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Clínic� Médic� Lúpu� Eritemat�s� Sistêmic� ● Comprometimento articular ou não ● Alterações sistêmicas trazem mais preocupação do que a lesão da artrite ● Pode haver divisão de Lúpus Eritematoso Sistêmico e Lúpus Cutâneo apenas, mas deve-se ter cuidado, já que o LES pode ter inicialmente sintomas cutâneos ● Lesão em asa de borboleta, sendo uma lesão em face ● Causa desconhecida ● Combinação variável: febre, eritema, alopécia, artrite, pleurite, pericardite, nefrite, anemia, leucopenia (baixa de leucócitos), trombocitopenia (baixa de plaquetas) e doenças do SNC (convulsões, psicoses) ● Pode evoluir com sintomatologia em vários locais ● Períodos de remissão e recaídas agudas e crônicas ● Anormalidades imunes Epidemiologia ● Qualquer idade (+ comum 16 a 55 anos) ● Mais comum em mulheres ● Lúpus neonatal: 3:1 ● 40 a 50 casos por 100000 ● Negros/asiáticos: pouco aumentado Processo imunológico ● Doença complexa em questão imunológica ● Pode trazer alterações em todas as formas de unidade, trazendo alterações em diversas localidades e de formas diferentes ● Em cada local do sistema imune tende a ter lesões em tecidos diferentes, epidérmicos, de colágenos, SNC, etc Diagnóstico ● De 17 critérios, é necessário 4 para fechar diagnóstico ● Deve ter pelo menos um clínico e pelo menos um sorológico ● Outra forma de fazer diagnóstico: Biópsia renal com lesão característica de lúpus + sorologia positiva. Sendo assim, não é necessário nenhum outro critério Critérios clínicos ● Lúpus cutâneo agudo ● Lúpus cutâneo crônico ● Úlceras orais ● Alopécia não cicatricial ● Sinovite ou artralgia envolvendo 2 ou mais articulações ● Serosite: pleurite, derrame pleural, atrito pleural, dor pericárdica, derrame ou atrito pericárdico ● Renal: relação proteína-creatinina urinárias (ou proteinúria de 24 horas) >_ 500 mg de proteína nas 24 horas, ou cilindros hemáticos (solicitar EAS) ● Neurológico: convulsão, psicose, mielite, mononeurite multiplex/neuropatia cranial ou periférica/estado confusional agudo ● Anemia hemolítica ● Leucopenia <4000/mm3 ou linfopenia < 1000/mm3, pelo menos uma vez, na ausência de outra causa conhecida ● Trombocitopenia <100.000/mm3, na ausência de outra causa conhecida Critérios imunológicos ● FAN positivo ● Anti-DNA ● Anti- Sm ● Anticorpos antifosfolipídeos: anticoagulante lúpico, anticardiolipina (IgA, IgG ou IgM) em títulos altos ou antibeta-2-glicoproteína (IgA, IgG ou IgM). Lembrar que pode estar acompanhada da síndrome anti fosforolítica; dosa marcadores para SAF. São marcadores não para o lúpus, mas sim para SAF, porém, se solicitar e vier positivo, deve entrar como critério diagnóstico ● Consumo de complementos (C3, C4, CH50) ● Coombs direto positivo (na ausência de anemia hemolítica); mostra células que estão destruindo as próprias hemácias. Para garantir que venha o resultado correto, é necessário garantir que o paciente não tenha anemia hemolítica → Observa-se úlceras, alopécia não cicatricial, etc Manifestações Renais ● Lesão mais grave? Tipo IV ● Lesão mais comum? Tipo IV ● Indica lesão renal? Anti- DNAdh. É o marcador que direciona ou aumenta a chance de que o paciente tenha lesão renal ● Consome complemento? Sim. É uma nefropatia que tende a consumir complemento ● LES com Síndrome Nefrótica pura e simples? Classe V. Nesse caso não tem sd. nefrítica, apenas a lesão nefrótica Classificação histopatológica da nefrite lúpica ● Nefrite lúpica pode ter qualquer uma das 6 classes, mas a mais comum é a IV LES- Autoanticorpos ● Quais os mais específicos do LES? - 1º anti- SM, 2º anti- DNA nativo ● Quais o mais relacionado a: - Lesão renal? Anti-DNA nativo - Lúpus fármaco-induzido? Anti-Histona. Pensar se o paciente usar algum medicamento com potencial risco para evoluir para tal lúpus - Rash por hipersensibilidade? Anti- Ro; tende a ser um marcador precoce - Lúpus neonatal? Anti-Ro - LES FAN-negativo? Anti-Ro - Psicose lúpica? Anti-P; é um achado possível neurológico. É um marcador que nos direciona para a possibilidade de lesão no SNC, é a proteína acometida por tal sistema - Associação negativa com nefrite lúpica? Anti-La. Fala mais contra, talvez o lúpus não evolua com lesão renal, o que é muito importante. Chance de evoluir é baixa Tratamento ● A base do tratamento é a Hidroxicloroquina ● Corticóide e imunossupressores: corticoide pode ser utilizado em qualquer momento da doença. Se manifestação renal, utiliza-se imunossupressores específicos ● Remédios para manifestações específicas. Exemplo de pomadas para pele ● Mesmo que tenha que utilizar outros medicamentos, mantém a Hidroxicloroquina ● Antimalárico é a classe inicial da Hidroxicloroquina Princípios gerais ● O tratamento deve ser individualizado, especialistas e generalistas devem trabalhar juntos e o envolvimento ativo dos pacientes e seus familiares no plano terapêutico global deve ser enfatizado ● O objetivo terapêutico deve ser alcançar e manter remissão ou baixa atividade de doença desde o diagnóstico e pelo maior tempo possível; isso é semelhante à artrite reumatoide. Há escores que tentam demonstrar qual é a atual atividade da doença ● O tratamento deve incluir foto proteção, diagnóstico e manejo da osteoporose, da doença cardiovascular e da síndrome metabólica, assim como prevenção de infecção, apoio psicológico e planejamento familiar. - Isso faz sentido principalmente em pacientes que já têm lesão cutânea, já que raios UVA e UVB podem ser gatilhos para a doença, tendo ou não lesão cutânea, sendo a fotoproteção necessária. Fator de proteção solar de 50 a 100 tem pouca diferença, logo é melhor orientar o uso do 50, sendo usado 3x/dia - Prevenção de infecção: vacinas - Planejamento familiar: apesar de que a gestação tende a melhorar as doenças autoimunes, várias medicações não podem ser usadas durante a gestação. Logo, deve ser usado algum método anticoncepcional - Apoio psicológico: é uma doença crônica, incurável, logo o paciente precisa ter todo esse apoio para lidar da melhor maneira possível para a doença ● Todos os pacientes com lúpus devem receber AMs, (antimalárico)- hidroxicloroquina, exceto aqueles que recusarem ou que apresentem contraindicações absolutas ao seu uso ● GCs (glicocorticóides), se clinicamente necessários, independente das manifestações de doença do paciente, devem ser prescritos na mínima dose possível e pelo menor período de tempo; usar a menor dose possível, em menor tempo possível, para que haja menor risco de efeito colateral ● Tratamentos adjuntos: protetor solar, vacinação, atividade física, não fumar, controle de peso, controle pressórico, uso de anticoagulantes e anti agregante plaquetário em pacientes que também tem SAF juntamente do lúpus (Marevan) ● Marcadores em relação à escala: - 0: remissão, desde que não esteja tomando corticoide, já que falseia o resultado. Deve estar usando apenas hidroxicloroquina - Até 4, mesmo usando corticoide, juntamente da Hidroxicloroquina, considera-se baixa atividade ● Medicações: - Hidroxicloroquina em todas as possibilidades do paciente - Caso não consiga colocar em remissão, deve-se associar glicocorticóides. A tendência é usar em VO, mas na baixa atividade, pode usar IM - Moderada e severa: Endovenosa - Se não funcionar, deve associar com Hidroxicloroquina, isto é, mantê-la e associar outras medicações - Azatioprina é a terceira opção, devendo imunossuprimir o paciente, se não tiver funcionado com Hidroxicloroquina apenas, adiciona MTX/AZA - Verde: tem maior nível de evidência - Belimumabe: medicação do moderado ao refratário. Nesse sentido, é a primeira opção. Associa hidroxicloroquina e corticoide também - Moderada e severo: MMF (micofenolato de mofetil) - Ciclofosfamida: possibilidade na severa, como primeira linha e refratária - Rituximabe: última escolha Tratamentos ● Complicações de glicocorticóides/imunomoduladores: aumento de pressão, aumento de peso; são contra insulínicos, logo dificultam a ação da insulina e aumentam a ação do glucagon ● Deve-se comprovar que o pacientenão tem tuberculose antes de iniciar a medicação ● HCQ 5 mg/kg/dia- avaliação da retina; referenciar ao oftalmo. A lesão retiniana é dependente de dose. Quanto mais tempo usa, mais chance de ter, tempo um tempo para suspender a medicação ● Doses de GC depende da gravidade da complicação ● Pulsoterapia metilprednisolona 250-1000 mg por dia 1 a 3 dias e depois modificar para oral. Corticoide menor dose e menor tempo possível. Depois de 5-7 dias de uso, deve-se retirar de forma gradual ● Dose alvo GC 7,5 mg/dia de prednisona ou equivalente ● Lesões de pele podem se incluir agentes tópicos (GC, Tacrolimo, HCQ em pomada ou gel) Apresentações específicas para as manifestações ● Manifestações músculo-esqueléticas: - Terapia padrão: glicocorticóides e Hidroxicloroquina ● Manifestações cutâneas: - Terapia padrão isolada antes de adicionar outros imunossupressores - Se a doença permanecer ativa após terapia padrão, adicionar MTX, AZA, MMF, CsA, CICLO ou belimumabe ● Terapia de indução- Nefrite ligada ao lúpus - Terapia padrão - Pode-se usar outros imunomoduladores, o que é melhor do que usar só glicocorticóides de maneira isolada ● Terapia de manutenção- Nefrite ligada ao lupus - MMF ou AZA sobre CICLO - Possibilidade de manter outro medicamento que não seja só a Hidroxicloroquina ● Manifestações cardíacas- pericardite aguda - Terapia padrão + colchicina (muito usada para artrite gotosa) - Pode usar outro AINE ou belimumabe ● Manifestações pulmonares- hemorragia alveolar difusa - GC intravenoso mais CICLO e/ou Ig intravenosa e/ou PF ou RTX sobre GCs isolados - Quando pleurite, o tratamento é muito parecido com a pericardite. Mas o glicocorticoide na hemorragia se faz necessário, sendo usada a pulsoterapia, mantém em casa o corticoide ● Manifestação neuropsiquiátrica - Associa, além dos glicocorticóides, a ciclosporina; ou glicocorticóides isolados ou glicocorticoides mais rituximabe - Ao melhorar, volta para a terapia padrão e acompanha o paciente para saber se não terão outros quadros de psicose ● Manifestações hematológicas - Para anemia hemolítica aguda grave ligada ao lúpus: Altas doses de GCs. Se anemia com risco de vida ou anemia hemolítica permanece ativa, pensa-se em rituximabe associado - Para trombocitopenia: altas doses de GCs se estiver abaixo de 30.000. Se o tratamento de primeira linha falhar ou for necessário realizar uma cirurgia, pensa-se em IgIV (imunoglobulina endovenosa) com ou sem glicocorticóide ou Rituximabe mais GCs ● Em pacientes adultos com lúpus com SAF e doença tromboembólica venosa - Anticoagulação prolongada; preferência por Varfarina (Marevan), o RNI deve estar entre 2 e 3 ● Em mulheres com lúpus grávidas com APS obstétrica e perdas recorrentes na gravidez - Mantém a anticoagulação, mas deve-se trocar para enoxaparina ou baixo peso molecular Pesquisar sobre a prescrição de lúpus e artrose: o que é necessário para conseguir a medicação via secretaria estadual O que é FAN? ● O fator antinúcleo (FAN) é um exame utilizado como rastreio para presença de autoanticorpos nos casos de suspeita de doenças autoimunes Como é feito o exame? ● É feito por meio da coleta de sangue e ele, por si só, não é determinante. O exame apoia o diagnóstico do especialista e seu resultado depende do contexto clínico O que significa diferentes titulações? ● Indica a última diluição do soro do paciente em que ainda são detectados anticorpos ● Quanto maior a diluição, maior a quantidade de anticorpos presentes Qual a importância clínica das apresentações no FAN? ● Refletem a ligação de anticorpos a certas estruturas nucleares ● Pontilhado fino: reatividade contra SSA ● Pontilhado grosso: reatividade contra RNP