Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Indicadores I nd i cado res de saúde são med idas (proporções, taxas, razões) que procuram sintetizar o efeito de determinantes de natureza diversa (sociais, econômicos, ambientais, biológicos, etc), sobre o estado de saúde de uma determinada população. Indicadores - OMS Objetivos da quantificação de variáveis epidemiológicas: Prover dados necessários ao planejamento e avaliação dos serviços de saúde Identificar os fatores determinantes das doenças e permitir sua prevenção Avaliar os métodos usados no controle das doenças, ou seja, avaliar se foram efetivos para promoção da saúde Descrever as histórias das doenças e classificá-las Colocar à disposição do homem conhecimento e tecnologia, que possam promover a saúde individual através de medida de alcance coletivo Sem indicadores não tem como o gestor tomar as decisões em questão de saúde. Por meio dos indicadores pode priorizar os serviços que mais geram doenças e mortes em uma determinada população. Sendo assim, são ferramentas que dão condições de quantif icar doenças em determinado território para propor medidas de controle afim de diminuir os índices de mortalidade em determinada população. Requisitos necessários de indicadores de saúde Disponibilidade de dados Simplicidade técnica que permita rápido manejo e fácil entendimento, ou seja, deve ter condições de fazer o cálculo do indicador tem que ser fácil, podendo ser feito de qualquer lugar, deve ser entendido, para evitar possíveis erros de avaliação Uniformidade Sinteticidade, de modo a poder abranger o efeito do maior número possível de fatores que influem no estado de saúde das coletividades P o d e r d i s c r i m i n a t ó r i o q u e p e r m i t a comparações inter-regionais e internacionais. Mínimo de sistema de informação instalado para consegui calcular os indicadores Diversas variáveis (educação, cultura, serviços de saúde, qualidade de assistência de serviços de saúde) em um simples cálculo Requisitos mínimos necessários para que se tenha um bom indicador de saúde Indicadores globais Coeficiente de mortalidade geral Índice de Swaroop e Uemura (razão de mortalidade proporcional) Esperança de vida Coeficiente de mortalidade Razão entre o número de óbitos e a quantidade de pessoa-tempo de exposição, acumulada pela população exposta ao risco de morrer A mortalidade tem seus cálculos conforme a incidência por ser sempre um evento novo Coeficiente (ou taxa) de mortalidade geral (CMG) É calculado dividindo-se o número de óbitos por todas as causas (m), em um determinado período de tempo pela população ajustada para o meio do período relativo a determinada área (P). O valor final é multiplicado por um múltiplo de dez (k), o qual é a base de referência do denominados do coeficiente, isto é os habitantes. Cada membro da população dentro do território está contribuindo com um ano de experiência à amostra, sendo assim o número da população é o número da população para o estudo. Comparando taxas de mortalidade geral Nessa primeira avaliação sem fazer o ajustamento desses dados, a taxa de mortalidade nos EUA é maior pois o CMG é de 7,99. No entanto, antes de realizar essa informação é necessário uma outra avaliação, uma vez que o CMG sofre uma influência muito grande da estrutura etária da população. Em todas as faixas etárias o risco de óbito é muito superior no Brasil, exceto de 75 anos ou mais. Até aproximadamente os 44 anos a proporção de pessoas nas idades mais jovens é superior no Brasil quando comparado aos EUA, sendo as idades superiores maiores no EUA, ou seja, a população do Brasil é mais jovem nos EUA. Demonstra o total da população por faixa etária e o total de óbitos por faixa etária, fazendo cálculo de mortalidade específica por faixa etária. Para todas as faixas etárias a dos EUA é inferior ao Brasil, mas no geral é maior do que no Brasil, essa diferença é atribuída à estrutura etária dos EUA ser diferente do Brasil. O esperado é que o óbito aconteça em idades mais avançadas e a população dos EUA possui uma população mais envelhecida do que no Brasil, sendo o risco de óbito nos EUA é maior por existir uma população mais enve lhec i da sendo os va l o res sem comparação maiores. No entanto, os valores podem ser comparados desde que seja feito um ajuste e eliminar a influência da estrutura etária na avaliação dos dados. Brasil - 2010 EUA - 2010 1.132.980 óbitos registrados 2.468.309 óbitos registrados 190.755.799 habitantes (população estimada) 308.745.538 habitantes (população estimada) CMG = 5,94 óbitos por 1.000 habitantes-ano CMG = 7,99 óbitos por 1.000 habitantes-ano Aqui tem-se o condensamento das faixas etárias e a taxa de mortalidade específica de cada país e terá condições de ser feito o ajustamento. Ajustamento simples Definir uma população padrão a qual será a população de comparação. Sendo assim, à população do Brasil, vai aplicar a taxa de mortalidade que está sendo demonstrada dos EUA. Padronização de taxas Método direto Padrão: população -> pesos = proporções de indivíduos em cada faixa etária Óbitos esperados -> produto dos coeficientes especí f icos por fa ixas etár ias pe los contingentes populacionais de cada faixa da população padrão Os pesos das proporções que existem entre as faixas etárias se igualem. Os óbitos esperados que possuem r i sco pa ra determinada faixa etária vai ser aplicado a uma população padrão e observar o que poderia esperar de óbito se fosse mantida aquela taxa àquele número de população padrão. Sendo assim, se a população dos EUA fosse idêntica à população do Brasil, qual seria o novo número de óbitos se fosse mantido a mesma taxa de mortalidade para a população. CMG padronizado, EUA (2010) 1.055.610,6 óbitos esperados 190.755.799 habitantes-ano 5,53 óbitos por 1.000 habitantes-ano Assim, dentro da padronização de taxas, observou-se que a população padrão do Brasil em 2010, o CMG dos EUA padronizado é de 5,53 óbitos por 1.000 habitantes-ano e o CMG do Brasil padronizado é de 5,94 óbitos por 1.000 habitantes-ano, agora pode ser comparado sendo que após a padronização é observado que o risco de óbito é superior no Brasil. Sendo assim, anteriormente acreditava-se que a CMG era maior muito nos EUA, mas ajustando as taxas e tirando o efeito da estrutura etária, observa-se que o risco de óbito é maior no brasil Proporção de óbitos segundo causa Avaliação simples levando em consideração a causa básica do óbito, dentro da declaração de óbito tem um campo que é a causa de óbito a qual é essencial para a avaliação de políticas públicas e alojamento de recursos, pois ela serve como base no coletivo para que seja feita a avaliação das condições de saúde da população e a partir disso, feita avaliação das políticas públicas. O primeiro campo é a doença que levou diretamente ao óbito e o segundo são os fatores que contribuíram para o óbito. A causa básica de óbito está justamente no evento que iniciou toda a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram a pessoa ao óbito. Proporção simples de um universo de todos os óbitos ocorridos em uma população, escolher uma causa e observar o quanto essa causa representa quando comparada às demais. Causa básica do óbito (Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português) a) A doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte b) As circunstâncias da lesão ou acidente que produziram a lesão fatal (WHO, 1993) my = causa específica de morte M = todos os óbitos k = constante Dessa forma, foi observado que há uma forma de morrer diferente entre os sexos sendo necessário promover condutas e buscar atenção à saúde diferenciada em relação aos sexos. Nessa outra comparação, observa que com o passar do tempo ocorre diminuição na ocorrência de mortalidadepor doenças infecciosas, ou seja, diminuição da proporção e a forma como essas doenças acometem a população. Observa a taxa de mortalidade por doenças infecciosas por regiões do Brasil e observa uma queda com o passar do tempo em todas as regiões, principalmente na região norte, sendo uma forma de avaliar a qualidade de assistência à saúde. É um fator que não deveria existir, sendo uma doença de fácil prevenção (hidratação). Assim, é observado que em regiões que possuem melhores condições socioeconômicas, são as que apresentam menor índice de mortalidade por essa doença, sendo ela intimamente ligada a condições de vulnerabilidade da população. Mortalidade proporcional por causas mal definidas Quanto maior a proporção de causas mal definidas dentro de um agrupamento populacional, menor é a qualidade do serviço de atendimento e menos qualificada é a equipe de saúde, ou seja, o serviço não teve suporte, o profissional não teve condições de fazer o diagnóstico em relação ao óbito seja p o r e s t r u t u r a o u f a l t a d e p r e p a r o , condicionamento e treinamento. Percentual de óbitos por causas mal definidas, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Os óbi tos por causas mal def in idas correspondem ao capítulo XVII da CID-10: “Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório não classificados em outra parte” (códigos R00 a R99) Avalia o grau de qualidade da informação sobre causas de morte. Percentuais elevados sugerem deficiências na declaração das causas de morte. A frequência de causas mal definidas é condicionada pela disponibilidade de recursos méd ico-ass is tenc ia is , inc lus ive para diagnóstico. O emprego de expressões ou termos imprecisos prejudica a identificação da causa básica da morte, contribuindo para o aumento dos óbitos codificados no capítulo de causas mal definidas. Dentro das limitações do instrumento de mortalidade proporcional por causas mal definidas, tem-se que as bases de dados nacionais sobre mortalidade apresentam cobertura insatisfatória em muitos municípios do país, havendo expressiva subenumeração de óbitos nas regiões norte e nordeste. A proporção de causas mal definidas tende a estar subestimada em áreas com baixa cobertura de informação sobre mortalidade. Essas áreas costumam apresentar condições assistenciais insatisfatórias, com prejuízo para a identificação das causas de morte. Com os passar dos anos é observada melhora da qualidade da informação, já que os índices de informações de causas mal definidas vem diminuindo com o passar do ano, tendo melhor da oferta de serviços médicos assistenciais. A esperança de vida é uma estimativa do risco de sobrevivência de uma determinada pessoa ao nascer hoje e essa avaliação é feita por faixa etária e observação de morte que atingem cada faixa etária. Importância da esperança de vida para principalmente para fornecer às pessoas a aposentadoria, acesso aos serviços de saúde de alta complexidade, com o avançar da expectativa de vida é necessário observar se está sendo com qualidade de vida. Indicador de Swaroop e Uemura ou razão de mortalidade proporcional (RMP) Mortalidade com 50 anos ou mais de idade RMP = M≥50 / MT 1º nível (RMP ≥ 75): países onde 75% ou mais da população morre com 50 anos ou mais de idade, típico de países desenvolvidos 2º nível (RMP entre 50% e 74%): países com certo desenvolvimento econômico e regular organização dos serviços de saúde 3º nível (RMP entre 25% e 49%): países em estágio atrasado de desenvolvimento das questões econômicas e de saúde 4º nível (RMP < 25): países ou regiões onde 75% ou mais dos óbitos ocorrem em pessoas com menos de 50 anos, característico de alto grau de subdesenvolvimento Demonstra a qualidade de saúde, econômica e social de um determinado território levando em consideração a idade de morte de determinada população. Leva em consideração não apenas os ≥ 50 anos, mas também outras 5 faixas etárias de avaliação - < 1 ano de idade, 1 a 4 anos, 5 a 19 anos, 20 a 49 anos e ≥ 50 anos. Sendo estimada a mortalidade proporcional por idade. Essa avaliação terá alguns desenhos: curva em N, curva em L, curva em U e curva em J, sendo cada uma dessas curvas com uma caracterização em relação às condições daquela população sendo condições muito baixas, baixas, regulares e elevadas. Indicadores específicos Coeficiente de mortalidade infantil Mortalidade materna Mortalidade por doenças trasmissíveis Outros: sexo, idade e causa (agravo à saúde, doença ou morte) ou quaisquer outras variáveis de interesse Conceitos importantes S ã o c o n c e i t o s i m p o r t a n t e s p a r a o entendimento e cálculo da mortalidade infantil e a razão de mortalidade materna os quais são considerados um dos mais importantes indicadores de saúde e além disso, são utilizados como indicadores globais para avaliação em saúde, acompanhamento da qualidade de vida em determinados territórios. Óbito fetal “É a morte de um produto de concepção antes da expulsão ou extração do corpo da mãe, independente da duração da gravidez. A morte do feto é caracterizada pela inexistência, depois da separação, de qualquer sinal descrito para o nascido vivo” (OMS). Nascido vivo "É a expulsão ou extração completa de um produto de concepção do corpo materno, independentemente da duração da gravidez, o qual, depois da separação, respire ou dê qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não, desprendida a placenta." (OMS) Isso é importante, pois o denominador do indicador de mortalidade infantil, depende diretamente da caractezicação adequada entre óbito fetal e nascido vivo. Aborto e natimorto Até a 22ª semana é caracterizado como aborto levando em consideração peso e tamanho do feto de acordo com a OMS, após esse prazo é considerado natimorto ou perda fetal ou óbito fetal. Isso é muito importante, pois há outro indicador que é o indicador de mortalidade perinatal o qual exclui todos os abortos dos cálculos. O indicador perinatal é essencial para o atendimento pré-natal. Óbitos infantis Quando nasce vivo (apresenta sinais de vida), nem que seja por alguns segundos. A partir disso, caracteriza-se os óbitos infantis. Neonatal precoce - 0 a 6 dias Neonatal tardio - 7 a 27 dias Pós neonatal - 28 a 364 dias (1 ano completo) As mortes neonatais estão mais relacionadas às questões l igadas à gestação, ao atendimento à mulher no período pré e pós parto e também ligados a problemas genéticos que a criança pode ter tido durante o desenvolvimento intrauterino. Sendo assim, é necessário um atendimento eficaz à gestante durante a gravidez, no momento do parto e à criança, sendo esses indicadores um grande demonstrador desses aspectos. No pós neonatal precoce já são questões do território dessa criança, do atendimento no território, condições de vida, alimentação, acesso aos serviços de saúde, exposição a doenças infectoparasitárias, acesso à vacinação. Período perinatal Desde o momento onde a criança não é mais caracterizada como aborto sendo da 22ª semana ao 6º dia de vida, sendo englobados nascidos mortos e nascidos vivos que morreram até o 6º dia de vida. Esse período é importante para analisar o acesso da gestante aos serviços de saúde quanto a qualidade de atendimento da gestante, qualidade do acesso de serviço de urgência e emergência e atendimento ao parto. Utilizado para cálculos de indicadores relacionados a esse período. Declaração de óbito Esses termos são essenciais para os cálculos dos indicadores de saúde, mas também para a declaração de óbito, pois a resolução e promoção da saúde pública é bem feita quando há registros de declaraçõesde óbito bem feitas. Bloco I - Identificação Este bloco se destina a colher informações gerais sobre a identidade do falecido do país. Emissão obrigatória da DO feral a partir da 20ª semana de gestação. Definição de óbito fetal a partir de 22ª semana de gestação. Dentro do cálculo dos indicadores de mortalidade fetal, infantil e perinatal, tem-se uma relação muito próxima desses valores e se relacionarão intimamente para produzir indicadores. Taxa ou coeficiente de mortalidade infantil (TMI) Coef i c ien te ma is impor tan te , sendo coeficientes por serem duas grandezas diferentes, todo indicador deve ser de acesso fácil aos dados, cálculos simples, uniforme, deve dar o poder de fazer diversas observações com esse simples cálculo. Taxa utilizada em todo o mundo Componentes da mortalidade infantil Mortalidade infantil neonatal (podendo fazer o cálculo do precoce ou tardio) e pós-neonatal, utilizam no denominador o número de óbitos de cada um desses períodos Componentes infantis podem ser expressos como proporções ou taxas onde o numerador são óbitos por componente etário e o denominador são, respectivamente, todos os óbitos infantis (proporções) e total de nascidos vivos (taxas). Somatória entre as mortalidades neonatal precoce, neonatal tardio e pós-natal tem-se a mortalidade infantil. De 1990 a 2011 teve uma melhora quando ao indicador de mortalidade infantil, atribuído a diversas causas, sendo que nesse período o Brasil teve uma melhora nas questões socioeconômicas, melhorando as questões ligadas à pobreza e que estavam abaixo da linha da miséria, tendo um contigente de pessoas muito grande com acesso a renda mínima, alimentação mínima, acesso mínimo ao serviço de saúde (abertura de várias unidades de saúde territorializadas, em que deixa de haver o atendimento restrito ao ambiente hospitalar para um mais próximo da residência com acompanhamento), programas de alimentação e nutrição básica, programas de educação quanto ao aleitamento materno, tudo isso associado a políticas de governo advindas de pactos internacionais. Como exposto no gráfico a região Sul é a que mais possui acesso a educação, saúde, alimentação entre outros fatores e sempre teve sua taxa de mortalidade infantil menor, inclusive desde 1990, principalmente quando comparado ao nordeste. Todas essas mudanças impactam mais no período pós-neonatal do que no neonatal, pois são medidas que impactam crianças que ja saíram do hospital, estão sob o cuidado de suas mães em casa dentro do território. Brasil, até 1990, predominava o componente pós-neonatal. A ampliação do acesso a saneamento básico, a melhoria nas condições de vida da população e a queda da fecundidade são fatores relacionados com a diminuição da mortalidade no período pós- neonatal, principalmente decorrente de causas infecciosas A partir de 1990 predomina o componente neonatal, intimamente ligado à qualidade da atenção prestada durante o pré-natal, no parto e ao recém-nascido. A redução da taxa de fecundidade deve-se ao fato de a mulher prorrogar a idade em que terá o primeiro f i lho justamente devido à escolarização, planejamento, inserção no mercado de trabalho de forma mais efetiva, conhecimento sobre métodos contraceptivos, acessos dessas mulheres aos serviços de saúde, melhora de condições de vida, entre outros fatores. Período neonatal tardio é muito associado a doença genéticas, mas não tem condições de agir e intervir essas mortes, sendo doenças com menos condições de aporte. Os demais óbitos são evitáveis. Em Governador Valadares boa parte de todos os óbitos estão ligados ao componente pós- neonatal o qual está ligado às questões de doenças prevenidas, sendo esse aumento decorrente de doenças trasmissíveis. A sífilis congênita foi uma das maiores causadoras de morte em Governador Valadares, não deveria ter ocorrido, justamente por haver tratamento para sífilis de forma fácil. No Brasil como um todo, em 1990, tinha-se uma média em torno de 47 óbitos por 1000 nascidos vivos no Brasil, no ano 2000 passou a ter 27 e em torno de 2015 13,8. Em Governador Valadares, em 2020 tem média de 15 óbitos a cada mil nascidos vivos. Objetivos do milênio Essa melhora se dá em decorrência dos acordos realizados no ano 2000 em que para reduzir a mortalidade infantil, acabar com a fome e a miséria, melhorar a saúde das mulheres e gestantes Dentro dos objetivos do milênio, tem-se 3 componentes que impactam diretamente à mortalidade infantil, saúde da mulher e da criança. Todas as ações realizadas nesse período teve-se um fortalecimento das ações realizadas com a gestante como acesso mínimo durante o período pré-natal, acesso a exames básicos específicos, acesso a vitaminas, acesso a exames complementares, acompanhamento do peso, pressão arterial. Com isso, foi observada a redução da mortalidade infantil. Mas ainda tem condições de melhorar a mortalidade infantil. Panorama da mortalidade infantil e fetal Ainda pode-se melhorar bastante no acompanhamento pré-natal para evitar mortalidade infanti l e fetal. Aumentar condições de acesso às mulheres e crianças, capacitação e treinamento de profissionais, UTI neonatal, entre outros aspectos. O Brasil apresenta um grande potencial de redução quando comparado a outros países do mundo, principalmente se comparado ao Japão. Diante dessas perspectivas, fica evidenciado que são mortes que tem condições de serem evitadas sendo um problema na cadeia de atendimento ofertada à gestante e também à criança. Dentro das questões ligadas às políticas para redução da mortalidade infantil e até mesmo mortalidade materna tem-se que fazer uma vigilância muito forte aos motivos que levaram as crianças a morrerem para diminuir os índices de mortalidade infantil. Para isso, tem-se em todos os municípios brasileiros comitês de vigilância do óbito fetal e infantil os quais identificam e detectam causas para todo óbito infantil evitável. Se for em decorrência de ausência de atendimento da ESF, demora de atendimento, falta de medicação, entre outros fatores são avaliados por esse comitê. Assim, determina políticas públicas específicas para direcionar recursos e atendimento a essa população específica dentro do município, garantindo a tentativa de diminuir os óbitos de crianças. Dentro das questões atribuídas a uma avaliação pelo comitê de mortalidade infantil, vai desde ações de imunização a atenção ao parto, atenção à gestação, ações de diagnóstico e tratamento, entre outros. Proporções de óbitos infantis por causas evitáveis, Município do Rio de Janeiro, 2015 A falha no sistema de saúde que vai desde a falta de atenção profissional à falta de equipamentos para uma atenção adequada à saúde, não adianta uma equipe excelente sem estrutura adequada para atenção à população, assim como não adianta ter uma estrutura adequada com profissionais não capacitados, devendo haver um conjunto de ações para que haja efetividade na melhoria do sistema de saúde. Fatores biológicos, sociais, culturais e de falhas do sistema de saúde estão associados aos óbitos infantis. As intervenções dirigidas à sua redução dependem, portanto, de mudanças estruturais relacionadas às condições de vida da população, assim como de ações diretas definidas pelas políticas púbicas de saúde. Avanços significativos no início do período neonatal dependerão de intervenções essenciais para a mãe e o bebê, que devem ser implementadas antes, durante e imediatamente após o parto. Taxa ou coeficiente de mortalidade fetal Óbitos fetais são natimortos a partir da 22ª semana completa de gestação ou 154 dias ou fetos com peso igual ou superior a 500g ou estatura a partir de 25cm NM representam as perdas fetais com 22 ou mais semanas de gestação NV nascidos vivos Para efeito de comparação internacional a OMS / CID-10 utiliza a taxa de mortalidade fetal tardia, queconsidera os fetos acima de 28 semanas de gestação. Essa relação é feita para a promoção de políticas públicas, já que não adianta a redução da mortalidade infantil, mas alta mortalidade fetal. Taxa ou coeficiente de mortalidade perinatal Óbitos ocorridos no período perinatal: soma das perdas fetais com 22 ou mais semanas de gestação e os óbitos de nascidos vivos com idade entre 0 e 6 dias Esse indicador além de refletir sobre o atendimento da gestante, ainda aborda o atendimento pré-hospitalar da criança. NM representam as perdas fetais com 22 ou mais semanas de gestação NV nascidos vivos 1% 9% 11% 21% 12% 45% Por adequada atenção à gestação Por adequada atenção ao parto Por adequada atenção ao RN Por ações de diagnóstico e tratamento adequado Por ações de promoção vinculadas a ações de atenção Por ações de imunizações Morte materna “É a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devidas a causas acidentais ou incidentais” Causas maternas - “Todas as categorias incluídas no Capítulo XVGravidez, Parto e Puerpério-da CID-10, abrangendo inclusões e exclusões citadas, no início do capítulo. Óbito materno Por algumas complicações na gestação a mulher pode vir a falecer até 1 ano após o nascimento da criança e esses casos, denominados de morte materna tardia também são avaliados. 2 fatos dificultam o conhecimento da verdadeira intensidade das mortes maternas no Brasil: Subinformação - Mortes não inseridas no Sistema de informações sobre mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS) Subdeclaração - Preenchimento inadequado das causas de morte nas declarações de óbito (DO) pelos médicos, normalmente não é feito um estudo retrospectivo do atendimento àquela mulher dentro do ambiente hospitalar. Existem muitos estudo em cima do aborto ilegal em que ocorre morte de muitas mulheres, sendo uma forma de garimpar dados de óbito materno, sendo um ato médico. Causa materna declarada pelo médico no Atestado de Óbito, acredita-se não haver dúvida Uma só causa, geralmente terminal, no atestado de óbitos femininos, sugere fortemente complicações de causas maternas, como por exemplo, septicemia, hemorragia, crise convulsiva, entre outros “ M o r t e s m a t e r n a s p r e s u m í v e i s o u mascaradas” Causas mal definidas “Garimpar" mortes maternas entre os óbitos de mulheres em idade fértil Campo 37: Preenchimento obrigatório para óbitos de mulheres de 10 a 49 anos, já que essa é a idade fértil e identificar se é uma causa materna. 95% das mortes por causas maternas são consideradas evitáveis pela OMS, com o tratamento pré-natal, por exemplo. Rede cegonha - avaliação principalmente em saúde da mulher, dentro da saúde da família. Mortalidade de mulheres em idade fértil durante o ciclo gravídico-puerperal: da gestação ao puerpério Excluídas as mortes por causas maternas ocorridas entre 43 dias e um ano após o parto, as chamadas mortes maternas tardias, e as sequelas de causa materna, ocorridas mais de um ano após o parto, mas cuja causa básica era uma causa materna. Utiliza-se do período de 42 dias para fazer o cálculo do indicados, por causas maternas. Após esses 42 dias até 1 ano que são óbitos em decorrência direta ou por sequelas deixadas pelo momento de atendimento do parto, bem como problemas cardiovasculares graves sendo considerada mortes maternas tardias, que mede a qualidade de acesso e assistência da mulher que teve sequelas do período gravídico. Razão de mortalidade materna (RMM) engloba justamente o período de gestação até os 42 dias maternos por causas maternos, sendo um indicador de saúde clássico e universal Capítulo XV: Causas obstétricas (exceto O96 e O97) - Diretas (OD): Aquelas própr ias ou específicas do ciclo gravídico-puerperal - Indiretas (OI): Não específicas da gravidez, parto ou puerpério, mas agravadas ou complicadas nesses períodos - Não especificada (NE) se OD ou OI -> (NE - Código O95) *Fora do Capítulo XV: Necrose pósparto da hipófise, osteomalácia puerperal, tétano obs té t r i co e t r ans to rnos men ta i s e comportamentais associados ao puerpério. Obs: HIV durante ciclo gravídico-puerperal - 42 dias -> Óbito materno (RIPSA) Razão da Mortalidade Materna por 100.000 nascidos vivos, Brasil, 1990-2013 Diminuição das mortes maternas durante o período analisado, demonstrando melhora da qualidade da assistência a mulher, à assistência do período gravídico e assistência no ambiente hospitalar. Objetivos do Milênio - ONU - 2000 Meta 2015 - 35 p/ 100.000 nascidos vivos O Brasil não conseguiu atingir a meta A tragédia da mortalidade materna vem atingindo menos mães a cada ano no Brasil, mas o ritmo de queda não será suficiente para que o país alcance até o fim do ano o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) neste quesito - e é mais lento do que seria possível e desejável, dizem especialistas. (Fonseca, 2012) Em 2015 tem-se a cobertura pré-natal de 91% das grávidas (em 2021 aumento um pouco) e 98% dos partos são realizados em hospitais. Cesárias anuais de 46,6%, sendo que na rede privada chega a 85%, no entanto a OMS recomenda apenas 15%. Violência do parto a qual é ocasionada pelo excesso de medicação, ocitocina para acelerar o parto; manobras obstétricas, não seguimento de protocolos obstétricos e equipe despreparada. Aborto inseguro que podem levar muitas mulheres a óbito e além disso, essas mulheres sofrem intensa discriminação no atendimento às mulheres que o praticam. Em decorrência dessa necessidade de avaliação quanto ao óbito, questões ligadas à subnotificação e ao mau registro dos óbitos principalmente na idade materna com a mortalidade infantil, tem-se os comitês de avaliação do óbito materno que faz avaliação dos óbitos no período gravídico quanto fazendo avaliação daquelas mortes, onde foi o erro, avaliar em que ponto ocorreu o erro, atendimento da mulher, fazendo uma busca 0 30 60 90 120 1990 2000 2010 para identificar o motivo da morte dessas mulheres. Além disso, avaliam a mortalidade de mulheres em idade fértil para fazer essa avaliação quanto a essa associação com o período gravídico. Razão de Mortalidade Materna segundo a idade da mãe de 2010 a 2015 Nesse gráfico é possível perceber que quanto maior a idade, maior o risco da mortalidade materna bem como nos menores de 20 anos, ou seja, em idades extremas as mulheres apresentam maiores chances de morte durante o parto. Mortalidade Materna Proporcional segundo o tipo de causa de 2010 a 2015 Boa parte das causas ligadas ao atendimento obstétrico direto indireto são os mais marcados. Destaque para transtornos hipertensivos e edemas por porteinúria durante o período gravídico sendo em torno de 21%, a segunda é ligado as questões de complicação e trabalho de parto e em terceiro questões ligadas ao puerpério. Avaliação da pressão arterial da mulher grávida em ESF é de extrema importância. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 2015 A nova Estratégia Global para a Saúde das mulheres, crianças e adolescentes”, lançadas pelo secretário-geral das Nações Unidas em setembro de 2015, tem como objetivo ajudar a alcançar a meta ambiciosa de reduzir a mortalidade materna para pelo menos 70 por 100 mil nascidos vivos e a mortalidade neonatal para menos de 12 por mil nascidos vivos no mundo, como previstos nos (ODS). No caso do Brasil, a meta para 2030 é reduzir a mortalidade materna para aproximadamente 20 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. Morte Fetal - Morte “invisível" The Every Newborn Action Plan Reduzir a taxa de mortalidade fetal para menos de 12 por 1.000 nascimentos, em cada país, em 2030. Muitas mortalidadesocorre por fator genético, sendo assim, deve-se evitar que as mortes ocorram por falta de cuidado com a gestante, mantendo apenas as normalidades quanto ao fator genético.
Compartilhar