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ADAPTAÇÕES DO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR RESPOSTAS CELULARES AO ESTRESSE E AOS ESTIMULOS NOCIVOS As adaptações são respostas funcionais e estruturais reversíveis às alterações fisiológicas ou a alguns estímulos patológicos, durante as quais um novo estado de equilíbrio, alterado, é alcançando, permitindo a sobrevivência e a atividade funcional da célula. Etapas da resposta celular ao estresse e estímulos lesivos: Célula em homeostasia Encontro com um estresse fisiológico ou um estímulo patológico adaptação para preservar sua viabilidade e função capacidade adaptativa excedida ou se o estresse externo é inerentemente nocivo = lesão celular reversível: em alguns limites e retornam a um estado basal estável irreversível: estresse grave, persistente e início rápido morte celular: resultante de várias causas, incluindo isquemia, resultante de várias causas, incluindo isquemia Tipos de adaptação: Hipertrofia: aumento do tamanho das células Hiperplasia Atrofia Metaplasia Estresses e lesão afetam não apenas a morfologia, mas o estado funcional das células e tecidos Natureza dos estímulos nocivos e respostas: Estímulos fisiológicos alterados; alguns estímulos lesivos não letais Adaptações celulares Aumento da demanda, aumento do estímulo (p.ex.: fatores de crescimento, hormônios) Hiperplasia, hipertrofia Redução de nutrientes, redução do estímulo atrofia Irritação crônica (física ou química) Fornecimento reduzido de oxigênio; agressão química; infecção microbiana Metaplasia Lesão celular Aguda e transitória Lesão aguda reversível Tumefação celular ou esteatose Progressiva e intensa (incluindo dano ao DNA) Lesão irreversível – Morte celular Necrose Apoptose Alterações metabólicas, genéticas ou adquiridas; agressão crônica Acúmulos intracelulares; calcificação Lesão subletal cumulativa ao longo do tempo da vida Envelhecimento celular Adaptações do crescimento e diferenciação celulares: Alteração do volume celular Hipertrofia Atrofia Alteração da taxa de divisão celular Hiperplasia Hipoplasia Alteração do fenótipo Metaplasia Alteração do crescimento e diferenciação celular Neoplasia ADAPTAÇÕES CELULARES AO ESTRESSE As adaptações são alterações reversíveis em número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares em resposta às alterações no seu ambiente adaptações fisiológicas: representam respostas celulares à estimulação normal pelos hormônios ou mediadores químicos endógenos ex., o aumento da mama e do útero, induzido por hormônio, durante a gravidez adaptações patológicas: são respostas ao estresse que permitem às células modularem sua estrutura e função escapando, assim, da lesão Hipertrofia Aumento do tamanho das células = aumento do tamanho do órgão afetado. Síntese e incorporação de novos componentes estruturais intracelulares. Aumento quantitativo dos constituintes estruturais celulares com aumento volumétrico das células e dos órgãos atingidos Fisiológica: é causada pelo aumento da demanda funcional ou por fatores de crescimento ou estimulação hormonal específica. Musculatura uterina na gravidez (↑demanda funcional ou estimulação hormonal) Hipertrofia muscular esquelética Patológica: Hipertrofia miocárdica (hipertensão e estenose valvar) hipertrofia de musculatura lisa de órgãos ocos (bexiga – hipertrofia prostática). Consequências: pode progredir para lesão celular, caso o estresse não seja atenuado Hipoplasia Diminuição da população celular de um tecido, órgão ou parte do corpo, usualmente acompanhado de diminuição da função; Causas: defeitos na embriogênese (hipoplasia pulmonar, renal, etc.), defeito de destruição celular; Fisiológicas: involução do timo e das gônadas no climatério (replicação celular lenta); Patológicas: hipoplasia da medula óssea por agentes tóxicos ou infecções (AIDS, febre amarela, etc). Hiperplasia Aumento no número de células órgão ou tecido em resposta a um estimulo aumento da taxa de replicação celular estimulada por fatores de crescimento Ocorre simultaneamente com a hipertrofia e sempre em resposta ao mesmo estímulo Células com capacidade mitótica, biologicamente normais / resposta a estímulo sem perda morfofuncional / pode ocorrer com hipertrofia Fisiológica: Compensatória: cresce tecido residual após a remoção ou perda da porção de um órgão (nefrectomia, hepatectomia), Hormonal: útero na gravidez, mama na lactação e puberdade Patológica: estimulação hormonal excessiva – estrógeno com hiperplasia endometrial. TSH- hiperplasia tireoidiana, hiperplasia fibrosa inflamatória oral A, várias pregas de tecido hiperplásico no vestíbulo maxilar B, prótese mal adaptada se ajusta na fissura entre duas das pregas O processo hiperplásico permanece controlado, se os sinais que a iniciam cessam, a hiperplasia desaparece. É essa sensibilidade aos mecanismos de controle de regulação normal que diferencia as hiperplasias patológicas benignas das do câncer, no qual os mecanismos de controle do crescimento tornam-se desregulados ou ineficazes Possibilidade da hiperplasia patológica constitui um solo fértil no qual o câncer pode surgir posteriormente Atrofia Redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares com diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos; Mecanismo: redução do anabolismo celular /e aumento catabólico, ou seja, combinação de síntese proteica diminuída e degradação proteica aumentada nas células Fisiológicas – processo de involução; Patológicas: inanição, desuso, compressão, obstrução vascular, substâncias tóxicas, hormonal, inervação. Metaplasia Diferenciação de um tipo de célula adulta e madura em outro tipo celular adulto uma célula sensível a determinado estresse é substituída por outro tipo celular mais capaz de suportar o ambiente hostil Causas: agressão mecânica, térmicas, química, inflamações crônicas (Próteses, fumo, etc) Embora o epitélio escamoso metaplásico possua vantagens de sobrevivência, importantes mecanismos de proteção são perdidos irritação crônica ---> Tecido mais resistente as influências que induzem a transformação metaplásicas, se persistirem, podem predispor à transformação maligna do epitélio Entendendo melhor: é alteração do fenótipo em células diferenciadas, sempre em resposta a irritação crônica que torna as células mais capazes de suportar o estresse; geralmente induzida por via de diferenciação alterada das células-tronco nos tecidos; pode resultar em redução das funções ou tendência aumentada para transformação maligna. Displasia Conjunto de alterações no processo de proliferação e diferenciação celular, acompanhadas de redução ou perda da diferenciação celular, resultando em organização anormal do tecido; Exemplos: displasias epiteliais (ocorrem com graus variados de aumento da proliferação celular com distúrbio de maturação e atipias); Nem sempre progridem para câncer; Frequentemente originam-se de epitélios metaplásicos. Classificação: Polaridade, duplicação da camada basal, relação núcleo-citoplasma, projeções em gota, perda de estratificação, atividade mitótica, mitoses aberrantes, pleomorfismo celular, hipercromatismo nuclear, ceratinização individual Leve: duas alterações histológicas / camada basal Moderada: 2 a 4 alterações / basal – suprabasal Severa: 5 ou mais alterações Neoplasia Lesão constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes e proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células Taxa de proliferação: controle homeostático (normal) – Proliferação celular descontrolada; Reprodução: Aumentoda proliferação – perda da diferenciação; Autonomia de crescimento: perda dos mecanismos regulatórios de multiplicação/ Independente de estímulos fisiológicos Outros distúrbios AGENESIA: Anomalia congênita na qual um órgão ou uma parte dele não se forma; DISTROFIA: Desenvolvimento inadequado ou inesperado de um órgão, assim como qualquer alteração do estado nutricional de um indivíduo; ECTOPIA OU HETEROTOPIA: Presença de um tecido normal em localização anormal; HAMARTIAS: Crescimentos focais, excessivos, de um determinado tecido de um órgão; e quando formam tumores são chamados de hamartomas. .