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Inicialização à Psicologia Judiciaria


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INICIALIZAÇÃO À PSICOLOGIA JUDICIARIA 
1. Perfil Psicológico Do Juiz Criminal
1.1 Psicologia Judiciária 
Referência: italianos – ciência penal. 
Psicologia criminal: estudo do delinquente como autor do delito
Psicologia judiciária: comportamento como acusado de um delito
Psicologia carcerária: quando condenado ao cumprimento de uma pena carcerária
Psicologia legal: coordena noções psicológicas necessárias à avaliação e valoração de circunstâncias pessoais (menoridade, embriagues) e factuais (atenuantes e agravantes) ao se lhe aplicarem normas penais vigentes. 
Processos: decomposição e análise e, assimilação e síntese. 
1.2 Perfis Psicológicos
Analítico: visão exata dos elementos ocorridos (importância excessiva a detalhes), porém não sabem organizá-los em grau de importância
> Perplexo: indecisão 
Sintético: generalizam, confundindo analogias com identidades
> Generalizador: “inércia mental” – experiência das decisões anteriores
Instintivo: se leva por vagas impressões, julga antes de analisar
> Obstinado: verdade arbitrária, se recusa a mudar de opinião 
Misoneísta: espírito de contradição 
Desconfiado: receio de mudar um ponto de vista
Escrupuloso: hesitado/meio-termo, não consegue se convencer plenamente, se recusa a criticar
Intelectual: se preocupa em dar aos fatos significados, deixando de lado o emocional 
Emotivo: vê a humanidade do sujeito, levando em conta circunstâncias emocionais 
Lógico: ideias se associam sistematicamente. Lógica – normalidade
2. Introdução à Psicologia Judiciária 
2.1 Comportamento humano 
Segundo a psicologia é uma concepção descritiva e procura compreendê-lo, objetivando o conhecimento, tendo a verdade como relativa. Em contrapartida, o direito, considera uma concepção prescritiva e pretende regular, objetivando a justiça, considerando a verdade como única e inquestionável
2.2 Psicologia Forense: funções e competências
Cliente: sistema judicial/sociedade – relação estruturada, neutra e imparcial
Recurso a múltiplas fontes de informação
A informação recolhida pode não o/a beneficiar em tribunal 
CONFIDENCIALIDADE. O perito forense não pode alegar segredo profissional, nem confidencialidade sobre os fatos que se relacionam com o objetivo da perícia
Intervenção limitada à recolha de informações para a resposta à questão legal em causa 
Não se deve produzir pareceres forenses sobre clientes que se acompanha em psicoterapia 
2.3 Avaliações Psicológicas na Psicologia Forense 
Avaliação e caracterização dos cpts que se relacionam com a questão legal em causa 
O diagnóstico não é requisito em muitas questões legais (ex. regulação do poder parental)
Avaliação horizonte temporal: presente, passado e futuro
Grau de certeza na psicologia clínica: validade dos estudos empíricos; explicações alternativas; possibilidade da rejeição da hipótese; resultado verdadeiro se for inferior a 5%
Critério de prova na psicologia forense: preponderância da prova a favor > mais de 50% de certeza para produzir um veredicto > prova clara e convincente > mais de 75% de certeza para produzir um veredicto > prova além da dúvida razoável > mais de 90% de certeza para produzir um veredicto 
2.4 Sistema Judicial 
Necessidade de formação específica para o desempenho das funções:
- O perito forense deve conhecer profundamente o sistema judicial 
- Não é competência do perito pronunciar-se sobre a verdade dos fatos ou sobre a culpa do arguido 
- O produto do seu trabalho será analisado criticamente por colegas da sua especialidade e profissionais de outras especialidades 
- É necessário traduzir a informação psicológica para que seja compreensível 
- As informações prestadas devem ser fundamentadas por trabalhos científicos 
- Os diagnósticos devem ser feitos de acordos com a edição mais atualizada dos manuais 
- As avaliações psicológicas utilizadas devem estar validadas
3. Psicologia Jurídica no Brasil e seus campos de atuação 
A psicologia jurídica teve início na década de 1960, entretanto a partir de 1984 que o psicólogo passou a ser reconhecido legalmente
O psicólogo não decide, apenas pode sugerir/indicar possibilidades de solução da questão apresentada pelo litígio judicial
Ramos do direito que demandam o psicólogo: 
· Direito Civil: em que são requeridas indenizações em virtude de danos psíquicos e nos casos de interdição judicial (incapacidade de exercício)
· Direito da Família (separação e divórcio, regulamentação de visitas, disputa de guarda)
· Direito da Criança e do Adolescente (destituição do poder familiar, adoção [Juizados da Infância e Juventude; fundações de Proteção Especial], atos infracionais) 
· Direito Penal: averiguação de periculosidade das condições de discernimento ou sanidade mental das partes em litígio ou em julgamento – Sistemas Penitenciários e Institutos Psiquiátricos Forenses (IPF)
· Direito do Trabalho: perito em processos trabalhistas (danos psicológicos – acidentes e doenças, afastamento e aposentadoria por sofrimento psicológico)
3.3 Vitimologia
Objetiva a avaliação do comportamento e da personalidade da vítima e, dedica-se a aplicação de medidas preventivas e a prestação de assistência às vítimas, visando a reparação de danos
Atenção para as falsas memórias na psicologia do testemunho 
Depoimento sem dano objetiva proteger psicologicamente crianças e adolescentes vítimas de abusos sexuais e de outras infrações penais que deixam graves sequelas na estrutura da personalidade
4. Psicologia Jurídica e seu panorama no Brasil 
 O objetivo da psicologia jurídica são os comportamentos complexos que ocorrem ou podem vir a ocorrer 
É importante os peritos reconhecerem o limite de sua perícia, pois se trata de um recorte da realidade
Relação de subordinação: psicologia – psiquiatria forense, em que o saber psicológico está a serviço da psiquiatria como assessor. Busca atender somente a demanda jurídica como uma psicologia aplicada, cujo objetivo é contribuir para o melhor exercício do direito
 Relação de complementaridade é o ideal 
 A psicologia jurídica está subdivida em:
· Psicologia Jurídica e as questões da Infância e Juventude (ECA)
· Psicologia Jurídica e o direito de Família
· Psicologia Jurídica e o Direito Civil (interdição, indenizações e outras ocorrências cíveis)
· Psicologia Jurídica do Trabalho 
· Psicologia Jurídica e o Direito Penal (fase processual)
· Psicologia Jurídica ou do Testemunho, Jurado
· Psicologia Penitenciária (fase de execução)
· Psicologia Policial e das Forças Armadas (seleção e formação)
· Vitimologia (atenção a vítima)
· Mediação 
· Formação e atendimento aos juízes e promotores 
Psicologia Jurídica no Brasil: 
· Psicologia Criminal
· Psicologia Penitenciária ou Carcerária 
· Psicologia Jurídica e as questões da Infância e Juventude
· Psicologia Jurídica 
· Psicologia Jurídica e Direito de Família 
· Psicologia do Testemunho 
· Psicologia Jurídica e Direito Civil 
· Psicologia Policial/Militar
Setores mais recentes:
· Avaliação retrospectiva mediante informação de terceiros (autópsia psicológica) 
· Mediação 
· Psicologia Jurídica e Ministério Público 
· Psicologia Jurídica e Direitos Humanos 
· Dano Psíquico 
· Psicologia Jurídica e Magistrados 
· Proteção a testemunhas 
· Vitimologia 
5. A atualidade da Psicologia Jurídica 
Início no final do século XIX com a psicologia do testemunho.

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