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41 Jordana Oliveira e Fernanda Clara | Turma XX | Medicina UERN ANESTESIOLOGIA Aula 07 - BLS e ATLS SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) Definição: conjunto de medidas que podem ser iniciadas por qualquer pessoa treinada fora do ambiente hospitalar com a finalidade de prestar o primeiro atendimento até a chegada do SAV. Objetivo: reduzir as mortes evitáveis, aumentar assim a sobrevida e diminuir as sequelas das vítimas de PCR. As suas ações encadeiam-se como elos de uma corrente: Reconhecimento da parada cardiorrespiratória (PCR), Contato com o sistema de emergência (SAMU 192), Início da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e Uso do desfibrilador externo automático (DEA), assim que possível. As manobras adotadas abrangem a desobstrução das vias aéreas, ventilação e circulação artificial. Principal objetivo: evitar a deterioração miocárdica e cerebral, mantendo a pressão de perfusão cerebral ou pressão de perfusão coronária por meio das compressões com intuito de restabelecer um retorno de circulação espontâneo e manter os tecidos oxigenados até a chegada do atendimento especializado. PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA Definição: cessação da atividade mecânica do coração confirmada pela ausência de sinais de circulação juntamente com falha na mecânica ventilatória. Pode ocorrer em 4 ritmos cardíacos: fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, atividade elétrica sem pulso e assistolia Fibrilação ventricular (FV) é um ritmo cardíaco acelerado (não conseguimos observar QRS, onda P), que se inicia nas câmaras inferiores do coração → coração não bombeia adequadamente. Taquicardia ventricular (TV) se caracteriza por um QRS alargado, com ritmo maior de 100 bpm. Atividade elétrica sem pulso possui atividade elétrica organizada no traçado, mas sem intensidade o suficiente para gerar uma contração efetiva para perfusão e a geração de pulso. Assistolia: atividade elétrica cessou ou está em um nível tão baixo que não foi captado pelo eletrocardiógrafo. Os ritmos chocáveis pelo DEA são TV e FV! As principais causas reversíveis da PCR são os chamados 6H e 6T: Hipovolemia Tamponamento cardíaco Hipóxia Tromboembolismo pulmonar H+ (acidose metabólica) Trombose de coronária Hipotermia Tensão - pneumotórax hipertensivo Hipocalemia/ hipercalemia Tóxico Hipoglicemia* Trauma (não reconhecido)* Diferença entre PCR x IAM PCR: perda súbita da função cardíaca, respiração e consciência de forma inesperada IAM: necrose coagulativa do músculo cardíaco por isquemia e consequente deficiência de nutrientes e oxigênio CADEIAS DE SOBREVIVÊNCIA Intra-hospitalar Extra-hospitalar ATENDIMENTO NA PCR Para garantir um atendimento adequado e eficiente na PCR é necessário montar um sistema integrado de ressuscitação: Os componentes desse sistema de atendimento são: Estrutura: pessoas devidamente treinadas e equipamentos essenciais, Processo: protocolos, políticas e procedimentos Criando um sistema que otimize os desfechos, com sobrevivência, segurança dos pacientes, qualidade e satisfação. Estratégias: criação de sistemas de times de resposta rápida e sistema de times de emergência médica 42 Jordana Oliveira e Fernanda Clara | Turma XX | Medicina UERN REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) CABDE C: circulação → checar responsividade e a respiração da vítima, checar o pulso da vítima, compressões torácicas de alta qualidade, chamar por ajuda. A: abordagem das vias áreas; B: boa respiração → iniciar ventilação; D: déficit neurológico → avaliação neurológica. E: exposição. DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO- DEA Conceito: equipamento portátil destinado a reverter a parada cardiorrespiratória através da detecção de ritmos chocáveis. Objetivo: fazer com que o coração retome o ciclo cardíaco normal a partir da aplicação de desfibrilação, ou seja, uma corrente elétrica que para a arritmia. Posicionamento do paciente: em decúbito dorsal sob uma superfície rígida. Como usar o DEA? 1. Identifique a necessidade de socorro 2. Ligue o DEA 3. Posicione os eletrodos 4. Conecte os eletrodos ao DEA 5. O DEA fará a avaliação do paciente e informará a necessidade do choque ou não 6. Aplique (ou não) o choque 7. Caso o aparelho não indique choque, mantenha a massagem cardíaca até a chegada do socorro. Obs.: Crianças de 1 a 8 anos: utilize o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de carga. Se o kit DEA possuir somente pás de adulto, pode ser necessária a aplicação de uma pá anteriormente (sobre o esterno) e outra posteriormente (entre as escápulas), para que as pás não se sobreponham. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA CARDIOVASCULAR (ATLS) ATENDIMENTO DA PCR Avaliação Primária (BLS): manobras para reconhecimento da PCR e Suporte hemodinâmico e respiratório através da RCP. Avaliação Secundária (ACLS): aplicação de manobras, utilização de dispositivos invasivos de via aérea, estabelecimento de acesso venoso, utilização de medicamentos, desfibrilações elétricas, estabilização do paciente após a reversão da PCR. MANOBRAS DE SUPORTE AVANÇADO DE VIDA O suporte avançado de vida é descrito como o uso adicional de equipamentos utilizados no suporte básico de vida. Identificar o ritmo por monitor cardíaco Finalidade prática: poupar tempo durante o procedimento e desfibrilação precoce em ritmo chocável. Ritmos de ECG de pacientes em parada cardíaca Chocáveis → des ibrilação precoce. 80% dos casos. Fibrilação ventricular (FV) Taquicardia ventricular sem pulso (TVsp) Não chocáveis → RCP imediata. Não há indicação para desfibrilação! Assistolia e Atividade elétrica sem pulso (AESP) RITMOS CHOCÁVEIS E NÃO-CHOCÁVEIS 43 Jordana Oliveira e Fernanda Clara | Turma XX | Medicina UERN Fibrilação ventricular: contração incoordenada do miocárdio, resultando na ineficiência total do coração em manter um bombeamento de volume sanguíneo adequado. Esta arritmia se caracteriza pela ausência de qualquer atividade elétrica organizada. No traçado não é visível a onda P nem complexo QRS, ou onda T. Taquicardia ventricular sem pulso: sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares. FC > 100 bpm. O ritmo pode ser regular ou irregular. Torna-se difícil reconhecer as ondas P no traçado. Os complexos QRS são precoces, alargados. Atividade elétrica sem pulso (AESP): existe atividade elétrica, mas não há produção de contração miocárdica. Assistolia: não se observa atividade ventricular ou menor/igual a 6 complexos por minuto. CAUSAS REVERSÍVEIS DA PCR CHOQUE Cuidados prévios na administração do choque Realizar RCP enquanto prepara o desfibrilador; Expor o tórax e remover possíveis adesivos ou pomadas; Verificar quantidade de pelos no tórax (em caso de grande quantidade, realizar rápida tricotomia); Correto posicionamento das pás ou almofadas descartáveis; Se pá manual, uso de gel condutor e pressão adequada sobre elas; Se almofadas descartáveis, avaliar a presença do gel aderido; Remover fontes suplementares de oxigênio; Afastar-se no momento do choque. Pás: fixar uma pá no lado superior direito do tórax, à direita do esterno, abaixo da clavícula e a pá esquerda abaixo e à esquerda do mamilo em direção a axila esquerda. Em crianças pequenas coloca-se uma no tórax e outra nas costas. As pás jamais podem se tocar. PASSO A PASSO 1. Preparar o desfibrilador; 2. Verificar presença de ritmo chocável; 3. Distribuir o gel condutor pelas pás (boa quantidade); 4. Posicioná-las corretamente; 5. Carregar o desfibrilador Se monofásico: 360J; Se bifásico: maior carga eficaz recomendada pelo fabricante, a fim de evitar choques sequenciais; 6. Afastar-se do leito/paciente: Observar 360° se todos, inclusive você, estão afastadosdo paciente, cama ou qualquer equipamento conectado a ele. 7. Desfibrilação; 8. Reassumir as compressões torácicas e a ventilação imediatamente após o choque; 9. Verificar ritmo após 5 ciclos ou 2 minutos; 10. Em caso de não reversão da PCR, providenciar: acesso venoso, drogas vasoativas e via aérea avançada. VIAS DE ACESSO Intravenoso (IV): acesso venoso periférico pode (e deve) ser utilizado durante a RCP, a menos que já possua um acesso central. Central: pode causar complicações e interrupções durante a punção; Periférico: rápida punção, não necessita interromper a RCP. Dica: erguer o membro por 10-20 segundos. Intraóssea (IO): Permite a administração de drogas e fluidos de forma segura e efetiva durante a RCP, caso a via IV não esteja disponível. Melhor absorção e controle de dose. Pode ser utilizado por indivíduos de todas as idades, ideal para crianças. Todo medicamento que puder ser administrado via IV pode ser via IO com segurança! Via Endotraqueal (ET). VIA AÉREA - BÁSICA Dispensa instrumentos e não é invasiva. O objetivo da manobra é: posicionar corretamente as estruturas anatômicas das vias aéreas do paciente para abri-las para a passagem de ar, evitando que a língua obstrua a via aérea de pacientes, principalmente aqueles que estão inconscientes. Importante: analisar a posição da língua, obstruções e roncos. Na realização da manobra deve-se levar em consideração possíveis traumas da medula, pela manipulação da cervical, além de eventuais obstruções das vias aéreas por objetos estranhos, especialmente em situações de trauma. Nesses casos, ocorre a retirada manual do objeto obstrutivo (caso na cavidade oral). 44 Jordana Oliveira e Fernanda Clara | Turma XX | Medicina UERN Manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo (head tilt/chin lift): elevação da mandíbula e hiperextensão da coluna cervical; pacientes sem suspeita de lesão na coluna. O socorrista coloca sua mão na testa da vítima, inclinando a cabeça para trás; com os dedos indicador e médio da outra mão posicionada abaixo do mento (queixo), eleva a mandíbula, e com o dedo polegar traciona o mento para baixo, mantendo a boca aberta. Manobra de elevação e tração da mandíbula (jaw thrust): anteriorização da mandíbula sem hiperextensão do pescoço. Usada quando há paciente inconsciente e suspeita de lesão cervical. O socorrista posiciona-se atrás da cabeça da vítima, apoia suas mãos em ambos os lados da face, posicionando seus dedos indicador, médio e anular abaixo do ângulo da mandíbula, empurrando-a para frente e para cima sem hiperextender o pescoço; com os polegares promove a abertura da boca. Mantendo-se a VA aberta, deve-se verificar a presença de respiração espontânea na vítima. Caso se perceba a presença da ventilação no paciente, cabe apenas a checagem de pulso a cada 2 minutos e o posicionamento da vítima em posição de recuperação (decúbito lateral, mantendo via aérea aberta) até a chegada do sistema de emergência. Caso não se identifique o movimento respiratório, a vítima realmente encontra-se em parada respiratória. DISPOSITIVOS QUE AUXILIAM NA MANUTENÇÃO DAS VIAS AÉREAS ABERTAS Cânula orofaríngea (cânula de Guedel): Indicações para sua inserção incluem pacientes não reativos e que não possuem reflexo faríngeo. Dispositivo plástico em forma de J. Tamanho da cânula oral: determinado colocando-se o dispositivo ao lado da face do paciente e selecionando uma cânula que se estenda do canto da boca até a ponta do lóbulo da orelha ou ao ângulo da mandíbula. Cânula nasofaríngea: tubo de plástico macio sem balão, desenhada para manter a língua fora da porção posterior da garganta. Tamanho da cânula nasal: determinado colocando- se o dispositivo ao lado da face do paciente e selecionando uma cânula que se estende desde a ponta do nariz até o ângulo da mandíbula, ou até o lóbulo da orelha. VIA AÉREA - AVANÇADA Seleção do dispositivo de via avançada Vias aéreas avançadas incluem: Combitube esôfago-traqueal; Tubo laríngeo; Máscara laríngea (ML); Tubo endotraqueal; Deve-se escolher a que o profissional tiver maior experiência. Mas dar preferência para a intubação orotraqueal (IOT) que é definitiva. INTUBAÇÃO TRAQUEAL Definição: A intubação traqueal diz respeito à inserção de um tubo na luz da traqueia e pode ser feito por via nasal, oral ou com abertura da traqueia → nasotraqueal, orotraqueal, transtraqueal Permite assistência ventilatória e proteção das vias aéreas em diversas situações. É utilizado em anestesias gerais, mas nos casos de anestesias locais ou regionais os materiais também devem estar disponíveis e a postos. Principais indicações: falha nos mecanismos de controle das vias aéreas; falhas de oxigenação ou ventilação; proteção contra aspiração gástrica. Materiais: laringoscópio, tubo endotraqueal, equipamentos de ventilação, capnógrafo, estetoscópio. Procedimento: 1. Posição olfativa: diz respeito à luxação da mandíbula, extensão cervical e elevação do occipício com coxim de 7 a 10 cm. 2. Laringoscopia: Afastar língua da direita para esquerda, inserir na valécula e fazer tração perpendicular à mandíbula. 3. Inserção do tubo endotraqueal: Pode utilizar-se de fio guia. Bordo proximal do balonete deve ultrapassar cordas vocais. 4. Balonete: deve ser insuflado o suficiente para fazer vedação, mas sem causar lesão ou isquemia da parede traqueal. A introdução excessiva do balonete pode causar intubação brônquica acidental. 5. Confirmação: Visualização do tubo endotraqueal; Visualização do movimento do tórax; 45 Jordana Oliveira e Fernanda Clara | Turma XX | Medicina UERN Ausculta epigástrica (ruído deve ser ausente); Ausculta pulmonar bilateral; Capnógrafo; Radiografia do tórax. Em RCP: uma respiração a cada 5-6 segundos e a tentativa de intubação não deve ultrapassar 30 segundos. MEDICAMENTOS ADMINISTRADOS PELO TUBO ENDOTRAQUEAL (“O NAVEL”) Obs.: fornecer oxigênio extra; atropina foi retirada do protocolo por não ter ação desejada; vasopressina foi retirada para simplificar a conduta; lidocaína é usada com adjuvante, na ausência da amiodarona. SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO DA PCR São os ritmos chocáveis: FV E TV. Ritmos não chocáveis: Assistolia e AESP (Atividade elétrica sem pulso) Acesso IV/IO: Intravenoso e intraósseo - Servem para administração dos fármacos: Epinefrina (Adrenalina - 1mg a cada 3 a 5 min). Amiodarona (Bólus inicial 300 mg e 2ª dose 150 mg). Se esses ritmos persistirem após um ou mais choques são chamados de refratários. Resumo do esquema: Epinefrina após 2º choque (1mg a cada 3 a 5 min), Amiodarona após 3º choque (300 mg como dose inicial e depois 150 mg a cada 3 a 5 min). 46 Jordana Oliveira e Fernanda Clara | Turma XX | Medicina UERN DROGAS VASOPRESSORAS DA PCR Aumentam a perfusão cerebral e coronariana e a pressão de perfusão cerebral durante a ressuscitação. Pode ser: Epinefrina (IV/IO) → (adrenalina - 1 mg a cada 3 a 5 min) Amiodarona (IV/IO) → (Bólus inicial 300 mg e 2ª dose 150 mg) A epinefrina pode ser administrada assim que possível após início de uma PCR por ritmo não chocável. Isso significa que não é necessário esperar nenhum momento em específico para se fazer a primeira dose da medicação. Essa recomendação está baseada em melhores desfechos quando a epinefrina é administrada precocemente na parada. RVS: resistência vascular sistêmica. Precaução: aumenta a demanda miocárdica de oxigênio, não misturar com bicarbonato. DROGAS ANTIARRÍTMICAS AMIODARONA: Indicações para FV e TVSP não responsiva a RCP, desfibrilação e terapêutica vasopressora. Dose inicial: 300 mg EV ou IO. Se necessário, administrar mais uma dose de 150mg EV 3a 5 minutos após a primeira intercalada com o vasopressor. Manutenção após retorno de ritmo com pulso: 1 mg por minuto por 6 horas e 0,5 mg por minuto por mais 18 horas. Não pode ser administrada via tubo endotraqueal! LIDOCAÍNA: Apenas quando a amiodarona não for possível. Indicações: FV e TV sem pulso; Dose inicial:.1,0 a 1,5 mg/kg EV; Se necessário, administrar doses adicionais de 0,5 a 0,75 mg/kg EV com intervalos de 5 a 10 minutos após a primeira; Dose de manutenção após o retorno de ritmo com pulso: Velocidade de 30 a 60 mg / Kg / minuto ou seja (2 a 4 mg / min). SULFATO DE MAGNÉSIO Indicações: TV polimórfica do tipo Torsades de Pointes e hipomagnesemia; Dose deve ser 1 a 2g, diluída em 10 mL de soro glicosado 5%; Uso rotineiro não recomendado na RCP! PROCAINAMIDA Agente antiarrítmico em PCR extra-hospitalar em FV/TVSP refratária à lidocaína. Não se observa benefícios nas taxas de admissão hospitalar com seu uso nesta situação. BETABLOQUEADORES Indicações: Após PCR FV e TV sem pulso; Administração via oral ou EV, Mostrou-se reduzir mortalidade 72h após e em 6 meses a PCR por FV e TVSP. Pode levar à piora hemodinâmica, exacerbar sinais de insuficiência cardíaca e causar arritmias. Recomendações atuais sobre drogas antiarrítmicas Amiodarona ou lidocaína intravenosas são indicadas como medicação de primeira escolha; O sulfato de magnésio, 1 a 2 g por via intravenosa, pode ser administrado em casos suspeitos de hipomagnesemia ou Torsades de Pointes (forma específica de TV polimórfica em pacientes com um intervalo QT longo). O uso precoce de betabloqueadores pode ser considerado em pacientes recuperados de PCR em FV/TVSP ENCERRAMENTO DOS ESFORÇOS DE RESSUSCITAÇÃO Em ambiente EXTRA-HOSPITALAR, até que ocorra uma das seguintes condições: Restauração da circulação e da ventilação espontânea e eficaz; Transferência do tratamento a um profissional médico de emergência; A presença de critérios confiáveis que indiquem morte irreversível do paciente; O socorrista é incapaz de continuar a RCP por estar extenuado ou sob riscos; Se prosseguir com a ressuscitação põe em risco a vida de outras pessoas; Autorização ou protocolo médico para o encerramento da RCP. Em ambiente INTRA-HOSPITALAR, quando o paciente não responder às intervenções de SBV e ACLS. Devem ser consideradas as seguintes condições: Tempo da PCR até primeiro atendimento; Tempo de atendimento da PCR; Doenças comórbidas; Estado Pré-parada; Prognóstico do paciente Assistolia: quando não houve reversão Idade da vítima 47 Jordana Oliveira e Fernanda Clara | Turma XX | Medicina UERN ATENDIMENTO PÓS-PARADA CARDÍACA. Último elo da cadeia adulta de sobrevivência. Objetivo: identificar e tratar causas, minimizar as lesões nos órgãos-alvo, otimizar a função cardiopulmonar e garantir normalizar a perfusão de órgãos vitais. Se necessário, deve-se transferir o paciente para uma UTI ou hospital para o devido tratamento da PCR. Objetivos: Prevenir novas paradas cardiorrespiratórias Definir as condições causantes do problema Minimizar danos aos órgãos e tecidos Definição do prognóstico Otimizar a ventilação e circulação, preservar coração e cérebro tecido/função, e manter os níveis de glicose no sangue recomendadas. Os cuidados também devem ser adaptados para cada paciente: Controle direcionado da temperatura; Otimização da hemodinâmica e ventilação; Intervenção coronariana; Diagnóstico, manejo e prognóstico neurológico. Otimização de hemodinâmica e ventilação: O oxigênio a 100% é aceitável para intervenção precoce, mas não por longos períodos de tempo. Manter a saturação de O2 ≥ 94%; Considere via aérea avançada (IOT) e capnografia; Não hiperventilar; Iniciar em 10 a 12 ventilações/min; Titular PaCO2 de 35 a 40 mmHg; Tratar hipotensão (PAS <90 mmHg) Bolus de fluido IV/IO: solução salina ou ringer lactato Infusão de vasopressor: epinefrina IV, dopamina IV, norepinefrina IV Considere as causas tratáveis reversíveis de PCR (6 “H”s e 6 “T”s) Avaliar ECG de 12 derivações Doses/Detalhes: Bolus IV: 1 a 2 litros de solução salina normal ou Ringer lactato. Se induzir hipotermia, considere fluido a 4° C. Infusão de epinefrina IV: 0,1 a 0,5 mcg/kg por minuto Infusão de dopamina IV: 5 a 10 mcg/kg por minuto Infusão de norepinefrina IV: 0,1 a 0,5 mcg/kg por minuto Otimização de hemodinâmica e ventilação: O oxigênio a 100% é aceitável para intervenção precoce, mas não por longos períodos de tempo. O oxigênio deve ser titulado, de modo que a oximetria de pulso do indivíduo seja superior a 94% para evitar a toxicidade do oxigênio. Não ventile demais para evitar potenciais efeitos hemodinâmicos adversos. Taxas de ventilação de 10 a 12 respirações por minuto para atingir ETCO2 de 35 a 40 mmHg. Fluidos IV e medicamentos vasoativos devem ser titulados para estabilidade hemodinâmica. Tratar causas reversíveis de PCR (6 “H”s e 6 “T”s): (H) Hipovolemia; Hipóxia; H+ (acidose); Hipotermia; Hipo/hipercalemia; Hipoglicemia. (T) Pneumotórax hipertensivo; Tamponamento; Toxinas; Trombose (coronária); Trombose (pulmonar); Trauma (não reconhecido). Controle da Temperatura (Hipotermia Terapêutica): Recomendado para indivíduos comatosos; Manutenção da temperatura entre 32º e 36ºC por pelo menos 24 horas. Intervenção cardíaca de urgência: Avaliação inicial de ECG de 12 eletrodos; Considerar hemodinâmica para tomar decisões de intervenções cardíacas. Outros manejos para atendimento crítico: Manter a glicose sérica entre 140 e 180 mg/dL; Manutenção de normoxia, normocapnia e euglicemia Monitoramento contínuo por eletroencefalograma (EEG): definir o diagnóstico e etiologia da convulsão e início de tratamento Ventilação mecânica protetora dos pulmões Intervenção Coronária Percutânea A intervenção coronária percutânea (ICP) é preferível aos trombolíticos. O indivíduo deve ser levado pelo EMS diretamente a um hospital que realiza ICP. Se o indivíduo for encaminhado a um centro que distribui apenas trombolíticos, ele deve ser transferido para um centro que ofereça ICP, se houver tempo. Cuidados neurológicos: A avaliação neurológica é fundamental, especialmente ao interromper o atendimento (ou seja, morte encefálica) para diminuir as taxas de falso-positivo. A consulta com um especialista deve ser obtida para monitorar os sinais e sintomas neurológicos durante todo o período pós- ressuscitação Considerar hipotermia para pacientes não responsivos; Evitar hipertermia; Limitar sedação e analgesia, se possível; Tratar crises convulsivas. Incorporar exames diagnósticos para neuroprognóstico que deve ser realizado, no mínimo, depois de 72 horas do retorno para monotermia. 48 Jordana Oliveira e Fernanda Clara | Turma XX | Medicina UERN
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