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Universidade Estadual do Ceará - UECE Faculdade de Veterinária - FAVET Toxicologia Veterinária Discente: Amanda Ribeiro de Sousa ● 3º NPC DE TOXICOLOGIA 1. Descreva as principais diferenças entre um acidente botrópico e o crotálico. R: Os acidentes botrópicos e crotálicos são tipos diferentes de envenenamento por serpentes e são causados por espécies de serpentes venenosas distintas. Aqui estão as principais diferenças entre esses dois tipos de acidentes: Espécies de serpentes causadoras: Acidente botrópico: É causado por serpentes do gênero Bothrops, também conhecidas como jararacas, jararacuçus, surucucus, entre outras. São serpentes predominantemente encontradas nas Américas, especialmente na América do Sul e Central. Acidente crotálico: É causado por serpentes do gênero Crotalus, comumente chamadas de cascavéis. Essas serpentes são encontradas principalmente nas Américas, incluindo América do Norte, América Central e partes da América do Sul. Veneno: Acidente botrópico: As serpentes do gênero Bothrops produzem venenos hemorrágicos e necrosantes, que causam danos nos vasos sanguíneos, tecidos e órgãos. Os sintomas incluem sangramento, inchaço local, dor intensa e necrose no local da picada. Acidente crotálico: As cascavéis produzem venenos neurotóxicos que afetam o sistema nervoso, levando a sintomas como fraqueza muscular, paralisia, dificuldade respiratória e problemas neurológicos. Sintomas clínicos: Acidente botrópico: Os sintomas típicos incluem dor intensa no local da picada, inchaço, sangramento local e sistêmico, bolhas, necrose da pele, febre, além de possíveis problemas de coagulação e insuficiência renal. Acidente crotálico: Os sintomas são caracterizados por fraqueza muscular, paralisia progressiva, dificuldade respiratória, visão turva, tontura e até mesmo coma. Não costuma haver sangramento local. Tratamento: Acidente botrópico: O tratamento envolve a administração de soro antiofídico específico para serpentes do gênero Bothrops, além de medidas de suporte, como analgésicos, antibióticos (devido ao risco de infecção devido à necrose) e cuidados com a coagulação. Acidente crotálico: O tratamento inclui a administração de soro antiofídico específico para cascavéis, bem como cuidados de suporte para manter a função respiratória e controlar os sintomas neurológicos. 2. Explique a fisiopatologia de um acidente escorpiônico. R: O acidente escorpiônico ocorre quando uma pessoa é picada por um escorpião venenoso, como os escorpiões do gênero Tityus, que são encontrados em várias regiões da América Latina. A fisiopatologia desse tipo de envenenamento envolve uma série de eventos que ocorrem após a picada do escorpião. Aqui está uma explicação detalhada da fisiopatologia de um acidente escorpiônico: Inoculação do veneno: Quando um escorpião pica uma pessoa, ele injeta seu veneno no local da picada através de um aguilhão localizado na parte traseira de seu corpo. O veneno contém uma mistura complexa de toxinas, incluindo peptídeos neurotóxicos e outras substâncias que afetam o sistema nervoso. Ação neurotóxica: O veneno do escorpião contém toxinas que têm uma ação direta sobre o sistema nervoso, afetando principalmente os canais iônicos presentes nas membranas das células nervosas. Essas toxinas podem causar uma hiperexcitabilidade dos neurônios, levando a uma liberação excessiva de neurotransmissores, como a acetilcolina. Sintomas neuromusculares: A ação neurotóxica do veneno do escorpião pode levar a sintomas neuromusculares característicos, como: Dor intensa no local da picada. Agitação, tremores e espasmos musculares, especialmente ao redor do local da picada. Dificuldade em controlar os movimentos musculares. Dificuldade em engolir e falar devido à fraqueza dos músculos da garganta e da face. Sintomas sistêmicos: Em casos graves de envenenamento escorpiônico, os sintomas podem se espalhar para o sistema nervoso central, resultando em: Confusão mental. Convulsões. Insuficiência respiratória devido à paralisia dos músculos respiratórios. Insuficiência cardíaca devido à disfunção do sistema nervoso autônomo. Complicações: Se não tratado a tempo, um acidente escorpiônico pode levar a complicações graves, incluindo insuficiência respiratória e cardíaca, que podem ser fatais, especialmente em crianças pequenas. 3. Correlacionar os sinais clínicos e possíveis tratamentos de um acidente por picada de abelha. R: Os sinais clínicos estão relacionados com a quantidade de ferroadas no animal. Quando o animal sofre poucas ferroadas, ele vai apresentar uma reação tóxica local, ocasionando uma reação inflamatória local, sendo caracterizada pelo rubor, edema e o aumento da temperatura na região lesionada, geralmente as áreas mais afetadas são a ocular, nasal e oral, nesses casos faz-se o uso de adrenalina, já que está na fase precoce de uma intoxicação; e quando o animal já foi sensibilizado, basta apenas uma ferroada para que o animal apresente uma reação de hipersensibilidade do tipo 1, o que pode levar o animal a sofrer um choque anafilático, quando o animal apresenta esse quadro recomenda-se utilizar anti histamínicos e corticoides para sua reversão, além disso manter o animal na oxigenoterapia; já quando o animal sofre diversas ferroadas, ele está suscetível a sofrer uma reação tóxica sistêmica, o que pode levá-lo a um quadro de insuficiência renal, além de uma crise hemolítica e até mesmo um choque anafilático, quando o animal apresenta esse quadro clínico pode-se observar taquicardia, taquipneia, dispneia, sua urina pode apresentar uma coloração mais escura, além de edema e icterícia, nesse quadro faz-se o uso de fluidoterapia, além de manter o animal na oxigenoterapia, e da utilização de diurético para controlar a possível insuficiência renal, como o uso de corticoides para a crise hemolítica que pode ser ocasionada, e se o animal apresentar choque anafilático utiliza-se anti histamínicos e corticoides. Vale ressaltar que não há um antídoto específico, seu tratamento consiste na retirada dos ferrões o mais rápido possível, e essa retirada ocorre geralmente com o auxílio de uma pinça rente a pele para evitar a inoculação do veneno, em outros casos é necessário realizar a raspagem da pelagem do animal. E com isso torna-se necessário a realização de um tratamento suporte para cada sinal clínico e sua monitoração a fim de evitar que o animal venha a óbito. 4. Relacione os principais sinais clínicos em um acidente causado por sapos em cães. R: Excesso de salivação: Este é um dos primeiros sintomas observados. Os cães afetados podem babar excessivamente devido à irritação da boca e garganta. Agitação: Os cães podem ficar agitados e nervosos devido à sensação de desconforto causada pela toxina do sapo. Vômitos: A ingestão de toxinas dos sapos pode causar vômitos repetidos nos cães. Diarreia: Diarreia aquosa e frequente pode ocorrer como resultado da ingestão de substâncias tóxicas dos sapos. Espasmos musculares: Os cães podem apresentar tremores musculares, contrações involuntárias e convulsões. Aumento da frequência cardíaca: A toxina do sapo pode levar ao aumento da frequência cardíaca (taquicardia). Dificuldade respiratória: Os cães afetados podem ter dificuldade em respirar devido à irritação da boca e da garganta, bem como ao aumento da salivação. Gengivas vermelhas e inchadas: As gengivas dos cães podem ficar vermelhas e inchadas devido à irritação causada pela toxina do sapo. Letargia: À medida que a intoxicação progride, os cães podem ficar letárgicos e fracos. Colapso: Em casos graves de envenenamento por sapos, os cães podem entrar em colapso devido à intensa reação inflamatória causada pela toxina.
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