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CÓD: SL-045JH-23 7908433237105 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS SEE-MG Analista Educacional (ANE) - Analista Educacional - Inspetor Escolar a solução para o seu concurso! Editora EDITAL SEPLAG/SEE Nº 03/2023 INTRODUÇÃO a solução para o seu concurso! Editora Como passar em um concurso público? Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação. Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação. Então mãos à obra! • Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho; • Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área; • Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total; • Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo; • Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação. • Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame; • Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse. A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos. Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial. A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos! INTRODUÇÃO a solução para o seu concurso! Editora O concurso SEE-MG é uma oportunidade única para quem deseja ingressar no serviço público como servidor da Secretaria da Educação do Estado de Minas Gerais. Por isso, é importante se preparar adequadamente para enfrentar essa prova desafiadora. A Editora Solução se orgulha de apresentar uma apostila exclusiva para Conhecimentos Específicos - Especialidade, a fim de auxiliar os estudantes a alcançar seus objetivos. Nosso material foi organizado de forma a introduzir o aluno no que é cobrado pelo edital e nas principais bibliografias indicadas para o concurso. Ressaltamos que a apostila é uma ferramenta introdutória e complementar aos estudos. Para obter um conhecimento completo, é fundamental que o estudante vá atrás de cada bibliografia e documento oficial indicado no edital. Nossa apostila visa auxiliar na compreensão dos principais pontos cobrados no edital, assim como fornecer uma base teórica sólida para a resolução de questões. Acreditamos que, com dedicação e empenho, nossos alunos terão sucesso nesse desafio. É importante lembrar que, além do conteúdo abordado na apostila, o edital do concurso SEE-MG também exige conhecimentos específicos em outras áreas. Por isso, é fundamental que o estudante busque informações complementares em outras fontes. Por fim, ressaltamos a importância do estudo sério e constante, bem como a dedicação ao aprendizado. Desejamos a todos um excelente preparo e sucesso no concurso SEE-MG. A Editora Solução está à disposição para auxiliar no que for preciso. ÍNDICE a solução para o seu concurso! Editora Lingua Portuguesa 1. Interpretação e Compreensão de texto ..................................................................................................................................... 9 2. Organização estrutural dos textos. Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade ........................................ 10 3. Modos de organização discursiva: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção; características específicas de cada modo ................................................................................................................................................................................. 12 4. Tipos textuais: informativo, publicitário, propagandístico, normativo, didático e divinatório; características específicas de cada tipo .................................................................................................................................................................................... 13 5. Textos literários e não literários ................................................................................................................................................. 16 6. Tipologia da frase portuguesa. Estrutura da frase portuguesa: operações de deslocamento, substituição, modificação e cor- reção. Problemas estruturais das frases. Organização sintática das frases: termos e orações. Ordem direta e inversa ........... 17 7. Norma culta ............................................................................................................................................................................... 20 8. Pontuação e sinais gráficos ........................................................................................................................................................ 21 9. Tipos de discurso ....................................................................................................................................................................... 23 10. Registros de linguagem .............................................................................................................................................................. 26 11. Funções da linguagem ............................................................................................................................................................... 27 12. Elementos dos atos de comunicação ......................................................................................................................................... 28 13. Estrutura e formação de palavras .............................................................................................................................................. 28 14. Formas de abreviação ................................................................................................................................................................ 30 15. Classes de palavras; os aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais de substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, conjunções e interjeições .......................................................................................................... 32 16. os modalizadores. Semântica: sentido próprio e figurado; antônimos, sinônimos, parônimos e hiperônimos. Polissemia e ambiguidade .............................................................................................................................................................................. 39 17. Os dicionários: tipos................................................................................................................................................................... 40 18. A organização de verbetes ......................................................................................................................................................... 42 19. Vocabulário: neologismos, arcaísmos, estrangeirismos............................................................................................................. 48 20. latinismos ................................................................................................................................................................................... 49 21. Ortografia ................................................................................................................................................................................... 50 22. Acentuação gráfica ..................................................................................................................................................................... 50 23. A crase ....................................................................................................................................................................................... 52 24. Periodização da literatura brasileira; estudo dos principais autores dos estilos de época ........................................................ 55 Raciocínio Lógico e Matemático 1. Lógica: proposições, conectivos, equivalências lógicas, quantificadores e predicados.Compreensão e análise da lógica de uma situação, utilizando as funções intelectuais: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméti- cos, geométricos e matriciais. Problemas de contagem e noções de probabilidade. Problemas de lógica e raciocínio ........... 69 2. Conjuntos e suas operações, diagramas. Números inteiros, racionais e reais e suas operações .............................................. 81 3. porcentagem .............................................................................................................................................................................. 83 4. juros ........................................................................................................................................................................................... 84 5. Proporcionalidade direta e inversa ............................................................................................................................................ 86 6. Medidas de comprimento, área, volume, massa e tempo ........................................................................................................ 86 7. Análise e interpretação de informações expressas em gráficos e tabelas ................................................................................. 92 ÍNDICE a solução para o seu concurso! Editora 8. Geometria básica: ângulos, triângulos, polígonos, distâncias, proporcionalidade, perímetro e área. Plano cartesiano: sistema de coordenadas, distância ......................................................................................................................................................... 96 Fundamentos da Educação 1. Concepções e tendências pedagógicas contemporâneas .......................................................................................................... 107 2. Relações socioeconômicas e político-culturais da educação ..................................................................................................... 116 3. Educação em direitos humanos, democracia e cidadania ......................................................................................................... 124 4. A função social da escola ........................................................................................................................................................... 130 5. Inclusão educacional e respeito à diversidade .......................................................................................................................... 133 6. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica ......................................................................................................... 142 7. Currículo Referência de Minas Gerais ........................................................................................................................................ 149 8. Didática e organização do ensino .............................................................................................................................................. 150 9. Saberes, processos metodológicos e avaliação da aprendizagem ............................................................................................. 164 10. Novas tecnologias da informação, comunicação e suas contribuições com a prática pedagógica ............................................ 166 11. Projeto político-pedagógico da escola e o compromisso com a qualidade social do ensino ..................................................... 171 Inspeção escolar 1. A função da inspeção/supervisão no sistema de ensino ........................................................................................................... 177 2. Organização e funcionamento da Inspeção Escolar em Minas Gerais ....................................................................................... 183 3. Concepções e processos democráticos de gestão educacional ................................................................................................. 184 4. Projeto político pedagógico da escola ....................................................................................................................................... 189 5. Avaliações Educacionais na rede estadual de ensino de Minas Gerais ...................................................................................... 193 6. Resolução SEE nº 3.428 de 13/06/2017 - Estabelece normas para organização e atuação do Serviço de Inspeção Escolar nas unidades regionais e escolares da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais ............................................................ 198 7. Resolução SEE nº 4.487 de 25/01/21 - Institui o Protocolo Orientador da atuação da Inspeção Escolar no Sistema de Ensino de Minas Gerais ......................................................................................................................................................................... 200 8. Resolução SEE nº 4.256/2020, de 07/01/2020 - Institui as Diretrizes para normatização e organização da Educação Especial na rede estadual de Ensino de Minas Gerais ............................................................................................................................. 201 9. Resolução SEE nº 4.662, de 24/11/2021 - Institui o Programa de Convivência Democrática da rede estadual de ensino de Minas Gerais .............................................................................................................................................................................. 205 10. Resolução Conjunta SEE/SEDESE Nº 8, de 10/12/2021 - Institui o Sistema Integrado de Monitoramento e Avaliação em Direi- tos Humanos – Módulo SIMA Educação – como sistema oficial de registro dos casos de violência e ações de promoção em Direitos Humanos nas escolas estaduais do Estado de Minas Gerais ........................................................................................ 206 11. Resolução SEE nº 4.775, de 19/08/2022 - Estabelece normas para a realização do cadastro e encaminhamento dos can- didatos/alunos em 2022, no Sistema Único de Cadastro e Encaminhamento para Matrícula - SUCEM, para o ano letivo de 2023 ........................................................................................................................................................................................... 209 12. Resolução SEE nº 4.055, de 17/12/2018 - Dispõe sobre o registro e a atualização de dados no Sistema Mineiro de Administra- ção Escolar (SIMADE) e a normatização do Diário Escolar Digital (DED) nas unidades das Escolas Estaduais de Educação Básica de Minas Gerais ......................................................................................................................................................................... 213 13. Resolução Conjunta SEPLAG/SEE nº 10.586, de 24/05/2021 - Dispõe sobre a metodologia, os critérios e os procedimentos da Avaliação de Desempenho dos Analistas Educacionais/Inspetores Escolares – ADIE, lotados nas Superintendências Regionais de Ensino da Secretaria de Estado de Educação e com atuação nas Unidades Escolares do Sistema de Ensino ...................... 215 ÍNDICE a solução para o seu concurso! Editora Material Digital: Legislação Educacional 1. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 ........................................................................................................... 4 2. Constituição Estadual de Minas Gerais ..................................................................................................................................... 5 3. Lei Federal nº 9.394/96 - (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e suas alterações.................................................. 72 4. Leis nº 10.639/03 e 11.645/2008 – História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena ..................................................................... 88 5. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) .................................................................................................................................. 89 6. Lei Federal nº 13.005/2014 - Plano Nacional deEducação ........................................................................................................ 129 7. Lei Estadual nº 23.197/2018 - (Plano Estadual de Educação de Minas Gerais – PEE)................................................................ 144 8. Lei Estadual nº 869/1952 - Dispõe sobre o estatuto dos funcionários públicos civis do Estado de Minas Gerais ..................... 156 9. Lei Estadual nº 15.293/2004 - Institui as carreiras dos Profissionais da Educação do Estado ................................................... 175 10. Lei 21.710/2015 - Dispõe sobre a política remuneratória das carreiras do Grupo de Atividades de Educação Básica do Poder Executivo, altera a estrutura da carreira de Professor de Educação Básica ............................................................................... 183 11. Decreto Estadual nº 46.644/2014 - Dispõe sobre o código de conduta ética do agente público e da alta administração esta- dual ............................................................................................................................................................................................ 187 12. Resolução SEE nº 4.692/2021 - Dispõe sobre a organização e o funcionamento do ensino nas Escolas Estaduais de Educação Básica de Minas Gerais e dá outras providências ...................................................................................................................... 192 Direitos Humanos 1. Lei Federal nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA...................................................................................... 206 2. Lei Federal nº 13.146/2015 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). ..... 246 3. Lei Federal nº 10.741/2003 – Estatuto da Pessoa Idosa ............................................................................................................ 263 4. Conceito de Direitos Humanos. ................................................................................................................................................. 274 5. Evolução dos direitos humanos e suas implicações para o campo educacional. ...................................................................... 274 6. Declaração Universal dos Direitos Humanos. ............................................................................................................................ 275 7. Temas transversais, projetos interdisciplinares e educação em direitos humanos.................................................................... 277 8. Direitos Humanos na Constituição Federal ................................................................................................................................ 287 9. Direitos étnico-raciais ................................................................................................................................................................ 293 10. Declaração de Salamanca: Sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. ................... 294 Atenção • Para estudar o Material Digital acesse sua “Área do Aluno” em nosso site ou faça o resgate do material seguindo os passos da página 2. https://www.editorasolucao.com.br/customer/account/login/ 9 a solução para o seu concurso! Editora LÍNGUA PORTUGUESA INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO Definição Geral Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação, a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente, ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada em nossos conhecimentos prévios. Compreensão de Textos Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado evento. Interpretação de Textos É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar é decodificar o sentido de um texto por indução. A interpretação de textos compreende a habilidade de se chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de texto, seja ele escrito, oral ou visual. Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, podendo ser diferente entre leitores. Exemplo de compreensão e interpretação de textos Para compreender melhor a compreensão e interpretação de textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em um texto misto (verbal e visual): FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe- cial > 2015 Português > Compreensão e interpretação de textos A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social. “A Constituição garante o direito à educação para todos e a inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou menos severas.” A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta. (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de 1988. (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos severas. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes ou não. (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in- cluídos socialmente. (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes. Comentário da questão: Em “A” – Errado: o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. Em “B” – Certo: o complemento “mais ou menos severas” se refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis. Em “C” – Errado: o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação, além das que não apresentam essas condições. Em “D” – Errado: além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. Em “E” – Errado: este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. Resposta: Letra B. LÍNGUA PORTUGUESA 1010 a solução para o seu concurso! Editora ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS TEXTOS. MARCAS DE TEXTUALIDADE: COESÃO, COERÊNCIA E INTERTEXTUALI- DADE — Definições e diferenciação Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação externa da mensagem. — Coesão Textual Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se realiza por meio de palavras denominadas conectivos. As técnicas de coesão A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. As regras de coesão Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as regras relacionadas abaixo sejam seguidas. Referência – Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos. Exemplo: «Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica (retoma termo já mencionado). – Comparativa: emprego de comparações com base em semelhanças. Exemplo: “Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência comparativa endofórica. – Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes demonstrativos. Exemplo: “Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” Temos uma referência demonstrativa catafórica. – Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido. Analise o exemplo: “Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.” Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar quaisquer informações ao texto. – Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. Exemplo: “Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica ciente de que o locutor está procurando por Ana. – Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações. Exemplo: “Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente aconteceu.” Conjunção concessiva. – Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos, entre outros. Exemplo: “Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está dando conta da demanda populacional.” — Coerência Textual A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto que se origina da sua argumentação – consequência decorrente dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais. Observe os exemplos: “A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um inacabado. “Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos não consomem produtos de origem animal. Princípios Básicos da Coerência – Relevância: as ideias têm que estar relacionadas. – Não Contradição: as ideias não podem se contradizer. – Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes. Fatores de Coerência – As inferências: se partimos do pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências podem simplificar as informações. Exemplo: “Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que voltagem da lavadora é 220w”. Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de que existe um local adequado para ligar determinado aparelho. LÍNGUA PORTUGUESA 11 a solução para o seu concurso! Editora – O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc. Exemplo: “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!” O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e nada têm a ver com o Natal. Elementos da organização textual: segmentação, encadeamen- to e ordenação. A segmentação é a divisão do texto em pequenas partes para melhorar a compreensão. A encadeamento é a ligação dessas par- tes, criando uma lógica e coesão no texto. A ordenação é a dispo- sição dessas partes de forma a transmitir uma mensagem clara e coerente. Juntos, esses elementos ajudam a criar uma estrutura eficiente para o texto. Intertextualidade. — Definições gerais Intertextualidade é, como o próprio nome sugere, uma relação entre textos que se exerce com a menção parcial ou integral de elementos textuais (formais e/ou semânticos) que fazem referência a uma ou a mais produções pré-existentes; é a inserção em um texto de trechos extraídos de outros textos. Esse diálogo entre textos não se restringe a textos verbais (livros, poemas, poesias, etc.) e envolve, também composições de natureza não verbal (pinturas, esculturas, etc.) ou mista (filmes, peças publicitárias, música, desenhos animados, novelas, jogos digitais, etc.). — Intertextualidade Explícita x Implícita – Intertextualidade explícita: é a reprodução fiel e integral da passagem conveniente, manifestada aberta e diretamente nas palavras do autor. Em caso de desconhecimento preciso sobre a obra que originou a referência, o autor deve fazer uma prévia da existência do excerto em outro texto, deixando a hipertextualidade evidente. As características da intertextualidade explícita são: – Conexão direta com o texto anterior; – Obviedade, de fácil identificação por parte do leitor, sem necessidade de esforço ou deduções; – Não demanda que o leitor tenha conhecimento preliminar do conteúdo; – Os elementos extraídos do outro texto estão claramente transcritos e referenciados. – Intertextualidade explícita direta e indireta: em textos acadêmicos, como dissertações e monografias, a intertextualidade explícita é recorrente, pois a pesquisa acadêmica consiste justamente na contribuição de novas informações aos saberes já produzidos. Ela ocorre em forma de citação, que, por sua vez, pode ser direta, com a transcrição integral (cópia) da passagem útil, ou indireta, que é uma clara exploração das informações, mas sem transcrição, re-elaborada e explicada nas palavras do autor. – Intertextualidade implícita: esse modo compreende os textos que, ao aproveitarem conceitos, dados e informações presentes em produções prévias, não fazem a referência clara e não reproduzem integralmente em sua estrutura as passagens envolvidas. Em outras palavras, faz-se a menção sem revelá-la ou anunciá-la. De qualquer forma, para que se compreenda o significado da relação estabelecida, é indispensável que o leitor seja capaz de reconhecer as marcas intertextuais e, em casos mais específicos, ter lido e compreendido o primeiro material. As características da intertextualidade implícita são: conexão indireta com o texto fonte; o leitor não a reconhece com facilidade; demanda conhecimento prévio do leitor; exigência de análise e deduções por parte do leitor; os elementos do texto pré-existente não estão evidentes na nova estrutura. — Tipos de Intertextualidade 1 – Paródia: é o processo de intertextualidade que faz uso da crítica ou da ironia, com a finalidade de subverter o sentido original do texto. A modificação ocorre apenas no conteúdo, enquanto a estrutura permanece inalterada. É muito comum nas músicas, no cinema e em espetáculos de humor. Observe o exemplo da primeira estrofe do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira: TEXTO ORIGINAL “Vou-me embora para Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei?” PARÓDIA DE MILLÔR FERNANDES “Que Manoel Bandeira me perdoe, mas vou-me embora de Pasárgada Sou inimigo do Rei Não tenho nada que eu quero Não tenho e nunca terei” 2 – Paráfrase: aqui, ocorre a reafirmação sentido do texto inicial, porém, a estrutura da nova produção nada tem a ver com a primeira. É a reprodução de um texto com as palavras de quem escreve o novo texto, isto é, os conceitos do primeiro texto são preservados, porém, são relatados de forma diferente. Exemplos: observe as frases originais e suas respectivas paráfrases: “Deus ajuda quem cedo madruga” – A professora ajuda quem muito estuda. “To be or not to be, that is the question” – Tupi or not tupi, that is the question. 3 – Alusão: é a referência, em um novo texto, de uma dada obra, situação ou personagem já retratados em textos anteriores, de forma simples, objetiva e sem quaisquer aprofundamentos. Veja o exemplo a seguir: “Isso é presente de grego” – alusão à mitologia em que os troianos caem em armadilhada armada pelos gregos durante a Guerra de Troia. LÍNGUA PORTUGUESA 1212 a solução para o seu concurso! Editora 4 – Citação: trata-se da reescrita literal de um texto, isto é, consiste em extrair o trecho útil de um texto e copiá-lo em outro. A citação está sempre presente em trabalhos científicos, como artigos, dissertações e teses. Para que não configure plágio (uma falta grave no meio acadêmico e, inclusive, sujeita a processo judicial), a citação exige a indicação do autor original e inserção entre aspas. Exemplo: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” (Lavoisier, Antoine-Laurent, 1773). 5 – Crossover: com denominação em inglês que significa “cruzamento”, esse tipo de intertextualidade tem sido muito explorado nas mídias visuais e audiovisuais, como televisão, séries e cinema. Basicamente, é a inserção de um personagem próprio de um universo fictício em um mundo de ficção diferente. Freddy & Jason” é um grande crossover do gênero de horror no cinema. Exemplo: Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br 6) Epígrafe: é a transição de uma pequena passagem do texto de origem na abertura do texto corrente. Em geral, a epígrafe está localizada no início da página, à direita e em itálico. Mesmo sendo uma passagem “solta”, esse tipo de intertextualidade está sempre relacionado ao teor do novo texto. Exemplo: “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” Arthur Schopenhaus MODOS DE ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA: DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO, EXPOSIÇÃO, ARGUMENTAÇÃO E INJUNÇÃO; CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE CADA MODO — Definição Argumentação é um recurso expressivo da linguagem empregado nas produções textuais que objetivam estimular as reflexões críticas e o diálogo, a partir de um grupo de proposições. A elaboração de um texto argumentativo requer coerência e coesão, ou seja, clareza de ideia e o emprego adequado das normas gramaticais. Desse modo, a ação de argumentar promove a potencialização das capacidades intelectuais, visto que se pauta expressão de ideias e em pontos de vista ordenados e estabelecidos com base em um tema específico, visando, especialmente, persuadir o receptor da mensagem. É importante ressaltar que a argumentação compreende, além das produções textuais escritas, as propagandas publicitárias, os debates políticos, os discursos orais, entre outros. Os tipos de argumentação – Argumentação de autoridade: recorre-se a uma personalidade conhecida por sua atuação em uma determinada área ou a uma renomada instituição de pesquisa para enfatizar os conceitos influenciar a opinião do leitor. Por exemplo, recorrer ao parecer de um médico infectologista para prevenir as pessoas sobre os riscos de contrair o novo corona vírus. – Argumentação histórica: recorre-se a acontecimentos e marcos da história que remetem ao assunto abordado. Exemplo: “A desigualdade social no Brasil nos remete às condutas racistas desempenhadas instituições e pela população desde o início do século XVI, conhecido como período escravista.” – Argumentação de exemplificação: recorre a narrativas do cotidiano para chamar a atenção para um problema e, com isso, auxiliar na fundamentação de uma opinião a respeito. Exemplo: “Os casos de feminicídio e de agressões domésticas sofridas pelas mulheres no país são evidenciados pelos sucessivos episódios de violência vividos por Maria da Penha no período em que ela esteve casada com seu ex-esposo. Esses episódios motivaram a criação de uma lei que leva seu nome, e que visa à garantia da segurança das mulheres.” – Argumentação de comparação: equipara ideias divergentes com o propósito de construir uma perspectiva indicando as diferenças ou as similaridades entre os conceitos abordados. Exemplo: No reino Unido, os desenvolvimentos na educação passaram, em duas décadas, por sucessivas políticas destinadas ao reconhecimento do professor e à sua formação profissional. No Brasil, no entanto, ainda existe um um déficit na formação desses profissionais, e o piso nacional ainda é muito insuficiente.” – Argumentação por raciocínio lógico: recorre-se à relação de causa e efeito, proporcionando uma interpretação voltada diretamente para o parecer defendido pelo emissor da mensagem. Exemplo: “Promover o aumento das punições no sistema penal em diversos países não reduziu os casos de violência nesses locais, assim, resultados semelhantes devem ser observados se o sistema penal do Brasil aplicar maiores penas e rigor aos transgressores das leis.” LÍNGUA PORTUGUESA 13 a solução para o seu concurso! Editora Os gêneros argumentativos – Texto dissertativo-argumentativo: esse texto apresenta um tema, de modo que a argumentação é um recurso fundamental de seu desenvolvimento. Por meio da argumentação, o autor defende seu ponto de vista e realiza a exposição de seu raciocínio. Resenhas, ensaios e artigos são alguns exemplos desse tipo de texto. – Resenha crítica: a argumentação também é um recurso fundamental desse tipo de texto, além de se caracterizar pelo pelo juízo de valor, isto é, se baseia na exposição de ideias com grande potencial persuasivo. – Crônica argumentativa: esse tipo de texto se assemelha aos artigos de opinião, e trata de temas e eventos do cotidiano. Ao contrário das crônicas cômicas e históricas, a argumentativa recorre ao juízo de valor para acordar um dado ponto de vista sempre com vistas ao convencimento e à persuasão do leitor. – Ensaio: por expor ideias, pensamentos e pontos de vista, esse texto caracteriza-se como argumentativo. Recebe esse nome exatamente por estar relacionado à ação de ensaiar, isto é, demonstrar as proposições argumentativas com flexibilidade e despretensão. – Texto editorial: dentre os textos jornalísticos, o editorial é aquele que faz uso da argumentação, pois se trata de uma produção que considera a subjetividade do autor, pela sua natureza crítica e opinativa. – Artigos de opinião: são textos semelhantes aos editoriais, por apresentarem a opinião ao autor acerca de assuntos atuais, porém, em vez de uma síntese do tema, esses textos são elaborados por especialistas, pois seu objetivo é fazer uso da argumentação para propagar conhecimento. Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua classi- ficação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica. Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos. Como se classificam os tipos e os gêneros textuais As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance, conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se inserem em cada tipo textual: Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam pela apresentação das ações de personagens em um tempo e espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas e fábulas. Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc. Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos expositivos. Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e abaixo-assinado. Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais de instruções, entre outros. Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos. TIPOS TEXTUAIS: INFORMATIVO, PUBLICITÁRIO, PROPA- GANDÍSTICO, NORMATIVO, DIDÁTICO E DIVINATÓRIO; CA- RACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE CADA TIPO Texto Informativo Sua função é ensinar e informar, esclarecendo dúvidas sobre um tema e transmitindo conhecimentos. Este tipo de texto é co- mum em jornais, livros didáticos, revistas, etc. As características do texto informativo são: - Escrito em 3ª pessoa, em prosa. - Apresenta informações objetivas e reais a respeito de um tema. - É um texto que evita ser ambíguo, não fazendo uso de figuras de linguagem, utilizando a linguagem denotativa. - A opinião pessoal do autor não se reflete no texto. - Há a citação de fontes, que garantem a credibilidade, e o texto apresenta caráter utilitário e prático. O conteúdo deste tipo de texto é mais importante que sua es- trutura. O objetivo do texto é a transmissão de conhecimento sobre determinado tema, por isso o texto informativo pode apresentar diversos recursos, como gráficos, ilustrações, tabelas, etc. Texto Didático Esse tipo de texto possui objetivos pedagógicos e está disposto de uma forma a que qualquer leitor tenha a mesma conclusão. Sua construção dá-se de maneira conceitual, visando a necessidade de compreensão do assunto exposto por parte do interlocutor. LÍNGUA PORTUGUESA 1414 a solução para o seu concurso! Editora A linguagem de um texto didático não é figurativa, mas sim própria, utilizando os termos de maneira exata. A apresentação das informações pode considerar, ou não, os conhecimentos prévios do leitor. Trata-se de um tipo textual muito utilizado em artigos cientí- ficos e livros didáticos. Algumas características desse tipo de texto são: impessoalida- de, objetividade, coesão, abordagem que permite uma interpreta- ção única e específica. Gêneros Textuais e Gêneros Literários Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe- rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re- ferem apenas aos textos literários. Os gêneros literários são divisões feitas segundo características formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité- rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. - Gênero lírico; - Gênero épico ou narrativo; - Gênero dramático. Gênero Lírico É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po- ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo- ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. Elegia Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor- te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare. Epitalâmia Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro- mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. Ode (ou hino) É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom- panhamento musical. Idílio (ou écloga) Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara). Sátira É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun- tos políticos, ou pessoas de relevância social. Acalanto Canção de ninar. Acróstico Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for- mam uma palavra ou frase. Ex.: Amigos são Muitas vezes os Irmãos que escolhemos. Zelosos, eles nos Ajudam e Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e Eterna https://www.todamateria.com.br/acrostico/ Balada Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança. Canção (ou Cantiga, Trova) Poema oral com acompanhamento musical. Gazal (ou Gazel) Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio. Soneto É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte- tos e dois tercetos. Vilancete São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár- nio e de maldizer); satíricas, portanto. Gênero Épico ou Narrativo Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Épico (ou Epopeia) Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta- ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem- plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. Ensaio É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for- malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo- cke. LÍNGUA PORTUGUESA 15 a solução para o seu concurso! Editora Gênero Dramático Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte- ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas. Tragédia É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re- presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare. Farsa A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca- ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o engano. Comédia É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu- lares. Tragicomédia Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. Poesia de cordel Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. Textos publicitários “Os textos publicitários são aqueles que têm o objetivo de anunciar alguma coisa, fazer com que uma informação torne-se pú- blica, desde uma campanha de vacinação até os anúncios de produ- tos e/ou prestação de serviços. Podemos encontrar os textos publi- citários circulando em diversos suportes de comunicação, como os midiáticos (televisão, internet e rádio) e jornalísticos (jornais, revis- tas), e espalhados pelas vias urbanas (outdoors, pontos de ônibus, postes de iluminação pública etc.). Linguagem Podemos dizer que a linguagem, sobretudo no que se refere à sua função e ao tipo, é a característica mais relevante dos textos publicitários, já que se trata do principal recurso que o autor da peça (texto) publicitária tem para que os efeitos de sentido gerados sejam aqueles desejados pelo autor para alcançar os leitores. Quanto à função da linguagem dos textos publicitários, ela pode ser abordada de várias formas: linguagem referencial (quando o texto tem o objetivo de divulgar uma informação real), linguagem emotiva (quando o texto pretende alcançar seu objetivo por meio da emotividade dos leitores) e linguagem apelativa ou conativa (quando o texto tem o objetivo de convencer alguém a fazer ou comprar alguma coisa, é conhecida como retórica). Com relação ao tipo de linguagem, os textos publicitários po- dem ser criados a partir das linguagens verbal (oral ou escrita), não verbal (imagens, fotografias, desenhos) e mista (verbal e não ver- bal). É relevante ressaltarmos também que a linguagem dos textos publicitários é pensada no sentido de atingir um grande número de interlocutores, ou seja, as massas, e, por essa razão, deve ser de fácil compreensão, objetiva, simples e acessível a interlocutores de todos as classes e faixas etárias. Criatividade De maneira geral, para conseguir causar efeitos de sentido e seduzir, chamar a atenção dos interlocutores, os autores das peças publicitárias fazem trocadilhos e trabalham as linguagens verbal e não verbal de maneira criativa. Objetividade Geralmente, os textos publicitários têm extensão bem reduzi- da, já que circulam em suportes cujo espaço também é reduzido e o valor de cada anúncio depende de seu tamanho. A seção dos classificados de jornal, que é um exemplo de texto publicitário, é um bom exemplar para que possamos observar essa característica. Outro exemplo que ilustra a objetividade dos textos publicitários é a criação de slogan (uma frase curta e de fácil memorização) ou man- chetes, os quais resumem em um único enunciado as informações e os objetivos do texto. Exemplos de slogan: - “Cheetos, é impossível comer um só. (Elma Chips) - Vem pra Caixa você também. Vem! (Caixa Econômica Federal) - A rádio que toca notícias, só notícias. (Rádio CBN) Publicidade e o público Em virtude de seu caráter persuasivo e pelo fato de alcançar as grandes massas, o texto publicitário exerce grande influência e poder sobre o público. Esse texto promove o compartilhamento de ideias, produtos e serviços e, de certa forma, orientações ideológi- cas. Devido ao seu papel importante na nossa cultura, existe uma autorregulamentação para a divulgação/publicação de textos pu- blicitários, a qual define limites de atuação e aprovação (ou não) quanto à veiculação de alguns anúncios. Essa autorregulamentação é necessária porque, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), os textos publicitários respondem pela qualidade dos pro- dutos e serviços que estão sendo oferecidos, portanto, não devem realizar propaganda enganosa, que é crime. Ainda de acordo com o CDC, propaganda enganosa significa qualquer modalidade de informação falsa, capaz de induzir o con- sumidor ao erro no que diz respeito à natureza, característica, qua- lidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. Estrutura do texto publicitário O texto publicitário é composto, muitas vezes, por imagem, tí- tulo, texto, assinatura e slogan. A assinatura é o nome do produto/ serviço e do anunciante. Slogan, como já dissemos, é um enunciado conciso e de fácil associação ao produto e lembrança do leitor. O título/headline é um enunciado breve com o objetivo de captar a atenção do leitor, incitando sua curiosidade. O texto deve incitar no consumidor o interesse, o desejo por aquilo que está sendo ofere- cido/anunciado. LÍNGUA PORTUGUESA 1616 a solução para o seu concurso! Editora A extensão do texto publicitário depende da intencionalidade discursiva do autor/anunciante e do espaço disponível/sugerido pelo suporte de circulação no qual o texto será veiculado: jornal, revista, outdoors, jingles em rádio (aliado à musicalidade), redes sociais, sites etc. Vertentes do texto publicitário Existem duas vertentes filosóficas do texto publicitário, ambas com origens filosóficas: a apolínea e a dionisíaca. Apolínea A vertente apolínea visa ao desenvolvimento de textos que remetem à individualização, ou seja, descrevendo e/ou narrando, como ocorre com as artes plásticas, fotografia e narração de his- tórias. Dionísica A vertente dionisíaca busca despertar sentimentos diversos em seus leitores/interlocutores para que assim possa criar empa- tia, contradição, terror, carinho etc. Geralmente, para causar esses efeitos, a música, a dramatização e a expressividade corporal são utilizadas. Características do texto propagandístico Os textos propagandísticos/publicitários, como o próprio nome já diz, têm como objetivo principal a propaganda. Através desta, anuncia-se um determinado produto, ideia, benefício, movimento social, partido, entre outros. Como seu objetivo é convencer, é na- tural que a função apelativa da linguagem se destaque neste gênero textual. Sendo o objetivo persuadir o receptor, o texto publicitário, a fim de chamar a atenção, apresenta um produto ou serviço ao con- sumidor, promove sua venda ou garante a boa imagem da marca explicando por que o produto é bom e, ao mesmo tempo, estimu- lando a possuí-lo e depois comprar. No entanto, isso não é feito aleatoriamente. Toda propaganda tem um público-alvo, sempre voltado para uma pessoa ou coletividade, com base em dados como idade, con- dição socioeconômica, escolaridade, costumes e hábitos de consu- mo. Para atingir o seu propósito, os textos publicitários costumam utilizar verbos no modo imperativo e contam com outras estratégias argumentativas. A boa propaganda trabalha com uma linguagem sugestiva por meio da ambiguidade, da ironia, do jogo de palavras e de subentendidos, ou seja, vários formatos conotativos que fazem com que o público perceba a sutileza da inteligência dos textos. Estrutura do texto propagandístico Título: É composto de pequenas frases atrativas, com o objeti- vo de chamar a atenção do leitor. Imagem: Apresentam uma imagem, cuidadosamente trabalha- da e selecionada, que vai muito além do mero papel de ilustração. Nesse gênero textual, a imagem tem um papel persuasivo impor- tante e dialoga com a parte escrita. Corpo do texto: Nele, o anunciante desenvolve melhor sua ideia, demonstrando um pouco mais as qualidades e vantagens do produto. Normalmente, o vocabulário é adequado ao público para o qual é destinado, contendo frases também atraentes. Identificação do produto ou marca: A maioria dos anunciantes desenvolve um slogan para que o consumidor identifique a marca. Certamente você conhece inúmeros exemplos, como músicas que ficam na cabeça. Gênero normativo Os textos normativos são considerados como textos regulató- rios capazes de sistematizar leis e códigos que asseguram nossos direitos e deveres. Esta modalidade textual também regula as nor- mas funcionais de uma determinada comunidade, instituição, igre- ja, escola, empresas privadas ou instituições públicas. Atualmente viver em sociedade significa seguir regras e respeitar normas, não é verdade? Regras de como conviver com outras pessoas. Regras para se ter segurança no trânsito. Respeitar normas de boa convivência no trabalho ou na escola. Formais ou informais. No entanto, muitas vezes para que uma regra seja respeitada é necessário um registro, desta forma protocolos, portarias e editais são claros exemplos de textos normativos. Os textos normativos e legais devem ser claros, de modo a não causar problemas de compreensão para o público a quem ele se destina. Deve ser objetivo e centra-se na regulamentação do que está em questão, podendo ser relações de convivência, trabalho e comércio. Em nosso cotidiano, temos inúmeros exemplos de textos nor- mativos, dentre eles ressaltamos: • Um contrato de trabalho ou compra e venda • O código de defesa do consumidor • As leis de trânsito • A Constituição Federal • A Declaração Universal dos Direitos Humanos • Diário Oficial • ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente • Estatuto do idoso Os textos normativos são fundamentais para relações humanas e acima de tudo são considerados como gêneros que asseguram nossos direitos e deveres. Texto divinatório Função - prever. Modelos - horóscopo, oráculos. Fontes: brasilescola.uol.com.br descomplica.com.br TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS Detecção de características e pormenores que identifiquem o texto dentro de um estilo de época Principais características do texto literário Há diferença do texto literário em relação ao texto referencial, sobretudo, por sua carga estética. Esse tipo de texto exerce uma linguagem ficcional, além de fazer referência à função poética da linguagem. Uma constante discussão sobre a função e a estrutura do tex- to literário existe, e também sobre a dificuldade de se entenderem os enigmas, as ambiguidades, as metáforas da literatura. São esses LÍNGUA PORTUGUESA 17 a solução para o seu concurso! Editora elementos que constituem o atrativo do texto literário: a escrita diferenciada, o trabalho com a palavra, seu aspecto conotativo, seus enigmas. A literatura apresenta-se como o instrumento artístico de análi- se de mundo e de compreensão do homem. Cada época conceituou a literatura e suas funções de acordo com a realidade, o contexto histórico e cultural e, os anseios dos indivíduos daquele momento. Ficcionalidade: os textos baseiam-se no real, transfigurando-o, recriando-o. Aspecto subjetivo: o texto apresenta o olhar pessoal do artista, suas experiências e emoções. Ênfase na função poética da linguagem: o texto literário mani- pula a palavra, revestindo-a de caráter artístico. Plurissignificação: as palavras, no texto literário, assumem vá- rios significados. Principais características do texto não literário Apresenta peculiaridades em relação a linguagem literária, en- tre elas o emprego de uma linguagem convencional e denotativa. Ela tem como função informar de maneira clara e sucinta, des- considerando aspectos estilísticos próprios da linguagem literária. Os diversos textos podem ser classificados de acordo com a linguagem utilizada. A linguagem de um texto está condicionada à sua funcionalidade. Quando pensamos nos diversos tipos e gêneros textuais, devemos pensar também na linguagem adequada a ser adotada em cada um deles. Para isso existem a linguagem literária e a linguagem não literária. Diferente do que ocorre com os textos literários, nos quais há uma preocupação com o objeto linguístico e também com o estilo, os textos não literários apresentam características bem delimitadas para que possam cumprir sua principal missão, que é, na maioria das vezes, a de informar. Quando pensamos em informação, alguns elementos devem ser elencados, como a objetividade, a transpa- rência e o compromisso com uma linguagem não literária, afastan- do assim possíveis equívocos na interpretação de um texto. TIPOLOGIA DA FRASE PORTUGUESA. ESTRUTURA DA FRA- SE PORTUGUESA: OPERAÇÕES DE DESLOCAMENTO, SUBS- TITUIÇÃO, MODIFICAÇÃO E CORREÇÃO. PROBLEMAS ES- TRUTURAIS DAS FRASES. ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA DAS FRASES: TERMOS E ORAÇÕES. ORDEM DIRETA E INVER- SA Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive. Para que se possa compreender a análise sintática, é importante retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. Vejamos: Frase Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”. A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, a disposição das palavras na frase também é fundamental para a compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá ser compreendida pelo interlocutor. Oração É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é. 1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não contém verbo. 2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase como oração. Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras “Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função sintática diferente. Classificação das orações: as orações podem ser simples ou compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. – Oração simples: “Eu quero silêncio.” – Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o noticiário”. Período É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com sentido completo. Assim como as orações, o período também pode ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase. LÍNGUA PORTUGUESA 1818 a solução para o seu concurso! Editora – Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - apresenta apenas um verbo. – Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou ficarei preocupada.” - contém dois verbos. — Análise Sintática É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a estrutura de um período e das orações que compõem um período. Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe a seguir as especificidades de cada tipo. 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos respectivos exemplos a seguir: Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”, que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração sobre o sujeito). Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos respectivos casos: “Fred fez um lindo discurso.” “Um lindo discurso Fred fez.” “Fez um lindo discurso, Fred.” – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela concordância verbal. – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”. – Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.” – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a concordância do verbo o destaca de forma indireta. – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para determiná-lo. Esse sujeito pode aparecer com: – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se padeiro.”». – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você estiver lá.” – Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos: “Choveu muito ontem”. “Era uma hora e quinze”. – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, também recebem sua classificação, conforme abaixo: – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.” – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar, cair, mergulhar, correr. – Verbo de ligação: servem para expressar características de estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação (“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”). – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome (substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. – Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo “ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou palavra substantivada. – Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da aula. Por isso, estavam contentes. O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair” e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. 2 – Termos integrantes da oração Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva. – Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: – Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não exigindo preposição. – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido seja compreendido. Quanto ao objeto direto, podemos ter: – Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” – Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o acontecido.” – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou os aparelhos.» LÍNGUA PORTUGUESA 19 a solução para o seu concurso! Editora – Complementos Nominais: esses termos completam o sentido de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe os exemplos: – “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento nominal. – “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – “rapidamente” é advérbio de modo. – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um substantivo. – Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz passiva: – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.” – “O cachorro foi alvo do meu medo.” – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.” 3 – Termos acessórios da oração Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem para complementar a informação, exprimindo circunstância, determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira abaixo quais são eles: – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos: “Dormimos muito.” O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”. “Ele ficou pouco animado com a notícia.” O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado” “Maria escreve bastante bem.” O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”. Os adjuntos adverbiais podem ser: – Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc. – Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de tempo). – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou pronomes adjetivos. Analise o exemplo: “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega de escola.” – Sujeito: “jovem apaixonado” – Núcleo do predicado verbal: “presenteou” – Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os adjuntos adnominais de “colega”. – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma informação já completa. Observe os exemplos: “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de apelo. Observe: “Ei, moça! Seu documento está pronto!” “Senhor, tenha misericórdia de nós!” “Vista o casaco, filha!” — Estudo da relação entre as orações Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de subordinação. – Período composto por coordenação: é formado por orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas individualmente porque apresentam sentidos completos. Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas: – Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os doces.” – Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não preparei os doces.” – Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou preparo os doces.” – Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, logo, passou no exame.” – Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame porque estudou bastante.” – Período composto por subordinação: são constituídos por orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de forma separada. As orações subordinadas são divididas em substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos: – Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado que o suspeito era realmente o culpado.” – Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não queria que isso acontecesse.” – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.” – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho expectativa de que os planos serão melhores em breve!” – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa é que meus pais são saudáveis.” – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!” – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.” – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão felizes que pulamos de alegria.” – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em segurança.” – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu cheguei, eles iniciaram o trabalho.” LÍNGUA PORTUGUESA 2020 a solução para o seu concurso! Editora – Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, espero por você.» – Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que estivesse cansado, concluiu a maratona.” – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia como se ainda vivesse no interior.” – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.” – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais me exercito,
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