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3 Semana Integradora, 1 Termo de Medicina Unoeste

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Saudades de casa: 3º Semana integradora
Paulinho, 18 anos, estudante, solteiro, procedente de Palmas/TO, mudou-se para
Presidente Prudente-SP para cursar a faculdade de medicina, um sonho de seus pais que
tanto investiram em seus estudos. Por conta disso, Paulinho sempre foi muito dedicado
aos estudos, sendo o primeiro da turma desde a 5º série, sempre abdicando de lazer e
atividades esportivas. Com sua entrada na faculdade, se sente obrigado a manter um
padrão ainda mais rigoroso de estudos e não poupa esforços para isso.
Agora sem a mãe presente, passou também a ter uma alimentação inadequada com
lanches e refrigerantes. Sua mãe Sônia, apesar de apoiar sua dedicação aos estudos,
também o cobra por este comportamento, pois acredita que isso “é de risco para o
coração”, e Paulinho nem sempre está adequadamente alimentado e não tem energia
para fazer exercícios. Sua mãe se preocupa, já que ela apresenta sopro cardíaco
congênito.
O fato é que a mudança de vida e as novas responsabilidades o deixaram agitado e por
vezes, em momentos de pressão na faculdade, sente saudades, aperto no peito e o
coração acelerado, mas prefere não comentar nada disso com seus pais ou colegas da
turma, sente-se envergonhado por sentir essas coisas. Com medo, pensou em procurar
um médico, mas se indagou como poderia fazer isso sem preocupar seus pais. Nessas
ocasiões, respira fundo e segue em frente, pensando na responsabilidade de
corresponder à expectativa dos pais em se formar um bom médico.
Certo dia, querendo se sentir incluído ao novo grupo de amigos, aceita o convite de um
colega para participar do jogo de futebol com a turma no Ginásio de Esportes da
faculdade. Durante o jogo, Paulinho não para de correr e transpira muito. No segundo
tempo, se sente mal referindo dor no peito, “batedeira” no coração, cansaço, câimbras e
escurecimento da vista. Deita-se na grama e percebe melhora dos sintomas.
O socorrista do grupo de assistência (ramal 5000) verifica sua pressão arterial e
frequência cardíaca. Constata PA = 160x60 mmHg (VR: 120x80 mmHg) e pulso 160 bpm
(VR: 70-80 bpm) rítmico. Sentou-o em um lugar fresco e novamente verificou seus sinais
vitais, constatando PA 150x70 mmHg e FC 150 bpm. Foi acionado o serviço de resgate
(193), que chegou em alguns minutos. Após ficar deitado, a PA revelou resultado de
140x80 mmHg e FC = 120 bpm, indicando que Paulinho estava melhor e não havia mais
diferença significativa entre a PA na posição ortostática e em decúbito dorsal. Assim que
ficou em pé sentiu novamente tonturas. Então pergunta:
- O que aconteceu comigo? Foi o coração? Será que é grave?
- Paulinho, é provável que o intenso esforço físico tenha alterado o mecanismo de
controle da sua pressão arterial.
Na UPA, foi realizado uma punção venosa, medicado e hidratado e revelou preocupação
com o tempo que ficaria ali, pois, não quis comunicar sua família. A enfermeira Sílvia
explicou que seria o necessário para que o soro fosse infundido e o medicamento fizesse
o efeito esperado. Após 1 hora, sua PA estava em 120x80 mmHg e a FC = 85 bpm.
Ao retornar para casa, ligou para os país e contou o ocorrido e resolveu que precisava
mudar o seu estilo de vida.
Hipótese
As cobranças pessoais, sociais e principalmente a de seus pais, aliados a uma vida e
histórico sedentário além de um déficit nutritivo que levaram Paulinho a um episódio de
alteração cardíaca, possivelmente agravado por um fator genético intrínseco ao seu
histórico familiar e mudança abrupta na sua rotina diária de esforço físico.
1. Descrever as camadas do coração, associando-as aos seus respectivos tecidos
O coração é um órgão muscular que tem como principal função bombear o sangue para o
organismo fazendo isso através de contrações rítmicas, ou seja, nada mais é que um par
de bombas musculares dotadas de valvas combinadas. Além disso, é o órgão
responsável pela produção do hormônio conhecido como fator nariurético atrial. Assim
como os vasos sanguíneos, o coração possui algumas peculiaridades, como as 3 túnicas,
que são: endocárdio (interna), miocárdio (média) e pericárdio (externa), sendo essa
semelhança originada da gênese embriológica do coração, um “superespecializado” vaso
sanguíneo.Outro aspecto a respeito desse órgão muscular que vale a pena destacar é o
seu esqueleto fibroso, região central e fibrosa, que serve de apoio para as válvulas
cardíacas e é o local de origem e inserção das células musculares do coração.
PAREDE DO CORAÇÃO
Sabe-se que o coração é constituído por algumas túnicas, também conhecidas
como pares do coração. São elas: endocárdio, miocárdio e pericárdio (com 
seu folheto visceral epicárdio).
Endocárdio → O endocárdio é uma estrutura semelhante a camada íntima dos vasos
sanguíneos, sendo constituído por endotélio (epitélio pavimentoso simples) que repousa
sobre uma camada subendotelial delgada de tecido conjuntivo frouxo (contendo fibras
elásticas e colágenas, além de algumas células musculares lisas). Vale lembrar que essa
camada subendotelial está conectada com o miocárdio, através de uma camada de tecido
conjuntivo, comumente chamada de camada subendocardial que contém veias, nervos e
ramos do sistema de condução elétrico do coração, as células de Purkinje.
Miocárdio → Dentre as túnicas (paredes) do coração essa é a mais espessa, consistindo
em células musculares cardíacas organizadas em camadas, envolvendo as câmaras do
coração como uma espiral. Nesse âmbito, percebe-se a importância do esqueleto
cardíaco fibroso, pois é justamente nele que grande parte dessas camadas se inserem.
Fibras atriais
Fibras ventriculares
Figura 1: Fibras miocárdicas.
Epicárdio → O epicárdio (fina camada de tecido conjuntivo) é o folheto visceral do
pericárdio e serve de apoio para uma camada de epitélio pavimentoso simples (mesotélio)
que cobre externamente o coração. O tecido adiposo que envolve o coração se acumula
nessa camada.
Fonte: Departamento de histologia da UFMG.
Pericárdio → É a membrana serosa que envolve o coração e a base dos grandes vasos.
Constituído por 02 folhetos, o visceral (epicárdio) e o parietal, de forma que o epicárdio
recobre o coração e os grandes vasos, enquanto que a lâmina parietal reveste a
superfície interna do pericárdio fibroso. Entre esses dois folhetos existe uma pequena
quantidade de fluido, que atua facilitando os movimentos do coração. Ainda em tempo,
vale lembrar que os dois folhetos descritos acima constituem o pericárdio seroso, mas
ainda tem o pericárdio fibroso (formado por um resistente tecido conjuntivo denso
modelado, rico em colágeno), porção mais externa dessa camada de revestimento, sendo
superiormente contínuo exteriormente com a adventícia dos grandes vasos e
inferiormente está aderido ao centro tendíneo do diafragma e a uma pequena área
muscular de sua metade esquerda.
PERICÁRDIO FIBROSO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e
atlas.12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
STANDRING, S. Grayʾs Anatomia. A base anatômica da prática clínica. 40° Ed. Rio de
Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2010.
2. Descrever histologicamente o músculo liso dos vasos sanguíneos
O tecido muscular liso faz parte de todos os vasos sanguíneos, com exceção dos
capilares e das vênulas pericíticas. As células musculares lisas localizam-se na túnica
média dos vasos, onde se organizam em camadas helicoidais. Cada célula muscular é
envolta por uma lâmina basal e por uma quantidade variável de tecido conjuntivo
produzido por elas próprias. As células musculares lisas vasculares, principalmente em
arteríolas e pequenas artérias, são frequentemente conectadas por junções comunicantes
(gap).
Disponível em: https://www.goconqr.com/pt/p/13480693
Disponível em: https://www.professorinterativo.com.br/aval_on_line/01_TICs/TIC_08/04_Tecidos_Musculares.html
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.
3. Identificara localização do coração, descrever sua anatomia interna e externa e
diferenciar circulação pulmonar e sistêmica.
O coração está localizado no tórax. A cavidade torácica por sua vez pode
ser dividida em três partes. Duas cavidades pleurais (onde estão os pulmões) e um
mediastino (que está entre as cavidades pleurais). O mediastino pode ainda ser superior
(região acima do pericárdio, presente da vértebra T1 à T4) e inferior (região logo abaixo
do início do pericárdio, presente da vértebra T5 até o músculo diafragma). O mediastino
inferior ainda pode ser subdividido em três partes. Anterior (que contém o timo), médio
(que contém o coração) e posterior (que contém o esôfago e aorta torácica).
CONCEITO! Com isso, podemos então definir que o coração anatomicamente se
encontra no mediastino médio da cavidade torácica, voltado de trás para
diante, para a esquerda e para baixo. Como correlações anatômicas temos, que o
coração está superior ao músculo diafragma, medialmente aos pulmões, posterior ao
osso esterno, anterior ao esôfago e inferior à veia cava superior.
O pericárdio é um tecido em forma de saco que envolve todo o coração e
as raízes dos seus vasos (artéria aorta, veia cava superior, veia cava inferior, tronco
pulmonar e veias pulmonares). O pericárdio é considerado um tecido fribrosseroso por
possuir duas porções: o pericárdio fibroso (externo), que possui apenas uma camada, e
o seroso (interno) que possui duas.
As duas camadas do pericárdio seroso são separadas pela cavidade pericárdica, na qual
se encontra um líquido lubrificante que faz parte do sistema hidrostático cardíaco que
diminui o atrito do coração com os tecidos adjacentes.
O coração pode ser dividido em três camadas. O endocárdio, miocárdio e epicárdio.
• Endocárdio: é uma lâmina fina presente em toda a superfície interna do órgão e suas
valvas podendo ser granular ou liso (granular quando contém trabéculas e liso quando
não as tem).
• Miocárdio: é a parte muscular da parede do órgão e está entre o endocárdio e o
pericárdio. Ele é muito visível no septo interventricular, além de possuírem células
especializadas nos ventrículos; essas células, dispostas em orientação perpendicular ao
tecido de revestimento, aumentam a força de contração.
• Epicárdio: faz parte na verdade do próprio pericárdio, sendo apresentado como a
lâmina visceral do pericárdio seroso.
O esqueleto fibroso do coração é um arcabouço de tecido fibroso que forma os anéis
fibrosos das valvas e o trígonos fibrosos esquerdo e direito, que estão entre a valva da
aorta e valva mitral, e valva da aorta e valva tricúspide respectivamente. É nesse
esqueleto que as fibras musculares cardíacas se fixam.
O esqueleto fibroso tem sua importância, pois mantém os óstios das valvas sempre
abertos, impedindo que ocorra uma distensão pelo aumento da pressão dentro do órgão.
Fornece também uma inserção fixa para as válvulas das valvas.
O coração externo é comumente dividido em ápice, base e mais três faces:
esternocostal, diafragmática e pulmonar. A base está constituída dos átrios direito e
esquerdo. As veias cavas superior e inferior e as veias pulmonares penetram no coração
pela base. É também a porção posterior do coração em posição anatômica. O ápice é
contralateral a base e é frequentemente arredondada, formada pela parte ínfero-lateral do
ventrículo esquerdo e é onde ocorre o batimento apical (pulsação máxima do coração).
• Face esternocostal (anterior): A face esternocostal é formada principalmente pelo
ventrículo direito. Nele também se encontram o cone arterial (ou infundíbulo) que se
tornará o tronco pulmonar.
Face pulmonar (esquerda): Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, ela causa
a impressão cardíaca do pulmão esquerdo.
• Face pulmonar (direita): Formada principalmente pelo átrio direito.
• Face diafragmática (inferior): É formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e
parcialmente pelo ventrículo direito e repousa, principalmente, sobre o centro tendíneo do
diafragma.
O coração possui ainda quatro margens: direita, inferior, superior e esquerda.
• Margem direita: é uma margem ligeiramente convexa, formada pelo átrio direito e se
estende entre a veia cava superior e veia cava inferior.
• Margem inferior: quase horizontal, formada pelo ventrículo direito e parte do ventrículo
esquerdo.
• Margem superior: formada pelos átrios, aurículas direita e esquerda anteriormente.
Saem dessa margem a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar e a veia cava
superior entra pelo seu lado direito.
• Margem esquerda: quase vertical, é formada pelo ventrículo esquerdo e parte da
aurícula esquerda.
2. FLUXO SANGUÍNEO ATRAVÉS DO CORAÇÃO
O fluxo sanguíneo através do coração é bastante lógico. Ele acontece com o ciclo
cardíaco, que consiste em contrações e relaxamentos periódicos do miocárdio atrial e
ventricular (tecido muscular cardíaco). A contração do miocárdio é chamada de sístole,
enquanto o seu relaxamento é chamado de diástole. Note que sempre que os átrios se
contraem, os ventrículos se relaxam, e vice-versa.
Vamos traduzir em palavras o fluxo cardíaco do coração:
• O átrio direito recebe sangue desoxigenado das veias cavas superior e inferior e do seio
coronário
• O átrio direito contrai, empurrando sangue através da valva atrioventricular direita até o
ventrículo direito. O ventrículo então se contrai, passando o sangue para o tronco
pulmonar através da valva pulmonar, até que o sangue chegue aos pulmões.
• Nos pulmões o sangue é oxigenado e em seguida se move de volta ao coração,
entrando no átrio esquerdo através das veias pulmonares.
• O átrio esquerdo se contrai e empurra o sangue para o ventrículo esquerdo através da
valva atrioventricular esquerda.
• O ventrículo esquerdo empurra o sangue oxigenado através da valva aórtica para a
aorta, a partir da qual o sangue é distribuído para todo o corpo. O ciclo cardíaco é
controlado involuntariamente por um plexo autonômico nervoso chamado de plexo
cardíaco.
3. ÁTRIO DIREITO
O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue venoso da veia cava
superior (VCS), veia cava inferior (VCI) e seio coronário. A aurícula direita, que tem
formato de uma orelha, é uma bolsa muscular cônica que se projeta do átrio direito como
uma câmara adicional, aumenta a capacidade do átrio e se superpõe à parte ascendente
da aorta.
O interior do átrio direito apresenta:
• Uma parte posterior lisa, com paredes finas (o seio das veias cavas), onde se abrem as
veias cavas (VCS e VCI) e o seio coronário, que trazem sangue pouco oxigenado para o
coração.
• Uma parede anterior muscular, rugosa, que é formada pelos músculos pectíneos.
• Um óstio AV direito, através do qual o átrio direito transfere para o ventrículo direito o
sangue pouco oxigenado que recebeu.
As partes lisa e áspera da parede atrial são separadas externamente por um sulco vertical
superficial, o sulco terminal, e internamente por uma crista vertical, denominada crista
terminal. A VCS se abre na parte superior do átrio direito no nível da 3ª cartilagem costal
direita. A VCI se abre na parte inferior do átrio direito quase alinhada com a VCS, no nível
aproximado da 5ª cartilagem costal.
O óstio do seio coronário, um tronco venoso curto que recebe a maioria das veias
cardíacas, situa-se entre o óstio AV direito e o óstio da VCI. O triângulo de Koch é uma
área triangular da parede septal. Usualmente a parte septal do nodo atrioventricular se
localiza nesta região, assim como a porção inicial do feixe de His. É uma região
delimitada pelo óstio do seio coronário, o tendão da veia cava inferior (ou tendão de
Todaro) e a inserção da válvula septal da valva tricúspide.
O septo interatrial que separa os átrios tem uma depressão oval, do tamanho da
impressão digital de um polegar, a fossa oval, que é um remanescente do forame oval e
sua valva no feto. O sangue da veia cava superior (VCS) é direcionado para o óstio
atrioventricular direito, enquanto o sangue da veia cava inferior(VCI) é direcionado para a
fossa oval, como era antes do nascimento.
4. VENTRÍCULO DIREITO
O ventrículo direito forma grande parte da face esternocostal do coração, uma pequena
parte da face diafragmática e quase toda a margem inferior do coração.
Afila-se superiormente e forma um cone arterial chamado infundíbulo, que conduz ao
tronco pulmonar. No ventrículo direito existem elevações musculares irregulares, as
trabéculas cárneas, em sua face interna. Uma crista muscular espessa, a crista
supraventricular, separa a parede muscular rugosa na parte de entrada da câmara da
parede lisa do cone arterial, ou parte de saída. A parte de entrada do ventrículo recebe
sangue do átrio direito através do óstio AV direito (tricúspide), localizado posteriormente
ao corpo do esterno no nível do 4º e 5º espaços intercostais. O óstio AV direito é
circundado por um dos anéis fibrosos do esqueleto fibroso do coração. O anel fibroso
mantém o calibre do óstio constante (suficientemente grande para permitir a passagem
das pontas de três dedos), resistindo à dilatação que poderia resultar da passagem de
sangue através dele com pressões variadas.
A valva atrioventricular direita (tricúspide) protege o óstio AV direito. As bases das
válvulas estão fixadas ao anel fibroso ao redor do óstio.
Como o anel fibroso mantém o calibre do óstio, as válvulas fixadas se tocam da mesma
forma a cada batimento cardíaco. As cordas tendíneas fixam-se às margens livres e às
superfícies ventriculares das válvulas anterior, posterior e septal, de forma semelhante à
fixação das cordas em um paraquedas. As cordas tendíneas originam-se dos ápices dos
músculos papilares, que são projeções musculares cônicas com bases fixadas à parede
ventricular. Os músculos papilares começam a se contrair antes da contração do
ventrículo direito, tensionando as cordas tendíneas e aproximando as válvulas. Como as
cordas estão fixadas a faces adjacentes de duas válvulas, elas evitam a separação das
válvulas e sua inversão quando é aplicada tensão às cordas tendíneas e mantida durante
toda a contração ventricular (sístole) – isto é, impede o prolapso (entrada no átrio direito)
das válvulas da valva atrioventricular direita quando a pressão ventricular aumenta.
Assim, a regurgitação (fluxo retrógrado) de sangue do ventrículo direito para o átrio direito
durante a sístole ventricular é impedida pelas válvulas. Três músculos papilares no
ventrículo direito correspondem às válvulas da valva atrioventricular direita:
• O músculo papilar anterior, o maior e mais proeminente, origina-se da parede anterior
do ventrículo direito; suas cordas tendíneas se fixam nas válvulas anterior e posterior da
valva atrioventricular direita.
• O músculo papilar posterior, menor do que o músculo anterior, pode ter várias partes;
origina-se da parede inferior do ventrículo direito, e suas cordas tendíneas se fixam nas
válvulas posterior e septal da valva atrioventricular direita.
• O músculo papilar septal origina-se do septo interventricular e suas cordas tendíneas
se fixam às válvulas anterior e septal da valva atrioventricular direita.
O septo interventricular (SIV), composto por duas partes, a muscular e a membranácea,
é uma divisória oblíqua forte entre os ventrículos direito e esquerdo, formando parte das
paredes de cada um. A trabécula septomarginal (banda moderadora) é um feixe muscular
curvo que atravessa o ventrículo direito da parte inferior do SIV até a base do músculo
papilar anterior. Essa trabécula é importante porque conduz parte do ramo direito do
fascículo AV, uma parte do complexo estimulante do coração até o músculo papilar
anterior. Este “atalho” através da câmara parece reduzir o tempo de condução, permitindo
a contração coordenada do músculo papilar anterior.
5. ÁTRIO ESQUERDO
O átrio esquerdo forma a maior parte da base do coração. Os pares de veias pulmonares
direita e esquerda, avalvulares, entram no átrio de paredes finas. Possui uma porção de
paredes lisas a partir da incorporação do desenvolvimento de uma porção das veias
pulmonares e um apêndice auricular que é sulcado pelos músculos pectinados e que era
o átrio esquerdo primitivo.
aurícula esquerda muscular, de formato tubular e sua parede trabeculada com músculos
pectíneos, forma a parte superior da margem esquerda do coração e cavalga a raiz do
tronco pulmonar. Uma depressão semilunar no septo interatrial indica o assoalho da fossa
oval; a crista adjacente é a valva do forame oval.
O interior do átrio esquerdo apresenta:
• Uma parte maior com paredes lisas e uma aurícula muscular menor, contendo músculos
pectíneos.
• Quatro veias pulmonares (duas superiores e duas inferiores) que entram em sua parede
posterior lisa.
• Uma parede ligeiramente mais espessa do que a do átrio direito.
• Um septo interatrial que se inclina posteriormente e para a direita
• Um óstio atrioventricular esquerdo através do qual o átrio esquerdo transfere o sangue
rico em oxigênio que recebe das veias pulmonares para o ventrículo esquerdo.
6. VENTRÍCULO ESQUERDO
O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração, quase toda sua face esquerda
(pulmonar) e margem esquerda e a maior parte da face diafragmática. Como a pressão
arterial é muito maior na circulação sistêmica do que na circulação pulmonar, o ventrículo
esquerdo (VE) trabalha mais do que o ventrículo direito (VD). Consequentemente, o VE
tem quase o dobro da espessura do VD. Suas paredes são revestidas por trabéculas
cárneas que são mais finas e mais numerosas do que as do ventrículo direito. O VE
contém apenas dois músculos papilares, anterior e posterior, que se ligam aos dois
folhetos da válvula atrioventricular esquerda (ou mitral) por meio das cordas tendíneas.
A valva atrioventricular esquerda (mitral ou bicúspide) tem duas válvulas, anterior e
posterior. A valva atrioventricular esquerda está localizada posteriormente ao esterno, no
nível da 4a cartilagem costal. Cada uma de suas válvulas recebe cordas tendíneas de
mais de um músculo papilar. Esses músculos e suas cordas sustentam a valva
atrioventricular esquerda, permitindo que as válvulas resistam à pressão gerada durante
contrações (bombeamento) do ventrículo esquerdo. As cordas tendíneas tornam-se
tensas logo antes e durante a sístole, impedindo que as válvulas sejam empurradas para
o átrio esquerdo. A corrente sanguínea sofre duas mudanças de trajeto perpendiculares
durante sua passagem pelo ventrículo que, juntas, resultam em mudança de direção de
180°. Essa inversão de fluxo ocorre ao redor da válvula anterior da valva atrioventricular
esquerda.
A valva da aorta, situada entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta, é
posicionada obliquamente. Está localizada posteriormente ao lado esquerdo, do esterno,
no nível do 3º espaço intercostal. Existem dilatações na parede da aorta abaixo de cada
cúspide: os seios da aorta. A artéria coronária direita se origina no seio aórtico direito,
enquanto a artéria coronária esquerda se origina no seio aórtico esquerdo.
Circulação do Sangue
Existem basicamente dois tipos de circulação sanguínea: a pulmonar e a sistêmica. Na
circulação pulmonar, o sangue rico em gás carbônico passa do átrio direito para o
ventrículo direito e é em seguida impulsionado para o tronco pulmonar e artérias
pulmonares até a rede de capilares dos pulmões. Na circulação sistêmica o sangue rico
em oxigênio sai dos pulmões pelas veias pulmonares e chega ao átrio esquerdo
dirigindo-se ao ventrículo direito que o encaminha para a artéria aorta e desta para o
restante do corpo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014.
NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana: 6. Ed. Philadelphia: Elsevier, 2014.
Murphy JG, Lloyd MA. Mayo Clinic Cardiology: Concise Textbook. 4th ed. New York: Mayo
Clinic Scientific Press and Oxford University Press, 2013.
4. Citar as fontes energéticas para o músculo estriado esquelético e cardíaco.Esquematizar as principais vias metabólicas para o músculo estriado
esquelético.
O músculo é o principal transdutor (máquina) bioquímico que converte a energia
potencial (química) em energia cinética (mecânica). O músculo, maior tecido
individualizado do corpo humano, constitui pouco menos de 25% da massa corporal ao
nascimento, mais de 40% no adulto jovem e pouco menos de 30% no adulto idoso. Tanto
o músculo esquelético quanto o cardíaco exibem aparência estriada ao exame
microscópico; o músculo liso não é estriado. Embora o músculo esquelético
esteja sob controle nervoso voluntário, o controle dos músculos cardíaco e liso é
involuntário.
Fontes de energia para o trabalho muscular
A quantidade de ATP disponível em músculos esqueléticos só é capaz de sustentar 1
a 2 segundos de contração intensa. Um reservatório adicional de energia é constituído
por creatina fosfato, presente em concentrações 3 a 5 vezes maiores do que as de ATP. A
creatina fosfato é produzida nos períodos de repouso, por fosforilação de creatina à custa
de ATP, catalisada pela creatina quinase. A reação é prontamente reversível e, durante
a atividade muscular, processa-se no sentido da regeneração de ATP, para sustentar a
contração.
A creatina fosfato resulta da transferência de um grupo fosfato do ATP para a creatina. Du
rante a contração, a reação
processase no sentido oposto. A creatina fosfato decompõese em creatinina, que é excret
ada na urina.
A creatina é sintetizada a partir de arginina, glicina e Sadenosilmetionina. A creatina
fosfato, lenta e espontaneamente, é convertida a creatinina, que não tem nenhum destino
metabólico, sendo liberada na circulação e eliminada na urina. Como a quantidade
excretada por dia em um indivíduo hígido é constante, por ser proporcional à massa
muscular, a dosagem de creatinina na urina constitui um indicador sensível da
função renal.
ATP e creatina fosfato constituem o suprimento imediato de energia para o trabalho
muscular, suficiente para esforços máximos e pouco duradouros, de 5 a 8 segundos.
Trata-se de um processo estritamente anaeróbio, fornecendo a maior parte da
energia para o desempenho de atividades como corrida de 100 m rasos, natação por
25 m, levantamento de peso, saque no tênis, salto em altura, chute no futebol etc. A
continuidade do trabalho muscular exigirá energia derivada de outras fontes. O próximo
suprimento é a glicose, proveniente da circulação e do glicogênio muscular. No exercício,
a entrada do açúcar nas células musculares é promovida pela proteína quinase
dependente de AMP (AMPK) e a degradação do glicogênio, estimulada pela mesma
liberação de Ca2+ que desencadeia a contração, e ainda por adrenalina e AMP, que têm
seus níveis aumentados.
A glicose 6¬fosfato resultante de fosforilação da glicose sanguínea e da degradação do
glicogênio é metabolizada pela glicólise, que também está ativada (Seção 20.2),
produzindo ATP para sustentar a contração muscular. A via glicolítica é inicialmente
anaeróbia, com produção de lactato, já que a reserva muscular de oxigênio (ligado à
mioglobina) é pequena e a oferta de oxigênio pela circulação não aumenta de forma
imediata e proporcional à demanda muscular de ATP.
De fato, quando um músculo passa do repouso para o exercício intenso, o aporte de
oxigênio aumenta 25 vezes, enquanto a quantidade de ATP hidrolisado chega a ser 120
vezes maior. Nenhum outro tecido apresenta variações tão grandes e abruptas no
gasto de ATP. A degradação anaeróbia da glicose constitui uma alternativa imediata
para a hipóxia relativa no início de um esforço extenuante, mas não pode continuar
indefinidamente, sendo capaz de sustentar exercícios intensos com duração de 1 a 2 min.
É a fonte principal de energia para corridas de 200, 400 ou 1.000 m rasos, natação de 100
a 200 m, corridas intermitentes (arrancadas) no futebol etc. À medida que os sistemas
respiratório e circulatório são ativados e o suprimento de oxigênio cresce, a contribuição
da glicólise anaeróbia para o fornecimento de energia para a contração vai sendo
substituída pela oxidação aeróbia, completa, da glicose. Paralelamente, o fornecimento
de ácidos graxos para o sistema muscular aumenta, em virtude da ação da
adrenalina sobre o tecido adiposo.
A oxidação dos ácidos graxos assume importância crescente, à medida que a atividade
física se prolonga e a reserva de glicogênio diminui. Acima de 2 a 3 min de esforço
vigoroso, o trabalho muscular contínuo é feito, principalmente, à custa de ATP obtido por
oxidação aeróbia dos substratos disponíveis (Figura 22.9). Incluem-¬se aqui, as corridas
de 1.500 m ou mais, ciclismo e esqui competitivos, maratona etc.
Fontes de energia para o trabalho muscular. 
O gráfico mostra o desempenho dos sistemas geradores de energia, expresso em
porcentagem do total de energia que cada sistema é capaz de produzir, durante
exercícios extenuantes. A curva de glicólise anaeróbia refere-se à degradação de
glicose a lactato e a de oxidação aeróbia, à oxidação total de glicose e ácidos graxos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica básica / 4° Ed. 2015
5. Diferenciar a produção de energia aeróbica da anaeróbica.
O princípio geral da bioenergética é que moléculas precursoras, geralmente pequenas,
podem ser transformadas através do anabolismo que forma blocos maiores de
macromoléculas. Por outro lado, moléculas grandes como proteínas, carboidratos e
lipídeos podem ser degradados pelo catabolismo e gerar energia e produtos finais de
reação (que são, em geral, moléculas pequenas). Em relação a glicose, temos como
principais fontes o glicogênio, que é a reserva de glicose no nosso organismo e através
dos alimentos. O glicogênio nada mais é do que um polímero de glicose com
aproximadamente 55.000 moléculas de glicose ligadas entre si que se apresentam em
formato de grânulos e estão armazenadas nos nossos músculos, fígado e rins. A
degradação do glicogênio ocorre através de enzimas desramificadoras, que tornam a
molécula linear; da gligogênio fosforilase, que transforma glicose em glicose-1-fosfato; e a
fosfoglicomutase, que transforma glicose1-fosfato em glicose-6-fosfato. Essa degradação
geralmente é necessária quando o indivíduo está praticando exercícios e a intensidade e
duração desse exercício irá determinar qual fonte energética será utilizada e de que
forma. No catabolismo aeróbico dos carboidratos ocorre a degradação da glicose na
presença de oxigênio, produzindo CO2, H2O e energia. No catabolismo anaeróbio dos
carboidratos ocorre a degradação da glicose na ausência de oxigênio, produzindo ácido
láctico e pouca energia.
2. Catabolismo Anaeróbico
Glicólise - A glicólise ocorre em 10 etapas, sendo as 5 primeiras componentes da fase
preparatória
Etapa 1: a glicose é fosforilada no grupo hidroxil ligado ao C-6, sendo transformada em
glicose-6-fosfato. Consumo de 1 ATP;
Etapa 2: a glicose-6-fosfato formada é convertida a frutose-6-fosfato;
Etapa 3: a frutose-6-fosfato é fosforilada em C-1 para formar a frutose, 1,6-bifosfato.
Consumo de 1 ATP;
Etapa 4: a frutose-1,6-bifosfato é dividida em duas moléculas com 3 carbonos, a
dihidroxiacetona-fofato e o gliceraldeído-3-fosfato;
Etapa 5: a di-hidroxiacetona-fosfato é isomerizada a uma segunda molécula de
gliceraldeído-3-fosfato.
Etapa 6: cada molécula de gliceraldeído-3-fosfato é oxidada e fosforilada por fosfato
inorgânico para formar 1,3-bifosfoglicerato. Produção de 2 NADH a partir de 2 NAD+. ;
Etapa 7: a 1,3-bifosfoglicerato vai ser transformada em 3-fosfoglicerato com a produção
de 1 ATP. Produção de 2 ATP somando as duas moléculas.
Etapa 8: ocorre a mudança na posição do fosfato e a 3-fosfoglicerato é transformada em
2-fosfoglicerato;
Etapa 9: a enzima enolase vai transformar o 2-fosfoglicerato em fosfoenolpiruvato;
Etapa 10: o fosfoenolpiruvato é transformado em piruvato com a geração de 2 ATP.
Grande parte da energia gerada é conservada pela fosforilação acoplada de quatromoléculas de ADP a ATP. O rendimento total para cada molécula de glicose são quatro
moléculas de ATP, mas o rendimento líquido é de apenas duas dessas quatro moléculas
já que duas moléculas de ATP foram consumidas na fase preparatória. A fase
preparatória ou de “débito” consome 2 ATPs, gerando 2 ADP. Na fase seguinte ocorre a
produção de 4 ATP, 2 NADH e piruvato.
Para que a glicólise permaneça acontecendo no processo de anaerobiose o organismo
realiza a fermentação láctica, na qual o piruvato é transformado em lactato pela enzima
lactato desidrogenase com o objetivo de recuperar o NAD+ necessário para o processo
descrito.
3. Catabolismo Aeróbico
Os piruvatos produzidos na degradação da glicose são transportados para dentro da
mitocôndria e lá são transformados em Acetil-CoA, gerando gás carbônico. O AcetilCoA
vai entrar no ciclo de Krebs e vai possibilitar a geração de mais 2 ATP. No ciclo de Krebs
também serão geradas outras moléculas energéticas que vão levar elétrons para a cadeia
transportadora de elétrons da mitocôndria e, assim, inicia-se o processo de geração de
energia através da glicose de forma aeróbica, com a produção de 32-34 ATP por glicose,
sendo um processo muito mais vantajoso.
Sendo o processo aeróbico muito mais vantajoso, por que o corpo não se preocupa
apenas em realizá-lo e deixa para lá a desvantagem do processo anaeróbico? Porque
muitas vezes nós não temos oxigênio suficiente disponível para esse processo funcionar,
como ocorre por exemplo, em exercícios muito intensos e de curta duração. Por outro
lado, em exercícios mais longos, o corpo tem mais oxigênio disponível, podendo realizar o
processo aeróbico e captar mais energia na degradação glicolítica. Sendo assim, cada
processo tem a sua importância a depender da atividade realizada.
Degradação de ácidos graxos: ativação, transporte e oxidação
Para ser oxidado, o ácido graxo é primeiramente convertido em uma forma ativada, uma
acil CoA. Esta etapa prévia é catalisada pela acil CoA sintetase, associada à face citosólica
da membrana externa da mitocôndria:
Nesta reação, forma se uma ligação tioéster entre o grupo carboxila do ácido graxo e o
grupo SH da coenzima A (HSCoA), produzindo uma acil CoA. As acil CoAs, como a
acetil CoA, são compostos ricos em energia. Sua ligação tioéster é formada à custa da
energia derivada de uma ligação anidrido fosfórico, por clivagem do ATP em adenosina
monofosfato (AMP) e pirofosfato (HP2O73– ou PPi). O pirofosfato é hidrolisado a dois
fosfatos inorgânicos (2 HPO42–ou 2 Pi) em uma reação irreversível, o que torna o
processo de ativação do ácido graxo a acil CoA igualmente irreversível.1. 2. 3. 4.
A membrana interna da mitocôndria é impermeável a acil CoA, mas os grupos acila podem
ser introduzidos na mitocôndria, quando ligados à carnitina. Este composto, sintetizado a
partir de aminoácidos, é amplamente distribuído nos tecidos animais e vegetais, sendo
especialmente abundante em músculos. A ligação reversível do grupo acila à carnitina é
catalisada pela carnitina acil transferase (Figura 16.1 a). Existem duas isoformas da
enzima, denominadas I e II, que se localizam na membrana externa e no interior da
mitocôndria, respectivamente. O sistema utilizado para o transporte de grupos acila
consta de quatro etapas (Figura 16.1 b): (1) na membrana externa, a carnitina acil
transferase I transfere o grupo acila da coenzima A para a carnitina; (2) a acil carnitina
resultante é transportada através da membrana interna pela acil carnitina/carnitina
translocase; (3) na matriz mitocondrial, a carnitina acil transferase II doa o grupo acila da
acil carnitina para uma coenzima A da matriz mitocondrial, liberando carnitina; (4) a
carnitina retorna ao citosol pela mesma translocase. Deste modo, o grupo acila dos ácidos
graxos atinge o interior da mitocôndria, onde ocorre a sua oxidação.
A acilCoA presente na matriz mitocondrial é oxidada por uma via denominada β oxidação,
porque promove a oxidação do carbono β do ácido graxo, ou ciclo de Lynen (Figura 16.2).
Esta via consta de uma série cíclica de quatro reações, ao final das quais a acilCoA é
encurtada de dois carbonos, que são liberados sob a forma de acetilCoA, com produção
de FADH2 e NADH. As quatro reações e as enzimas que as catalisam são:
● Oxidação da acilCoA a uma enoilCoA (acilCoA βinsaturada) de configuração trans,
à custa da conversão de
● FAD a FADH2, a única reação irreversível da via — acilCoA desidrogenase
Hidratação da dupla ligação trans, produzindo o isômero L de uma βhidroxiacilCoA
— enoilCoA hidratase
● Oxidação do grupo hidroxila a carbonila, resultando uma βcetoacilCoA e NADH —
βhidroxiacil CoA desidrogenase
● Cisão da βcetoacilCoA por reação com uma molécula de coenzima A (HSCoA),
com formação de acetilCoA e de uma acilCoA com dois carbonos a menos; esta
acilCoA refaz o ciclo várias vezes, até ser totalmente convertida a acetilCoA —
tiolase.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alberts. Fundamentos da biologia celular. 2011.
MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica básica. 3. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
Nelson DL, M. Cox M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 2014.
6. Conceituar L-carnetina e identificar sua ação no metabolismo.
Os suplementos alimentares vêm sendo usados há anos por atletas e praticantes de
atividade física como recurso ergogênico com a finalidade de melhorar a performance.
Um desses suplementos é a L-carnitina, uma substância utilizada principalmente para
acelerar o metabolismo. A L-carnitina é uma amina quaternária formada a partir de dois
aminoácidos essenciais, lisina e metionina, comumente utilizada como termogênico
atuando no processo de beta-oxidação, assim aumentando a queima de gordura durante
a prática de exercícios físicos.
Os prováveis efeitos termogênicos e na queima de gordura da L-carnitina apoiam-se no
fato de que, após a lipólise a mesma atua como uma coadjuvante na transferência dos
ácidos graxos do citosol para a matriz mitocondrial, facilitando a oxidação, gerando
energia e aumentando a capacidade de execução dos exercícios físicos de alta
intensidade. Pelo fato de consumir menos oxigênio em atividade de menor intensidade, o
organismo utiliza menos gordura como fonte de energia, já os exercícios de maior
intensidade, aumentam o consumo de oxigênio, queimando mais calorias e prolongando o
tempo de execução durante o treino, capacitando o esportista, para que ele consiga um
treino com maior intensidade e melhor desempenho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, P. N. de, NOGUEIRA NETO, L. L. H., & PANELI, C. de C. (2020). EFEITOS
DA SUPLEMENTAÇÃO DE L-CARNITINA ASSOCIADA À PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
FÍSICOS . ANAIS DO FÓRUM DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO UNIFUNEC, 9(9)
7. Definir punção venosa, citar suas finalidades, indicações e contradições e
descrever seus procedimentos.
O procedimento de punção venosa periférica (PVP) destaca-se como o mais frequente
nos ambientes de cuidados prestados pela enfermagem e consiste na introdução de um
cateter no interior de uma veia. A PVP tem como finalidade condutas diagnósticas (coleta
de exames laboratoriais) e terapêuticas (infusão de medicamentos e outras soluções por
via intravenosa). Por meio de novos dispositivos e tecnologias adjuvantes, a terapia
intravenosa é utilizada há mais de 350 anos e tem expandido seus limites em números e
em possibilidades terapêuticas.
Objetivo: Instalar cateter em trajeto venoso periférico para manutenção de uma via de
acesso para retirada de amostras de sangue, introdução de medicamentos, monitorização
da PVC, transfusão de sangue e derivados, hidratação e correção de distúrbios
eletrolíticos, introdução de nutrientes, introdução de contraste e drenagem de líquidos.
Complicações: Choque: palidez, lipotimia, ansiedade, tremores e sudorese, podendo ser
pirogênico (introdução de solução contaminada), anafilático (hipersensibilidade a droga),
periférico (aplicação rápida e dosagem elevada).
Embolia: em geralde prognóstico fatal, podendo ser: gasosa (introdução de ar na corrente
sanguínea), oleosa (introdução de medicamentos oleosos) e sanguínea (mobilização de
trombos).
Flebites e Tromboflebites: processo inflamatório das veias, tornando a área dolorosa e
hiperemiada.
Esclerose da veia: devido a injeções frequentes no mesmo local e introdução de soluções
hipertônicas (Ex: glicose 50%).
Infiltrações medicamentosas: devido ao extravasamento de medicamento fora do interior
da veia.
Abscessos: são processos infecciosos, devido à falta de assepsia e introdução de
substâncias irritantes fora da veia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DE OLIVEIRA, Andrey Maciel; DANSKI, Mitzy Tannia Reichembach; PEDROLO, Edivane.
PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA: PREVALÊNCIA
DE SUCESSO E FATORES ASSOCIADOS. Cogitare Enfermagem, [S.l.], v. 22, n. 3, sep.
2017. ISSN 2176-9133.
BRAGA, L.M., et al. Adaptação transcultural da Infiltration Scale para o português. Acta
Paul Enferm. 2016a; 29(1):93-9.
BRAGA, L.M., et al. Tradução e adaptação da Phebitis Scale para a população
portuguesa. Revista de Enfermagem Referência. Série IV, nº11, out./nov./dez. 2016b.
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA. Protocolo de Manuseio de
Insumos e materiais Médicos. Departamento de Enfermagem- DENF PORTO VELHO, RO
MAIO, 2013.
HARADA, M.J.C.S.; PEDREIRA, M.L.G. Terapia intravenosa e infusões. São Caetano do
Sul: Yendis, 2011.
8. Definir o termo congênito e discutir os fatores genéticos e ambientais
relacionados.
Um distúrbio congênito é aquele presente ao nascimento e que pode ou não ter uma base
genética. A definição para o termo Malformação Congênita (MC), segundo a Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS), compreende qualquer defeito na constituição de algum
órgão ou conjunto de órgãos que determine uma anomalia morfológica estrutural ou
funcional, presente ao nascimento ou não, causado por fatores genéticos, ambientais ou
mistos. Podem ser classificadas como isoladas ou associadas, físicas ou mentais, simples
ou múltiplas e de maior ou menor importância clínica.
Define-se como agente teratogênico qualquer substância, organismo, agente físico ou
estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz
uma alteração na estrutura ou função da descendência.
Certos agentes teratogênicos podem não atuar diretamente sobre o embrião, mas
atingi-lo de forma indireta por intermédio de alterações produzidas na mãe ou na placenta
durante as primeiras semanas da gravidez, quando órgãos e os sistemas estão se
estabelecendo. A teratologia (estudo dos teratógenos), ocupa-se de todos os tipos de
anomalias e malformações. A taxa de malformações congênita é muito difícil de precisar,
devido a um amplo leque de malformações. O comprometimento para a vida do indivíduo
decorrente das malformações é muito variável, sendo desde as simples e leves, que não
impõem nenhuma restrição á vida normal e que facilmente podem ser corrigidas, até
aquelas que impõem sérias limitações á vida normal ou mesmo são incompatíveis com
ela. Quando uma malformação ocasiona uma deformidade muito severa, fala-se em
“monstruosidade” termo derivado de teratologia (do grego, teratos = monstro). Não se
deve pensar, contudo, que somente no período em que ocorre a organogênese o embrião
pode ser afetado por agentes teratogênicos. Alterações no desenvolvimento normal
também podem ocorrer nos últimos dois trimestres da gestação, como a contaminação
pela Toxoplasmose, que se mostra gravidade neste período. São fatores ambientais
teratogênicos, agentes infecciosos, como, o vírus (Rubéola), bactérias e protozoários,
atribui malformações nos olhos (catarata e microftalmia), do ouvido interno (surdez
congênita), do coração (defeitos dos septos atrial e ventricular), dos dentes, retardamento
mental e outros. Fatores como radiações e agentes químicos, que causam “mutações” no
código genético. Certas drogas como, corticóides, nicotina, álcool, LSD (ácido dietilamida
lisérgico), causam anencefalia, meningocele, hidrocefalia, fendas labial e palatina, entre
outras malformações corpóreas. Os antibióticos, assim como os anticoagulantes e
hormônios, também trazem malformações, algumas vezes “aberrações”, produzindo
quadros como, hemorragias fetais, diminuição do crescimento dos ossos e no caso dos
hormônios, a masculinização e pseudo-hermafroditismo. É lógico que a incidência varia
com a droga e a dosagem usada. Por isso é de suma importância o acompanhamento
médico, como o exame pré-natal, durante a gravidez, para que no caso de uma
teratologia, a mãe e o feto possam ser tratados, não ocasionando risco de morte para
ambos.
Já os fatores genéticos podem ser os fatores de transcrição, cujo são responsáveis pela
transcrição da futura fita de DNA ao se ligar no DNA das células eucarióticas. Nesse
sentido, alterações ocorridas nesses fatores afetam todo o indivíduo que posteriormente
virá a ser formado, assim, é importante destacar os principais:
Genes GATA:
Fatores de transcrição do tipo dedos-de-zinco, com dois domínios: dedos C (de ligação
com o DNA) e dedos N (regulação da ligação);
6 genes pertencentes à família GATA altamente expressos em diversos tecidos e divididos
em:
• GATA1, GATA2 e GATA 3:
Altamente expressos nas linhagens hematopoiéticas e apresentam um papel essencial na
diferenciação dos eritrócitos, na proliferação das células-tronco hematopoiéticas e no
desenvolvimento de linfócitos T;
Altamente expressos no desenvolvimento do cérebro, medula espinal e orelha interna.
GATA 4, GATA 5 e GATA6:
Altamente expressos durante o desenvolvimento de tecidos de origem mesodérmica e
endodérmica, especialmente coração, intestinos e gônadas.
Genes Homeobox (Genes HOX):
39 genes subdivididos em 13 grupos, dentro de 4 clusters (A, B, C e D) presentes em 4 cromossomos (7, 17,
12 e 2, respectivamente).
Codificam fatores de transcrição do tipo homeodomínio e são altamente expressos no desenvolvimento dos
eixos anteriores e posteriores do embrião;
Dentro de cada cluster, os HOX1 e HOX2 são expressos nos estágios iniciais e em regiões anteriores do
embrião;
Os outros são expressos sequencialmente, sendo os HOX9-HOX13 essenciais no desenvolvimento dos
membros inferiores;
Esses genes também estão expressos durante a diferenciação de células mieloides e o HOXA9 já foi
associado ao desenvolvimento de leucemias.
Genes TBX (T-Box):
São importantes durante o desenvolvimento dos três folhetos germinativos e na organogênese, com
expressão intensa durante o desenvolvimento cardíaco e dos arcos faríngeos;
Fatores de transcrição que regulam a morfogênese em estágios iniciais do desenvolvimento;
17 genes identificados – T-domínio;
Anormalidades em genes T-Box levam a diversas anormalidades anatômicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Thompson & Thompson genética médica. 8. ed. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016
FONTOURA, Fabíola Chaves; CARDOSO, Maria Vera Lúcia Moreira Leitão. Associação
das malformações congênitas com variáveis neonatais e maternas em unidades
neonatais numa cidade do Nordeste brasileiro. Texto contexto - enferm, Florianópolis , v.
23, n. 4, p. 907-914, Dec. 2014 .
SCHULER-FACCINI, Lavínia et al. Avaliação de teratógenos potenciais na população
brasileira. Ciênc. saúde coletiva, São Paulo , v. 7, n. 1, p. 65-71, 2002 .
9. Explicar o protocolo de atendimento ao adolescente e as situações de quebra de
sigilo.
The health care provider who sees adolescents must be willing to take a
developmentally-appropriate psychosocial history. While a fellow at Los Angeles Children’s
Hospital, Dr. Cohen refined a system for organizing the psychosocial history that was
developed in 1972 by Dr. Harvey Berman of Seattle. The system has been used
successfully around the world, in the adolescent health care field. This method structures
questions so as to facilitate communication and to create a sympathetic, confidential,
respectful environment where youth may be able to attain adequate health care. The
approachis known as the acronym HEADSS (Home, Education/employment, peer group
Activities, Drugs, Sexuallity, and Suicide/depression).
Preparing for the Interview
The note a health care provider strikes at the outset of the assessment interview may
affect the entire outcome. Parents, family members, or other adults should not be present
during the HEADSS assessment unless the adolescent specifically gives permission, or
asks for it.
Confidentiality It is not reasonable to expect an adolescent to discuss sensitive and
personal information unless confidentiality can be assured. All adolescents and families,
including caregivers (most commonly a parent or both parents), should be told about
confidentiality at the beginning of the interview. Each health care provider must determine
the nature of his/her own confidentiality statement. Belief Systems As a health care
provider, your own set of beliefs, based on your knowledge, experience, and level of
tolerance in dealing with particular situations, will set the standard in providing
developmentally-appropriate health care to youth and their families. Health care providers
interfacing with youth may be confronted with difficult situations where this particular belief
system may be “tested”, if not challenged. Particular examples relate to health risk-taking
behaviors; 80% of adolescents in North America are deemed to be physically and
psychologically healthy, and the rate of chronic illness is quoted in the literature as up to
10%. When a health care provider is confronted with a particularly challenging situation
that causes him/her to be in a ‘dilemma’, i.e. a youth is seeking options counselling due to
unwanted pregnancy, it is suggested that the health care provider consult with a colleague
or refer the youth for developmentally-appropriate care.
Starting The Interview
1. Introduction: Set the stage by introducing yourself to the youth and parents.
2. Understanding of Confidentiality: Ask either the parents or the youth to explain their
understanding of confidentiality or confidential health care.
3. Confidentiality Statement: After the youth and family have given you their views (from
step 2), acknowledge their responses and add your views accordingly (confidentiality
statement), based on the particular situation.
O protocolo HEEADSSS é utilizado em vários países e mostra-se excelente para alunos
de graduação superior, podendo ser modificado na dependência das necessidades de
cada serviço, ou pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Contemporary Pediatrics,, Getting into Adolescent Heads (July 1988), by John M.
Goldenring, MD, MPH, & Eric Cohen, MD
10.Relacionar fato social e ação social à escolha de Paulinho pela medicina
baseado nos pensadores Weber e Durkheim.
A Ação Social é um conceito que Weber estabelece para as sociedades humanas e a
essa ação só existe quando o indivíduo estabelece uma comunicação com os outros.
Tomemos o ato de escrever como exemplo. Escrever uma carta certamente é uma ação
social, pois ao fazê-lo o agente tem esperança que a carta vai ser lida por alguém. Sua
ação só terá significado enquanto envolver outra pessoa. No entanto, escrever uma
poesia, na medida em que ela envolve apenas a satisfação ou a expressão das
sensações do poeta, não é uma ação social.
Na visão de Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das ações sociais, e
fazê-lo é encontrar os nexos causais que as determinam. Assim, o objeto da Sociologia é
uma realidade infinita e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem
de fato, mas que norteiam a referida análise.
Os tipos ideais servem como modelos e a partir deles a citada infinidade pode ser
resumida em quatro ações fundamentais, a saber:
1. Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional.
Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores
meios para se realizar um fim.
2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação,
mas o valor, seja este ético, religioso, político ou estético.
3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho,
vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc...
4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos
arraigados.
Observamos que as duas últimas são irracionais.
É fato social, segundo Durkheim, toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou, ainda, que é geral ao conjunto de uma
sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui existência própria, independente das
manifestações individuais que possa ter.
Vale salientar que não se trata de um exercício de erudição acadêmica, mas uma
construção reflexiva que ajuda a circunscrever as instâncias de socialização numa
perspectiva relacional, tendo como eixo central a participação do sujeito social em seu
processo educativo. Mais do que isso: ajuda a pensar essas instâncias em suas
dimensões econômica, moral, estética e política, responsáveis pela formação de
um habitus, sistema de disposições, tal como pensando por Pierre Bourdieu.
Considera-se que o processo de socialização das formações atuais é um espaço plural de
múltiplas referências identitárias. Ou seja, a contemporaneidade caracteriza-se por
oferecer um ambiente social em que o indivíduo encontra condições de forjar um sistema
de referências que mescle as influências familiar, escolar e midiática (entre outras), um
sistema de esquemas coerente, no entanto híbrido e fragmentado. Embora se saiba que,
no contexto atual, cada uma das instâncias formadoras desenvolve campos específicos
de atuação, lógicas e valores éticos e morais distintos, considera-se ainda que são os
próprios indivíduos quem tecem as redes de sentido que os unificam em suas
experiências de socialização. É o indivíduo que tem a capacidade de articular as múltiplas
referências que lhe são propostas ao longo de sua trajetória. É o sujeito a unidade social
na qual se podem efetivar diferentes sentidos de ações, ações essas derivadas de suas
múltiplas esferas de existência. No sujeito cruzam-se e interagem sentidos particulares e
diferentes. Ele não é apenas o único portador efetivo de sentidos, mas a única sede
possível de relações entre eles.
Nessa perspectiva, observa-se que a escolha de Paulinho por cursar medicina foi
resultante dessa interação social com seu meio, há uma grande ação da sociedade na
determinação do caráter de um indivíduo. Segundo as óticas durkheimiana e weberiana,
Paulo fez sua escolha, em certa medida, orientado no outrem, o que nos permite
determinar que o convívio com outras pessoas acabou por afetá-lo de maneira coercitiva,
ou não.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SETTON, Maria da Graça Jacintho. A socialização como fato social total: notas
introdutórias sobre a teoria do habitus. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro , v. 14, n. 41, p.
296-307, Aug. 2009.
Disponível em <http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=559>. Acesso em 26 Outubro. 2020.
11. Definir saúde segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946, definiu saúde como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou
enfermidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Disponível em <
https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me-exercitar-mais/o-que-significa-ter-saude>.
Acesso em 26 Outubro. 2020.

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