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ESTAGIO I - SEÇÃO 3 CIVIL

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Seção 01 
Seção 3 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
CIVIL 
 
 
2 
 
 
 
Prezado estudante, vamos iniciar a Seção 3 abordando a resposta da petição inicial em respeito ao 
corolário do princípio do contraditório e ampla defesa, previstos no inciso LV do art. 5º da CRFB. Ocorre 
que não estamos diante de uma simples inicial, mas, sim, de processo de execução de título 
extrajudicial, o que nos traz uma nova gama de possíveis respostas. 
 
Na Seção 1 vimos que Valinzinho Transporte ajuizou execução de título extrajudicial relativa a 5 (cinco) 
cheques de R$ 26.000 (vinte e seis mil reais) cada, cujo valor atualizado perfaz o montante de R$ 
142.000, distribuída à 18ª Vara Cível de Sinaleão/GO, sob o nº 0005889-99.2023.4.00.8977 em face de 
Madeireira Irmãos Perez como emitente dos cheques, e de Allan Magiar como avalista. 
 
Tendo em vista a insuficiência de recursos por parte da empresa, houve requerimento de gratuidade de 
justiça que, negado por parte do magistrado, foi objeto de agravo de instrumento que reverteu a decisão, 
concedendo o quanto requerido. 
 
Com o prosseguimento do feito, a empresa Madeireira Irmãos Perez e o Sr. Allan Magiar foram citados 
do teor da ação, para pagamento do débito na forma do art. 829 do CPC, deixando o prazo transcorrer 
in albis. 
 
Passado algum tempo, Allan Magiar, que atualmente é instrutor em um clube de tiro, foi surpreendido 
com o bloqueio judicial integral de seu salário. 
 
O Sr. Allan Magiar é cidadão polonês, viúvo e vivendo no Brasil há quase 15 anos como empresário, 
porém, com o aparecimento de maior concorrência, a empresa do Sr. Allan quebrou, sendo ele obrigado 
a procurar um emprego em conhecido clube de tiro, percebendo, atualmente o montante de R$ 1.400 
reais de salário, que é usado para sua subsistência e, por consequência da execução proposta, foi 
integralmente bloqueado. 
 
Ao receber o mandado de intimação da penhora dos valores bloqueados, o Sr. Allan lhe procurou como 
advogado. 
 
Diante da necessidade a seguir, convidamos o estudante a compreender a situação fática e desenvolver 
uma resposta satisfatória a seu cliente, agora Allan Magiar, na finalidade de garantir a manutenção de 
sua verba salarial. 
 
Sua causa! 
Seção 3 
DIREITO CIVIL 
 
 
3 
Alertamos que a inversão dos papéis foi por questões meramente didáticas, para garantir a visão jurídica 
de todos os lados e possíveis direitos a serem alegados, o que na prática seria vedado pelo Estatuto de 
Ética e Disciplina, conforme art. 20 do Código de Ética e Disciplina da OAB. 
 
 
 
Entre as possíveis respostas à ação judicial, a de maior relevância é a contestação, pela qual o réu 
exerce seu direito de defesa no prazo comum de 15 dias (art. 335 – com variação do termo inicial), 
apresentando toda a matéria de defesa (processual e de mérito) que tenha para alegar em seu favor 
(art. 336), inclusive as provas que pretende produzir. 
 
O termo inicial do prazo para o réu contestar a ação é a partir da data de audiência de conciliação ou 
de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição (vide art. 335, I). Mas se o réu se manifestar dizendo que 
não tem interesse na conciliação ou mediação, o prazo correrá desta manifestação (vide art. 335, II). 
Entretanto, quando a causa versar sobre direito que não aceita autocomposição, ou por ter o autor 
manifestado na petição inicial pela não intenção de conciliação, o prazo correrá na forma do disposto 
no art. 231, conforme a modalidade de citação que tenha sido efetivada (art. 335, II). 
 
Em havendo multiplicidades de réus, o prazo é comum a todos, em regra. E no caso de as partes não 
terem intenção da audiência de conciliação ou mediação, o prazo para cada um deles correrá a partir 
da data do respectivo protocolo desta manifestação (art. 335, §1º). 
 
Na contestação, cabe ao réu alegar toda a matéria de defesa (“princípio” da eventualidade – vide art. 
336/342 do CPC). Assim, incumbe ao réu todas as alegações que tenha em seu favor, ainda que 
contraditórias entre si, sob pena de preclusão (ou seja, a perda da possibilidade de alegar 
posteriormente). Assim, pesa ao réu, na sua contestação, alegar todas as defesas relacionadas à 
regularidade do processo (por exemplo, falta de alguma “condição da ação” ou pressuposto processual) 
e a defesa de mérito (que será direta quando o réu admitir o fato constitutivo e lhe opuser outro, 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do demandante). 
 
A revelia é o acontecimento (fato processual), de efeito material e efeitos processuais. O art. 344 traz 
a presunção relativa de veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor na sua pretensão, no 
caso de o réu não contestar. 
 
Com a ausência da apresentação da contestação, ocorrem os seguintes efeitos processuais: 
julgamento antecipado do mérito (art. 335, II CPC – nos casos de operado o efeito material da revelia 
e não tendo o revel requerido a produção de contraprovas), e não tendo advogado constituído, os 
prazos processuais para o revel correrão, sempre, da data em que seja divulgada notícia dos atos 
decisórios no diário oficial (art. 346 CPC). 
 
Cabe ao réu a observância do princípio da impugnação específica dos fatos (vide art. 341 do CPC), 
pelo qual serão presumidos verdadeiros os fatos que não forem impugnados especificamente pelo réu 
na contestação. Assim, podemos afirmar que é um ônus do réu, na contestação, apontar/rebater 
especificamente toda a narração dos fatos, sob pena de preclusão. Esse ônus não se estende ao 
Fundamentando! 
 
 
4 
curador especial, ao advogado dativo e ao defensor público, por disporem do fundamento da “negativa 
geral” (ferramenta que possibilita a impugnação genérica). 
Já a reconvenção é a demanda proposta pelo réu, em face do autor, porém dentro do mesmo processo, 
ampliando o objeto deste, sendo oferecida na mesma peça que a contestação (vide art. 343 e seu §6º 
do CPC), isso se o juízo da causa principal for competente para dele conhecer. 
 
Ainda que processadas em conjunto, a contestação e reconvenção são independentes (vide art. 343, 
§2º), podendo até haver a ampliação subjetiva do processo (trazer terceiro para o processo), caso em 
que o réu-reconvinte se litisconsorte com um terceiro para ajuizar a demanda reconvencional em face 
do autor-reconvindo (art. 343, §3º e §4º do CPC). Assim que apresentada a reconvenção, é necessário, 
em nome do princípio do contraditório e da ampla defesa, ouvir o autor, que terá quinze dias para 
apresentar resposta (art. 343, §1º), podendo contestar a reconvenção oferecendo “reconvenção à 
reconvenção”, na mesma peça processual. 
 
Ao tratarmos do processo de execução, temos outra modalidade de resposta, desta vez, oposta em 
processo autônomo, a qual denominamos embargos à execução, cujo prazo para oposição é de 15 
dias, contados na forma do art. 231 do CPC. 
 
É importante frisar que a oposição de embargos independe de penhora, depósito ou caução, porém, 
conforme previsão expressa do art. 919, §1º, “o juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir 
efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória 
e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes”. 
 
Nos embargos, o executado poderá alegar as matérias descritas no art. 917 do CPC, com a 
inexequibilidade do título; a penhora incorreta; e o excesso de execução, ou qualquer outra matéria que 
lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. 
 
Outro ponto relevante é a necessidade de que os embargos sejam distribuídos por dependência à ação 
executiva principal e não levados à distribuição aleatória, permitindo que o mesmo magistrado que 
tomou conhecimento da execução promova os atos relativos ao processamento dos embargos. 
 
1. Defesas processuais 
 
As defesas processuais(defesas indiretas) não têm como objeto a essência do litígio (vide art. 337 do 
CPC), e são alegadas em preliminar, antes das defesas de mérito. Estas são analisadas pelo juiz antes 
do mérito e são identificadas pela consequência do seu acolhimento no caso concreto, podendo ser 
defesas preliminares dilatórias e peremptórias. 
 
1.1 Defesa preliminar dilatória (que não põe fim ao processo) 
 
a. Inexistência ou nulidade de citação (art. 337, I, do CPC): é de ordem pública e, operando, o prazo 
de resposta será devolvido, porém não extingue o processo (art. 239, §1º, do CPC). 
 
b. Incompetência do juízo (art. 337, II, do CPC): matéria de ordem pública, mas deve vir no tópico da 
contestação. O juiz intima o autor para responder (vide art. 10 do CPC). 
 
c. Conexão/continência do juízo (art. 337, VIII, do CPC): previstas nos art. 55 e 56 do CPC, tendo 
como efeito a reunião dos processos perante o juízo prevento. 
 
 
5 
 
1.2. Defesas preliminares peremptórias (que geram a extinção sem a resolução do mérito) 
 
a. Inépcia da petição inicial (art. 337, IV, do CPC): prevista no art. 330, §1º, do CPC. A petição inicial 
é considerada inepta quando apresenta a falta de pedido ou causa de pedir; se o pedido for 
indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; quando a 
narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão ou quando pedidos forem incompatíveis entre 
si. 
 
b. Perempção (art. 337, V, do CPC): prevista no art. 486, §3º, do CPC. Se o autor der causa, por três 
vezes, à extinção do processo, não poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto, 
ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa de seu direito. 
 
c. Litispendência (art. 337, VI, do CPC): ocorre quando dois ou mais processos idênticos existirem 
concomitantemente, caracterizando-se a identidade pela verificação no caso concreto da tríplice 
identidade – mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido. 
 
d. Coisa julgada (art. 337, VII, do CPC): opera o trânsito em julgado material. 
 
e. Convenção de arbitragem (art. 337, X, do CPC): a Lei n. 9.307/1996 considera a convenção de 
arbitragem como um gênero do qual a cláusula compromissória e o compromisso arbitral são as duas 
espécies. 
 
f. Carência da ação (art. 337, XI, do CPC): foi excluída do sistema a possibilidade jurídica do pedido, 
pelo CPC, restando apenas a legitimidade da parte e o interesse de agir. A ausência de um deles gera 
a extinção do processo sem a resolução do mérito. 
 
1.3. Defesas dilatórias potencialmente peremptórias 
 
a. Incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de autorização (art. 337, IX, do CPC). 
 
b. Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar (art. 337, XII, do CPC): 
na ausência de tal comprovação, deverá o juiz de ofício determinar que o autor emende a petição inicial 
no prazo de quinze dias, sob “pena” de indeferimento da petição inicial (vide três casos: art. 83, 486, 
§2º e art. 968, II, todos do CPC). 
 
c. Incorreção do valor da causa (art. 337, III, do CPC): o art. 293 dispõe que a impugnação ao valor 
da causa será apresentada em preliminar de contestação, sob pena de preclusão. Este artigo é claro 
ao prever que, sendo acolhida a alegação do réu, o juiz dará prazo para o autor complementar as custas, 
sempre que necessário. 
 
d. Carência de ação por ilegitimidade de parte (art. 337, XI do CPC): conforme dispõe o art. 338 do 
CPC, o autor poderá emendar, no prazo de 15 dias, o sujeito que compõe o polo passivo. 
 
e. Indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça (art. 337, XIII, do CPC): sendo acolhida 
essa defesa preliminar, o autor será intimado a recolher as custas processuais em aberto. Não o 
fazendo, gerará a extinção terminativa do processo. 
 
 
 
6 
2. Defesas de mérito 
 
Neste momento, o réu convence o juiz de que o direito material invocado pelo autor não amolda ao caso 
concreto. Esta ação é classificada como defesa de mérito direta e indireta. 
 
2.1. Defesa de mérito direta: o réu enfrenta frontalmente os fatos e os fundamentos jurídicos 
apresentados pelo autor na peça inicial, buscando desconstituir a sua pretensão. Tal defesa se 
evidencia e se desenvolve dentro dos fatos e da fundamentação jurídica, trazendo contra-fatos e outras 
fundamentações jurídicas. 
 
2.2. Defesa de mérito indireta: nesta modalidade de defesa não se nega os fatos e fundamentos 
apresentados na inicial, mas o réu traz um fato novo de natureza impeditiva, modificativa ou extintiva 
do direito do autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro estudante, o objetivo desta seção é fomentá-lo de informações para lhe conduzir à solução da 
situação-problema, garantindo a estratégia. 
Neste ponto, o estudante deverá observar qual a peça de resposta adequada, e se assegurar dos 
fundamentos jurídicos que permitam a liberação dos valores bloqueados/penhorados. 
 
 
Nesta seção é importante observar que o cerne do descontentamento 
do Sr. Allan é o bloqueio de sua verba salarial, ou seja, não há alegação 
de ilegitimidade, excesso de execução ou outras, mas apenas a 
confirmação da natureza alimentar dos valores penhorados. 
 
PONTO DE ATENÇÃO 
Vamos peticionar!

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