Buscar

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Prévia do material em texto

Gabriella R Oliveira - Saúde Integral do Adulto II - 
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO:
CONCEITO: AFECÇÃO CRÔNICA DO ESÔFAGO E ESTRUTURAS ADJACENTES DEVIDO A FLUXO RETRÓGRADO DO CONTEÚDO GÁSTRICO E/OU DUODENAL POR DISFUNÇÃO DO ESFÍNCTER ESOFÁGICO INFERIOR 
PODE APRESENTAR ALTERAÇÕES NO TRATO RESPIRATÓRIO DEVIDO AO DERRAME DE CONTEÚDO GÁSTRICO NESSE, EM SITUAÇÕES DE BRONCOASPIRAÇÃO: ACOMETER LARINGE, E PODE ALTERAR CAVIDADE ORAL TAMBÉM: ACOMETER DENTES
TEM RISCO DE CARCINOMA ESOFÁGICO (DIFERENÇA DE SÍNDROMES DISPÉPTICAS)
PREVALÊNCIA DE APROXIMADAMENTE 12% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA, provavelmente 20%
CARACTERÍSTICA PRINCIPAL -> ABERTURA DO ESFÍNCTER ESOFÁGICO INFERIOR FORA DO MOMENTO DA DEGLUTIÇÃO, disfunção ou dismotilidade do esfíncter esofágico inferior, no momento que deveria estar fechado ele abre, parede do esofago sofre lesao devido ao ácido do estômago, células do esôfago mudam sua conformação -> células produtoras de muco (METAPLASIA - pavimentosas se tornam lacunares produtoras de muco, atua no núcleo do DNA, se tiver defeito genético pode sofrer mitoses sucessivas e descontroladas -> carcinoma) 
PARA SER CONSIDERADO DRGE -> MÍNIMO DE 2 EPISÓDIOS POR SEMANA PERSISTINDO POR PELO MENOS 4 SEMANAS, 2 episódios = sintomas típicos: pirose e regurgitação ácida 
FATORES DE RISCO/PRINCIPAIS CAUSAS:
SOBREPESO – OBESIDADE: tendência de se alimentar mal - qualidade e quantidade, quando movimenta durante a digestão faz pressão maior sobre esfíncter esofágico inferior, se ocorre diariamente pode acontecer em algum momento de pressão alterar a motilidade do esfíncter, não resiste mais e abre, voltando conteúdo
TABAGISMO -> ASSOCIADO A COMPLICAÇÕES: ajuda na formação de carcinoma de esôfago (complicação da doença)
HERNIA DE HIATO: músculo diafragma separa tórax do abdome, na região do esofago precisa ter abertura: entre o diafragma e parede do esofago, onde está o esfíncter esofágico inferior, em alguns casos: ex paciente que come muito, estômago faz força para cima, pode pegar fundo gástrico e sair por esse espaço também, parte do estômago vai para região torácica, não consegue passar e fica preso, fica herniado, dificuldade de fechamento - dismotilidade do esfíncter esofágico inferior 
ESTRESSE: cronicamente, leva a alterações em todo organismo: endócrina, neuropeptídeos, pode ter ELEVAÇÃO DA PRODUÇÃO DE COLECISTOQUININA/SECRETINA, relaxa esfíncter, permite retorno do alimento 
MÁ ALIMENTAÇÃO: quantidade e qualidade 
GASTROPARESIA: redução da motilidade gástrica, pode ocorrer por: alimentar em grande quantidade e tomar líquido durante a refeição, e algumas medicações, digestão demora ocorrer, força contra esfincter - pressão é muito maior, se ocorre todos os dias pode causar dismotilidade 
ALTERAÇÕES HORMONAIS:
DEFICIÊNCIA DE GASTRINA/MOTILINA: FUNÇÕES-> INDUZEM CONTRAÇÃO DO ESFÍNCTER ESOFÁGICO INFERIOR 
ELEVAÇÃO DA PRODUÇÃO DE COLECISTOQUININA/SECRETINA, FUNÇÕES-> INDUZEM RELAXAMENTO DO ESFÍNCTER ESOFÁGICO INFERIOR 
OBS: HELICOBACTER PYLORI NÃO É FATOR DE RISCO: não tem relação com DRGE, é fator de risco para carcinoma gástrico, sempre que der positivo tem que tratar - antibiótico 
por deslizamento: 
paraesofágica:
FISIOPATOLOGIA:
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
SINTOMAS TÍPICOS:
PIROSE: dor em queimação/pontada, em região retroesternal, não confundir com AZIA: dor em queimação/pontada em região epigástrica 
REGURGITAÇÃO ÁCIDA: gosto ácido/azedo ruim na boca depois que come 
SINTOMAS ATÍPICOS:
ROUQUIDÃO: ácido cai na laringe, pode edemaciar - não vibra de forma adequada
DOR RETROESTERNAL (DG DIFERENCIAL ANGINA): queixa como pontada
TOSSE: ácido no trato respiratório, principal mecanismo de defesa
PIGARRO: aumento da produção de muco como defesa 
DOR TORÁCICA 
EDEMA DE TRATO RESPIRATÓRIO -> pode reduzir a luz desse, interferindo na passagem do ar pela traqueia -> DISPNÉIA 
PNEUMONIA: por aspiração 
COMPLICAÇÕES:
1. ESOFAGITE -> 20 – 25% PRESENÇA DE INFLAMAÇÃO E FERIDAS EM PAREDE DO ESÔFAGO: dor à deglutição, quando come dói, principalmente alimentos + duros 
2. ESÔFAGO DE BARRET -> 10 – 15% METAPLASIA DAS CÉLULAS DA PAREDE DO ESÔFAGO -> RISCO DE EVOLUÇÃO PARA CARCINOMA DE ESÔFAGO, identifica por biópsia
3. ESTENOSE DE ESÔFAGO -> 3 – 5%, processo inflamatório muito intenso, parede fica muito grossa/espessa, REDUÇÃO DO LÚMEN ESOFÁGICO, sensação de alimento preso 
OBS: O GRAU DE DISFUNÇÃO DO ESFÍNCTER ESOFÁGICO INFERIOR ESTÁ RELACIONADO A VARIABILIDADE DE SINTOMAS E PRESENÇA DE COMPLICAÇÕES !! quanto + flácido + conteúdo gástrico volta + sintomas + complicações 
DIAGNÓSTICO:
CLÍNICO: anamnese - fatores de risco, sintomas e duração, alimentação, exame físico + pobre - faz para ver se tem + alterações 
EXAME COMPLEMENTAR -> DEPENDENDO DA PRESENÇA DE FATORES DE RISCO REGRA 
GERAL: ESTÁ AUTORIZADO INICIAR TRATAMENTO COM IBP SEM NECESSIDADE DE EXAMES COMPLEMENTARES -> EM TODO PACIENTE < 40 ANOS COM SINAIS E SINTOMAS TÍPICOS E /OU ATÍPICOS SEM SINAIS DE ALARME
QUANDO REALIZAR EXAMES COMPLEMENTARES? 
1. IDADE > 40 ANOS, e tiver sintomas 
2. PRESENÇA DE SINAIS DE ALARME: DISFAGIA, IMPACTAÇÃO DO ALIMENTO, ANEMIA (sangramento constante), SANGRAMENTOS, PERDA DE PESO (carcinoma), VÔMITOS DE REPETIÇÃO (estenose)
3. BAIXA RESPOSTA AO IBP
EXAMES COMPLEMENTARES: 
1. ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA: NÃO FAZ DIAGNÓSTICO DE DRGE, É UTILIZADA PARA INVESTIGAR PRESENÇA DE COMPLICAÇÕES E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL, SE RESULTADO DE EDA NORMAL EM PACIENTE SINTOMÁTICO -> NÃO DESCARTA DIAGNÓSTICO
2. PHMETRIA INTRAESOFÁGICA DE 24 HORAS: PADRÃO OURO PARA DIAGNÓSTICO DE DRGE, CORRELACIONA PRESENÇA DE REFLUXO COM APARECIMENTO DE SINTOMAS: PACIENTE TEM UM "DIÁRIO" ONDE DESCREVE HORÁRIO DOS SINTOMAS, POSIÇÃO EM QUE SE ENCONTRAVA, PRÉ OU PÓS PRANDIAL E CORRELACIONA COM ALTERAÇÕES DO PH ESOFÁGICO e altura que está acontecendo, sonda que passa no nariz - esofago, e aparelho com eletrodos 
TRATAMENTO 
OBJETIVOS: REDUÇÃO AGRESSÃO EM PAREDE ESOFÁGICA PELO CONTEÚDO GÁSTRICO; EVITAR COMPLICAÇÕES; ACELERAR ESVAZIAMENTO GÁSTRICO; MELHORAR FUNÇÃO MOTORA ESOFAGIANA E AUMENTO DA SALIVAÇÃO (pH básico/alcalino, pode ter ação protetora)
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO:
CONTROLE DA DIETA (LIPÍDEOS, CHOCOLATE, CAFÉ, BEBIDA ALCOÓLICA): qualidade -> evitar alimentos que aumentam secreção de ácido e irritam parede do esôfago; controlar quantidade: comer de 3 em 3 h ou de 4 em 4 h, em quantidades menores e evitar líquido com refeição 
AUMENTO DA FREQUÊNCIA E REDUÇÃO DO VOLUME ALIMENTAR 
CESSAÇÃO DO TABAGISMO 
EVITAR DEITAR POR 2 HORAS APÓS AS REFEIÇÕES 
ELEVAÇÃO DE CABECEIRA DA CAMA
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO:
INIBIDOR DA BOMBA DE PRÓTONS (OMEPRAZOL, PANTOPRAZOL, ESOMEPRAZOL, LANSOPRAZOL, RABEPRAZOL): PRIMEIRA LINHA DE TRATAMENTO REDUZ SECREÇÃO ÁCIDA GÁSTRICA AUXILIAM NA CICATRIZAÇÃO DA ESOFAGITE, tomar em jejum 40 min antes das refeições, dose pode ser de 12/12 h a tarde: intervalo de 1 h antes e 1 h depois 
BLOQUEADORES DOS RECEPTORES H2 DA HISTAMINA (RANITIDINA, CIMETIDINA, FAMOTIDINA, NIZATIDINA): MELHOR RESULTADO PARA CASOS LEVES, REDUZ SECREÇÃO ÁCIDA GÁSTRICA, UTILIZADOS EM CASOS DE IMPOSSIBILIDADE DE USO DE IB, AUXILIAM NA CICATRIZAÇÃO DA ESOFAGITE, não associa com IBP pode reduzir demais acidez e atrapalhar produção de muco na parede gástrica
PROCINÉTICOS (METOCLOPRAMIDA - plasil, DOMPERIDONA, BROMOPRIDA): REDUZEM O TEMPO DE PERMANÊNCIA DO ALIMENTO NO ESTÔMAGO, MELHOR RESPOSTA SE UTILIZADOS EM ASSOCIAÇÃO COM IBP, NÃO AUXILIAM NA CICATRIZAÇÃO DA ESOFAGITE, sempre associar com IBP ou Bloqueadores de receptores H2 de histamina 
TRATAMENTO CIRÚRGICO (FUNDOPLICATURAS):
INDICAÇÕES:
FALÊNCIA DO TRATAMENTO CLÍNICO 
DESEJO DE DESCONTINUAR TRATAMENTO COM IBP (se tiver outra opção de tratamento)
INTOLERÂNCIA AO IBP 
PREDOMÍNIO DOS SINTOMAS RESPIRATÓRIOS 
PACIENTE JOVEM (< 40 anos) COM MÚLTIPLAS COMPLICAÇÕES
> fundo gástrico com porção final do esófago, sutura com parede do esôfago, aperta, ajudando fechar esfíncter, não é definitivo, pode voltar se não tratar, pacientevai ter dificuldade para engolir, evitar consistências, sensação de impacto do alimento

Continue navegando