Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais; 
• FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho; 
• OMS/OPAS - Organização Mundial da Saúde; 
• OIT – Organização Internacional do Trabalho; 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
12 
 
• Abraphiset - Associação Brasileira dos Profissionais de Higiene e Seg. do 
Trabalho; 
• Anent - Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho; 
• Anest - Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
13 
 
 
2. HIGIENE DO TRABALHO 
Cada organismo vivo está constantemente sujeito a inúmeras condições externas 
que agem sobre seus sentidos e influem em seu bem-estar físico e psicológico. O 
conjunto de todas essas influências constitui o ambiente em que o organismo se 
encontra. Em Higiene do Trabalho são consideradas as influências correlacionadas 
com o desempenho de uma atividade que podem alterar as condições de saúde de 
um indivíduo. Os meios e objetivos dessa ciência são apresentados em sua 
definição clássica: 
“Higiene do Trabalho é a ciência e a arte que trata do 
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais”. 
(American Industrial Hygiene Association) 
Outro conceito dado à Higiene do Trabalho: 
“É o conjunto de normas e procedimentos que visa a proteção da integridade física e 
mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do 
cargo e do ambiente físico onde são executadas.” (CHIAVENATO, 1995) 
Os objetivos da Higiene do Trabalho são: 
• Eliminação das causas de doenças profissionais; 
• Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas 
doentes ou portadoras de defeitos físicos; 
• Prevenção do agravamento de doenças e de lesões; 
• Manutenção da saúde dos trabalhadores; 
• Aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho. 
A higiene e a segurança são duas atividades que estão intimamente relacionadas 
com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de 
saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma empresa . Segundo a 
Organização Mundial de Saúde -OSM, a verificação de condições de Higiene e 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
14 
 
Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente 
a ausência de doença e enfermidade". 
A higiene do trabalho propõe-se a combater, de um ponto de vista não médico, as 
doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do 
trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais 
(condições inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança e bem estar 
do trabalhador). 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) preceitua: 
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; 
II - Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto as preocupações a 
tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; 
III - Adotar medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; 
IV - Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente 
 
2.1. Fundamentos da Higiene e Segurança 
Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em conta, 
sendo a produtividade o fator mais importante, mesmo que tal implicasse riscos de 
doença ou mesmo à morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam dois fatores: uma 
mentalidade em que o valor da vida humana era pouco importante e uma total 
ausência por parte dos Estados para implementar leis que protegessem o 
trabalhador. 
Apenas a partir da década de 50 / 60, surgem as primeiras tentativas sérias de 
integrar os trabalhadores em atividades devidamente adequadas às suascapacidades. 
As condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem o fundamento 
material de qualquer programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem, 
na empresa, para o aumento da competitividade com diminuição da sinistralidade. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
15 
 
Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as condições 
de trabalho e a produtividade se encontram ligadas. Numa primeira fase, houve a 
percepção da incidência econômica dos acidentes de trabalho onde só eram 
considerados inicialmente os custos diretos (assistência médica e indenizações). 
Mais tarde começou-se a considerar as doenças profissionais. 
Finalmente, compreendeu-se que os custos indiretos dos acidentes de trabalho 
(perda de horas de trabalho pela vítima, pelas testemunhas e pelas pessoas 
encarregadas do inquérito, interrupções da produção, danos materiais, atraso na 
execução do trabalho, custos inerentes às peritagens e ações legais eventuais, 
diminuição do rendimento durante a substituição e a retoma de trabalho pela vítima, 
etc.) são, em geral, bem mais importantes, e, frequentemente, mesmo quatro vezes 
mais elevados que os custos diretos. 
A diminuição de produtividade e o aumento do número de peças defeituosas e dos 
desperdícios de material imputáveis à fadiga provocada por horários de trabalho 
excessivos e por más condições de trabalho, nomeadamente no que se refere à 
iluminação e à ventilação, demonstraram que o corpo humano, apesar da sua 
imensa capacidade de adaptação, tem um rendimento muito maior quando o 
trabalho decorre em condições ótimas. 
 
2.2. Agentes Ambientais - Reconhecimento, Avaliação e Controle 
Os riscos ocupacionais englobam os agentes ambientais gerados no, ou pelo 
trabalho e que podem causar doença ou desconforto significativo e ineficiência entre 
os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade envolvente, sejam eles: 
• Agentes físicos: ruído, vibrações, calor, radiações, frio, e umidade. 
• Agentes químicos: poeira, gases e vapores, névoas e fumos. 
• Agentes ergonômicos: levantamento, transporte e descarga de materiais 
equipamentos, condições ambientais. 
• Agentes biológicos: microorganismos, vírus e bactérias. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
16 
 
O Reconhecimento dos riscos se dá quando, por meio de inspeções preliminares, 
são levantados os riscos potenciais em determinado local de trabalho. A Avaliação 
é realizada através da utilização de métodos específicos, avaliando-se 
qualitativamente e quantitativamente os agentes prejudiciais e o Controle diz 
respeito às medidas a serem tomadas com base nos dados obtidos pela avaliação e 
reconhecimento detalhado do local de trabalho, máquinas utilizadas, operações 
realizadas etc. , de forma a eliminas ou reduzir os riscos à saúde. 
Os procedimentos adotados para a Avaliação de alguns agentes de risco estão 
dispostos na Norma Regulamentadora NR15 – Atividades e Operações Insalubres. 
De acordo com a NR 15, o trabalhador não deve exceder o limite de tolerância de 
exposição aos agentes ("Limite de Tolerância" é a concentração ou intensidade 
máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, 
que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral). 
Ainda de acordo com a presente norma, o exercício de trabalho em condições de 
insalubridade, ou seja, realizado sob exposição acima do limite de tolerância, 
assegurará ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário 
mínimo, equivalente a: 
• 40%, para insalubridade de grau máximo; 
• 20%, para insalubridade de grau médio; 
• 10%, para insalubridade de grau mínimo. 
No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas 
considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo 
vedada a percepção cumulativa. A eliminação ou neutralização da insalubridade 
determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo. 
 
2.2.1.Agentes Físicos 
2.2.1.1.Ruído 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
17 
 
Seja ruído qualquer “sensação sonora indesejável”. O ruído excessivo tem vários 
efeitos sobre o organismo humano, alguns dos quais muito discutíveis. O principal 
efeito, e amplamente comprovado, é o dano ao aparelho auditivo que pode levar à 
surdez permanente e incapacitante para a comunicação oral. 
 
Avaliação 
A unidade de avaliação do ruído é o decibel (DB). Esta é uma unidade não 
dimensional. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em 
decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de 
compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas 
próximas ao ouvido do trabalhador. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não 
devem exceder os limites de tolerância em destaque no Anexo 1. 
Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a 
máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado. 
Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que 
não estejam adequadamente protegidos. 
Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído 
de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma 
que, se a soma das seguintes frações: 
C1/T1 + C2/T2 + C3/T3 + ...........................+Cn/Tn 
Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível 
de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível. 
As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
18 
 
de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção 
adequada, oferecerão risco grave e iminente. 
 
2.2.1.2.Vibrações 
A vibração é qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto fixo. 
Esse movimento pode ser regular, do tipo senoidal ou irregular, quando não segue 
nenhum padrão determinado. A vibração é definida por três variáveis: a frequência 
(Hz), a aceleração máxima sofrida pelo corpo (m/s2) e pela direção do movimento, 
que é dada em três eixos (figura 3): x (das costas para frente), y (da direita para 
esquerda) e z (dos pés à cabeça). 
A vibração pode afetar o corpo inteiro ou apenas parte do corpo, com as mãos e 
os braços. A vibração do corpo inteiro ocorre quando há uma vibração dos pés 
(posição em pé) ou do assento (posição sentada). O funcionamento de máquinas, 
veículos e a manipulação de ferramentas produzem vibrações que são 
transmitidas ao conjunto do organismo, mas de forma diferente, conforme as 
partes do corpo, as quais não são sensíveis as mesmas frequências. Cada parte 
do corpo pode tanto amortecer como ampliar as vibrações. As ampliações 
ocorrem quando partes do corpo passam a vibrar na mesma frequência e, então, 
dizemos que entrou em ressonância. 
O corpo inteiro é mais sensível na faixa de 4 a 8 Hz, que corresponde a frequência 
de ressonância na direção vertical (eixo z). Na direção x e y, as ressonâncias 
ocorrem a frequências mais baixas, de 1 a 2 Hz. Os efeitos da vibração direta 
sobre o corpo humano podem ser extremamente graves, podendo danificar 
permanentemente alguns órgãos do corpo humano. As vibrações danosas ao 
organismo estão nas frequências de 1 a 80 Hz, provocando lesões nos ossos, 
juntas e tendões. 
As frequências intermediárias, de 30 a 200Hz, provocam doenças 
cardiovasculares, mesmo com baixas amplitudes e, nas frequências altas, acima 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
19 
 
de 300 Hz, o sintoma é de dores agudas e distúrbios. Alguns desses sintomas são 
reversíveis, podendo ser reduzido após um longo período de descanso. 
O primeiro estudo quantitativo no assunto foi realizado por Goldmann e publicado 
em 1960. Os efeitos da vibração sobre o corpo humano podem ser extremamente 
graves.Alguns exemplos desses efeitos são: 
• Visão turva - as vibrações reduzem a acuidade visual e torna a visão turva, 
ocorrendo a partir de 4 Hz. 
• Perda de equilíbrio - os indivíduos que trabalham com equipamentos 
vibratórios de operação manual, tais como martelo pneumático e moto 
serra, apresentam degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso. 
• Falta de concentração. 
• Danificação permanente de determinados órgãos do corpo - os efeitos 
aparecem na forma de perda da capacidade manipuladora e do controle do 
tato nas mãos, conhecido, popularmente, por dedo branco. Essas doenças 
são observadas, principalmente, em trabalhadores de minas e florestais 
(moto-serras à 50-200 Hz). Os dedos mortos surgem no máximo após 6 
meses de trabalho com uma ferramenta vibratória. 
 
Avaliação 
A ISO 2631 apresenta valores máximos de vibrações suportáveis para tempos de 
um minuto a 12 horas de exposição, abrangendo três critérios de severidade: 
limite de conforto, sem maior gravidade (ex: veículos de transporte coletivo); limite 
de fadiga, provocando redução da eficiência dos trabalhadores (ex: máquinas que 
vibram); limite de exposição, correspondente ao limiar do risco à saúde. 
A norma brasileira NR-15, estabelece níveis máximos de vibração, utilizando os 
dados especificados pelas recomendações da ISO 2631. 
 
 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
20 
 
2.2.1.3.Ambientes Térmicos 
Segundo Verdussen (1978), citado por Neri (2001), a temperatura é um ponto que 
deve merecer o maior cuidado, quando se busca criar adequadas condições 
ambientais de trabalho. Há temperaturas que nos dão uma sensação de conforto, 
enquanto outras se tornam desagradáveis e até prejudiciais à saúde. 
Os fatores que definem os ambientes térmicos são os seguintes: 
• Temperatura do ar; 
• Umidade do ar; 
• Movimentação do ar; 
• Calor Radiante; 
Além destas variáveis, a atividade desenvolvida pelo homem (met:W/m2) e a 
vestimenta que ele usa (resistência térmica: Iclo) também interagem na sensação 
de conforto térmico do trabalhador, em seu ambiente de trabalho (Lamberts et al, 
1997). 
Trabalho em temperaturas extremas: segundo Noulin (1992), o trabalho em 
ambientes particularmente quentes ou frios trazem riscos à saúde dos 
trabalhadores. 
Trabalho em temperaturas elevadas: segundo Laville (1977), citado por Neri 
(2001), durante o trabalho físico no calor, constata-se que a capacidade muscular 
se reduz, o rendimento decai e a atividade mental se altera, apresentando 
perturbação da coordenação sensório-motora. A frequência de erros e acidentes 
tende a aumentar pois o nível de vigilância diminui, principalmente a partir de 30° 
C. Outros problemas ligada à saúde, quando o indivíduo está trabalhando em 
locais com temperaturas elevadas: internação ou insolação; prostração térmica; 
cãibras; catarata e conjuntivites; dermatites. 
Algumas recomendações para o trabalho em locais quentes: 
• Isolamento das fontes de calor; 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
21 
 
• Roupas e óculos adequados no caso de calor por radiação; 
• Pausas para repouso; 
• Reposição hídrica adequada - beber pequenas quantidades de líquido (0,25 
l/vez), frequentemente. 
• Ventilação natural. Sempre que as condições de conforto térmico não forem 
atendidas pela ventilação natural, recomenda-se a utilização de ventilação 
artificial. 
Trabalho em baixas temperaturas: os danos à saúde, nestes casos, apresentam 
uma relação direta entre o tempo de exposição e as condições de proteção 
corporal. Destaca-se, ainda, os cuidados necessários à prevenção dos 
denominados choques térmicos, que podem ocorrer quando o organismo é 
exposto a uma variação brusca de temperatura. Os efeitos sobre a saúde do 
trabalhador frente a um ambiente de trabalho com baixas temperaturas são, entre 
outros: enregelamento dos membros devido a má circulação do sangue; 
ulcerações decorrentes da necrose dos tecidos expostos; redução das habilidades 
motoras como a destreza e a força, da capacidade de pensar e julgar; tremores, 
alucinações e a inconsciência. 
Como recomendações para o trabalho em baixas temperaturas, para os trabalhos 
externos e prolongados, recomenda-se uma boa alimentação em calorias e roupas 
quentes. 
 
Avaliação 
Temperatura do ar (Tar): a temperatura do ar pode ser medida com um 
termômetro convencional de mercúrio; 
Umidade do ar (UR umidade relativa do ar): esta é obtida com ajuda de um 
aparelho denominado psicômetro giratório, que contempla dois termômetros: 
termômetro de bulbo úmido (TBU) e termômetro de bulbo seco (TBS), com os 
quais coleta-se a temperatura de bulbo úmido e a temperatura de bulbo seco, 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
22 
 
respectivamente. Com estas duas medidas encontra-se a umidade relativa do ar 
correspondente, fazendo uso da carta psicométrica. 
Movimentação do ar (Var): o aparelho mais indicado para medir velocidade do ar é 
o termo-anemômetro; 
Calor radiante: a exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo 
Úmido Termômetro de Globo" – IBUTG definido pelas equações que se seguem: 
Ambientes internos ou externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 
Ambientes externos com carga solar: 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg 
onde: 
tbn = temperatura de bulbo úmido natural 
tg = temperatura de globo 
tbs = temperatura de bulbo seco. 
Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo 
úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. As 
medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura 
da região do corpo mais atingida. 
 
Observações: 
• Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos 
os efeitos legais; 
• A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita 
consultando-se o Quadro 4; 
• Para regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro 
local (local de descanso), os limites de tolerância são dados segundo o 
Quadro 5 : 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
23 
 
Limites de tolerância para trabalho intermitente com período de descanso 
fora do ambiente laboral 
M (Kcal/h) Máximo IBUTG 
 
175 30,5 
200 30,0 
250 28,5 
300 27,5 
350 26,5 
400 26,0 
450 25,5 
500 25,0 
 
 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
24 
 
 
3. ACIDENTES DO TRABALHO 
3.1. OS ACIDENTES DO TRABALHO ANTES DA INDUSTRIALIZAÇÃO 
Trabalho era artesanal, braçal, escravo. Cada escravo tinha vida média de 27 
anos. 
A Segurança do Trabalho hoje significa controle de qualidade. Ela observa o olhar 
do trabalhador, tem a função de solução e tudo se funda em compromissos. 
 
3.2. HISTÓRIA DE ACIDENTES DO TRABALHO NO BRASIL 
Segundo a OIT, em média, todos os dias morrem 5 mil pessoas devido a 
acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. São cerca de 270 milhões de 
acidentes todos os anos. No Brasil, segundo o último dado oficial disponível da 
Previdência Social, foram registrados 390 mil acidentes em 2003, com quase 
2.600 mortes. Há uma tendência de queda, mas o número ainda é elevado, 
lembra o diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) do 
MTE, Rinaldo Marinho Costa Lima. Segundo ele, as principais ações do MTE na 
área de segurança e saúde no trabalho são a normatização e fiscalização, 
desenvolvidas pelo DSST, e a pesquisa e difusão de conhecimentos, de 
responsabilidade da Fundacentro. 
Recentemente, foram publicadas as Normas Regulamentadoras (NRs) 10, 
referente à segurança em instalações e serviços em eletricidade, e 31, 
contemplando o trabalho rural - "uma norma histórica", define Rinaldo. As normas 
são resultados de um processo de consulta pública e negociação tripartite, 
envolvendo governo, trabalhadores e empregadores. Em 2004, os 3 mil auditores 
fiscais do trabalho realizaram quase 137 mil ações em todo o país, atingindo 14,5 
milhões de trabalhadores. Foram regularizadasmais de 750 mil situações de 
descumprimento da legislação, efetuados 1.107 embargos e interdições e 
analisados 1.666 acidentes de trabalho graves e fatais. 
 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
25 
 
3.3. SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO 
Acidente do Trabalho – Conceito legal 
É o que acontece pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo 
exercício do trabalho dos assegurados previdenciários, provocando lesão corporal 
ou perturbação funcional que cause morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária para o trabalho. 
 
Acidente do Trabalho – Conceito Prevencionista 
“Toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da 
qual possa ressaltar danos físicos e/ou funcionais, ou morte do trabalhador e/ou 
donos materiais econômicos à empresa. 
Doença Profissional, assim entendida a adquirida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade constante da respectiva 
relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social. 
Doença do Trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função 
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 
diretamente, constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da 
Previdência Social. 
 
3.4. LER/ DORT 
O termo LER refere-se a um conjunto de doenças que atingem principalmente os 
membros superiores, atacam músculos, nervos e tendões provocando irritações e 
inflamação dos mesmos. A LER é geralmente causada por movimentos repetidos 
e contínuos com conseqüente sobrecarga do sistema músculo-esquelético. O 
esforço excessivo, má postura, stress e más condições de trabalho também 
contribuem para aparecimento da LER. Em casos extremos pode causar sérios 
danos aos tendões, dor e perda de movimentos. A LER inclui várias doenças entre 
as quais, tenossinovite, tendinites, epicondilite, síndrome do tunel do carpo, 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
26 
 
bursite, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico e síndrome do 
pronador redondo. Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente, 
denominar as LER por DORT ou LER/DORT. A LER também é conhecida por 
L.T.C. (Lesão por Trauma Cumulativo). 
 
O que significa DORT? 
Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho. 
LER/DORT é a designação de qualquer doença causada por esforço repetitivo 
enquanto DORT é o nome dado às doenças causadas pelo trabalho. Alguns 
especialistas e entidades preferem, atualmente, denominar LER por DORT ou 
ainda LER/DORT. 
Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e perda de 
movimentos. A LER/DORT inclui várias doenças entre as quais, tenossinovite, 
tendinites, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, bursite, dedo emgatilho, 
síndrome do desfiladeiro torácico e síndrome do pronador redondo. A LER/DORT 
também é conhecida por L.T.C. Lesão por Trauma Cumulativo). 
 
3.4.1. Algumas Doenças 
• TENOSSINOVITE: inflamação do tecido que reveste os tendões. 
• TENDINITE: inflamação dos tendões. 
• EPICONDILITE: inflamação das estruturas do cotovelo. 
• BURSITE: inflamação das bursas (pequenas bolsas que se situam entre os 
ossos e tendões das articulações do ombro). 
• MIOSITES: inflamação dos músculos. 
• SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO: compressão do nervo mediano na 
altura do punho. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
27 
 
• SÍNDROME CERVICOBRAQUIAL: compressão dos nervos em coluna 
cervical. 
• SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO: compressão do plexo 
(nervos e vasos) 
• SÍNDROME DO OMBRO DOLOROSO: compressão de nervos e vasos em 
região do ombro. 
A quem a LER ataca? A LER é contagiosa? 
As principais vítimas são digitadores, publicitários, jornalistas, bancários e todos 
os profissionais que têm o computador como companheiro de trabalho. 
Não é contagiosa, pois não é causada por bactérias, fungos ou vírus, mas sim por 
movimentos repetitivos. 
LER é a designação de qualquer doença causada por esforço repetitivo enquanto 
DORT é o nome dado às doenças causadas pelo trabalho. Alguns especialistas e 
entidades preferem, atualmente, denominar LER por DORT ou ainda LER/DORT. 
 
Quais os sintomas da LER? 
Em geral dores nas partes afetadas. A dor é semelhante à dor de reumatismo ou 
de esforço estático, como por exemplo, a dor causada quando se segura algo com 
o braço, por longo tempo, sem movimentá-lo. Há formigamentos e dores que dão 
à sensação de queimadura ou às vezes frio localizado. 
 
A LER é uma doença nova? 
Não. Já na idade média era conhecida sob outros nomes, como por exemplo, a 
"Doença dos Escribas", que nada mais era do que uma tenossinovite, 
praticamente desaparecendo depois da invenção da imprensa por Gutemberg. 
Ramazzini, em 1700, também, descreve a doença dos escribas e notórios. Em 
1895 o cirurgião suíço Fritz de Quervain descrevia o "Entorse das Lavadeiras", 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
28 
 
atualmente conhecida como Tenossinovite de Quervian, um tipo de doença 
causada por esforço repetitivo. 
A LER, entretanto, acentuou-se demasiadamente na década de 1990, com a 
popularização dos computadores pessoais. 
 
A LER é causada somente pelo trabalho na informática? 
Não, também podem ser causa de LER atividades esportivas que exijam grande 
esforço. Da mesma forma a má postura ou postura incorreta, compressão 
mecânica das estruturas dos membros e outros fatores podem causar LER. 
 
Quais as possíveis causas das lesões por esforços repetitivos? 
Podemos citar entre tantas outras, 
 1. Posto de trabalho inadequado e ambiente de trabalho desconfortável 
 2. Atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos, 
 3. Posturas inadequadas e desfavoráveis às articulações, 
 4. Repetição de um mesmo padrão de movimento 
 5. Tempo insuficiente para realizar determinado trabalho com as mãos. 
 6. Jornada dupla ocasionada pelos serviços domésticos. 
 7. Atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores. 
 8. Compressão mecânica das estruturas dos membros superiores. 
10. Ritmo intenso de trabalho 
11. Pressão do chefe sobre o empregado 
12. Metas de produção crescente e pre-estabelecidas 
13. Jornada de trabalho prolongada 
14. Falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes 
15. Falta de orientação de profissional de segurança e ou medicina do trabalho 
16. Mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado. 
18. Postura fixa por tempo prolongado 
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29 
 
19. Tensão excessiva e repetitiva provocada por alguns tipos de esportes 
20. Desconhecimento do trabalhador e ou empregador sobre o assunto 
 
Riscos Ambientais 
 São agentes presentes nos ambientes de trabalho, capazes de afetar o 
trabalhador a curto, médio e longo prazo, provocando acidentes com lesões 
imediatas e/ou doenças chamadas profissionais ou do trabalho, que se equiparam 
os acidentes do trabalho. 
Classificam em: 
 RISCOS FÍSICOS 
 RISCOS QUÍMICOS 
 RISCOS BIOLÓGICOS 
 RISCOS ERGONÔMICOS 
 RISCOS DE ACIDENTES 
Fatores que influenciam os danos à saúde 
 Tempo de exposição 
 Sensibilidade individual 
 Concentração 
 Intensidade 
 Natureza do Risco 
A contaminação pode ocorrer pelos seguintes meios: 
 Cutânea 
 Digestiva 
 Respiratória 
 
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30 
 
Risco Físico 
 São em ultima analise alguma forma de energia, liberada pelas condições 
dos processos e equipamentos, e que expõe o trabalhador; a sua denominação 
habitual. 
 Os agentes físicos causadores em potencial de doenças ocupacionais são: 
ruído, vibrações, temperatura extrema, pressões anormais, radiações ionizantes, 
radiações não-ionizantes e umidade. 
 
Riscos físicos e suas consequências: 
Ruído: Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição, problemas do 
aparelho digestivo, taquicardia, perigo de infarto. 
Vibrações: Cansaço, irritação, dores nos membros, dores nacoluna, doença do 
movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos mole. 
Calor: Taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação, intermação 
prostração térmica, choque térmico, fadiga térmica, perturbação das funções 
digestivas, hipertensão etc. 
Radiações não-ionizante: Queimaduras, lesões nos olhos, na pele e em outros 
órgãos. 
Radiações ionizante: Alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, 
acidente do trabalho. 
Umidade: Doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças da pele, doenças 
circulatórias. 
Pressões anormais:Intoxicação pelo gás carbônico, embolia traumática e outras 
doenças descompressivas. 
 
 
 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
31 
 
Risco Químico 
Os agentes químicos são agentes ambientais causadores em potencial de 
doenças profissionais devido a sua ação química sobre o organismo dos 
trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma sólida como liquida ou 
gasosa. 
Os agentes causadores são: Poeiras, nevoas, neblinas, gases e vapores, fumos 
metálicos, substâncias, 
Risco químico e suas conseqüências: 
Poeiras:silicose,asbestose,bissinose,bagaços,eenfizema,pulmonar,potenciilza 
nocividade. 
Fumos metálicos: Intoxicação específica de acordo com o metal, febre dos fumos 
metálicos, doença pulmonar obstrutiva. 
Nevoas, Neblinas, Gases e Vapores: Irritantes: irritação das vias aéreas 
superiores Ac. Clorídrico, Soda Cáustica, Ac.Sulfúrico etc. 
Asfixiantes: dor de cabeça, náuseas, sonolência convulsões, coma e morte. Ex.: 
Hidrogênio, Nitrogênio, Hélio, Acetileno, Metano, Dióxido de carbono, Monóxido de 
Carbono etc. 
 Anestésicos: ação depressiva sobre o sistema nervoso, danos aos diversos 
órgãos, ao sistema formador do sangue. Ex.Butano, Propano, Aldeídos, Cetonas, 
Cloreto de Carbono, Tricloroetileno, Benzeno, Tolueno, Álcoois, Percloroetileno, 
Xileno etc. 
 
Risco Biológico 
São microorganismos causadores de doença, como os quais podem o trabalhador 
está em contato permanente, no exercício de diversas atividades ou operações de 
trabalho. 
Os agentes causadores são: Vírus, bactérias, bacilos, protozoários, fungos. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
32 
 
Risco Biológico e suas consequências: 
Vírus: Hepatite, poliomielite, herpes, varíola, febre amarela, raiva (hidrofobia), 
rubéola, AIDS, dengue, meningite. 
Bactérias/Bacilos: Hanseníase, tuberculose, tétano, febre tifóide, pneumonia, 
difteria, cólera, leptospirose, disenterias. 
Protozoários: Malária, mal de chagas, toxoplasmose, disenterias. 
Fungos: Alergias, micoses. 
 
Risco Ergonômico 
A ergonomia visa estabelecer parâmetros que permitam à adaptação das 
condições de trabalho as características psicofisiológicas dos trabalhadores, de 
modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 
Os agentes causadores são: Esforço físico intenso, levantamento, transporte e 
descarga manual de peso; exigência de postura inadequada; controle rígido de 
produtividade. 
Risco Ergonômico e suas consequências 
De um modo geral, devendo haver uma análise mais detalhada, caso a caso, tais 
riscos podem causar: cansaço, dores musculares, fraquezas, doenças como 
hipertensão arterial, úlceras, doenças nervosas, agravamento do diabetes, 
alterações do sono, da libido, da vida social com reflexos na saúde e no 
comportamento, acidentes, problemas na coluna vertebral, taquicardia, cardiopatia 
(angina, infarto), agravamento da asma, tensão, ansiedade, medo, 
comportamentos estereotipados. 
 
 
 
 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
33 
 
Risco de Acidentes 
São considerados risco de acidente ou mecânicos, todas deficiências ou 
inadequações das instalações ou em máquinas e equipamentos, que constituem 
riscos de acidente para o trabalhador. 
Os agentes causadores são: Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos 
sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, 
eletricidade, probabilidade, de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, 
animais peçonhentos, outras situações de risco que poderão contribuir para a 
ocorrência de acidentes. 
Risco de Acidentes e suas consequências 
Arranjo físico inadequado: acidentes, desgaste físico; 
Máquinas e equipamentos sem proteção: acidentes graves; 
Ferramentas inadequadas ou defeituosas: acidentes com repercussão nos 
membros superiores; 
Iluminação inadequada: acidentes; 
Eletricidade: acidentes graves; 
Probabilidade, de incêndio ou explosão: acidente grave; 
Armazenamento inadequado: acidentes graves; 
Animais peçonhentos: acidentes graves 
Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes: 
acidentes e doenças profissionais. 
 
 
 
 
 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
34 
 
3.4.2. CAT – Comunicação Acidentes do Trabalho 
Trata-se de um importante documento, pois registra o acidente do trabalho ou a 
doenças ocupacional podendo ser emitido pelo INSS, sindicato ou médico de 
outra instituição, caso a empresa se nege fornece-lo. 
O trabalhador tem o direto a uma copia da CAT, deve, portanto exigi-la. 
Como deverá ser comunicado o acidente do trabalho? 
Através do formulário próprio de Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT 
adquirido nas papelarias ou nas Agências da Previdência Social ou através da 
Internet (www.previdenciasocial.gov.br). Deverá ser preenchido em 06 (seis) vias, 
com a seguinte destinação: 
 1ª via - ao INSS; 
 2ª via - à empresa; 
 3ª via - ao segurado ou dependente; 
 4ª via - ao sindicato de classe do trabalhador; 
 5ª via - ao Sistema Único de Saúde - SUS; 
 6ª via - à Delegacia Regional do Trabalho. 
 
3.5. EXERCÍCIO DE PREENCHIMENTO DA CAT 
Benefícios Previdenciários 
Benefícios Previdenciários (acidentários) segurados que tem direito: O 
trabalhador regido pela CLT; o trabalhador temporário; o trabalhador avulso; o 
presidiário que exerce função remunerada. 
Aposentadoria por Invalidez Acidentária – Quando o acidentado está 
definitivamente incapacitado para o trabalho. 
 Valor mensal: igual ao salário de beneficio do segurado no dia do acidente. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
35 
 
 Este valor é aumentado em 25% se o acidentado necessitar de assistência 
permanente de outra pessoa. 
Auxilio Doença Acidentário – A partir dos 16° dia de constatação do acidente ate 
o assegurado ficar curado. 
 Trabalhador Avulso – A partir do dia seguinte ao do acidente. 
 Valor mensal: 91% do salário de beneficio do segurado, vigente no dia do 
acidente. 
Auxilio Acidente – Quando o acidentado não tem mais condições de trabalhar 
nesse serviço e precisa mudar de função. 
 Valor: O acidentado recebera pelo resto de sua vida 50% do valor da 
aposentadoria por invalidez acidentaria. 
Pensão – Ao dependente dos segurados que falta em decorrência do acidente. 
 Valo mensal: Igual à aposentadoria por invalidez, qualquer que seja o 
numero de dependentes. 
Custeio – E atendido pelas contribuições previdenciárias a cargo do segurado, da 
empresa e da união. 
 O encargo das empresas (ou das entidades) varia em função dos riscos, 
que são classificados em leves (1%), médios (2%), graves (3%), percentuais estes 
que incidem sobre o total da folha de pagamento. 
SAT – Seguro Acidente do Trabalho: tem sua base constitucional do artigo 7º, 
inciso do I artigo 195 e inciso do artigo 201, todos da carta magna (Constituição) 
de 1988, garantido ao empregado um seguro contra acidentes do trabalho, às 
expensas do empregador. 
Aposentadoria Especial – Será devida ao segurado que tiver trabalhado durante 
15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que 
prejudiquem a saúde e a integridade física. A concessão da aposentaria especial 
dependerá de comprovação pelo segurado, perante i Instituto Nacional de Seguro 
Social, do tempo de trabalho permanente, ocasional nem intermitente, em 
Saúde e Segurança do Trabalho36 
 
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o 
período mínimo fixado (PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO 
PREVIDENCIÁRIO). 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
37 
 
 
4. AMBIENTE DO TRABALHO E AS DOENÇAS DE TRABALHO 
Diariamente, o ambiente, as ferramentas, as máquinas e as posturas assumidas, 
entre outras variáveis presentes no ambiente de trabalho, coloca os trabalhadores 
à mercê de oportunidades de danos à integridade e à saúde BARBOSA FILHO 
(2001). Contudo, quando o ambiente de trabalho não é adequado às 
características e funcionamento do ser humano, colocando-o em situações 
penosas, pode-se observar o surgimento de diferentes tipos de doenças. 
Cassou (1991), citado por Neri (2000), salienta que a relação entre o trabalho e a 
saúde é complexa, destacando três situações principais. 
A) Quando as condições de trabalho ultrapassam os limites toleráveis do 
organismo, a probabilidade de provocar uma doença no trabalhador é 
significativa. Neste caso, têm-se uma Doença Profissional que, no sentido 
restrito, se define como uma doença devido a fatores (físicos, químicos e 
biológicos) bem determinados do meio de trabalho. Ex: a exposição a um 
nível elevado de ruído gera uma perda auditiva nos trabalhadores expostos. 
B) O meio profissional pode também ter um papel importante, porém, 
associado a outros fatores de risco do ambiente fora do trabalho ou do 
modo de vida do trabalhador, gerando as doenças do trabalho. Diversos 
estudos mostram a ocorrência de perturbações digestiva, do sono, do 
humor com os trabalhadores em turnos alternados. Os horários deslocados; 
a dificuldade das tarefas efetuadas à noite, no momento de menor 
resistência do organismo, podem influenciar o desenvolvimento destas 
patologias.Outros fatores, não profissionais, ligados por exemplo ao 
patrimônio genético, ao estado de saúde ou aos hábitos de vida 
(alcoolismo, tabagismo) têm também um papel importante na aparição e no 
progresso destas doenças. 
C) Quando o trabalho é bem adaptado ao homem, Não só às suas atitudes e 
seus limites, mas também a seus desejos e seus objetivos, ele pode ser um 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
38 
 
trunfo à saúde do trabalhador. Neste sentido, o trabalho nem sempre 
significa algo patogênico. Ele é, muitas vezes, um poder estruturante em 
direção a saúde mental. Ao dar ao trabalhador a oportunidade de se 
realizar em seu trabalho, estar-se-á contribuindo para a sua satisfação e 
bem-estar. 
A Saúde é direito de todo trabalhador, regida por leis e regulamentações 
específicas. No Brasil, as legislações referentes ao assunto podem ser 
encontradas na Constituição Federal de 1988, na Consolidação das Leis do 
trabalho (CLT), nas Normas Regulamentadoras (NRS) e nos demais instrumentos 
legais (leis, decretos, portarias), inerentes ao estudo, em âmbito federal, estadual 
e até mesmo municipal. 
 
4.1. ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO 
Quando determinado trabalhador, na execução de sua tarefa, não conta com 
condições necessárias de segurança, pode ser remetido a acontecimentos 
imprevistos, estes definidos como Acidentes de Trabalho. O Acidente de Trabalho 
diz respeito a todo tipo de lesão corporal ou perturbação funcional que, no 
exercício ou por motivo do trabalho, resulte de causa externa, súbita, imprevista 
ou fortuita, determinando a morte do empregado ou sua incapacidade para o 
trabalho, total ou parcial, permanente ou temporária FERREIRA (1997: 24). 
De acordo com Lei no 8.213, de 2 de julho de 1991, inicialmente regulamentada 
pelo Decreto no 357, de 7 de dezembro de 1991, posteriormente revogada pelo 
Decreto no 611, de 21 de julho de 1992 (Plano de Previdência Social), citado por 
MENDES, considera-se como acidente de trabalho os seguintes eventos: 
“São considerados acidentes do trabalho a doença profissional - decorrente da 
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos que agridem o organismo 
humano e a doença do trabalho - resultante de condições especiais de trabalho, 
não relacionada em lei, e para a qual se torna necessária a comprovação de que 
foi adquirida em decorrência do trabalho.” 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
39 
 
Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre os 
quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais. Pode-se dizer que 
grande parte deles ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados 
para enfrentar certos riscos. 
A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social, através 
da emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT, até o primeiro dia útil 
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade policial 
competente. O acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que 
corresponda a sua categoria, deverão receber cópia fiel da CAT. 
Na falta de comunicação por parte da empresa, poderão emitir a CAT o próprio 
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o 
assistiu ou qualquer autoridade pública. 
O acidente de trabalho deverá ser caracterizado: 
• Administrativamente, através do setor de benefícios do Instituto Nacional de 
Seguro Social (INSS), que estabelecerá o nexo entre o trabalho exercido e 
o acidente; 
• Tecnicamente, através da perícia médica do INSS, que estabelecerá o nexo 
de causa e efeito entre o acidente e a lesão. 
Em caso de acidente de trabalho, o acidentado e os seus dependentes têm direito, 
independentemente de carência, às seguintes prestações: 
• Quanto ao segurado: auxílio-doença, auxílo-acidente ou aposentadoria por 
invalidez; 
• Quanto ao dependente: pensão por morte. 
O auxílio-acidente será concedido ao trabalhador segurado quando, após 
consolidação das lesões decorrentes da doença profissional ou acidente de 
trabalho, resultar seqüela que implique em redução da capacidade laborativa. 
Esse auxílio é mensal e vitalício e, corresponde a 50% do salário-de-contribuição 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
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do segurado, vigente no dia do diagnóstico da doença profissional ou da 
ocorrência do acidente de trabalho. 
A aposentadoria por invalidez será devida ao trabalhador que for considerado 
incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação, e corresponde a 100% do 
salário-de-contribuição do segurado. 
As ações referentes às prestações por acidentes de trabalho podem ser 
apreciadas na esfera administrativa (INSS) e na via judicial (Justiça dos estados), 
e prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data do acidente. 
Convém observar que o pagamento pela Previdência Social das prestações por 
acidente de trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem. 
Da mesma forma, os responsáveis técnicos (o engenheiro ou técnico de 
segurança, o médico do trabalho, as chefias) podem ser chamados a responder 
criminalmente pelo dano à integridade física do trabalhador. 
Por sua vez, o trabalhador segurado que sofreu acidente de trabalho tem 
garantida, pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção do seu contrato 
de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário. 
 
4.1.1. Doença Profissional 
As doenças profissionais decorrem da exposição a agentes físicos, químicos e 
biológicos que agridem o organismo humano. Essa simples conceituação permite 
imaginar a freqüência e a gravidade que devem revestir as doenças profissionais. 
Todo trabalhador que sofrer uma intoxicação, afecção ou infecção causado por 
estes agentes foi acometido por uma doença profissional (Sobrinho, 1995). 
 
Exemplos de doenças profissionais 
a) As lesões por esforço repetitivo (LER): O conjunto de doenças que atingem os 
músculos, tendões e nervos superiores e que têm relação com as exigências das 
tarefas, dos ambientes físicos e da organização do trabalho, é chamado de LER. 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
41 
 
São inflamações provocadas poratividades de trabalho que exigem movimentos 
manuais repetitivos durante longo tempo. As funções mais atingidas têm sido os 
datilógrafos, digitadores, telefonistas e trabalhadores de linha de montagem. 
Há diversas doenças geradas por esforços repetitivos: tenossinovite, tendinite, 
síndrome do túnel de carpo. O projeto inadequado do microcomputador, mas 
também do mobiliário em que o aparelho está inserido provoca desconforto ao 
trabalhador. O formato do teclado, um apoio para os pulsos do digitador ou um 
suporte para manter os pés firmes no chão, são fundamentais paro o conforto do 
operador (Sell, 1995). 
 b) Perda auditiva: A perda auditiva é a mais frequente doença profissional 
reconhecida desde a Revolução Industrial, sendo provocada, na maioria das 
vezes, pelos altos níveis de ruído. 
c) Bissinose: ocorre com trabalhadores que trabalham com algodão. 
d) Pneumocarnose (bagaçose): ocorre com trabalhadores com atividades na 
cana-de-açucar, as fibras da cana esmagada são assimiladas pelo sistema 
respiratório. 
e) Siderose: ocorre quando de atividades desenvolvidas com limalha e 
partículas de ferro, para quem trabalha com o metal. 
f) Asbestose: ocorre com trabalhadores que trabalham com amianto, o que 
provoca câncer no pulmão. 
Enfim existem inúmeras doenças profissionais que irão se caracterizar de acordo 
com o risco, podendo causar vários problemas ao organismo e até a morte. As 
doenças profissionais podem ser prevenidas respeitando-se os limites de 
tolerância de cada risco, utilizando-se adequadamente os equipamentos de 
proteção individual e com formas adequadas de atenuação do risco na fonte (ou 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
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seja, maneiras de atacar as causas das doenças nas suas origens), por exemplo, 
construindo uma parede acústica, caso haja nível elevado de ruído no ambiente de 
trabalho. 
 
4.1.2. Doença do Trabalho 
As doenças do trabalho, segundo Sobrinho, 1995, são resultantes de condições 
especiais de trabalho, não relacionadas em lei, e para as quais se torna necessária 
a comprovação de que foram adquiridas em decorrência do trabalho. Portanto, no 
caso de doenças do trabalho, como nos demais fatores de interferência da saúde, o 
trabalhador deve ser conscientizado sobre a importância de preservar sua saúde. É 
preciso que ele esteja preparado ou predisposto a receber orientações, utilizar os 
equipamentos de proteção individual e obedecer as sinalizações e as normas que 
objetivam proteger a saúde. 
Atualmente, estas doenças são verificadas, com maior intensidade, nas empresas 
de pequeno e médio porte, situação que é vivenciada em todos os países, pois os 
mesmos negligenciam a segurança e as condições dos ambientes, levando os 
trabalhadores a desenvolverem doenças do trabalho com maior freqüência. 
Exemplos de doenças do trabalho 
a) Alergias respiratórias provenientes de locais com ar-condicionado sem 
manutenção satisfatória, principalmente limpeza de filtros e dutos de 
circulação de ar. 
b) Estresse O estresse nada mais é do que a resposta do organismo a uma 
situação de ameaça, tensão, ansiedade ou mudança, seja ela boa ou má, 
pois o corpo está se preparando para enfrentar o desafio. Isto significa que o 
organismo, em situação permanente de estresse, estará praticamente o 
tempo todo em estado de alerta, funcionando em condições anormais.A 
prevenção desta doença implica em mudanças organizacionais e tratamentos 
individualizados. No plano organizacional recomenda-se: incentivara 
participação dos trabalhadores; flexibilidade dos horários; redução dos níveis 
hierárquicos. Já no plano individual sugere-se: técnicas de relaxamento; 
mudança na dieta alimentar e exercícios físicos (Dimenstein, 1993). 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
43 
 
4.2. A MEDICINA DO TRABALHO E AS DOENÇAS DO TRABALHO 
A saúde dos trabalhadores deve ser gerida com programa específico, definido pela 
NR 7 – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, programa este 
diretamente ligado ao acompanhamento periódico do estado geral do trabalhador e 
promoção de atividades que visam inibir todas as oportunidades de risco. 
Estão elencadas na NR 7 as orientações formais para a implementação, condução e 
desenvolvimento do PCSMO, inclusive as competências e responsabilidades. 
 
4.3. PRIMEIROS SOCORROS 
Primeiros socorros são os cuidados imediatos que se deve ter no caso de um 
acidente, objetivando Preservar a vida, Promover a recuperação e/ou Prevenir que o 
caso piore. Dentre os principais acidentes e ações a serem tomadas, estão: 
RCP - Ressucitação Cardio Pulmonar : São as manobras realizadas na tentativa 
de reanimar uma pessoa vítima de parada cardíaca "e/ou" respiratória. Este "e/ou" 
deve-se ao fato que poderá encontrar uma vítima com parada respiratória por 
obstrução mecânica (objeto obstruindo a passagem do ar), que ainda mantêm 
batimentos cardíacos. Neste caso será necessário apenas a respiração artificial. 
O RCP tem como finalidade fazer com que o coração e pulmão a voltem as suas 
funções normais. Conforme aprendemos nos sinais vitais isto é necessário para a 
manutenção da oxigenação do cérebro , o qual não pode passar mais de alguns 
minutos sem ser oxigenado , sob pena disto gerar lesões irreversíveis. 
Ferimentos: são o resultado de uma lesão no corpo da vítima, podendo ser 
externos - ferimento visível, ou internos - contusão (batida, soco, etc) que podem 
lesar um músculo ou órgão interno sem apresentar lesões na pele. Procedimentos a 
serem adotados: Lavar bem com água e sabão, Estancar eventuais hemorragias, 
Utilizar anti-sépticos como merthiolate spray, povidine, etc, Cobrir com curativo (ban-
aid , gaze , etc). 
Fraturas: costumam ser precedidas de uma história de trauma direto ou quedas. 
Suspeita-se de fraturas quando houver uma história deste tipo associado a alguns 
sinais e sintomas, tais como dor em um osso ou articulação, incapacidade de 
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44 
 
movimentação adormecimento, formigamento mudança na coloração local da pele, 
forma ou posição anormal de um osso ou articulação 
Queimaduras: são lesões corporais derivadas de contato direto ou indireto com 
fontes térmicas, químicas ou elétricas.A gravidade de uma queimadura relaciona-se 
ao grau, fonte ou extensão da lesão. 
Quanto ao grau da queimadura : 
1º grau: pele vermelha, inchaço, dor discreta. 
2º grau: bolhas sobre pele vermelha, dor mais intensa, 
3º grau: pele branca ou carbonizada, com pouca ou nenhuma dor na área de 3º 
grau. 
Asfixia: Situação em que há dificuldade à entrada dor ar nos pulmões.As causas 
mais comuns são obstáculo mecânico (corpo estranho como balas, alimentos , etc.) 
e espaços confinados com deficiência de ventilação (tubulações, etc). Sinais de 
asfixia: o sinal universal de asfixia é levar as mãos ao pescoço e apertá-lo, 
associado a incapacidade de falar, respiração difícil e ruidosa, tosse fraca, outros 
gestos de sufocação. 
Convulsões: São distúrbios elétricos cerebrais que causam perda da consciência, 
fortes contrações musculares involuntárias e desordenadas em todo o corpo. Entre 
as causas estão a epilepsia, trauma de crânio, febre alta, drogas, tumores cerebrais 
choque elétrico,traumas ,etc. Como identificar uma convulsão: queda ao chão 
inconsciente, salivação, contrações de alguns músculos ou o corpo todo, perda do 
controle da urina, respiração ruidosa . 
O que fazer: 
1. Deite-a no chão. Peça ajuda. 
2. Proteja a cabeça da vítima com suas mãos. 
3. Retire objetos próximos a vítima, que possam machucá-la. 
4. Mova-a apenas se estiver próximo a escadas, máquinas perigosas, etc. 
5. Terminadas as contrações, coloque-a em posição de recuperação. 
6. Deixe-a descansar 
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45 
 
Lesões oculares: inúmeras situações podem causar lesões oculares. Felizmente a 
maioria diz respeito a presença de "corpos estranhos" sobrea córnea que depois de 
retirados não deixam seqüelas.Outras porém, podem levar até a perda da visão, se 
não tratadas adequadamente. A primeira coisa a fazer em qualquer tipo de lesão é 
solicitar à vítima que não esfregue os olhos. Antes de auxilia-la , lave suas mãos. 
O que fazer com: 
• Objetos flutuantes (ciscos, areia, cílios): lave o olho com colírio, soro ou água 
limpa corrente; não melhorando procure ajuda médica; 
• Objetos entranhados: (fixos e perfurantes) cubra os dois olhos com gaze ou 
pano limpo sem comprimir, procurando imobilizar o objeto,procure ajuda 
médica urgente; 
• Produtos químicos nos olhos: lave o olho por 5 minutos procure ajuda médica 
leve o produto ou a embalagem junto para avaliação; 
• Cortes, contusões e hematomas: cubra os dois olhos com compressas 
úmidas e frias procure ajuda médica. 
O que NÃO fazer: não permita que a vítima esfregue os olhos, não utilize colírio 
anestésico, não coloque pomadas, isto dificultará a avaliação médica. 
Traumatismo Craniano: O cérebro é protegido por uma caixa óssea, o crânio. Este 
é o órgão mais nobre e sensível do corpo humano, e também o que apresenta 
menor chance de recuperação, quando lesado.Ele possui diversas artérias e veias, 
as quais podem se romper no trauma. 
Como o crânio (parte óssea) é rígido e o cérebro mais macio, uma hemorragia irá 
gerar um hematoma, que por sua vez irá crescer comprimindo o cérebro, o que 
certamente trará lesões neurológicas. Algumas vezes nem há sangramento, apenas 
o "balançar" do cérebro dentro da caixa craniana é o bastante para fazê-lo inchar e 
comprimir a ele próprio. 
Devem-se observar sinais e sintomas como: perda da consciência; sonolência; 
desorientação; área de depressão no crânio; sangramento pelo nariz, ouvido ou 
boca; paralisia de um lado do corpo; perda da visão; convulsões; vômitos; dor de 
cabeça forte e persistente. 
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Isto tudo pode ocorrer até 24 horas após o trauma. Assim sendo, pessoas com 
história de traumatismo craniano, mesmo que de pequeno porte que comece a 
apresentar estes sintomas, devem ser encaminhadas para avaliação médica. 
O que fazer: 
1. Peça ajuda em caráter de emergência; 
2. Tente acalmar a vítima, se ela estiver consciente; 
3. Pense na possibilidade de fratura no pescoço antes e movimentar a vítima,; 
4. Mantenha a vítima deitada e aquecida; 
5. Cuide dos demais ferimentos. 
 
Trauma de coluna 
A medula nervosa é parecida com um cabo telefônico, com milhões "fios" em seu 
interior. Ela nasce no cérebro e vem descendo por dentro dos ossos da coluna 
(vértebras), emitindo um ramo de nervo a cada vértebra. Cada "fio" que compõe este 
nervo vai até um órgão ou músculo levando a informação (ordem) emitida pelo 
cérebro. 
Num trauma de coluna pode haver fratura de uma vértebra com grande possibilidade 
de lesar a medula nervosa, interrompendo esta troca de informações. A altura desta 
lesão é que determinará as conseqüências, sendo que quanto mais alta, mais 
graves serão. 
Concluímos assim que as lesões cervicais (pescoço) são as mais graves. A suspeita 
de lesão na coluna, em qualquer altura, inicia-se pelo tipo de acidente. Lesões de 
coluna são comuns em acidentes que envolvem velocidade com parada brusca 
como de automóveis, motocicletas, queda de grandes alturas, bicicletas e até 
mesmo esportivos como futebol, patins, etc. 
Este tipo de movimento é comum em acidentes automobilísticos, daí a importância 
do suporte de cabeça nos bancos, que minimiza este "chicote" numa colisão 
traseira. 
Sintomas e queixas: 
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Pacientes conscientes podem referir dor na coluna, formigamentos irradiando-se 
para braços ou pernas. Em casos em que já houve lesão do tronco nervoso, podem 
referir não sentir o membro. 
Quando se queixam destes sintomas nos braços (membros superiores), a lesão 
provavelmente foi na região cervical (pescoço). Estas queixas referidas apenas à 
perna (membros inferiores), a lesão ocorreu em um segmento mais baixo, sendo 
mais comum na região lombar. 
O que fazer: 
1. Chamar o resgate, 
2. Imobilizar o pescoço e a coluna, ou impedir que a vítima se movimente até 
que chegue socorro especializado. 
3. Não transporte ou movimente a vítima sem a real necessidade, 
4. Não ofereça alimentos ou bebidas, mesmo que esteja consciente. Ela pode 
tornar-se inconsciente, vomitar e aspirar o vômito. 
Ataque Cardíaco: o coração é um músculo que recebe oxigênio e nutrientes 
através das artérias chamadas "coronárias". Estas artérias se subdividem em vários 
pequenos ramos, como a raiz de uma planta. Com a idade somada a outros fatores 
como genéticos, obesidade, sedentarismo, dietas ricas em gorduras, fumo, etc, pode 
haver obstrução das coronárias impedindo a passagem das células sanguíneas, 
reduzindo a oxigenação da área muscular cardíaca que ela irrigava, e com isso a 
"morte” desta área do coração, que deixa de se contrair, diminuindo o 
bombeamento. 
Sinais e sintomas mais comuns: vítima apresenta dor no peito tipo aperto, peso ou 
queimação e sensação de morte eminente; irradiação da dor para ombro e/ou braço 
esquerdo, às vezes lado esquerdo do pescoço; dificuldade para respirar; ansiedade; 
suor; frio; enjôo e vômitos; pulso irregular. 
O que fazer: 
1. Ligue para o serviço de emergência 
2. Tente acalmar a vítima 
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3. Coloque a vítima sentada ou deitada, com o tórax em posição semi-
inclinada (elevado) 
4. Afrouxe roupas, gravatas, etc 
5. Verifique os sinais vitais 
Se necessário aplique as manobras de ressuscitação 
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5. NORMA REGULAMENTADORAS NR- 17 
 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam 
a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e 
desempenho eficiente. 
 17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, 
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições 
ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. 
 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características 
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise 
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de 
trabalho conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. 
17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais. 
 17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora: 
 17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o 
peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, 
compreendendo o levantamento e a deposição da carga. 
 17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade 
realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o 
transporte manual de cargas. 
 17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 
18 (dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos. 
 17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de 
cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua 
saúde ou sua segurança. (117.001-5 / I1) 
 17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de 
cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções 
satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar com vistas a 
salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. (117.002-3 / I2) 
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 17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, 
deverão ser usados meios técnicos apropriados. 
 17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens foram designados para o 
transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser

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