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Patogênes� Microbian� Imunógen� X antígen� X hapten�: Imunógeno: substância que é capaz de desencadear uma resposta imunológica, estimulando a produção de anticorpos ou ativando células do sistema imunológico. Antígeno: substância que é reconhecida pelo sistema imunológico como estranha e que pode desencadear uma resposta imunológica. Todos os imunógenos são antígenos, mas nem todos os antígenos são imunógenos. Hapteno: substância que, por si só, não é capaz de induzir uma resposta imunológica, mas quando se liga a uma molécula maior (geralmente uma proteína), torna-se capaz de agir como um antígeno. Requerimentos: Ser estranho; Alto peso molecular; Complexidade química; Degradabilidade. É importante compreender a patogenicidade microbiana como base para o desenvolvimento de uma vacina. Na vacinologia experimental: – Qual a resposta imune a ser induzida? – Quais adjuvantes/moduladores usar? – Qual a melhor estratégia para combater a infecção? – Qual imunógeno? Fatores de virulência: Patógenos bacterianos utilizam uma série de moléculas para causar infecção. São potenciais alvos para vacina. Patogenicidad� � Virulênci� Patogenicidade: Capacidade de causar doença; Virulência: Medida quantitativa da habilidade de causar doença; Patogênico: refere-se às características genotípicas expressas ou não; Virulento: refere-se às características fenotípicas que induzem alterações patológicas no hospedeiro. A presença de microrganismos nem sempre leva à doença. Existem diversos microrganismos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas, que podem coexistir com os seres humanos sem causar doenças. Fatores como o estado imunológico do hospedeiro, a virulência do microrganismo, a dose infectante, a via de entrada, entre outros, podem influenciar na ocorrência da doença. Infecção: Suscetibilidade do hospedeiro: Idade; Traumas; Imunocomprometido; Imunizações; Terapia antimicrobiana; Predisposição genética. Mecanismos de patogenicidade: Secreção de fatores (toxinas); Manipulação direta das células do hospedeiro Defesa� d� h�pedeir�: Barreiras naturais: ● Microbiota residente: afetada por dieta, antibióticos, exclusão competitiva ● pH: inibe o crescimento ● Mucina: glicoproteínas viscosas (barreira, armadilhas…) Resposta imune inata: ● PRR - (pattern recognition receptor – receptor de reconhecimento de padrão) ● Células: Macrófagos, PMNs, células dendríticas, cel. NK, mastócitos, basófilos, eosinófilos Resposta imune adquirida: ● B-cells – produção de anticorpos – patógenos extracelulares ● T- cells – resposta citotóxica – patógenos intracelulares Porta� d� Entrad�: Membranas mucosas: Trato respiratório, gastrointestinal, genito-urinário e conjuntiva; Pele: barreira; fissuras, arranhões; Parenteral:microrganismos são depositados em tecidos abaixo da pele e mucosas. Porta de entrada preferencial Um patógeno depende de uma porta de entrada preferencial: Streptococcus pneumoniae: Se inalado pode causar pneumonia; Se entrar pelo trato G.I. não causará doença; Salmonella typhi: Se entra pelo trato G.I. pode causar a febre tifóide; Na pele não causa doença alguma; Número de Microrganismos Infectantes Importante pois são necessários microrganismos que resistam ao sistema imune do hospedeiro para estabelecer a infecção; Depende essencialmente do hospedeiro, do patógeno e da via de infecção; Fundamental para o desenvolvimento de vacinas Medidas de Doses Infectantes DL50� dose de microrganismos ou toxina que será letal para 50% dos animais experimentalmente inoculados; DI50� dose infectante requerida para causar doença em 50% dos animais experimentalmente inoculados; DLmin: a menor dose letal; DL100� dose letal para todos os animais em experimentação; Fatores de virulência bacterianos Aderência: Pili; Motilidade (flagelo), quimiotaxia; Proteínas de membrana externa Processo infeccioso: Exotoxinas, endotoxinas; Sist. secreção dos tipos III e IV; Crescimento intracelular Proteção contra as defesas do organismo: Capsula, parede celular, membrana externa; Inibição da ativação do complemento; Variação antigênica; Formação de biofilme Sistemas de secreção (Gram neg.) T3SS (injetosomo): Detecção células eucariotas e para injetar proteínas; Salmonella, Shigella, Yersinia, Vibrio spp. T4SS: Conjugação; Proteínas e DNA; Agrobacterium tumefaciens; Helicobacter pylori, Bordetella pertussis, Legionella pneumophila T6SS: Proteínas; Ex. Vibrio cholerae, Pseudomonas aeruginosa Adesão: Crucial para o patógeno resistir à tentativa de remoção mecânica pelo hospedeiro; Permite o estabelecimento da infecção; Fatores de adesão (adesinas): ➔ Proteínas; Pili ou fímbrias; Não fimbriais; ➔ Carboidratos; Receptores; Fatores de adesão fimbriais Arranjo polimérico helicoidal e protuberante com afinidade à algum receptor do hospedeiro; Muito comum em Gram negativas: E. coli, V. cholerae, P. aeruginosa, Neisseria spp. Fatores de adesão Adesinas protéicas não fimbriais: Não possuem a estrutura longa e polimérica da fímbria; Contato íntimo ao hospedeiro; Proteínas de membrana externa expostas na superfície; Gram negativas: Yersinia pseudotuberculosis, E. coli enteropatogênica, Neisseria spp. Gram positivas: Staphylococcus spp., Streptococcus spp.; Micobacterias; Adesão por polissacarídeos Polissacarídeos que compõem a membrana externa, parede celular ou cápsula; Ex.: Ácido teicóico serve de adesinas para Staphylococcus spp. e Streptococcus spp; Fatores de motilidade A motilidade é um fator essencial à virulência de diversos microrganismos; Permite a difusão pelos tecidos do hospedeiro em busca de locais preferenciais para o estabelecimento da infecção, bem como fuga do sistema imune; Proporcionado por flagelo ou pili; Adesã� � Moviment� Anticorpos contra adesinas ou flagelo normalmente bloqueiam a adesão do patógeno ao hospedeiro ou sua motilidade, permitindo a lise pelo sistema complemento; Potenciais alvos para desenvolvimento de vacinas de subunidade Proteínas de membrana externa Proteínas de membrana expostas na superfície bacteriana que proporcionam adesão ou invasão de células do hospedeiro; Alvos potenciais para vacinas; E. coli: OmpA facilita adesão e invasão Anticorpos contra OmpA bloqueiam a invasão Invasã� Uma vez aderidos, diversos patógenos penetram em determinados locais do hospedeiro; Invasão extracelular e invasão intracelular; A invasão extracelular permite o acesso dos patógenos a nichos em tecidos onde possam proliferar, disseminar a outros sítios, expressar toxinas Invasão Extracelular Streptococcus β-hemolítico e Staphylococcus aureus secretam enzimas que degradam moléculas do hospedeiro: ➔ Hialuronidase: clivam proteoglicanos intracelulares; ➔ Streptoquinase e stafiloquinase: desmancham coágulos; ➔ Lipases: degradam lipídeos acumulados; ➔ Hemolisinas: degradam hemácias e outras células; Invasão Intracelular O patógeno entra nas células do hospedeiro e sobrevive neste ambiente; Alguns patógenos injetam proteínas (efetores) por meio de sistemas de secreção do tipo III (T3SS) dentro da célula do hospedeiro; Estas proteínas induzem modificações na célula, facilitando a invasão bacteriana; Salmonella spp. – Shigella spp. – Yersinia spp. Estratégias Intracelulares Bactérias intracelulares obrigatórias: Chlamydia spp. Rickettsia spp; Coxiella burnetii; Mycobacterium spp. Bactéria intracelulares facultativas: Salmonella spp.; Legionella pneumophila; Brucella spp.; Francisella tularensis; Shigella spp.; Listeria monocytogenes; Yersinia spp. A invasão pode ocorrer em células fagocíticas ou não. Quando invadem células fagocíticas as bactérias sobrevivem à ação enzimática do lisossomo. Sobrevivênci� Intracelular Patógenos invasores desenvolvem mecanismos para sobreviver intracelularmente ➔ Acidificação do vacúolo ➔ Fusão fagossomo-lisossomo ➔ Lise da membrana vacuolar e localização no citoplasma ➔ Maquinaria para recrutamento de actina; ➔ Patógenos intracelulares requerem indução de resposta imune celular Estratégias para Evasão do Sistema Imune ●Anti-fagocitose Exemplos: Yersinia (tirosina fosfatase, serina-treonina quinase, inibidores de actina) E. coli EPEC (fosfatidil inositol-3 quinase) Vacina pode ser desenhada para neutralizar estes fatores, tornando os patógenos susceptíveis a fagocitose e morte intracelular ● Variação antigênica; ● Cápsula bacteriana: polissacarídeos expostos de alto peso molecular; Inibem fagocitose por dificultar ligação de anticorpos e/ou componentes do complemento; Aumentam virulência; Ex: Bacillus anthracis; Streptococcus pneumoniae; Klebsiella pneumoniae; Streptococcus mutans Biofilme� Agregado microbiano em que as células se aderem umas às outras em uma superfície sólida; Substâncias poliméricas extracelulares; Funções: ➔ Resistência a fagócitos, dessecação, antibióticos, detergentes e estresses mecânicos; ➔ Ligação e sequestro de nutrientes; ➔ Formação de comunidades microbianas interdependentes; S. T�h� – colon�açã� crônic� Mary Mallon, também conhecida como "Typhoid Mary", foi uma cozinheira assintomática e portadora crônica de S. Typhi que foi identificada como um caso importante na disseminação da febre tifoide na virada do século XX. Ela era uma imigrante irlandesa que trabalhava como cozinheira em várias casas em Nova York. Embora Mary Mallon não tenha apresentado sintomas da doença, ela carregava a bactéria em seu sistema digestivo e a transmitia aos outros através da preparação de alimentos contaminados. Após uma investigação epidemiológica, Mary Mallon foi identificada como a fonte de infecção e colocada em quarentena pelo restante de sua vida. Ela foi isolada em um hospital por cerca de 26 anos, até sua morte em 1938. LPS Molécula presente nas bactérias gram-negativas reconhecida como potente estimulante imunológico e causa a liberação da endotoxina, que desencadeia a resposta inflamatória característica das infecções por essas bactérias; Principal responsável por choque séptico; Ativa sistema imune inato via TLR4; T�ina� ➔ Protéicas ou não-protéicas (LPS); ➔ Endotoxinas (LPS) ou exotoxinas; ➔ Fatores de virulência melhor caracterizados; ➔ Fáceis de purificar (sobrenadante); ➔ Utilizados como toxóides em vacinas; ➔ Ótimos adjuvantes; As endotoxinas são toxinas liberadas a partir das paredes celulares de bactérias gram-negativas quando elas morrem, enquanto as exotoxinas são toxinas secretadas ativamente por bactérias vivas, independentemente de sua estrutura celular. Exotoxinas Protéicas Secretadas para o meio externo ou injetadas diretamente na célula do hospedeiro por T3SS; A maioria dos genes para exotoxinas está em plasmídeos ou fagos; 1. Toxinas A-B: Subunidade A: Atividade enzimática, tóxica; Subunidade B: Ligação a receptor e internalização da toxina; P. aeruginosa, E. coli, V. cholerae, C. diphtheriae e B. pertussis; Atividades da subunidade A: ➔ Proteolítica: toxina tetânica e botulínica; ➔ Atua em adenilato ciclase (eleva cAMP): toxina colérica, diftérica, pertussis, exotoxina A de P. aeruginosa e toxina termolábil de E. coli; Subunidade B: excelente adjuvante; 2. Toxinas proteolíticas: Clivam proteínas específicas do hospedeiro levando à manifestações características da doença; Toxina botulínica e toxina tetânica: atuam em neurotransmissores ➔ Botulínica: ingerida – paralisia flácida; ➔ Tetânica: feridas – paralisia espasmica; P. aeruginosa: toxinas que degradam matriz extracelular ➔ Elastase: degrada fibras de elastina. 3. Toxinas formadoras de poros: Levam à lise celular; Toxinas da família RTX (motivos repetitivos arginina [R] treonina [T]) – Gram-negativas secretam por T1SS; Muitas Gram-positivas secretam citolisinas ativadas por sulfidril; A melhor caracterizada é a listeriolisina O (LLO), utilizada por Listeria monocytogenes para escapar do fagolisossomo; Outras... IgA-proteases: Neisseria spp. e Haemophilus influenzae; Toxinas termo-estáveis que ativam guanilato ciclase (eleva níveis de cGMP): Enterotoxina termo-estável de E. coli enterotoxigênica; Toxinas que modificam o citoesqueleto: Rho GTPases (Clostridium difficile, Salmonella, Shigella); Vírus: Vacinas baseadas em peptídeos de superfície; As disponíveis são vacinas atenuadas replicantes ou inativadas; Preocupam pois podem propagar-se no organismo; Recombinação e origem de novos vírus; Vacinas virais produzem resposta de anticorpos IgM e IgG aglutinantes e neutralizantes (extracelular) e resposta Th1 – células citotóxicas; NK e macrófagos (intracelular) DNA de fita simples é reconhecido pelo TLR8; DNA de fita dupla é reconhecido pelo TLR3. Desafios na produção de vacinas virais: ➔ Dificuldade de produção; ➔ Curta vida de prateleira dos produtos; ➔ Imunidade curta; ➔ Necessidade de dezenas de antígenos para abranger a diversidade antigênica viral; ➔ Laboratório nível três; ➔ Alumínio como adjuvante; ➔ Inativação incompleta no uso de formaldeído; Parasitas: Projetadas para induzir uma resposta imune protetora contra parasitas específicos, como protozoários e helmintos. Parasitas têm mecanismos de evasão do sistema imunológico, o que dificulta a criação de vacinas. Além disso, muitas vezes têm múltiplos estágios de vida. Plasmodium spp: protozoário invade hepatócitos e eritrócitos Leishmania spp.: protozoário invade macrófagos Formas de Evasão do sistema imune: ➔ Tegumento: barreira física contra anticorpos e células de defesa; ➔ Proteínas antioxidantes: expressam superóxidos dismutases que convertem superóxido em H2O e O2; ➔ Proteínas do tegumento bloqueiam a formação do complexo de ataque à membrana; Fungos: Possuem fatores de virulência semelhante aos bacterianos; A maioria das infecções ocorre em depressão imunológica; Destacam-se a produção de micotoxinas, como a aflatoxina de Aspergillus spp. Interfere na síntese de proteínas e seus metabólitos podem se intercalar no DNA – cancerígenos;
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