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DIREITO INTERNACIONAL - ORGANISMOS INTERNACIONAIS

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DIREITO INTERNACIONAL - ORGANISMOS INTERNACIONAIS
Organismos Internacionais
A conceituação dos organismos internacionais nos revela que se trata de coletividades interestatais, criadas a partir da vontade dos Estados. Portanto, pactos e convenções entre Estados estabelecem a criação desses organismos, que emanam da vontade dos Estados que cooperam voluntariamente, estipulando os propósitos e finalidades da organização desde o ato de criação. Esses organismos são regidos por normas de Direito Internacional e, na medida em que os Estados assim concordam, possuem personalidade jurídica para atuar no âmbito internacional.
Em geral, os instrumentos que criam essas organizações já estabelecem a concessão da personalidade jurídica. No entanto, esse conceito evoluiu ao longo do tempo. Por exemplo, a Carta das Nações Unidas não continha disposições específicas sobre a personalidade jurídica da ONU, o que levou à necessidade de um parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça (CIJ). A CIJ concluiu que a ONU não só poderia atuar independentemente dos Estados membros que a criaram, mas também detinha poderes implícitos, relacionados às finalidades para as quais foi criada, mesmo que não estivessem explicitamente mencionados na carta de criação.
Consequentemente, esses poderes implícitos permitem que essas organizações ajam e busquem indenizações contra Estados que violem suas finalidades ou obstruam suas atividades. Isso significa que esses organismos gozam de autonomia específica para cumprir suas finalidades e possuem autorregulação, estabelecendo sua própria estrutura com órgãos principais e auxiliares para atender aos objetivos da organização.
Teoria dos Poderes Implícitos
A Teoria dos Poderes Implícitos resultou de um parecer consultivo da ONU em 1948. Nesse caso, a ONU alegou ter sido alvejada em território israelense. A Carta de São Francisco, que criou a ONU, não continha disposições claras sobre sua personalidade jurídica. Portanto, a questão foi submetida à CIJ. Esta concluiu que, embora a carta não mencionasse explicitamente o direito de buscar reparação por danos causados em suas operações de manutenção da paz, a ONU possuía esse poder implícito.
Assim, os poderes implícitos incluem a capacidade de agir judicialmente contra Estados que interfiram em suas atividades e violem suas finalidades. Isso reforça a autonomia e a capacidade dessas organizações de buscar reparação quando necessário.
Natureza Jurídica
Os organismos internacionais são considerados organizações intergovernamentais ou interestatais, pois são criados com base nos interesses dos governos ou Estados que cooperam para finalidades específicas. Exemplos incluem a Organização Mundial do Comércio (OMC) na área de comércio, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) na área de trabalho e a Organização Mundial da Saúde (OMS) na área de saúde.
Características
1. Multilateralidade: Os organismos internacionais, em regra, envolvem vários Estados e operam permanentemente, não sazonalmente.
2. Permanência: A criação de tribunais ad hoc temporários, que não seguem postulados legais e processuais penais, levou a críticas, resultando na institucionalização de tribunais permanentes, como o Tribunal Penal Internacional.
3. Personalidade jurídica própria: Em geral, os organismos internacionais possuem personalidade jurídica, seja explicitamente na criação ou por meio de atos posteriores.
4. Poder regulamentar: Essas organizações têm a capacidade de autorregulação, criando suas próprias regras e fóruns internos para debater e aprovar essas regras.
5. Caráter voluntário da associação: Organizações internacionais nascem da vontade de Estados soberanos, podendo ser adesões restritas ou livres, dependendo do ato de criação.
Espécies
Os organismos internacionais podem ser classificados de várias maneiras:
1. Quanto à finalidade: a) Gerais, como a ONU, OIT, OIC e OMS. b) Específicos, voltados para propósitos claros, como a OPEP na área de petróleo.
2. Quanto à atuação: a) Universal, como a ONU. b) Regional, como o Mercosul, a ALADI e a União Europeia.
3. Quanto aos poderes recebidos: a) Integração, como o Mercosul, focado na integração econômica e comercial. b) Cooperação, como a Interpol, que visa a cooperação internacional em busca de, por exemplo, pessoas procuradas.
4. Quanto à natureza dos poderes exercidos: a) Intergovernamentais, envolvendo interesses mútuos entre Estados, como o Mercosul. b) Supranacionais, em que as normas da organização têm precedência sobre o sistema jurídico interno de cada Estado membro, como a União Europeia.
Coletividades Não Estatais
Além dos organismos internacionais, existem outras entidades não vinculadas à vontade dos Estados. Algumas delas incluem:
1. Bélicos: Movimentos armados politicamente organizados, como aqueles que buscam o domínio de parte ou de todo um território. Se reconhecidos como beligerantes por outros Estados, podem celebrar tratados e são responsáveis por seus atos.
2. Insurgentes: Grupos que buscam a modificação do sistema político e a restauração da ordem constitucional. Podem celebrar tratados quando reconhecidos pelos Estados e, em geral, respondem por seus próprios atos.
3. Movimentos de Libertação Nacional: Organizações que lutam contra governos racistas ou ocupações estrangeiras ilegais. Um exemplo é a Ordem Soberana de Malta.
4. Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano: A Santa Sé é a cúpula da Igreja Católica, enquanto o Estado da Cidade do Vaticano é um território independente criado para abrigar a Santa Sé. A Santa Sé possui uma natureza jurídica híbrida, com poder espiritual e temporal.
5. Organizações Não Governamentais (ONGs): São entidades sem fins lucrativos que atuam em níveis nacionais e internacionais para promover causas sociais, humanitárias, ambientais, entre outras.
6. Empresas Multinacionais: Grandes corporações que operam internacionalmente, exercendo influência significativa na economia global e, em alguns casos, adotando práticas de autorregulação.
7. Entidades Não Estatais que Participam em Organismos Internacionais: Algumas entidades não estatais têm status consultivo em organismos internacionais, como as ONGs que participam de reuniões da ONU, contribuindo com informações e sugestões.
A distinção entre organismos internacionais e coletividades não estatais é fundamental, pois a primeira categoria possui personalidade jurídica derivada da vontade dos Estados, enquanto a segunda não. A personalidade jurídica dos organismos internacionais lhes confere poderes específicos, como a capacidade de celebrar tratados, buscar reparação judicial, impor sanções, entre outros, em busca de seus objetivos e finalidades. Por outro lado, as coletividades não estatais, como ONGs e empresas multinacionais, não possuem essa personalidade jurídica, embora possam exercer influência significativa em âmbito internacional.
A jurisdição para julgar sujeitos de direito internacional público no Brasil depende do tipo de demanda. A competência é distribuída entre diferentes órgãos jurisdicionais de acordo com as características da ação. Eis uma organização do texto original para torná-lo mais claro e coerente:
Competência no Brasil para julgar sujeitos de direito internacional público:
1. STF (Supremo Tribunal Federal): Responsável por julgar casos envolvendo Estados estrangeiros ou Organizações Internacionais contra a União, Estados, Distrito Federal ou Territórios (Art. 102, I, e, CF).
2. STJ (Superior Tribunal de Justiça): Competente para julgar casos em que o Estado estrangeiro ou Organização Internacional seja réu em relação ao Município ou um particular, especialmente em Reclamações Trabalhistas (Art. 105, II, c, CF e Art. 539, II, b, CPC).
3. Justiça Eleitoral: Competente para casos envolvendo Estado estrangeiro ou Organização Internacional em relação a Município ou particulares, particularmente no que diz respeito a questões eleitorais (Art. 109, III, CF).
4. Justiça do Trabalho: Responsável por todas as causas de relação de trabalho, incluindo aquelas em que o réu é um organismointernacional ou Estado estrangeiro (Art. 114, I, CF).
5. Outras situações: Caso não seja uma questão de natureza trabalhista e o réu seja o Município ou um particular, a ação deve ser aforada perante a Justiça Federal. Se a União, Estados, Distrito Federal ou Territórios estiverem no polo passivo, a competência é direta no STF.
Imunidade de Jurisdição:
· Em situações envolvendo a responsabilidade de um Estado estrangeiro, a imunidade impede que ele seja submetido à jurisdição local. Essa imunidade se baseia na igualdade jurídica entre Estados, e eles só podem ser julgados por cortes que eles mesmos criaram em âmbito internacional, seguindo fontes do Direito Internacional Público, como costumes, tratados, convenções, princípios, doutrina e jurisprudência.
· A imunidade é geralmente aplicada a atos de império, como questões de guerra, defesa nacional e migração, que são consideradas áreas soberanas de atuação de um Estado estrangeiro e não podem ser questionadas por outro Estado.
· No entanto, a imunidade começa a ser relativizada quando se trata de atos de gestão que não interferem na soberania de um Estado, como a contratação de funcionários locais em embaixadas ou consulados.
· A jurisprudência em vários países, incluindo o Brasil, começou a flexibilizar a imunidade de jurisdição, especialmente em casos de violações de direitos humanos.
· No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma decisão no "Caso Changri-la" (tema 944), estabelecendo que atos ilícitos praticados por Estados estrangeiros em violação a direitos humanos não gozam de imunidade de jurisdição.
· As ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidentes de trabalho são de competência da Justiça do Trabalho.
· Quanto aos organismos internacionais, a imunidade de jurisdição depende de tratados específicos assinados entre o Brasil e esses organismos. A imunidade é concedida apenas quando o tratado prevê, e sua aplicação varia de acordo com o que é estipulado em cada tratado.
· A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal afirma que organismos internacionais, como a UNESCO, podem ser demandados em juízo somente se renunciarem expressamente à sua imunidade de jurisdição.
Portanto, a competência e a imunidade de jurisdição em casos que envolvem sujeitos de direito internacional público no Brasil são regulamentadas com base em tratados, convenções e decisões do Poder Judiciário que têm como foco garantir a justiça e a aplicação das leis em conformidade com as normas internacionais.
CUIDADO
Embora as prerrogativas e imunidades possam parecer muito semelhantes, há diferenças fundamentais entre elas. Os examinadores costumam usar essas diferenças para alegar que as imunidades concedidas aos organismos internacionais são idênticas às concedidas aos Estados, o que pode levar a uma interpretação incorreta. Por exemplo, no acordo básico de assistência técnica com a ONU, também é concedida a imunidade tributária, algo que também é amparado pelas convenções de Viena sobre as relações diplomáticas e consulares.
No entanto, o ponto crucial é que o fundamento para a concessão da imunidade é diferente. Quando se trata de Estados, a questão gira em torno da imunidade recíproca, enquanto, no caso dos organismos internacionais, é um tratado específico que estabelece essa imunidade. Portanto, não é correto considerá-las automaticamente idênticas.
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543-C DO CPC). ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA SOBRE OS RENDIMENTOS AUFERIDOS POR TÉCNICOS A SERVIÇO DAS NAÇÕES UNIDAS, CONTRATADOS NO BRASIL PARA ATUAR COMO CONSULTORES NO ÂMBITO DO PNUD/ONU.
Na decisão do REsp 1.159.379/DF, a Primeira Seção do STJ, sob a relatoria do Ministro Teori Albino Zavascki, estabeleceu o entendimento predominante de que os rendimentos do trabalho recebidos por técnicos contratados no Brasil para prestar serviços às Nações Unidas, no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, são isentos do imposto de renda. O relator sustentou que os "peritos" mencionados no Acordo Básico de Assistência Técnica com a ONU e suas Agências Especializadas, conforme estabelecido pelo Decreto 59.308/66, têm direito à isenção de imposto de renda. A Primeira Seção determinou que o Acordo Básico de Assistência Técnica concede os benefícios fiscais estipulados pela Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas, promulgada pelo Decreto 27.784/50, não apenas aos funcionários da ONU, mas também àqueles que prestam serviços na condição de "peritos de assistência técnica" em atividades específicas.
Portanto, a jurisprudência do STJ, estabelecida no julgamento mencionado, deve ser estritamente seguida.
Convenção de Viena sobre relações diplomáticas e consulares
As imunidades diplomáticas e consulares são reguladas principalmente por dois instrumentos: a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e a Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963. Cada uma dessas convenções estabelece diferentes regras e prerrogativas:
CORPO DIPLOMÁTICO (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961)
· Não pode ser detido ou preso, a menos que envolva um crime grave decidido por uma autoridade judicial.
· Goza de imunidade de jurisdição penal.
· Goza de imunidade de jurisdição civil e administrativa, exceto em casos de ações relacionadas a propriedades privadas no território do Estado acreditado, ações sucessórias de caráter privado ou atividades profissionais não relacionadas às funções oficiais.
· A residência do corpo diplomático é inviolável.
· Não é obrigado a prestar depoimento como testemunha.
· Imunidades e privilégios podem se estender a familiares e dependentes registrados.
CORPO CONSULAR (Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963)
· Pode ser detido ou preso apenas em casos de crimes graves por decisão judicial.
· Goza de imunidade de jurisdição exclusivamente em relação a atos do ofício.
· Goza de imunidade de jurisdição civil e administrativa estritamente em relação a atos do ofício.
· Não possui inviolabilidade de residência (residência particular).
· Pode ser intimado para prestar depoimento sobre atos de ofício.
· Imunidades e privilégios não se estendem a familiares.
O corpo consular se concentra em questões administrativas e na assistência aos nacionais do Estado que representa. Por exemplo, durante a pandemia, os consulados brasileiros no exterior desempenharam um papel fundamental ao ajudar os brasileiros a retornar ao Brasil quando enfrentavam dificuldades devido ao fechamento de aeroportos. Além disso, os consulados auxiliam em questões como casamentos, certidões de óbito, nascimentos e outras necessidades dos cidadãos brasileiros no exterior.
Por outro lado, o corpo diplomático lida com interesses diplomáticos e comerciais mais amplos, representando o Estado perante outro Estado estrangeiro. Eles buscam promover os interesses de seu país e desfrutam de imunidades mais amplas para garantir que possam cumprir suas funções sem interferência das autoridades locais. Isso inclui imunidade de jurisdição em processos criminais e civis, a menos que se refiram a casos muito específicos.
Imunidade Tributária
No que diz respeito à imunidade tributária, a jurisprudência do STJ é clara e se baseia nas disposições das Convenções de Viena de 1961 e 1963. De acordo com essa jurisprudência, Estados estrangeiros têm imunidade tributária e de jurisdição, exceto no caso de impostos e taxas relacionados a serviços individualizados e específicos que lhes são prestados. As isenções fiscais não se aplicam aos impostos e taxas cujo pagamento, de acordo com a legislação do Estado anfitrião, seja de responsabilidade das pessoas que contratam com o Estado estrangeiro ou com o Chefe da Missão.
Além disso, os artigos mais relevantes da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (artigos 9, 10, 11, 22, 23, 24, 29, 30 a 38 e 41) estabelecem regras específicas sobre a inviolabilidade dos locais da missão diplomática, imunidade fiscal e de jurisdição, imunidades para membrosda família e do pessoal da missão, entre outras questões.
Portanto, esses tratados internacionais desempenham um papel fundamental na regulamentação das imunidades e prerrogativas dos Estados estrangeiros e de seus representantes diplomáticos e consulares, garantindo que possam exercer suas funções sem interferência indevida nos territórios onde atuam. A renúncia à imunidade é uma prerrogativa do Estado acreditante e deve ser expressa, e isso é essencial para determinar a extensão da jurisdição local sobre essas entidades e indivíduos. Por isso, é importante entender essas distinções e regras específicas para garantir o respeito ao Direito Internacional nas relações diplomáticas e consulares.
ARTIGOS MAIS RELEVANTES DA CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES CONSULARES (DECRETO 61.078/1967)
A Convenção de Viena sobre Relações Consulares, regulamentada pelo Decreto 61.078/1967, estabelece regras essenciais para a relação entre Estados e suas repartições consulares. Os artigos a seguir são particularmente relevantes:
Artigo 31 - Inviolabilidade dos Locais Consulares
O Artigo 31 da Convenção trata da inviolabilidade dos locais consulares:
1. Os locais consulares são invioláveis na medida estabelecida neste artigo.
2. As autoridades do Estado receptor não podem entrar na parte dos locais consulares usada exclusivamente para as necessidades da repartição consular, exceto com o consentimento do chefe da repartição consular, de uma pessoa por ele designada ou do chefe da missão diplomática do Estado de envio. O consentimento pode ser presumido em caso de incêndio ou outra situação de emergência que exija ação imediata.
3. Além disso, o Estado receptor é obrigado a tomar medidas apropriadas para proteger os locais consulares contra invasões ou danos, garantindo a tranquilidade e dignidade da repartição consular.
Este artigo destaca a inviolabilidade dos locais consulares e a obrigação do Estado receptor de protegê-los. Qualquer violação dessas instalações pode levar a tensões nas relações diplomáticas.
Artigo 45 - Renúncia aos Privilégios e Imunidades
O Artigo 45 trata da renúncia aos privilégios e imunidades pelos Estados de envio:
1. O Estado de envio pode renunciar aos privilégios e imunidades previstos nos artigos 41, 43 e 44 em relação a um membro da repartição consular. Esta renúncia deve ser expressa e comunicada por escrito ao Estado receptor.
2. Se um funcionário consular ou empregado consular entrar com uma ação judicial sobre uma questão que envolve a imunidade de jurisdição de acordo com o Artigo 43, ele não pode alegar essa imunidade em relação a qualquer pedido de reconvenção relacionado diretamente à ação principal.
3. A renúncia à imunidade de jurisdição em ações civis ou administrativas não implica renúncia à imunidade em relação às medidas de execução de sentença, para as quais será necessária uma nova renúncia.
Este artigo destaca a possibilidade de renúncia pelos Estados de envio e as limitações quanto à alegação de imunidade de jurisdição em certos casos.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMUNIDADE DE EXECUÇÃO
A jurisprudência brasileira reflete o entendimento de que os Estados estrangeiros têm imunidade de execução, principalmente em litígios trabalhistas. No entanto, os bens afetos a missões diplomáticas e consulares permanecem imunes à execução forçada. Isso significa que, embora os Estados e organismos internacionais não gozem de imunidade de jurisdição na fase de conhecimento, eles têm imunidade de execução.
No entanto, se a questão envolver bens que não estejam afetos às atividades da missão consular ou embaixada, esses bens podem ser penhorados. Por exemplo, a casa do cônsul não é inviolável, e bens não afetos às atividades consulares podem ser penhorados, desde que não haja renúncia expressa do Estado de envio.
Em relação a medidas de execução de sentença, uma nova renúncia expressa pelo Estado de envio é necessária para que sejam aplicadas. A jurisprudência tem consolidado esse entendimento em litígios envolvendo imunidades de jurisdição e execução. A questão é relevante, pois envolve a proteção dos bens e ativos de missões diplomáticas e consulares estrangeiras em território nacional, mantendo o equilíbrio nas relações diplomáticas.

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