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Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI Anatomia dos Membros Superiores O membro superior é caracterizado por sua mobilidade e capacidade de segurar, golpear e executar atividades motoras finas (manipulação). Essas qualidades são mais acentuadas na mão ao realizar atividades como abotoar uma camisa. Há interação sincronizada entre as articulações do membro superior para coordenar os segmentos interpostos e executar um movimento uniforme e eficiente na distância ou posição mais adequada para uma tarefa específica. O membro superior tem quatro segmentos principais, subdivididos em regiões para uma descrição precisa: 1. Ombro: segmento proximal do membro que se superpõe a partes do tronco (tórax e dorso) e à região lateral inferior do pescoço. Inclui as regiões peitoral, escapular e deltóidea do membro superior, e a parte lateral (fossa supraclavicular maior) da região cervical lateral. Recobre metade do cíngulo do membro superior. O cíngulo do membro superior é um anel ósseo, incompleto posteriormente, formado pelas escápulas e clavículas e completado anteriormente pelo manúbrio do esterno (parte do esqueleto axial). 2. Braço: primeiro segmento do membro superior livre (parte mais móvel do membro superior independente do tronco) e o segmento mais longo do membro. Estende-se entre o ombro e o cotovelo, unindo os dois, e consiste nas regiões braquiais anterior e posterior, centralizadas em torno do úmero. 3. Antebraço: segundo segmento mais longo do membro. Estende-se entre o cotovelo e o punho, unindo os dois, e inclui as regiões antebraquiais anterior e posterior que recobrem o rádio e a ulna. 4. Mão: parte do membro superior distal ao antebraço, formada ao redor do carpo, metacarpo e falanges. Consiste em punho, palma, dorso da mão e dedos (inclusive um polegar oponível) e é ricamente suprida por terminações sensitivas para tato, dor e temperatura. O esqueleto apendicular superior articula-se com o esqueleto axial apenas na articulação esternoclavicular, o que contribui para sua grande mobilidade. As clavículas e as escápulas do cíngulo do membro superior são sustentadas, estabilizadas e movimentadas por músculos toracoapendiculares que se fixam às costelas, ao esterno e às vértebras, ossos relativamente fixos do esqueleto axial. A clavícula une o membro superior ao tronco. Atua como suporte rígido e móvel, semelhante a um guindaste, que suspende a escápula e o membro livre, mantendo-os afastados do tronco, de modo que o membro tenha máxima liberdade de movimento. O suporte é móvel e permite que a escápula se mova sobre a parede torácica na “articulação escapulotorácica”, o que aumenta a amplitude de movimento do membro. A imobilização do suporte, principalmente depois de sua elevação, permite que as costelas se elevem na inspiração profunda. • Forma um dos limites ósseos do canal cervicoaxilar (passagem entre o pescoço e o braço), protegendo o feixe neurovascular que supre o membro superior. • Transmite choques (impactos traumáticos) do membro superior para o esqueleto axial. Síndromes compressivas do Membro Superior Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI A escápula é um osso plano triangular situado na face posterolateral do tórax, superposta às 2a a 7a costelas. A escápula tem movimento considerável sobre a parede torácica na articulação escapulotorácica fisiológica, servindo como a base a partir da qual se movimenta o membro superior. Esses movimentos, que permitem a livre mobilização do braço, são analisados adiante, neste capítulo, junto com os músculos que movem a escápula. O úmero, o maior osso do membro superior, articula-se com a escápula na articulação do ombro e com o rádio e a ulna na articulação do cotovelo. O corpo do úmero tem dois pontos de referência proeminentes: a tuberosidade para o músculo deltoide lateralmente, onde se fixa o músculo deltoide, e o sulco do nervo radial oblíquo posteriormente, no qual seguem o nervo radial e a artéria braquial profunda quando passam anteriormente à cabeça longa e entre as cabeças medial e lateral do músculo tríceps braquial. A extremidade inferior do corpo do úmero alarga-se quando se formam as cristas supraepicondilares medial e lateral e depois termina distalmente no epicôndilo medial, que é bastante proeminente, e no epicôndilo lateral, locais de fixação muscular. A extremidade distal do úmero — que inclui a tróclea; o capítulo; e as fossas do olécrano, coronóidea e radial — forma o côndilo do úmero. O côndilo tem duas faces articulares: um capítulo lateral, para articulação com a cabeça do rádio, e uma tróclea medial, em forma de carretel ou polia, para articulação com a extremidade proximal (incisura trocle-ar) da ulna. Há duas cavidades ou fossas de costas uma para a outra, superiormente à tróclea, o que torna o côndilo muito fino entre os epicôndilos. Anteriormente, a fossa coronóidea recebe o processo coronoide da ulna durante a flexão completa do cotovelo. Posteriormente, a fossa do olécrano recebe o olécrano da ulna durante a extensão total do cotovelo. Os dois ossos do antebraço formam juntos a segunda unidade de um suporte móvel articulado (sendo o úmero a primeira unidade), com uma base móvel formada pelo ombro, que determina a posição da mão. No entanto, como essa unidade é formada por dois ossos paralelos, um dos quais (o rádio) consegue girar em torno do outro (a ulna), é possível realizar supinação e pronação. Isso torna possível girar a mão quando o cotovelo está fletido. A ulna estabiliza o antebraço e é o osso medial e mais longo dentre os dois ossos do antebraço. Sua extremidade proximal maior é especializada para articulação com o úmero na parte proximal e com a cabeça do rádio lateralmente. A ulna tem duas projeções proeminentes para articulação com o úmero: (1) o olécrano, que se projeta em direção proximal a partir de sua face posterior (formando a ponta do cotovelo) e serve como alavanca curta para extensão do cotovelo, e (2) o processo coronoide, que se projeta anteriormente. O rádio, localizado lateralmente, é o mais curto dos dois ossos do antebraço. A extremidade proximal inclui a cabeça curta, o colo e a tuberosidade voltada medialmente. Na região proximal, a face superior lisa da cabeça do rádio discoide é côncava para articulação com o capítulo do úmero durante a flexão e a extensão da articulação do cotovelo. A cabeça também se articula perifericamente com a incisura radial da ulna; assim, a cabeça é coberta por cartilagem articular. Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI A mão é o segmento mais especializado do aparelho locomotor, sendo estrutura de grande sensibilidade, enorme motricidade, aliadas a uma força considerável. Se o membro inferior aproxima ou afasta o indivíduo de um objeto, o membro superior aproxima ou afasta o objeto do indivíduo, ação que demanda precisão e eficiência de movimentos. A mão dá terminalidade ao membro superior. Sua anatomia é toda voltada para a realização de suas funções, concentrando muitas estruturas importantes em um pequeno espaço. A pele do dorso da mão é fina e elástica para alongar-se quando a mão se fecha ou se faz a flexão do punho. Entretanto, na face palmar ela é completamente diferente. É formada por um coxim gorduroso que se assenta sobre a aponeurose palmar e tem a função de acolchoar e proteger estruturas mais profundas, O revestimento cutâneo palmar forma rugosidades (dermatóglifos) que têm função antiderrapante. As pregas palmares são reforços de inserção da pele e contribuem para aumentar o grau de flexão das articulações. Há duas saliências dos coxins correspondendo às eminências tênar (do lado do polegar) e hipotênar (do lado do 5° dedo). A palma da mão é inervada pelo ulnar na região hipotenar,5° dedo e metade ulnar do 4° dedo. A área restante é inervada pelo mediano. O nervo radial provê inervação cutânea de parte do dorso da mão. principalmente do primeiro espaço. O ulnar inerva o flexor ulnar do carpo e metade do flexor profundo dos dedos. Na mão, inerva os hipotenares, todos os interósseos, os dois lumbricais ulnares e o adutor do polegar. O mediano inerva todos os músculos pronadores do antebraço, flexores do punho e flexores extrínsecos dos dedos, com exceção do flexor ulnar do carpo e a metade ulnar flexor profundo dos dedos. Na mão, inerva os músculos tenares, primeiro e segundo lumbricais. O radial inerva todos os músculos extensores e supinadores do antebraço. O punho é formado pela articulação radiocarpiana que se compõe pela epífise distal do rádio e ulna (articulação rádio-ulnar distal) e os ossos da primeira fileira do carpo (escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme). A segunda fileira é formada pelo trapézio, trapezóide, capitato e unciforme. O metacarpo é formado pelos ossos metacarpianos que se articulam com as falanges dos dedos (2 no polegar e 3 nos demais dedos). Semiologia do MMSS Inspeção O doente deve ser observado desnudado da cintura para cima, de modo a observar globalmente o ombro e estruturas adjacentes. Esta observação permite perceber alterações que de outro modo passariam despercebidas. A avaliação deve ser efetuada de forma a observar as superfícies anterior, lateral e posterior. Devem ser anotadas as deformidades da coluna cervical e toráxica, com anotação do formato de eventuais deformidades que no plano frontal quer no plano sagital. • Vista Anterior: É importante observar os pontos de referência ósseos, incluindo a clavícula, a Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI articulação esterno-clavicular, e a articulação acromio-clavicular. • Vista Posterior: Observar os pontos de referência ósseos, incluindo a coluna torácica, a escápula, o acrómio, a articulação acromioclavicular e as estruturas de tecidos moles, incluindo a parte superior do músculo trapézio, músculos supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo (teres) maior, redondo menor e deltóide (Figura 3). A posição da escápula é fundamental de modo a permitir o despiste de alterações neuro-musculares, uma sequela de lesão do nervo acessório (XI nervo craniano), que pode ser atingido por um traumatismo cervical, durante uma biopsia ganglionar cervical ou cirurgia da glândula tiróide. Palpação Palpação das estruturas e de referênda óssea, designadamente: 1. a articulação esternoclavicular, despistando se existe dor ou edema; 2. a clavícula, procurando a existência de deformidades, edema e eventualmente mobilidade normal; 3. a articulação acromio-clavicular, com despiste de elevação da clavícula (sinal da tecla). As estruturas musculares, como 1. músculossupraespinhoso, 2. músculo infraespinhoso 3. músculo deltóide. Estruturas tendinosas tais como 1. tendões da coifa dos rotadores 2. longa porção do músculo biceps braquial A palpação de zonas/pontos dolorosos, relevos ósseos anómalos (fraturas, luxações...), alterações da temperatura cutânea e crepitação (sensação táctil ao mobilizar uma articulação), são igualmente fonte importante de dados semiológicos utéis. Inicia-se a avaliação da mobilidade pedindo-se ao doente para efetuar os movimentos do ombro. Após uma primeira avaliação ativa procede-se de igual forma mas avaliando os movimentos passivos, executados pelo examinador. A mobilidade é avaliada de forma global e posteriormente movimento a movimento. Com base nos eixos e planos anatómicos (Figura 5) que dividem o corpo (plano coronal, plano sagital, plano frontal), pede-se ao avaliam-se os seguintes movimentos: • Abdução – Movimento no plano coronal, partindo da posição anatómica com os braços ao longo do tórax vai de 0 a 90º. • Elevação – feita no plano da escápula e vai de 0 a 180º. • Adução – Manobra oposta à abdução. Quando passa a linha mediana tem o tronco por obstáculo, por isso tem de realizar com o braço em flexão de 30º, para o braço passar o tórax. Vai de 0º a 75º. • Flexão – Ocorre na articulação glenoumeral no plano sagital, sendo acompanhado por movimentos nas articulações esternoclavicular, acromioclavicular e escapulotorácica. Amplitude Articular: 0-180º. • Extensão – Feita no plano sagital, posteriormente ao plano coronal, indo de 0º a 60º. • Rotação externa – Deve ser avaliada em duas posições. Com o membro em posição anatómica e com o ombro a 90º de abdução. No primeiro caso efetua-se com o braço ao longo do corpo e o cotovelo a 90º de flexão. Pede-se ao doente para afastar a mão do corpo sem que o braço deixe de estar em contato com o tórax. Vai de 0º a 75º e em doentes com elastidade cápsulo-ligamentar ate 90º. No segundo caso, coloca-se o ombro a 90º de abdução, o cotovelo a 90º de flexão e palma da mão paralela ao solo (posição de 0º). Pede-se ao doente que rode o antebraço para cima. Vai de 0º a 90º. • Rotação interna – Tal como descrito para a rotação externa deve também ser efetuada em Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI duas posições. Com o braço em posição anatómica (ao longo o corpo) é avaliada pela capacidade de apor o dorso da mão às costas. Normalmente o doente consegue apontar com o dedo polegar desde o grande trocanter homolateral e progressivamente à nádega, até aos diversos níveis da coluna toracolombar (L5 a T7). • Ritmo escápulo-umeral -Mostra os movimentos combinados das articulações que constituem o ombro, nomeadamente a gleno-umeral e a escápulo-toráxica, que de forma coordenada fornecem uma mobilidade harmoniosa e permitem mater o comprimento dos músculos gleno-umerais. O doente é observado de costas, pedindo-se que eleve ativamente o braço. Deficiências motoras provocadas por lesões neurológicas (centrais ou periféricas) são uma das causas mais frequentes de alteração do ritmo escápulo-umeral. Outras articulações do ombro a avaliar: • Articulação esternoclavicular: elevação e depressão e retração; • Articulação escapulotorácica: elevação, depressão, abdução, adução, rotação para cima e para baixo. • Avaliação sumária (provas funcionais): Muitas vezes a avaliação pode ser precedida pela realização de provas funcionais. Constituem um auxiliar importante no exame do ombro, por serem de fácil compreensão para o doente e permitirem avaliar de forma adequada muitos gestos do quotidiano diário. • Mão/nádega oposta: pedir ao doente que leve a mão à nádega contra-lateral. • Mão/costas: colocar o dorso da mão na região dorsal pedindo para tocar com a ponta do dedo polegar no vértice inferior da escápula. • Mão/ombro oposto: Pedir ao doente que coloque a palma da mão na região deltóideia oposta. • Mão/nuca: Solicitar a colocação da palma da mão na nuca A avaliação comparativa fornece indicações funcionais preciosas. Caso o doente não evidencie qualquer dificuldade o exame mostra habitualmente normalidade de movimentos. A positividade de qualquer uma destas manobras implica a exploração mais exaustiva e circunstanciada da mobilidade articular. Testes e sinais clínicos especiais mais frequentemente utilizados TESTE DE NEER: O membro superior colocado em rotação neutra e extensão é elevado passivamente pelo observador. Nesta posição a grande tuberosidade do úmero (troquiter) projeta-se contra a face antero-inferior do acrómio reproduzindo com esse impacto a dor provocada pela irritação do bolsa sub-acromial e pelo tendão do supra-espinhoso. TESTDE DO SUB-ESCAPULAR (GERBER): Solicita-se ao doente para colocar o dorso da mão ao nível de L5, tal como no teste mão/costas. Logo que aí colocado pede-se paraafastar ativamente a mão das costas, o que obriga a realizar um movimento de rotação interna do ombro. A incapacidade de efetuar a manobra solicitada indica lesão grave do músculo infra- espinhoso. TESTE DA APREENSÃO: O examinador coloca-se por trás do doente. Com uma das mãos executa uma abdução, rotação externa e extensão do ombro, ao mesmo tempo que a outra mão pressiona com o polegar a face posterior da cabeça do úmero. Sempre que há instabilidade o doente tem a sensação de luxação eminente e tenta evitar que o observador continue a prova ou tenta parar o movimento com o membro superior oposto. Inspeção O doente deve ser observado desnudado da cintura para cima, de modo a observar globalmente o cotovelo e estruturas adjacentes. O observador deve, na maior parte do tempo estar atrás do doente, pedindo-lhe a colocação dos ombros em ligeira retropulsão. Palpação A palpação deve começar na face posterior, com o doente sentado. É essencial referenciar três pontos anatômicos ósseos (o epicôndilo lateral, o epicôndilo medial e o olecrânio). Quando o cotovelo está a 90º de flexão, a união deste três pontos possibilita o desenho de um triângulo equilátero de vérticie posterior (olecrânio) e um linha sempre que o cotovelo está em extensão. Na face posterior é ainda possível palpar a fosseta olecraniana quando se coloca o cotovelo em ligeira flexão, bem como o tendão do músculo tricipital. Nos casos de bursite crônica observa-se um tumefação dessa zona, de consistência variável. Nos casos de bursite infectada a pele está tensa e luzidia. Na face lateral os pontos de referência são o epicôndilo lateral proximalmente e a cabeça do rádio distalmente. A cabeça do rádio, localizada cerca de 2 cm abaixo do epicôndilo lateral, pode-se palpar com o dedo polegar, efetuando com a mão contrária movimentos de prono- supinação. Juntamente com o olecrânio forma um novo triangulo, em cujo interior se pode palpar diretamente a articulação e proceder ao despiste de espessamentos da membrana sinovial. Os músculos desta zona podem ser identificados por palpação. O músculo braquioradialis palpa-se solicitando ao doente que feche o punho e efetue ao mesmo tempo a flexão do cotovelo com o punho bloqueado pela mão do observador. Os músculos extensores do carpo palpam-se pedindo ao doente que efetue uma extensão contrariada. Do lado medial a articulação tem pouca acessibilidade. Neste lado a estrutura mais relevante é o nervo ulnar que passa pela goteira olecraniana. A palpação do nervo Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI revela uma estrutura cilíndrica e flexível que pode ocasionar dor se comprimida contra a zona óssea. Na região medial situa-se o grupo muscular epitroclear constituído pelos músculos redondo, flexor radial do carpo, o longo palmar e o flexor cubital do carpo, que são pronadores e flexores do punho, podendo desencadear dor quando se efetuam este movimentos contra- resistência. Movimentos O cotovelo tem dois grandes movimentos a considerar: a. Flexão/Extensão: O arco normal de lexão- extensão vai dos 0º (extensão completa) aos 140º (flexão completa); A perda da extensão constitui um indicador muito sensível de patologia intra-articular do cotovelo, sendo um sinal precoce de patologia intra-articular. b. Pronação/Supinação: depende totalmente da mormalidade anatómica da articulação radio-ulnar superior e distal. Estabilidade Outros dos sintomas frequentes na patologia do cotovelo é a instabilidade. Para testar a estabilidade deve-se efetuar a avaliação da estruturas mediais, laterais e anteroposterior. • O ligamento colateral medial é constituído por dois feixes (anterior). Fica tenso de anterior para posterior à medida que o cotovelo passa da extensão para a flexão. • O ligamento colateral lateral é constituído (de modo simplificado) por dois ligamentos, ligamento colateral radial, ligamento colateral ulnar, sendo esta a mais importante na resistência aos movimentos de varo. A pesquisa de instabilidade em varo ou valgo é realizada com o cotovelo ligeiramente fletido (15º) de modo a retirar a extremidade do olecrânio da fosseta olecraniana. A instabilidade em varo efetua-se com o úmero em rotação interna completa, imprimindo-se movimentos de vago ao cotovelo. A instabilidade em valgo é efetuada com o úmero em rotação externa, imprimindo-se um movimento de valgo ao cotovelo. Inspeção A inspeção fornece dados importantes que podem contribuir de forma decisiva para o diagnóstico da patologia em causa. A presença de deformidades articulares nas articulações interfalângicas, desvios ou tumefacções é muitas vezes evidente. Quando existir uma história prévia de traumatismo é importante verificar as condições da pele e a localização de possíveis escoriações ou abrasões. Elas podem-nos indicar o mecanismo (ou a direção da força) de uma fratura ou luxação. A presença de deformidades ou aumentos de volume (edema, sinovite ou tumefacção) deve ser registada, descrevendo-se de forma minuciosa a sua localização. A presença de cicatrizes constitui um dado a avaliar e descrever, pois muitas delas podem limitar os movimentos do punho e/ou dedos. A coloração da pele informa a existência de processos infecciosos. Palpação À palpação, devem pesquisar-se alterações de temperatura, pontos dolorosos e sua localização, bem como a presença de deformidades e tumefações. A temperatura local pode estar aumentada nos casos em que exista um processo inflamatório ou infecciosos (infecção, artrite reumatóide, tenossinovite). As tumefacções devem ser analisadas conforme sua localização e consistência (mole, fibrosa, dura), assim como os edemas. A localização de pontos dolorosos deve sempre ser feita baseada na relação anatómica com a estrutura palpada. Para isso, são necessários pontos de referência no punho. Salientam-se a apófise estilóide do rádio, a "tabaqueira anatómica", o corpo do escafóide. No bordo ulnar do punho, palpa-se o processo estilóide da ulna e, com desvio radial, sente-se o piramidal, o hamato e a articulação entre os dois ossos. Na face anterior e ulnar, na base da região hipotenar, distalmente à prega volar do punho, palpa-se o osso pisiforme em continuidade com o tendão do flexor ulnar do carpo. Ainda à palpação, além da temperatura, das deformidades e tumefacções e dos pontos dolorosos, devem-se também pesquisar a presença e a localização de crepitações e estalos. ➢ Punho No exame físico do punho, devem-se testar, inicialmente, os movimentos passivos e, seguidamente os ativos, observando-se se despertam dor ou não. Em geral, os dois movimentos são equivalentes; porém, em alguns casos, como nas aderências tendinosas ou paralisias, os movimentos passivos são mais amplos do que os ativos. FLEXÃO (flexão palmar) – É medida com um goniómetro cujos braços são colocados no dorso do terceiro metacárpico e no dorso do rádio. Devido à inclinação volar da superfície articular do rádio, a flexão do punho é maior na articulação radio-cárpica do que na médio- cárpica. EXTENSÃO (flexão dorsal) – devido à inclinação do rádio distal, a extensão do punho é maior na articulação médio-cárpica do que na radio-cárpica. Um ramo do Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI goniómetro é colocado na face volar do terceiro metacárpico e o outro volarmente ao rádio. DESVIO ULNAR (adução) – é medido com o centro do goniómetro sobre a cabeça do capitato no dorso do punho e um ramo sobre o terceiro metacárpico e outro no dorso da ulna. O desvio ulnar médio é de 30-45º sendo de cerca de 30º na articulação radio-cárpica e 15º na médio- cárpica. DESVIO RADIAL (abdução) – é medido da mesma forma que a adução e em média é de 15-20º, sendo 8º na radio- cárpica. PRONO-SUPINAÇÃO– Deve ser testada com o cotovelo flectido a 90º e junto ao corpo para neutralizar a rotação do ombro. A posição neutra é a que apresenta o polegar para cima. A pronação (rotação medial do antebraço) e a supinação (rotação lateral) são em média de 80- 90º cada. ➢ Mãos É importante avaliar a mobilidade de cada dedo em particular e da mão em geral. Em cada dedo deve avaliar- se a mobilidade das articulações metacarpo-falângicas (MCF) e inter-falângicas (IF) proximal e distal. A avaliação deve incluir a flexão e extensão (MCF, IFP e IFD), a abdução e adução (MCF). No caso do dedo polegar é necessário avaliar além da flexão e extensão, da adução, da abdução a oponência do polegar, característica importante dos primatas e importante na funcionalidade da mão. Os músculos que estabilizam o punho devem ser testados da mesma forma que outros músculos dos membros, isto é, usando-se a escala de Highet modificada, que gradua a força de 0 a 5: M 0 = nenhuma contração muscular; M 1= contração fraca sem vencer a gravidade; M 2 = o punho mantém a posição, sem resistência; M 3 = consegue vencer a ação da gravidade mas não oferece resistência; M 4 = vence a gravidade com alguma resistência; M 5 = força normal. Na avaliação devem ser considerados os músculos: • Extensor radial curto do carpo: insere-se na base do terceiro metacárpico e faz a extensão do punho; • Extensor radial longo do carpo: pela sua inserção mais radial na base do segundo metacarpo, realiza a extensão com desvio radial; • Extensor ulnar do carpo com sua inserção na base do quinto metacarpo também estende o punho, porém, com forte desvio ulnar; • Flexor radial do carpo, que se insere na base do segundo metacarpo e situado na face volar do punho, radial ao tendão do palmar longo, faz uma forte flexão, atuando pouco no desvio radial; • Palmar longo, que é ausente em cerca de 15% da população, situa-se no centro da face volar do punho. Ele funciona como flexor do punho e como tensor da fáscia palmar. É muito utilizado como enxerto tendinoso e a sua pesquisa é feita tocando a zona pulpar do polegar com a do dedo mínimo e realizando-se a flexão do punho; • Flexor ulnar do carpo, no lado mais ulnar da face volar do punho, insere-se na base do quinto metacarpo e faz, além da flexão, um forte desvio ulnar do punho; • O desvio radial do punho é feito principalmente pelo longo abdutor do polegar que se insere na base do primeiro metacarpo. TESTE DE FINKELSTEIN - é usado para diagnosticar a tenossinovite do compartimento dorsal (tendões do longo abdutor longo e do curto extensor do polegar) ou tenossinovite estenosante de De Quervain. Este teste consiste em realizar um desvio ulnar do punho, mantendo o polegar aduzido e fletido na palma. O teste é positivo se produzir dor no processo estilóide do rádio. TESTE DE PHALEN - usado para diagnosticar a síndrome do túnel do carpo. Consiste em manter o(s) punho(s) na flexão máxima por 1 minuto. Ele é positivo quando sintomas de "formigueiro" ou "dormência" são relatados na região do nervo mediano. TESTE DOS TENDÕES FLEXORES SUPERFICIAIS DOS DEDOS: mantenha os demais dedos em extensão completa, segurando-os firmemente e peça ao paciente Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI para fazer flexão do dedo que está livre. Quando o tendão está íntegro ele é capaz de fletir a articulação rnetacarpofalangeana e a interfalangeana proximal, sem fletir a interfalangeana distal. TESTE DOS TENDÕES FLEXORES PROFUNDOS DOS DEDOS: mantenha estendidas as articulações metacarpofalangeana e interfalangeana proxirnal do dedo que se quer testar, segurando-o. Solicite ao paciente que faça flexão da articulação interfalangeana distal. Se isto for possível, o tendão estará integro. TESTE DO NERVO ULNAR: há déficit sensitivo na área cutânea do nervo. A parte motora é realizada pedindo ao paciente que faça abdução ativa do 5º dedo, opondo-se resistência. Haverá paralisia ou fraqueza do músculo nas lesões. TESTE DO NERVO MEDIANO: há déficit sensitivo na área cutânea do nervo. Para testar a parte motora, peça ao paciente para fazer uma forte pinça como polegar e indicador, pelas extremidades dos dedos, formando um “O”. Se houver lesão, a pinça só será feita com as polpas digitais. TESTE DO NERVO RADIAL: há déficit sensitivo na área cutânea do nervo. Para testar a parte motora, solicite ao paciente para realizar extensão do punho e dedos, opondo-se resistência. Haverá paralisia ou fraqueza dos extensores. A paralisia completa do nervo radial dá a “mão caída” e a lesão mais freqüente ocorre por traumatismo do nervo na diáfise do úmero por uma fratura. TESTE DE TINEL - é a percussão suave no trajeto de um tronco nervoso. Para tal, deve-se percutir o nervo de distal para proximal. No local correspondente à regeneração, o doente tem a sensação de um choque elétrico que se irradia pela área de distribuição cutânea do nervo. A progressão distal desse sinal significa bom prognóstico. A percussão dum nervo em local de compressão, como por exemplo no nervo mediano no túnel do carpo, também desencadeia a sensação desagradável de choque irradiado distalmente e é impropriamente chamado também de teste (ou sinal) de Tinel. Síndromes Compressivas do Membro Suprior Os nervos do membro superior são originados a partir do plexo braquial e possuem o risco de serem comprimidos em vários e bem determinados locais por onde passam. Tais locais podem ser túneis e bandas osteofibrosas, septos musculares, músculos, entre outros. Os nervos periféricos são muito vulneráveis à compressão. O comprometimento da microcirculação intraneural resulta, rapidamente, em distúrbios da sensibilidade. Tanto o nervo sensitivo quanto o motor ou misto podem sofrer compressões em seu trajeto, produzindo a sintomatologia característica. Quando a compressão do nervo é constante, as alterações são mais evidentes, facilitando o diagnóstico, porém, nos casos em que a compressão é dinâmica ou temporária, o diagnóstico não é fácil e, às vezes, são definidos, de forma equivocada, como “síndrome do escrivão”, “tenossinovite do digitador”, entre outras doenças. As localizações anatômicas mais suscetíveis à compressão dos nervos periféricos no membro superior são no nível do ombro e da cintura escapular (síndrome do desfiladeiro torácico e compressão do nervo supraescapular), no nível do cotovelo (síndrome do túnel cubital, síndrome do pronador e síndrome do supinador) e no nível do punho (síndrome do túnel do carpo e do canal de Guyon). A alteração patológica inicial na síndrome compressiva de nervo periférico seria sua compressão da microcirculação vascular. Os nervos possuem sistemas vascular, epineural, perineural e endoneural interligados entre si. Os vasos perineurais e endoneurais constituem uma unidade vascular anatômica, denominada plexo vascular fascicular, que é simpateticamente inervada, apresenta-se de forma longitudinal e pode ser separada dos epineurais. Os vasos epineurais apresentam, em geral, anastomoses em todas as direções. Os vasos epineurais suprem segmentarmente os vasos fasiculares. A interferência no fluxo sanguíneo fascicular ou intraneural pode rapidamente causar distúrbio na função do nervo. Recentes observações mostraram que a pressão de 50 a 60 mmHg aplicada no tronco nervoso é suficiente para obstruir o fluxo vascular intraneural. A compressão aplicada ao nervo produz o aumento da pressão vascular intraneural, que causa a saída de proteínas da microvascularização intraneural, edemaciando, inicialmente, o epineuro e que, se persistir por tempo prolongado, pode ser invadido por fibroblastos, causando cicatriz constritiva epineural. O exsudato de proteínas pode ocasionar também edemaendoneural, com aumento da pressão intrafascicular, que interfere na função normal do nervo. Se o aumento da pressão intrafascicular persistir por tempo prolongado em compartimento fechado, como o espaço intrafascicular, ocorre hipoxia de longa duração, afetando o conteúdo endoneural, com consequente necrose tissular, o que forma, então, síndrome de compartimento “em miniatura”. A compressão exercida sobre o nervo pode ser causada por diversas situações: • Inflamatória. O aumento da tenossinóvia determina a compressão do nervo mediano dentro do túnel do carpo. • Degenerativa. A perda da elasticidade da musculatura escalênica ocasiona sintomas no desfiladeiro torácico. • Traumática. Fraturas do cotovelo determinam sintomas no nervo ulnar, por sua compressão ou ruptura. • Lesões que ocupam espaço. Cisto, gânglio, hematoma, exostose, entre outras. • Movimentos repetitivos. A pronação- supinação contínua pode ocasionar compressão e isquemia transitória do nervo mediano (pelo músculo pronador redondo) ou radial (pelo Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI músculo supinador), produzindo sintomas no nível do cotovelo. Os nervos periféricos dos membros superiores podem sofrer compressões em seu trajeto desde a coluna cervical até a sua terminação. Em geral, essas compressões ocorrem em acidentes anatômicos, tipo túneis osteofibrosos, e as causas são várias. Os locais mais frequentes de compressão nervosa nos membros superiores são o punho (síndrome do túnel do carpo) e o cotovelo (síndrome do túnel cubital). A compressão do segmento de nervo resulta em comprometimento da circulação microvascular intraneural e, por conseguinte, bloqueio da condução metabólica. Assim, a condução axonal fica alterada. Há vários aspectos na patogenia das síndromes compressivas. São eles: • Anatomia. Anomalias ósseas, acromegalia, posturas viciosas. • Aumento do conteúdo do túnel. Luxações ou fraturas, variações anatômicas (músculos aberrantes, artéria mediana), tumores (lipoma, neuroma, cistos), hipertrofia sinovial, hematoma. • Fisiologia. Neuropatias (diabetes, alcoolismo), inflamações (artrite reumatoide, gota, infecção), alterações do me‐ tabolismo hidroeletrolítico (gravidez, menopausa, eclâmpsia, hipotireoidismo, insuficiência renal, obesidade, lúpus, esclerodermia, doença de Paget). • Outros: Vibração, pressão direta. A síndrome do túnel do carpo é um conjunto de sinais e sintomas ocasionados pela compressão do nervo mediano no punho. É a síndrome compressiva mais frequente no organismo. O túnel do carpo é um espaço anatômico na face anterior do punho, constituído no seu assoalho côncavo pelos ossos do carpo, como uma canaleta, e fechado acima pelo forte e inextensível “ligamento carpal transverso”. Ele é limitado radialmente pelo tubérculo do escafoide e pela crista do trapézio e ulnarmente pelos pisiforme e hâmulo do hamato. Pelo interior do túnel, passam nove tendões e suas bainhas sinoviais (quatro flexores superficiais, quatro flexores profundos dos dedos e o flexor longo do polegar) e o nervo mediano. A pressão no interior do túnel aumenta com a flexão ou com a extensão do punho. Ainda que possam existir diversas causas para a síndrome do túnel do carpo, a maioria é de natureza idiopática e afeta com mais frequência as mulheres entre 40 e 60 anos. É bilateral em mais da metade dos pacientes. Quadro clínico A queixa principal é dormência seguida de dor e fraqueza na mão. A dormência tem característica de ser noturna e, em geral, é o sintoma inicial da patologia. É comum o paciente acordar do sono muitas vezes à noite com parestesia. A dormência é localizada no território do nervo mediano, isto é, na face palmar dos dedos polegar, indicador, médio e metade radial do anular. Com a progressão da compressão, a dormência passa a ocorrer também durante o dia, em atividades que requeiram segurar objetos a certa altura, como volante de automóvel, revistas, telefone e secador de cabelo. É frequente a queixa de coceira na palma da mão. Em etapas mais tardias, podem ocorrer alterações motoras, como fraqueza de oponência do polegar e hipotrofia tenar por comprometimento do ramo motor do mediano para o músculo abdutor curto do polegar. No exame físico, dois testes são típicos para o diagnóstico clínico da síndrome do túnel do carpo: a percussão do nervo mediano na face volar do punho (teste de Tinel), cuja resposta é a sensação de choque elétrico irradiada até os dedos, e o teste de Phalen. Este consiste em manter flexão forçada do punho por 1 a 2 minutos. Caso o paciente refira dormência nos dedos, sobretudo no dedo médio, é provável que ele apresente a síndrome. O teste pode ser realizado também com extensão do punho (Phalen invertido). Nas duas posições, a pressão no interior do túnel aumenta e reproduzem-se os sintomas. Um exame importante nesse diagnóstico diferencial é o da sensibilidade na região tenar. O ramo nervoso sensitivo para essa área emerge do mediano proximalmente ao túnel do carpo. Portanto, na síndrome Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI do túnel do carpo, a sensibilidade na região tenar está normal, ao passo que, nas compressões mais altas, ela está alterada. A eletroneuromiografia é um excelente exame para ajudar a confirmar a compressão nervosa. Nos casos típicos e de longa duração, não há necessidade desse exame complementar para estabelecer o diagnóstico. Ele é útil quando se deseja conhecer a intensidade da compressão e na presença de comprometimento motor, assim como para auxiliar na previsão do tratamento cirúrgico. Apesar de ser um exame de alta sensitividade e especificidade, existe porcentagem de positividade em pacientes assintomáticos (falso-positivo) ou de negatividade (falso-negativo) em indivíduos sintomáticos. Tratamento Tanto o tratamento conservador quanto o cirúrgico têm indicações precisas. O conservador deve ser empregado em situa‐ ções em que o fator causal da compressão for transitório, como na gravidez, ou quando os sintomas forem leves e recentes (até seis meses) ou, ainda, na presença de comprometimento sensitivo evidenciado pela eletroneuromiografia. O tratamento consiste, principalmente, no uso de órtese (tala gessada ou de Orthoplast), à noite, que deve ser feita para manter o punho em posição neutra (0°) para não aumentar a pressão dentro do túnel. Não havendo contraindicação (gravidez, gastrite), recomenda-se anti-inflamatório não hormonal. Em caso de gravidez, deve-se consultar sempre o obstetra. A combinação de infiltração de corticoide no túnel (apenas uma), imobilização com tala gessada por duas semanas e anti-inflamatório não hormonal tem apresentado resultados satisfatórios. Além dessas medidas, o paciente é orientado a observar a postura dos punhos, evitando movimentos ou trabalhos em posições de muita flexão ou posições que mantenham o punho e os dedos flexionados por período prolongado. A abordagem cirúrgica é indicada para os casos de fracasso do tratamento conservador ou para aqueles de longa duração, nos quais já exista, além das alterações sensitivas, comprometimento motor. Este, muitas vezes, só é detectado pela eletroneuromiografia, mas, em alguns casos, nota-se acentuada atrofia da região tenar. O tratamento cirúrgico clássico consiste em incisão curvilínea paralela à prega tenar, com pequena prolongação proximal à prega do punho, evitando cruzá- la em um ângulo reto. Há uma tendência atual pela “microincisão”, que não cruza a prega volar do punho. O túnel do carpo é aberto por incisão no forte “ligamento carpal transverso”, tomando cuidado para proteger o nervo mediano. Essa incisão é do lado ulnar do nervo, para evitar lesão do ramo motor que emerge do lado radial do mediano. Em geral, existehipertrofia da sinóvia dos tendões flexores, cuja remoção é controversa e opcional. É comum haver no nervo uma área estreitada de cerca de 2 cm, isquêmica, com dilatação proximal (pseudoneuroma), proporcionando ao nervo o aspecto de ampulheta. Não é indicado fazer endoneurólise. Após a cirurgia, é aplicado curativo compressivo por uma semana. A remoção dos pontos acontece após duas semanas. Na maioria dos casos, a recuperação é muito boa, não necessitando de fisioterapia, exceto em situações especiais. A liberação endoscópica do túnel do carpo tem sido preconizada por muitos autores, e diversos endoscópios e equipa‐ mentos estão sendo descritos. É um tratamento promissor, mas ainda há obstáculos para tornar-se um procedimento de rotina. Apesar da pouca agressividade do método quanto às incisões cirúrgicas, obstáculos, como o custo do equipamento e a curva de aprendizado, ainda existem. As maiores vantagens, além das incisões diminutas, são o retorno mais rápido às atividades e os fatores relacionados à cicatrização. No entanto, parece apresentar um índice de complicação maior do que nos métodos abertos, como abertura incompleta do túnel, lesão do arco palmar superficial e lesões nervosas ou do nervo mediano ou de seu ramo motor. Introdução As lesões do manguito rotador constituem uma causa frequente de dor no ombro em pessoas de todas as idades. Essa condição patológica representa um espectro de doenças, que varia de uma tendinite aguda reversível até uma lesão maciça envolvendo todos os seus componentes. O grande número de publicações sobre o assunto tem demonstrado dois aspectos fundamentais: o reconhecimento da grande complexidade anatômica e funcional do ombro e a conceituação da doença do manguito rotador como uma síndrome que engloba um conjunto de sinais e sintomas, relacionados não somente ao arco coracoacromial e ao impacto subacromial, mas também a outras estruturas e eventos, como o impacto interno, o labrum glenoidal e as instabilidades glenoumerais. Anatomia Funcional O manguito rotador (MR) é formado por quatro músculos que se originam na escápula e se inserem nos tubérculos do úmero: 1. Supra-espinhoso, 2. Infra-espinhoso, 3. Redondo menor e 4. Subescapular Seus tendões tornam-se confluentes entre si e a cápsula articular quando se aproximam de suas inserções. O MR trabalha como unidade combinada para estabilizar a cabeça do úmero na cavidade glenóide; o adjetivo rotador poderia perfeitamente ser substituído por compressor, provavelmente o componente mais importante entre as suas múltiplas funções. Ele comprime a cabeça umeral contra a glenóide, aumentando a estabilidade, resistindo ao deslizamento e à translação da mesma (nos sentidos ântero-posterior e ínfero-superior), permitindo ainda alguma rotação em torno dos seus três maiores eixos (ântero-posterior, médio-lateral e diáfiso-umeral), isoladamente ou em conjunto. Nas amplitudes médias de movimento, todos os estabilizadores estáticos da articulação glenoumeral estão relaxados e, nesta situação, a estabilidade articular é quase que exclusivamente garantida pelo MR. O efeito compressivo exercido pelo MR é relativamente independente da posição em que se encontra a Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI articulação, embora nos movimentos de deslizamento e translação sua função se alterne. Em abdução e rotação neutra, o infra-espinhoso é depressor da cabeça umeral, mas em abdução e rotação externa, ele se torna elevador. O infra-espinhoso, juntamente com o redondo menor, são os únicos rotadores externos. O subescapular é depressor mais efetivo em rotação externa. Tem pouco efeito na translação ântero-posterior em abdução e rotação externa, sendo importante rotador interno nos últimos graus desse movimento. O supra-espinhoso é importante estabilizador e compressor da cabeça umeral e está ativo em qualquer movimento envolvendo a elevação do membro superior. A eletroneuromiografia dinâmica mostrou que os músculos do MR e o deltóide são ativos em todo arco de flexo-abdução, parecendo que os primeiros agem para contrapor-se às forças de cisalhamento geradas pelo músculo deltóide. Esse efeito combinado da ação sinérgica do MR gera um efeito compressivo da cabeça umeral contra a glenóide. O MR também se beneficia das ações de outros músculos no desempenho de suas funções, ou por sinergia ou pela criação de um ambiente biomecânico mais adequado. A função do deltóide demonstra claramente esse fenômeno. No início da elevação, com o membro superior em adução, a sua contração produz uma força de cisalhamento em direção cranial. O deltóide ântero-lateral, pela direção de suas fibras contornando o tubérculo maior, cria uma força que se opõe à primeira e aumenta o efeito compressivo e a estabilidade glenoumeral. A criação de melhor ambiente biomecânico é exemplificada pela ação dos estabilizadores da escápula, que permitem a sua rotação superior no plano coronal durante a elevação do membro superior e previnem contato anormal do tubérculo maior e do manguito rotador com o arco coracoacromial. Fisiopatologia Na patogênese das lesões do MR a literatura define duas diferentes causas: 1. Intrínseca e 2. Extrínseca ou traumática. A primeira considera que a causa primária seria um processo degenerativo relacionado ao envelhecimento natural dos tendões (entesopatia), devido a mudanças na vascularização do manguito ou outras alterações metabólicas associadas com a idade. Segundo Neer, Codman, em 1934, foi o primeiro a descrever a “zona crítica”, uma porção do tendão do supraespinhoso localizada a 1cm medial à sua inserção no tubérculo maior, na sua parte articular, como o local de maior mudança degenerativa. Ele pensava que processos degenerativos em associação com trauma eram responsáveis pela ruptura do manguito. Sua teoria continua recebendo o suporte daqueles que consideram a lesão degenerativa como começando pelo lado articular dos tendões. Foi observado um suprimento vascular esparso na inserção do supra-espinhoso, correspondente a sua parte articular e uma rica vascularização no lado bursal. Autópsias em cadáveres demonstraram que a maioria das lesões ocorria no lado articular, sugerindo que as mudanças degenerativas e o suprimento vascular insuficiente eram fatores patogênicos importantes, havendo evidências claras de preexistirem mudanças degenerativas relacionadas à idade como consequência de microtrauma. Portanto, todos esses indicativos nos levam a crer que a doença do manguito seja uma tendinopatia intrínseca causada por avascularidade, idade ou sobrecarga de uso. Para Nirschl et al, 90 a 95% das anormalidades do manguito são secundárias a trauma, sobrecarga em tensão ou excesso de uso. Em 1972, Neer descreveu que o atrito anormal entre o arco coracoacromial e os tendões seria a causa da lesão que ele denominou de síndrome do impacto subacromial. Em adição, fricção e atrito na superfície do acrômio poderiam agravar as mudanças degenerativas do manguito, conduzindo a uma lesão completa. Bigliani et al descreveram tipos morfológicos de acrômio (planos, curvos e ganchosos) e que as lesões eram iniciadas pelo impacto subacromial; na presença de acrômios curvos e ganchosos, a predisposição seria maior. A literatura atual vem mostrando que os fatores extrínsecos, como o esporão acromial, têm papel secundário na lesão do manguito rotador e que sua etiologia, na verdade, é multifatorial. As alterações do manguito são devidas a fatores intrínsecos, como lesão degenerativa intra-substancial ou tendinose, causada por avascularidade, idade ou sobrecarga excêntrica. Isso levaria à falência de suas fibras e, consequentemente, a diminuição funcional. Esta facilitaria a ascensão da cabeça umeral, levando-aao impacto secundário na região subacromial. Como a cabeça umeral fica contida no arco coracoacromial, resultaria também, em decorrência, modificação estrutural secundária no formato do acrômio. Recentemente, descreveram-se lesões intra-articulares secundárias ao impacto interno principalmente em jovens atletas arremessadores. A interação repetitiva entre a superfície interna do manguito e a glenóide póstero-superior seria o fator responsável por tal lesão. Walch et al e Paley et al, independentemente, descreveram a ocorrência de contato entre a superfície interna do manguito e a borda póstero-superior da glenóide quando o braço se encontra em abdução/rotação externa e extensão. Eles concluíram que as mudanças observadas no manguito e labrum eram resultado de um impacto interno. O estudo original de Walch et al incluiu jogadores de vôlei e tênis e mostrou que 76% dos pacientes tinham lesões articulares e 71%, esgarçamento do labrum póstero-superior. Estudos em cadáver e clínicos – durante artroscopia em vivo – demonstraram que o contato entre o manguito e a glenóide póstero- superior poderia ser fisiológico. No entanto, com as atividades atléticas esse contato fisiológico poderia ser mais intenso e frequente, levando com o tempo ao desenvolvimento de impacto e dor. Desde a descrição original, três modelos de impacto interno têm sido discutidos: 1. Andrews e Dugas demonstraram que arremessadores de beisebol apresentavam, com frequência, frouxidão da cápsula anterior da glenoumeral, representada clinicamente por excessiva rotação externa e restrição da rotação interna, concluindo que o impacto Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI interno seria atribuído a instabilidade glenoumeral nos mais variados graus. 2. Segundo Paley et al, os atletas têm estiramento da cápsula anterior e isso levaria ao impacto interno, mas não reconheceram a contratura da cápsula posterior. 3. Burkhart e Morgan demonstraram que a cápsula posterior, quando contraturada, determina uma translação imprópria da cabeça umeral, causando lesão da âncora do bíceps, e que o contato repetitivo com a superfície articular do manguito pode causar desgarro do labrum póstero-superior (peel back mechanism), levando a delaminação junto a glenóide pósterosuperior Mais recentemente, tem-se tentado demonstrar que o impacto interno não é condição exclusiva de atletas arremessadores, mas que ocorre também na população em geral, durante o movimento de flexão provocada pelas atividades forçadas de vida diária e não apenas em abdução/rotação externa/extensão. Essa seria mais uma contribuição para a patogênese da doença do manguito rotador. Quadro Clínico A dor é o principal sintoma. Habitualmente, ela se localiza na região ântero-lateral do ombro e face lateral do braço e sua intensidade é variável. A maioria dos pacientes se queixa de dor noturna e dificuldade ou incapacidade de deitar-se sobre o lado afetado, sendo este um aspecto muito característico e constante da doença do manguito rotador. Uma anamnese minuciosa é fundamental. O tempo de evolução dos sintomas e suas características, o tipo de ocupação profissional ou de prática esportiva, a história de um ou mais eventos traumáticos e tratamentos prévios (fisioterapia, infiltrações, etc.), a dominância, a idade e o sexo são informações valiosas. No exame físico são pesquisadas assimetrias das cinturas escapulares, atrofias das fossas supra e infra- espinhais, cicatrizes e deformidades da coluna cervicotorácica. A mensuração das amplitudes ativas e passivas dos ombros é imprescindível para a diferenciação com outras lesões (capsulite adesiva, artrose glenoumeral, etc.). A presença de crepitações à rotação passiva do ombro, muitas vezes dolorosa, é também bastante sugestiva e característica. Os sinais de irritação do manguito rotador podem ser demonstrados por diversas manobras: as de Neer, Hawkins e Yochum para o impacto ântero-superior e as de Speed (palm-up test), Yergason e O’Brien para o bíceps e a âncora do bíceps. Um arco doloroso de 60° a 120° de abdução no plano da escápula é também um sinal irritativo. Algumas manobras permitem avaliar componentes específicos do manguito rotador: • Teste de Jobe para o supraespinhoso, • Testes de Gerber (lift-off e o belly-press) e o aumento da rotação externa em abdução para o subescapular • Teste de Patte para o infra-espinhoso e o redondo menor. Os sinais da cancela (incapacidade de se manter a rotação externa máxima ativa em adução) e o “hornblow sign” – sinal do chifre caído – que é a incapacidade de se manter a rotação externa máxima ativa em abdução de 90° – demonstram lesões dos rotadores externos e estão geralmente presentes em lesões maciças crônicas irreparáveis. O teste de Neer (injeção de 10ml de lidocaína a 1% na bursa subacromial) é uma ferramenta valiosa na diferenciação entre bursites e lesões do supra- espinhoso. Métodos de Imagem As lesões do manguito rotador são avaliadas por meio de radiografias, artrografia, ultra-sonografia, ressonância magnética e artrorressonância magnética. A. As radiografias simples do ombro embora não permitam a visualização das lesões, podem mostrar sinais indiretos importantes, tais como esclerose e cistos do acrômio e do tubérculo maior (indicativos de impacto crônico), além da morfologia do acrômio e a medida do espaço acromioumeral (distância entre o acrômio anterior e a parte mais alta da cabeça umeral na incidência ânteroposterior, que varia de 7 a 12mm e pode estar diminuída nas lesões do manguito rotador). B. A artrografia Outrora muito utilizada, permite o diagnóstico de lesões parciais articulares e lesões completas. C. A ultra-sonografia É um método barato, não invasivo e eficaz. Tem a desvantagem de não permitir a avaliação quantitativa fidedigna do manguito rotador remanescente e de ser operador-dependente. D. A ressonância magnética É considerada como método mais acurado para a detecção das lesões e para a avaliação da sua extensão, da qualidade do tecido remanescente e da quantificação da degeneração gordurosa dos ventres musculares do manguito rotador. O grau de degeneração gordurosa é um fator prognóstico importante, devido à correlação positiva existente entre a sua quantidade e o tamanho da ruptura do supraespinhal (em relação ao infra-espinhal, pode haver degeneração na ausência de uma ruptura do mesmo). A degeneração gordurosa é quantificada pela classificação de Goutalier (proposta inicialmente para estudo por meio de tomografia computadorizada e depois adaptada para a ressonância magnética). Ela descreve cinco estágios: o 0 = músculo normal, ausência de gordura; o 1 = mínima infiltração gordurosa; o 2 = menos gordura do que músculo; o 3 = tanta gordura quanto músculo; e o 4 = mais gordura do que músculo. E. A artrorressonância magnética Com injeção de gadolíneo diluído na articulação, é especialmente útil na detecção de lesões parciais do supra-espinhoso, do infra-espinhoso e do subescapular, de lesões labrais, da âncora do bíceps e dos ligamentos glenoumerais. Classificação As lesões do manguito rotador podem ser classificadas de várias maneiras: • Em relação à espessura: Parciais ou não transfixantes e completas ou transfixantes Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI • Ao tamanho da lesão quando completa: Pequena, < 1cm; média, de 1 a 3cm; grande, de 3 a 5cm; e maciça, de mais de 5cm • Ao grau de retração do coto tendinoso em relação à cabeça umeral: Distais ou periinsercionais, intermediárias e proximais), à cronologia (agudas, crônicas e crônicas agudizadas • À etiologia: Traumáticas, microtraumáticas, degenerativas, associadas às instabilidades e etc. As lesões parciais podem ser classificadas de acordocom a sua localização (bursal, articular e intratendinosa) e de acordo com a sua espessura e o seu tamanho • Grau I ≤ 25% ou até 3mm; • Grau II = 50% ou de 3 a 6mm; e • Grau III ≥ 50% ou > 6mm. Neer classificou as lesões do manguito rotador em três estágios: • I = edema e hemorragia, idade típica < 25 anos; • II = fibrose e tendinite, idade típica entre 25 e 40 anos; e • III = osteófitos e ruptura tendinosa, idade típica > 40 anos. Fukuda modificou a classificação de Neer, colocando as lesões parciais em um estágio II modificado Introdução O manguito rotador (MR) tem papel fundamental na biomecânica do ombro e é causa frequente de dor. O desfiladeiro do tendão supraespinal (SE) tem algumas referências anatômicas importantes para definir o seu contorno e diâmetro. O formato e espessura do acrômio e a articulação acrômio-clavicular devem ser estudados radiograficamente e classificados segundo Bigliani & Morrison. Desordens do MR podem ser decorrentes de fatores intrínsecos, tais como lesão degenerativa intrasubstancial ou tendinite causada por hipovascularização, idade e excesso de uso do membro acometido. Outra causa pode ser por fatores extrínsecos, como estenose do desfiladeiro do SE ou instabilidade glenoumeral. Cuidado deve der tomado no diagnóstico da Síndrome de Impacto (SI). Muitas doenças do ombro podem ser dadas como diagnóstico diferencial e detalhes importantes da história, exame físico e exames complementares podem fechar o diagnóstico. O tratamento da SI é primariamente conservador, porém na falha desse método o tratamento cirúrgico pode ser indicado. Definição A SI se caracteriza por uma dor de caráter crônico que acomete o ombro. Esse sintoma é desencadeado pela compressão do MR no arco coracoacromial. O paciente se encontra com limitação antálgica nos movimentos entre 70º e 120°. Anatomicamente, existe bursite crônica e lesão parcial do tendão SE, ou lesão completa do SE com variados graus de lesão associada do MR. A primeira lesão é considerada o estágio precoce da segunda e as duas compreendem a SI2. Foi descrita a translação superior da cabeça umeral no plano escapular, produzindo uma ascensão média de 3 mm. Foi sugerido que o espaço subacromial deveria ser amplo o suficiente para permitir que essa translação fosse possível sem danos ao MR . A SI foi didaticamente dividida em três estágios: • Estágio I: edema e hemorragia reversíveis na bursa e no manguito. Acomente pacientes com menos de 25 anos. • Estágio II: tendinite e fibrose irreversível. Nesse estágio têm sido incluídas as lesões parciais. Acometem pacientes entre 25 e 40 anos. • Estágio III: incluem mudanças crônicas, tal como lesões do MR e roturas bicipitais. Ocorre em pacientes com mais de 40 anos. Diagnóstico A SI é uma entidade de diagnóstico clínico. Paciente apresenta dor crônica no ombro, intermitente, que piora com movimento de elevação do membro superior, principalmente entre 70º e 100°. Os sinais irritativos (Neer, Hawkins e Yocun) são geralmente positivos. Atenção deve ser dada a esses testes, pois eles podem variar sua positividade e intensidade de um paciente para outro. O teste de Neer pode ser realizado para aumentar a acurácia do exame. Foi demonstrado que ao sinal de Neer há uma pressão de contato máxima entre o tendão do SE e acrômio/LCA, quando o braço se encontra rodado internamente. O sinal de Hawkins mostrou-se mais específico para o tendão do subescapular onde ocorre o impacto deste com o acrômio/ligamento cruzado anterior (LCA). A radiologia deve ser realizada e na incidência de “out let view” a classificação de Bigliani & Morrison mostrará um dos três tipos de forma do acrômio6 (D): • Tipo I – acrômio plano, em que a borda inferior do acrômio diverge do contorno da cabeça umeral; • Tipo II – acrômio curvo, em que acrômio e cabeça umeral apresentam paralelismo • Tipo III – acrômio ganchoso, que apresenta forma convergente em relação à cabeça umeral. Teste de Neer O sinal de Neer difere do teste de Neer, pois o primeiro é um sinal clínico, que é positivo quando a dor se faz presente durante a elevação anterior passiva do membro superior acometido acima de 120°, com a estabilização da escápula. O teste de Neer consiste na injeção de 10 ml de lidocaína no espaço subacromial. Em seguida, o sinal de Neer deve der novamente realizado, quantificando subjetivamente a dor do paciente, numa escala de 0 a 10. A ausência completa da dor ao sinal de Neer positiva o teste de Neer. Demonstrou-se que o teste de Neer é um componente muito útil no exame físico do paciente com suspeita de SI, principalmente naqueles em que o tratamento conservador não teve sucesso. O teste de Neer é um excelente preditor do resultado da descompressão subacromial artroscópica. Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI Diagnósticos Diferenciais Conceito A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) é uma entidade clínica com sintomatologia diversa, decorrente de compressão anormal do plexo braquial, na região do desfiladeiro torácico, gerando restrições às atividades cotidianas e laborais do enfermo. Fatores predisponentes Fatores individuais como idade, sexo feminino, biótipo longilíneo e profissões que necessitam da elevação dos membros superiores são considerados como predisponentes. Epidemiologia A incidência varia de um país para outro. No Brasil, analisando os procedimentos hospitalares nas internações segundo grupo de procedimento, pelo DATASUS, observa-se que, no período de janeiro/2008 a janeiro/2017, de 6.349.530 cirurgias do sistema osteomuscular, 329 corresponderam ao Tratamento Cirúrgico Descompressão ao Nível do Desfiladeiro Torácico. Anatomia O desfiladeiro cervicotoracobraquial (ou apenas desfiladeiro torácico) é formado pelos músculos escaleno anterior e médio, pela clavícula, primeira costela, músculo subclávio e peitoral menor; por ele percorrem os vasos subclávio-axilares e o plexo braquial. Em virtude de suas estruturas ósseo- ligamentares, musculares e microvasculares, essa região é constituída por sítios estreitos. Sendo assim, quaisquer variações anatômicas ou estruturas anômalas podem reduzir ainda mais este local, causando uma compressão microvascular. Os locais clássicos de compressão são três: triângulo intercostoescalênico, formado entre o escaleno anterior e médio; espaço costoclavicular, formado entre a clavícula e a primeira costela e o espaço retrocorocopeitoral (retropeitoral menor), por dentro desses espaços restritos passam a artéria subclávia e plexo braquial. Na maioria das vezes, esta compressão é exercida pelo músculo escaleno anterior, no triângulo interescaleno, mas poderá resultar também da existência de bandas musculofibróticas, alteração da morfologia da primeira costela, costelas cervicais, músculos anômalos. Classificação A SDT pode ser classificada em dois grandes grupos: vascular e neurogênico. O tipo neurogênico é o mais comum, respondendo por 95 % dos casos, sendo classificado como verdadeiro ou clássico, e tipo neurogênico atípico. • No tipo neurogênico verdadeiro ocorre comprometimento motor e sensitivo evidente, corresponde a 1 a 3% dos casos, acometendo principalmente mulheres adultas, sendo geralmente unilateral e relacionado às anormalidades ósseas, como costelas cervicais ou processos transversos da sétima vértebra cervical alongados. • Já o tipo neurogênico atípico corresponde a mais de 90 % dos casos, é descrito como bilateral, sua causa é controversa, pois não há sinal decompressão neurológica objetiva6, 7. A variante vascular, com aproximadamente 5% dos casos é subdividido em: vascular arterial e vascular venosa. • Compressões arteriais correspondem a 2-3 % dos casos, geralmente unilateral, cursam com extremidade fria, fraqueza, cansaço do membro acometido, dor difusa e diminuição da amplitude do pulso arterial, afetando adultos jovens. Consistem em complicações da compressão crônica arterial por anormalidades ósseas. • Já as alterações venosas, também conhecidas como trombose venosa de esforço ou Síndrome de Page -Schroetter, correspondem a 1-2% dos casos. Nesse caso, ocorre uma trombose espontânea da veia subclávia em decorrência do uso prolongado da extremidade. Quadro clínico A SDT pode ter sintomas nervosos e/ou vasculares, os quais são divididos em arteriais e venosos. Frequentemente existem sintomas nervosos, que podem acometer sensibilidade, motricidade e trofismo. Manifestam-se com dor de intensidade e caráter variáveis, podendo ter localização imprecisa, seguida de fraqueza, parestesia, principalmente em mãos e dedos. Em geral, quando há compressão do cordão superior do plexo braquial (C5, C6 , C7 ) as dores são em região lateral da cabeça e do pescoço, em região do músculo rombóide e supraescapular, face lateral do membro superior, parte dorsal da mão, entre 1o e 2o dedos. A compressão do cordão inferior (C8 e T1) é mais comum. A dor ocorre em região supraescapular, nucal, face medial do membro superior, 4o e 5o dedos. Na presença de costelas cervicais, devido à compressão local, a região supraclavicular pode se mostrar dolorosa espontaneamente ou desencadeada por movimentos que exacerbam a compressão, como hiperabdução do braço e ao carregar objetos pesados, o que promove o abaixamento dos ombros. A alteração de motricidade pode variar de fraqueza à incapacitação, assim como as alterações tróficas são as hipotrofias e as atrofias, mais freqüentes em músculos extrínsecos da mão e antebraço. Os sintomas arteriais ocorrem pela isquemia, incluem dor, palidez, cianose, eritrocianose, parestesia, fadiga, alterações tróficas como úlceras e gangrenas, diminuição da temperatura local. Têm como fator agravante o frio e o exercício. São relatados sintomas vasomotores, principalmente fenômeno de Raynaud. Quanto à compressão venosa, os sintomas são de sensação de peso, dor e ingurgitamento da extremidade superior, aumento da temperatura da pele, cianose, edema, turgência venosa, especialmente em ombro e região peitoral. Diagnóstico São fundamentais a história e o exame físico detalhado, para o diagnóstico da síndrome. EF - consiste em inspeção para verificar o biotipo, a simetria do desenvolvimento da musculatura, do nível horizontal dos ombros, presença de abaulamentos supra Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI ou infraclaviculares. Palpação para avaliar consistência, sensibilidade, mobilidade, pulsatilidade. Verificar se há sopros ou frêmitos (estenose da a. subclávia). Percussão da fossa supraclavicular (sinal de Tinel) para verificar se desencadeia dor. Analisar também sinais de isquemia, diminuição ou ausência de pulsos periféricos permanentes ou após manobras específicas, presença de alterações tróficas. Na oclusão venosa, o desaparecimento do pulso após manobras pode diferenciar de outras etiologias. O exame neurológico avalia sensibilidade, motricidade e troficidade, relacionando-as com dermátomos e miótomos correspondentes. Através de manobras especiais, verifica-se o pulso radial com o paciente sentado, a fim de provocar ou intensificar sinais de compressão. São elas: • Manobra dos escalenos (Adson): Esta manobra produz a elevação da primeira costela e tensiona os escalenos, reduzindo o triângulo intercostoescalênico. Pesquisa-se a síndrome da costela cervical e dos escalenos. O paciente deve fazer uma inspiração profunda, estender o pescoço e virar o mento para o lado examinado. Caso o pulso diminua ou desapareça, o sinal é positivo. Esse sinal também pode ser conseguido com o mento virado para o lado oposto. Entretanto, esta manobra não é muito acurada, pois indivíduos normais podem apresentá-la positiva com freqüência. Na fossa supraclavicular também pode ser auscultado um sopro. • Manobra costoclavicular: O paciente coloca os ombros para trás, abaixando-os, imitando a posição militar exagerada, diminuindo assim o espaço costoclavicular. O sinal é considerado positivo se houver as mesmas alterações da manobra anterior, mas podendo ser acompanhada de sinais venosos, já que a veia subclávia passa por este espaço. Novamente, essa manobra também pode ser positiva em indivíduos normais. • Manobra da hiperabdução (Wright): Faz-se uma elevação de 180o do membro com rotação posterior do ombro. O antebraço pode ficar levemente flexionado. A reprodução dos sintomas, diminuição ou desaparecimento do pulso e ausculta de sopro indicam compressão arteri al pelo tendão do músculo peitoral menor. Esta manobra pode reduzir, também, o espaço costoclavicular. • Teste dos três minutos de estresse com o braço elevado: Este teste é considerado o mais acurado para determinação da SDT e consiste na abdução de ambos os braços, em rotação externa com flexão de 90o dos cotovelos. O paciente deve ficar abrindo e fechando as mãos por três minutos. A reprodução dos sintomas, entorpecimento, parestesia e até incapacidade de continuar o teste são respostas positivas. Indivíduos normais podem apresentar fadiga em membro, mas raramente parestesia ou dor. O diagnóstico é essencialmente clínico. Entretanto, há necessidade de complementação na investigação. O estudo radiológico é muito útil; radiografias simples em duas posições de cintura escapular, coluna cervical e de tórax são importantes, principalmente para procurar anormalidades ósseas. Tomografia computadorizada, ressonância magnética ou uma mielografia são relevantes por excluírem as compressões por hérnia de disco cervical, osteófitos, neoplasias, espondilólise cervical. Além disso, a ressonância magnética pode observar a compressão nervosa; se feita em diferentes posições do braço, mostra a alteração do fluxo sangüíneo. A ultra-sonografia com Doppler é bastante útil na observação das mudanças arteriais e venosas. A arteriografia e venografia podem ser solicitadas na SDT vascular, pois mostram estenoses vasculares, especialmente mediante as manobras já descritas. Quando há evidências de aneurisma, dilatação pós estenótica, embolização distal, a arteriografia tem sua principal indicação. Principalmente na SDT neurogênica verdadeira, os estudos neurofisiológicos podem auxiliar no diagnóstico, quando geram respostas alteradas, embora não sejam muito específicos. A eletromiografia mede a função motora indiretamente; a velocidade de condução nervosa do nervo ulnar e de outros nervos periféricos pode verificar se há lentificação de estímulo em um segmento nervoso. A onda F capta a resposta motora periférica decorrente de um estímulo periférico no mesmo local. O potencial somatosensorial evocado determina o tempo que um estímulo leva até chegar ao cérebro. Deve-se excluir outras doenças compressivas ou dolorosas para confirmação diagnóstica, como hérnia de disco, osteoartrite da coluna, tumor do ápice pulmonar, tumor da axila, síndrome do túnel do carpo, síndrome do cubital, bursite subacromial e osteoporose. Tratamento O tratamento clínico é a conduta inicial e procura aliviar os sintomas, com analgésicos simples, antiinflamatórios, relaxantes musculares, tranqüilizantes, compressas quentes e repouso. Orienta-se o paciente a emagrecer se for obeso, mudar de profissão, evitar hiperabduzir os braços, carregar objetos pesados carregar bolsas. Outro ponto importanteé a tonificação dos músculos suspensores da cintura escapular, através de fisioterapia apropriada. Algumas vezes os riscos e benefícios dos exercícios têm de ser avaliados, principalmente quando se trata de idosos, portadores de costelas cervicais ou outras alterações ósseas. Técnicas como acupuntura, hipnose psicoterapia também são citadas. A anticoagulação, terapêutica trombolítica, trombectomia venosa e compressão elástica do membro devem ser consideradas quando há acometimento venoso.1 Em geral, o tratamento cirúrgico da SDT tem indicação formal em aproximadamente 15% dos casos, geralmente quando a síndrome é decorrente de anomalias ósseas sintomáticas ou complicações vasculares. Outra indicação é na falha do tratamento conservador. As técnicas cirúrgicas consistem na descompressão dos pontos anatômicos: como ressecção do músculo escaleno anterior, da costela cervical, da primeira costela, da clavícula, de bridas fibrosas ou de outras estruturas que possam comprimir o feixe vasculo-nervoso. - LEMBRAR QUE a Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) pode ser decorrente de Costela Cervical. A costela cervical é uma costela anômala que tem origem no processo transverso de C7 ou uma primeira costela extranumerária que tem origem no processo transverso de T1. A incidência de ambas é de aproximadamente 0,76 e 0,74%, respectivamente, Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI variando de 0,45 a 1,5% da população. Do ponto de vista de tratamento, não há necessidade de se estabelecer uma diferença entre ambas. Em cerca de 70% dos casos, as costelas cervicais são incompletas, mas quase sempre apresentam fusão fibrosa com a primeira costela. Somente 10% dessa população apresentam sintomas relacionados à sua presença. São descritas quatro variedades de costela cervical, apresentadas na Tabela. De modo geral, quando presente, ela costuma dar origem a sintomas mais neurológicos que arteriais e mais frequentemente que costelas anômalas. Os sintomas da costela cervical, podem incluir: • Caroço no pescoço; • Dor no ombro e pescoço; • Formigamento nos braços, mãos ou dedos; • Mãos e dedos roxos, especialmente durante dias frios; • Inchaço de um braço; Estes sintomas são raros e surgem quando a costela se desenvolveu completamente, comprimindo um vaso sanguíneo ou nervo e, por isso, podem variar de intensidade e duração de acordo com cada caso. Obs. Embora a costela cervical esteja presente desde a nascença, a maior parte dos pacientes só descobre entre os 20 e os 40 anos, especialmente quando a costela é formada apenas por um amontoado de fibras, que não são visíveis no raio X. Assim, quando existem problemas de circulação nos braços, dor no pescoço ou formigamento constante dos braços e dos dedos, mas não estão presentes as causas comuns, como hérnia cervical ou síndrome do desfiladeiro torácico, pode-se suspeitar de síndrome da costela cervical. Em pacientes com SDT, é importante se fazer uma radiografia simples de coluna cérvico-torácica, a qual pode facilmente detectar a presença dessa anormalidade. De modo geral, o tratamento inicial deve ser clínico, fazendo-se uso da fisioterapia. Recentemente, alguns autores mostraram alívio temporário de sintomas com o uso de toxina botulínica (Botox) na musculatura escalênica, o qual poderia ser preditivo de igual sucesso em futura intervenção cirúrgica eventualmente necessária. A indicação de cirurgia deverá ser cogitada para pacientes cujos sintomas sejam resistentes ao tratamento clínico, comprometam a qualidade de vida ou alterem a condução nervosa provocando atrofias musculares ou dores crônicas. As intervenções cirúrgicas disponíveis, por serem delicadas, trabalhosas, invasivas e deixarem cicatrizes aparentes, devem ser indicadas com parcimônia. As abordagens consensuais incluem escalenectomia, ressecção da costela cervical, acompanhada ou não de ressecção da primeira costela. As vias de abordagem convencionais são as vias transaxilar e supraclavicular. A abordagem da costela cervical pelas vias infraclavicular e transaxilar são pouco usadas em razão da dificuldade de acesso à costela cervical. De fato, não há evidências oriundas de estudos randomizados sobre a superioridade de algum tipo de tratamento na SDT. A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, tendo sido identificada no ano de 1873 pelo cientista Armauer Hansen. A doença tem cura, mas, se não tratada, pode deixar sequelas. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, visando que a doença deixe de ser um problema de saúde pública. Atualmente, os países com maior detecção de casos são os menos desenvolvidos ou com superpopulação. Em 2016, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais de 28.000 casos novos da doença. A transmissão do M. leprae se dá por meio de convivência muito próxima e prolongada com o doente da forma transmissora, chamada multibacilar, que não se encontra em tratamento, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz. Tocar a pele do paciente não transmite a hanseníase. Cerca de 90% da população têm defesa contra a doença. O período de incubação (tempo entre a aquisição a doença e da manifestação dos sintomas) varia de seis meses a cinco anos. A maneira como ela se manifesta varia de acordo com a genética de cada pessoa. A suspeição da hanseníase é feita pela equipe de saúde e pelo próprio paciente. O diagnóstico é feito pelo médico e envolve a avaliação clínica dermatoneurológica do paciente, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se necessário, será feita a baciloscopia, que corresponde à coleta da serosidade cutânea, colhida em orelhas, cotovelos e da lesão de pele, e ainda pode ser realizada biópsia da lesão ou de uma área suspeita. Isadora Pedreira- Problema 04. Módulo XXI Sintomas Podemos classificar a doença em hanseníase paucibacilar, com poucos ou nenhum bacilo nos exames, ou multibacilar, com muitos bacilos. A forma multibacilar não tratada possui potencial de transmissão. A hanseníase pode se apresentar com manchas mais claras, vermelhas ou mais escuras, que são pouco visíveis e com limites imprecisos, com alteração da sensibilidade no local associado à perda de pelos e ausência de transpiração. Quando o nervo de uma área é afetado, surgem dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos, com desenvolvimento de incapacidades físicas. Nas fases agudas, podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés. Classificação da hanseníase: 1. Paucibacilar: 1.a. Hanseníase indeterminada: estágio inicial da doença, com um número de até cinco manchas de contornos mal definidos e sem comprometimento neural. 1.b. Hanseníase tuberculoide: manchas ou placas de até cinco lesões, bem definidas, com um nervo comprometido. Podendo ocorrer neurite (inflamação do nervo). 2. Multibacilar 2.a. Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e placas, acima de cinco lesões, com bordos às vezes bem ou pouco definidos, com comprometimento de dois ou mais nervos, e ocorrência de quadros reacionais com maior frequência. 2.b. Hanseníase virchowiana: forma mais disseminada da doença. Há dificuldade para separar a pele normal da danificada, podendo comprometer nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos. Pode haver a ocorrência de neurite e eritema nodoso (nódulos dolorosos) na pele. Tratamento É gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Varia de seis meses nas formas paucibacilares a um ano nos multibacilares, podendo ser prorrogado ou feita a substituição da medicação emcasos especiais. O tratamento é eficaz e cura. Após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode conviver em meio à sociedade. Prevenção Naturalmente, ter hábitos saudáveis, alimentação adequada, evitar o álcool e praticar atividade física associada a condições de higiene, contribuem para dificultar o adoecimento pela Hanseníase. A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, assim como o exame clínico e a indicação de vacina BCG para melhorar a resposta imunológica dos contatos do paciente. Desta forma, a cadeia de transmissão da doença pode ser interrompida. Referências: HEBERT, Sizínio K. et al. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 5.ed. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 1651. p. GONÇALVES, TS, et al. Relato de caso: síndrome do desfiladeiro torácico. Revista de Patologia do Tocantins; 5(3):24-27. 2018. GHEFTER, Mario Claudio et al.. Síndrome do desfiladeiro torácico - ressecção de costela cervical por videotoracoscopia. J. vasc. bras., Porto Alegre, v. 11, n. 3, p. 219-225, Sept. 2012. Moore, Keith L. Anatomia orientada para a clínica / Keith L. Moore, Arthur F. Dalley, Anne M.R. Agur; tradução Claudia Lucia Caetano de Araujo. - 7. ed. - Rio de Janeiro: Koogan, 2014. ANDRADE, Ronaldo Percopi de; CORREA FILHO, Mário Roberto Chaves; QUEIROZ, Bruno de Castro. Lesões do manguito rotador. Rev. bras. ortop, v. 39, n. 11/12, p. 621- 636, 2004.