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RESUMÃO DA P2 1 💯 RESUMÃO DA P2 RISCO, AVALIAÇÃO E MANEJO DO SUICÍDIO - Alexandre Bello Segundo Émile Durkeim, suicídio é o ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que acredita ser letal Comportamento suicida: aqueles que podem resultar em tirar a vida → exclui ideação suicida EPIDEMIOLOGIA SILENCIOSA A cada 100 habitantes: 17 possuem pensamentos, 5 fazem planos, 3 já fizeram tentativas, 1 precisou de pronto-atendimento 20 tentativas para cada 1 suicídio ESTIGMAS E TABUS Aspectos religiosos, morais e culturas Vergonha e discriminação à partir do estigma Dificuldade de acesso à ajuda Falta de conhecimento e atenção sobre o tema FRASES QUE DEVEM SER EVITADAS “Por que não faz direito? Da próxima vez toma o remédio todo” “Tem paciente mais grave pra tratar” RESUMÃO DA P2 2 ”Não tenho tempo pra convencer gente a se tratar” É POSSÍVEL PREVENIR O SUICÍDIO? 90 a 91% dos suicidas apresentam transtorno psiquiátrico, segundo a OMS De todas as pessoas com transtorno psiquiátrico, apenas 2% cometem suicídio Pessoas internadas por transtorno de humor: 4% cometem suicídio Pessoas internadas por risco de suicídio: 9% cometem suicídio Transtorno psiquiátrico é o principal fator de risco para suicídio As pessoas de maior risco são aquelas que já foram internadas por transtorno de humor ou já foram internadas por risco de suicídio FATORES DE RISCO E CAUSA SUFICIENTE Transtornos mentais: 90 a 91% dos paciente que cometem suicídio possuem algum tipo de transtorno mental Tentativa prévia: risco de 5 a 6x de nova tentativa Abuso de álcool e letalidade do método: fatores de agravo Fatores de menor impacto: rigidez comportamental, desemprego, desamparo, desesperança, desespero, doenças físicas, impulsividade, agressividade, dor crônica, história familiar positiva para suicídio, genética RESUMÃO DA P2 3 Causa suficiente: é aquela que inevitavelmente produz ou inicia um desfecho Causa necessária: sem ela o desfecho não pode acontecer PREVENÇÃO Embora não exista um algoritmo efetivo para prevenir o suicídio na prática clínica, o reconhecimento e entendimento dos fatores de risco clínicos, psicológicos, sociológicos e biológicos podem auxiliar na detecção de indivíduos em alto risco e assisti-los na seleção do tratamento Social: combate ao estigma, integração social Ambiental: mídia, dispensação de medicação, arquitetura de segurança, treinamento de médicos, restrição de armas, regulação de pesticidas Individual: psicoterapia cognitiva, dialética comportamental, psicoeducação para os pais, ketamina, eletroconvulsoterapia, ISRS / lítio / clozapina, follow up pós- emergência, educar sinais de alerta, linha telefônica RESUMÃO DA P2 4 Abordagem individualizada FATORES DE PROTEÇÃO Suporte social e / ou familiar Gestação Maternidade / paternidade Espiritualidade / religiosidade Estilo de vida saudável Acesso a serviços de saúde mental Habilidade em resolver conflitos Acesso restrito aos métodos MEIOS MAIS UTILIZADOS Pesticidas, enforcamento, armas de fogo EFEITO WERTHER Corresponde a um aumento do número de suicídios depois de um caso amplamente divulgado Ocorre quando a mídia ou outro veículo de comunicação aborda o suicídio de maneira muito intensa e exagerada Pode ocorrer com chacinas e atentados EFEITO PAPAGENO Corresponde a um fenômeno pelo qual a exposição a modelos e exemplos de pessoas que tentaram se suicidar, mas desistiram da ideia e superaram a crise, gera um efeito preventivo ao suicídio Demonstra que o suicídio tem tratamento e pode ser previnido RESUMÃO DA P2 5 AVALIAÇÃO DE RISCO SUICIDA “Você já pensou em fugir dos problemas? Em alguns momentos você imagina que seria melhor morrer?” “Você já pensou em fazer alguma coisa contra si mesmo?” Próximo passo: avaliar plano e planejamento, letalidade, intencionalidade, ideação passiva ou ativa RISCO BAIXO Ideação suicida sem planejamento sem plano → baixa intencionalidade e baixa letalidade Manejo: escuta terapêutica sem julgamentos, tratamento de possível transtorno psiquiátrico, planejar reavaliações regulares, encaminhar caso não haja melhora Melhores consultas mais frequentes do que mais longas Encaminhamento: esclarecer os motivos do encaminhamento, agilizar o atendimento, buscar contra-referência Marcar consulta com o médico anterior ao encaminhamento também para atualização, pois o paciente pode se sentir abandonado Vigilância 24 horas: esconder armas, facas e cordas, manter medicamentos em local que paciente não tenha acesso, retirar chaves da porta, dormir e acordar com o paciente (não deixar o paciente sozinho) → estresse ao cuidador RISCO MODERADO Ideação suicida com planejamento e sem plano Projeta a ação no futuro, caso a situação de crise não se resolva (”se eu tiver câncer, se a minha esposa me largar”, dor, qualidade de sono) Manejo: total cuidado com possíveis meios de suicídio que possam estar no local de atendimento, escuta terapêutica sem julgamentos, contrato terapêutico (retornar a próxima consulta), investir nos fatores protetores, orientar vigilância 24 horas, seguimento com consultas regulares, sempre encaminhar para serviço de psiquiatria, RESUMÃO DA P2 6 “autorização” para contato com a família e explicar a situação (se o paciente não autorizar, deve ser comunicado mesmo assim) RISCO ALTO Ideação suicida com planejamento e com plano de fazer prontamento Acúmulo grave dos fatores de risco, alta intencionalidade e letalidade do método Manejo: nunca deixar a pessoa sozinha, total cuidado com possíveis meio de suicídio que possam estar no local do atendimento, contrato terapêutico, informar a família, encaminhar para o serviço de psiquiatria, transferência do paciente sob vigilância (em ambulância) INTERNAÇÃO HOSPITALAR Alto risco de suicídio Baixo suporte familiar Exaustão psicológica dos cuidadores Tentativas de suicídio progressivamente graves Síndrome psicótica Fatores que interfiram no nível de consciência ou juízo crítico, impossibilitando avaliação de emergência (uso de substância psicoativas, delirium) Quadro psiquiátrico com indicação hospitalar (mania sem psicose) Na maioria das vezes, o primeiro contato não se dará com o psiquiatra e sim na UPA e UBS ABORDAGEM ESPECIALIZADA PSICOTERAPIA DE CRISE Negociação em crise, intervenções breves focadas no suicídio, psicoterapia cognitiva, dialética comportamental Tempo é o maior aliado do negociador de crise RESUMÃO DA P2 7 Escuta ativa e reforçar que não está sozinha e que há opções (dar esperança) Parafrasear mais breve, refletir as últimas palavras ditas, perguntas abertas, demonstrar que está presente (”hum”, “ok”, “entendo”) INTERVENÇÕES BREVES FOCADAS NO SUICÍDIO 1 a 4 sessões de cuidados intensivos (20-45min) Instauração do plano de segurança Identificar gatilhos de uma crise suicida Lista hierárquica de 06 estratégias internas de enfrentamento e fontes externas de apoio social e profissional Sugere conversas sobre mudanças de estilo de vida em vez de sobre suicídio Redução da ideação suicida imediatamente, bem como 2 meses após introdução do tratamento Psicoterapia cognitiva Dialética comportamental: redução no comportamento suicida, mas sem relevância na redução de ideação suicida ABORDAGENS NÃO PRESENCIAIS RESUMÃO DA P2 8 MEDICAMENTOS LÍTIO Lítio mais efetivo do que o placebo, reduz número de suicídios e de hospitalizações por tentativa de suicídio Efeito anti-suicida em tratamentos de longo prazo de transtornos de humor Redução de risco de suicídio e de mortalidade por outras causas, comparado a outros E.H. e placebo Maior monitorização pelos riscos do medicamento podem reduzir o risco de suicídio CLOZAPINA Clozapina em esquizofrênicos com risco de suicídio pode reduzir os custos de tratamento, por ser importante causa de hospitalização Comportamento suicida reduzido melhora a qualidade de vida de pacientese de familiares RESUMÃO DA P2 9 Maior monitorização pelos riscos do medicamento podem reduzir o risco de suicídio KETAMINA Reduz ideação suicida independentemente da melhora de outros sintomas de humor em pacientes deprimidos Limitações dos demais tratamentos: tempo prolongado para eficácia em emergências psiquiátricas, comparado à rápida resposta da ketamina (ECT / clozapina / lítio) ESKETAMINA NASAL Muito cara: 40.000 reais ISRS Redução de ideação suicida Questionável entre crianças e adolescentes BUPRENORFINA Opioide Estudos maiores ainda são necessários ANTICONVULSIVANTES Aumento de eventos relacionados ao suicídio nos pacientes que tinham depressão e no grupo de outras doenças, que não fossem epilepsia TRANSTORNOS ALIMENTARES - Alessandra 1874: William Gull publica dois relatos de caso → denominação da anorexia nervosa RESUMÃO DA P2 10 1940: conhecimento da bulimia nervosa (em combinação com anorexia) Década de 60: crescente interesse científico e na população, mídia, ocorrência em celebridades e maior valorização da aparência física, maior conscientização, refinamento do diagnóstico e métodos de tratamento Twiggy graveto SUBTIPOS DA ANOREXIA Restritivo: dietas, jejuns ou exercícios excessivos Compulsivo / pulgativo: vômitos auto induzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou anorexígenos ANOREXIA NERVOSA Total redução da ingestão alimentar + métodos adicionais Perda de apetite é rara → força por controlar a fome Rituais alimentares Interesse por comida Aparecimento associado com acontecimento vital estressante Curso de resultados variáveis Hospitalização necessária em alguns casos (restauração do peso / correção de desequilíbrios hidroeletrolíticos) Condições médicas gerais associadas: amenorreia, constipação, dor abdominal, intolerância ao frio, letargia, aparência emaciada, cefaleia, hipotensão, hipotermia, pele seca, lanugo, unhas e cabelos quebradiços, bradicardia, edema periférico, amarelamento da pele (associado com hipercarotenemia), hipertrofia das glândulas salivares (parótidas), erosão do esmalte dentário, calos no dorso das mãos, anemia, prejuízo da função renal, problemas cardio-vasculares (arritmia e hipotensão severa), osteoporose, dentre outros Características familiares: padrões de comunicação disfuncionais, rigidez, aparência e peso com grande importância emocional, pais controladores e supreprotetores, expectativas altas sobre os filhos, investimento no alimento RESUMÃO DA P2 11 Características de funcionamento: história de discreto excesso de peso, perfeccionismo, autoestima rebaixada, desejo excessivo de evitar situações de estresse, tendência a se auto-avaliar a partir da opinião dos outros, atribuição de todo insucesso ao corpo, sensação de falta de controle em sua vida, medo de novas situações, rigidez, escolha de atividade ou carreira que enfatiza o peso Anorexia nervosa → grito por atenção e por maior controle sobre a própria vida → promover alívio do estresse e conquista de independência, chamar atenção dos pais, propiciar uma forma de controlar a vida Sistema familiar: trabalhar os padrões de comunicação disfuncionais, modificar estilo de vida, evitar falar de dieta e exercício na presença da paciente, diminuir grau de exigência frente ao sucesso, trabalhar ansiedade dos pais, discutir a culpa pela ocorrência da doença Tratamento: motivação para o tratamento, equipe multidisciplinar (psicólogo, nutricionista, endocrinologista, psiquiatra, clínico geral), avaliação das condições atuais de saúde, hospitalização / atendimento ambulatorial, coleta de informações (família, intrumentos EAT-26 e BITE), importância da qualidade da relação terapêutica (equipe interdisciplinar), terapia familiar, psicoterapia individual Indicações para hospitalização: grande perda de peso, perda em ritmo acelerado, risco de vida, risco de suicídio, baixa resposta ao tratamento ambulatorial PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Diminuição da restrição alimentar: Aumento da ingestão alimentar de forma gradual Padrão regular de alimentação (3 refeições e 2 ou 3 lanches planejados) Discussões centradas nas perdas ocasionadas pela inanição que são reversíveis com a perda de peso Educação sobre a natureza da anorexia nervosa e a importância dos fatores cognitivos Incorporar alimentos de maior valor calórico Crenças que dificultam o aumento da ingestão alimentar: “tenho uma fome maior do que o normal”, “esse tratamento só objetiva me engordar” RESUMÃO DA P2 12 Crenças distorcidas associadas aos alimentos e seus efeitos → “alimentos engordativos” / qualidade x quantidade → “alimento bom e alimento ruim” Diminuição da frequência de atividade física Abordagem da imagem corporal: a precisão da percepção do tamanho corporal, o grau de ansiedade associada a aparência, o comportamento de evitação de exposição corporal Modificação do sistema de crenças BULIMIA NERVOSA Bous (boi) e limos (fome) = fome de boi Pacientes eutróficos Restrição do consumo calórico total entre os episódios compulsivos Influência do contexto psicossocial Maior adesão ao tratamento se comparada à anorexia nervosa Binge eating: “se embreagar de comer” Facilidade em ocultar a doença Personalidade não centrada somente no comportamento alimentar Vômita como objetivo em si mesmo Métodos para indução de vômito Tendências das pessoas com o diagnóstico de anorexia tomaram-se bulímicas RESUMÃO DA P2 13 Condições médicas gerais associadas: perda de esmalte dentário, cáries dentárias, dentes lascados e corroídos, hipertrofia das glândulas salivares parótidas, calos e cicatrizes na superfície dorsal das mãos, miopatias cardíacas e esqueléticas, irregularidades menstruais ou amenorréia, dependência de laxantes, perturbações hidroeletrolíticas, rupturas do esôfago, ruptura gástricas e arritmias cardíacas Curso: Começo no final da adolescência ou início da idade adulta Compulsão periódica inicia após episódio de dieta Comportamento disfuncional persiste por vários anos Curso crônico ou intermitente Diagnóstico anorexia / bulimia: Ocorrência de compulsão / purgação durante anorexia: anorexia tipo compulsiva / purgativa Ocorrência de compulsão / purgação sem critérios para anoreia tipo compulsiva / purgativa: anorexia tipo compulsiva / purgativa em remissão parcial ou bulimia RESUMÃO DA P2 14 nervosa Terapia cognitivo-comportamental: psicoeducação sobre o problema, controle dos episódios de compulsão alimentar e da indução de vômito, modificação do sistema de crenças que contribuem para a ocorrência dos episódios de compulsão alimentar ANOTAÇÕES EXTRAS Anorexia → restritiva → compulsiva / purgativa → bulimia nervosa → transtorno da compulsão alimentar periódica (T.C.A.P.) Ortorexia: define a obsessão pela alimentação saudável Vigorexia é o nome dado para o transtorno dismórfico muscular, um problema psicológico que faz com que os pacientes se enxerguem fracos e sem músculos, quando são fortes e musculosos TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS - Alessandra CONSCIÊNCIA Consciência = cum (com) + scio (conhecimento) Nos transtornos dissociativos, a consciência se rompe Definição neuropsicológica: nível de consciência Definição psicológica: dimensão subjetiva Definição ético-filosófica: consciência moral ou ética Aspecto global da consciência = consciência do mundo + consciência de si ao ter consciência do mundo Campo da consciência = margem + foco ESTADO DE CONSCIÊNCIA LÚCIDA RESUMÃO DA P2 15 No estado de consciência lúcida, funcionam adequadamento a capacidade de atenção ou de concentração, as faculdades de fixar novos fator e de rememorar o vivido e o aprendido, a capacidade de compreender ou de dar-se conta das coisas, de refletir sobre as questões objetivas e subjetivas e os complexos dispositivos de orientação autopsíquica e alopsíquica O quanto o paciente está acordado, alerta ou vigilante, em suma, o quanto está neurologicamente apto a manter contato com o mundo ao seu redorINTENSIDADE DO CAMPO DA CONSCIÊNCIA Hipovigilância: diminuição da intensidade do campo da consciência Hipervigilância: amplificação do campo da consciência → elevação e exaltação do nível da consciência Alterações da consciência podem se apresentam tanto pelo lado quantitativo (intensidade e abrangência), quanto pelo lado qualitativo (qualidade do campo) DISSOCIAÇÃO O termo dissociação pode ser entendido de diversas formas e dar margem a múltiplas interpretações, dependendo do contexto do seu uso Não há definição única, simples e coerente capaz de obter o consenso dos pesquisadores da área Dissociação ou desagregação: dois ou mais processos mentais não estão associados ou integrados Domínio da dissociação (Cardeña): baseado nos diferentes usos do termo, pode ser abordado sob três perspectivas diferentes Para caracterizar processos mentais semi-independentes ou sistemas cognitivos não acessados conscientemente e/ou não integrados dentro da memória, identidade e volição (conscientes) do indivíduo Como representação de alterações da consciência do indivíduo, em situações em que certos aspectos do Eu e do ambiente se desconectam Como um mecanismo de defesa associado a fenômenos variados, tais como amnésia psicológica, eliminação de sofrimento físico ou emocional RESUMÃO DA P2 16 TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS A característica central dos transtornos dissociativos é o distúrbio das funções normalmente integradas de consciência, memória, identidade ou percepção do ambiente Tais distúrbios podem ser súbitos ou graduais, transitórios ou crônicos DSM-V: subtipos principais: amnésia dissociativa, transtorno de despersonalização / desrealização, transtorno dissociativo de identidade Sintomas dissociativos também fazem parte dos critérios diagnósticos de outros transtornos mentais, como o de estresse pós-traumático e transtornos somatoformes Transtornos conversivos são inerentemente dissociativos, já que envolvem a exclusão de conteúdos mentais do controle e da consciência do indivíduo → amnésia, fuga dissociativas e transtorno dissociativo de identidade indicam transtornos na integração da memória e identidade, fenômenos análogos ocorrem nos transtornos conversivos, tais como cegueira funcional, surdez, anestesia e paralisia, que desagregam percepções e atividade motora dos processos conscientes do indivíduo Os transtornos dissociativos são caracterizados por perturbação e / ou descontinuidade da integração normal de consciência, memória, identidade, emoção, percepção, representação corporal, controle motor e comportamento Os sintomas dissociativos podem potencialmente perturbar todas as áreas do funcionamento psicológico Sintomas dissociativos são vivenciados como: Intrusões espontâneas na consciência e no comportamento, acompanhadas por perdas de continuidade na experiência subjetiva (i.e., sintomas dissociativos “positivos”, como fragmentação da identidade, despersonalização e desrealização) e / ou Incapacidade de acessar informações e de controlar funções mentais que normalmente são de fácil acesso ou controle (i.e., sintomas dissociativos “negativos”, como amnésia) Transtornos relacionados a trauma e a estressores: relação estreita com sintomas dissociativos – (amnésia, flashbacks, entorpecimento e despersonalização / desrealização) RESUMÃO DA P2 17 Na prática clínica, deparamo-nos com pacientes que desafiam tanto a nossa experiência e conhecimento técnico quanto as convenções de enquadramento diagnóstico Após décadas de relativa negligência, devido principalmente à desconsideração dos efeitos das experiências traumáticas da vida real na psicopatologia e na psicoterapia, há um aumento de interesse no estudo dos transtornos dissociativos” TRANSTORNO DE DESPERSONALIZAÇÃO / DESREALIZAÇÃO Caracterizado por despersonalização (i.e., experiências de irrealidade ou distanciamento da própria mente, de si ou do corpo) e/ou desrealização (i.e., experiências de irrealidade ou distanciamento do ambiente ao redor) clinicamente persistente ou recorrente Sem prejuízo ao teste de realidade Indivíduos com esse transtorno podem ter despersonalização, desrealização ou ambos AMNÉSIA DISSOCIATIVA Caracterizada por incapacidade de recordar informações autobiográfIcas RESUMÃO DA P2 18 Pode ser localizada (um evento ou período de tempo), seletiva (um aspecto específico de um evento) ou generalizada (identidade e história de vida) Incapacidade de recordar informações autobiográficas incompatível com o esquecimento normal Percepção de parte de indivíduos que apresentam AD de uma lacuna em sua memória, embora a maioria daqueles com transtornos dissociativos inicialmente não têm consciência de suas amnésias “amnésia de sua amnésia” Amnésia é vivenciada como um aspecto fundamental da amnésia dissociativa; os indivíduos são acometidos mais comumente por amnésia localizada ou seletiva, sendo a generalizada um fenômeno raro A fuga dissociativa é incomum em pessoas com amnésia dissociativa, porém comum no transtorno dissociativo de identidade TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE O indivíduo humano não é unitário nem internamente consistente, mas complexo, contraditório e dividido RESUMÃO DA P2 19 Em alguns casos, essas atitudes contraditórias e os comportamentos podem se tornar incompatíveis, ameaçando a estabilidade e a integridade da personalidade Em raras ocasiões, a estabilidade somente pode ser preservada por uma dissociação ou por uma separação da personalidade em subunidades mais estáveis O transtorno protótipo da categoria (transtorno dissociativo de identidade, TDI) é tema de controvérsia particular Esse diagnóstico é feito na América do Norte com certa frequência, enquanto que na Europa sua avaliação é discutível, e muitos casos clínicos publicados são considerados como produtos artificiais Caracterizado por: Presença de dois ou mais estados distintos de personalidade ou uma experiência de possessão e Episódios recorrentes de amnésia A fragmentação da identidade pode variar entre culturas, por exemplo apresentações na forma de possessões Indivíduos com transtorno dissociativo de identidade sofrem: Intrusões recorrentes inexplicáveis em seu funcionamento consciente e no senso de identidade própria, por exemplo: vozes; ações e fala dissociadas, pensamentos, emoções e impulsos intrusivos Alterações do senso de identidade própria, por exemplo: atitudes, preferências, e sentir como se o corpo ou as ações não lhes pertencessem Mudanças bizarras da percepção, por exemplo: despersonalização ou desrealização, como sentir-se distanciado do próprio corpo enquanto se corta Sintomas neurológicos funcionais intermitentes Tipos muito complexos do transtorno de estresse pós-traumático, começando na infância e se tornando crônicos durante toda a adolescência e vida adulta Trauma produz uma dissociação, que é uma descontinuidade da experiência (consciência) e da memória Tais processos psíquicos inicialmente podem funcionar como defesas adaptativas, preservando o ego do aniquilamento RESUMÃO DA P2 20 A dissociação distorce o desenvolvimento da personalidade e a integração contínua de vivências, autopercepções e percepção das emoções das outras pessoas, obliterando o desenvolvimento da capacidade de mentalização (desenvolvimento de habilidades metacognitivas que permitem a reflexão crítica sobre o próprio estado da mente ou das outras pessoas) Por vezes, a dissociação também facilita a perpetuação de uma hiperexcitação autonômica via hipófisehipotálamo-su- prarrenal, através da evocação da memória traumática em resposta a estímulos remanescentes ao trauma, criando, assim, sucessivos microtraumas Os alters (estados dissociativos) passam a assumir partes do conflito interno, resultando em estados do ego com diferentes identidades e desempenhando funções executivas distintas de acordo com as demandas internas e os estímulos externos O diagnóstico de TDI está associado quase universalmente com uma história préviade trauma mais significativo, que ocorre frequentemente na infância Estudos sistemáticos que examinaram a história de trauma de pacientes com TDI encontraram uma taxa mais elevada de traumatismo na infância nesses pacientes quando comparados com qualquer outro grupo clínico Logo, o processo diagnóstico deve incluir uma possível história de trauma, sendo muito comum história de abuso sexual ou outros tipos de abuso A grande maioria dos casos tem histórias psiquiátricas complexas e longas O intervalo médio entre as primeiras apresentações e o diagnóstico psiquiátrico de TDI é de 7 anos Grande variedade de sintomas psiquiátricos e físicos, incluindo depressão, ansiedade, alucinações auditivas e visuais, transtornos alimentares e queixas somáticas Prevalência, em média 92% dos casos são mulheres, com idade média no diagnóstico de 31 anos e um número médio de 13 personalidades Em 85% dos casos, uma das personalidades é de criança Muitas personalidades são autodestrutivas, violentas, criminosas ou desinibidas sexualmente RESUMÃO DA P2 21 DISSOCIATIVE EXPERIENCES SCALE (DES) Apesar de a escala não ser utilizada como instrumento diagnóstico, o escore de 30 é considerado o ponto de corte acima do qual se pode identificar os pacientes com transtornos dissociativos Numa investigação dos autores da DES, 74% dos pacientes com TDI e 80% daqueles com outro transtorno dissociativo foram corretamente identificados por esse ponto de corte TRANSE: IMPORTÂNCIA DO CONTEXTO SÓCIO CULTURAL Sonho acordado, mas com a presença de atividade motora estereotipada com a suspensão parcial dos movimentos voluntários Estado modificado de consciência em que esta se interioriza e manifesta vivências habitualmente reprimidas na vigília As características psíquicas deste estado são típicas: sugestionabilidade aumentada, estereotipias, exibicionismo ou teatralismo, etc Manifestações espontâneas de transe são uma tentativa de auto regulação psíquica: alívio temporário RESUMÃO DA P2 22 ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS - Luiz Márcio ESQUIZOFRENIA A esquizofrenia é um transtorno mental crônico, grave e incurável (tecnicamente 10% podem se curar depois do tratamento) que provoca alterações no pensamento, na sensopercepção, nas emoções (embotamento / raso / plano), na cognição e no comportamento dos pacientes Tem como sintomas típicos os delírios, alucinações, desorganização (de pensamentos e comportamento) → sintomas positivos (tudo que não existia e passa a existir: alucinação, delírio) e negativos (o que existia e deixa de existir: associalização, anedonia, anergia, afeto embotado, alogia) Alogia: empobrecimento do pensamento Solilóquio: falar sozinho HISTÓRIA Na antiguidade, médicos gregos já descreviam delírios de grandeza e persecutórios, além de prejuízo cognitivo Emil Kraepelin → dementia precox: curso deteriorante de longo prazo, associado a alucinações e delírios, diferenciando do curso mais benigno da psicose maníaco depressiva Eugen Bleuler cunho o termo esquizofrenia Associação (desorganização), afeto (embotado), autismo (associalização) e ambivalência Sintomas acessórios: alucinações e delírios EPIDEMIOLOGIA Acomete 1% da população, mais em área urbana, minoriais étnicas Destes, metade recebe tratamento Igualmente prevalente em homens e mulheres RESUMÃO DA P2 23 Início entre 10 e 25 anos nos homens e entre 25 e 35 anos nas mulheres 90% dos pacientes iniciam entre 15 e 55 anos Homens costumam ter mais sintomas negativos que mulheres Parentes de 1º grau tem risco 10x maior de ter a doença que a população geral Complicações no parto, hipóxia, idade avanlada dos pais, estresse, infecções, desnutrição, diabetes materno aumentam o risco A mortalidade e a morbidade de pacientes com esquizofrenia é maior que da população normal Diagnóstico e tratamento de doenças clínicas e cirúrgicas representam um desafio nestes pacientes Influenza pré-natal, desnutrição materna, incompatibilidade RH mãe e filho aumentam chance da doença e sugerem que alterações no neurodesenvolvimento influenciam surgimento da patologia Há maior abuso de substância em esquizofrênicos, álcool (40%), maconha (estudo nórdico), anfetaminas e cocaínas, alucinógenos 90% são fumantes (nicotina diminui nível sérico de antipsicóticos) Nicotina pode melhoras parkinsonismo, cognição e alucinações 15 a 45% dos moradores de rua tem esquizofrenia O custo do tratamento dos EUA é superior ao custo de todos os tipos de câncer → muita hospitalização, antipsicótico para a vida inteira Hospitalização caiu drasticamente após 1950 50% dos pacientes internados em hospital psiquiátrico tem esquizofrenia (parte psiquiátrica, sem contar adição de álcool e drogas) Criação adversa aumenta o risco de esquizofrenia → mãe esquizofrênica com filho adotivo, ete tem risco maior de esquizofrenia Expectativa de vida 10 anos menor que a população geral ETIOLOGIA / GENÉTICA / BIOQUÍMICA / IMAGEM Genética mais importante que o ambiente RESUMÃO DA P2 24 Gêmeos monozigóticos → 50% de concordância Hipótese dopaminérgica (bloqueadores e agonistas) Serotonina (clozapina e atípicos antagonistas da serotonina) Noradrenalina, GABA, etc Alargamento de ventrículos e diminuição no volume cortical visto em TC Hipotrofia no sistema límbico (emoções): amígdala e hipocampo Córtex pré-frontal, tálamo CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-5 Dois ou mais dos itens por período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso) → pelo menos um dos 3 primeiros Delírios → persecutórios, referência, grandiosos, místicos, religiosos, somáticos Alucinações → auditivas (comando, comentam, conversam, irradidação pensamento), visuais Discurso desorganizado → desconexão, ecolalia, neologismos Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico Sintomas negativos (diagnóstico diferencial com parkinsonismo e depressão → As) Prejuízos e sofrimento Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos seis meses: um mês de sintomas da fase ativa e sintomas prodrômicos (completando o tempo): sintomas negativos ou sintomas positivos atenuados Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com característcias psicóticas são dercatados A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (droga de abuso ou medicamento) ou a outra condição médica QUADRO PRODRÔMICO Os pacientes são quietos, passivos e introvertidos RESUMÃO DA P2 25 Na infância, tinham pouco amigos Adolescentes pré-esquizofrênicos podem não ter amigos próximos, nem interesses românticos e também evitam esportes de equipe Muitas vezes, preferem assistir a filmes ou televisão, escutar música ou jogar games de computador a participar de atividades sociais Interesse por ideia abstratas, filosofia e por questões ocultas ou religiosas e místicas 6 meses de prodrômico e 1 mês fase ativa para diagnóstico ESPECIFICADORES Primeiro episódio, atualmente em episódio agudo Primeiro episódio, atualmente em remissão parcial Primeiro episódio, atualmente em remissão completa Episódios múltiplos, atualmente em episódio agudo Episódios múltiplos, atualmente em remissão parcial Episódios múltiplos, atualmente em remissão completa Contínuo Com catatonia Especificar a gravidade atual SUBTIPOS Paranóide → mais comum Desorganizado / hebefrênico Catatônico Residual Indiferenciado COMPROMETIMENTO COGNITIVO RESUMÃO DA P2 26 Gravidade deste prediz prejuízo no funcionamento, atinge todos os pacientes Ocorre disfunção em atenção, função executiva e memória recente Já é presente mesmo antes do primeiro episódio e em geral, permanece estável Alguns exibem demência genuína no fim da vida, não relacionada a outras causas Familiares não psicóticos também exibem algum prejuízo cognitivo Busca por tratamento da cognição é importante COMORBIDADES CLÍNICAS / PSIQUIÁTRICAS Obesidade: IMC maior que a população normal, antipsicóticos, inatividade e alimentação inadequada Diabetes mellitus:aumenta o risco para DM tipo 2 (obesidade e antipsicóticos) Doenças cardiovasculares aumentadas por DM, obesidade, sedentarismo, tabagismo e dislipidemia DPOC → fumam mais HIV: por sexo desprotegido e uso de drogas → transam menos, libido baixa Transtorno de uso de substâncias psicoativas Transtorno de ansiedade TOC Transtorno do pânico Transtorno de personalidade esquizotípica Transtorno de personalidade esquizóide DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Transtorno depressivo maior ou transtorno bipolar com psicose Transtorno esquizoafetivo: mania ou depressão durante episódio agudo psicótico, psicose duas semanas antes ou depois, ao menos Transtorno esquizofreniforme (entre um mês e 6 meses) / Transtorno psicótico breve (entre um dia e um mês) RESUMÃO DA P2 27 Transtorno delirante: apenas delírios (mínimo 30 dias), funcionamento melhor Transtorno personalidade esquizotípica: excentricidade, distorções cognitivas e perceptivas Transtorno obsessivo compulsivo → se acredita é delírio (egossintônico), se não acredita é obsessão (egodistônico) TOC psicótico / TOC com insight ausente: TOC sem juízo crítico (egossintônico) → não é esquizofrenia, nem TOC, área intermediária Transtorno espectro autista Transtorno de estresse pós-traumático: revive o trauma Transtorno psicótico induzido por substância / medicamento: inicia e cessa com uso / abstinência da substância (máximo 30 dias após cessar) → depois de 30 após cessado o uso e ainda mantém os sintomas é feito o diagnóstico Transtorno induzido por condição médica: epilepsia, neoplasias, doença cerebrovascular, aids, deficiência de vitamina B12, envenenamento por metais pesado, neurossífilis, LES, etc PROGNÓSTICO RESUMÃO DA P2 28 TRATAMENTO: FARMACOLÓGICO E PSICOSSOCIAL Indicações de hospitalização: Riscos para si e outrem Ideais suicidas / violência / homicidas Comportamento desorganizado Incapacidade de cuidade de si próprio Instabilização de medicação, trocas ANTIPSICÓTICOS DISPONÍVEIS NA REDE PÚBLICA Típicos: Haloperidol (VO, IM e depósito → Haldol decanoato 50 mg) VO 2 a 20 mg (2 a 5 mg) (não usar biperideno associado) RESUMÃO DA P2 29 Clorpromazina 1952 (VO) 300 a 900 mg Atípicos: teoricamente mais eficazes em sintomas negativos, melhores em sintomas depressivos, menos sintomas extrapiramidais (discinesia), metade dos típicos causam síndrome metabólica, VIA LME Risperidona 2 a 8 mg VO (risperdal consta: depósito) Olanzapina 2,5 a 20 mg Quetiapina 300 a 900 mg Clozapina 300 a 900 mg → mais eficaz, mas tem efeitos colaterais piores (convulsões, leucopenia, agranulocitose) Usar anti-epiléptico a partir de 600 mg ANTIPSICÓTICOS NÃO DISPONÍVEIS NA REDE Ziprazidona (Geodon) 80 a 160 mg Aripiprazol (Abilify) 10 a 30 mg Lurasidona (Latuda) 40 a 160 mg (com comida) Paliperidona (invega sustena) depósito Todos mais eficazes que placebo, em torno de 60% de resposta Clozapina: 80% de resposta → 50% dos resistentes a outros antipsicóticos respondem Monitorar hemograma, suspender a leucócitos abaixo de 3.000 / neutrófilos 1.500 1º EPISÓDIO Afastar drogas / doenças Antipsicóticos de 1ª e 2ª geração tem mesma eficácia Antipsicóticos de 2ª geração são melhor tolerados, diminuindo má aderência ao tratamento Há risco de mais efeitos colaterais no 1º episódio Há probabilidade de melhor resposta no 1º episódio Avalia resposta entre 2ª e 4ª semana, aderência e uso de substâncias RESUMÃO DA P2 30 Considerar antipsicótico de depósito Inicia com mínima dose terapêutica e observa: se precisar, aumenta Intervenção precoce / evitar recaída melhora prognóstico a longo prazo Antipsicótico por 18 meses, no mínimo e retirar gradualmente, 1 a 20% não retornam os sintomas TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO Iniciado caso haja recaída após suspensão do antipsicótico 1 a 2 anos após 1º episódio Em dois anos com placebo, 85% recaem Em dois anos com antipsicótico, 25 a 50% recaem Antipsicóticos são escolha: menos discinesia tardia, alguma melhora em cognição Se não responder ao 1º atípico, 2º atípico, se não responder, 3º típido ou típico Se não responder, clozapina (mínimo 6 meses de uso) Se não responder, clozapina + outro antipsicótico, antidepressivo, estabilizadores de humor (lamotrigina, lítio, ácido valproico) Se não responder, ETC Se não responder, ECT + antipsicóticos Clozapina + ECT Estimulação magnética transcraniana Lembrando que, antes de trocar, avaliar a aderência ao tratamento TRANSTORNO DELIRANTE PERSISTENTE Não trás tanto prejuízo como a esquizofrenia Mais difícil de tratar que a esquizofrenia Não costuma ter alucinações e ilusões Tipos: RESUMÃO DA P2 31 Erotomaníaco: paciente acredita que alguém de uma classe superior (famoso) é apaixonado por ele Grandioso Ciumento (mais comum em homens) Persecutório (mais comum) Somático: paciente acredita que possue alguma doença QUADROS DE ANSIEDADE - Alessandra MANIFESTAÇÕES DE ANSIEDADE Autonômicas: taquicardia, sudorese… Musculares: dores, tremores… Respiratórias: falta de ar, sufocamento, hiperventilação Comportamentais: insegurança, apreensão, medo, mal-estar, dificuldade de concentração MEDO E ANSIEDADE Resposta de fuga e esquiza Eliminação ou adiamento dos estímulos aversivos Elimina temporariamente o estímulo aversivo Graves prejuízos nas atividades cognitivas, afetivas, comportamentais e sociais Década 90: estudos sobre o tratamento não farmacológico dos transtornos de ansiedade Estilo de vida contemporâneo Medo: fobias de algo Ansiedade: não necessariamente tem motivo RESUMÃO DA P2 32 FORMAS DE ANSIEDADE Aguda Crônica / generalizada Fóbica Obsessiva-compulsiva DSM-5 Transtorno de Ansiedade de Separação Mutismo Seletivo Fobia Específica Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social) Transtorno de Pânico Agorafobia Transtorno de Ansiedade Generalizada Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância/Medicamento Transtorno de Ansiedade Devido à Outra Condição Médica Outro Transtorno de Ansiedade Especificado Transtorno de Ansiedade Não Especificado PÂNICO Deus grego Pã: Deus grego que causava pavor Ataques agudos de ansiedade Sensações físicas típicas: tremores, aperto no peito, palpitações, calafrios, náuseas, medo de morrer Sintomas presentes em diversas configurações sintomáticas Experimentos de Donald Klein (1959): ponto de partida para o tratamento das crises de ansiedade RESUMÃO DA P2 33 Associação à agorafobia DSM-5 Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quantro (ou mais) dos seguintes sintomas: Palpitações, coração acelerado, taquicardia Sudorese Tremores ou abalos Sensações de falta de ar ou sufocamento Sensações de asfixia Dor ou desconforto torácico Náusea ou desconforto abdominal Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio Calafrios ou ondas de calor Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento) Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo) Medo de perder o controle ou enlouquecer Medo de morrer O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso Podem ser vistos sintomas específicos da cultura (tinido, dor na nuca, cefaleia, grito, choro incontrolável). Esses sintomas não devem contar como um dos quatro sintomas exigidos Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (ex.: perder o controle, ter um ataque cardíaco, enlouquecer) RESUMÃO DA P2 34 Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (ex.: comportamntos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas) A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (ex.: drogade abuso, medicamento) ou de outra condição médica (ex.: hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares) A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental Os ataques de pânico não ocorrem: Apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social Em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica Em resposta a obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo Em resposta à evocação de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático Em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação Nesses casos, a presença de um ataque de pânico deve ser anotada como um especificador (ex.: transtorno de ansiedade social com ataques de pânico) MODELO DE CLARK Primeiro ataque RESUMÃO DA P2 35 MODELO DE BARLOW Medo de novos ataques RESUMÃO DA P2 36 AGORAFOBIA Do grego ágora: praça de mercado Medo de lugares cheio, de difícil fuga Diferente de fobia social, que é o medo de avaliação (falar em público, fazer / responder perguntas em sala de aula), que é diferente de timidez MEDO Estado emocional inato Aspecto cognitivo: avalliação de perigo ou de prenúncio de perigo Aspecto fisiológico: taquicardia, falta de ar, tensão muscular, dormências, formigamentos, sudorese, calafrio, ondas de frio e calor, etc. Aspecto comportamental: respostas de fuga, esquiva e congelamento O medo como uma manifestação inapropriada caracteriza-se pela intensidade exagerada da reação emocional e a irracionalidade e sua desproporção em relação ao perigo real Fobia é o medo irracional ao medo real Resultado de uma longa evolução nas diferentes espécies: resposta de emergência FISIOLOGIA Reações fisiológicas induzidas por sinais potenciais de perigo: 2 grandes sistemas: natureza neural (SNA) e natureza neuro-hormonal A consciência dessas respostas fisiológicas promovidas por sistemas neuro hormonais por meio de estruturas corticais é fundamental para a expressão subjetiva do medo LEI DE YERKES-DODSON Excitação (ansiedade) x performance (desempenho) RESUMÃO DA P2 37 MEDOS PATOLÓGICOS Classificados pelas situações, pelos estímulos que os geram, pela intensidade da reação Reação intensa de medo = fóbica Phóbos = medo intenso, ou irracional, medo mórbido; aversão instintiva; hostilidade instintiva (Aurélio) Ex: Claustrofobia, agorafobia, cronofobia, fotofobia, aracnofobia, etc. Agorafobia, transtorno de ansiedade social (fobia social), fobias específicas FOBIA SOCIAL Medo acentuado e persistente (≥ 6 meses) ou ansiedade em uma ou mais situações sociais em que podem ser julgadas por outras pessoas O medo deve envolver uma avaliação negativa por outras pessoas (p. ex., de que os pacientes serão humilhados, envergonhados ou rejeitados ou ofenderão outros) Além disso, todos os seguintes devem estar presentes: As mesmas situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade Pacientes evitam ativamente a situação O medo ou a ansiedade é desproporcional à ameaça real (levando em conta as normas socioculturais) RESUMÃO DA P2 38 O medo, a ansiedade e / ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Transtorno crônico que se caracteriza por ansiedade excessiva e por preocupações sobre diversos eventos ou situações rotineiras na maioria dos dias Associação de sintomas físicos e psicológicos Preocupações não se restringem ao foco de outros transtornos psiquiátricos Difere dos outros transtornos pela presença disseminada de distorções cognitivas: superestimação de riscos e antecipação de desfechos negativos ou prejudiciais Sintomas físicos podem incluir: tensão muscular, mãos úmidas e frias, boca seca, sudorese, náusea, diarreia, desejo frequente de urinar, dores no corpo Sintomas psicológicos podem incluir: irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração, falhas de memória TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO E TRANSTORNOS ASSOCIADOS Transtorno obsessivo-compulsivo: Indicar se as crenças relacionadas ao TOC são atualmente caracterizadas por: Insight bom ou razoável: o indivíduo reconhece que as crenças TOC definitivamente ou provavelmente não são verdadeiras, ou que elas podem ser ou não ser verdadeiras Insight pobre: o indivíduo pensa que as crenças TOC são provavelmente verdadeiras Insight ausente: o indivíduo está completamente convencido de crenças TOC são verdadeiras Especificar se o TOC é relacionado a tiques, se o indivíduo tem uma história de um transtorno de tique crônico ao longo da vida Transtorno do colecionamento Síndrome de referência olfatória RESUMÃO DA P2 39 Transtorno de beliscar-se Transtorno do arrancar cabelos Transtorno do corpo dismórfico DSM-5 DO TOC Presença de obsessões, compulsões ou ambas Obsessões são definidas como: Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experimentados em algum momento durante a perturbação, como intrusivos, indesejáveis e que causam acentuada ansiedade ou desconforto na maioria dos indivíduos O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação (por exemplo, executando uma compulsão) Compulsões são definidas como: Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente Os comportamentos ou atos mentais visam prevenir ou reduzir ansiedade ou desconforto ou prevenir algum evento ou situação temida. Entretanto, esses comportamentos ou atos mentais ou não são conectados de uma forma realística com o que pretendem neutralizar ou prevenir ou são claramente excessivos As obsessões ou compulsões consomem tempo (por exemplo, tomam mais de uma hora por dia) ou causam desconforto clinicamente significativo ou comprometimento social, ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento Os sintomas obsessivo-compulsivos não podem ser atribuídos ao efeito fisiológico direto de uma substancia (p.ex. droga de abuso ou a uma medicação) ou a outra condição médica O conteúdo das obsessões ou compulsões não pode ser preferentemente atribuído a: preocupações excessivas no TAG; comer ritualisticamente em transtornos da RESUMÃO DA P2 40 alimentação; arrancar cabelos na tricotilomania; beliscar a pele no transtorno do beliscar-se; preocupação com aparência no transtorno dismórfico corporal; preocupação com drogas ou com jogo nos transtornos de uso de substância ou relacionados; preocupação com objetos no transtorno do colecionamento; preocupação com doenças graves na presença de ansiedade relacionada a doenças; preocupação com impulsos ou fantasias sexuais nas parafilias; preocupação com impulsos nos transtornos de controle de impulsos; ruminações de culpa no transtorno depressivo maior; inserção do pensamento ou preocupações delirantes num transtorno psicótico, ou padrões de comportamentos repetitivos nos transtornos do espectro do autismo RESUMÃO DA P2 41 TRANSTORNOS RELACIONADOS A TRAUMAS E ESTRESSORES - Alessandra Transtornos relacionados a traumas e a estressores são quadros psiquiátricos relacionados a exposição a um evento traumático ou estressante, resultando em sofrimento psicológico relevante, prejuízo social, profissional e em outras áreas importantes da vida do indivíduo MEMÓRIA Curto prazo: informações que permanecem na consciência depois de terem sido percebidas e constituem parte do presente psicológico Sensorial: aquela que nos permite reter as informações que chegam até nós através dos sentidos Memória de trabalho: armazena e retém temporariamente a informação enquanto uma determinada tarefa está sendo realizada RESUMÃO DA P2 42 Longo prazo: eventos que deixaram a consciência fazendo parte do passado psicológico Declarativa:recordação consciente Semântica: conhecimento geral, estudo, fatos, conceitos Episódica: autobriografia, eventos vividos Não declarativa: recordação inconsciente As informações são armazenadas em uma grande e interligada rede de esquemas Um esquema pode ser visto como uma construção cognitiva que categoriza a informação de forma que ela possa ser tratada São blocos fundamentais do conhecimento que tem a função de reduzir a sobrecarga da memória de trabalho Esquemas relacionados são interligados formando conceitualmente uma rede semântica. Quando um item é ativado, a ativação se espalha aos itens relacionados REPRESÃO DE MEMÓRIAS Pode ser voluntária ou inconsciente Na primeira, propomo-nos a cancelar a evocação de memórias que nos causam desagrado, mal-estar ou prejuízo: "Não quero me lembrar mais da cara daquele sujeito (ou daquele lugar, ou daquele incidente)" Na segunda, o cérebro faz isso por conta própria, para o qual evidentemente tem uma tendência autoprotetora Um processo reconstrutivo, não uma espécie de ‘registro em vídeo’ literal do passado RESUMÃO DA P2 43 No final, uma experiência de evocação pode ser tida como precisa e subjetivamente convincente quando é apenas uma aproximação do passado e não de uma reprodução exata Evocar uma lembrança episodicamente - não importa o quanto ela seja importante - não é como olhar uma fotografia num álbum A recordação é um processo criativo Acredita-se que aquilo que a mente armazena é apenas uma porção nuclear da memória Ao ser recordada, essa porção nuclear é então elaborada e reconstruída, com subtrações, adições, elaborações e distorções Plasticidade do sistema nervoso é o mecanismo subjacente à aprendizagem e à memória de longo prazo, uma vez que cada ser humano cresce num ambiente diferente e tem experiências diferentes, a arquitetura do cérebro de cada pessoa é única ESTRESSE E MECANISMOS ADAPTATIVOS O estresse pode ser definido como toda reação do organismo, juntamente com os componentes psicológicos, físicos, mentais e hormonais que ocorre quando surge a necessidade de uma grande adaptação a um evento estressor, mas que será prejudicial se houver exposição prolongada ao evento ou uma predisposição do indivíduo a determinadas doenças MODELO TRIFÁSICO (Hans Selye, década 50) Fase de alerta: ocorre quando o indivíduo entra em contato com o estressor Fase de resistência: o corpo tenta voltar ao seu equilíbio, o organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo Fase de exaustão: nessa fase podem surgir diversos comprometimentos físivos em forma de doença MODELO QUADRIFÁSICO (Lipp, 2010) RESUMÃO DA P2 44 DSM-5 O DSM-5 estabelece que todos esses diagnósticos estão relacionados à exposição a um evento traumático ou estressante, resultando em sofrimento psicológico importante, prejuízo social, profissional e em outras áreas importantes da vida do indivíduo Ademais, a apresentação clínica de tais transtornos é caracterizada por sintomas de ansiedade e medo, anedonia, disforia, externalizações da raiva, agressividade e sintomas dissociativos TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO Sintomas de evitação e embotamento, reexperimentação do evento traumático, excitabilidade aumentada (insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, hipervigilância e resposta de sobressalto exagerada), presentes após a exposição a um ou mais eventos traumáticos, envolvendo experiência pessoal direta ou não Sintomas do TEPT comumente se manifestam dentro dos primeiros três meses depois do trauma, embora possa haver um atraso de meses, ou até anos 3 apresentações clínicas: Aguda com duração de 1 a 3 meses Crônica com mais de 3 meses de duração De expressão ou manifestação tardia em que os sintomas aparecem no mínimo 6 meses após o trauma Reação ao trauma: natureza do evento traumático, a quantidade de exposições, a reação diante do estressor, vulnerabilidade genética e a rede de apoio do indivíduo RESUMÃO DA P2 45 após o evento Além disso, o TEPT está relacionado com a dificuldade de elaborar o evento traumático vivido, já que o medo faz com que a pessoa reviva constantemente aquela situação Significado pessoal que o indivíduo atribui a determinada situação traumática Expansão do critério A: além do indivíduo vivenciar ou testemunhar o trauma, ele pode ter conhecimento da ocorrência do evento traumático com algum familiar ou amigo próximo, além de ser exposto a detalhes aversivos do trauma Foi especificado no critério D: sintoma depressivo passa a ser um critério importante para caracterização do TEPT Os critérios diagnósticos se aplicam para adultos, adolescentes e crianças a partir dos seis anos de idade Pesquisas científicas apontam que quanto mais precoce for realizada as intervenções terapêuticas maiores serão as chances do paciente apresentar um bom prognóstico FATORES DE RISCO Pré-traumáticos: associados com problemas emocionais na infância até os seis anos de idade, transtornos mentais prévios, status socioeconômico baixo, gênero feminino e idade mais jovem durante a exposição, além de exposição a estressores na infância Peritraumáticos: gravidade do trauma, ameaça à vida e dissociação ocorrida durante o trauma (suporte social pobre e estressores adicionais, avaliações negativas, estratégias de enfrentamento inapropriadas e desenvolvimento do transtorno de estresse agudo O desenvolvimento do TEPT envolve uma complexa interação de componentes genéticos e ambientais, os quais ocasionam um desequilíbrio nos fatores de risco e na resiliência, ou seja, a capacidade de superação ou adaptação diante de uma dificuldade considerada como um risco para o individuo DSM-5 TEPT RESUMÃO DA P2 46 TRANSTORNO DE ESTRESSE AGUDO Medo intenso ou sensação de impotência mediante à exposição traumática Apresentação clínica individualizada, mas em geral envolve uma resposta de ansiedade, incluindo reatividade ou revivência do evento traumático, a partir de sonhos, pensamentos e imagens, ocasionando prejuízos significativos RESUMÃO DA P2 47 Duração variando de 3 dias a 1 mês após a exposição Eventos traumáticos devem ser violentos ou acidentais DSM-5: além do indivíduo vivenciar ou testemunhar o trauma, ele pode ter conhecimento da ocorrência do evento traumático com algum familiar ou amigo próximo Fatores de risco: histórico de transtorno psiquiátrico anterior, níveis elevados de afetividade negativa, maior gravidade percebida do evento traumático, estilo de enfrentamento evitativo, avaliações exageradas de dano futuro, culpa ou desespero Principais comorbidades: ataques de pânico dentro do primeiro mês após o evento traumático, sendo desencadeado pelas lembranças do trauma ou até mesmo de maneira espontânea T. E. agudo pode predispor ao TEPT Graves prejuízos funcionais (indivíduo afasta-se de situações percebidas como potencialmente ameaçadoras, originando faltas a consultas médicas, no trabalho e evitação em compromissos importantes) Prognóstico está relacionado com diversos fatores, sendo eles: a curta duração do quadro psicopatológico, apoio social, ausência de outros transtornos psiquiátricos anteriores DSM-5 TRANSTORNO DO ESTRESSE AGUDO RESUMÃO DA P2 48 TRANSTORNOS DE ADAPTAÇÃO Presença de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um estressor ou estressores identificáveis, sendo que o estressor pode ser um único evento ou haver múltiplos estressores Eles podem ser recorrentes, como crises profissionais cíclicas, ou contínuos, como por exemplo, doença dolorosa com incapacidade persistente, podendo ainda afetar um único sujeito ou a família como um todo, a exemplo das situações de desastre natural Pode ainda ser diagnosticado após a morte de um ente querido quando a qualidade, intensidade e persistência do luto exceder a expectativa ligada ao contexto de vida do paciente O curso e desenvolvimento do transtorno começam dentro de três meses após o estressor e não dura mais que seis meses depois que o estressor cedeu Prejuízoe mudanças temporárias nas relações sociais Comorbidade: transtorno obssessivo-compulsivo, sendo ainda comum a ocorrência de doenças clínicas RESUMÃO DA P2 49 DSM-5 TRANSTORNOS DE ADAPTAÇÃO TRANSTORNO DE LUTO COMPLEXO PERSISTENTE Transtorno de adaptação diagnostigado, quando após a morte de um ente querido, as reações excedem em intensidade, qualidade, persistência DIMENSÕES DO LUTO Aspectos emocionais : choque, sensação de perda, negação, tristeza, apatia, angústia, agitação, raiva, ansiedade, medo, culpa, alívio, solidão Aspectos cognitivos: preocupação, descrença, baixa concentração, desorganização, déEcit de memória, confusão, desorientação Aspectos físicos: “aperto no peito”, “vazio no estômago”, “nó na garganta”, falta de ar, distúrbios do sono e da alimentação Aspectos espirituais: sonhos, perda da fé, raiva de Deus, dor espiritual, questionamento de valores, traição de Deus Aspectos sociais: perda de identidade, isolamento, falta de interação, perda da habilidade para se relacionar socialmente RESUMÃO DA P2 50 FASES DO PROCESSO DE ENLUTAMENTO 1. Entorpecimento – até uma semana (raiva e tristeza) 2. Anseio ou protesto – emoções fortes e agitação física (procura da pessoa perdida) 3. Desespero – fase lenta e dolorosa (apatia, depressão, desmotivação) 4. Recuperação – adaptação e possibilidade de investimento afetivo em novas figuras de apego Elisabeth Kubler-Ross FATORES DE RISCO INIBIDORES DO LUTO No enlutado: idade, sexo, baixa autoestima, perdas mal elaboradas Da relação com o morto: ambivalência, dependência ou insegurança Causas e circunstâncias da perda: inesperada ou prematura Suporte social: ausência de rede de apoio Personalidade do enlutado: resiliência Luto não reconhecido PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO LUTO RESUMÃO DA P2 51 Imprevisibilidade (duração e intensidade) Elaboração dificilmente ocorre num período menor que um ano Sinais que evidenciam o término: Lembranças ocorrem sem dor e tristeza Ausência de manifestações psicológicas e físicas Reorganização da vida Adaptação aos novos papéis DEPRESSÃO NO IDOSO E DEMÊNCIAS - Alexandre Bello Atividades de vida diária → prejuízo maior Atividades instrumentais de vida diária → prejuízo menor COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE Prejuízo persistente de níveis cognitivos prévios Amnéstico e não amnéstico Ao menos 1,5 DP abaixo da média de mesma idade e nível educacional Sem prejuízo das atividades de vida diária Tratamento: Inibidores da colinesterase: não são efetivos e não devem ser utilizados Souvenaid: resultados promissores DEMÊNCIA Síndrome clínica frequente à partir dos 65 anos Prejuízo persistente de níveis cognitivos prévios Prejuízo das atividades de vida diária RESUMÃO DA P2 52 Sem prejuízo do nível de consciência (delirium) PROGRESSÃO PARA A DEMÊNCIA Mais frequentes: Alzheimer (50 a 75%, memória), vascular (20 a 30%, atenção), corpos de Lewy (10 a 25%, motora), frontotemporal (10 a 15%, comportamento), Parkinson Menos frequentes: pós-TCE, infecções, abuso de álcool e outros RESUMÃO DA P2 53 DEMÊNCIA MISTA Soma de demências, geralmente Alzheimer e vascular Quanto mais comorbidades clínicas, maior a probabilidade FATORES DE AGRAVO Pior educação, perda auditiva (principal fator modificável), hipertensão, obesidade, tabagismo, depressão, sedentarismo, isolamento social, diabetes, dieta → fatores potencialmente modificáveis (35%) Idade, sexo, PSN1, PSN2, ApoE 4 → não podificáveis (65%) Quantifica a contribuição dos fatores de risco que emergem com o passar dos anos Potencial de prevenir ou postergar demências PREVALÊNCIA 7,6% dos idosos FATORES DE MELHORA Álcool agrava, mas vinho numa quantidade leve não interfere Café, frutos do mar, vegetais, frutas, legumes, azeite de oliva, nozes Necessita de mais estudo DEPRESSÃO: FATOR DE RISCO INDEPENDENTE OU PRÓDROMO PARA DEMÊNCIA? Risco aumentado é diretamente proporcional à gravidade do episódio depressivo e ao número de episódios depressivos RESERVA COGNITIVA RESUMÃO DA P2 54 Justifica quando lesões cerebrais relevantes não se associam a declínio funcional e cognitivo Menor risco de demência: Exercício físico Atividades lúdicas variadas ao longo da vida Intervenção cognitiva: Melhora de diversos domínios cognitivos em idosos saudáveis Sem caráter preventivo para demência → atrasa a manifestação só DEPRESSÃO Depressão: até 5% dos idosos Sintomas depressivos: 8 a 16% dos idosos Tristeza não é a maior queixa, tem sintomas clínicos também e indisposição Critérios diagnósticos CID-10 e DSM-V inadequados Escalas de depressão (p. ex. Yezavage) são usados Pode ser pródromo demencial Aposentadoria e síndrome do ninho vazio Risco aumentado de suicídio Redução do cuidado com doenças clínicas Depressão secundária Usar benzodiazepínicos com cautela Neuroimagem se início tardio RESUMÃO DA P2 55 DOENÇA DE ALZHEIMER 1906: Alois Alzheimer - descreve características 1910: Emil Krepelin - "Doença de Alzheimer” 1984: McKhann Alzheimer's Diagnostic Criteria 1991: John Hardy - Amyloid Hypothesis 1999: Ronald Petersen - C.C.L. 2007 a 2021: revisão de critérios diagn e biomarcadores 2011: Reisa Sperling - estágios pré-clínicos 2018: Clifford Jack Jr - classificação biológica EPIDEMIOLOGIA Incidência quase dobra após os 65 anos, a cada 5 anos Protótipo das demências corticais primariamente degenerativas Idade é o principal fator de risco RESUMÃO DA P2 56 PATOLOGIA Marcadores histopatológicos: Placas senis: lesões extracelulares, por clivagem anormal da proteína beta-amilóide (constituinte da membrana dos neurônios) Emaranhados neurofibrilares: lesões intra-neuronais, por fosforilação anormal da proteína Tau (parte do citoesqueleto neuronal) RESUMÃO DA P2 57 RESUMÃO DA P2 58 FASE PRÉ-CLÍNICA Permite informar o paciente - modificar hábitos - retardar a fase clínica LCR com biomarcador beta-amilóide e / ou PET com marcador de proteína TAU ou de deposição de placa beta-amilóide Limitado à pesquisa clínica APOE Proteína plasmática relacionada ao transporte de colesterol, sendo constituinte de LDL, VLDL e HDL E2, E3 e E4 Polimorfismo de ApoE E4 relacionado à forma esporádica MANIFESTAÇÕES COGNITIVAS - Forma clássica Prejuízo + comum: memória episódica anterógrada Memória imediata e remota nos casos + avançados Atrofia hipocampo Confabulações Atenção: geralmente preservada no início Discurso: fluente, principalmente no início “tá na ponta da língua, mas não consigo dizer” Desorientação espacial progressiva Erros de nomeação: geralmente semânticos, raramente fonológico ou visuais Disfunção executiva geralmente nas fases intermediárias (acometimento frontal) MANIFESTAÇÕES COMPORTAMENTAIS - Forma clássica RESUMÃO DA P2 59 Maior causa de morbidade e principal motivo de internação Mais comuns: apatia, depressão, irritabilidade, agressividade, desinibição, delírios, falsos reconhecimentos Psicose: delírios de roubo, abandono, infidelidade e envenenamento, raramente alucinação NEUROIMAGEM RNM crânio: método de preferência para diagnósticos precoces Repetir em um ano pode clarificar diagnóstico Escala Visual de Atrofia Global Escala Visual de Scheltens → hipocampo TC: aos impossibilitados de realizar RNM crânio PET F-FDG: hipometabolismo têmporo-parietal bilateral, avalia metabolismo da glicose SPECT: radiofármaco, hipocaptação em parietal e temporal à esquerda, cintilografia de perfusão cerebral TRATAMENTO Individualizar o tratamento Revisar suporte social e familiar em cada consulta Estresse dos cuidadores: 40% apresentam significativos sintomas depressivos e ansiosos Dividir com paciente e familiares o manejo da gravidade do quadro neuro-degenerativo Evitar o confronto e abordar de forma acolhedora "Pedir ajuda ao paciente" Proporcionar ambiente tranquilo e seguro Manter rotina rígida Ex: toalete - banho - café da manhã... Orientar o cuidador, o paciente não vai mudar! RESUMÃO DA P2 60 Medicações de horário, evitar o sob demanda→ risco de exagero Evitar anticolinérgicos e benzodiazepínicos Controle da dor Atividade física DA leve a moderada: inibidores da colinesterase DA moderada a grave: memantina Medicações podem ser combinadas Inibidores da colinesterase Bloqueiam a degradação da acetilcolinesterase Aumentam a disponibilidade de acetilcolina Resposta esperada: Melhora ou redução da velocidade do declínio cognitivo Melhora das AVDs Melhora comportamental (mais destacada em geral) Memantina: Antagonista dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) Resposta esperada: Reduções significativas no declínio cognitivo Redução do declínio funcional RESUMÃO DA P2 61 Redução dos sintomas comportamentais Impede que o excesso de glutamato atue sobre o r-NMDA, evitando a entrada excessiva de cálcio, que levaria à morte neuronal DEMÊNCIA VASCULAR RESUMÃO DA P2 62 ETIOLOGIA Doença cerebral de pequenos vasos Doença cerebral de grandes vasos DOENÇA CEREBRAL DE PEQUENOS VASOS Mais comum Artérias perfurantes superficiais e arteríolas perfurantes dos gânglios da base 20-30% dos AVEs em adultos Principal causa de demência vascular (2ª causa de demência) RNM: observa-se as consequências das lesões e não as lesões Eventos esporádicos são muito mais comuns Herança monogênica é rara Principais fatores de risco: HAS e idade O significado de uma lesão é cada vez mais determinado não apenas pela função local, mas também pelo padrão de conectividade da área cerebral lesionada RESUMÃO DA P2 63 DEMÊNCIA POR INFARTO LACUNAR Lesão única (ou poucas) em localização funcional importante Talâmico e hipocampal CA1: amnésia global transitória, região com vulnerabilidade seletiva CADASIL 1/1000 indivíduos do banco de dados gnomAD carregam a mutação CADASIL Longa fase assintomática Evolução clássica: migrânea com aura → infartos lacunares recorrentes → transtorno de humor, apatia e prejuízo cognitivo → demência → óbito por volta dos 65 anos Há formas atípicas leves da doença RESUMÃO DA P2 64 RMI: hipersinal difuso em substancia branca em lobo temporal profundo, infartos lacunares profundos e microinfartos RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Infartos estratégicos talâmicos: T2 Hiperintensidade em substância branca: FLAIR Microsangramento e calcificação: T2 ponderado DOENÇA CEREBRAL DE GRANDES VASOS Início abrupto e piora em degraus Déficits neurológicos focais Reflexos assimétricos Síndrome pseudo-bulbar: dificuldade de engolir e de falar com afeto lábil Reflexos primitivos Anormalidades sensoriais SÍNDROME PSEUDO-BULBAR Coringa Riso de difícil controle, traumatismo frontal TRATAMENTO Fatores de risco Alimentação adequada e controle do peso Evitar consumo excessivo de álcool Medicamentoso: Inibidores da colinesterase: melhora cognitiva e funcional, melhor resposta com doença subcortical RESUMÃO DA P2 65 Antagonista de R glutamatérgicos (NMDA): possível melhora com doença subcortical Alterações comportamentais: anticolinesterásicos e memantina, antidepressivos, antipsicóticos atípicos, anticonvulsivantes DEGENERAÇÃO LOBAR FRONTO-TEMPORAL Desinibição ou apatia Perda de habilidades sociais Perda de crítica e de rapport Mudança em hábitos dietéticos A topografia da degeneração é geralmente compatível com os sinais e sintomas RESUMÃO DA P2 66 MANIA X DLFT Apresentação aguda de DLFT com sintomas semelhantes a mania Mini-mental impossibilitado pela desatenção Neuroimagem (TC / RNM / FDG-PET) Importância de exclusão de causas orgânicas para qualquer quadro psiquiátrico agudo em idosos DEMÊNCIA POR PARKINSON Parkinsonismo: bradicinesia + tremor de repouso ou rigidez Parkinsonismo atípico: Paralisia Supranuclear Progressiva Demência com corpos de Lewy Atrofia de Múltiplos Sistemas Degeneração Corticobasal RESUMÃO DA P2 67 DEMÊNCIA POR CORPOS DE LEWY Demência Parkinsonismo espontâneo Alucinações visuais recorrentes e complexas Flutuação das funções cognitivas Incomum tremor de repouso Placas amilóides (alguns casos) Se sintomas motores como sintomas iniciais Diagnóstico inicial de DP Déficit cognitivo em 12 meses: DCL RESUMÃO DA P2 68 Déficit cognitivo > 12 meses: demência na DP SPECT de circuito nigroestriatal: DD de demência Sintomas semelhantes à DA = tratamento Déficit colinérgico Inibidores da colinesterase Sem piora dos sintomas parkinsonianos Sintomas semelhantes à DP = tratamento Menor resposta Alta sensibilidade a antipsicóticos, preferir atípicos DEMÊNCIAS POTENCIALMENTE REVERSÍVEIS Principais diagnósticos diferenciais: depressão, hipotireoidismo, HPN, demência relacinoada ao álcool, SAOS, medicamentos, fibrilação atrial, neurossífilis, deficiência de B9 (fólico), deficiência de B12 (cianocobalamina), deficiência de B1 (tiamina), deficiência de B3 (niacina), déficits sensoriais SAOS Impacto em atenção, memória verbal e visual, função executiva, habilidade visuoespacial e construtiva CPAP pode reverter totalmente o prejuízo DEMÊNCIA POTENCIALMENTE REVERSÍVEIS Anticolinérgicos Antipsicóticos típicos Antidepressivos tricíclicos Hipnóticos e sedativos Anticonvulsivantes Encefalopatia de Wernicke (tiamina): oftalmoplegia, ataxia, confusão mental RESUMÃO DA P2 69 Encefalopatia de Korsakoff: déficit de memória episódica, confabulações Hipotireoidismo (amiodarona, lítio, fenitoína, CBZ, fenobarbital) Hipertireoidismo Déficit de B12 (18% dos idosos) Deficiência de folato (elevação de homocisteína) Deficiência de B3 (dermatite, diarréia e demência) Herpes simplex Criptococose, toxoplasmose e tuberculose Cisticercose Neurosífilis Transtorno cognitivo associado ao HIV Hidrocefalia de pressão normal: ataxia de marcha, demência, incontinência urinária, medida do fluxo liquórico, Índice de Evans e ângulo calosal Encefalopatia hepática (amônia) Encefalopatia urêmica Encefalopatia dialítica: alumínio com hiperfosfatemia DELIRIUM RESUMÃO DA P2 70 Síndrome neuro-comportamental causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral, invariavelmente secundário a distúrbios sistêmicos CARACTERÍSTICAS GERAIS Início agudo (horas a poucos dias) Curso flutuante Comum sonolência diurna e agitação noturna: síndrome do pôr-do-sol Diagnóstico clínico Sub-diagnosticado (30-50%) Maior mortalidade, maior tempo de internação, UTI e demência Complicação psiquiátrica mais comum entre idosos hospitalizados Desatento, letárgico, sonolento, torporoso, incapaz de obedecer a ordens complexas ou manter raciocínio sequenciado, distraindo-se com muita facilidade TRIAGEM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL RESUMÃO DA P2 71 FATORES DE RISCOS CLÍNICOS Idade avançada Sexo masculino Comorbidade clínica Demência, DCV e enfermidades no SNC Depressão Polifarmácia Privação do sono Prejuízo sensorial Incontinência urinária e fecal Mudanças ambientais MEDICAÇÕES ASSOCIADAS AO DESENVOLVIMENTO DE DELIRIUM RESUMÃO DA P2 72 RESUMO RESUMÃO DA P2 73 TRATAMENTO RESUMÃO DA P2 74 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE - Alexandre Bello Personalidade: características individuais de um padrão consistente de emoções, pensamentos e comportamentos ELEMENTOS DO BOM FUNCIONAMENTO DE PERSONALIDADE RESUMÃO DA P2 75 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE Padrão duradouro de experiência interna e comportamento que se desvia de forma marcante das expectativas da cultura do indivíduo Início na adolescência e no início da idade adulta Prejuízo individual e / ou coletivo Social, interpessoal e profissional: vida familiar, desemprego, violência doméstica, divórcio, maior uso de substância CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM-V Um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectaticas da cultura do indivíduo. Este padrão se manifesta em duas (ou mais) das seguintes áreas: Cognição (i.e., formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos) Afetividade (i.e., variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta emocional) Funcionamento interpessoal (é um ponto bem chave para realizar o diagnóstico)Controle dos impulsos O padrão persistente é inflexível e abrange uma ampla faixa de situações pessoais e sociais RESUMÃO DA P2 76 É pervasivo (abrange todas as esferas do paciente): trabalho, escola, atividades de lazer, etc., portanto, acompanha o paciente O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo O padrão é estável e de longa duração, podendo seu início remontar à adolescência ou começo da idade adulta O padrão persistente não é melhor explicado como uma manifestação ou consequência de outro transtorno mental O padrão persistente não é decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma substancia ou de uma condição medica geral (p. ex., traumatismo craniencefálico) GRUPO A Paranóide: padrão de desconfiança e suspeição, motivos dos outros interpretados como maléficos, guarda rancores persistentes implacável com deslizes Esquizóide: padrão de desapego das relações sociais e restrição de expressão emocional Frieza, distanciamento ou embotamento afetivo RESUMÃO DA P2 77 Desconforto em relacionamentos íntimos Distorções cognitivas ou perceptivas e excentricidades do comportamento Afeto inadequado ou constrito, ansiedade social que tende a temores paranoides e não de escrutínio Esquizotípica: desconforto em relacionamentos íntimos, distorções cognitivas ou perceptivas, e excentricidades do comportamento GRUPO B Buscam mais atendimento médico (impulsividade em comum nesse grupo; padrão de instabilidade de comportamento). Clinica de depressão muito intensa do ponto de vista dele. Ficam depressivos muito rápido Antissocial / psicopatia / sociopata: incapacidade de adaptação às normas sociais e legais e ausência de remorso, repetição de atos que motivem detenção, tendência à falsidade e à trapaça, descaso com a segurança de si e outros, descaso com obrigações de trabalho, descaso com obrigações financeiras, baixa empatia, minimiza as consequências dos atos nocivos, dificuldade de reparação dos atos Sintomas desde antes da puberdade Idade > ou = a 18 anos Transtorno de conduta < 15 anos Prevalência 3% homens e 1% mulheres Boderline / limítrofe / emocionalmente instável: é o mais prevalente em serviço de saúde, em ambulatorio de psiquiatria 20 a 30% tem boderline, é hiper-reativo Evitar o abandono a todo custo Relações interpessoais intensas e instáveis Impulsividade auto-destrutiva Instabilidade afetiva e reatividade de humor Sentimento de vazio Raiva intensa e inapropriada Ideação paranoide e sintomas dissociativos RESUMÃO DA P2 78 Pensamentos baseados no “tudo ou nada” Atribuir os próprios sentimentos negativos para os outros Histriônica: reaçõoes emocionais excessivas e busca por atenção excessiva Narcisista: padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia GRUPO C → mais ansiosos Esquiva / evitante: inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa Dependente: padrão de submissão e necessidade excessiva de ser cuidado Obsessivo compulsiva: padrão de preocupação com organização, perfeccionismo e controle, egossintônico → não é TOC, entretanto, podem desenvolver ou são pródromos / sintomas subclínicos de TOC DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO RESUMÃO DA P2 79 Sintomas com fronteiras menos nítidas com a normalidade → diagnóstico de exclusão Necessidade de avaliação longitudinal As características são consideradas egossintônicas DIFICULDADES NO TRATAMENTOS Tendência a não procurar tratamento por baixa crítica Maior uso dos serviços de saúde ambulatorial e de urgência Mais acidentes e maiores taxas de suicídio PREVALÊNCIA 9 a 15% dos adultos 2/3 de criminosos presos Maior prevalência em homens Maior busca por atendimento em mulheres Comportamento auto-lesivo mais frequente ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO Modelo biopsicossocial de interações Interface entre vulnerabilidade e resiliência Experiências prévias Ambiente desempenha papel crucial Fenótipo: ambiente + genética RESUMÃO DA P2 80 ESTRESSE PRECOCE (infância) E ASSOCIAÇÃO COM TP Principalmente TP borderline e antissocial Principalmente desfecho de menor resiliência TRANSTORNO DE CONDUTA Crianças ou adolescentes Prejuízo significativo 3 ou + dos seguintes comportamentos: Agressividade contra pessoas ou animais Destruição de propriedade Trapaça, mentira ou roubo RESUMÃO DA P2 81 Violações graves da autoridade dos pais TRANSTORNO DE CONDUTA E TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR Crianças com transtorno de conduta violam os direitos de terceiros repetidamente, às vezes sem nenhum sinal de irritação, diferente do TOD, que apresentam crítica TRATAMENTO DOS TP Psicoterapia é tratamento de primeira linha Medicação para controle de sintomas nucleares e de comorbidades TRATAMENTO DO TP BORDERLINE (grupo B) Manejo de crises Regulação emocional Avaliação do risco de agressividade auto e hétero Desenvolvimento de habilidades de enfrentamento de estresse internas e externas Estimular a busca de apoio Comunicação clara e direta com objetivos e limites bem estabelecidos Estimular o paciente a participar de forma colaborativa, estabelecendo metas viáveis de curto prazo Abordagem mais estruturada e direta apresentam melhores resultados Terapia Comportamental Dialética é uma das abordagens mais eficazes Psicoeducação, terapia de grupo, terapia familiar e outras abordagens psicossociais também são eficazes Tratamento farmacológico: Anti-psicóticos, estabilizadores de humor e antidepressivos Alvo: regulação emocional, controle de raiva e impulsividade, sintomas psicóticos transitórios e sintomas depressivos Evitar BZD: potencial de abuso e efeito paradoxal RESUMÃO DA P2 82 Cuidado com medicações com alto potencial de toxicidade: ADT e Lítio NEUROTRANSMISSORES Anormalidades em 5HT e DA em indivíduos com TS e TP Elevação 5HT reduz impulsividade e bem estar Elevação DA pode resultar em euforia TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO - Kayo No Brasil, existem cerca de 63 milhões de crianças e adolescentes com menos de 20 anos de idade → 12 a 15% apresentam problemas mentais Esses dados revelam que cerca de 10 milhões de crianças e adolescentes brasileiros necessitam de avaliação e tratamento em saúde mental Esses transtornos afetam o presente e terão impacto futuro em diversas áreas de suas vidas, como no desempenho escolar, no relacionamento familiar e com amigos → aumento do risco de evasão escolar, engajamento em atividades ilegais, além de abuso e dependência de substâncias psicoativas Manifestam desde os primeiros anos de vida (desenvolvimento) → em geral antes da criança ingressar no colégio Déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional Déficits variam desde limitações muito específicas e leves (controle da função executiva ou aprendizagem) até prejuízos globais em habilidades globais em habilidades sociais ou inteligência Comum estarem associados → TEA + déficit intelectual (DI) ou TDAH e transtorno específico de aprendizagem RESUMÃO DA P2 83 A avaliação psiquiátrica da criança e adolescência (PIA) tem a particularidade de contar com interlocutores (pais ou cuidadores) e são eles que o levam para consulta Porque levam? → exigência externa ao ambiente familiar (ex: escola) A entrevista deve ser direcionada para uma visão mais ampla possível, tentando identificar a funcionalidade do paciente nos vários contextos de vida, como escola, família, atividades de lazer, comunidade onde vive, grupo de amigos etc., além de dados específicos sobre o desenvolvimento, tratamentos anteriores ou patologias associadas RESUMÃO DA P2 84 No caso de alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto de excesso quanto de déficits e atrasos em atingir os marcos esperados. Por exemplo: TEA somente é diagnosticado quando os déficits (redução de aptidões) característicos de comunicaçãosocial são acompanhados por comportamentos excessivamente repetitivos, interesses restritos e insistência nas mesmas coisas. TDAH→ Déficits atencionais e excesso / hiperatividade motora USO DE ESPECIFICADORES O uso de especificadores enriquece a descrição do curso clínico e da sintomatologia atual do indivíduo A demora no reconhecimento dos sintomas e no início do tratamento adequado Considerando a alta prevalência e o impacto negativo ao longo da vida da criança e de sua família RESUMÃO DA P2 85 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade Alguns exemplos de sintomas de desatenção incluem: dificuldade para iniciar, permanecer engajado e completar tarefas; distrair-se com facilidade; perda e esquecimento de objetos Sintomas comuns associados: baixa tolerância a frustrações, irritabilidade e labilidade de humor É um dos transtornos mais frequentes na infância e na adolescência, afetando cerca de 6% das crianças em idade escolar, 3% dos adolescentes e 2,5% dos adultos (pode chegar a 5%) A prevalência é maior em crianças do sexo masculino 2:1 e 1,6:1 em adultos O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional TDA COM OU SEM HIPERATIVIDADE Desatenção e desorganização (divagação): envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento Hiperatividade: atividade motora excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, naquela tarefa – remexer, batucar, conversar em excesso, abrir múltiplas telas Impulsividade: intromissão em atividades de outros, ações precipitadas, não premeditadas, incapacidade de aguardar, normalmente relacionadas a um desejo de recompensa imediata ou incapacidade de postergar gratificação (recompensa imediata) → interromper os outros, assumir tarefa sem informações adequada SINTOMATOLOGIA Início dos sintomas antes dos 12 anos (controvérsias) Sintomas em 2 ou + ambientes (escola, família, amigos, trabalho) RESUMÃO DA P2 86 Sinais mínimos dos sintomas em situações novas, nas quais há recompensa, gratificação (telas, jogos), assunto de interesse Não há um marcador biológico específico para TDAH Especificar se “remissão parcial ou total” → vida adulta Sintomas leves, moderados ou graves DIAGNÓSTICO Podem exibir problemas cognitivos em testes de atenção, função executiva e memória Crianças: EEG (> ondas lentas), RNM (< maturação frontal) Pré-escola: + comum hiparatividade (meninos principalmente) Fundamental: desatenção Adolecentes: sinais de hiperatividade (correr / subir nas coisas) menos comuns, há mais queixas de sensação interna de nervosismo, inquietude ou impaciência Adultos: além da desatenção e inquietude, a impulsividade permanece problemática (mesmo sem hiperatividade), > suicídio, transtorno de humor, conduta, maior uso de SPA, maior possibilidade de comportamentos antissociais DESATENÇÃO (crianças 6 ou mais / adultos 5 ou mais) Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades (p. ex., negligência ou deixa passar detalhes, o trabalho é impreciso, esforço prolongado) Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (p. ex., dificuldade de manter o foco durante aulas, conversas ou leituras prolongadas) Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente (p. ex., parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia) Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho (p. ex., começa as tarefas, mas rapidamente perde o foco e facilmente perde o rumo) RESUMÃO DA P2 87 Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (p. ex., dificuldade em gerenciar tarefas sequenciais; dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado e desleixado; mau gerenciamento do tempo; dificuldade em cumprir prazos) Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (p. ex., trabalhos escolares ou lições de casa; para adolescentes mais velhos e adultos, preparo de relatórios, preenchimento de formulários, revisão de trabalhos longos) Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., materiais escolares, lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos, celular) Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos, pode incluir pensamentos não relacionados) Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (p. ex., realizar tarefas, obrigações; para adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações, pagar contas, manter horários agendados) HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE (crianças 6 / adultos 5) Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (p. ex., sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho ou em outras situações que exijam que se permaneça em um mesmo lugar) Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado (em adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude) Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado” (p. ex., não consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes, reuniões; outros podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de acompanhar) Frequentemente fala demais RESUMÃO DA P2 88 Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída (p. ex., termina frases dos outros, não consegue aguardar a vez de falar) Frequentemente tem dificuldade para esperar a sua vez (p. ex., aguardar em uma fila) Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., mete-se nas conversas, jogos ou atividades; pode começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para adolescentes e adultos, pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que outros estão fazendo) RESUMÃO DA P2 89 TEMPERAMENTO E PROGNÓSTICO Temperamentais: TDAH está associado a menores inibições comportamentais, afetividade negativa e busca de novidades Genéticos e fisiológicos: herdabilidade é substancial, genes foram codificados como associados, mas os mesmos não são necessários para diagnóstico; anormalidades fisicas e motoras estão aumentadas, mas não são específicas Ambientais → < 1500 mg ao bascer > 2-3x, a minoria pode estar relacionado a aspectos da dieta; pode ter história de abuso infantil, negligência, exposição neurotoxina (chumbo) CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DO TDAH TDAH está associado a desempenho escolar e sucesso acadêmico reduzidos (se não tratado), rejeição social e, nos adultos, a pior desempenho, sucesso e menor assiduidade no campo profissional e a maior probabilidade de desemprego, além de altos níveis de conflito interpessoal Adolescência: transtornos de conduta RESUMÃO DA P2 90 Vida adulta: transtornos de personalidade antisocial / prisão e uso de SPA, além disso, acidentes e violações de trânsito, rupturas de relacionamento As relações com os pares costumam ser conturbadas devido à rejeição por parte daqueles, negligência ou provocações em relação ao indivíduo com TDAH → interpretado como preguiça / irresponsabilidade e falta de cooperação Problemas escolares e negligência pelos colegas tendem a estar principalmente associados a sintomas elevados de desatenção Rejeição por colegas e, em menor grau, lesõesacidentais são mais proeminentes com sintomas acentuados de hiperatividade ou impulsividade COMORBIDADE Estima-se que cerca de 70% dos pacientes com TDAH apresentam ao menos um outro diagnóstico comórbido, 32% têm no mínimo dois transtornos psiquiátricos e 11% têm três ou mais diagnósticos Alguns dos quadros mais frequentes são: Transtornos disruptivos (transtorno de conduta e transtorno opositor desafiador), situada em torno de 30 a 50% Transtorno depressivo (cerca de 15 a 20%) Transtornos de ansiedade (em torno de 25%) Transtornos da aprendizagem (10 a 25%) TDAH + TRANSTORNOS DE EXTERNALIZAÇÃO Na infância, o TDAH frequentemente se sobrepõe a transtornos em geral considerados “de externalização” → oposição desafiante (TOD) e o transtorno da conduta 30 a 50% dos casos de TDAH concomitante O Transtorno Opositivo Desafiador é quando é identificado um padrão recorrente de comportamentos negativos, como por exemplo desobediência, irritação e desafio, geralmente perante figuras de autoridade (pais e professores) TRANSTORNO DE CONDUTA (aumenta chances de personalidade antissocial) RESUMÃO DA P2 91 O transtorno de conduta é uma alteração comportamental em que são violados os direitos básicos de outras pessoas ou normas e regras sociais importantes para a idade de forma repetitiva e persistente Filme: precisamos falar com Kevin As principais características desse transtorno são Agressões a pessoas ou animais Destruição de objetos Excesso de falas falsas (mentiras) Realização de furtos Violação grave de normas e regras Os sintomas devem estar presentes por mais de um ano TDAH + DISLEXIA A dislexia é caracterizada por dificuldades de reconhecimento de palavras, de soletração, decodificação, lentidão na leitura e na escrita, inversão de letras e números e problemas de memorização Os sintomas incluem fala tardia, aprendizagem lenta de novas palavras e atraso na aprendizagem da leitura Na cognição há dificuldade de memorização, dificuldade em pensar e compreender ou dificuldade ortográfica No desenvolvimento existe atraso de fala ou dificuldade de aprendizagem TRATAMENTO TDAH O tratamento do TDAH é multidisciplinar Contemplar os sintomas do TDAH, a investigação de comorbidades, o levantamento do funcionamento familiar, de como a criança (ou adulto) se relaciona com amigos e seu desempenho acadêmico/ profissional Orientação e apoio ao paciente e a seus familiares (psicoeducação) + psicoterapia (geralmente TCC / habilidades sociais) e psicofarmacoterapia (garantir a adesão) RESUMÃO DA P2 92 Psicofarmacológico → os psicoestimulantes têm se mostrado as medicações mais efetivas para o tratamento de pacientes com TDAH Existem dois tipos de psicoestimulantes disponíveis para tratar o TDAH no Brasil: o metilfenidato e a lisdexanfetamina, ambos com eficácia e segurança comprovadas por inúmeros estudos, podendo ser usados como tratamento único ou em combinação com outras intervenções, dependendo das características do paciente e sua família Dependência química → evitar os de curta ação Concluindo, a eficácia e a segurança dos psicoestimulantes foram extensivamente avaliadas por diversos ensaios clínicos randomizados, agregados em revisões sistemáticas e metanálises e comprovam os benefícios para o tratamento de pacientes com TDAH RESUMÃO DA P2 93 Os efeitos benéficos dos psicoestimulantes incluem: Melhora da desatenção e da concentração Diminuição da impulsividade Diminuição dos comportamentos agressivos e / ou antissociais Diminuição da hiperatividade e da agitação motora EFEITOS COLATERAIS Os psicoestimulantes devem ser iniciados em doses baixas e tituladas, de acordo com a resposta clínica e efeitos colaterais Os efeitos colaterais mais frequentes são: insônia, cefaléia, irritabilidade, tremor, náuseas, inapetência e perda de peso Esses efeitos tendem a ser leves, transitórios e dose dependentes Os estimulantes podem piorar a gravidade dos tiques, induzir quadros maniformes (se não excluído TAB) e convulsões em pacientes em risco para tais condições O risco de atraso do crescimento deve ser discutivo com os pais RESUMÃO DA P2 94 Estudos avaliando risco cardíaco demonstraram que o uso de psicoestimulantes não está associado a eventos cardiovasculares graves Fármacos não estimulantes: 2º linha e usados se efeitos colaterais ou em conjunto TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) O transtorno do espectro autista (TEA), também conhecido como transtorno invasivo (TID) ou global do desenvolvimento (TGD) Grupo fenotipicamente heterogêneo de síndromes neuroevolutivas Hereditariedade poligênica: centenas de locus contribuindo para esse desfecho comparadas às crianças neurotípicas Sabemos agora que não há um autismo, mas muitos tipos, causados por diferentes combinações de influências genéticas e ambientais “Espectro” reflete a ampla gama de dificuldades de comunicação e padrões repetitivo do TEA Portanto, trata-se de uma série de quadros → podem variar quanto à intensidade dos sintomas e prejuízo gerados na rotina do indivíduo Caracterizado por uma ampla gama de problemas na comunicação social e por comportamentos restritos e repetitivos Segundo o DSM-5 as principais características clínicas do TEA incluem prejuízos em duas áreas do funcionamento → comunicação social e interação social, além de padrões repetitivos de comportamento, interesses e atividades Os sintomas estão presentes desde o início do desenvolvimento (por vezes ao nascimento, + comum dos 12 a 24 meses) → diagnóstico ocorre dos 4 a 5 anos de idade Podem não se manifestar completamente até que as demandas sociais excedam a capacidade limitada da criança PREVALÊNCIA Segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), estimam a prevalência do TEA como 1 em 68 crianças nos Estados Unidos RESUMÃO DA P2 95 Isso inclui 1 em 42 meninos e 1 em 189 meninas (4:1) Elas quando diagnosticadas possuem mais déficits intelectuais Esse mesmo instituto afirma que hoje existe 1 caso de autismo para cada 110 pessoas Extrapolando esses números, estima-se que o Brasil tenha hoje cerca de 2 milhões de autistas Aproximadamente 407 mil pessoas somente no estado de São Paulo FATORES DE RISCO Importante caráter genético heterogêneo e completo Herdabilidade estimada em 90% Três agrupamentos genéticos: Os mecanismos estão sendo explorados por meio de estudos de genoma, citogenética e avaliação de genes candidatos Quadros sindrômicos (gene de efeito maior) Quadros poligênicos (vários genes de pequeno efeito) Síndrome do cromossomo X frágil ou de Angelman ETIOLOGIA RESUMÃO DA P2 96 Achados neuroanatômicos e de neuroimagem, apesar de não diagnósticos: aumento da circunferência craniana e volume cerebral aumentado (macrocefalia 20% sobretudo nos primeiros 18 meses) Afeta tanto a substância cinzenta (fronto temporal e sulcos temporais superiores), quanto a substância branca, e alargamento dos ventrículos (hipocampo e giro do cíngulo) Diminuição do corpo caloso Achados de neuroimagem ainda incluem anormalidades na química cerebral, síntese de serotonina e eletrofisiologia do cérebro CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que segue, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos): Déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de abordagem social anormal e dificuldade para estabelecer uma conversa normal a RESUMÃO DA P2 97 compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, a dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual e linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso gestos, a ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal Déficits para desenvolver, manter e compreenderrelacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e não exaustivos; ver o texto): Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas) Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente) Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (p. ex., forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos) Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor / temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento) SINAIS DE ALERTA RESUMÃO DA P2 98 CARACTERÍSTICAS GERAIS Podem ser observadas desde a primeira infância SINAIS DE RISCO RESUMÃO DA P2 99 SINTOMATOLOGIA Dificuldade inicial / atraso na fala e depois nas habilidades sociais Sabe o alfabeto, mas não responde seu nome quando chamado Puxa outras pessoas pela mão sem qualquer tentativa de olhar para ela Diariamente alinha objetos por horas e sofre se são movimentados Caminha na ponta dos pés, bate na cabeça ou morde os punhos, repetidamente estala os dedos, abana as mãos Dificuldade com jogos imaginativos e de fingir de formas flexível Não entende ironias / pequenas mentirinhas (”ingênua”) CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Especificar quanto: Comprometimento intelectual, ex: verbal / não verbal Comprometimento linguagem → ex: ausência de fala inteligível (não verbal), apenas palavras isoladas ou fala telegráfica (“quero bolo”/ “ou seja”) ou troca sujeito - verbo - objeto Alguma síndrome → X frágil, Síndrome De Down, condição médica (epilepsia), hx de exposição ambiental (ac. valpóico, álcool fetal, baixo peso ao nascer) Outra condição do neurodesenvolvimento → TDAH. coordenação, impulso e conduta, tique, Tourrete, autolesão, alimentar, de eliminação ou sono EXEMPLOS ADULTOS Permanece horas fazendo tabelas com números Comportamento casual em uma entrevista de emprego Pessoa considerada “ingênua” → não entende ironia, sarcasmo, até críticas Linguagem corporal e fala estranha, rígida sobre o mesmo assunto Pistas sociais → quando e como entrar em uma conversa, o que dizer, tom de voz RESUMÃO DA P2 100 Vocabulário atípico para a idade → geralmente mais pueril ou mais rebuscado Dificuldade para entender e compartilhar sentimentos Amizades unilaterais ou baseadas unicamente em interesses específicos → “colegas” Perguntas repetidas ou percorre perímetros específicos Interesses (rituais) → textura, cheiro ou luzes, assim como alimentar-se com poucos perfil alimentares Evita toque físico e esquiva-se de locais com muito som (uso de protetores auriculares) CARACTERÍSTICAS Costumam notar sons onde a maioria das pessoas não notam (isso os incomoda) Costumam ter dificuldade de entender as intenções dos personagens nas leituras (pensamento concreto) Gostam de coletar informações de categorias de coisas (das mais variadas - dinossauro, insetos, moedas...) Dificuldade de entender as intencionalidades das pessoas (ironia, sarcasmo, hipérbole, expressões faciais) → pensamento concreto Pessoas com TEA se concentram mais nos detalhes que no todo Entender as entrelinhas quando outras pessoas estão falando com ela (teoria da mente) Dificuldade para entender que o interlocutor está ficando entediado e perseveram naquele assunto (hiperfoco naquele assunto) → prejuízo de relação social Dificuldade de entender o que o outro está sentido pelas expressões faciais e corporais PROGNÓSTICO Os fatores prognósticos para desenvolvimento individual dos pacientes do espectro autista são: A presença ou ausência de deficiência intelectual Prejuízo de linguagem (p. ex., linguagem funcional aos 5 anos de idade é sinal de bom prognóstico) e existência de outras doenças mentais RESUMÃO DA P2 101 A comorbidade com epilepsia é associada a deficiência intelectual e habilidade verbal prejudicada TRATAMENTO Os tratamentos disponíveis atualmente podem melhorar muito a qualidade de vida dos portadores do transtorno Porém ainda não há cura para o TEA e a maioria dos pacientes, particularmente nos países em desenvolvimento, não recebem tratamento especializado, ou qualquer tipo de tratamento Envolve intervenções psicoeducacionais, orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e / ou comunicação Objetivo: maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança Intervenções evolutivas e comportamentais intensivas e precoces DENVER: pais cooterapeutas → desenvolvimento de habilidades de relacionamento / socias / linguagem nas rotinas diárias / brincadeiras Habilidades sociais: cumprimentar pessoas, iniciar jogos e prestar atenção, aprender a reconhecer as emoções em si e nos outros → internalizarem Independência longo prazo / integração escolar / convenções sociais (minimizar comportamentos estranhos) → prática da imitação (repetição) Lets Face (programa computacional / realidade virtual): ajuda reconhecimento de rostos / expressões / região facial dos olhos e emoções A terapêutica com melhor evidência de eficácia: análise aplicada ao comportamento (ABA, do inglês, applied behaviour analysis) O tratamento farmacológico tem atuação limitada nesses pacientes (melhore a alteração da sociabilidade e linguagem) → não leva a cura Os medicamentos são utilizados para tratamento dos sintomas-alvo comórbidos, como desatenção, agitação psicomotora, agressividade, irritabilidade, ansiedade, estereotipias excessivas, insônia e sintomas depressivos TRATAMENTO FARMACOLÓGICO RESUMÃO DA P2 102 Irritabilidade / autolesão: risperidona (7 estudos RDC) 1 linha crianças/ adolescentes (uso com cautela), outros são litio, olanzapina e aripiprazol Hiperatividade, impulsividade e desatenção: Metilfenidato (melhora do funcionamento, mas estereotipias / tiques) Comportamento repetitivo e estereotipado: ISRS e quetiapina (50-200) risperidona DÉFICIT INTELECTUAL Aprendizagem e autogestão em situações da vida, como cuidados pessoais, responsabilidades profissionais, controle do dinheiro, recreação, controle do próprio comportamento e organização em tarefas escolares e profissionais; comunicação Habilidades ligadas à linguagem, leitura, escrita, matemática, raciocínio, conhecimento, memória. Habilidades sociais/interpessoais (habilidades ligadas à consciência das experiências alheias, empatia, habilidades com amizades, julgamento social e autorregulação) A pessoa com Deficiência Intelectual tem dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas Deficiência intelectual é um transtorno do desenvolvimento que inclui prejuízos inteectuais e adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático O DSM-5 retirou o quociente de inteligência (QI) como papel norteador quando menos de 70 (são menos válidas, principalmente nas partes inferiores desse quociente) Existência de déficits cognitivos: os déficits cognitivos são prejuízos nas funções cerebrais relacionados ao raciocínio, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem Déficits nas funções adaptativas: dificuldades em atingir padrões de desenvolvimentoe padrões socioculturais, por exemplo, impedimentos em estabelecer comunicação clara e adequada; dificuldades em desenvolver e manter vínculos com outras pessoas; e, até mesmo, dificuldades em realizar ações diárias de higiene, trabalho e alimentação Observa-se também limitações quanto à independência pessoal e responsabilidade social DSM-5: 85% se enquandram em deficiência intelectual leve RESUMÃO DA P2 103 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL LEVE Nas crianças pré-escolares, as diferenças podem não ser tão evidentes Já, nas crianças em idade escolar e também nos adultos, observa-se: dificuldade na escrita, leitura, cálculos, contagem de dinheiro, contagem do tempo Apresenta imaturidade no relacionamento com outras pessoas Apresenta dificuldade em compreender contextos sociais, tais como: assuntos adequados a falar e o momento destes, ações e comportamentos cabíveis a cada situação social Normalmente precisa de apoio para realizar cuidados pessoais, em grau bem menor comparado aos outros níveis, mas mesmo assim necessida de ajuda DEFICIÊNCIA INTELECTUAL MODERADO O desenvolvimento das habilidades é retrógrado quando comparado a outras crianças Necessita de assistência para realizar as atividades A linguagem falada acaba sendo o principal meio de comunicação, porém é de vocabulário limitado Consegue realizar necessidades pessoais com dificuldades, apenas necessita investimento maior ao aprender DEFICIÊNCIA INTELECTUAL GRAVE Apresenta baixa compreensão quanto à linguagem (escrita, oral ou sinais) e na emissão Necessita de apoio constante para ações que envolvam raciocínio, planejamento mental, abstração do pensamento (imaginação) Necessita de apoio em todas as atividades básicas do dia a dia, como alimentação, cuidados de higiene pessoal e, inclusive, ir ao banheiro para evacuação Apresenta grande dificuldade em aprender, na aquisição e manutenção do domínio de habilidades RESUMÃO DA P2 104 INTENSIDADE / GRAVIDADE Leve (85%): diagnóstico aparece 1 e 2 série, conseguem chegar a ter um nível intelectual de alguém da 6ª série, QI (50-70), conseguem ter relações interpessoais e até formar família Moderado (10%): a maioria consegue atingir linguagem e se comunica, em geral não atingem 2 / 3ª série de escolaridade, adolescência apresenta dificuldade de socialização (tendem ao isolamento), adultos conseguem atingir atividades semiqualificadas / sendo supervisionado, QI 35-50 Grave (3-4%): reconhecimento de palavras / números, QI 2-35 Profunda (1-2%): treinamento conseguem expressar suas necessidades DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Os sintomas psiquiátricos em crianças com essa condição, fora do contexto de transtornos psiquiátricos completos, incluem hiperatividade, déficit de atenção, comportamentos autolesivos (p. ex., bater com a cabeça e morder o próprio corpo) e comportamentos estereotipados repetitivos (bater palmas e caminhar na ponta dos dedos) Não usar termo portador (es) → estigma → ideal (pessoa com deficiência intelectual) ETIOLOGIA Podem ter genéticos, evolutivos, ambientais ou uma combinação deles As causas genéticas incluem condições cromossômicas ou hereditárias Os fatores evolutivos e ambientais abrangem exposição pré-natal a infecções e toxinas Os fatores ambientais adquiridos dizem respeito a trauma pré-natal (p. ex., prematuridade, uso de álcool) e fatores socioculturais Síndrome Down, fenilcetonúria, Sindrome Prader Wili TRATAMENTO As intervenções em crianças e adolescentes com DI fundamentam-se em avaliações das necessidades sociais, educacionais, psiquiátricas e ambientais RESUMÃO DA P2 105 A DI está associada a uma gama de variedades de transtornos psiquiátricos que exigem tratamentos específicos, além de suporte psicossocial Agressão, irritabilidade e automutilação TDAH Comportamentos estereotipados Raiva / explosões TRANSTORNO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL A comunicação abrange o envio e recebimento de mensagens que requer a interpretação, a produção de significados e sentidos sobre o conteúdo da informação transmitida / recebida. Para tanto, são necessários processos que envolvem elementos verbais, motores e sociais. O transtorno da linguagem é definido por contínuas dificuldades nos comportamentos de expressão O aluno com transtorno da linguagem apresenta grande dificuldade na fala, na escrita e, até mesmo, na linguagem de sinais (consequência da própria dificuldade de compreender e produzir a comunicação) O transtorno da fala estende-se à contínua dificuldade na produção da comun falada, prejudicando a comunicação verbal da criança Interfere na inteligibilidade da fala ou impede a comunicação verbal de mensagens O início do transtorno ocorre no período de desenvolvimento do sujeito Trata-se da dificuldade de expressar e entender palavras tendo como origem comprometimentos neuronais (mecanismos cerebrais) e / ou traumas psicológicos Cebolinha → personagem conhecido por falar ELADO A gagueira, denominada tartamudez ou transtorno da fluência com início na infância Repetições de sons, sílabas ou palavras Prolongamento frequente de sílabas e / ou palavras que interfiram significamente na fluência da expressão verbal RESUMÃO DA P2 106 TRANSTORNO DO MOVIMENTO ESTEREOTIPADO Refere-se ao comportamento motor repetitivo, por exemplo, apertar as próprias mãos, balançar o corpo, bater a cabeça, entre outros movimentos TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÂNCIAS - Kayo Droga: qualquer substância natural ou sintética que, quando administrada ou consumida por um ser vivo, modifica uma ou mais de suas funções, com exceção daquelas substâncias necessárias para a manutenção da saúde normal (água, alimentos etc.) Substância Psicoativa: Substância que atua sobre o SNC, alterando o estado normal de vigília e sensopercepção CLASSIFICAÇÃO RESUMÃO DA P2 107 EPIDEMIOLOGIA Cerca de 275 milhões de pessoas em todo o mundo, que representam cerca de 5,5% da população mundial entre 15 e 64 anos, usaram drogas pelo menos uma vez no último ano da pesquisa Destes, 36,3 milhões têm TUS (13%) O uso de drogas em todo o mundo está aumentando Apenas 1 em cada 8 delas tem acesso a serviços para tratamento da dependência química Observa-se a seguinte tendência: Cannabis é a substância mais usada, sedativos e tranquilizantes também Opioides são os mais prejudiciais Uso de anfetaminas está em crescimento No Brasil As drogas lícitas (álcool e tabaco) seguem sendo as mais prevalentes quanto ao consumo e com diversos problemas associados 50% da população de 12-65 anos já consumiu bebida alcoólica em algum momento O álcool é a substância que mais mata, direta ou indiretamente, no Brasil POR QUE AS PESSOAS USAM SPA? RESUMÃO DA P2 108 As drogas aumentam a liberação de dopamina, agem diretamente no sistema de recompensa, de maneira desigual ETIOLOGIA DA DEPENDÊNCIA Fatores sociodemográficos: Demográficos (gênero, renda familiar baixa, idade) Cultura (religião como mormons, política das drogas no país) Ambiente familiar – trauma e estresse precoces Estilo de vida Pressão de grupo, social Acesso Biológicos/comorbidades: Herança familiar – 40 a 60% Personalidade – traços impulsivos Psicopatologia (ex: TDAH, depressão) Efeitos farmacológicos da droga RESUMÃO DA P2 109 ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA NEUROBIOLOGIA RESUMÃO DA P2 110 A ação da droga nesse circuito se dá através da ativação da área ventral tegmental (AVT), região cerebral heterogênea composta em grande parte por neurônios dopaminérgicos, gabaérgicos, e uma glutamatérgicos A maioria dos estudos concentrou-se na estimulação desses neurônios e a liberação de dopamina nos locais de projeção, principalmente o núcleo accumbens (NAC), produzindo prazer e recompensa A alteração do CPF na dependência leva a um prejuízo de inibição da resposta (uso de drogas) e aumento da saliência da droga – essa situação gera saliência das pistas relacionadas às drogas, diminuição da sensibilidade a reforçadores não relacionados às drogas e diminuição dacapacidade de inibir comportamentos desadaptativos ou desvantajosos O CONSUMO ESPORÁDICO A ADIÇÃO RESUMÃO DA P2 111 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS X RISCOS A adicção é uma doença cerebral e não condição moral ou de falha de caráter Preconceito: 41% dos entrevistados têm repulsa / ódio / antipatia de conviver com usuários de drogas RESUMÃO DA P2 112 ANAMNESE Como investigar dependência? Inicio do contato com substâncias Em geral álcool ou cigarro Maconha vem crescendo muito e muitas vezes é a primeira droga Evolução do consumo, evolução dos problemas relacionados ao uso, evolução da dependência Dia típico Personalidade, socialização, trabalho, relacionamentos amorosos e familiares, lazer, rotina alimentar, condição socioeconômica Situações de uso Frequência Quantidade de uso por episódio RESUMÃO DA P2 113 Comparação om os amigos e outros da mesma idade Aparecimento de prejuízos: familiares, lazer, escolares / profissionais, jurídicos DESAFIOS Muitos pacientes negam insistentemente quaisquer prejuízos associados a seu consumo de substâncias psicoativas apesar de claramente os apresentarem Como a distinção entre uso recreativo e o transtorno se dá pela presença de prejuízos (físicos, psicológicos, sociais, profissionais, financeiros etc.), realizar o diagnóstico pode ser desafiador Nessa situação de negação, o profissional deve ser cuidadoso, evitar confrontar o paciente diretamente e tentar criar um clima de confiança e empatia para que ele se sinta à vontade para falar do assunto Distinguir quadro agudo de uma emergência DIAGNÓSTICO CID-10 TRANSTORNOS RELACIONADOS A SUBSTÂNCIAS - DSM 5 Transtornos por uso de substância RESUMÃO DA P2 114 Transtornos induzidos por substância: Intoxicação por ... Abstinência por ... Transtorno mental induzido por substância/medicamento TRANSTORNOS ADITIVOS Um padrão problemático de uso, levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente significativos, manifestado por pelo menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses: Critério I: Baixo controle Baixo controle sobre o uso da substância Desejo em reduzir ou regular o uso da substância Gasta muito tempo para obter a substância, usá-la ou recuperar-se Fissura Critério II: Deterioração social Fracasso em cumprir obrigações no trabalho, na escola ou no lar Manter o uso da substância apesar dos problemas sociais ou interpessoais Atividades importantes de natureza social, profissional ou recreativa podem ser abandonadas ou reduzidas Critério III: Uso arriscado → fracasso em abster-se Uso recorrente em situações que envolvem risco à integridade física Pode continuar o uso apesar de apresentar um problema físico ou psicológico Critério IV: Critério farmacológico Tolerância RESUMÃO DA P2 115 Abstinência (diferente de intoxicação) GRAVIDADE Leve: 2-3 sintomas Moderado: 4-5 sintomas Grave: > 6 sintomas Especificadores: “em emissão inicial”, “em remissão sustentada”, “em terapia de manutenção” (utilizando medicamento agonista) e “em ambiente protegido” Trantorno por uso de outra substância: esteroides anabolizantes Mais de um transtorno: especificar todos e gravidade INTOXICAÇÃO DSM-5 Síndrome reversível específica de determinada substância que ocorreu devido a recente ingestão Mudanças comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas associadas à intoxicação (ex.: labilidade de humor, julgamento prejudicado...) → não se aplica ao tabagismo Os sintomas não são atribuíveis a outro transtorno mental. Agudas x crônicas → exemplo da cocaína Via administração: intravenosa, fumada, cheirada e SPA ações rápida > VO (intoxicação mais rápida e padrão progressivo de uso → abstinência) ABSTINÊNCIA Alteração comportamental problemática específica a determinada substância, com concomitantes fisiológicos e cognitivos, devido à interrupção ou redução do uso intenso e prolongado da substância A maioria dos indivíduos sente necessidade de readministrar a substância para reduzir os sintomas RESUMÃO DA P2 116 Quase sempre associada a um transtorno por uso de substâncias Meia-vida da substância → ação + prolongada têm abstinência mais prolongada Ação curta → maior potencial de desenvolver abstinência PERÍODO DE DETECÇÃO DE DROGAS NA URINA EXAME FÍSICO E COMPLEMENTAR BÁSICO Atentar para estado nutricional, higiene e asseio, sinais vitais (que podem estar alterados tanto na intoxicação quanto na abstinência) Sinais de uso (irritação / congestão nasal, erosão dental, marcas de agulhamento na pele) Comprometimento sistêmico (doença pulmonar obstrutiva crônica - DPOC, sinais de hepatopatia, alterações na sensibilidade cutânea, alteração na ausculta cardíaca) ESTÁGIOS DE MOTIVAÇÃO Pré-contemplação: não reconhece o problema) Contemplação: paciente percebe que tem algo de errado, mas não está pronto para tratamento Preparação para ação: considera que precisa fazer o tratamento RESUMÃO DA P2 117 Ação: início do tratamento Manutenção: se mantém em tratamento e abstinente TRATAMENTO Psicoterapia + psicofármaco: mais evidência Múltiplos profissionais: auxílio nutricional, acompanhante terapêutico … Ideal cessar uso → redução de risco Indivíduo vai tentar se adaptar as perguntas (manter o consumo conforme o estágio) Mecanismos de manutenção → polarização, desvalorização do positivo, negação → comum recaídas PRINCIPAIS SPA ÁLCOOL Ressalta-se que, segundo a OMS, não há um nível de consumo de álcool que seja absolutamente seguro Avaliar a quantidade de álcool consumida em uma única ocasião também é fundamental, por estar relacionada a diversas consequências Ele compreende o consumo de grandes quantidades de álcool em curto espaço de tempo, atingindo altos níveis de alcoolemia (em torno de 0,08 g/dL) Para mulheres, tal concentração alcoólica no sangue geralmente ocorre após quatro doses, e para homens após cerca de cinco doses, em aproximadamente 2 horas Crescimento do consumo de álcool entre as mulheres Problemático (menos enzimas que metabolizam a substância e menor quantidade de água) Como consequência, elas apresentam maior probabilidade de ter problemas relacionados ao álcool com níveis de consumo mais baixos e / ou em idade mais precoce do que os homens. RESUMÃO DA P2 118 Exames laboratoriais: GGT (gama glutamil transferase): refletemdano/alteração do metabolismo do fígado ALT e AST detectam dano aos hepatócitos Etanol sérico: biomarcador de intoxicação aguda Hemograma (VCM – volume corpuscular médio: aumento no consumo pesado de álcool. Pode permanecer aumentado mesmo após 3 ou 4 meses de abstinência). Coagulograma Ureia e creatinina Glicemia de jejum e perfil lipídico Sorologias (hepatite B e C, HIV, sífilis) Eletrólitos (Na, K, Mg, Ca) RESUMÃO DA P2 119 Vitamina B12, ácido fólico e ácido úrico Eletrocardiograma Intoxicação patológica: Avaliar: TCE Infecções Distúrbios hidroeletrolíticos Metabólicos Alterações psiquiátricas: Intoxicação aguda: RESUMÃO DA P2 120 Síndrome da abstinência alcoólica: Tratamento de síndrome da abstiência alcoólica: Os fármacos mais utilizados no tratamento da SAA são os benzodiazepínicos (BZD) A prescrição deve ser personalizada e realizada baseando-se na dose e nos sinais e sintomas RESUMÃO DA P2 121 Idealmente, o médico deve estar junto ao paciente e prescrever os BZD a cada hora, conforme a necessidade Pode-se usar a escala CIWAAr descrita como balizador da conduta farmacológica A partir de 10, devemos iniciar o diazepam 10 ou 20 mg, via oral, e avaliar repeti-lo a cada hora de acordo com a melhora dos sintomas Nos casos em que houver suspeita de insuficiência hepática, deve-se utilizar o lorazepam na dose de 2 a 4 mg por hora, seguindo a mesma orientação de avaliações de horário dos sintomas Após o controle dos sintomas, as medicações devem ser diminuídas lentamente, ao longo de vários dias, até a retirada completa dos BZD. A velocidade dessa retirada também se baseia na sintomatologia e no confortodo paciente. A vitamina B1 (tiamina) também deve ser utilizada na SAA. Ainda não há um consenso de quais as melhores doses, vias ou tempo de administração Pode-se utilizar 01 ampola IM por 3 dias seguida de administração via oral de 300 mg por pelo menos 6 meses A tiamina é indicada com o objetivo de evitar a síndrome de Wernicke, que cursa com ataxia, confusão mental e anormalidades de movimentação ocular extrínseca (esta última nem sempre presente) Síndrome Korsakoff (forma crônica acima): alteração de memória / confabulações → sulfato de magnésio 1 a 2 mg em solução de 50% IM O que não fazer: Tratamento de manutenção: RESUMÃO DA P2 122 Entrevista motivacional: promove mudanças comportamentais através da exploração e resolução da ambivalência, com extensa evidência de eficácia na redução do risco de beber pesado TCC (Terapia cognitivo comportamental): terapia focada na mudança de distorções cognitivas e comportamentos negativos, melhorando a regulação das emoções e desenvolvendo estratégias de enfrentamento Manejo de contingência: método que envolve reforços sistemáticos de comportamento desejados (através de premiações, privilégios, dinheiro etc.) e privação de reforço ou punição de comportamentos indesejados → tem maior evidência na melhora da adesão ao tratamento farmacológico Programa de 12 passos: evidências sugerem que o programa é tão eficaz quanto a TCC na promoção da abstinência Intervenções baseadas em mindfulness: alguma evidência aponta para a efetividade das terapias baseadas em mindfulness em comparação a outros tratamentos ou controles Terapia familiar e de casal: uma metanálise aponta para redução na frequência do uso, menores danos promovidos pelo álcool e melhora na relação nos pacientes tratados com terapia de casal. O envolvimento de familiares no tratamento auxiliou na motivação do paciente para buscar ajuda. Dissulfiram (anti-etanol) 250 mg → risco efeito antabuse (náuseas, cefaleia, rubor e sudorese excessiva) Naltrexona 25 mg até 100 mg (bloqueador do receptor opioide): droga segura (pedir função hepática) Acamprosato 333 mg Topiramato: anticonvulsivante, atua através da inibição dos canais de sódio e de cálcio; aumento da resposta ao GABA e antagonismo de AMPA/cainato. Dose inicial: 25 mg; aumento de 25 mg por semana. Manutenção: 200 a 300 mg ao dia. TABAGISMO - NICOTINA Estima-se que no cigarro consumido atualmente existam mais de 7.000 substâncias, incluindo a nicotina e o monóxido de carbono, além de mais de 60 agentes RESUMÃO DA P2 123 cancerígenos A nicotina interage com diversos neurotransmissores, estimula a liberação de dopamina, noradrenalina, acetilcolina, glutamato, serotonina e GABA O uso do tabaco é a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil há um declínio na prevalência de fumantes nas últimas décadas (em 2019, para 9,8%) O uso do cigarro eletrônico é a forma mais popular de consumo de nicotina em adolescentes norte americanos e preocupa as organizações de saúde] O uso de tabaco constitui fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, incluindo aqueles que acometem os aparelhos gastrointestinal (boca, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, cólon e reto), urinário (bexiga, rim e ureter) e respiratório (laringe, faringe, traqueia, brônquios e pulmões) Doenças cardiovasculares Doenças pulmonares AVC Diabetes Entre outras (cegueira, catarata, degeneração macular, periodontite, disfunções sexuais e infertilidade) Teste de Fagerstrom para abstinência Tratamento: Reposição nicotínica (ex: chiclete, adesivo) Bupropiona (Zyban®, Bup®, Wellbutrin®) – Iniciar 07 a 14 dias antes e manter por 12 semanas, dose de 150 – 300 mg/dia. Atenção ao risco de convulsão Vareniclina (Champix®) - Iniciar 07 a 14 dias (2mg por dia em 2 doses), manter por pelo menos 12 semanas, podendo manter até 6 meses Nortriptilina Terapia cognitivo-comportamental (TCC) Mais de um tratamento pode ser utilizado RESUMÃO DA P2 124 MACONHA A cannabis (também conhecida como maconha) é uma planta que contém mais de 500 componentes, dos quais 104 canabinoides foram atualmente identificados Dois deles são, na atualidade, maior objeto de investigação científica sobre suas propriedades farmacológicas: Δ9tetrahidrocanabinol e (THC) e canabidio Sistema endocanabinoide: Na década de 1960, o químico israelense Raphael Mechoulam identificou o CBD e o THC Seguiu-se a clonagem bem sucedida do receptor canabinoide 1 (CB1) e depois, outro receptor canabinoide denominado receptor canabinoide 2 (CB2) Em seguida, dois endocanabinoides (produzidos no corpo humano) também foram isolados: anandamida (ANA) e 2 araquidonoil glicerol (2AG) Sintomas de intoxicação: Hiperemia conjuntival RESUMÃO DA P2 125 Boca seca, sedação Confusão Alteração de atenção e memória de fixação Lentificação ou agitação psicomotora Incoordenação motora Alterações de sensopercepção(visuais e táteis) Aumento de apetite Possíveis sintomas paranóides/ataque de pânico Abstinência: Irritabilidade, raiva ou agressividade Nervosismo ou ansiedade Dificuldade para dormir (por exemplo, insônia ou sonhos vívidos) Diminuição do apetite ou perda de peso Inquietação Humor deprimido Pelo menos um dos seguintes sintomas físicos que causam desconforto: dor abdominal, tremores, sudorese, febre, calafrios ou dor de cabeça Psicose: Estimativas que integram dados de diferentes países mostraram que entre 8 e 24% de todos os transtornos psicóticos poderiam ser evitados se o uso de cannabis altamente concentrada fosse evitado A concentração de THC, a idade precoce e a frequência de uso parecem ser fatores de risco para o desenvolvimento de psicose em usuários de cannabis Um estudo realizado em Londres mostrou que o uso frequente de skank pode aumentar mais de cinco vezes a chance de desenvolver psicose quando comparados aos não usuários de maconha RESUMÃO DA P2 126 Tratamento: Pacientes muitas vezes apresentam pouca motivação Alguns estudos começam a adotar a redução no consumo como desfecho primário Não há tratamento farmacológico aprovado pelas agências reguladoras Combinação de terapias motivacional e cognitiva comportamental com incentivos à abstinência foi mais efetiva COCAÍNA A cocaína é um alcaloide derivado da folha de coca (Erthroxylum coca) que tem efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central (SNC), devido à sua ação ativadora principalmente em vias dopaminérgicas, e noradrenérgicas Administração: cheirada, injetada e ingerida (pó) ou fumada (crack/merla) Duração dos efeitos depende da via de administração RESUMÃO DA P2 127 Intoxicação: Transpiração ou calafrios Náusea ou vômito Palpitações e dor no peito Taquicardia Pressão arterial elevada Dilatação pupilar Convulsões Fraqueza muscular Discinesia Euforia inadequada Ansiedade Raiva Atenção prejudicada Hipervigilância Agitação psicomotora Ideação paranoide (às vezes, de intensidade delirante) Alucinações auditivas Confusão Mudanças na sociabilidade Abstinência: Humor disfórico Irritabilidade Fadiga Inércia Sonhos desagradáveis vívidos RESUMÃO DA P2 128 Insônia ou hipersonia Aumento do apetite Ansiedade Agitação ou retardo psicomotor Desejo por cocaína Tratamento: Os tratamentos psicossociais continuam sendo os de escolha para o transtorno do uso de cocaína Topiramato: alguns resultados positivos Antidepressivos: resultados negativos Dissulfiram: poucos estudos Antipsicóticos: resultados negativo Agonistas dopaminérgicos: resultados negativos Nacetilcisteína: poucos estudos Vacina Modafinil: positivo em algumas populações Estimulantes: positivo em algumas populações Naltrexona (Revia) Baclofeno CRACK Alto potencial de abuso Efeitos + rápidos, > tolerância e adaptação Maior velocidade de eliminação Uso repetitivo para obtenção do efeito RESUMÃO DA P2 129 ECSTASY (MDMA) 3,4-metilenodioximetanfetamina Derivado da anfetamina, c/ propriedades alucinógenas e estimulantes Também podeconter: metanfetamina, Cafeína, dextrometorfano, efedrina, cocaína Efeitos físicos: Aumento da PA Aumento da FC Aumento da temperatura Ranger dos dentes Psiquiátricos: Confusão Depressão Problemas de sono Ansiedade Paranoia Efeitos severos raros: Desidratação severa Rabdomiólise Epilepsia AVC ou hemorragia intracraniana Morte RESUMÃO DA P2 130 OPIOIDES Analgésico Ex: morfina, codeína, oxicodona Algumas substâncias de alívio da tosse (ex: codeína) Tratamento: TCC Farmacológico Substituição com metadona Naltrexona(Révia®) Mais de um tratamento pode ser utilizado ALUCINÓGENOS Classificados como substâncias alcaloides Mimetizam efeitos da serotonina Ex: LSD, peiote, psilocibina, fenciclidina (“pó de anjo”) Não é considerada uma droga que leva à dependência, mas produz tolerância Intoxicação: RESUMÃO DA P2 131 Físicos: Pupilas dilatadas Tremores Aumento da temp corporal Aumento da freq. cardíaca e PA Sudorese Psiquiátricos Distorções na percepção e realidade Delírios Oscilações emocionais “Flashbacks” O POLIUSUÁRIO Nos Estados Unidos, pesquisas detectaram que entre 49 a 78% dos usuários de drogas usavam mais de uma substância A combinação mais comum foi cocaína + álcool. Quando três drogas eram usadas, a combinação mais comum foi cocaína + álcool + cannabis A combinação de álcool e cocaína no nosso organismo gera uma terceira substância denominada cocaetileno (CE) Quando comparado à cocaína, o CE parece gerar um efeito mais potente no SNC, tem maior potencial de letalidade em camundongos e parece ser mais tóxico para o miocárdio PATOLOGIA DUAL Depressão maior: mulheres com TUS apresentam pelo menos duas vezes mais chances de sofrer de depressão do que mulheres sem TUS Pânico: indivíduos com transtorno de pânico apresentam taxas de 35% de TUS Psicose: a comorbidade entre esquizofrenia e distúrbios do uso de substâncias é comum em vários países e as taxas variaram entre 30 e 66% RESUMÃO DA P2 132 Transtorno bipolar: indivíduos com transtorno bipolar apresentaram taxas de prevalências entre 40 a 60% de TUS Transtorno de personalidade: o uso de substâncias foi frequentemente associado a transtornos de personalidade, especialmente antissocial e borderline Transtorno de déficit de atenção e transtorno de hiperatividade: a prevalência desse transtorno em usuários de substâncias que procuravam tratamento variou de 5 a 33% SUICÍDIO As pesquisas mostram que 40% dos pacientes que procuram tratamento para dependência de substância relatam histórias de tentativas de suicídio Um estudo de casos estimou que ao consumir álcool, o indivíduo apresenta 5,1 vezes mais chances de tentar suicídio Embora os homens superem as mulheres como vítimas de suicídio em quase quatro para um, a associação de suicídio com distúrbios de uso de substâncias em mulheres é marcadamente mais forte