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Terapias Coletivas e Individual

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Prévia do material em texto

e IndIvIdual
Prof.ª Etienne Alessandra Hafemann 
Prof.ª Talita Cristiane Sutter
TerapIas ColeTIvas
Indaial – 2022
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof.ª Etienne Alessandra Hafemann 
Prof.ª Talita Cristiane Sutter
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. HAFEMANN, Etienne Alessandra.
Terapias Coletivas e Individual. Etienne Alessandra Hafemann; Talita Cristiane 
Sutter - SC: UNIASSELVI, 2022.
216p.
ISBN 978-65-5466-182-9
ISBN Digital 978-65-5466-183-6
“Graduação - EaD”.
1. Terapias Coletivas 2. Terapia Individual 3. Centro Universitário Leonardo da Vinci
CDD 616.89
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Na Unidade 1, abordaremos sobre as Práticas Integrativas e Complementares de 
Saúde (PICS) e sua inserção no Sistema Único de Saúde (SUS) como política de saúde, 
seus avanços e desafios. Os principais pilares teóricos da Medicina Tradicional Chinesa 
(MTC) serão explicados, sendo eles: a teoria do Yin-Yang, a teoria dos Cinco Elementos 
e a teoria do Qi. Essas teorias são importantes para a compreensão da racionalidade 
Oriental no seu modo de entender o processo saúde-doença. 
Além disso, acadêmico, estudaremos as PICS que são utilizadas individualmente, 
sendo elas: acupuntura, auriculoterapia, moxaterapia e ventosaterapia. Estas práticas 
são realizadas em todo o Brasil, e há um aumento de interesse profissional e pelas 
pessoas que apresentam problemas de saúde na busca por essas terapias orientais. 
Dessa forma, abordaremos, além de suas teorias, sua aplicabilidade em diversos 
contextos. Destacamos que elas não invalidam, de forma alguma, o conhecimento 
científico em saúde Ocidental, e sim o complementam. 
Ao final da Unidade 1, aprenderemos sobre as práticas de dança que possuem 
inúmeros benefícios para a saúde, além do exercício físico realizado durante os 
encontros: a Dança Circular e a Biodança. Ambas possuem fundamentação filosófica 
e elementos simbólicos que são imprescindíveis para a realização dessas PICS. Essa 
abordagem será explicada detalhadamente na unidade a seguir.
Na Unidade 2 abordaremos sobre o Ayurveda, sistema científico de medicina, 
considerado o mais antigo da humanidade. Seus fundamentos filosóficos e principais 
conceitos para o diagnóstico e intervenção serão descritos ao longo do texto: a teoria 
dos três doshas, os seis sabores (ou rasas), a dinacharya (rotina diária) e a abhyanga 
(massagem ayurvédica).
Em seguida, estudaremos sobre o Yoga, prática oriental mente-corpo de origem 
indiana amplamente difundida no Ocidente na atualidade. Abordaremos brevemente 
sua origem histórica na Índia ancestral, a chegada do Yoga no Brasil com sua inserção 
SUS através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde 
(PNPICS). Assim como, os fundamentos teóricos e filosóficos das práticas de Yoga, 
enfatizando o Sistema Clássico de Patanjali, que apresenta uma estrutura de oito 
passos a serem seguidos pelos praticantes de Yoga para conquistar o desenvolvimento 
humano através do equilíbrio mente-corpo-espírito.
Além disso acadêmico, estudaremos sobre o Tai Chi Chuan, expressão corpo-
ral e arte marcial de origem Chinesa, utilizada atualmente como um recurso terapêutico 
que exercita o corpo e a mente. O processo de desenvolvimento do Tai Chi será abor-
APRESENTAÇÃO
dado, assim como seus cinco estilos, ou “famílias”, e as principais orientações para a 
prática. A forma de exercício chinesa denominada Qi Gong também será descrita, am-
bas favorecem a circulação do Qi (energia) e promovem diversos benefícios para os 
seus praticantes.
Na Unidade 3, aprenderemos sobre a Bioenergética, uma técnica terapêutica 
que promove o reencontro com o nosso próprio corpo por intermédio da autodescoberta. 
De acordo com essa abordagem, os processos energéticos do corpo originam o que 
acontece na mente e no próprio corpo. Existem estruturas de caráter (padrões tanto 
psicológicos como musculares) que são classificados em cinco tipos, cada um deles 
será descrito neste tópico. 
A prática do Reiki, seus níveis e símbolos também serão descritos na Unidade 
3, perpassando pela história da prática e aplicabilidade como PICS. Além disso, aborda-
remos sobre as PICS constelações familiares sistêmicas e a terapia comunitária, seus 
princípios filosóficos e métodos terapêuticos. 
Por fim, estudaremos sobre a arteterapia, uma forma de expressar a criativi-
dade, pensamentos e sentimentos. Mais especificamente na abordagem Junguiana, 
refletiremos que por intermédio dela, símbolos pessoais podem emergir e auxiliar no 
processo terapêutico, com pessoas de todas as idades. As linguagens, materiais, utili-
dade e indicações da arteterapia serão descritos, sendo recursos para atuação e meio 
de propiciar que o psiquismo se revele. 
Bom estudo!
 
Profª. Etienne Alessandra Hafemann
Profª. Talita Cristiane Sutter
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meiodela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — BASES CONCEITUAIS DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS 
DE SAÚDE E AS DANÇAS TERAPÊUTICAS ......................................1
TÓPICO 1 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DE SAÚDE.......... 3
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
2 HISTÓRICO – O QUE SÃO AS PICS? .................................................................... 3
2.1 POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES ..........5
3 PRÁTICAS INDIVIDUAIS ..................................................................................... 6
3.1 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ..................................................................................6
3.1.1 Teoria Yin-Yang ............................................................................................................9
3.1.2 Teoria dos Cinco Elementos ....................................................................................11
3.1.3 Teoria do Qi .................................................................................................................12
4 ACUPUNTURA ................................................................................................... 14
5 AURICULOTERAPIA ........................................................................................... 18
6 VENTOSATERAPIA ............................................................................................. 21
7 MOXATERAPIA ...................................................................................................24
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................30
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 31
TÓPICO 2 — DANÇA CIRCULAR ............................................................................33
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................33
2 HISTÓRIA DA DANÇA CIRCULAR ......................................................................33
3 ELEMENTOS SIMBÓLICOS ................................................................................35
3.1 A RODA E O CENTRO ......................................................................................................... 36
4 O FOCALIZADOR ................................................................................................38
5 A DANÇA CIRCULAR COMO PRÁTICA INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR 
DE SAÚDE ........................................................................................................... 41
5.1 BENEFÍCIOS DA DANÇA CIRCULAR ...............................................................................41
5.2 POSSIBILIDADES E DESAFIOS PARA A DIFUSÃO DA PRÁTICA .............................44
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................46
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 47
TÓPICO 3 — BIODANÇA .........................................................................................49
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................49
2 HISTÓRIA DA BIODANÇA ...................................................................................49
3 FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E BENEFÍCIOS DA BIODANÇA ....................... 51
4 LINHAS DE VIVÊNCIA ........................................................................................52
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................56
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................62
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................63
REFERÊNCIAS .......................................................................................................65
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVA ORIENTAIS: AYURVEDA, 
YOGA E TAI CHI CHUAN ................................................................. 73
TÓPICO 1 — AYURVEDA – MEDICINA CLÁSSICA INDIANA ................................... 75 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 75
2 A AYURVEDA E SEU HISTÓRICO ....................................................................... 75
3 OS DOSHAS ....................................................................................................... 79
4 ALIMENTAÇÃO NO AYURVEDA .........................................................................83
5 DINACHARYA – ROTINA AYURVÉDICA ............................................................86
6 MASSAGEM AYURVÉDICA – ABHYANGA ..........................................................88
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................93
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................94
TÓPICO 2 — YOGA ................................................................................................. 97
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 97
2 BREVE HISTÓRIA DO YOGA .............................................................................. 97
3 PRINCIPAIS RAMOS DO YOGA .........................................................................102
3.1 BHAKTI YOGA – O YOGA DA DEVOÇÃO ...................................................................... 102
3.2 KARMA YOGA – O YOGA DA AÇÃO COMUNITÁRIA .................................................. 102
3.3 JÑANA YOGA – O YOGA DO CONHECIMENTO ......................................................... 103
3.4 RAJA YOGA, ASHTANGA YOGA OU YOGA DE PATAÑJALI ................................... 103
3.4.1 O CAMINHO DE OITO PASSOS DO RAJA YOGA DE PATANJALI ................. 104
4 PRÁTICAS DE YOGA NA CONTEMPORANEIDADE – SUS ............................... 110
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 114
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................115
TÓPICO 3 — TAI CHI CHUAN – MEDICINA CHINESA ...........................................117
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................117
2 HISTÓRICO E FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DO TAI CHI CHUAN .................117
3 TAI CHI CHUAN NA PRÁTICA ........................................................................... 122
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................128
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 135
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 136
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 139
UNIDADE 3 — TERAPIAS COMPLEMENTARES EM SAÚDE ............................... 147
TÓPICO 1 — BIOENERGÉTICA E REIKI ................................................................149
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................149
2 O DESENVOLVIMENTO DA BIOENERGÉTICA .................................................149
2.1 FUNDAMENTOSBÁSICOS ...............................................................................................152
2.1.1 Energia ........................................................................................................................152
2.1.2 Grounding ................................................................................................................ 153
2.1.3 Estruturas de Caráter ............................................................................................ 155
3 REIKI – BASES HISTÓRICAS ........................................................................... 159
3.1 OS 7 CHAKRAS ................................................................................................................. 162
4 APLICAÇÃO DE REIKI ...................................................................................... 165
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 167
AUTOATIVIDADE .................................................................................................168
TÓPICO 2 — CONSTELAÇÕES FAMILIARES SISTÊMICAS E TERAPIA 
COMUNITÁRIA INTEGRATIVA .........................................................171
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................171
2 CONSTELAÇÕES FAMILIARES SISTÊMICAS E SUAS ORIGENS .....................171
3 AS LEIS DO AMOR ............................................................................................ 172
4 O MÉTODO TERAPÊUTICO DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR ............................ 173
5 A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA ...................................................... 176
5.1 OS PILARES DA PRÁTICA ............................................................................................... 180
6 ETAPAS E CONDUÇÃO DO PROCESSO ...........................................................182
6.1 ACOLHIMENTO .................................................................................................................. 183
6.2 ESCOLHA DO TEMA ........................................................................................................ 183
6.3 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................... 183
6.4 PROBLEMATIZAÇÃO ...................................................................................................... 183
6.5 ENCERRAMENTO ............................................................................................................ 184
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................185
AUTOATIVIDADE .................................................................................................186
TÓPICO 3 — ARTETERAPIA ................................................................................189
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................189
2 A ARTETERAPIA E SEU HISTÓRICO ................................................................189
3 O ARTETERAPEUTA ......................................................................................... 193
4 ARTETERAPIA DE ABORDAGEM JUNGUIANA ............................................... 195
5 ARTETERAPIA NA ÁREA DA SAÚDE ............................................................... 196
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................... 200
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................207
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 208
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 211
1
UNIDADE 1 — 
BASES CONCEITUAIS DAS 
PRÁTICAS INTEGRATIVAS 
DE SAÚDE E AS DANÇAS 
TERAPÊUTICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o processo de inserção das Práticas Integrativas de Saúde no Sistema 
Único de Saúde;
•	 refletir	sobre	o	contexto	atual	das	Práticas	Integrativas	de	Saúde;
•	 entender	a	teoria	e	aplicabilidade	de	práticas	complementares	individuais;	
•	 compreender	as	práticas	integrativas	que	envolvem	a	dança:	dança	circular	e	
biodança.
	 A	cada	tópico	desta	unidade	você	encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	
reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO 1 – PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DE SAÚDE
TÓPICO 2 – DANÇA CIRCULAR
TÓPICO 3 – BIODANÇA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES DE SAÚDE
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO 
Prezado	acadêmico,	no	Tópico	1	estudaremos	sobre	as	Práticas	Integrativas	e	
Complementares	de	Saúde	(PICS),	assim	como	o	processo	de	inserção	delas	no	Sistema	
Único	de	Saúde	(SUS).	Além	disso,	abordaremos	especificamente	sobre	PICS	que	po-
dem	ser	aplicadas	individualmente,	e	são	usadas	hoje	em	todo	o	Brasil.
Algumas	 práticas	 individuais	 são	 de	 origem	 ocidental,	 como	 a	 Medicina	
Tradicional	Chinesa	e	a	Acupuntura.	Aspectos	referentes	à	aplicabilidade	dessas	PICS	
no	território	brasileiro,	a	discussão	entre	a	medicina	convencional	e	sua	relação	com	
práticas	integrativas	serão	considerados	ao	longo	do	texto.	
 
Neste	tópico,	abordaremos	a	teoria	e	alguns	exemplos	de	problemas	de	saúde	
em	que	podem	ser	utilizadas	as	terapias	individuais:	acupuntura,	auriculoterapia,	vento-
saterapia,	moxaterapia.	Lembramos	que	o	conhecimento	prático	também	é	imprescin-
dível	para	aqueles	que	desejarem	atuar	com	tais	abordagens.	
2 HISTÓRICO – O QUE SÃO AS PICS? 
São	consideradas	PICS	os	tratamentos	terapêuticos	que	se	baseiam	em	uma	
visão	abrangente	do	ser	humano	e	do	processo	saúde-doença,	elas	podem	prevenir	
ou	 tratar	 enfermidades,	 assim	 como	 serem	 utilizadas	 como	 cuidado	 paliativo	 para	
algumas	doenças	crônicas	 (BRASIL,	 2020a).	Conforme	podemos	observar	na	própria	
nomenclatura,	essas	práticas	são	complementares,	e	não	substituem	os	tratamentos	
convencionais.	
A	 integralidade	 da	 atenção	 em	 saúde,	 como	 um	 dos	 princípios	 do	 SUS,	
corrobora	com	a	visão	global	que	as	PICS	têm	sobre	o	 indivíduo,	considerando	a	sua	
singularidade.	Essa	abordagem	contribui	para	a	ampliação	do	protagonismo	do	usuário	
e	sua	corresponsabilização	pelo	seu	estado	de	saúde	(BRASIL,	2015).	
 
Tais	sistemas	e	recursos	envolvem	abordagens	que	buscam	estimular	
os	 mecanismos	 naturais	 de	 prevenção	 de	 agravos	 e	 recuperação	
da	 saúde	por	meio	de	 tecnologias	 eficazes	e	 seguras,	 com	ênfase	
na	escuta	acolhedora,	no	desenvolvimento	do	vínculo	terapêutico	e	
na	 integração	do	ser	humano	com	o	meio	ambiente	e	a	sociedade	
(BRASIL,	2006a).
4
AS	PICS	se	enquadram	no	que	a	Organização	Mundial	de	Saúde	(OMS)	chama	
de	 medicina	 tradicional	 e	 medicina	 complementar	 alternativa	 (MT/MCA).	 A	 MT	 e	 a	
MCA	foram	incentivadas	pela	OMS	já	nos	anos	1970,	por	 intermédio	do	“Programa	de	
Medicina	 Tradicional,	 que	 possibilitou	 a	 criação	 do	 documento	 “Estratégias	 da	 OMS	
para	a	Medicina	Tradicional	para	2002-2005”.	Esse	documento	se	propôs	a	 respaldar	 
os países de modo a: 
•	 integrar	a	MT/MCA	nos	sistemas	nacionais	de	saúde,	desenvolvendo	e	implementan-
do	políticas	e	programas	nacionais;
•	 promover	 a	 segurança,	 eficácia	 e	 qualidade	 da	 MT/MCA,	 ampliando	 a	 base	 de	
conhecimento	 sobre	 essas	 medicinas	 e	 fomentando	 a	 orientação	 sobre	 pautas	
normativas	e	de	controle	de	qualidade;
•	 aumentar	a	disponibilidade	e	acessibilidade	da	MT/MCA,	com	ênfase	ao	acesso	pelas	
populações	pobres;	e
•	 fomentar	o	uso	racional	da	MT/MCA	tanto	pelos	provedores	quanto	pelos	consumi-dores	(OMS,	2002).
Conforme	 dados	 de	 2020,	 no	 Brasil	 já	 existiam	 9.350	 estabelecimentos	 de	
saúde	ofertando	56%	dos	atendimentos	individuais	e	coletivos	de	PICS	nos	municípios,	
a	maioria	deles,	8.239	mil,	são	na	Atenção	Básica	em	saúde.	A	distribuição	dos	serviços	
por	nível	de	complexidade	ocorre	da	seguinte	forma:	Atenção	Básica	78%;	Média	18%;	
Alta	 4%	 (BRASIL,	 2020a).	 O	 que	 corrobora	 com	 a	 recomendação	 da	 OMS	 aos	 seus	
Estados,	para	que	haja	políticas	voltadas	à	 integração	ou	 inserção	de	MT	e	MTC	aos	
sistemas	oficiais	de	saúde,	principalmente	na	Atenção	Primária	(BRASIL,	2012).	Contudo,	
no	Brasil,	 o	 caminho	percorrido	para	que	 as	PICS	 fossem	 reconhecidas	desta	 forma	
iniciou	bem	antes	de	2020.	O	Quadro	1	destaca	alguns	marcos	desse	trajeto.	
Quadro 1 – Histórico das PICS no Brasil
Meados dos 
anos 1970
Início	do	debate	sobre	as	PICS	após	a	declaração	de	Alma	Ata.
1986
8ª	Conferência	Nacional	de	Saúde	valida	ainda	mais	o	debate,	sendo	um	
espaço	legítimo	de	visibilidade	das	demandas	e	necessidades	da	população	
por	uma	nova	cultura	de	saúde.
1996
10ª	Conferência	Nacional	de	Saúde	que,	em	seu	relatório	final,	aprovou	a	
"incorporação	ao	SUS,	em	todo	o	País,	de	práticas	de	saúde	como	a	fitoterapia,	
acupuntura	e	homeopatia,	contemplando	as	terapias	alternativas	e	práticas	
populares".
1999
Inclusão	das	consultas	médicas	em	homeopatia	e	acupuntura	na	tabela	de	
procedimentos	do	SIA/SUS	(Portaria	nº	1230/GM	de	outubro	de	1999).
2000
11ª	Conferência	Nacional	de	Saúde	que	recomenda	"incorporar	na	atenção	
básica:	Rede	PSF	e	PACS	práticas	não	convencionais	de	terapêutica	como	
acupuntura	e	homeopatia;
5
Fonte: adaptado de Brasil (2020a); Brasil (2018); Brasil (2006b); Brasil (2017)
2006 
As	PICS	foram	institucionalizadas	no	Sistema	Único	de	Saúde	(SUS)	por	
intermédio	da	Política	Nacional	de	Práticas	Integrativas	e	Complementares	
(PNPIC),	aprovada	por	meio	de	Portaria	GM/MS	no	971,	de	3	de	maio	de	2006,	
aprovando	cinco	práticas.
2013
Aprovação	da	Portaria	nº	2.761/GM/MS,	que	institui	a	Política	Nacional	de	
Educação	Popular	em	Saúde	no	âmbito	do	Sistema	Único	de	Saúde	(PNEPS-SUS).
2014
Aprovação	da	Portaria	nº	2.446/GM/MS,	que	redefine	a	Política	Nacional	de	
Promoção	da	Saúde	(PNPS)	que	tem	como	um	dos	objetivos	específicos:	
valorizar	os	saberes	populares	e	tradicionais	e	as	práticas	integrativas	e	
complementares.
2017
A	PNPIC	foi	ampliada	em	14	outras	práticas	a	partir	da	publicação	da	Portaria	
GM	nº	849/2017.	
A	seguir,	descreveremos	sobre	as	PNPIC	e	sua	contribuição	para	a	aplicabilida-
de	das	PICS	no	SUS.	
2.1 POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
Sabemos	 da	 importância	 da	 obtenção	 da	 PNPIC	 para	 a	 consolidação	 das	
práticas	 nos	 territórios,	 porém,	mesmo	 com	 as	 conquistas,	 ainda	 podemos	 avançar.	
Consideramos	ela	uma	política	sempre	em	construção.
A	PNPIC	é	transversal	em	suas	ações	no	SUS,	e	está	presente	em	
todos	os	níveis	de	atenção,	prioritariamente	na	Atenção	Primária	à	
Saúde	 (APS).	Dentre	os	seus	objetivos,	se	propõe	a	contribuir	com	
o	aumento	da	resolubilidade	do	Sistema	e	ampliação	do	acesso	às	
PICS,	garantindo	qualidade,	eficácia,	eficiência	e	segurança	no	uso	
(BRASIL,	2020b,	p.	3).
Em 2018, foi lançado o manual de implantação de serviços de 
práticas integrativas e complementares no SUS, com o objetivo 
de sugerir aos gestores um modelo de plano de implantação das 
PICS, e que também descreve os passos de cadastramento nos 
serviços. Acesse em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/
publicacoes/manual_implantacao_servicos_pics.pdf. 
DICA
6
Foram	duas	portarias	aprovadas,	que	hoje	totalizam	19	PICS	a	serem	disponibi-
lizadas	no	SUS:
•	 A	Portaria	GM/MS	nº	971/2006	contempla	diretrizes	e	responsabilidades	institucionais	
para	 oferta	 de	 serviços	 e	 produtos	 de:	 homeopatia,	medicina	 tradicional	 chinesa/
acupuntura,	 plantas	 medicinais	 e	 fitoterapia,	 além	 de	 constituir	 observatórios	 de	
medicina	antroposófica	e	termalismo	social/crenoterapia	(BRASIL,	2006c).	
•	 A	portaria	GM/MS	nº	849/2017,	aprova	outras	práticas:	Arteterapia,	Ayurveda,	Biodan-
ça,	 dança	 circular,	 Meditação,	 Musicoterapia,	 Naturopatia,	 Osteopatia,	 Quiropraxia,	
Reflexoterapia,	Reiki,	Shantala,	Terapia	Comunitária	Integrativa	e	Yoga	(BRASIL,	2017).
Em 2021 a PNPIC completou 15 anos de criação. No link a seguir, você 
tem acesso a lista de experiências no SUS com as PICS registradas na 
plataforma do Banco de Práticas e Soluções em Saúde e Ambiente 
– IdeiaSUS. Acesse em: http://observapics.fiocruz.br/conheca-as-129-
experiencias-com-pics-registradas-no-ideiasus/. 
DICA
Muitos	avanços	foram	conquistados	nessa	trajetória	desde	a	criação	das	PICS,	
mas	muitos	desafios	ainda	estão	presentes.	O	acesso	aos	usuários	para	essa	variedade	
de	 práticas	 legitimadas	 pelo	 SUS,	 dependem	 de	 investimentos	 para	 a	 formação	 de	
profissionais	para	a	atuação	na	rede.	Identificar	o	potencial	na	equipe	e	ampliar	a	oferta	
das	práticas	é	imprescindível	para	a	disseminação	das	PICS	na	saúde	pública.
3 PRÁTICAS INDIVIDUAIS 
Vários	 tipos	 de	 PICS	 somente	 podem	 ser	 utilizadas	 em	 grupo,	 como	 a	
dança	 circular,	 que	 depende	 de	mais	 participantes	 para	 formar	 uma	 roda.	 A	 seguir,	
descreveremos	 PICS	 que	 não	 necessitam	 de	 um	 grupo	 para	 sua	 aplicação,	 ou,	 em	
alguns	casos,	que	podem	ser	aplicadas	somente	de	forma	individual.	
3.1 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Não	 se	 sabe	 ao	 certo	 quando	 a	 Medicina	 Tradicional	 Chinesa	 (MTC)	 foi	
desenvolvida	 ao	 longo	 da	 história.	 Contudo,	 evidências	 arqueológicas	 demonstram	que	
a	maioria	das	técnicas	oriundas	dessa	abordagem	surgiram	no	Oriente	há	milhares	de	
anos,	alguns	exemplos	de	técnicas	são:	moxaterapia,	fitoterapia	chinesa	e	a	acupuntura.	 
Todas	 essas	 práticas	 têm	 fundamento	 nessa	 teoria	 de	 saúde	 milenar,	 com	 pilares	
definidos,	sendo	eles:
7
•	 A	teoria	do	Yin-Yang.
•	 A	teoria	dos	Cinco	Elementos.
•	 A	teoria	do	Qi	(MACIOCIA,	2017).
A	 partir	 do	 conhecimento	 desses	 pilares,	 o	 especialista	 consegue	 realizar	 o	
diagnóstico,	 tratando	 o	 indivíduo	 em	 sua	 totalidade	 e	 não	visando	 somente	 a	 parte	
doente	ou	a	doença	em	si,	como	é	evidenciado	na	Medicina	Ocidental.	É	 importante	
ressaltar	 que	 não	 temos	 a	 pretensão	 de	 abordar	 esses	 conceitos	 de	 forma	 a	 serem	
profundamente	discutidos	neste	tópico,	pois	 isso	não	seria	possível	em	um	primeiro	
debate,	 mas	 sim	 desvelar	 a	 base	 de	 seus	 conhecimentos	 para	 que	 você	 possa	
compreender	o	suficiente	da	teoria	geral	para	refletir	sobre	o	modo	de	racionalização	
da	MTC.	
No Brasil, a Regulamentação para o exercício profissional da 
acupuntura foi aprovada através do Projeto de Lei nº 5983/2019 
em todo território nacional. Este documento especifica quem 
pode exercer a profissão, além de outras diretrizes. Acesse em: 
https://bit.ly/3rBepG5.
IMPORTANTE
Atualmente,	muitas	categorias	profissionais	da	área	da	saúde,	além	da	medi-
cina,	 já	se	manifestaram	a	favor	dessa	prática	 respaldando	seus	profissionais,	como:	
Conselho	Federal	de	Enfermagem,	Conselho	Federal	de	Farmácia,	Conselho	Federal	de	
Fisioterapia,	Conselho	Federal	de	Psicologia,	entre	outras.	Dessa	forma,	para	atuar	com	
a	acupuntura,	o	profissional	de	saúde	necessita	realizar	uma	especialização	–	nível	de	
pós-graduação	–	na	área,	e	estar	ativo	em	seu	Conselho	Regional.
 
A	partir	do	conhecimento	das	teorias	e	da	relação	dela	com	o	que	o	indivíduo	
traz	como	demanda	clínica,	é	que	o	especialista	determinará	o	diagnóstico	energético.	
Depois	desta	etapa,	as	práticas	terapêuticas	são	escolhidas	e	aplicadas,	de	forma	indi-
vidual	ou	conjunta,	a	depender	do	caso.	Além	disso,	como	destacamos,	a	MTC	considera	
o	ser	em	sua	integralidade.	Nesse	caso,	a	relação	das	teorias	acontece	também	através	
da	anamnese	que	o	especialista	utiliza	na	consulta	clínica	para	compreender	o	caso	em	
sua	totalidade.	
Tratar	 é	 aplicar	 as	 técnicas	 apropriadas	 (...)O	 diagnóstico	 pas-
sa	 pela	 tomada	 dos	 pulsos,	 detalhada	 e	 sutil;	 pela	 palpação	 do	
abdômen	 ou	 de	 outras	 partes	 do	 corpo;	 pelo	 exame	 da	 pupi-
la,	 da	 tez,	 da	 língua,	 da	 vascularização	 superficial,	 das	 atitudes,	
do	 jeito	 de	 andar.	 Questionamos	 sobre	 o	 que	 entra	 e	 sai	 do	 cor-
po,	 sobre	 os	 movimentos	 orgânicos,	 as	 sensações	 internas,	 so-
bre	 os	 sentimentos	 e	 as	 disposições	 interiores.	 Inspecionamos	 
o	ambiente	físico	e	moral	do	paciente”	(DE	LA	VALLÉE,	2019,	p.	19).
8
Sobre	a	avaliação	do	pulso,	não	existe	uma	regra	de	do	que	pode	ser	um	“pulso”	
normal	 para	 um	 indivíduo	 e	 patológico	 para	 outro.	 É	 importante	 que	 o	 profissional	
determine	o	padrão	do	pulso,	considerando	a	anamnese	e	os	seus	conhecimentos	que	
se	correlacionam	com	o	quadro	em	estudo.	
Mann	 (1971)	 ressalta	 que	 é	 normal	 para	 algumas	 pessoas	 se	 sentirem	 com	
energia	e	ter	agilidade,	o	que	se	refletirá	na	qualidade	da	artéria,	perceptível	na	tomada	
do	pulso.	Dessa	forma,	o	pulso	trará	mais	dados	sobre	o	estado	de	saúde	do	paciente,	
auxiliando	no	diagnostico	energético	e	plano	de	tratamento	com	a	acupuntura.	“Seja	
qual	 for	 a	 sua	 origem,	 física,	 fisiológica	 ou	 mental,	 as	 doenças	 revelam-se	 através	
do	pulso,	 desde	que	provoquem	efeitos	fisiológicos”	 (MANN,	 1971,	 p.	 104).	 Os	 efeitos	
fisiológicos	alteram	o	processo	orgânico	de	funcionamento	do	corpo.	Assim,	qualquer	
alteração	no	organismo	irá	refletir	através	do	pulso.
 
Se	tratando	da	mudança	de	padrão	de	pulso	conforme	o	clima,	Mann	(1971,	p.	
106),	esclarece	que:
•	 Os	pulsos	tornam-se	mais	profundos	no	inverso	e	em	casos	de	doenças	relacionadas	
ao	frio	ou	a	processos	de	enrijecimento.
•	 Os	pulsos	tornam-se	mais	superficiais	no	verão	e	em	casos	de	doenças	 ligadas	a	
estados	febris.
Assim,	o	especialista	necessita	ter	um	vasto	conhecimento	em	medicina	chi-
nesa,	considerando	todos	os	fundamentos	que	estão	envolvidos	nessa	racionalidade	 
de	saúde	para	atuar	com	qualidade	e	trazer	resolubilidade	para	o	problema	do	paciente.	
Cada	aspecto	clínico	é	avaliado	minuciosamente	antes	de	escolher	a	técnica	adequada.	
Por	exemplo,	a	tomada	de	pulso	da	MTC	é	feita	de	forma	manual,	e	para	realizar	a	análise	
do	aspecto	da	língua,	há	um	arcabouço	teórico	que	o	especialista	necessita	compreen-
der	para	poder	avaliar	da	maneira	correta.	
Um livro que trata especificamente do assunto é o “Diagnóstico pela 
língua na medicina chinesa”, de Giovanni Maciocia (2013), sendo que 
este é um dos mais preciosos métodos na medicina chinesa.
DICA
Outra	categoria	de	sentidos	bastante	abrangente	utilizada	na	MTC	é	a	de	“Shen”:
É	o	mais	 sutil	 e	 não	 substancial	 tipo	de	Qi	 ...	Acredito	que	 'Mente'	
é	 uma	 tradução	 mais	 precisa	 para	 Shen;	 o	 que	 no	 Ocidente	
chamaríamos	de	 'espírito',	 trata-se	do	complexo	de	todos	os	cinco	
aspectos	mentais	e	espirituais	do	ser	humano,	 isto	é,	Alma	Etérea	
(HUN),	Alma	Corpórea	(PO),	Inteligência	(YI),	Força	de	Vontade	(ZHI)	e	
Mente	(SHEN)	(MACIOCIA,	1996,	p.	201).
9
	 O	 Shen,	 (espírito/mente)	 pré-natal	 é	 derivado	 dos	 pais	 e	 o	 Shen	 pós-natal	
derivado	e	manifestado	pela	 essência	 (Jing)	 e	pela	 energia	 (Qi).	 Enquanto	o	 sangue	
(Xue)	do	coração	(Xin)	e	Yin	do	coração	fornecem	moradia	para	o	Shen,	visto	que	na	
concepção	da	MTC,	a	consciência	não	reside	tanto	no	cérebro,	mas	sim	no	coração.	
Shen	 é,	 portanto,	 totalmente	 associado	 à	 concepção,	 à	 organização	
inata	e	adquirida	no	meio	do	desenvolvimento,	a	própria	transformação	
de	 um	 ser	 particular,	 ele	 é	 ao	mesmo	 tempo	 o	 aspecto	mais	 sutil	
daquilo	que	anima,	colore	a	consciência	individual	e	determina	todos	
os	 níveis	 de	 surgimento	 desse	 indivíduo,	 até	 os	 mais	 concretos	
(EYSSALET,	2003,	p.	82).
O	 Shen	vitaliza	 o	 corpo	 e	 a	 consciência	 e	 fornece	 a	 força	 da	 personalidade.	
Esta	concepção	implica	na	existência	material	do	Shen,	que	é	diferente	do	pensamento	
ocidental	de	espírito.	Na	MTC,	Shen	é	uma	parte	 integral	do	corpo	e	não	um	aspecto	
separado	dele	(ROSS,	2019).
 
A	partir	desse	texto	introdutório	sobre	a	MTC,	a	seguir,	abordaremos	sobre	os	
pilares	teóricos	dessa	medicina	milenar.
3.1.1 Teoria Yin-Yang 
Conceituar	o	Yin-Yang	é	 imprescindível,	e	essa	teoria	é	possivelmente	uma	das	
mais	 importantes	da	MTC.	São	duas	qualidades	opostas,	porém	complementares:	 “cada	
objeto	ou	fenômeno	poderia	ser	ele	próprio	ou	seu	contrário.	Além	disso,	Yin	contém	
a	semente	de	Yang,	de	forma	que	o	primeiro	pode	transformar-se	no	segundo,	e	vice-
versa”	(MACIOCIA,	2017,	p.	3).
Figura 1 – Símbolo yin-yang
Fonte: https://bit.ly/3UarhA3. Acesso em: 21 jun. 2022.
10
O	 círculo	 exterior	 representa	 o	 próprio	 universo,	 o	 infinito,	 o	 todo	
energético,	 do	 qual	 tudo	 e	 todos	 fazemos	 parte.	 As	 duas	 esferas	
dentro	do	símbolo	representam	a	união	dos	opostos,	sendo	que	a	li-
nha	ondulada	no	interior	indica	o	equilíbrio	constante	entre	as	forças	
contrárias.	O	círculo	branco	pequeno	no	lado	preto	significa	que	o	Yin	
possui	o	Yang	e	o	círculo	pequeno	preto	no	lado	branco,	significa	que	
o	Yang	possui	o	Yin	(BUCHO,	2016,	p.	2).
Para	exemplificar	melhor,	pensemos	que	após	a	noite	vem	o	dia,	que	depois	do	
verão	chega	o	 inverno,	e	essas	mudanças	são	ciclos	da	vida	que	atingem	a	todos	os	
seres	(MACIOCIA,	2017).	
Yin	 e	 Yang	 representam	 esse	 ciclo.	 Ilustram	 essas	 contínuas	
mudanças,	os	 ritmos	da	existência.	Yin	é	o	polo	negativo,	passivo,	
profundo,	feminino.	A	noite	e	o	 inverno	são	Yin.	Yang	representa	o	
polo	positivo,	ativo,	superficial,	masculino.	O	dia	e	o	verão	são	yang.	
Esses	 conceitos	 não	 são	 estáticos.	 Representam	 dois	 polos	 de	
uma	mesma	energia.	Yin	está	sempre	se	tornando	Yang,	e	Yang	se	
tornando	Yin	(JAHARA-PRADIPTO,	1986,	p.	16).
Eles	se	configuram	como	expressões	do	Qi	(energia	vital).	Estudaremos	sobre	
o	Qi	 ainda	neste	 tópico.	 Importante	 ressaltarmos	que	os	 conceitos	de	polo	negativo	
e	positivo	não	tem	a	ver	com	o	bem	e	o	mau,	ou	o	que	é	bom	ou	 ruim.	Ambos	são	
essenciais,	 e	 é	 importante	 manter	 um	 equilíbrio	 entre	 as	 energias.	 Dessa	 forma,	
podemos	dizer	que	uma	pessoa	é	mais	Yin,	em	um	estado	mais	fisicamente	passivo	ou	
mais	Yang	fisicamente	ativo,	entre	outras	características	que	podem	ser	consideradas	
(JAHARA-PRADIPTO,	1986).
O	 antagonismo	 de	 Yin-Yang	 estende-se	 a	 todos	 os	 fenômenos	 e	
objetos	do	universo,	isto	é,	a	tudo	que	pode	ser	perceptível	pelo	ser	
humano.	Assim:	Yang:	positivo,	 forte,	dinâmico,	quente,	claro,	 leve,	
homem.	Yin:	negativo,	fraco,	estático,	frio,	obscuro,	pesado,	mulher.	
A	 MTC	 incorporou	 o	 princípio	 Yin-Yang	 para	 explicar	 a	 fisiologia	
e	 patologia	 humana,	 considerando	 o	 corpo	 um	 todo	 organizado,	
composto	de	duas	partes,	porém	opostas.	Os	órgãos	vitais	são	Yin,	
enquanto	 suas	 funções	 são	 Yang.	 Por	 exemplo,	 o	 coração,	 como	
estrutura	anatômica	é	Yin,	enquanto	os	batimentos	e	a	circulação	do	
sague	são	Yang;	a	massa	muscular	é	Yin	e	a	força	muscular	é	Yang,	
assim	por	diante	(PAI,	2005,	p.	71).
As	doenças	para	a	MTC	são	resultantes	de	uma	desordem	nas	nossas	trocas	
e	 ritmos	Yin-Yang	 (DE	 LA	VALLÉE,	 2019).	 O	 estado	 normal	 seria	 o	 equilíbrio,	 porém,	
existem	quatro	quadros	possíveis	de	desequilíbrio	entre	Yin-Yang:
Predomínio	de	Yin.
Predomínio	de	Yang.
Fraqueza	de	Yin.
Fraqueza	de	Yang	(MACIOCIA,	2017,	p.	7).
 
11
Pela	 racionalização	 da	 teoria	 do	 Yin-Yang,	 o	 especialista	 irá	 identificar	 as	
manifestações	 clínicas	 de	 um	 possível	 desequilíbrio	 entre	 essas	 duas	 energias,	 e	 por	
intermédio	de	estratégias	de	tratamento,	aplicar	as	técnicas	da	MTC	para	equilibrá-las.	 
As	estratégias	se	resumem	em	quatro:
Tonificar	Yang.
Tonificar	Yin.
Eliminar	Yang	em	excesso.
Eliminar	Yin	em	excesso	(MACIOCIA,	2017,	p.	7).
O	especialista	pode,	por	exemplo,	utilizar	pontos	de	acupuntura	para	eliminar	
acessos	de	Yang	em	determinado	local	do	corpo,	ou	utilizar	a	moxabustão	para	tonificar	 
o	Yin,	a	dependerde	cada	caso,	como	afirma	Ross	(2019,	p.	27),	“de	modo	geral,	se	o	
corpo	está	saudável	e	forte,	o	Yin	e	o	Yang	estão	em	equilíbrio”.	
3.1.2 Teoria dos Cinco Elementos
Na	 visão	 desta	 teoria,	 o	 mundo	 natural	 é	 constituído	 por	 cinco	 elementos:	
madeira,	 fogo,	 terra,	 metal	 e	 água.	 Cada	 um	 destes	 elementos	 tem	 suas	 próprias	
características	 individuais	 e	 simbolizam	 também	 as	 cinco	 direções	 diferentes	 de	
movimentos	dos	fenômenos	naturais	(MACIOCIA,	2017).	
Os	antigos	chineses,	observando	os	fenômenos	da	natureza	e	seu	
comportamento,	 identificaram	 a	 madeira,	 o	 fogo,	 a	 terra,	 o	 metal	
e	 a	 água	 como	 os	 “Cinco	 Elementos	 da	 Natureza”,	 básicos	 para	 a	
existência	da	vida	no	planeta.	Verificaram	também	que	entre	esses	
“Cinco	Elementos	da	Natureza”	existia	uma	íntima	relação,	dinâmica	
e	 interdependente:	 a	 madeira,	 quando	 queima,	 transforma-se	 em	
cinza,	misturando-se	com	a	terra.	Dentro	desta,	há	depósito	de	metal	
que,	por	sua	vez,	submetido	a	altas	temperaturas,	torna-se	líquido.	A	
água,	que	é	parte	desse	 líquido,	faz	a	árvore	crescer	e	esta	fornece	
a	madeira	para	ser	queimada,	e	assim	por	diante,	de	forma	infinita	e	
cíclica	(PAI,	2005,	p.	73).
As teorias de Yin-Yang e dos Cinco Elementos representam um salto 
histórico da medicina – a visão da doença como algo causado por 
espíritos malévolos deu lugar a uma visão naturalista das doenças 
como algo associado ao estilo de vida (MACIOCIA, 2017, p. 16).
ATENÇÃO
Esses	 elementos	 representam	 o	 as	 energias	 do	Yin-Yang,	 que,	 como	vimos,	
se	manifestam	nos	ciclos	de	transformação	da	natureza.	Dessa	forma,	órgãos	estão	
relacionados	aos	cinco	elementos,	por	intermédio	de	um	sistema	de	analogia	e	dedução.
 
12
No	diagrama	que	 representa	 os	 cinco	 elementos	 existe	um	órgão	 (zang)	Yin	
e	uma	víscera	(Fu)	Yang	para	cada	elemento.	Cada	par	de	órgãos	é	representado	pelo	
elemento	em	questão:	
•	 Madeira:	o	fígado	e	a	vesícula	biliar.
•	 Fogo:	o	coração	e	o	intestino	delgado.
•	 Terra:	o	estômago	e	o	baço-pâncreas.
•	 Metal:	o	intestino	grosso	e	o	pulmão.
•	 Água:	o	rim	e	a	bexiga	(PAI,	2005,	p.	75).
Dessa	forma,	“a	 interação	de	Yin	e	Yang	gera	as	cinco	fases	(...).	A	teoria	das	
cinco	 fases	 ou	 dos	 cinco	 movimentos	 postula	 que	 todos	 os	 fenômenos	 naturais	
correspondem	a	uma	de	cinco	faixas	associativas:	Madeira,	Fogo,	Terra,	Metal	e	Água”	
(LUZ,	2012,	p.	110-111).
Para saber mais sobre a teoria dos cinco elementos, assista ao 
vídeo: “Os cinco Elementos da Medicina Tradicional Chinesa”. Acesse 
em: https://www.youtube.com/watch?v=HM8dBzmND6k.
DICA
A	 teoria	 dos	 cinco	 elementos	 possui	 sua	 origem	na	 observação	da	natureza	
e	em	todo	o	processo	que	ela	se	constitui,	 assim	foi	compreendida	e	comparada	às	
influências	desses	fenômenos	naturais	com	a	restauração	do	equilíbrio	energético	da	
pessoa	com	problemas	de	saúde.
3.1.3 Teoria do Qi 
O	Qi	(ou	Chi),	pode	ser	conceituado	em	português	pela	expressão	“sopro	vital”,	
sendo	que	na	literatura	chinesa	ele	é	muito	relacionado	ao	vento,	respiração,	ao	ar	e	ao	
vapor	(LUZ,	2012).	Outros	autores	também	denominam	o	Qi	como	“energia	vital”,	sendo	
a	força	que	produz	a	vida.	“Se	enumerarmos	as	necessidades	da	vida:	alimento,	abrigo,	
vestimenta,	água	e	ar;	faltará	alguma	coisa?	Sim,	o	Qi,	algo	tão	básico	para	a	vida	que	
frequentemente	nos	esquecemos	dele”	(TOHEI,	2000,	p.	9).
 
Essa	 “energia”	 percorre	 pelos	 “meridianos”,	 que	 são	 canais	 por	 onde	 o	 fluxo	
energético	 circula	 pelo	 corpo.	 Há,	 inclusive,	 mapas	 que	 demonstram	 os	meridianos	
existentes	no	corpo	humano	segundo	a	MTC.	
A	energia	vital	(Qi)	flui	através	dos	doze	meridianos	em	vinte	e	quatro	
horas,	na	seguinte	ordem:	Pulmões,	intestino	grosso,	estômago,	baço,	
coração,	intestino	delgado,	bexiga,	rins,	circulação-sexo	(pericárdio), 
13
triplo	aquecimento	(triplo aquecedor),	vesícula	e	fígado.	É	este	fluxo	
de	energia	que	conserva	o	homem	vivo.	Quando	cessa,	sobrevém	a	
morte	 (...).	Não	existe	prova	científica	absoluta	da	existência	de	Qi.	
Na	linguagem	característica	dos	antigos,	para	expressar	o	seu	ponto	
de	vista,	Qi	teve	origem	na	ação	simultânea	do	céu	e	da	terra,	cujo	
resultado	 foi	 a	 criação	do	homem,	 -	 a	 dádiva	dos	 céus	gerada	no	
útero	da	terra”	(MANN,	1971,	p.	45-46)
Quando	um	ponto	do	corpo	está	dolorido,	pode	ser	indicação	de	um	bloqueio	
da	circulação	de	energia,	que	poderá	estar	em	excesso	ou	em	deficiência	no	organismo	
(ANDRADE,	2009).	Existem	técnicas	para	normalizar	o	fluxo	de	Qi	através	dos	meridia-
nos,	como	a	acupuntura	e	a	prática	do	Qi Gong	 (exercícios	que	procuram	melhorar	a	
circulação	de	Qi	no	corpo).
O	Qi	Gong	é	o	resultado	de	alguns	milhares	de	anos	de	experiência	
do	homem	no	desenvolvimento	do	uso	da	energia	vital	para	vários	
propósitos	 definidos.	 Os	 antigos	 mestres	 desenvolveram	 a	 arte	
da	 energia	 para	 curar	 doenças,	 promover	 a	 saúde,	 a	 longevidade,	
melhorar	 as	 habilidades	de	 luta,	 expandir	 a	mente,	 alcançar	 níveis	
diferentes	da	consciência	e	atingir	a	espiritualidade.	Essas	artes	de	
cultivo	da	energia	desenvolveram-se	separadamente,	apesar	de,	às	
vezes,	 terem	 influenciado	umas	às	outras	e	serem	conhecidas	por	
nomes	diferentes.	Porém,	todas	elas	tinham	em	comum	a	prática	de	
exercitar	os	fluxos	de	energia:	o chi ou qi.	Desde	a	década	de	1950,	
essas	 artes	 ficaram	 conhecidas	 como	 Qi	 Gong,  a	 arte	 da	 energia	
(LIVRAMENTO;	FRANCO;	LIVRAMENTO,	2010,	p.	82).
Faça você mesmo uma rotina de antigos exercícios chineses de Qi-Gong, 
através do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Z2n4WfwIXnk
DICA
Assim,	podemos	afirmar	que	a	MTC	busca	normalizar	a	circulação	do	Qi	no	corpo	
para	que	não	haja	desequilíbrios	energéticos.	Esse	equilíbrio	perpassa	pela	teoria	Yin	e	
Yang,	que,	conforme	estudamos	anteriormente,	são	duas	energias	opostas.	O	Qi	que	
circunda	pelos	meridianos	necessita	estar	equiparado	de	acordo	com	o	Yin	e	Yang,	em	
quantidade	aceitável	para	fluir	sem	bloqueios	e	na	direção	certa	(CENTRO	DE	ESTUDOS	
DE	TERAPIAS	NATURAIS,	2022).	
As	 energias	de	Yin	 e	Yang	circulam	pelo	 corpo	 sem	parar.	Com	o	estudo	do	
estado	dessas	energias	nos	12	meridianos,	poderemos	determinar	a	origem	da	doença	e	
se	há	energia	em	demasia	ou	em	deficiência.	Dessa	forma,	a	localização	dos	distúrbios	é	
possível.	Com	os	conhecimentos	acerca	dos	locais	onde	podemos	incitar	a	alteração	de	
energia	entre	os	diferentes	meridianos,	poderemos	equilibrar	novamente	o	Yin	e	Yang	
(NEI	JING	apud WANG,	2001).
14
A citação supracitada é advinda do livro, “Os Princípios de Medicina 
Interna do Imperador Amarelo”, considerado um livro clássico Oriental 
e o primeiro a citar a técnica da acupuntura. Ele traz o relato das 
conversas do Imperador com o seu ministro, e desvela a filosofia 
oriental em que se baseia a acupuntura, como o Yin e Yang.
IMPORTANTE
A	seguir,	descreveremos	algumas	das	técnicas	mais	utilizadas	para	equilibrar	
o	 fluxo	 de	 Qi	 pelo	 corpo:	 acupuntura,	 auriculoterapia,	 ventosaterapia	 e	moxaterapia.	
Ressaltamos	que	elas	têm	como	base	as	teorias	da	MTC	citadas	anteriormente	
4 ACUPUNTURA 
A	palavra	"acupuntura"	vem	do	latim,	acus	significa	agulha	e	punctura se refere 
à	punção.	É	uma	técnica	que	utiliza	agulhas	finas	e	específicas	para	este	fim	a	serem	
introduzidas	em	pontos	distribuídos	no	corpo	humano.	Além	das	agulhas,	esses	pontos	
também	podem	ser	estimulados	por	ventosas	ou	moxas,	conforme	estudaremos	a	seguir.	
 
A	Figura	2	 ilustra	 alguns	objetos	para	comparação	de	espessuras.	Um	palito	
tem	3mm,	a	agulha	de	 injeção,	no	centro	da	 imagem,	tem	0,70mm	e	uma	agulha	de	
acupuntura	 tem	 apenas	 0,25mm,	 ou	 seja,	 referente	 a	 dois	 fios	 de	 cabelo	 humano.	
Ressaltamos	que	as	agulhas	não	podem	ser	reaproveitáveis,	dessa	forma,	após	o	uso,	
o	descarte	deve	ser	realizado	em	coletores	específicos	para	serviços	de	saúde,	sendo	
recolhidos	por	empresas	de	coleta	e	transporte	de	resíduos	perfurocortantes.
Figura 2 – Espessura da agulha de acupuntura
Fonte:as autoras
15
Existem	divergências	sobre	o	período	de	origem	e	desenvolvimento	da	acupun-
tura	na	história,	porém,	dados	arqueológicos	apontaram	que	pode	ser	originária	da	China	
entre	8.000	e	3.000	a.C.	 (LIANG,	 2001).	 É	 considerada	uma	das	 terapias	mais	 antigas	 
do	mundo.	Há	indícios	da	sua	prática	na	época	da	Idade	da	Pedra	(aproximadamente	
4500	a.c.),	quando	as	“agulhas”	eram	feitas	de	pedra	polida,	e	muitas	vezes	utilizadas	
com	a	terapia	através	do	calor	(moxa),	aquecendo	as	pedras	e	colocando-as	em	locais	
doloridos	do	corpo	(WEN,	2014).
 
Os	 chineses,	 ao	 longo	 de	 milhares	 de	 anos,	 descreveram	 cerca	
de	 1.000	 pontos	 de	 acupuntura,	 dos	 quais	 361	 (clássicos)	 foram	
classificados	 em	 catorze	 grupos	 principais.	 Todos	 os	 pontos	 que	
pertencem	a	um	desses	grupos	são	ligados	na	superfície	do	corpo	
por	uma	 linha	 imaginária	denominada	meridiano.	 (...)	Os	pontos	de	
acupuntura	ao	 longo	desses	meridianos	estão	 relacionados	com	o	
órgão	mencionado,	mas	 não	 necessariamente	 da	mesma	maneira	
que	a	medicina	ocidental	(PAI,	2005,	p.	57-58).
O	objetivo	da	acupuntura	é	tratar	o	indivíduo	em	sua	integralidade,	partindo	do	
pressuposto	da	MTC	de	tratar	a	pessoa	doente	e	não	a	doença.	Os	pontos	são	escolhidos	
pelo	acupunturista	de	acordo	com	o	diagnóstico	realizado	com	base	nos	fundamentos	
da	 MTC,	 anamnese,	 sinais	 e	 sintomas	 do	 indivíduo.	 Ela	 estimula	 a	 circulação	 de	 Qi	
(energia)	e	Xue	(sangue)	pelo	organismo	buscando	o	equilíbrio	do	corpo.	No	Ocidente,	os	
acupontos	(pontos	de	acupuntura)	receberam	numerações	para	facilitar	a	aprendizagem.	
Na	 tradicional	medicina	 chinesa,	mestres	 antigos	 ensinavam	 ser	 a	
doença	 uma	 alteração	 das	 funções	 do	 corpo	 ou	 desgaste	 deste,	
provocado	 por	 fatores	 externos,	 como	 frio,	 calor,	 umidade,	 fatores	
emocionais,	nutricionais	ou	envelhecimento.	Por	meio	da	acupuntura	
seria	possível	a	recuperação	da	saúde	(PAI,	2005,	p.	5).
Ao numerarmos os pontos de acupuntura, perdemos uma riqueza de 
informações quando os termos chineses são esquecidos. Por exemplo, 
“o Zan-san-li” (três milhas da perna), tratado com acupuntura, faz 
aumentar a energia o suficiente para caminhar mais três milhas de 
distância. Entretanto, no ocidente ele foi designado como “E-36”, que 
significa “trigésimo sexto acuponto do Canal de Energia do Estômago”. 
As informações dos termos chineses poderiam ser interpretadas e 
usadas no tratamento (INADA, 2006).
INTERESSANTE
O	ponto	IG20	é	muito	utilizado	para	obstrução	nasal.	A	Figura	6	demonstra	esse	
ponto	sendo	utilizado	bilateralmente	das	narinas,	para	alívio	dos	sintomas	de	sinusite.
16
Figura 3 – Aplicação de acupuntura para desobstrução nasal
Fonte: as autoras
O	Quadro	2	descreve	os	mecanismos	de	ação	da	acupuntura:	
Quadro 2 – Mecanismos de ação da acupuntura
Fonte: WEN (2014, p. 17-18)
Altera a 
circulação 
sanguínea
A	partir	da	estimulação	de	certos	pontos,	pode-se	alterar	a	dinâmica	
da	circulação	regional	proveniente	de	microdilatações.	Outros	pontos	
promovem	o	relaxamento	muscular,	sanando	o	espasmo,	diminuindo	a	
inflamação	e	a	dor.
Libera hormônios
O	estímulo	de	certos	pontos	promove	a	liberação	de	hormônios,	como	o	
cortisol	e	as	endorfinas,	promovendo	analgesia.
Aumenta a 
resistência à 
doença
A	acupuntura	ajuda	a	aumentar	a	resistência	do	hospedeiro.	Quando	há	
agressão	externa,	alguns	sistemas	orgânicos	são	prejudicados.	Há	uma	
regulação	interna	para	oferecer	resistência	à	doença.	A	acupuntura	
exacerba	esses	mecanismos	para	que,	em	menos	tempo,	o	equilíbrio	e	
a	saúde	sejam	restabelecidos.	
Regula e 
normaliza 
as funções 
orgânicas
As	diversas	funções	no	homem	são	inter-relacionadas.	Se	há	algum	
distúrbio	alternando	esse	inter-relacionamento,	ocorre	a	manifestação	
de	sintomas	e	a	doença	se	estabelece.	A	acupuntura	pode	dinamizar	e	
restabelecer	os	relacionamentos	anteriores	e	apressar	a	recuperação.
Promove o 
metabolismo
O	metabolismo	é	fundamental	na	manutenção	da	vida.	Em	certas	
condições	de	doença,	há	alteração	do	metabolismo	dos	diversos	
órgãos,	com	consequente	prostração	e	deficiência	do	organismo.	A	
acupuntura	permite	a	recuperação	desse	metabolismo,	importante	no	
processo	de	cura.
A	acupuntura	pode	ser	aplicada	de	forma	sistêmica	e	microssistêmica,	podendo	
as	agulhas	serem	inseridas	em	pontos	ao	longo	do	corpo,	com	duração	em	média	de	28	
min	e	em	tratamentos	que	possuem	duração	de	até	10	sessões,	conforme	cada	caso.	No	
caso	da	acupuntura	microssistêmica,	ela	torna-se	mais	comum	na	prática	ambulatorial,	
17
geralmente	 procurada	 por	 queixas	 de	 dores	 crônicas.	 Nesses	 casos,	 as	 agulhas	 são	
inseridas	em	pontos	de	reflexo	das	funções	do	corpo	humano.	Muitos	acupunturistas	
utilizam	da	craniopuntura	de	Yamamoto,	a	acupuntura	do	Mestre	Tung	e	Método	Balance	
de	Richard	Tan.	Esses	métodos	ampliam	o	conhecimento	do	acupunturista,	permitindo	
obter	ainda	mais	recursos	para	atuar	na	qualidade	de	vida	do	paciente.
No	município	de	Campinas,	com	a	 implantação	da	prática	da	técnica	da	Cra-
niopuntura	de	Yamamoto,	observou-se	uma	redução	de	12,5%	nos	primeiros	8	meses	
e	de	20%	após	1	ano	da	emissão	de	receitas	de	anti-inflamatórios	(BRASIL,	2009),	com	
uso	da	acupuntura	na	prática	clínica,	principalmente	envolvendo	os	casos	de	dores	são	
surpreendentes,	pois,	geralmente,	o	paciente	relata	melhora	considerável	da	dor	com	o	
uso	dessa	técnica.
A	acupuntura	denominada	Craniopuntura	de	Yamamoto	se	refere	à	aplicação	
da	 técnica	 no	 couro	 cabeludo,	 correspondente	 ao	 córtex	 cerebral.	 Ela	 não	 apresen-
ta	efeitos	colaterais	e	diminui	o	consumo	de	medicamentos	(YAMAMOTO;	YAMAMOTO,	
1998).	Silva	et al.,	(2011,	p.	290)	realizaram	um	estudo	envolvendo	a	craniopuntura	de	
Yamamoto	e	constataram	que	ela	foi	efetiva	no	“alívio	da	dor,	na	amplitude	de	movi-
mento,	qualidade	de	vida	e	funcionalidade	de	paciente	com	osteoartrite	de	joelho”.
Além	dos	quadros	de	dores,	a	acupuntura	também	é	uma	técnica	reconhecida	e	
aliada	na	intervenção	de	problemas	emocionais.	No	estudo	de	Silva	(2010),	foi	aplicada	a	
acupuntura	para	o	transtorno	de	ansiedade.	Neste	caso,	essa	prática	também	demonstrou	
ser	efetiva,	diminuindo	os	sintomas	e	melhorando	a	qualidade	de	vida	da	paciente.
O Do-in,	que	é	a	massagem	com	os	dedos	em	pontos	de	acupuntura,	também	
pode	ser	utilizado,	 inclusive	no	autocuidado.	Cançado	 (1993)	desenvolveu	o	primeiro	
livro	de	primeiros	socorros	voltados	para	a	técnica	do	Do-In,	que	consiste	na	acupressão	
nos	pontos	de	acupuntura	com	os	dedos,	na	busca	terapêutica	através	do	processo	
do	autocuidado.	“Quando	o	primeiro	homem	massageou	o	próprio	pé	na	tentativa	de	
aliviar	a	dor,	a	idéia	do	Do-in	já	estava	formada”	(CANÇADO,	1993,	p.	13).	Assim,	ao	logo	
da	história	o	homem	pôde	perceber	que,	além	da	prática	 lhe	causar	algum	conforto,	
também	era	terapêutica,	principalmente	nos	quadros	que	envolviam	dores.
No Do-In,	os	pontos	relacionados	recebem	a	massagem	indutiva	energética,	e,	
para	obter-se	maior	aproveitamento	dessa	técnica,	é	importante	colocar	o	corpo	numa	
condição	de	 relaxamento	 (CANÇADO,	 1993).	Essa	técnica	da	MTC,	não	possui	contra	
indicações,	exceto	para	pessoas	que	estejam	com	a	integridade	da	pele	prejudicada	no	
local	da	prática.	
Qualquer	indivíduo	pode	realizar	a	massagem	nos	pontos	de	acupuntura,	esse	
conhecimento	 é	muito	 útil	 em	casos	 que	 ocorrerem	 situações	de	 algum	desconfor-
to	físico	ou	dores	e	não	ter	acesso	a	nenhum	atendimento	de	saúde	por	perto,	como	 
em	viagens.
18
A	técnica	de	tratamento	com	o	Do-in,	segundo	Cançado	(1993,	p.	26),	consiste:
a)	 Em	 caso	 de	 distúrbios	 causados	 pelo	 excesso	 de	 energia	 é	
preciso	 sedar	 o	 ponto.	 Para	 isso,	 pressionar	 profundamente	 e	
continuamente	o	ponto	indicado	durante	um	a	cinco	minutos.
b)	 Em	caso	de	deficiência,	é	preciso	tonificar	o	ponto,	pressionan-
do-o	repetidamente	em	intervalos	de	um	segundo	durante	cinco	
minutos.
Dessa	forma,	podemos	inferir	nos	sintomas	que	são	frequentes	como	enxaque-
cas,	ansiedade,cólicas,	congestão	nasal,	constipação,	dores	na	coluna,	entre	outros.
5 AURICULOTERAPIA
Outra	técnica	muito	utilizada,	principalmente	por	não	ser	invasiva	e	ter	mais	fácil	
aceitação	é	a	auriculoterapia,	ou	a	acupuntura	auricular.	A	auriculoterapia	faz	parte	da	
MTC,	assim	como	a	acupuntura.	Sua	base	é	a	utilização	de	punção	no	pavilhão	auricular,	
relacionando-o	com	os	diversos	órgãos	e	regiões	do	corpo.	
Por	 volta	 de	 1950,	 o	 médico	 francês	 Paul	 Nogier	 deu	 importante	
contribuição	 para	 o	 uso	 terapêutico	 do	 pavilhão	 auricular.	 Com	
estudos	que	partiram	dos	pontos	auriculares	chineses	e	da	criação	
de	novos	métodos	de	mapeamento	e	estimulação	dos	pontos,	Nogier	
estabeleceu	a	relação	do	pavilhão	auricular	com	a	figura	de	um	feto	
na	 posição	 invertida	 e	 batizou	 sua	 descoberta	 de	 auriculoterapia	
(NEVES,	2018,	p.	8).
A	figura	do	feto	 invertido	é	a	base	para	a	 localização	dos	pontos	auriculares,	
estabelecendo	 os	 pontos	 reativos	 de	 determinada	 região	 do	 corpo	 e	 que	 se	 situam	
no	reflexo	da	imagem	de	um	bebê	invertido.	Nessa	projeção,	a	cabeça	está	localizada	
na	altura	do	 lóbulo	da	orelha	e	os	pés	na	região	superior	do	pavilhão	da	orelha,	mais	
aproximado	da	fossa	triangular.	Segundo	Senna,	Silva	e	Bertan	 (2012,	p.	 27)	 “pontos	
auriculares	 são	 zonas	 específicas	 distribuídas	 na	 superfície	 do	 pavilhão	 auditivo	 (...)	
Essas	zonas	refletem	fielmente	a	atividade	funcional	de	todo	o	nosso	corpo”.
 
Os	pontos	são	estimulados	com	diferentes	tipos	de	materiais,	podemos	utilizar	
agulhas	de	acupuntura	que	permanecem	por	alguns	minutos,	agulhas	semipermanen-
tes,	ou	até	mesmo	sementes	(vacaria	ou	mostarda),	esferas	(douradas,	prateadas	ou	de	
cristais),	que	são	fixadas	no	ponto	com	micropore,	e	podem	permanecer	por	uma	sema-
na	realizando	o	efeito	terapêutico	em	um	prazo	mais	longo.	No	caso	de	aplicação	com	o	
uso	das	sementes,	é	importante	estar	atento	a	sinais	de	mudança	de	coloração	na	área	
ou	queixas	de	dor,	neste	caso	é	importante	orientar	a	retirada	dos	pontos	da	orelha.	As	
sementes,	por	serem	materiais	orgânicos,	possuem	maior	risco	de	causar	algum	proble-
ma	na	terapêutica.	O	especialista	necessita	estar	atento	e	avaliando	cada	caso.
19
Figura 4 – Auriculoterapia com agulha
Fonte: as autoras
A	princípio,	os	benefícios	da	auriculoterapia	baseiam-se	na	facilidade	
de	 acesso	 aos	 acupontos,	 na	 possibilidade	 da	 prática	 clínica	 não	
invasiva,	 nas	 alterações	 auriculares	 de	 interesse	 diagnóstico,	 na	
produção	 de	 estímulos	 bioenergéticos	 auriculares	 (mesmo	 fora	 do	
consultório)	e	nos	seus	 resultados	 já	comprovados	 (SENNA;	SILVA;	
BERTAN,	2012,	p.	26).
Mesmo	com	os	mapas	definindo	os	pontos	de	maneira	objetiva,	o	diagnóstico	
em	auriculoterapia	perpassa	por	uma	 inspeção	minuciosa	da	orelha,	avaliando	se	há	
manchas,	 escamações,	 aumento	 da	 vascularização	 em	 determinados	 locais,	 entre	
outros	sinais.	Esse	exame	visual	é	realizado	antes	de	tocar	a	orelha,	para	que	os	sinais	
não	 sejam	 alterados	 pela	 palpação.	 Nem	 sempre	 há	 alterações	 aparentes,	 porém	
é	 importante	atentar-se	a	elas.	Após	esse	exame	 inicial,	 a	apalpação	é	 realizada	em	
diferentes	 pontos	 para	 revelar	 os	 pontos	 que	 são	 reagentes	 à	 dor,	 e	 possivelmente	
necessitam	dos	estímulos	da	auriculoterapia	(NEVES,	2018).
Figura 5 – Tratamento de auriculoterapia com esferas
Fonte: as autoras
20
Na	Figura	5,	observamos	que	não	há	muitos	sinais	evidentes	de	alterações	au-
riculares,	a	não	ser	alguns	vasos	aparentes	na	região	superior	da	orelha.	Essa	imagem	é	
importante	para	ilustrar	que,	se	o	paciente	possui	alargadores	ou	piercings,	não	impede,	
de	forma	alguma,	o	tratamento,	o	que	acontece,	principalmente	no	uso	de	alargadores,	
é	a	perda	de	pontos	que	poderiam	ser	estimulados	caso	houvesse	necessidade,	como	a	
região	dos	olhos	que	é	perdida	no	caso	do	uso	de	alargadores.
Contam lendas que os piratas utilizavam brincos de ouro no lóbulo 
da orelha, no ponto do olho, a fim de melhorar sua acuidade visual 
quando utilizavam lunetas para mirar o horizonte. 
INTERESSANTE
O	quadro	a	seguir	demonstra	as	possíveis	alterações	auriculares	e	seu	diagnóstico.
Quadro 3 – Alterações e diagnóstico em auriculoterapia
Fonte: Neves (2018, p. 28)
Alteração Diagnóstico
Manchas	vermelhas Disfunções	agudas
Manchas	brancas Disfunções	crônicas
Vasos	vermelhos Disfunções	recentes
Vasos	azulados Disfunções	antigas
Escamações Disfunções	crônicas
Nódulos Disfunções	crônicas	e	provavelmente	degenerativas
Existem	alguns	riscos	na	auriculoterapia,	como	a	fadiga	ocular,	que	acontece	
quando	são	realizadas	muitas	sessões,	neste	caso	a	orelha	pode	apresentar	algum	sinal	
negativo	(como	pequenas	lesões),	por	isso,	é	importante	manter	um	tempo	de	repou-
so	durante	as	sessões	para	evitar	esse	processo.	Além	disso,	pode	ocorrer	uma	infla-
mação	na	cartilagem,	expressados	por	pequenos	nódulos	que	doem	e	tem	coloração	
vermelha	nos	 locais	de	aplicação,	neste	caso	é	contraindicada	a	estimulação	desses	
pontos.	Quando	 são	utilizadas	 agulhas	 semipermanentes,	 também	é	 importante	nos	
atentarmos	a	sinais	de	 infecção,	caso	o	paciente	não	mantenha	uma	boa	higiene	no	
local	(NEVES,	2018).
21
Um	estudo	envolvendo	essa	técnica	demonstrou	que	ela	é	eficaz	envolvendo	
quadro	 de	 estresse	 psicológico	 e	 sintomas	 de	 depressão	 e	 ansiedade	 durante	 a	
pandemia	da	COVID-19,	sendo	aplicada	em	profissionais	de	enfermagem.	Nesse	estudo,	
Oliveira	et al.	 (2021,	 p.	 7)	 concluíram	que	 em	apenas	uma	 sessão	de	 auriculoterapia	
tiveram	diminuições	significativas	no	“nível	de	estresse	e	na	pontuação	das	medianas	
de	ansiedade	e	depressão	dos	profissionais	de	enfermagem	que	atuaram	na	linha	de	
frente	de	enfrentamento	à	pandemia	do	coronavírus”.	
Na	 dor	 cervical	 crônica,	 a	 prática	 pode	 ser	 realizada	 como	 tratamento	 com-
plementar,	sendo	um	método	eficaz	para	alívio	da	dor	(SANT'ANNA	et al.,	2021).	Res-
saltamos	que,	além	do	exame	visual	e	de	palpação	da	orelha,	é	 imprescindível	que	a	
anamnese	seja	realizada	para	avaliar	a	queixa	da	pessoa	em	tratamento.	Assim	como,	
os	pontos	auriculares	se	baseiam	na	mesma	base	teórica	da	MTC	para	definir	os	pontos	
mais	eficazes	para	cada	caso.
6 VENTOSATERAPIA
O	tratamento	com	ventosas	é	bastante	antigo,	assim	como	as	outras	práticas	
citadas,	ele	iniciou	em	países	orientais	e	difundiu-se	para	o	ocidente	ao	longo	do	tempo.	
Consiste	em	aplicar,	por	intermédio	de	pistolas	de	sucção	de	ar,	copos	de	ventosas	de	
plástico	em	diversas	partes	do	corpo.	Também	é	realizada	a	prática	com	ventosas	de	
vidro,	que	necessitam	que	o	oxigênio	do	“copo”	de	ventosa	seja	retirado	por	intermédio	
do	calor,	 e,	 logo	após,	 inserido	no	corpo	da	pessoa	em	tratamento.	As	Figuras	6	e	 7	
demonstram	a	utilização	desses	materiais,	porém,	ressaltamos	que	existem	outros	tipos	
atualmente	no	mercado,	como	as	de	silicone.
Figura 6 – Utilização de ventosas de plástico
Fonte: as autoras
22
A	 ventosaterapia	 promove	 a	 limpeza	 do	 corpo,	 ela	 age	 na	 troca	 de	 gases,	
purificando	o	corpo,	podemos	dizer	que	ela	elimina	a	toxidade	que	afeta	o	organismo.	
Esse	tipo	de	tratamento	também	é	muito	utilizado	para	aliviar	tensões	e	proporcionar	
relaxamento	físico.	Na	MTC,	ela	é	principalmente	um	meio	de	diagnóstico	clínico,	pois	
através	dos	aspectos	e	características	das	manchas,	o	especialista	consegue	definir	o	
padrão	de	desequilíbrio	provocado	por	algumas	doenças.	Essa	prática	é	indicada	como	
foco	terapêutico	para	desintoxicar	o	organismo,	além	de	auxiliar	no	equilíbrio	energético,	
aliviando	os	sintomas	emocionais.
Tem	 como	 objetivo	 ocasionar	 um	 vácuo	 e	 fazer	 uma	 sucção	 da	
pele	 gerando	 uma	 pressão	 negativa,	 para	 estimular	 a	 circulação	
sanguínea,	 liberar	 as	 toxinas	 existentes	 no	 sangue.	 Também	 atua	
limpando	 o	 sangue,	 o	 que	 faz	 com	 que	 aumente	 a	 resistência	 do	
organismo	às	doenças,	melhor	respiração	da	pele.	A	ventosa	drena	as	
áreas	de	congestão	e	 liberta	o	corpo	do	excesso	de	energianegativa	
(AMARO	et al.,	2015	apud RIBEIRO et al.,	2019).
Após	 a	 sessão	 de	 ventosaterapia,	 é	 muito	 comum	 permanecerem	 algumas	
marcas	por	algum	tempo,	a	área	tratada	pode	inclusive	ficar	arroxeada,	e	quando	isso	
acontece,	é	a	demonstração	de	que	há	estagnações	no	corpo	e/	ou	pontos	de	tensão	
no	 corpo,	 ocasionados	 pelo	 estresse	 físico	 e	 apresentando	 desconforto	 muscular.	
Cabe	 ao	 especialista	 avaliar	 o	 nível	 e	 interpretar	 os	 sinais,	 conforme	 o	 quadro	 de	
comprometimento	do	paciente,	para	intervir	com	segurança.	
 
Nos	casos	em	que	há	estagnação	de	energia	nesses	locais,	a	aplicação	da	téc-
nica	correta	de	ventosaterapia	promoverá	a	movimentação	e	 liberação	da	energia	blo-
queada.	Com	a	circulação	ativada,	o	fluxo	de	sangue	favorece	a	nutrição	dos	múscu-
los,	aliviando	as	tensões,	dores	musculares	e	articulares.	O	tempo	de	aplicação	é	muito	 
importante,	sendo	o	especialista	capaz	de	avaliar	e	intervir	sem	desconforto	e	riscos.
Figura 7 – Marcas de ventosaterapia
Fonte: as autoras 
23
As	ventosas	de	vidro	são	bastante	utilizadas,	e	seu	diferencial	é	a	presença	de	
calor	no	interior	do	copo,	resultante	da	chama	do	fogo	que	deve	ser	inserida	dentro	dele	
antes	 de	 aplicar	 no	 corpo	 da	 pessoa.	 Essa	 técnica	 somente	 deverá	 ser	 realizada	 por	
pessoas	habilitadas,	pois	há	o	risco	de	provocar	queimaduras	no	paciente.	Outra	prática	
muito	utilizada	é	a	ventosa	“deslizante”,	neste	caso,	o	terapeuta	desliza	a	ventosa	pelo	
corpo,	ainda	em	sucção,	o	que	promove	o	relaxamento	muscular.	
Figura 8 – Utilização de ventosa de vidro
Fonte: as autoras 
A	Aplicação	de	ventosas	fixas	antes	ou	durante	a	sessão	de	acupuntura	é	uma	
terapêutica	que	pode	ser	aliada	na	sessão	com	outras	técnicas	da	Medicina	Tradicional	
Chinesa,	sendo	eficaz	para	o	alívio	da	dor	muscular,	desbloqueio	dos	pontos	energéti-
cos,	na	restauração	do	fluxo	de	energia	e	na	melhora	da	circulação	sanguínea.	
Figura 9 – Aplicação de ventosaterapia com acupuntura
Fonte: as autoras 
24
O	local,	a	intensidade	da	sucção	e	a	duração	das	ventosas	no	corpo	são	ava-
liadas	pelo	especialista	com	base	nos	sintomas	e	queixas	do	indivíduo,	desenvolvendo	 
um	protocolo	de	atendimento	para	cada	caso.	
7 MOXATERAPIA 
A	moxaterapia	 (podemos	encontrar	a	moxaterapia	descrita	tanto	com	a	palavra	
moxabustão	quanto	moxibustão)	é	utilizada	nos	pontos	de	acupuntura,	mas,	ao	invés	de	
agulhas,	é	o	calor	proveniente	da	queima	da	erva	chamada	Artemísia	(Artemísia Vulgaris) 
que	estimula	os	pontos.	
A	moxabustão	é	um	método	 terapêutico	que	visa	utilizar	 determi-
nadas	substâncias	ou	ervas	para	aquecer	pontos	de	acupuntura	ou	
áreas	do	corpo	a	serem	tratadas.	O	calor	resultante	deste	processo	
produz	estímulos	que	regularizam	as	funções	fisiológicas,	por	inter-
médio	dos	meridianos.	A	matéria	prima	mais	utilizada	para	se	fazer	a	
moxa	é	a	folha	da	planta	Artemísia	vulgaris,	que	possui	propriedade	
antiinflamatória,	 cicatrizante,	 dispersa	 o	 frio	 e	 a	 umidade,	 regula	 a	
circulação	e	a	energia.	Existem	várias	técnicas	para	a	utilização	da	
moxabustão,	desde	a	aplicação	de	cones	acesos	colocados	direta-
mente	sobre	os	pontos	ou	áreas	selecionadas,	até	bastões	de	moxa	
de	vários	tamanhos	que	são	posicionados	sobre	a	região	a	ser	trata-
da,	sem	tocá-la	(YAMAMURA,	2001	apud WEGNER et al.,	2013).
Ela	 pode	 ser	 utilizada,	 inclusive,	 em	 conjunto	 com	 a	 acupuntura,	 como	
demonstra	a	Figura	10.
Figura 10 – Aplicação de moxa com acupuntura
Fonte: as autoras 
25
É	 costumeiramente	 utilizada	 em	pontos	 onde	há	 deficiência	 de	Yang,	 pois	 o	
calor	estimula	essa	energia,	equilibrando	o	corpo.	Vários	tipos	de	materiais	são	utilizados	
na	moxaterapia,	desde	bastões	mais	finos,	chamadas	Mogussá-ko,	como	ilustra	a	figura	
a	seguir,	como	bastões	mais	grossos	e	até	mesmo	caixas	de	madeiras,	denominadas	
“berços	para	moxa”,	que	são	colocadas	sobre	o	corpo	da	pessoa	em	tratamento	com	a	
erva	para	que	o	calor	permaneça	nos	pontos	por	mais	tempo.	
 
Essa	variedade	de	materiais	pode	ser	observada	na	Figura	11.
Figura 11 – Materiais utilizados na moxaterapia
Fonte: as autoras 
A	aplicação	do	“martelo”	com	moxa	é	demonstrada	na	Figura	12.
Figura 12 – Utilização do martelo de moxa
Fonte: as autoras 
26
É	preciso	ter	cuidado	com	o	tempo	e	a	proximidade	do	bastão	de	Artemísia	junto	
à	pele	do	indivíduo	em	tratamento,	pois	pode	provocar	queimaduras	quando	utilizada	
indevidamente.	Outro	aspecto	a	ser	considerado	é	a	observação	da	cinza	quente	prove-
niente	da	queima,	que	deve	ser	sempre	descartada	em	ambiente	propício,	pois	também	
pode	causar	lesão	se	entrar	em	contato	com	a	pele.
 
Cada	vez	mais	 as	 PICS	 estão	 ganhando	 adesão	 dos	 usuários	 e	 profissionais	
frente	a	sua	eficácia	e	benefícios.	Muitos	municípios	no	Brasil	através	da	PNPICS	im-
plantaram	as	práticas	integrativas,	aproximando	com	diversos	serviços	ofertados	para	a	
população,	como	é	o	caso	das	UBS,	aplicação	das	PICS	na	Visita	Domiciliar,	Ambulató-
rios,	Hospitais,	Programas	de	Extensão	com	Universidades	entre	outros	espaços.
A	seguir,	abordaremos	alguns	exemplos	de	boas	práticas	na	aplicação	das	PICS	
na	saúde	pública	realizada	nos	municípios	do	Brasil.
No	Nordeste	 a	 prática	 da	 auriculoterapia	 foi	 implantada	 como	PICS	 para	 ser	
realizada	 durante	 a	 visita	 domiciliar.	 Este	 trabalho	 amplia	 o	 acesso	 da	 população,	
principalmente	no	caso	dos	 idosos	vulneráveis	ou	pessoas	acamadas,	que	possuem	
dificuldades	na	locomoção	até	a	UBS.	
Observamos	 no	 início	 da	 implementação	 da	 Auriculoterapia,	 as	
mudanças	na	qualidade	de	vida	dos	Idosos,	ajudando	a	tratar	muitos	
problemas	 emocionais	 e	 físicos	 relacionadas	 ao	 envelhecimento,	
como	 a	 ansiedade,	 sintomas	 de	 depressão,	 equilibra	 o	 sono,	 o	
humor,	fortalece	o	organismo,	melhora	o	convívio	social,	entre	outros	
(FIOCRUZ,	2021,	p.	1).
A	 iniciativa	 de	 incluir	 uma	 PICS	 como	 oferta	 ao	 cuidado	 do	 idoso	 durante	 a	
visita	domiciliar,	agrega	benefícios	além	do	cuidado	à	saúde,	 já	que	o	 idoso	recebe	o	
profissional	na	sua	casa	e	possibilita,	assim,	o	estabelecimento	de	vínculo,	visto	que	o	
idoso,	geralmente,	reduz	o	seu	convívio	social	conforme	o	avanço	da	idade.
A	auriculoterapia	é	uma	prática	considerada	versátil,	pois	pode	ser	aplicada	em	
qualquer	lugar,	por	não	apresentar	riscos	ao	usuário.	Em	um	Programa	de	Extensão	de	
uma	Universidade,	essa	prática	foi	 inclusa	também	na	visita	domiciliar	da	população	
inscrita	na	UBS,	beneficiando,	inclusive,	as	pessoas	cadeirantes.	Os	acadêmicos	da	área	
da	saúde	foram	capacitados	para	atuar	com	essa	PICS	e	puderam	aplicá-la	durante	a	
prática	de	estágio.	
É	 um	 tratamento	 que	 promove	 imunidade	 e	melhora	 o	 emocional	
em	 questões	 como	 ansiedade,	 nervosismo	 e	 depressão.	 Para	 os	
estudantes	 envolvidos	 também	 são	 vários	 os	 benefícios,	 entre	 os	
quais,	 o	 aprendizado	 prático	 da	 aplicação	 de	 técnicas	 de	 terapias	
complementares	 e	 a	 compreensão	 da	 humanização	 em	 saúde	
pública	(SABELA,	2017,	s.	p.). 
27
As	PICS	necessitam	ser	amplamente	difundidas	na	formação	do	profissional	de	
saúde,	sendo	inclusas	no	currículo	dos	Cursos	e	viabilizadas	nos	Projetos	de	Extensão	
que	aproximam	a	Universidade,	o	campo	de	estágio	e	a	comunidade.
Cada	país	possui	uma	variedade	própria	de	práticas	de	saúde	–	quer	
sejam	próprias	 da	 cultura	 local	 ou	 importadas	 de	 outras	 tradições	
–	 reconhecidas	com	base	nos	aspectos	socioculturais	e	diferentes	
graus	 de	 integração	 com	 a	 medicina	 convencional	 de	 cada	 país	
(BRASIL,	2020c,	p.	6).
A	 Prefeitura	 do	 Rio	 de	 Janeiro	 implantou	 várias	 PICS	 na	 saúde	 pública,	
estimulando	o	acesso	da	população	com	essas	práticas	terapêuticas.	A	estruturação	
e	 o	 fortalecimento	 da	 atenção	 em	 Práticas	 Integrativas	 e	 Complementares	 (PIC)	 na	
rede	de	atenção	da	cidade	do	Rio	de	Janeiro	 é	um	dos	principais	 objetivos	da	Área	
Técnica	de	Práticas	e	Complementares	da	Secretaria	Municipal	de	Saúde.	A	 intenção	
é	estimular	o	usode	mecanismos	naturais	de	prevenção	de	agravos	e	recuperação	da	
saúde	por	meio	de	tecnologias	eficazes	e	seguras,	com	ênfase	na	escuta	acolhedora,	
no	desenvolvimento	do	vínculo	terapêutico	e	na	integração	do	ser	humano	com	o	meio	
ambiente	e	a	sociedade	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2022).
Os	serviços	ofertados	para	a	população	envolvendo	as	PICS	no	município	do	Rio	
de	Janeiro	são:	
•	 Homeopatia
◦	 assistência	médica realizada	por	médicos	homeopatas,	distribuídos	em	unidades	
de	saúde	(nível	ambulatorial)	cobrindo	as	10	Áreas	de	Planejamento	(APs)	da	rede	
municipal;
◦	 ações	de	educação	permanente envolvendo	capacitação	dos	homeopatas	e	dos	
oficiais	e	acadêmicos	bolsistas	da	farmácia	homeopática;
◦	 assistência	farmacêutica: farmácia	de	homeopatia	na	Prefeitura	do	Rio,	implantada	
na	 Policlínica	 Hélio	 Pellegrino	 (Praça	 da	 Bandeira)	 com	 o	 objetivo	 de	 prestar	
assistência	farmacêutica	em	homeopatia	na	rede	municipal	e	garantir	a	qualidade	
do	medicamento	oferecido	aos	usuários.
◦	 ações	de	Divulgação	da	Homeopatia: dirigido	a	profissionais	de	saúde	da	rede	e	
eventos	externos	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2022).
•	 Plantas	Medicinais	/	Fitoterapia
◦	 cultivo	 de	 espécies	medicinais	 no	 horto	 da	 Fazenda	Modelo	 com	 o	 objetivo	 de	
fornecer	matéria-prima	vegetal	para	a	produção	de	fitoterápicos,	implantação	de	
hortas	e	para	a	realização	de	oficinas	de	cultivo,	promoção	de	saúde	e	geração	de	
renda	em	unidades	de	saúde;
◦	 produção	de	cremes	fitoterápicos	pela	Farmácia	de	Manipulação	de	Fitoterápicos	
do	município	do	Rio	de	Janeiro;
◦	 prescrição	de	fitoterápicos	industrializados	e	dos	cremes	fitoterápicos	nas	unida-
des	de	saúde	por	profissional	de	saúde	habilitado;
28
◦	 assistência	 farmacêutica	 nas	 unidades	 de	 saúde	 a	 partir	 da	 dispensação	 aos	
usuários	dos	fitoterápicos	industrializados	e	dos	cremes	fitoterápicos	nas	unidades	
de saúde; 
◦	 educação	 permanente	 dos	 profissionais	 de	 saúde	 através	 da	 apresentação	 dos	
fitoterápicos	disponíveis	para	a	prescrição; 
◦	 ações	de	promoção	de	saúde	e	geração	de	renda	a	partir	das	plantas	medicinais,	
oferta	do	curso	básico	de	cultivo	e	oficinas	com	plantas	medicinais	voltadas	para	
profissionais	das	unidades	de	saúde	e	para	a	comunidade	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	
JANEIRO,	2022).
As	ações	com	as	Plantas	Medicinais	na	Atenção	Básica	à	Saúde	do	município	do	
Rio	de	Janeiro	com	a	Rede	de	Saúde	Ambiental	promoveram	um	Projeto	denominado	
Viva	Rio	Saúde,	ofertando	através	de	cartilhas	e	capacitações	desenvolver	espaços	de	
“aprendizagem	 contínua	 nos	 territórios,	 com	 atividades	 de	 promoção	 de	 saúde,	 aulas	
e	oficinas	de	 jardinagem,	horticultura	e	plantas	medicinais,	fortalecendo	o	trabalho	em	 
rede	e	as	parcerias	institucionais”	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2015,	p.	9).
Vantagens	no	uso	de	plantas	medicinais:
•	 valorização	e	resgate	da	cultura	popular;	
•	 fácil	acesso	às	plantas	pela	população;
•	 possibilidade	de	preparo	caseiro;
•	 baixo	custo	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2015,	p.	12).
É	necessário	considerar	que	se	deve	ter	cuidado	e	atenção	tanto	no	preparo	
como	no	consumo	da	terapêutica	utilizada	com	as	plantas	medicinais.	É	imprescindível	
ter	atenção	nas	seguintes	orientações	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2015):
•	 Existem	plantas	que,	mesmo	sendo	conhecidas	como	medicinais,	são	tóxicas.	
•	 Os	Fitoterápicos	são	medicamentos,	portanto,	devem	ser	mantidos	fora	do	alcance	
das	crianças.
•	 O	Armazene	as	plantas	secas	em	local	arejado,	sem	incidência	de	luz	e	umidade.	
•	 Os	Remédios	caseiros	são	indicados	em	sintomas	comuns	e	de	pouca	intensidade.	
Se	não	houver	melhoras,	procure	sua	equipe	de	saúde.
Quanto	à	segurança	na	administração	da	medicação	fitoterápica,	as	seguintes	
informações	devem	ser	consideradas	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2015,	p.	13):
1.	 Procure	sempre	orientação	do	profissional	de	saúde	para	obter	um	
diagnóstico correto;
2.	 Informe	ao	profissional	de	saúde	sobre	todos	os	medicamentos,	
plantas	medicinais	e	fitoterápicos	que	estiver	usando;	
29
3.	 Nunca	 substitua	 seu	 medicamento	 por	 plantas	 medicinais	 ou	
produtos	fitoterápicos	sem	consultar	previamente	um	profissional	
de saúde; 
4.	 Em	gestantes	e	mães	em	fase	de	amamentação	não	é	recomen-
dado	o	uso	de	plantas	medicinais.	
5.	 Apenas	são	seguras	e	eficazes	na	dosagem	e	forma	recomendada;	
6.	 Esteja	seguro	de	ter	entendido	as	informações	dadas	pelo	médico	
sobre	o	uso	e	preparo	das	plantas	medicinais.
Mesmo	sendo	uma	terapia	natural,	é	 importante	salientar	que	podem	ocorrer	
efeitos	adversos,	caso	as	recomendações	do	profissional	de	saúde	não	forem	seguidas.
	Verifique	sempre,	ao	adquirir	plantas	e	chás	medicinais:
•	 a	data	de	validade	do	produto;	o	rótulo	com	o	nome	científico	da	planta;	procedência	
ou	laboratório;	nome	do	responsável	técnico.	
•	 não	adquirir	se	estiver	com	aparência	de	mofado	ou	coloração	alterada,	se	tiver	com	
a	presença	de	insetos	ou	com	a	embalagem	violada.	
•	 verificar	se	a	parte	utilizada	da	planta,	cascas,	flores,	folhas,	raiz,	confere	com	o	que	
está	na	embalagem	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2015).
As	orientações	chamam	atenção	também	para	a	coleta	de	folhas	de	árvores	que	
estão	situadas	perto	de	estradas,	esgotos,	áreas	agrícolas	tratadas	com	agrotóxicos,	
pois	essas	plantas	não	são	recomendáveis	para	o	uso	de	chás,	sendo	descartadas	para	
o	uso	terapêutico	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2015).
 
Intervenções	 que	 se	 referem	 à	 Medicina	 Tradicional	 Chinesa,	 Acupuntura	 e	
Práticas Corporais:
•	 assistência	com	acupuntura:	realizada	por	profissionais	acupunturistas,	distribuídos	
em	unidades	de	saúde	(nível	ambulatorial	primário	e	secundário);
•	 auriculoterapia:	oferecida	em	várias	unidades,	inclusive	como	recurso	complementar	
aos	usuários	em	tratamento	de	tabagismo,	sobrepeso	e	obesidade;
•	 reflexologia	podal:	como	prevenção	e	promoção	ao	pé	diabético;
•	 atividade	 física:	 os	 exercícios	 orientais	 auxiliam	 a	 necessária	 movimentação	 da	
energia	pelo	corpo,	são	suaves	e	relaxantes,	estratégias	para	prevenção	e	promoção	
de	saúde	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2022).
Na	cidade	do	Rio	de	Janeiro,	foram	implantadas	88	UBS	com	a	oferta	das	PICS	
na	 rede	municipal,	contribuindo	dessa	forma,	para	a	saúde	 integral	da	população	do	
município	(PREFEITURA	DO	RIO	DE	JANEIRO,	2022).
30
Neste tópico, você aprendeu:
•	 São	consideradas	PICS	os	tratamentos	terapêuticos	que	se	baseiam	em	uma	visão	
abrangente	do	ser	humano	e	do	processo	saúde-doença,	elas	podem	prevenir	ou	
tratar	 enfermidades,	 assim	 como	 serem	 utilizadas	 como	 cuidado	 paliativo	 para	
algumas	doenças	crônicas.
•	 As	PICS	 se	enquadram	no	que	a	Organização	Mundial	 de	Saúde	 (OMS)	 chama	de	
medicina	tradicional	e	medicina	complementar	alternativa	(MT/MCA).
•	 A	 aprovação	 na	 PNPIC	 aconteceu	 em	 2006,	 e	 em	 2017	 mais	 14	 práticas	 foram	
integradas	a	essa	política.
•	 A	MTC	é	um	conhecimento	milenar	que	 tem	como	pilares	definidores:	 a	 teoria	do	 
Yin-Yang.	a	teoria	dos	Cinco	Elementos	e	a	teoria	do	Qi.
•	 Meridianos	são	canais	invisíveis	por	onde	circulam	os	fluxos	de	Qi.
•	 A	 acupuntura	 é	 uma	 técnica	 que	 utiliza	 agulhas	 finas	 e	 específicas	 para	 este	 fim	
a	 serem	 introduzidas	 em	 pontos	 distribuídos	 no	 corpo	 humano,	 mapeados	 pelos	
chineses	a	milhares	de	anos.
•	 A	auriculoterapia	faz	parte	da	MTC	e	sua	base	é	a	utilização	de	punção	de	agulhas,	
esferas	ou	sementes	no	pavilhão	auricular,	relacionando-o	com	os	diversos	órgãos	e	
regiões	do	corpo.	
•	 O	 objetivo	 da	 ventosaterapia	 é	 ocasionar	 um	 vácuo	 e	 fazer	 uma	 sucção	 da	 pele	
gerando	 uma	 pressão	 negativa,	 para	 estimular	 a	 circulação	 sanguínea,	 liberar	 as	
toxinas	existentes	no	sangue.
•	 A	moxabustão	é	um	método	terapêutico	que	visa	utilizar	determinadas	substâncias	
ou	ervas	para	aquecer	pontos	de	acupuntura	ou	áreas	do	corpo	a	serem	tratadas.	
O	 calor	 resultante	 deste	 processo	 produz	 estímulos	 que	 regularizam	 as	 funções	
fisiológicas,

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