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Resumo Paradiplomacia

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Curso de Graduação em Relações Internacionais
Disciplina: Paradiplomacia e Diplomacia Corporativa
Prof. Naiane Cossul
Resumo - N1
2022/02
Nome: Caroline Lopes
O que é a Paradiplomacia?
A Paradiplomacia surgiu nos anos 80 no contexto pós Guerra Fria e dos
processos de globalização, com as unidades subnacionais (estados federados,
municípios e outras unidades constituintes de Estados nacionais) adquirindo uma
participação maior e específica no cenário internacional em ações paralelas à
atividade diplomática (desenvolvendo iniciativas de inserção internacional
frequentemente independentes das políticas dos seus Estados). Assim houve uma
certa transferência de jurisdição dos governos centrais para os governos
subnacionais e da crescente dinâmica global impulsionando o desenvolvimento de
estados federados, cidades, províncias, etc, já que a Paradiplomacia ocorre
paralelamente às ações de política exterior dos Estados.
A paradiplomacia pode ser definida como o envolvimento de governos
subnacionais, regionais, municipais ou, simplesmente, não centrais nas relações
internacionais, através do estabelecimento de contatos com entidades estrangeiras,
que podem ser formais e informais, permanentes ou temporários ("ad hoc"), com
entidades públicas ou privadas, com o objectivo de alcançar resultados
socioeconômicos, bem como qualquer aspecto externo dentro da sua jurisdição.
Também se conhece por Paradiplomacia os termos sinônimos:
diplomacia federativa, cooperação internacional descentralizada, política externa
federativa, etc.
Dentre os objetivos que ocorrem na Paradiplomacia, pode-se citar
principalmente ações de low politics, como proteção ao meio ambiente, educação,
captação de investimentos, financiamento de projetos, promoção do turismo,
intercâmbio cultural e de ideias, comércio exterior, temas relacionados a direitos
humanos, cooperação técnica e para o desenvolvimento, entre outros.
Com a Paradiplomacia também houve o fortalecimento de acordos de
‘cidades irmãs’, ou ‘irmanamento de cidades’, caracterizados por seu cunho
protocolar, nada mais é do que a elaboração e assinatura de um convênio de
cooperação a longo prazo entre dois municípios ou estados federados que visa a
promoção de cooperação entre os municípios envolvidos, que pode acontecer em
diversas áreas como a cultura, educação, saúde, transportes, meio ambiente e
desenvolvimento econômico. Geralmente acontece quando os municípios possuem
características semelhantes que os identificam mutuamente, como nome, número
de habitantes, setor econômico, etc.
Também existe o conceito de Mercocidades dentro da Paradiplomacia,
que é uma rede regional composta por governos locais pertencentes aos Estados
Partes do Mercosul. Essas Mercocidades comprovam que o Regionalismo,
Regionalização, ou Integração Regional é fundamental à Paradiplomacia por conta
de facilitar a troca de interações entre os atores sub-estatais de países próximos ou
vizinhos como maior facilidade de trânsito de pessoas, integra diversos órgãos da
sociedade civil e organismos públicos para resolução de problemas, principalmente,
aqueles relacionados com cidades vizinhas fronteiriças. Há também uma
representatividade muito forte dentro do Mercosul como Foro consultivo de
municípios, estados federados, províncias e departamentos.
Além disso, cidades e regiões, independentemente da sua localização
num estado federal ou não, também podem se organizar como organizações como
em Arab Towns Organization, Asian Network of Major Cities 21, Assembly of
European Regions, Association of Local Democracy Agencies, Association of North
East Asia Regional Governments, Cooperação Sub-regional do Mar Báltico,
Eurocidades, Aliança Euro-Latino-Americana de Cooperação entre Cidades,
Federação de Cidades da América Latina, Municípios e Associação de Governos
Locais (FLACMA), Diálogo Global de Cidades, União Internacional de Autoridades
Locais (IULA), Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), entre outros.
O aspecto mais relevante destas organizações é que, no âmbito das
reuniões anuais ou bianuais que propõem e realizam, reúnem milhares de
participantes dos governos municipais e estatais para discutir a governação local, e
contribuem para repensar o papel dos governos subnacionais como decisores para
definir políticas públicas face aos desafios globais.
Agora relatando sobre países exemplos no quesito paradiplomático, a
Alemanha é um deles. A Lei Fundamental da República Federal da Alemanha
(1949) prevê o direito dos Länder a serem consultados e ouvidos antes da
conclusão de tratados internacionais e também lhes permite celebrar acordos
diretos com Estados estrangeiros. Evidentemente, tais prerrogativas deram-lhes a
capacidade de participar nas decisões mais importantes nos assuntos europeus e
internacionais. Em qualquer caso, o governo federal pode evitar ou impedir qualquer
ação se a considerar contrária à sua política externa. A jurisprudência do Tribunal
Constitucional alemão sublinhou a necessidade de moldar o estado federal como
uma única unidade na cena internacional.
O mesmo não se pode dizer sobre a Espanha, que passa por uma
protodiplomacia. A Protodiplomacia seria toda atividade realizada por um ente
subnacional que substitui ou que usurpa as atribuições inerentes ao Estado e ao
poder central, havendo algumas regiões que foram duramente criticadas por
existirem suspeitas quanto à legalidade de suas atividades internacionais. Como
exemplo, a região da Catalunha aprovou uma Lei para melhor regulamentar suas
atividades no exterior, concentradas nas áreas de investimento e promoção turística
e comercial, mas a Lei foi suspensa pelo Tribunal Constitucional da Espanha.
Atualmente, a região se apoia no Estatuto de Autonomia aprovado pelo Governo
Central para continuar com suas atividades na esfera internacional já que a
Espanha não possui jurisdição para a paradiplomacia.
Na Colômbia falta clareza constitucional para questões paradiplomáticas,
já que regiões têm maior capacidade institucional e económica do que outras para o
exercício das suas competências e governação. Uma lei orgânica de organização
territorial (LOOT) deveria ser emitida para implementar a distribuição de
competências entre a Nação e todas as entidades territoriais, na esperança de
completar a arquitectura organizacional de acordo com princípios de coordenação,
concordância e subsidiariedade, mas após vinte anos e pelo menos dezoito
tentativas foram fracassadas. A capacidade do governo nacional de controlar e
dominar para dirigir adequadamente as relações internacionais do país gera
desconfiança para os entes sub nacionais colombianos.
Atualmente, os Estados já não se expressam com uma voz única e
exclusiva, mas através de uma espécie de contraponto, que permite às províncias,
cidades, regiões, länder e uma longa etc. de entidades políticas subestatais falar e
fazer-se ouvir no mundo globalizado de hoje.
Mesmo que ações internacionais dos governos subnacionais, no contexto
paradiplomático, complementam e ampliam a ação diplomática tradicional, caso não
haja marco jurídico ou um marco jurídico parcial para a Paradiplomacia, fica inviável
conseguir alcançar as metas paradiplomáticas no viés legal, político e constitucional
(como é o caso da Espanha e Colômbia).
A paradiplomática, como ferramenta de inclusão internacional, toca tanto
as fibras mais sensíveis das relações globais como do direito constitucional. O canal
de tudo o que implica está tremendamente relacionado com o andaime institucional
parcialmente "constitucionalizado" e requer sempre cooperação e apoio numa
matéria tão complexa como os negócios estrangeiros.
É evidente que no ambiente atual global, como consequência da
evolução das relações internacionais, da intensificação do processo de
descentralização dos Estados, e da natureza do poder político, existem diferentes
tipos de atores com capacidades, influência e interferência. A lei deve adaptar-se às
realidadesem que os governos não centrais também compõem ações com o alvo
internacional.
REFERÊNCIAS
ARIAS, Germán. Paradiplomacia: definiciones y trayectorias. Universidad Militar
Nueva Granada, Colombia, 2018. Disponível em:
<https://www.redalyc.org/journal/777/77757839001/html/>. Acesso em 14 de outubro
de 2022.
IGNACIO, Julia. O que é Paradiplomacia?. Politize!, 2020. Disponível em :
<https://www.politize.com.br/paradiplomacia/>. Acesso em 15 de outubro de 2022.
DIAS, Reinaldo. Paradiplomacia: ferramenta de inclusão internacional dos
municípios. Revista de Administração Municipal - MUNICÍPIOS - IBAM, 2010.
Disponível em :
<https://mediacdns3.ulife.com.br/PAT/Upload/3127491/DIAS_Paradiplomaciaferram
entadeinclusointernacionaldosmunicpios_20220905163302.pdf>. Acesso em 16 de
outubro de 2022.
Slides de aula. Aula 1: 15/08/2022, INTRODUÇÃO À PARADIPLOMACIA, À
DIPLOMACIA CORPORATIVA, AOS ATORES NÃO ESTATAIS E AOS ATORES
SUBNACIONAIS. Disponíveis no Ulife.
Slides de aula. Aula 2: 22/08/2022, PARADIPLOMACIA: Conceito e História.
Disponíveis no Ulife.
Slides de aula. Aula 3: 05/09/2022, PARADIPLOMACIA: Federalismo centralizado
e descentralizado. Disponíveis no Ulife.
Slides de aula. Aula 5: 03/10/2022, REDES DE CIDADES E CIDADES-IRMÃS.
Disponíveis no Ulife.
Slides de aula. Aula 6: 03/10/2022, ATUAÇÃO DE ESTADOS E MUNICÍPIOS
DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 . Disponíveis no Ulife.

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