Buscar

Questões Doenças (grandes) - 30 03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Nome: Maria Eduarda Azman Bertelli
RA: 210513 – Doenças Parasitárias 
1. Explique como ocorre a transmissão da babesiose e o ciclo reprodutivo do protozoário.
O principal vetor é o carrapato, mas também pode haver a transmissão via transplacentária ou através de equipamentos contaminados, como agulhas. Além de transmissão latrogênica (transfusão sanguínea). 
Ciclo de vida do protozoário: no carrapato, o ciclo de vida acontece de duas formas, que dependem da espécie de Babesia e da espécie do carrapato, sendo que estes podem albergar simultaneamente mais de uma espécie de Babesia. Nos carrapatos monóxenos (Boophilus microplus, Dermacentor nitens), que desenvolvem todo o seu ciclo em apenas um hospedeiro, há um tipo de desenvolvimento, e nos heteróxenos (Amblyomma sp. e Rhipicephalus sanguineus), que utilizam mais de um hospedeiro para fechar o ciclo, há outro. 
O ciclo nos monoxenos ocorre da seguinte forma: as babesias ingeridas pelos carrapatos penetram e se multiplicam nas células epiteliais do intestino, ali caem na hemocele, penetram os túbulos de Malpighi, nos ovários, e invadem os oócitos infectando os ovos. Nas larvas infectadas, as babesias se desenvolvem na hemocele ainda dentro do ovo, e posteriormente nos estádios de ninfa e adulto do carrapato migram para as glândulas salivares, onde continuam se multiplicando e são transmitidas aos hospedeiros definitivos. Assim, no ciclo dos monoxenos, a transmissão é transovariana, ou seja, de geração a geração. Nos heteroxenos, a transmissão é transestadial, isto é, de estádio a estádio do ciclo do carrapato. Se a ingestão de babesias ocorrer na fase de larva, as ninfas é que farão a transmissão para o animal, ou se a ingestão ocorrer na fase de ninfa, a fase adulta é que será a transmissora. A multiplicação das babesias nos vetores heteroxenos ocorre na hemocele, onde se reproduzem por divisão múltipla formando pseudocistos que podem abrigar até 200 microrganismos. Posteriormente, os pseudocistos se rompem e há invasão dos músculos do carrapato que permanecem inalterados até a próxima metamorfose, quando as babesias migram para as glândulas salivares. Nas glândulas salivares, elas continuam suas multiplicações por divisão binária, e aguardam serem inoculadas nos hospedeiros definitivos.
2. Quais são os sinais clínicos observados nesta enfermidade? Explique como ocorre a icterícia.
Os sinais clínicos da babesiose variam de acordo como a doença se manifesta no animal. Inicialmente, é uma doença silenciosa, e quando o criador percebe algum sintoma, o animal já está com um “estrago” muito grande. Os sinais costumam aparecer inicialmente como febre alta (em torno de 41ºC), que fica intermitente (sobe e desce). Depois, o animal começa a apresentar alteração de cor das mucosas, desde aparência pálida à ictérica, devido ao quadro de anemia bastante severo. Outro sinal interessante que acontece em quadros mais avançados da doença é a cólica recorrente, além do edema da parte mais distal dos membros. Em fase terminal, o animal pode apresentar o hábito de ficar a maior parte do dia em decúbito, devido ao grau de debilitação do animal.
Icterícia: a cor amarelada típica da icterícia é provocada pela deposição do pigmento biliar (bilirrubina) nos tecidos e sua identificação tem um importante significado clínico uma vez que reflete uma anormalidade na produção, metabolismo ou eliminação deste pigmento.
A bilirrubina é formada principalmente a partir da morte de glóbulos vermelhos presentes no sangue. Este processo de destruição ocorre nas células do baço, fígado e medula óssea. Em condição habitual praticamente toda bilirrubina produzida é levada para ao fígado pela corrente sanguínea e sua eliminação se dá para o intestino através das vias biliares, após o seu armazenamento na vesícula biliar. No entanto, quando ocorre alguma anormalidade em qualquer etapa deste processo, pode ocorrer o acúmulo dessa substância no corpo, provocando icterícia.
3. Quais são as formas de diagnóstico? Qual a diferença entre o RIFI e o Elisa?
A babesiose pode acontecer em qualquer tipo de criação, tanto no regime extensivo, semi-intensivo ou animais embaiados. A doença costuma aparecer de forma mais agressiva e ser mais visualizada em animais que são criados em regime extensivo, criados à pasto, devido ao contato mais íntimo com o carrapato no pasto. O criador deve ficar bastante atento ao comportamento dos animais, pois o animal contaminado pela Babesia vai começar a apresentar um apetite menor, desprezando a ração que está acostumado a comer. Posteriormente, vão começar a apresentar uma queda no seu rendimento, tanto em animais de prova como de serviço. Ou seja, eles têm perda de desempenho muito grande, pois se cansa com mais facilidade. O diagnóstico pode ser feito através do exame clínico, com auxílio de médico veterinário, por esfregaço sanguíneo (método direto) e métodos indiretos, com exames como RIFI ou Elisa.
ELISA (do inglês Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) é um teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos (por exemplo, no plasma sanguíneo). Este teste é usado no diagnóstico de várias doenças que induzem a produção de imunoglobulinas, entre outras. Neste teste, é necessário fixar o antígeno a uma superfície sólida, e então ligar ao antígeno um anticorpo ligado a um marcador enzimático. A detecção se completa ao analisar a presença do marcador depois de lavar os poços, que - no caso da detecção enzimática - vai mudar a coloração do substrato cromogênico adicionado a placa de teste.
RIFI (imunofluorescência indireta): Utiliza-se este tipo de imunofluorescência, também conhecida como técnica de dupla camada, na detecção de anticorpos no soro do paciente por meio de antígenos fixados em uma lâmina, na qual se aplica primeiramente um anticorpo específico não fluorescente. Por fim, coloca-se um anticorpo fluorescente com especificidade marcada contra determinados antígenos do primeiro anticorpo usado para reagir com o antígeno. Esta técnica tem como vantagem possibilitar uma fluorescência mais evidente, uma vez que os anticorpos fluorescentes associam-se somente aos anticorpos primários, além de permite trabalhar com diversos anticorpos primários específicos para distintos tipos de antígenos, sendo capaz de identificar qual a classe à qual o anticorpo pertence.
4. Qual a forma de tratamentamento?
O tratamento pode ser feito com babesicidas convencionais, como Imidocarb (4,4mg/kg 4x/72h), Diazen (1ml/50kg IM) ou Diminazene (3,5mg/kg 2x/48h). É muito importante tomar cuidado com a superdosagem desses medicamentos, e sempre associar o tratamento com babesicidas com um suporte pro animal, proporcionando um tratamento completo, como no uso da vitamina B12, que ajuda na recuperação das células vermelhas e diminui o quadro febril do animal. O suporte é necessário ser associado, uma vez que o fígado estará comprometido (normalmente), então é necessário o uso do hepatoxan (1 frasco, IV, lentamente) e Bioxan (1 frasco, IV, lentamente), que vai auxiliar a recuperação mais rápida do animal.
5. Por que a Babesia equi mudou a sua denominação para Theileria equi?
Descobertas sobre o ciclo de vida da Babesia equi, como a multiplicação em linfócitos para depois invadirem os eritrócitos e ausência de transmissão transovariana nos carrapatos vetores, a tornam diferente das formas clássicas das babesias, e considerando similaridades do parasito com organismos da família Theileriidae, este protozoário foi reclassificado como Theileria equi. 
A Theileria equi é uma espécie pequena com aspecto arredondado, ameboide ou piriforme nos eritrócitos.

Continue navegando