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Débora Pimenta - Famed XIII Saúde Mental Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais INTRODUÇÃO GERAL À SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA E ORDENAÇÃO DOS SEUS FENÔMENOS FORMA E CONTEÚDO DOS SINTOMAS: PATOGÊNESE E PATOPLASTIA ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS EM PSICOPATOLOGIA SÍNDROMES E ENTIDADES NOSOLÓGICAS (TRANSTORNO ESPECÍFICOS) CRITÉRIOS DE NORMALIDADE PRINCÍPIOS GERAIS DO DIAGNÓSTICO PSICOPATOLÓGICO A PERDA DO SUJEITO DOENTE MODELO BIOPSICOSSOCIAL DESENVOLVIMENTO NORMAL DA CRIANÇA E ADOLESCENTE FORMULAÇÃO PSICOLÓGICA PSICODINÂMICA PERSPECTIVA BEHAVIORISTA ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA MEMÓRIAS COGNITIVAS - FASES INTRODUÇÃO A PSICOFARMACOLOGIA ANTIDEPRESSIVOS ESTABILIZADORES DE HUMOR BENZODIAZEPÍNICOS ANTIPSICÓTICOS INTRODUÇÃO GERAL À SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA ● Semiologia é a ciência dos signos, campo de grande importância para o estudo da linguagem, da música, das artes em geral, etc. ● Semiologia psicopatológica: sinais e sintomas dos transtornos mentais. ● Signo: sinal especial, sempre provido de significação. Ex: febre pode ser sinal/signo de uma infecção; fala extremamente rápida e fluente pode ser sinal/signo de síndrome maníaca. ● Signos de maior interesse para a psicopatologia ○ signos comportamentais - observação direta do paciente. Débora Pimenta - Famed XIII ○ sintomas - vivências subjetivas relatadas pelos indivíduos. DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA E ORDENAÇÃO DOS SEUS FENÔMENOS ● Psicopatologia: ciência que trata da natureza essencial da doença ou transtorno mental, suas causas, mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação. ● No seu estudo, não se julga moralmente aquilo que se estuda, busca-se apenas observar, identificar e compreender os diversos elementos do transtorno mental. FORMA E CONTEÚDO DOS SINTOMAS: PATOGÊNESE E PATOPLASTIA ● Forma dos sintomas: alucinação, delírio, ideia obsessiva, fobia, etc. ● Conteúdo: de culpa, religioso, de perseguição, de um delírio, de uma alucinação, etc. ● Patogênese: processo de como os diferentes sintomas da psicopatologia se formam e se estruturam. ● Patoplastia: a configuração e preenchimento dos conteúdos dos sintomas, ou seja, como a forma é preenchido pelos temas específicos. Débora Pimenta - Famed XIII ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS EM PSICOPATOLOGIA ● Fenômenos semelhantes em todas ou quase todas as pessoas: experiências que são semelhantes a todos os indivíduos: sede, sono, fome, medo, etc. ● Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes: fenômenos que o ser humano comum experimenta, mas que apenas em parte são semelhantes. Ex: sentir tristeza, entretanto, tem as pessoas que tem depressão grave. ● Fenômenos qualitativamente novos, distintos das vivências normais: ocorrências e vivências psicopatológicas. Ex: alucinações, delírios, turvação de consciência, etc. Doença Transtorno Diagnóstico condição médica na qual os fatores causais ou a fisiopatologia são conhecidos condição médica na qual os fatores causais ou a fisiopatologia não são conhecidos opinião clínica de um profissional sobre a presença de uma doença/transtorno em um paciente particular SÍNDROMES E ENTIDADES NOSOLÓGICAS (TRANSTORNO ESPECÍFICOS) ● Os sinais e os sintomas não ocorrem de forma aleatória: clusters; ● Síndromes: agrupamentos relativamente constantes e estáveis de determinados sinais e sintomas. A síndrome é puramente uma definição descritiva de um conjunto momentâneo e recorrente de sinais e sintomas. ● Transtornos específicos: como esquizofrenia, doença de Alzheimer, anorexia nervosa, etc.). São os fenômenos mórbidos nos quais podem-se identificar (ou pelo menos presumir com certa consistência) certas causas ou fatores causais (etiologia), o curso relativamente homogêneo, certos padrões evolutivos e estados terminais típicos. ● Alterações comportamentais e mentais são de intensidade acentuada e de longa duração, com sofrimento mental intenso e disfunções graves no dia a dia. Débora Pimenta - Famed XIII CRITÉRIOS DE NORMALIDADE Normalidade como ausência de doença “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”. “aquele indivíduo que não é portador de um transtorno mental definido. Tal critério é bastante falho e precário, pois baseia-se em uma “definição negativa”, ou seja, define-se a normalidade pelo que lhe falta (Almeida Filho & Jucá, 2002).” Normalidade ideal Depende de critérios socioculturais e ideológicos arbitrários. Normalidade estatística norma e frequência. O normal passa a ser aquilo que se observa frequentemente. Normalidade como bem-estar OMS: saúde = “completo bem-estar físico, mental e social” e não simplesmente como ausência de doença. Conceito criticável por ser muito amplo e impreciso. Completo bem-estar físico, mental e social é utópico. Normalidade como processo Aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias a certos períodos etários. Conceito particularmente útil na chamada psicopatologia do desenvolvimento relacionada a psiquiatria e Débora Pimenta - Famed XIII psicologia clínica de crianças, adolescentes e idosos. Normalidade subjetiva Percepção subjetiva do próprio indivíduo em relação a seu estado de saúde Falhas: sint. Psicóticos, mania, depressão. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIAGNÓSTICO PSICOPATOLÓGICO Diagnóstico: são ideias fundamentais para o trabalho clínico e para o conhecimento científico. Baseia-se principalmente no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história do transtorno, desde que surgiu até o momento atual da avaliação. Quase sempre baseado preponderantemente nos dados clínicos (Não há sintomas patognomônicos em psicopatologia, ou seja, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos específicos de determinado transtorno mental): 1) Entrevista psiquiátrica: 2) Dosagens laboratoriais: 3) Exames de imagem: 4) Testes psicológicos: 5) Exame do Estado Mental (EEM): Débora Pimenta - Famed XIII Débora Pimenta - Famed XIII A PERDA DO SUJEITO DOENTE Confiabilidade e validade do diagnóstico em psicopatologia (reliability) produzir, em relação a um mesmo indivíduo ou para diferentes pacientes, o mesmo diagnóstico. Reprodutibilidade do diagnóstico. Validade (validity): capacidade de um procedimento diagnóstico identificar ou medir. Comparar Débora Pimenta - Famed XIII com o “padrão-ouro” A validade também se refere à capacidade de o diagnóstico prever a evolução do caso, a resposta a tratamentos específicos e o desfecho final do transtorno diagnosticado Sensibilidade novo procedimento diagnóstico está relacionada a sua capacidade de detectar com acurácia os casos verdadeiros incluídos na categoria diagnóstica que se visa identificar. Especificidade procedimento refere-se à capacidade de identificar verdadeiros “não casos” em relação à categoria diagnóstica que se pesquisa. MODELO BIOPSICOSSOCIAL DESENVOLVIMENTO NORMAL DA CRIANÇA E ADOLESCENTE ● Neurodesenvolvimento: Processo dinâmico que inicia durante o período gestacional e termina na vida adulta. Vida embrionária Neurulação, placa neural, tubo neural, proliferação neuronal, migração neuronal; 0 a 6 meses Desenvolvimento intelectual, social, emocional; 6 a 12 meses Desenvolvimento intelectual Débora Pimenta - Famed XIII 8 meses Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado 10 meses noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida; Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração; A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses + desenvolvimento social. > 10 meses maior interesse pela interação com outros bebês + desenvolvimento emocional 1 a 2 anos Desenvolvimento intelectual, social e emocional 2 a 3 anos Desenvolvimento intelectual, da consciência de si, social, emocional. 4 a 5 anos Desenvolvimento intelectual, social, emocional, moral. 5 a 6 anos Desenvolvimento intelectual, social, emocional, moral. 7 a 12 anosDesenvolvimento emocional e comportamental TEORIA DO APEGO FORMULAÇÃO PSICOLÓGICA PSICODINÂMICA 1) Dependência Estágio oral Confiança X desconfiança básica 2) Controle Estágio anal Autonomia x vergonha/culpa 3) Autoestima Estágio Fálico Iniciativa X culpa _ auto eficácia 4) Intimidade/relacionamentos triádicos Estágio edípico PERSPECTIVA BEHAVIORISTA Reforço comportamental de um comportamento de adaptativo; Reforço negativo para comportamento desejável; Associação entre comportamento e estímulo ambiental que deflagre o comportamento. Débora Pimenta - Famed XIII ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA ● Às vezes, o entrevistador precisa ouvir muito, pois o indivíduo “precisa muito falar, desabafar, etc”, outras vezes, o entrevistador deve falar mais para que o paciente não se sinta muito tenso ou retraído. ● Contexto institucional: UBS, CAPS, etc. ● Objetivos da entrevista: diagnóstico clínico, criar vínculo terapêutico inicial, etc. ● Personalidade do entrevistador: introvertido x extrovertido. ● Entrevistador deve evitar: ○ Posturas rígidas; ○ Atitude excessivamente neutra ou fria; ○ Reações exageradamente emotivas; ○ Julgamentos; ○ Reações emocionais intensas de pena ou compaixão; ○ Responder com hostilidade ou agressão; ○ Entrevistas excessivamente prolixas; ○ Fazer muitas anotações. ● Não tem haver com quantidade de tempo, mas sim, qualidade da atenção. ● Avaliar: ○ comunicação verbal; ○ não-verbal: centro da comunicação, inclui toda a carga emocional do ver e ser visto, postura, vestimentas, etc. Débora Pimenta - Famed XIII ○ sigilo e discrição; ● Crítica do paciente e insight em relação a sintomas e transtorno: ○ Insight: não é um fenômeno categorial e unidimensional, mas inclui vários níveis de intensidade e distintas dimensões. Composto por 3 componentes: ■ Consciência de que tem um problema: ● Consciência de que tem um problema; ● Consciência de que tal problema pode ser um transtorno mental. ● OBS: paciente em psicose aguda ou mania aguda quase nunca têm insight, muitas vezes nem reconhecem que têm algum problema; já aqueles fora do estado agudo costumam ter relativamente um pouco mais de insight. ■ Modo de nomear e renomear os sintomas; ■ Adesão a tratamentos propostos: geralmente, pessoas que têm insight sobre sua condição psicopatológica aceitam seguir os tratamentos, inclusive o uso de psicofármacos. EEM: Débora Pimenta - Famed XIII Débora Pimenta - Famed XIII Débora Pimenta - Famed XIII Possíveis atitudes globais do paciente Débora Pimenta - Famed XIII 1) consciência: a) Definição neuropsicológica: “consciência” no sentido de estado de vígil (vigília), se iguala a consciência ao grau de clareza do sensório. Ou seja, estar desperto, acordado, vígil, lúcido. Especificamente = nível de consciência. b) Definição psicológica: soma total das experiências conscientes de um indivíduo em determinado momento. É a dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade. Na relação do Eu com o meio ambiente, a consciência é a capacidade do indivíduo de entrar em contato com a realidade, perceber e reconhecer os objetos. c) Alterações normais da consciência: i) Ritmos circadianos ii) Sono iii) O sonho Débora Pimenta - Famed XIII d) Alterações patológicas quantitativas da consciência: i) rebaixamento do nível de consciência (1) obnubilação (2) torpor (3) sopor (4) coma ii) Perda abruptas da consciência (1) Lipotimia: perda parcial e rápida da consciência. (2) Síncope: colapso bem súbito, com perda abrupta e completa da consciência. iii) Síndromes psicopatológicas associadas ao rebaixamento prolongado do nível de consciência (1) Delirium e) Alterações qualitativas da consciência i) Estados crepusculares: obnubilação leve é acompanhada de relativa conservação da atividade motora coordenada. ii) Estado segundo iii) Dissociação da consciência iv) Estado hipnótico 2) atenção: direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto. Dois tipos: a) Voluntária: exprime a concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto. b) Espontânea: atenção suscitada pelo interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto. c) Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo do sujeito; Débora Pimenta - Famed XIII d) Atenção interna: que se volta para os processos mentais do próprio indivíduo. Ação mais reflexiva, introspectiva e meditativa. e) Atenção focal: se mantém concentrada sobre um campo determinado e relativamente delimitado e restrito da consciência. f) Atenção dispersa: não se concentra em um campo determinado, espalhando-se de modo menos delimitado. g) Tenacidade: capacidade do indivíduo de fixar e manter sua atenção sobre determinado estímulo, em um tema da conversa ou em um campo de atenção. h) Vigilância: aspecto da atenção relacionado a mudança de foco, de um objeto para outro. - Hipervigilância = atenção salta rapidamente de um estímulo para outro. i) Atenção flutuante: estado de como deve funcionar a atenção do psicanalista durante uma sessão analítica. pág 92 3) orientação: capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente é elemento básico da atividade mental e fundamental para a sobrevivência do indivíduo. Importante verificação das perturbações do nível de consciência, da percepção, da atenção, da memória e de toda cognição. a) Desorientação autopsíquica: pessoa pode estar desorientada quanto a si mesmo. b) Desorientação somatopsíquica: quanto ao próprio corpo. c) Desorientação alopsíquica: quanto ao espaço e tempo. EEM: Débora Pimenta - Famed XIII 1) Postura, 2) consciência, 3) orientação, 4) atenção EEM: 1) Sensopercepção a) Sensação: fenômeno passivo elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. Dimensão neuronal. b) Percepção: fenômeno ativo, entende-se a tomada de consciência, pelo indivíduo, do estímulo sensorial. Dimensão propriamente neuropsicológica e psicológica. Alterações quantitativas da sensopercepção: imagens perceptivas têm intensidade anormal, para mais ou menos. ● Hiperestesia: condição na qual as percepções encontram-se anormalmente aumentadas em sua intensidade ou duração. Ocorre por intoxicações por alucinógenos. ● Hiperpatia: sensação desagradável (queimação dolorosa) é produzida por um leve estímulo da pele. Comum nas síndromes talâmicas. ● Hipoestesia: observada em alguns pacientes com depressão grave, o mundo circundante é percebido como mais escuro, odores perdem intensidade. ● Hipoestesias táteis: alterações localizadas em territórios cutâneos de inervação anatomicamente determinada, compondo as síndromes sensitivas. ● Anestesias táteis: perda da sensação tátil em determinada área da pele. ● Analgesias: perda das sensações dolorosas. Alterações qualitativas: ● Ilusão: percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Há sempre um objeto real e presente externo real, gerador do processo de sensopercepção, tal percepção é deformada, adulterada por fatores patológicos diversos. Ocorre em três condições básicas: ○ Estados de rebaixamento do nível de consciência; ○ Estados de fadiga grave ou de inatenção marcante; ○ Alguns estados afetivos. Tipos de ilusão: ● Ilusões visuais: paciente geralmente vê pessoas, monstros, animais, etc. ● Ilusões auditivas: surgem a partir de estímulos sonoros inespecíficos. ● Alucinação: percepção de um objeto sem que este esteja presente, sem o estímulo sensorial respectivo. ○ Alucinações auditivas Débora Pimenta - Famed XIII ■ Alucinações auditivas simples: ouve-se apenas ruídos primários; tinnitus. Mais frequente são zumbidos. ■ Complexas: alucinação audioverbal, na qual o paciente escuta vozes sem qualquer estímulo real. Geralmente são vozes que ameaçam ou insultam. Ex: na esquizofrenia. ■ Musicais: de tons musicais, melodias, ritmos e harmonias sem o correspondente estímulo auditivo externo. Menos frequente. ○Alucinações visuais ■ Simples (fotopsias): indivíduo vê cores, bolas e pontos brilhantes. Mais comum em pacientes com doenças oculares, com déficit ou privação visual. ■ Complexas ou configuradas: incluem figuras e imagens de pessoas, de parte do corpo, de entidades, de objetos inanimados, animais ou crianças. ○ Alucinações táteis: paciente sente espetadas, choque ou insetos ou pequenos animais correndo sobre sua pele. ■ Olfativas (fantosmias): manifestam-se como o “sentir” o odor de coisas pobres, de cadáver, de fezes, de gás, etc. Ex: na esquizofrenia, em epilepsia do lobo temporal ou até mesmo precedendo crises de enxaqueca. ■ Gustativas (fantageusias): os pacientes sentem, na boca, o sabor de ácido, de sangue, de urina, etc., sem qualquer estímulo gustativo presente. ● Alucinose: fenômeno pelo qual o paciente percebe a experiência alucinatória como estranha a sua pessoa. Ocorre mais em quadros psico-orgânicos. Na visual, ocorre mais em casos por intoxicações por substância alucinógenas. ● Pseudo-alucinação: fenômeno que, embora se pareça com a alucinação, dela se afasta por não apresentar os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva real. Apresenta mais as características de uma imagem representativa, de uma representação. Auditiva, a voz é pouco nítida, por exemplo. 2) memória: MEMÓRIAS COGNITIVAS - FASES Memória: capacidade de codificar, armazenar e evocar as experiência, impressões e fatos que ocorrem em nossas vidas. Todos os processos relacionados com a memória são altamente contextualizados, integrados em uma rede de múltiplas informações e contextos da vida. Possui três elementos básicos: 1) Codificação: captar, adquirir e codificar informações. Depende muito da atenção. 2) Armazenamento: reter as informações de modo fidedigno. Débora Pimenta - Famed XIII 3) Recuperação ou evocação (lembranças ou recordações): fase em que as informações são recuperadas para distintos fins. a) Lembrança: capacidade de acessar elementos no banco da memória de longo prazo. b) Reconhecimento: capacidade de identificar uma informação apresentada ao sujeito com informações já disponíveis na memória de longo prazo. c) Esquecimento: impossibilidade de evocar e recordar. Processo de memorização (codificação, armazenamento e evocação) depende de; ● Nível de consciência e estado geral do organismo; ● Atenção focal; ● Organização e distribuição temporal; ● Interesse e colorido emocional → relacionado à vontade e afetividade. ● Conhecimento anterior; ● Capacidade de compreensão do significado da informação; ● Estabelecimento de um contexto rico e elaborado; ● Codificação da informação nova em mais de uma via. Lei de Ribot: Memória Cognitiva Processo Temporal Memória Cognitiva Classificação por Estrutura Cerebral 1) Memória de trabalho: processos e habilidades da atenção e os da memória imediata. 2) Memória episódica: relacionada a eventos específicos da experiência pessoal do indivíduo, ocorridos em determinado contexto. 3) Memória semântica: refere-se ao aprendizado, à conservação e à utilização do arquivo geral de conceitos e conhecimentos do indivíduo. Conhecimentos gerais sobre o mundo. Ex: céu é azul. 4) Memória de procedimentos: memória automática não consciente. Ex: habilidades motoras e perceptuais, como andar de bicicleta. Alterações patológicas quantitativas Alterações patológicas qualitativas (paramnésia) Envolvem sobretudo a deformação do processo de evocação. Tipos: ● Ilusões mnêmicas: ● Alucinações mnêmicas: 3) afeto vontade 4) pensamento e juízo Débora Pimenta - Famed XIII INTRODUÇÃO A PSICOFARMACOLOGIA ANTIDEPRESSIVOS ESTABILIZADORES DE HUMOR BENZODIAZEPÍNICOS ANTIPSICÓTICOS Prova 1) Defina anamnese médica e os dados a serem investigados Anamnese médica é o recolhimento de todos os dados necessários para um diagnóstico pluridimensional do paciente, inclui informações como dados sociais ou identificação (nome, idade, estado civil, família, naturalidade e residência, escolaridade e se exerce algum tipo de trabalho, se possui alguma religião, se está com acompanhante), dados demográficos, a queixa principal (motivo para o atendimento, paciente relata com suas palavras), a história da moléstia atual (queixa, há quanto tempo, fatores desencadeantes e de alívio ou agravo, evolução clínica, tratamentos prévios ou atuais, etc., e os antecedentes patológicos. Pode-se investigar ainda, a história de vida do indivíduo, como a história psiquiátrica pregressa (desenvolvimento neuropsicomotor, uso de substâncias lícitas ou ilícitas, se teve alguma doença e qual, se usa algum medicamento, etc.), avaliação das interações familiares e sociais do paciente; e história familiar (avaliação de doenças clínicas e psiquiátricas entre os membros da família, se tem histórico de depressão, por exemplo). Débora Pimenta - Famed XIII 2) Transcorra sobre os princípios gerais do diagnóstico psicopatológico Diagnóstico: são ideias fundamentais para o trabalho clínico e para o conhecimento científico. Pode-se dizer que é uma hipótese clínica do profissional de saúde sobre a presença de um transtorno em um paciente. 1. Baseia-se principalmente no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história do transtorno, desde que surgiu até o momento atual da avaliação. 2. Quase sempre baseado preponderantemente nos dados clínicos: a. Entrevista psiquiátrica; b. Dosagens laboratoriais; c. Exames de imagem; d. Testes psicológicos; e. Exame do Estado Mental (EEM); 3. Não há sintomas patognomônicos em psicopatologia, ou seja, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos específicos de determinado transtorno mental. 4. O diagnóstico, muitas vezes, apenas é possível pela observação do curso do transtorno. Observação do padrão evolutivo do quadro clínico, o que pode fazer com o que o profissional repense e refaça continuamente seu diagnóstico. 5. O diagnóstico deve ser sempre pluridimensional, várias dimensões clínicas e psicossociais devem fazer parte da construção diagnóstica completa: identificar o transtorno, avaliação da personalidade e do nível intelectual do paciente, etc. 6. Por último, confiabilidade e validade do diagnóstico em psicopatologia. A confiabilidade (reliability) refere-se a capacidade de produzir em circunstância diversas o mesmo diagnóstico. Já a validade (validity) é a capacidade de um procedimento diagnóstico conseguir captar, identificar e medir o que se propõe a reconhecer. Ou seja, comparar um procedimento com outro para conseguir validá-lo, tem a ver também com prever a evolução do caso, resposta ao tratamento e desfecho. A sensibilidade está relacionada a capacidade de detectar com precisão os casos verdadeiros. Por fim, a especificidade, refere-se a identificação de verdadeiros “não casos”. 3) O que são caps? CAPS: Centros de Atenção Psicossocial, em suas diferentes modalidades, são pontos de atenção estratégicos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). São unidades especializadas em prestação de saúde aberta e comunitária, composto por uma equipe multidisciplinar. Realiza atendimentos aos indivíduos com sofrimento mental ou transtorno mental. Lembrando que devem ser substitutos e não complementares aos hospitais psiquiátricos. 4) Descreva o exame do estado mental, citando pelo menos 5 esferas a serem avaliadas Primeiro, a consciência. A definição neuropsicológica da palavra é no sentido de estado de vigília, se iguala a consciência ao grau de clareza do sensório. Ou seja, estar desperto, acordado, vígil, lúcido. Especificamente é o nível de consciência. Já a definição psicológica é a soma total das experiências conscientes de um indivíduo em determinado momento; é a dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade. Na relação do Eu com o meio ambiente, a consciência Débora Pimenta - Famed XIII é a capacidade do indivíduo de entrar em contato com a realidade, perceber e reconhecer os objetos. Como alterações normais da consciência pode-se citar os ritmos circadianos, o sono e os sonhos. Alterações patológicasquantitativas da consciência está relacionada ao rebaixamento do nível de consciência, como obnubilação, torpor, sopor e coma. Segundo, a atenção, que é a direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto. Podemos citar - 1. Voluntária: exprime a concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto. 2. Espontânea: atenção suscitada pelo interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto. 3. Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo do sujeito. 4. Atenção interna: que se volta para os processos mentais do próprio indivíduo. Ação mais reflexiva, introspectiva e meditativa. 5. Atenção focal: se mantém concentrada sobre um campo determinado e relativamente delimitado e restrito da consciência. 6. Atenção dispersa: não se concentra em um campo determinado, espalhando-se de modo menos delimitado. 7. Tenacidade: capacidade do indivíduo de fixar e manter sua atenção sobre determinado estímulo, em um tema da conversa ou em um campo de atenção. 8. Vigilância: aspecto da atenção relacionado a mudança de foco, de um objeto para outro. no estado de hipervigilância, atenção salta rapidamente de um estímulo para outro. 9. Atenção flutuante: estado de como deve funcionar a atenção do psicanalista durante uma sessão analítica. Terceiro, orientação: capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente, é elemento básico da atividade mental, é fundamental para a sobrevivência do indivíduo. Importante verificação das perturbações do nível de consciência, da percepção, da atenção, da memória e de toda cognição. Pode-se citar a desorientação autopsíquica, a pessoa pode estar desorientada quanto a si mesmo, e a desorientação alopsíquica, quanto ao espaço e tempo. Quarto, a sensopercepção, que é a sensação, é um fenômeno passivo elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os; dimensão neuronal. A percepção, por sua vez, é fenômeno ativo, entende-se a tomada de consciência, pelo indivíduo, do estímulo sensorial; dimensão propriamente neuropsicológica e psicológica. Citando as alterações quantitativas da sensopercepção: imagens perceptivas têm intensidade anormal, para mais ou menos. Pode-se conceituar ainda a hiperestesia, condição na qual as percepções encontram-se anormalmente aumentadas em sua intensidade ou duração; ocorre por intoxicações por alucinógenos e a hipoestesia, observada em alguns pacientes com depressão grave, por exemplo, o mundo circundante é percebido como mais escuro, odores perdem intensidade. Por fim, a memória, que é capacidade de codificar, armazenar e evocar as experiência, impressões e fatos que ocorrem em nossas vidas. Todos os processos relacionados com a memória são altamente contextualizados, integrados em uma rede de múltiplas informações e contextos da vida. Possui três elementos básicos, a codificação, que é captar, adquirir e codificar informações; depende muito da atenção. O armazenamento que é a retenção das informações de modo fiel; e a recuperação ou evocação (lembranças ou recordações), que é a fase em que as informações são recuperadas para distintos fins. Pode-se conceituar também a lembrança, que é a Débora Pimenta - Famed XIII capacidade de acessar elementos no banco da memória de longo prazo. O reconhecimento, capacidade de identificar uma informação apresentada ao sujeito com informações já disponíveis na memória de longo prazo e o esquecimento, impossibilidade de evocar e recordar. 5) Diferencie alucinação de ilusão. Alucinação é a percepção clara e definida de um objeto sem que este esteja presente, sem o estímulo sensorial respectivo. Já a ilusão é a percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Há sempre um objeto real e presente externo real, gerador do processo de sensopercepção, tal percepção é deformada, adulterada por fatores patológicos diversos. Ocorre em três condições básicas: estados de rebaixamento do nível de consciência; estados de fadiga grave ou de inatenção marcante e em alguns estados afetivos, subdiv
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