Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Patologia médica – Microbiologia Infecções da corrente sanguínea (Bacteremia e Sepse) Quando falamos de infecções da corrente sanguínea (ICS) nos referimos a presença de microorganismos viáveis no sangue. · Quando os microorganismos viáveis no sangue são bactérias, a infecção é denominada bacteremia. · Quando os microorganimos viáveis no sangue são fungos, a infecção é denominada fungemia. Infecções da corrente sanguínea (ICS) · Classificação: origem · Primária (IPCS): não apresentam um foco de infecção identificável · Secundária: decorrentes de um foco primário de infecção conhecido (foco urinário, pulmonar, ginecológico, abdominal, entre outros) Pode ser definida como a ocorrência de hemocultura positiva ou sinais clínicos de sepse, na presença de sinais de infecção em outro sítio. O foco secundário deve ser sempre investigado para não haver erro de notificação de IPCS. Infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS): É recomendado que as infecções sejam subdivididas IPCS laboratoriais e IPCS clínicas · IPCS laboratoriais: São IPCS com hemocultura positiva, as quais têm critério diagnóstico mais objetivo, e permitem comparações mais fidedignas entre hospitais. No entanto, a sensibilidade das hemoculturas é variável de acordo com práticas institucionais de hospitais e laboratórios, e é baixa em pacientes que já estão em uso de antimicrobianos. · IPCS clínicas: As infecções diagnosticadas clinicamente, são de definição mais simples, mas apresentam grande teor de subjetividade não se conhecem o agente etiológico, o diagnóstico é baseado nos sintomas clínicos do paciente. BACTEREMIA · Classificação · Transitórias: rápidas, muitas vezes, assintomática, mas podem causar febre Relacionado com a microbiota: manipulação dentária, procedimentos diagnósticos (ex. colonoscopia). · Intermitentes: manifesta-se em intervalos variáveis Foco de infecção primário pode ser: (pielonefrite, pneumonia, meningites, osteomelites, infecções cirúrgicas de pele); endocardite subaguda. · Continua endocardite aguda; outras infecções intravasculares (dispositivos, tromboflebites). · Agentes Etiológicos mais frequentes: Gram Positivos: · Staphylococcus aureus · Staphylococcus coagulase negativos (microbiota da pele – cateter) · Streptococcus spp · Enterococcus spp Gram negativos: · Escherichia coli, Enterobacter spp, Klebsiella pneumoniae, Salmonella spp · Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter spp Infecções por anaeróbios são muito raras Grupo HACEK· Bacilos ou cocobacilos Gram negativos · Associados a microbiota da orofaringe · Fastidiosos (Ágar chocolate) · Crescimento lento · Associados com endocardite · Haemophilus · Actinobacillus · Cardiobacterium · Eikenella · Kingella Outros agentes · Streptococcus bovisAssociados a carcinoma de cólon · Clostridium septicum Agentes de FUNGEMIAS: · Candida spp · Cryptococcus neoformans · Fusarium sppAGENTES GERALMENTE ASSOCIADOS COM CONTAMINAÇÃO · Bacillus spp · Corynebacterium spp · Propionibacterium acnes · Staphylococcus coagulase negativos AGENTES RARAMENTE ASSOCIADOS COM CONTAMINAÇÃO · Enterobactérias · Pseudomonas aeruginosa · Streptococcus pnemoniae · Staphylococcus aureus Bacteremia: As infecções da corrente sanguínea (ICS) se devem a presença de micro-organismos viáveis no sangue, os quais vão produzir uma infecção que pode ser determinada pela hemocultura, e quando não tratada ou tratada de forma inadequada, pode causar endocardite e sepse. O diagnóstico precoce da bacteremia nos leva a um melhor prognóstico e evita a sepse. A sepse pode ser produzida também por uma terapia inadequada e possui uma alta taxa de mortalidade. SEPSE Para definir sepse temos que lembrar o que é infecção e SIRS. Esses dois fatores determinam a sepse Sepse: resposta sistêmica à infecção (SIRS causada por uma infecção). Se a sepse não for diagnosticada ou ter um tratamento inadequado ela pode evoluir para sepse grave. A sepse grave quando não diagnosticada ou quando tem um tratamento inadequado, pode desencadear um choque séptico. · Definições:SEPSE: resposta sistêmica à infecção (SIRS causada por uma infecção) INFECÇÃO: É o fenómeno de resposta inflamatória a presença de um micro-organismo ou e seus produtos ou a invasão de um tecido previamente estéril. CHOQUE SÉPTICO: há uma redução crítica da perfusão tecidual; pode ocorrer falência aguda de múltiplos órgãos, incluindo pulmões, rins e fígado. SEPSE GRAVE: associada com disfunção orgânica, anormalidades de perfusão e/ou hipotensão. SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica): É a consequência de um desequilíbrio na resposta inflamatória do hospedeiro. · História natural da sepse: Podemos dizer que se inicia com uma infecção que causa bacteremia, há uma reação inflamatória do sistema imune e essa resposta inflamatória do sistema imune (SIRS) junto com a infecção, vai desencadear uma sepse, em seguida sepse severa, choque séptico e consequentemente levar a morte. No entanto quando a sepse é diagnosticada prematuramente há recuperação. · Critérios diagnósticos para SIRS: São 4 critérios: temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e hemograma. Esses são os 4 critérios que podem ser utilizados para diagnosticar a SIRS, no entanto, apenas 2 desses critérios podem ser utilizados para o diagnóstico de SIRS. · Temperatura > 38ºC ou < 36ºC; · Frequência cardíaca > 90 bpm; · FR > 20 movimentos/minutos ou PaCO2 < 32 mmHg ou paciente sob ventilação mecânica · Leucócitos no sangue periférico > 12.000/mm3 ou < 4.000/mm3 ou presença de > 10% de formas jovens (bastões). SIRS + Infecção = sepse · Sepse = SIRS + presença de um foco infeccioso – essa sepse pode ser: - Gravidade variável - Evolução variável · Sepse Grave = Sepse + disfunção orgânica (essa disfunção orgânica pode ser: metabólica, cardiovascular, respiratória, renal, hepática, hematológica ou neurológica) · Choque séptico = Está relacionado a hipotensão arterial refratária à reposição volêmica necessitando de drogas vasopressoras para estabilizar a pressão arterial · Resumindo as causas da SEPSE: A infecção e a SIRS determinam a SEPSE. Posteriormente quando não diagnosticada ou tratada de forma inadequada leva a uma SEPSE GRAVE que se não diagnosticada ou tratada de forma inadequada, desencadeia o CHOQUE SEPTICO e pode levar o paciente a óbito. · SEPSE: Quando suspeitar? Geralmente o diagnóstico da sepse é difícil Dificuldades no diagnóstico: · Faixa etária pediátrica (sintomatologia muito variável) · Empenho em encarar tal quadro clínico como sepse · Reconhecimento precoce e adoção de medidas de suporte/terapêuticas que alterem o prognóstico desses doentes · Classificar o paciente como séptico (qual estágio???) Quadro clico do paciente: · Súbito/grave X quadro insidioso (apresentação imprevisível) · Sinais e sintomas variam de acordo com a faixa etária · Quanto mais jovem, mais inespecífico são os sinais e sintomas Então, deve-se usar a história clínica, exame físico para achar o foco infeccioso e exames laboratoriais. O diagnóstico da sepse está passeado em um alto índice de suspeita. · Etiologia da Sepse: Bactérias Gram Positivas: · Streptococcus pneumoniae · S. agalactiaeStreptococcus pneumoniae Staphylococcus aureus · Streptococcus spp · Staphylococcus aureus · Staphylococcus spp Enterococcus spp · Listeria monocytogenes · Enterococcus sppS. agalactiae Listeria monocytogenes Bactérias Gram Negativas: · Acinetobacter baumannii · Serratia marcescens · Klebsiella pneumoniae · Escherichia coli · Proteus spp · Enterobacter spp · Pseudomonas aeruginosa · Stenotrophomonas maltophili · Neisseria meningitidis Fungos: · Candida albicans · Candida spp
Compartilhar