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Parada Cardiorrespiratória - Urgências Clínicas

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Parada Cardiorrespiratória 
Introdução 
Ventilação no contexto de parada 
cardiorrespiratória: 
• Durante a PCR não existe necessidade de 
intubação orotraqueal do paciente, a PCR pode 
ser feita com o dispositivo bolsa-válvula-máscara. 
(Não existe maior chance de o paciente voltar 
quando se intuba) 
(Isso não se aplica a parada respiratória levando a 
parada cardiorrespiratória → nesse contexto é 
benéfica a intubação) 
• A intubação orotraqueal no contexto de PCR ela 
promove a vantagem do uso de capnografia onda 
quadrada. 
Dispositivo bolsa-válvula-máscara: 
• Características principais – fornece ventilações a 
pressão positiva – a bolsa deve ser transparente e 
tem aproximadamente 1-1,5L (aperta-se somente 
1/3 a ½ da capacidade da bolsa) 
• Quando esse dispositivo está ligado a uma fonte 
de oxigênio a 15L/min significa que você esta 
ofertando uma FiO2 de 100%. 
• Limitações – necessita de treinamento para ser 
utilizada com a técnica correta. 
 
 
Máscara Laríngea: 
• Características principais - dispositivo avançado de 
vias aéreas com posicionamento supra glótico, 
inserção as cegas, via alternativa para via aérea 
difícil, podem ser utilizadas por profissional não 
médico treinado. 
• FiO2 fornecida variável 
• Limitações – não é considerada uma via aérea 
definitiva, não deve ser utilizada em pacientes 
eletivos com estomago cheio ou com risco 
elevado de bronca aspiração, obesidade mórbida 
ou alterações anatômicas supra glóticas; 
 
 
Tubo esôfago traqueal (não é muito utilizado) 
 
• Características principais – dispositivo avançado 
de vias aéreas, inserção as cegas, via alternativa 
para via aérea difícil e pode ser utilizado por 
profissionais não médicos treinados 
• Fi02 fornecida é variável 
• Limitações – não é considerado via aérea 
definitiva quando está na posição esofágica, não 
pode ser inserido em pessoas com altura menor 
que 1,40m, patologia esofagiana conhecida ou 
história de ingestão de substâncias causticas. 
 
 
 
 
 
 
 
Tubo traqueal ou endotraqueal: 
• Característica principal – via aérea difícil 
• FiO2 fornecida – variável 
• Limitações – intubação orotraqueal pode ser 
realizada apenas por médicos treinados e o 
procedimento pode ser realizado somente 
quando houver visualização direta das cordas 
vocais. 
 
A marcação preta observada é para ser colocada 
entre as cordas vocais para evitar intubação 
seletiva. 
Caso o tubo não tenha, posicione a rima bucal ou 
incisivos centrais na marcação 22 e fixe para 
evitar a intubação seletiva. 
 
Intubação endotraqueal: 
 
Posicionamento do paciente – se o paciente não 
tiver suspeita de trauma raquimedular é feita a 
hiperextensão do pescoço para alinhar os eixos. 
 
 
JAMAIS REALIZAR O MOVIMENTO DE BÁSCULA!!! 
• Pegar o laringoscópio com a mão esquerda, entra 
lateralizado na diagonal, rebate a língua, visualizar 
as cordas vocais e inserir com um movimento de 
para cima e para fora. 
• Em lâmina reta – na posição inferior da epiglote. 
• Em lâmina curva – colocar a ponta na valecula 
• Todo esse procedimento de intubação deve durar 
no máximo até 10 segundos 
 
 
Atenção 
PACIENTE NÃO INTUBADO → 30:2 (30 Massagens 
para 2 ventilações) 
PACIENTE INTUBADO → Assincrono → massagens 
100-120/min e as ventilações serão 1 a cada 6 
segundos (conta 1001, 1002, 1003, 1004, 1005 e 
1006) 
 
Derrame pericárdico 
Relembrando a anatomia: Existe o pericárdio visceral 
e o pericárdio parietal que tem funções de proteção, 
lubrificação e fixação do coração. 
Em algumas situações patológicas como infecção, 
neoplasia, autoimune, inflamação, pós cirurgia 
cardíaca ou idiopática existe um excesso de formação 
de líquido entre o folheto parietal e visceral. → 
líquido acumulado → derrame pericárdico 
Derrame pericárdico é o acúmulo de líquido no 
pericárdio. O tamponamento cardíaco ocorre quando 
um grande derrame pericárdico impede o coração de 
se encher adequadamente de sangue e, 
consequentemente, impede-o de bombear sangue 
suficiente para o resto do corpo. 
Tamponamento Cardíaco: 
Uma das causas de PCR, frequentemente com ritmo 
não chocável e que nesse contexto é feito a 
pericardiocentese na beira do leito (o diagnostico e o 
tratamento é feito com o ecocardiograma a beira do 
leito) 
• Quadro clínico – Hipotensão, taquicardia, 
dispneia, ortopneia, taquipneia com pulmões 
limpos, pulso paradoxal e turgência jugular. 
• Causas mais frequentes – medicamentos 
(trombolíticos, anticoagulação), cirurgia cardíaca 
recente, trauma torácico, neoplasias, uremia e 
doenças autoimunes. 
• ECG – pode ser normal ou apresentar alterações 
sutis (alteração segmento ST e T difusos), baixa 
amplitude ou alternância elétrica de QRS (QRS 
com amplitudes variáveis) 
• RX de tórax – aumento da área cardíaca com 
pulmão sem congestão 
• Ecocardiograma – derrame pericárdico com 
colapso diastólico de câmaras cardíacas; Aumento 
do fluxo da tricúspide à inspiração e diminuição 
do fluxo mitral à inspiração 
• Hemodinâmica – pressão do átrio direito elevado; 
pressão intrapericardica virtualmente igual a do 
AD; pressão diastólica de VD igual a AD; pressão 
capilar pulmonar aumentada e semelhante a 
pressão de AD, VD e intrapericardica. 
• Tratamento – Pericardiocentese. 
➔ Técnica: 
✓ Paciente em posição supina ou 
preferencialmente a 45° 
✓ Obter acesso venoso periférico 
✓ Aplicar oxigênio, oxímetro de pulso e ECG 
✓ Paramentar e técnicas antissépticas 
✓ Infiltrar anestésico 
✓ Utilizar abordagem subxifoidea. 
Quando o procedimento é feito as cegas, aumenta 
muito o risco de complicações. 
Atualmente ele pode ser guiado pelo ECG ou pelo 
Ultrassom. 
➔ Pelo ECG: Coloca-se um dos eletrodos do ECG na 
ponta da agulha e puncionar-se a pele 1-2 cm 
abaixo e a esquerda da junção xifocondral, com 
uma angulação de 45 graus em relação a pele 
(avançar com a agulha com cuidado, em sentido 
cranial, apontando-a para a ponta da escapula 
esquerda e sempre aspirando) 
 
Se se aparece no ECG um supradesnivelmento do 
segmento ST era um sinal de que não poderia avançar 
mais. 
 
➔ Pelo USG: Coloca-se o ultrassom na região 
subxifoidea para aparecer o corte abaixo, com 
isso é possível visualizar a entrada da agulha e 
menor os riscos de complicação. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/les%C3%B5es-no-t%C3%B3rax/tamponamento-card%C3%ADaco
Definição da PCR: A atividade cardíaca e respiratória 
ela não é eficiente para um status mínimo de 
sobrevivência. (não necessariamente ele precisa parar 
de respirar totalmente ou parar o coração) 
Atualmente a prioridade nos primeiros minutos da 
PCR é a CIRCULAÇÃO (isso acontece porque nos 
primeiros minutos da parada o sangue do paciente 
ainda possui oxigênio acoplado a hemoglobina, 
priorizando a massagem cardíaca conseguimos levar 
oxigenação a órgãos nobres) 
 
• Manter a via aérea de um 
paciente não consciente 
• Considerar via aérea 
avançada pelo benefício da 
capnografia 
 
• ofertar oxigênio a 100% 
 
• Avaliar a efetividade da 
ventilação através da 
capnografia 
 
• Não hiperventile o paciente 
 
 
• Avalie periodicamente ritmo e 
pulso 
• Considerar o choque no 
paciente 
• Obter acesso endovenoso ou IO 
• Oferecer IV fluido caso necessário 
 
 
• Identificar e tratar causas 
reversíveis de PCR 
• Identificar a história clínica do 
paciente e diagnostico 
• Avaliar o momento de chocar/ medicação. 
 
Massagem cardíaca externa: 
Posição: Junção do terço médio com o terço inferior 
do esterno, colocar a região hipotênar da mão direita 
e sobre ela a mão esquerda, apoiando os ombros 
sobre elas e descendo o peso do nosso corpo, de 
forma que se tenha uma depressão de 5-6 cm e 
devemos subir permitindo a plena expansibilidade do 
tórax. A mão não deve perder o contato com o 
esterno e não deveescorregar para as cartilagens 
costocondrais ou para as costelas. (a frequência deve 
ser de 100-120 / min) 
 
Na ventilação: 
Se o paciente não está intubado 30:2, se ele está 
intubado a cada 6 segundos assíncrono. 
ATENÇÃO – HIPERVENTILAÇÃO – reduz o CO2 e reduz 
a perfusão cerebral e coronariana. 
Capnografia: 
• Uma onda normal deve ser quadrada ou 
assemelhar-se a uma caixa 
• O volume normal de CO2 situa-se entre os 35-45 
mmHg e a frequencia respiratória deve situar-se 
entre as 12-20 vom 
Capnografia com 35-40 durante uma PCR sugere um 
retorno da circulação espontânea → olhar ritmo e 
checar pulso 
Se durante a PCR a capnografia está em torno de 20 
significa que a massagem cardíaca está boa e deve 
ser mantida dessa forma 
Se durante a PCR a capnografia está em torno de 10 
a massagem cardíaca está ineficaz, precisa melhorar 
a técnica ou ser substituído 
 
 
Tratamento da crise 
Deve existir uma equipe de alta performance na qual 
existe um líder e uma pessoa designada para cada 
passo do PCR. (Comunicação em alça fechada) 
 Suporte básico de vida (checagem em 5-10 
segundos) 
• Chamar o paciente 
• Avaliar o pulso central (carotídeo) 
• Respiração (movimentos respiratórios) 
• Solicitar ajuda 
• Iniciar o RCP/ desfibrilador. 
Avaliação Primária 
• A -Via aérea patente/ 
avançada/posicionamento/fixação do tubo 
• B - Oxigênio/ ventilação /capnografia/ oxímetro 
• C – MCE/ RITMO/CHOQUE/ IV, IO / volemia/ 
droga/ hemodinâmica 
• D – Avaliação neurológica/ respiração/ 
consciência/ pupila / AVDI (ALE, VOZ, DOR, INC) 
• E – Exposição (remover roupas) 
Avaliação secundária (SAMPLE) 
• S – Sinais e sintomas 
• A – Alergias 
• M – Medicações 
• P – Past medical history 
• L – Last meal 
• E – Eventos 
Ritmos de parada cardiorrespiratória 
Ritmos chocáveis – Fibrilação ventricular (grosseira 
ou fina) e taquicardia ventricular sem pulso 
 
 
Qual é o fluxo? 
PCR → ritmo chocável → CHOQUE → MASSAGEM 
CARDIACA EXTERNA E VENTILAÇÃO (CERCA DE 2 MIN 
– 1 CICLO) → CHECAR PULSO, RESPIRAÇÃO E RITMO 
NO ELETRO (EM 5s). 
Se após esse primeiro ciclo o paciente se mante sem 
pulso, sem respirar e com ritmo chocável → CHOQUE 
→ INICAR MASSAGEM CARDIACA EXTERNA E 
VENTILAÇÃO (CERCA DE 2 MIN – 2 CICLO) + 
ADRENALINA (1mg com água e braço levantado) → 
CHECAR RITMO, PULSO E RESPIRAÇÃO. 
Se o paciente permaneceu sem pulso, respiração e 
ritmo chocável → CHOQUE → MASSAGEM CARDIACA 
EXTERNA E VENTILAÇAO (2 MIN – 3 CICLO) + 
AMIDORONA (300 mg) → CHECAR RITMO, 
RESPIRAÇÃO E PULSO 
Se o paciente se mantiver sem pulso, respiração e 
ritmo chocável → CHOQUE → MASSAGEM CARDIACA 
EXTERNA E VENTILAÇÃO (2MIN – 4 CICLO) + 
ADRENALINA 1mg/kg → CHECAR RITMO, 
RESPIRAÇÃO E PULSO 
Se o paciente se mantiver sem pulso, respiração e 
ritmo chocável → CHOQUE → MASSAGEM CARDICA 
EXTERNA E VENTILAÇÃO (2 MIN – 5 CICLO) + 
AMIODARONA (150 mg) → CHECAR RITMO, 
RESPIRAÇÃO E PULSO 
Se o paciente se mantiver sem pulso, respiração e 
ritmo chocavel → CHOQUE → MASSAGEM CARDICA 
EXTERNA E VENTILAÇÃO (2 MIN – 6 CICLO) + 
ADRENALINA (1 mg) 
Se o paciente se mantiver sem pulso, respiração e 
ritmo chocável → CHOQUE → MASSAGEM 
CARDIACA EXTERNA E VENTILAÇÃO (2 MIN – 7 
CICLO) + nada (já fez as duas doses permitidas de 
amiodarona e não se pode fazer adrenalina pois tem 
meia vida de 3-5 min) 
Próximo ciclo tem adrenalina 1 mg e se mantiver em 
ritmo chocável vai ser ciclo sim e ciclo não de 
adrenalina 1 mg; 
Lidocaína é uma opção a quem não quer fazer 
amiodarona (1 dose 1,5 ug/kg e 2 dose 0,5-0,75 ug/kg) 
Uso do sulfato de magnésio - Em PCR so é 
administrado em duas situações 
• Dosagem no sangue com Hipomagnesemia 
• Presença de ritmo de Torsades de Pontes 
(fibrilação ventricular com ondas sinusoidais 
positivas e negativas alternadas) 
 
 
 
 
 
 
Atenção – regras gerais 
• Não de choque com oxigênio fluido sobre o 
paciente (risco de explosão) 
• Não parar as compressões por mais de 10 
segundos 
• No choque garante que ninguém esteja em 
contato com o paciente 
• Só se palpa pulso 2 min após o choque 
• Se a capnografia estiver em 10 considerar 
melhora da PCR. 
Ritmos não chocáveis – Assistolia e AESP 
 
 
Protocolo de linha reta – checar os cabos do ECG, 
modificar a derivação e aumentar o ganho do monitor 
→ manteve linha reta → assistolia 
Qual o fluxo? 
• MASSAGEM CARDIACA EXTERNA + VENTILAÇÃO 
+ Uso apenas da adrenalina (1 mg + 20 ml SF 
levantado o braço de 20-30 segundos) → feita no 
primeiro ciclo 1 / 3/ 5/ 7/ 9/ 11. (ciclos 
alternados) 
• Avaliação das causas mais frequentes de PCR em 
ritmo não chocável (12 causas) 
São 12 causas 
Regra dos Hs 
• Hipovolemia 
• Hipoxia 
• H+ (acidose) 
• Hipo/ hipercalemia 
• Hipoglicemia 
• Hipotermia 
Regra dos Ts 
• Tensão pneumotórax 
• Tamponamento 
• Toxinas 
• Trombose (coronária) 
• Trombose (pulmonar) 
• Trauma

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