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Revisão MA 11 - Avaliação 2 Geraldo Lúcio Diniz geraldo@ufmt.br Cuiabá/MT, 15 de Junho de 2013 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [1] Resumo Revisão de conteúdo para a segunda avaliação da disciplina MA 11, relativa aos conteúdos desta avaliação. Serão destacados os principais conceitos, bem como teoremas importantes e algumas aplicações. Além disso, serão apresentadas algumas demonstrações que auxiliam na fixação dos conceitos mais importantes. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [2] Conteúdos para a revisão: – Função quadrática. – Funções polinomiais. – Função exponencial. – Função inversa. – Função logaŕıtmica. – Funções trigonométricas. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [3] Função quadrática 1. Definição e preliminares: – Uma função f : R −→ R é denominada quadrática quando existem números reais a, b e c, com a �= 0, tais que f(x) = ax2 + bx + c, ∀ x ∈ R. – Os coeficientes a, b e c ficam unicamente determinados pelos valores que essa função assume para três valores distintos de x. – Se duas funções quadráticas assumem os mesmos valores em 3 pontos distintos, então essas funções são iguais. – Dados 3 números reais distintos x1, x2 e x3 e números reais arbitrários y1, y2 e y3, existe um, e somente um, terno de números a, b e c, tais que a função f(x) = ax2 + bx + c cumpre a condição f(x1) = y1, f(x2) = y2 e f(x3) = y3. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [4] 2. Condição de colinearidade: – Se A = (x1, y1), B = (x2, y2) e C = (x3, y3) são três pontos distintos de R 2. A condição necessária e suficiente para que estes pontos sejam colineares, conforme apresentado na maioria dos textos escolares, é que seja nulo o determinante dado por:∣∣∣∣∣∣ x1 y1 1 x2 y2 1 x3 y3 1 ∣∣∣∣∣∣ = 0 No entanto, ao desenvolver esse determinante, se chega a seguinte condição: y2 − y1 x2 − x1 = y3 − y1 x3 − x1 (1) Uma condição mais simples para se testar a colinearidade, sem o uso do determinante, e que também permite verificar quando os 3 pontos determinam uma função quadrática. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [5] 3. A forma canônica do trinômio: A função quadrática possui alguns elementos importantes para a construção de sua representação gráfica, como por exemplo, suas ráızes, que podem ser determinadas pela equivalência das formas: ax2 + bx+ c = a [( x+ b 2a )2 + 4ac− b2 4a2 ] (2) O termo do lado direito da igualdade é denominado forma canônica, através dela é posśıvel determinar as ráızes de uma função quadrática, se existirem. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [6] 4. Gráfico da função quadrática: eixo diretriz F V P QD x y Figura 1: Parábola dada por y = ax2 + bx+ c UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [7] Propriedade da parábola Uma superf́ıcie de grande utilidade é obtida através do giro de uma parábola em torno de seu eixo, denominada parabolóide de revolução ou superf́ıcie parabólica, cuja fama remonta desde a antiguidade. Na essência, muitos aparatos tecnológicos utilizam o prinćıpio matemático segundo o qual os raios (ondas de luz, calor, rádio ou de outra natureza), quando refletidos numa superf́ıcie parabólica, concentram-se no seu foco. A propriedade geométrica destas superf́ıcie se baseiam no simples prinćıpio de que o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão. Com isso, é posśıvel mostrar matematicamente que todos os raios incidentes convergem para um único ponto, neste caso o foco da parábola. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [8] Caracterização das funções quadráticas Teorema 1. Para que uma função cont́ınua f : R → R seja quadrática é necessário e suficiente que toda progressão aritmética não constante x1, x2, · · · , xn, · · · seja transformada por f numa progressão aritmética de segunda ordem não degenerada y1 = f(x1), y2 = f(x2), · · · , yn = f(xn), · · · Obs.: Por progressão aritmética de segunda ordem não degenerada, entende- se aquela cujas diferenças dos termos consecutivos formam uma progressão aritmética de razão não nula. Problema: Cavar um buraco retangular com um metro de largura, cujo volume seja 300m3. Sabendo que cada metro quadrado de área cavada custa R$ 10,00 e cada metro de profundidade custa R$ 30,00, determine as dimensões do buraco para que seu custo seja ḿınimo. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [9] Funções polinomiais Definição 1. Uma função p : R → R é dita polinomial quando existem números a0, a1, · · · , an tais que, ∀ x ∈ R se tem p(x) = n∑ i=0 aix i (3) Se an �= 0, então p tem grau n. Propriedades: 1. A soma e o produto de funções polinomiais são funções polinomiais. Um caso interessante é o produto (x − a)(xn−1 + axn−2 + · · · + an−2x + an−1) = xn − an. Neste caso, dizemos que xn − an é diviśıvel por x − a. 2. α é uma raiz de p(x), quando p(α) = 0. Assim, α é raiz de p(x) ⇔ p(x) é diviśıvel por x − α. Portanto, uma função polinomial de grau n não pode ter mais do que n ráızes. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [10] 3. Uma função polinomial de grau n fica unicamente determinada quando se conhece os valores que ela assume para n + 1 números reais distintos. Uma maneira prática de se obter a função polinomial determinada pelo conjunto de n + 1 pares ordenados {(x0, y0), · · · , (xn, yn)} é usando a fórmula de interpolação de Lagrange dada por p(x) = n∑ i=0 yi ∏ k �=i ( x − xk xi − xk ) 4. Se o grau de p(x) é maior que o grau de q(x), então ∀ x com valor absoluto suficientemente grande se tem que |p(x)| > |q(x)|. 5. Se p(x1)·p(x2) < 0, então necessariamente existe uma raiz ς de p(x) tal que x1 < ς < x2. Uma maneira eficiente para obter aproximações sucessivas da raiz de polinômios é o método de Newton, dado por xn+1 = xn − p(xn) p′(xn) . Exerćıcio: Obtenha p(x) de menor grau, tal que p(1) = 2, p(2) = 1, p(3) = 4 e p(4) = 3. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [11] Função exponencial Quando trabalhamos com a função afim, a propriedade fundamental era que a variação da função afim f : R → R de f(x) até f(x + h), dependia apenas de h. Agora, trataremos de funções onde a razão f(x + h) − f(x) f(x) depende apenas de h. Problemas envolvendo situações deste tipo ocorrem nas mais variadas áreas do conhecimento, tais como: Medicina (absorção de drogas), Engenharia Nuclear (decaimento radioativo), Biologia (dinâmica populacional), Economia (aplicações de capital a juros fixos), entre outras. Essencialmente, é preciso caracterizar funções f : R → R que possam ser representadas na forma f(x) = b ax, para a e b números reais fixados. Para entender as funções que se comportam desta forma é necessário relembrar algumas propriedades da potenciação, tais como: a0 = 1; am · an = am+n e amn = n√am. Lema 1. Dado um número real positivo a �= 1, em todo intervalo de R+ existe alguma potência ar, com r ∈ Q. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [12] Definição 2. Seja a um número real positivo, distinto de 1. A função exponencial de base a, f : R → R, indicada pela notação f(x) = ax, é aquela que satisfaz as propriedades seguir, quaisquer que sejam x, y ∈ R. i. ax · ay = ax+y; ii. a1 = a; iii. x < y ⇒ ax < ay, quando a > 1; x < y ⇒ ax > ay, quando 0 < a < 1. Obs.: Cabe observar que qualquer função real que goze da primeira propriedade acima, só assume o valor 0, se for identicamente nula e a terceira propriedade diz que f é crescente para a > 1 e decrescente para 0 < a < 1. Outras propriedades da função exponencial 1. A função f : R → R+, definida por f(x) = ax é ilimitada superiormente. 2. A funçãoexponencial é cont́ınua, ou seja, dado x0 ∈ R é posśıvel obter |ax − ax0| tão pequeno quanto se queira. 3. A função exponencial f : R → R+, a �= 1 é sobrejetiva. Obs.: Pela monotonicidade, toda função exponencial é injetiva (Prove!). UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [13] Teorema 2 (Caracterização da função exponencial). Seja f : R → R+ uma função monótona injetiva (crescente ou decrescente), então são equivalentes 1. f(nx) = f(x)n, para todo n ∈ Z e todo x ∈ R; 2. f(x) = ax para todo x ∈ R, onde a = f(1); 3. f(x + y) = f(x) · f(y), quaisquer que sejam x, y ∈ R. Progressões e funções exponenciais Seja f : R → R, f(x) = bax, uma função do tipo exponencial. Se x1, x2, · · · , xn, · · · é uma progressão aritmética de razão h, ou seja, xn+1 = xn + h, então os valores f(x1), f(x2), · · · , f(xn), · · · formam uma progressão geométrica de razão ah. Teorema 3. Seja f : R → R+ uma função monótona injetiva (crescente ou decrescente) que transforma toda progressão aritmética em progressão geométrica, então se 0 �= b = f(0) e a = f(1) f(0) , então f(x) = bax. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [14] Função inversa Definição 3. Uma função g : Y → X é dita a inversa de f : X → Y quando g(f(x)) = x e f(g(y)) = y, quaisquer que sejam x ∈ X e y ∈ Y . Obs.: 1. Se g(f(x)) = x, ∀ x ∈ X, então f é injetiva. 2. Por outro lado, se f(g(y)) = y, ∀ y ∈ Y , então f é sobrejetiva. Portanto, uma função f possui inversa quando é biuńıvoca, ou seja, f tem inversa se, e só se, f é injetiva e sobrejetiva. Uma propriedade geométrica da função inversa de f é que seu gráfico G′ é simétrico ao gráfico G de f em relação a diagonal ∆ do primeiro e terceiro quadrantes de R2. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [15] Propriedade geométrica da função inversa G G’ ∆ Y X Figura 2: Condição de simetria da função inversa. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [16] Função logaŕıtmica Do fato ja visto que para todo número real positivo a �= 1, a função exponencial f : R → R+, f(x) = ax, é uma correspondência biuńıvoca entre R e R+, crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1, com a propriedade adiconal f(x + y) = f(x) · f(y). Logo, f possui função inversa. Definição 4. A inversa da função exponencial de base a é a função loga : R + → R que associa a cada número real positivo x o número loga x, denominado logaŕıtmo de x na base a. Assim, pela definição de função inversa se tem que aloga x = x e loga(a x) = x. Donde, y = loga x ⇔ ay = x. Além disso, da propriedade au · av = au+v segue que loga(xy) = loga x+ loga y, para x e y positivos quaisquer. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [17] Propriedades da função logaŕıtmica 1. A função loga : R + → R é crescente quando a > 1 e decrescente quando 0 < a < 1. 2. Como a0 = 1, então loga 1 = 0. 3. Sendo loga x crescente quando a > 1 e loga 1 = 0, então para a > 1 se tem que loga x < 0, ∀ 0 < x < 1 e loga x > 0, ∀ x > 1. 4. Se 0 < a < 1, então loga x > 0, ∀ 0 < x < 1 e loga x < 0, ∀ x > 1. 5. loga x = loga b · logb x é a chamada fórmula de mudança de base. Isto implica que duas funções logaŕıtmicas quaisquer diferem por um fator constante. 6. Como loga : R + → R é uma correspondência biuńıvoca, portanto sobrejetiva, então y = loga x é ilimitada superiormente e inferiormente. 7. Ao contrário da função exponencial ax que cresce rapidamente quando a > 1, a função loga x cresce lentamente, o que pode ser notado pela figura 3(b) a seguir. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [18] Gráficos comparativos da função logaŕıtmica y = log a x, a > 1 y x y = log a x, a < 1 (a) Gráficos de loga x, x > 0 y = ax ∆ y = log a x y x (b) Gráficos de ax e loga x, a > 1. Figura 3: Comparação gráfica da função logaŕıtmica. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [19] Caracterização da função logaŕıtmica Teorema 4. Seja f : R+ → R uma função monótona injetiva (crescente ou decrescente), tal que f(xy) = f(x) + f(y), para quaisquer x, y ∈ R. Então, existe a > 0 tal que f(x) = loga x, ∀ x ∈ R+. y = 1 x y x1 x=e Área = 1 Figura 4: Definição do número e. Definição 5. Pelo teorema da caracterização das funções logaŕıtmicas, existe um número real denotado por e | f(x) = loge x, ∀x ∈ R+ e denominamos ln x de logaŕıtmo natural de x. O número e é caracterizado pela propriedade geométrica (cf. figura 4) cuja área de He1 = 1, ou seja, ln e = 1. O número e é irracional e pode ser aproximado, por falta, pela sequência de racionais ( 1 + 1n )n . UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [20] Função exponencial de base e Considerando a definição do número e, base dos logaŕıtmos naturais, como sendo o único número real positivo tal que a área da faixa de hipérbole He1 é igual a 1 e pelo fato do número e ser o limite da sequência ( 1 + 1n )n . Então Definição 6. A função exponencial x �→ ex, de base e, pode ser definida por meio do limite ex = lim n→∞ ( 1 + x n )n , ou então, geometricamente, pelo fato de que y = ex é o único número real positivo tal que a área da faixa de hipérbole Hy1 é igual a x. Obs.: As funções do tipo exponencial f(x) = bex, surgem em vários fenômenos naturais onde se tem variação cont́ınua, por isso é a que mais se aplica para representar fenômenos naturais, tais como decaimento radioativo, resfriamento de um corpo, ou rendimento de capital. UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [21] Propriedade da função ex A taxa de crescimento de uma função f no intervalo de extremidades x+ h e x é, por definição, o quociente f(x+ h)− f(x) h e chama-se derivada da função f ao limite da taxa f(x+ h)− f(x) h , quando h → 0, isto é, a taxa de variação instantânea. No caso da função do tipo exponencial y = beαx se tem que f(x+ h)− f(x) h = beαx eαh h = f(x) eαh h , ou seja, a taxa de crescimento de uma função do tipo exponencial é, em cada ponto x, proporcional ao valor da função naquele ponto, ou seja, se f(x) = beαx, então f ′(x) = αf(x), que decorre do fato que o limite lim h→0 eh − 1 h = 1 (Prove!) UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [22] Funções trigonométricas As funções trigonométricas constituem um importante tema da Matemática, principalmente pela sua utilidade no dia a dia, cujo ińıcio se deu na antiguidade devido ao interesse em relacionar o comprimento da corda de uma circunferência com o ângulo central por ela compreendido, surgindo a relação c = 2rsen ( α 2 ) , onde c é o comprimento da corda, α é o ângulo e r é o raio da circunferência. Inicialmente, a trigonometria servia para a resolução de triângulos, ou seja, conhecidos três de seus elementos sendo um deles um lado, obter os outros três. Só mais tarde, com a criação do Cálculo infinitesimal é que surgiu a necessidade de atribuir as noções de seno, cosseno e suas associadas tangente, cotangente, secante e cossecante o status de função real de variável real (ver figura 5). UFMT – 2013/1 Geraldo L. Diniz Revisão MA 11 - Avaliação 2 [23] Algumas identidades trigonométricas sen t E(0) = 1 E(t) t cos t sec t tan t cotan t cosec t1 −1 −1 Figura 5: Identificação das funções trigonométricas. 1. cos2 α + sen2α = 1; 2. cos(α + β) = cosα cos β − senαsenβ; 3. cos(α − β) = cosα cos β + senαsenβ 4. sen(α + β) = senα cos β − senβ cosα; 5. 1 − tan2 α 1 + tan2 α = cos 2α; 6. 2 tanα 1 + tan2 α = sen2α. 7. lei dos cossenos: a2 = b2 + c2 − 2bc cos  e demais correspondências; 8. lei dos senos: a sen = b senB̂ = c senĈ . UFMT – 2013/1
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