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COMPOSIÇÃO E PROJETO GRÁFICO
Unidade II
Composição: sentir a mensagem, criar as formas e entender os elementos de construção 
para a comunicação visual
[...] existe uma correspondência entre a ordem que o projetista escolhe para 
distribuir os elementos de sua composição e os padrões de organização, 
desenvolvidos pelo sistema nervoso. Estas organizações, originárias da 
estrutura cerebral são, pois, espontâneas, não arbitrárias, independentemente 
de nossa vontade e de qualquer aprendizado.
Caetano Fraccaroli
Fraccaroli, em seu livro A Percepção da Forma e sua Relação com o Fenômeno Artístico, define a 
base do desenvolvimento sobre a composição, a forma de distribuição, seus padrões e organização. A 
partir desta unidade vamos desvendar as funções cerebrais, a utilização e o significado dos elementos 
que envolvem o processo de entendimento da mensagem, interpretação das formas, tipografia, cor, 
imagem e todos os códigos que apresentam a comunicação visual. Também buscaremos entender os 
elementos, formas, o reconhecimento do espaço, nomenclaturas, teorias das cores, classificação dos 
tipos e a informação que será aplicada.
De que forma iremos distribuir toda esta informação e a melhor maneira de atrair e agradar a 
atenção do espectador? Como e onde usar as teorias e conceitos que envolvem a comunicação visual 
para distribuir e atingir este desafio? Iremos reconhecer os diferentes tipos de materiais utilizados 
para cada tipo de arte e projeto a ser executado, e descobrir os meios que serão os propositores desta 
comunicação e das artes visuais.
Iniciaremos o estudo dos principais elementos que envolvem a comunicação: as formas, a imagem, 
as cores e os tipos.
Identificaremos as finalidades das figuras que conhecemos e como, a partir das formas básicas do 
círculo, do quadrado e do triângulo, conseguimos todas as outras formas, geométricas e orgânicas, que 
iremos utilizar em nosso projeto.
Compreenderemos os três principais elementos que formam a comunicação visual como a Imagem, 
a cor e os tipos, e como esses elementos agem de forma estrutural ou emocional nos receptores e 
emissores das mensagens.
Estudaremos a imagem como poderosa ferramenta de comunicação e sua ajuda na construção 
da mensagem, sozinha ou acompanhada do texto, finalizando toda a informação. Descobriremos o 
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Unidade II
aparecimento da imagem, sua evolução na história da arte e como a imagem é utilizada nos meios de 
comunicação de massa.
Desvendaremos os conceitos que envolvem a cor, sua harmonia, psicodinâmica, a aplicação nos 
projetos e sua configuração cromática. Veremos a função da cor como provocadora das emoções, 
transformadora estética e ajudante no complemento da comunicação.
Entenderemos os tipos e a construção dos caracteres, a criação, os contornos que cercam as letras, 
sua utilização nos diferentes meios de comunicação e como irão compor toda a informação visual e 
textual. Estudar as diferenças entre tipologia e tipografia e sua classificação por desenho e períodos na 
história do homem.
5 PERCEPÇÃO E FORMAS
5.1 Percepção: trabalhar os sentidos para uma comunicação eficiente
Primeiro vamos estudar quais são os principais elementos envolvidos na elaboração de um projeto 
visual, ou, por exemplo, em um projeto de mídia impressa com o estudo da forma, tipografia, cor e 
imagem.
Analisaremos os mais diversos meios de expressão artística e de comunicação, como o desenho, 
pintura, mosaico, escultura, fotografia e o audiovisual, e os elementos envolvidos para a sua construção; 
além de aprender e estudar o desenvolvimento de projetos editoriais como a revista, jornal, livro ou os 
projetos promocionais como a criação de marcas, brindes e anúncios publicitários ou a criação e projeto 
de produtos e embalagens.
Ao iniciarmos um processo de criação, primeiro precisamos das informações que cercam este projeto, 
como seu objetivo, público‑alvo, sua função, valores envolvidos, materiais, reprodução e onde e como 
será utilizado. Depois, a análise da concorrência, pesquisas de referências, aplicação de materiais e 
tecnologia.
Devemos tomar cuidado com a escolha das cores, a textura que vamos produzir, o tom com 
a sua variação de luz e sombra, as proporções relativas do grande e do pequeno e todos os 
elementos que interagem na produção deste projeto. Uma das partes mais importantes dessa 
criação é saber qual vai ser o seu verdadeiro significado. A somatória de todos os elementos que 
envolvem a construção é seu significado. Para decifrar este significado devemos ter atenção na 
composição do projeto, no objetivo de sua criação e na absorção e entendimento dessa criação 
pela percepção visual.
Além dessa percepção visual, que será a mais utilizada em nosso curso de Artes Visuais, 
devemos estar atentos aos exercícios de outros sentidos, como a da audição, paladar, o tato e 
o olfato. Temos também a percepção temporal e a percepção espacial. Juntamente com a visão, 
estes sete tipos de percepção englobam todos os sentidos que recebemos e fazem parte das 
funções cerebrais.
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COMPOSIÇÃO E PROJETO GRÁFICO
 Observação
Se o curso é de Artes Visuais, por que devemos entender os outros 
sentidos?
Gomes Filho cita, em seu livro Gestalt do Objeto, um trecho da obra 
de Donis Dondis: “[...] captamos a informação visual de muitas maneiras. 
As forças perceptivas e cinestésicas de natureza fisiológica são vitais 
para o processo visual. Nossa maneira de permanecer de pé, de nos 
movermos, assim como de reagir à luz, à escuridão ou aos movimentos 
bruscos, são fatores importantes para o nosso modo de perceber e 
interpretar mensagens visuais. Todas essas respostas são naturais e 
atuam sem esforços; não temos de estudá‑las e nem aprender a dá‑las 
(GOMES, 2010, p. 10)”.
Explorar todos os sentidos amplia nossa compreensão acerca das 
informações, podemos perceber sinais escondidos e entender melhor a 
mensagem. A abrangência sensorial também é aplicada na publicidade ou 
nos meios de comunicação visual, explorando além da percepção visual os 
outros tipos de percepção.
5.1.1 A aplicação de todos os sentidos para a comunicação visual
Para refletir melhor nesta questão, faço a análise da evolução das campanhas publicitárias em 
revistas, os catálogos impressos e a sua comunicação. Um dos exemplos vem dos anúncios de perfumes 
que são colocados em revistas. Você já notou, nessas campanhas de perfumes, uma lapela que quando é 
puxada exala o cheiro do perfume? A utilização das tintas com cheiros, para os trabalhos de impressão, 
veio para aguçar a percepção e fortalecer a comunicação. No caso das campanhas publicitárias, servem 
para aumentar a sedução entorno deste perfume. Nesta ação, o leitor estará experimentando, além da 
percepção visual, outro tipo de percepção, a olfativa.
Outro exemplo é o dos catálogos de produtos, ou as capas das revistas, que usam a textura para 
representar tipos diversos de materiais. Ou seja, em um catálogo de bolsas, usa‑se no processo de 
acabamento de impressão, a tinta a base de polímeros que é aplicada em cima destas bolsas. O polímero 
é um material plástico, feito com PVC e tinta, que aumenta o volume da tinta e forma uma textura onde 
é colocado. No caso das bolsas, trabalha‑se, além da percepção visual, a percepção tátil. A comunicação 
será reforçada através destas duas sensações. O receptor, ou leitor, passará a mão para sentir a textura 
do couro das bolsas.
Vamos entender melhor o que é a percepção.
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Unidade II
 Lembrete
A percepção é uma função que atribui significado a estímulos sensoriais, 
ou seja, através das sensações provocadas em nossa mentepelos cinco 
sentidos, o cérebro vai trabalhar para perceber estas sensações, buscar o 
entendimento e registrar o seu significado.
Em outras palavras, é a aquisição, seleção, organização e interpretação das informações obtidas 
pelos sentidos. O que não é exercido pelos cinco sentidos, não é percebido, portanto, a comunicação ou 
interpretação, não será estabelecida. A forma de perceber as coisas é diferente para cada pessoa.
Toda interpretação é baseada nas ações e comportamentos das pessoas e como elas sentem a realidade. 
Por exemplo, muitas vezes o que acontece na realidade não é exatamente o que essas pessoas estão 
entendendo ou interpretando. Tomamos como exemplo o déjà vu, ou termo francês que significa “já visto”. 
Representa as reações psicológicas das pessoas em um determinado lugar, com outras pessoas ou ações. A 
visão é acionada e faz com que sejam transmitidas ideias de que já estivemos naquele lugar antes, ou que 
tenha visto aquelas mesmas pessoas, ou na ação de ler um livro, ou de fazer um movimento.
A explicação pode vir de alguns estudos em torno da memória.
Os psicólogos defendem que é uma ação do cérebro para sentir de novo as sensações boas que nossa 
memória guardou. Ou seja, o cérebro guardou certos sinais parecidos com os novos, e parece que você 
já viu, fez ou sentiu aquilo antes.
Para os cientistas, o fato ocorre porque há vários tipos de memórias. A memória imediata, a memória de 
curto prazo e a memória de longo prazo. Todas estas memórias são acionadas por comandos cerebrais de 
cada pessoa. A memória imediata faz você lembrar na hora de algo que acabou de acontecer e depois você 
esquece. A memória de curto prazo faz com que o cérebro guarde as informações recentes, na memória, 
por dias ou semanas, como em um comercial de televisão que você assistiu. E na memória de longo prazo, 
você determina e guarda por meses ou anos a informação, como no estudo das disciplinas nas escolas. 
Uma falha no cérebro faz com que guardemos alguns contatos nos lugares errados. Em vez de guardar na 
memória imediata, de lembrar imediatamente e depois esquecer, o cérebro guarda na memória de longo 
prazo. Quando isto acorre, ele resgata sinais parecidos na memória de longo prazo, para aquilo que você 
está experimentando pela primeira vez, e fica parecendo que você já viu, fez ou sentiu anteriormente.
5.1.2 As influências e os tipos de percepção
A percepção sofre duas influências para intensificar sua construção e interpretação e é baseada em 
relação ao indivíduo; são as influências externas e internas.
A influência externa: envolve as ações fora do corpo, motivam e variam em sua intensidade, 
contraste e movimento. Na intensidade a percepção é sentida de forma mais forte ou mais fraca, quando 
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COMPOSIÇÃO E PROJETO GRÁFICO
se está muito quente ou frio, ou se está muito claro ou escuro. No contraste esta alteração se dá na 
oposição das sensações, por exemplo, se todos estão vestindo branco e há apenas um de vermelho ou 
se em uma cesta de frutas apenas uma está estragada. E no movimento, a percepção varia de acordo 
com a ação ou passividade, ou, tomando como exemplo, os alunos que estiverem sentados e apenas um 
andando pela sala.
A influência interna: envolve as ações dentro do corpo, motivam e variam em sua motivação, 
experiência e cultura. Na motivação a percepção é sentida através de seu estado emocional, ou se você 
está triste, alegre, calmo ou nervoso. Com a experiência, sua percepção é afetada de acordo com as 
experiências vivenciadas durante a vida de cada um, no dia a dia, no ambiente, nas relações, do nascer 
até morrer. Na cultura, cada pessoa vai em busca do conhecimento, no estudo, na leitura, na ida ao 
teatro, no cinema... Quanto mais culta for a pessoa, melhor será sua interpretação através da percepção.
Tipos de percepção
A percepção está dividida em sete tipos. A soma de todos os tipos de percepção resulta em toda a 
informação que recebemos em nosso cérebro e memória. A memória é um grande arquivo que guarda 
todas as experiências que temos na vida. Podemos relacionar a memória com um gigantesco HD 
de computador, onde buscamos as informações para dar significados aos estímulos e contatos que 
sofremos. A partir dos significados e da interpretação de todos os sinais recebidos é que vamos traduzir 
a informação, racionalizar, compreender e nos emocionar. Os tipos de percepção são: visual, auditiva, 
olfativa, gustativa, tátil, temporal e a espacial.
• Visual: este tipo de percepção é a principal, e a mais utilizada, ferramenta em nosso curso de 
Artes Visuais. É através deste órgão de visão, ou os olhos, que podemos entender as formas e 
suas características, determinar os tamanhos relativos de formas, como o grande e o pequeno, 
explorar os planos e sua profundidade, trabalhar a perspectiva, transformar as formas através do 
volume adquirido pela luz e sombra e, a partir de duas dimensões, formar figuras e formas em 
três dimensões. Sentir a intensidade da luz com o claro ou escuro e, por fim, entender as cores, 
descobrindo quais são as cores quentes ou as frias, o cromático, o acromático e o monocromático 
e sua atração, psicodinâmica, harmonia, comunicação e funções.
• Auditiva: é pelos ouvidos que percebemos o som. As características sonoras variam de acordo com 
sua produção; como a alteração de timbres, como o grave e o agudo, ou a altura associada com a 
frequência sonora. Ou seja, quanto maior for a frequência, mais alto e agudo será o som e, quanto 
menor for a frequência mais baixo e grave será o som. Além disto, a intensidade relacionada com 
o volume, ou, quanto mais intenso, mais alto será o som e, quanto menos intenso, mais baixo será. 
Podemos distinguir também o canto do monólogo com o entendimento do ritmo que esse som 
é produzido e a facilidade, ou não, da compreensão desse som, dependendo de sua localização 
auditiva. Quanto mais perto, mais fácil o entendimento do som e, quanto mais longe, menor o 
entendimento.
• Olfativa: através do nariz, que é o órgão de percepção que define o cheiro, podemos discriminar os 
odores com suas diferenças e efeitos. Pelo olfato conseguimos entender as sensações propagadas 
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pelo ar. Quando sentimos o cheiro, desenvolvemos relações com experiências vividas, ou se este 
cheiro é agradável ou não. A associação é feita por lembranças, ou memórias olfativas que temos 
desde criança. O cheiro dos perfumes e fragrâncias, das flores, das frutas frescas, do mato ou da 
madeira nos traz sensações agradáveis. Já o cheiro da decomposição da carne, ou carniça, da fruta 
podre e de todo material orgânico estragado nos traz lembranças desagradáveis. Alguns odores 
podem trazer sensações boas para alguns ou sensações ruins para outros, como, por exemplo, o 
cheiro do fumo ou cigarro. Já o alcance olfativo determina se este cheiro será forte ou fraco.
• Gustativa: é pela boca que sentimos o sabor. Através deste órgão perceptivo, mais precisamente 
a língua ou as papilas gustativas, é que sensações relacionadas com o azedo ou amargo são 
acionados. No séc. XIX teorias defendiam que o gosto doce ou salgado é acentuado pela localização 
em determinadas partes da língua. Por exemplo, na ponta da língua sentimos melhor o doce e 
na parte inferior, perto da garganta, sente melhor o amargo. Hoje, sabe‑se que, em toda a região 
lingual, sensores percebem todos os sabores que experimentamos.
• Tátil: este tipo de percepção abrange toda a extensão do corpo. Algumas áreas são mais 
sensíveis que outras, isto quer dizer que o tato não é uniforme para o corpo todo. Por exemplo, 
nas mãos costuma‑se ter mais sensibilidade que nos pés. Mas, há pessoas com um elevado 
grau de sensibilidade na região da planta dos pés, onde sentem muitas cócegas. Na percepção 
tátil distinguimos o tamanho dos objetos, seo objeto é grande ou pequeno, arredondado ou 
pontiagudo, com textura ou liso, macio ou duro, áspero ou não. Também é através do tato que 
percebemos a temperatura dos elementos, se o fogo é quente ou se o gelo é frio e, juntamente 
com o sistema neurosensorial, definimos a dor e o prazer.
• Percepção temporal: a relação com o tempo é a principal característica deste tipo de sensação 
perceptiva. A duração do tempo e o som, por exemplo, definem se a comunicação será longa ou 
breve. Um grito de socorro, alto e breve, faz uma comunicação imediata. Já o discurso, com uma 
longa duração, exige mais atenção para entender sua a comunicação. A produção de ritmos é 
outra característica deste tipo de percepção, como a música e suas diferenças. O ritmo define 
as categorias musicais, se ela será mais agitada como o samba ou mais calma como a erudita. 
A ordem temporal e sua simultaneidade exprimem as sensações conjuntas do tempo e a ação. 
Para entendermos melhor, vamos explorar o olfato e como o cheiro vai se acentuando de acordo 
com o tempo que ficamos em contato com ele e a proximidade do local da emissão deste cheiro. 
Outra relação com a percepção temporal é com o movimento. O tempo que levamos para 
perceber um movimento e entender uma informação. Por exemplo, em uma aula de dança, para 
aprendermos um passo, temos que treinar com movimentos lentos e depois incorporar ao ritmo 
com movimentos mais rápidos. Outro exemplo, o movimento do ar ou o vento, que é invisível, é 
percebido com a visão das nuvens em movimento, ou mesmo, sentindo na pele, no balançar dos 
cabelos e das roupas. A intensidade deste movimento vai definir se o vento é fraco ou muito forte, 
como na presença de uma tempestade ou tornado.
• Percepção espacial: neste tipo de percepção, o espaço, a dimensão ou o tamanho de 
uma área servem de referências para a exploração sensorial. Para entendermos melhor, 
precisamos compreender o ambiente em que nos encontramos ou que estamos observando. 
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COMPOSIÇÃO E PROJETO GRÁFICO
O reconhecimento do espaço é importante para medir a distância dos objetos, seres vivos ou 
fenômenos. Por exemplo, se um objeto está perto, ele vai parecer maior, mais nítido e vamos 
conseguir perceber melhor seus detalhes. Se este objeto estiver longe, ele vai parecer menor, 
vamos perceber menos detalhes e ele ficará mais embaçado. Em relação ao fenômeno gasoso 
e sua condensação, como no caso das nuvens, esta relação é inversa. Ou seja, quando a nuvem 
está longe podemos definir sua forma, quando ela está bem perto, conseguimos identificar 
apenas uma neblina esbranquiçada. Esta diferença de informação muda o entendimento da 
comunicação em relação à percepção espacial. Outro exemplo vem do tamanho relativo das 
formas dos objetos, seres vivos ou fenômenos em uma determinada área. Esta associação é feita 
a partir da visão e do posicionamento das “coisas”. A relação da profundidade, proximidade e 
planos definem os tamanhos relativos. Por exemplo, sabemos que uma estrutura de um prédio é 
maior que uma pessoa. Mas se esta pessoa estiver perto de nós e o prédio longe, ela vai parecer 
maior que o prédio. Esta ilusão de ótica é bastante explorada em tomadas fotográficas em que 
observamos fotos de pessoas “segurando” a Torre de Pisa, para que ela não caia, ou apoiando 
as Pirâmides do Egito na palma de sua mão.
 Observação
Para a percepção da dor são acionados três subtipos perceptivos: os 
receptores mecânicos de altolimiar, que detectam a pressão; os receptores 
mecanotermais de baixolimiar, que detectam a pressão e o calor; e os 
receptores polimodais, que detectam a pressão, o calor e os fatores químicos.
5.1.3 Os tipos de configuração e a Escola de Gestalt
Para começar a elaboração de um projeto, devemos saber que tipo de configuração será desenvolvida. 
Ou seja, saber se o projeto vai ser de uma fotografia ou desenho, feitos em papel ou digital, ou a 
produção de um vídeo com imagens e sons, ou mesmo de uma revista ou embalagem que envolve vários 
elementos como o texto, tipografia, fotografia, ilustração, gráficos, cores e materiais para impressão.
A partir daí, podemos categorizar a composição por duas vertentes:
• A configuração real: que é a retratação da realidade e a busca do naturalismo. Ela é construída por 
meio de registros reais ou figurativos e analógicos ou digitais. Temos como exemplos a fotografia, 
ilustrações, desenho, gravura, pintura, estatuária, mosaico, monumentos e outros produtos.
• A configuração esquemática: que se dá por intermédio de representação do conceito de 
esqueleto estrutural, geométrico ou orgânico e que junta vários elementos visuais para formar 
outra imagem. Como exemplo de composição estrutural, temos o envolvimento do texto, da cor e 
da imagem, como nas páginas diagramadas de uma revista, na estrutura de uma embalagem ou 
mesmo na criação de uma arte contemporânea de instalação, mesclando vários elementos como 
o som, a imagem e o ambiente.
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Unidade II
Figura 7 – Reprodução de capa da revista Stuff Brasil (2010)
A Escola de Gestalt
Outra parte fundamental para o exercício da construção que envolve a composição é estudar a 
estrutura cerebral e descobrir como a principal parte do corpo funciona e comanda todo o resto. O 
sistema de interpretação e da percepção são baseados no entendimento das partes separadas em 
função da compreensão do todo. Para esclarecer melhor, vamos nos aprofundar nas pesquisas e estudos 
da Escola de Gestalt.
A palavra Gestalt, de origem alemã, não tem um significado exato. Seu estudo é formado na análise 
e entendimento das partes fragmentadas, ou separadas, e a busca da integração destas partes em 
oposição à soma do todo, ou seja, o cérebro percebe o todo, porém, organiza as partes de maneira 
particular e individualizada a cada pessoa.
Vamos entender melhor, o cérebro recebe as informações e vai separando de acordo com o 
conhecimento e experiência de cada um. Esta maneira particular é como cada indivíduo recebe as 
informações, a todo instante, de forma diferente uns dos outros. Estas experiências sofrem influências 
externas e internas e pode mudar o sentido das coisas.
Em síntese, a teoria da Gestalt estuda o motivo pelo qual algumas formas agradam mais do que 
outras.
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COMPOSIÇÃO E PROJETO GRÁFICO
 Lembrete
Gomes Filho (2000) esclarece que os estudos e pesquisas realizados pela 
Escola de Gestalt caminham no campo da Psicologia Perceptual da Forma. 
Analisar a forma é o ponto de partida de nosso estudo.
O entendimento da Teoria de Gestalt será a base para o desenvolvimento de qualquer projeto, seja 
em uma peça industrial, arte gráfica, arquitetura, escultura, pintura, fotografia, desenho ou qualquer 
manifestação visual que venha a ser construída. A principal utilização será pela estrutura, seu equilíbrio, 
sua harmonia e pela pregnância com sua clareza de comunicação visual.
Para Gomes Filho, a Escola de Gestalt é um estudo desenvolvido na Escola de Psicologia Experimental, 
onde explica que o movimento gestaltista age no âmbito da forma, atingindo com eficiência os 
atributos da percepção, linguagem, inteligência, memória, experiências, aprendizagem, motivação e 
comportamento social. A Teoria de Gestalt nos responde o porquê de umas formas agradarem mais que 
outras. A maneira de perceber o objeto vai em oposição ao subjetivismo, uma vez que a Psicologia da 
Forma se apoia no sistema nervoso para explicar a relação de sujeito e objeto.
Por isso o termo Gestalt, que é o nome dado ao movimento, significa a integração das partes em 
oposição à soma do todo.
A Escola de Gestalt definiu algumas leis para ajudar na estruturação das formas e distribuição da 
informação. A partir dessas leis, podemos entendere integrar todas as partes para um só entendimento. 
Partindo deste princípio e da organização das partes, podemos entender melhor a comunicação e atingir 
a maioria dos espectadores.
Leis de Gestalt:
• Unidade: um único elemento ou parte de um todo.
• Segregação: separar, identificar, evidenciar ou destacar unidades formais de um todo.
• Unificação: igualdade ou semelhança dos estímulos. Ocorre quando há harmonia, equilíbrio e 
coerência.
• Fechamento: obtida pela continuidade da estrutura. Não é, necessariamente, um fechamento 
físico.
• Continuidade: impressão visual ou como as partes se organizam formando uma fluidez visual.
• Proximidade: elementos óticos próximos uns dos outros tendem a ser vistos juntos.
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Unidade II
• Semelhança: a igualdade de forma e de cor. Agrupamentos de partes semelhantes.
• Pregnância: Lei Básica da Percepção Visual. Equilíbrio, clareza, unificação visual de leitura e 
interpretação. Mínimo de complicação na organização dos elementos.
• Alto grau de pregnância: simples, limpo e direto.
• Baixo grau de pregnância: complicado, poluído e confuso.
5.2 Formas: a criação das formas geométricas e orgânicas
No livro Princípios da Forma e Desenho, Wucius Wong esclarece que os elementos conceituais não 
são visíveis e envolvem também o ponto, a linha ou plano em diferentes situações. Mesmo não existindo 
estes elementos em um traçado real, podem parecer estar presentes. Vamos dar um pequeno exemplo: 
a linha que divide o horizonte entre o céu e o mar ou o sol como único ponto no céu sem nuvens são 
linha e ponto, conceituais. São reais como elementos da natureza o céu, o mar e o sol que também 
existem. O que não existe de forma real, ou visível, ou não foi desenhado com uma finalidade específica 
é o ponto e a linha, são a representação da linha na divisão das duas partes e a representação do ponto 
como único elemento no espaço.
Esta representação muda de figura quando o ponto, a linha ou o plano se tornam visíveis, aí eles se 
transformam em formas. Exemplos são boas formas de entendimento, então vamos lá: quando pegamos 
um papel para desenhar uma paisagem e traçamos uma divisão na horizontal para pintar o céu e o mar, 
este traçado desenhado no papel se torna forma linha. Ou, quando desenhamos em um outro papel 
apenas um círculo para pintar o sol sobre um fundo todo azul, este desenho do círculo é a representação 
visível da forma ponto.
 Lembrete
E é a partir desta parte, da forma visível teorizada por Wong, que vamos 
expandir nosso estudo.
Os elementos visuais aparecem quando desenhamos um objeto em um papel e podemos ver de fato. 
A partir das linhas que vão representar este objeto visual, aplicamos o formato, tamanho, cor e sua 
textura para completar sua forma.
Vejamos: o formato é qualquer coisa que pode ser vista e identificada pela nossa percepção. 
O tamanho é a relação do pequeno e do grande. A cor vai delimitar o contorno dos objetos, ou 
no sentido amplo, são todas as sensações cromáticas que podemos distinguir, incluindo o preto, 
o branco e suas variações. A textura se refere às características da superfície, ela pode ser simples 
ou rebuscada, lisa ou áspera, mole ou dura e pode trabalhar tanto a percepção visual como a 
percepção tátil.
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5.2.1 Forma ponto e o início da construção da imagem
Podemos começar a analisar a forma enquanto ponto. Quando a forma é reconhecida 
como ponto, ela se torna pequena. Mas isto é relativo, pois, quando colocamos este ponto 
em um espaço pequeno, ele se torna grande. E quando invertemos este processo, ou seja, 
colocamos este ponto em um espaço grande, ele se torna pequeno. Para isto chamamos de 
relação espacial. Seu formato mais comum é do círculo. Mas pode ser quadrado, triangular, 
oval ou com formato irregular. Uma coisa é certa, o ponto precisa ter seu tamanho pequeno e 
seu formato simples.
O ponto é o início de construção de qualquer imagem, ou melhor, é por onde começamos os traçados 
para o desenvolvimento de qualquer estrutura visual, como em um desenho. É a menor parte de uma 
imagem digital, como a fotografia digital ou a ilustração em bitmap, que também podemos chamar de 
pixel. E é também a menor parte de uma impressão, que são todas as imagens impressas em revistas, 
jornais, livros, catálogos e publicidade, que chamaremos de retícula.
José Ramalho, em seu livro Fotografia Digital, esclarece a formação da imagem digital e o pixel:
A resolução de uma imagem digital é expressa por pixels e pontos. Cada 
imagem é composta por uma matriz de pixels em forma de linhas e colunas. 
Num primeiro momento considere que quanto mais pixels, mais nítida será 
a imagem, pois mais detalhes poderão ser gravados.
Um sensor que captura uma imagem com resolução de 1200 pixels de 
largura por 1024 pixels de altura grava 1.228.800 pixels, ou seja, um pouco 
mais de um milhão de pixels, ou um megapixel.
Aumentar o número de megapixels implica obter imagens que podem ser 
ampliadas para dimensões maiores (RAMALHO, 2004, p. 5).
 Saiba mais
Para se aprofundar os estudos sobre a construção da fotografia digital 
e os segredos de impressão da fotografia, além de dicas e truques para se 
tirar fotografias melhores e escolher os equipamentos digitais, a sugestão 
é ler o seguinte livro:
RAMALHO, J. Fotografia digital. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2004.
Raquel Matsushita é diretora de arte e escritora. Em seu livro Fundamentos gráficos para um Design 
Consciente, define a formação da imagem através do processo de impressão gráfica:
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Todos os meios de impressão são feitos por meios de retículas, processo de 
graduação de cores com base em pequenos pontos de tamanho e angulação 
variados, que, ao serem observados a olho nu, criam a ilusão óptica de um 
tom contínuo.
A variação de pontos de retícula acontece de 1% a 99%, passando por meio‑tons, 
que dão contraste e profundidade às imagens. Quanto menor a porcentagem da 
retícula, menores serão os pontos e mais longe estarão uns aos outros. Quando 
a porcentagem alcança 100%, significa que os pontos de retícula encontram‑se 
grudados uns nos outros e a imagem tornou‑se “chapada”.
Existem diferentes tipos: AM (Amplitude Modification). Há também a 
retícula FM (Fraquency Modulated), também conhecida por estocástica. 
E, por último, as retículas híbridas XM (Cross Modulated), processo pelo 
qual as retículas de ponto e estocástica são utilizadas simultaneamente 
(MATSUSHITA, 2011, p. 251‑252).
 Saiba mais
Para se aprofundar os estudos sobre a concepção de uma ideia, 
composição, variação e evolução do desenho tipográfico, construção da 
imagem impressa, retícula e lineatura, leia o livro a seguir:
MATSUSHITA, R. Fundamentos para um design consciente. São Paulo: 
Musa, 2011.
5.2.2 Forma linha e a base da estruturação dos projetos
Wucius Wong menciona que a forma enquanto linha é reconhecida por duas razões: sua largura, que 
é bem fina, e seu comprimento, que é grande. Sua aparência pode ser reta, curva, quebrada, irregular ou 
manuscrita. Geralmente a linha é representada como fininha, mas a espessura como fina ou pequena é 
relativa. Existem três aspectos que devem ser considerados:
• O formato geral da linha tem relação com a sua aparência ou, como disse antes, se esta linha é 
reta, curva, quebrada, irregular ou feitas à mão.
• O corpo da linha tem largura e seu corpo está contido entre duas bordas. Os formatos destas duas 
bordas e a relação entre elas vão determinar a estrutura deste corpo. Normalmente as bordas são 
lisas e paralelas, mas podem aparecer onduladas, irregulares ou afiladas.
• As extremidades podem ser insignificantes quando a linha é muito fina, mas, se for mais grossa, 
podem ser quadradas,redondas ou pontiagudas.
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Uma linha também pode ser um ponto em movimento ou “a história do movimento de um ponto”. 
Ou seja, quando um ponto se movimenta o seu rastro constrói uma linha imaginária. Imaginem um 
avião voando no céu ou o movimento de um pássaro. Quando colocamos vários pontos bem próximos 
numa sequência regular, também construímos uma linha. Portanto, uma linha também é a sequência de 
vários pontos, ou a união de dois pontos em um espaço.
A linha também é o elemento fundamental na execução da diagramação de uma página de revista, 
jornal ou livro, serve como base de criação e estrutura de um projeto de arquitetura e é parte fundamental 
do design de produto e embalagem.
As linhas definem o desenho, determinam a função, estilo e linguagem dos produtos e marcam sua 
personalidade. Na construção de um edifício, as linhas determinam se a arquitetura, por exemplo, será 
clássica, bizantina ou gótica. Um exemplo vem da arquitetura futurista e contemporânea da cidade de 
Brasília, capital do Brasil. O arquiteto Oscar Niemeyer quebrou o mistério das formas, buscando, nas 
linhas retas, curvas e ortogonais, seu significado. Abriu outro caminho, ao se inspirar nas curvas das 
montanhas e das mulheres para montar sua arquitetura. Em sua busca pela criatividade e originalidade, 
achou o novo e saiu da monotonia das arquiteturas convencionais.
Nas embalagens e produtos, as linhas marcam e personificam suas formas. Os formatos arredondados, 
retos ou na união dos dois tipos de linhas emocionam e mostram a função de cada projeto. Outro 
exemplo vem da indústria automobilística, com seus carros e a evolução do design de automóveis. 
Vamos analisar os desenhos de três carros que foram projetados, desenvolvidos e fabricados numa 
mesma região, na Itália. Os carros da Ferrari, Lamborghini e Maserati. O desenho dos carros da Ferrari 
misturam, no geral, as linhas retas e curvas; já o desenho dos carros da Lamborghini têm na maioria de 
suas linhas as retas; e no carro da Maserati suas linhas são predominantes curvas. Cada um com seu 
estilo e linguagens próprias, marcando, definindo e assinando sua identidade por anos.
Figura 8 – Ferrari 430
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Figura 9 – Lamborghini Gallardo police car
Figura 10 – Maserati Automobile Blue Sport
5.2.3 Forma plano e as figuras geométricas básicas e orgânicas
A forma enquanto plano se refere às figuras bidimensionais que não são reconhecíveis como o ponto 
ou a linha. A forma plana tem uma infinidade de formatos e se classificam em formas planas geométricas, 
orgânicas, retilíneas, irregulares, feitas à mão e acidentais. Enquanto os formatos orgânicos são mais fáceis 
de serem adaptados às formas naturais, que são representações da natureza, os formatos abstratos criados 
pelo homem, têm a geometria como base de construção, fazendo‑se uso de linhas retas e círculos.
Segundo Wong, as formas geométricas são construídas por meio de cálculos matemáticos e são 
representadas pelas três principais figuras geométricas básicas: quadrado, triângulo, círculo ou a junção 
destes.
Um formato geométrico depende de meios mecânicos de construção. 
Linhas retas têm de ser desenhadas com o auxílio de réguas, círculos e arcos 
com compasso. A nitidez e precisão devem prevalecer. Todos os indícios de 
movimentos da mão ou de uso dos instrumentos devem ser eliminados ao 
máximo.
[...]
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Um círculo é estabelecido por um centro fixo e um raio. Após ter sido 
desenhado, apenas a circunferência é visível. Descrito como um formato 
linear, o círculo é uma linha contínua que encerra espaço. Esta linha contínua 
também pode adquirir espessura e separa os espaços que circundam dentro 
e fora dela mesma e não possui angulosidade nem direção.
[...]
Quando duas linhas se encontram, formam um ângulo. Ângulos são medidos 
em graus e os ângulos de 30, 45, 60, 90 e 120 graus são considerados ângulos 
regulares (WONG, 2010, p. 150‑161).
Quando juntamos quatro linhas iguais com ângulos de 90 graus, formamos o quadrado. Já na junção 
de três linhas iguais com ângulos de 60 graus, formamos o triângulo. Portanto, somados ao círculo, o 
quadrado e o triângulo, temos as três figuras básicas geométricas. Através das junções e modificações 
destas três figuras, construímos todas as formas que conhecemos.
Para o estudo da simbologia destas três figuras podemos fazer várias associações. Esses estudos 
variam desde a relação das formas com o emocional, relação com os elementos da natureza, como estes 
elementos nos afetam e até a relação dessas figuras com a estrutura física das arquiteturas antigas.
Vamos lá, o quadrado simboliza solidez, sobriedade, resistência, caráter e o masculino. Podemos 
associar esta relação e interpretação com a arquitetura romana antiga. Com a base estrutural mostrando 
elementos quadrangulares e retangulares, a arquitetura romana determina, em seu significado, a 
representação do Império Romano que era o mais poderoso em sua época. As características gerais 
da arquitetura romana vinham da busca do útil imediato e o senso de realismo, da grandeza material, 
realçando a ideia de força, energia, do sentimento de superioridade e predomínio do caráter sobre a 
beleza. Na construção das formas, em geral, quanto mais retas forem essas linhas, mais irão agradar o 
público masculino. A relação com as linhas retas também está associada às linhas do corpo do homem. 
Um exemplo de utilização do quadrado é a marca do Banco Itaú.
O círculo representa a infinitude, totalidade, calidez, romantismo e proteção. Podemos fazer esta 
associação com os elementos da natureza, a rotação da terra, o sistema solar, que agem de forma 
circular num movimento constate e infinito. A calidez, sensação de calor, está associada ao dia e ao sol 
por sua forma redonda. Já o romantismo e o mistério fazem esta relação com a lua. E a proteção é a 
relação da evolução da vida, ou a nossa lembrança do ventre materno e a gestação de cada indivíduo. 
Como representação da graça e da beleza, o círculo remete ao feminino. Na construção das formas, 
em geral, quanto mais curvas forem estas linhas, mais irão agradar ao público feminino. A relação com 
as linhas circulares também está associada às linhas do corpo do mulher. A exemplo de utilização do 
círculo, verificamos a marca de telefonia Claro.
O triângulo representa tensão, ação e conflito. Por conta das diagonais, a associação está diretamente 
relacionada com nosso senso de equilíbrio. Desde que começamos a andar, nosso equilíbrio se relaciona 
com a base horizontal, que é o chão, e o ficar de pé, que é o vertical. Tudo que se destoa deste eixo 
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horizonta/vertical causa um estranhamento e é provocador. O triângulo difere em sua posição. Se a 
base maior está para baixo e a ponta para cima, ele representa a estabilidade, direção e verticalidade. 
Com a base maior no eixo horizontal, temos a estabilidade do equilíbrio. As pontas do triângulo também 
representam direção, como a esquerda, direita e para o alto, trazendo a sensação de verticalidade, 
crescimento. Se o triângulo estiver com uma das pontas para baixo e a base maior para cima, representa 
a instabilidade e não mais o equilíbrio. Já a tensão é causada pelas pontas e relaciona‑se com a percepção 
da dor ao nosso corpo. Exemplo de utilização do triângulo é a marca da Leroy Merlin.
 a b c
Figura 11 – Vetorização de marcas do Itaú, Claro e Leroy Merlin
Já as formas planas orgânicas que sugerem curvas livres e fluidez visual são formas irregulares 
limitadas em linhas curvas e retas que não se relacionammatematicamente. Podem ser as formas planas 
feitas a mão por caligrafia sem a ajuda de instrumentos e as formas planas acidentais sem um propósito 
definido e produzido ao acaso. Wong define que:
Um formato orgânico mostra convexidade e concavidade por meio de curvas 
que fluem suavemente. Também inclui pontos de contato entre curvas. Ao se 
fazer uma forma como um formato orgânico, todas as linhas à caneta e as 
pinceladas devem ser controladas para minimizar indícios dos movimentos 
da mão e efeitos reconhecíveis dos instrumentos empregados.
[...]
Formatos orgânicos são formados por curvas que fluem suavemente com 
transições imperceptíveis ou conexões salientes. As curvas em geral são 
feitas à mão, mas algumas vezes são utilizados instrumentos de desenho 
como a curva francesa (régua com vários tipos de curvas para auxiliar 
no desenho), ou curvas flexíveis. Raramente são usadas linhas retas. Um 
formato criado com curvas e linhas retas exibe características geométricas 
assim como orgânicas (WONG, 2010, p. 150‑172).
As outras formas como as retilíneas são limitadas por linhas retas que não se relacionam umas às 
outras matematicamente e fogem das figuras como o círculo, quadrado, triângulo, retângulo, losango 
e trapézio. As formas irregulares também não se relacionam matematicamente umas às outras e são 
limitadas por linhas e curvas, ou a junção das formas retilíneas e geométricas com as linhas curvas. As 
formas feitas à mão, que são manuscritas e caligráficas, não precisam de instrumentos tecnológicos 
como os programas de desenhos por computador para a sua execução e podem misturar linhas retas e 
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curvas, ou apenas uma ou outra. Já a forma acidental é feita com materiais especiais e determinada pelo 
efeito de processos ao acaso ou acidental. Ou seja, quando pingamos em uma folha de papel uma gota 
de café, esta gota, aparentemente redonda, possui arestas em seu contorno, construindo uma forma 
acidental. E é improvável construirmos outra forma acidental igual, de gota de café.
6 IMAGENS, CORES E TIPOS
6.1 Imagem: a evolução das principais linguagens e estilos da história da arte
A partir das junções das todas as formas, como as geométricas, orgânicas, retilíneas, irregulares, 
manuscritas e as produzidas acidentalmente, conseguimos construir qualquer imagem que 
identificamos através do sistema visual.
Para isso faremos uma breve retrospectiva da evolução da imagem na história da civilização e depois 
a utilização da imagem na comunicação.
6.1.1 O nascimento da imagem
A imagem teve início quando o homem começou a comunicar‑se através das formas, quando este 
homem da Pré‑história começou a pensar e entender estas formas marcadas por desenhos, pinturas 
ou gravuras nas paredes das rochas. No início os homens utilizavam as mãos para produzir arte, depois 
começaram a fabricar os próprios instrumentos de pintura, como os pincéis feitos de pelos de animais 
e de penas de aves. Para a pigmentação utilizavam diversos tipos de matérias de origem vegetal, animal 
ou mineral. Por exemplo, o carvão vegetal para a cor preta e o calcário mineral para a cor branca. Como 
tinta usavam sangue, ovo, plantas, pedras coloridas e a banha animal como cola. Além dos desenhos 
e pinturas, produziam também gravuras que eram talhadas nas paredes dos vales onde viviam ou 
passavam.
O sítio de gravuras rupestres da região da Foz do Côa, no norte de Portugal, que foi descoberto 
em 1994, possui um raro e rico acervo considerado hoje Patrimônio Mundial da Humanidade e é o 
maior conjunto de arte rupestre a céu aberto do mundo. O sítio comporta um dos mais importantes 
registros de gravura rupestre da humanidade e possui de 22.000 a 10.000 anos. As gravuras feitas 
na superfície do xisto têm em suas representações animais como a cabra, cavalo, peixes e o auroque, 
espécie de antepassado do boi.
Relato de viagem
Durante minha visitação ao Museu de Arte Rupestre de Foz do Côa, partimos de carro 
e seguimos rumo à cidade de Vila Nova da Fóz do Côa, por aproximadamente uma hora. 
Lá, uma funcionária autorizada pelo sítio nos aguardava. Pegamos outra condução do Vale 
Arqueológico da Foz do Côa, um jeep quatro por quatro, e descemos colina abaixo por mais 
trinta minutos. O caminho era bem seco, íngreme, cheio de pedregulhos e a rota foi feita 
em zigue e zague. Chegando ao vale, conferimos que a entrada é supervisionada por um 
guarda. Era um dia ensolarado e propício para o estudo ao ar livre.
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As paredes de xisto, onde se encontram as gravuras, ficam em um vale a beira de um 
afluente do rio Côa, bem pertinho das águas. A guia da expedição era uma versão feminina 
do Indiana Jones, da série de filmes para o cinema, Caçadores da Arca Perdida. Nossa 
“Indiana Jones”, com seu chapéu castanho e uniforme estilo militar de tom bege, conduziu 
o grupo até as rochas. O grupo era formado por mim, outro brasileiro e três franceses, todos 
estudiosos da comunicação e desbravadores da história, imagem e dos mistérios do homem 
primitivo.
Datadas do Paleolítico Superior, do homem cro‑magnon, gravações nas rochas que impressionam 
pelo domínio da perspectiva e da animação representam animais que eram objetos de caça, como forma 
mística de preservação do alimento. Neste período o homem já tinha uma produção artística, que era a 
representação da vida cotidiana, a caça. Desde esse tempo já se produzia arte para marcar território, se 
comunicar ou para se produzir imagem.
Uma das mais destacadas pesquisadoras de imagem da atualidade, Marie‑José Mondzain afirma que 
a pintura é a mais antiga representação da imagem até a chegada da fotografia. Faz uma análise da 
arte rupestre e a intenção do homem primitivo para marcar e deixar vestígios de sua inteligência. Este 
homem cro‑magnon, aquele que detém o saber e o pensar, foi o primeiro a produzir signos e, a partir 
destes sinais, permitir que fossem vistas e percebidas as manifestações de seu desejo e a possibilidade 
de interpretação de seu pensamento.
A partir desse momento o homem marca na Pré‑história sua entrada para a História. Com o 
espetáculo da arte e diante de sua fraqueza, ele representa a delimitação territorial e marca suas 
necessidades e domínios. Este domínio imaginário é a capacidade de colocar o espaço e o tempo em 
uma época de confusão cronológica.
Para ela, a Paleontologia descobre o homem no momento em que este se faz ver, ao dar a ver aquilo 
que ele quis mostrar‑nos. O nascimento do seu olhar está endereçado ao nosso. Só sabemos alguma 
coisa deste remoto antepassado, porque ele deixou marcas. Traços, gestos da sua tecnicidade, do seu 
engenho, da inteligência no que remeteu. Mas se a Paleontologia nos ensina aquilo que este homem 
sabia fazer, eu proponho fazer e ver aquilo que este homem via. Mais ainda, desejo encenar uma ficção 
verossímil e mostrar que este homem se apresenta aos milênios que o sucederam como um espectador.
Através dos estudos e pesquisas, podemos assim dar voz ao homem ausente e criar uma prosopopeia. 
Nós vemos a intenção através das marcas. Se nós temos a capacidade de produzir imagem, podemos 
receber esta imagem, criando um circuito de comunicação: produzida, codificada e interpretada. Nesse 
momento o homem primitivo transforma‑se em homem moderno, a Pré‑história entra na História e a 
imagem ganha perenidade.
6.1.2 Um passeio pelos movimentos artísticos
Quando o homem consegue o poder de se comunicar através das formas e desenhos, a comunicação 
através das imagens evolui rapidamente. Vamos dar um salto e passear por algumas linguagens que 
utilizaram a imagem como modelo único de linguagem, estilo e representação.
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A arte egípciadeterminou um tipo de arte e imagens únicas. Foi uma das civilizações mais ricas 
e culturalmente avançadas que se formou na História. Dominavam as artes, arquitetura, agronomia, 
engenharia, medicina, alquimia; e sua religião era politeísta, com adoração a vários deuses. Estes deuses 
eram representados pelo Faraó, como o próprio deus na terra, através da imagem de animais e na mistura 
de homens com animais. A civilização egípcia fez parte das grandes civilizações da humanidade. As 
características gerais da pintura são: ausência de três dimensões, ignorância da profundidade, colorido 
a tinta lisa, sem claro‑escuro e sem indicação do relevo, e a Lei da Frontalidade, que determinava que 
o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés 
eram vistos de perfil.
A arte grega determinou alguns padrões que são seguidos até os dias de hoje. A preocupação do 
homem na Grécia Antiga era o gozo pela vida presente. O culto ao corpo, à inteligência e aos padrões 
estéticos. A escultura e a arquitetura grega foram classificadas como arte clássica devido aos rígidos 
esquemas de execução e qualidade. Foi na arte grega que começou a preocupação da proporção do 
corpo humano nas esculturas, a simetria na arquitetura, até conseguir o padrão máximo de beleza já 
atingido pelo homem.
No Bizantino a retratação do cristianismo e a religião marcaram a arte produzida. Um novo tipo de 
arte é desenvolvido nesta época, o mosaico. Diferentemente do mosaico romano, que era para decoração 
das casas nobres, colocados no chão, feitos com cacos de cerâmicas opacas e com desenhos de flores, 
animais e de acontecimentos de guerras e conquistas, os mosaicos bizantinos eram vitrificados para 
ter um brilho mais intenso, com o predomínio da cor dourada como símbolo do maior bem da terra, 
representações de santos e imperadores.
Já na Idade Média, o Renascimento marca o renascer da arte clássica grega. O homem deste 
período preocupa‑se com o individualismo, o iluminismo e o saber. Um artista completo deveria 
navegar por todas as áreas do conhecimento. Ter conhecimento sobre as artes como a escultura, 
arquitetura e pintura, além da engenharia, ciência e anatomia, que eram fundamentais para o 
homem do século XV. A principal característica era o uso da perspectiva, com as leis matemáticas, 
pelas quais os objetos parecem diminuir de tamanho quando se afastam de nós. Também usavam o 
claro‑escuro, como pintar algumas áreas mais iluminadas que outras; e o sombreado para reforçar 
a sugestão de volume dos corpos. Tanto a pintura como a escultura, que antes apareciam quase que 
exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam‑se manifestações independentes. 
Surgem artistas com um estilo pessoal e diferente dos demais, já que o período é marcado pelo 
ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
O impressionismo aplica a ação da luz na natureza em suas pinturas. A pintura trabalha as 
tonalidades que a natureza reflete da luz do sol num determinado momento do dia ou do período 
do ano. As cores naturais mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol em um 
determinado período. É um exercício de, através da pintura, captar o momento, que era exclusividade 
da fotografia. As figuras têm contornos nítidos, pois o desenho deixa de ser o principal foco do quadro, 
e há o interesse na produção da mancha/cor, nas sombras e no tom escuro; o preto jamais é usado em 
uma obra impressionista plena, elas devem ser coloridas, misturando as outras cores, como na forma 
que enxergamos estes tons na realidade.
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Com a criação da primeira imagem fotográfica, todos os artistas pesquisavam no processo de 
perpetuação da imagem fotográfica em um material. Coube a Joseph Nicéphore Nièpce a consagração 
do invento da primeira produção de uma imagem fotográfica e a Louis Jacquès Mandé Daguerre a 
consagração da invenção do primeiro processo fotográfico com êxito, entre 1793 ‑1839, o daguerreotipo.
Com o expressionismo, os artistas buscam inspiração no sentimento e na emoção. Os artistas 
expressionistas caracterizavam suas pinturas em formas exageradas e distorcidas, combinadas com 
linhas simplificadas e cores estridentes, esses artistas sentiam um forte desejo de expressarem seus 
sentimentos e emoções através da dor, angústia, depressão e medo.
O modernismo quebra todos os parâmetros com a arte clássica e busca algo diferente e inovador. 
A arte moderna traz uma nova abordagem artística na qual não mais era importante a representação 
literal de um assunto ou objeto, ou seja, o compromisso com o realismo não importava mais. Todas as 
características da arte clássica, Renascimento e do Neoclássico são modificadas. O objetivo era romper 
com os padrões antigos. Os artistas modernos buscavam constantemente novas formas de expressão 
e, para isto, utilizam recursos como cores vivas, figuras deformadas, geometrismo e cenas sem lógica.
No cubismo, a deformação ganha força e chega a extrapolar em seu significado. Com características 
ilusórias, ausência da perspectiva, sem a preocupação da representação da natureza, utilização dos 
cubos, cones, volumes e planos geométricos entrecortados, reconstroem formas que se apresentam 
simultaneamente de vários ângulos nas telas. O cubismo analítico mostra uma fragmentação total da 
obra que pode ser dividida em partes e não se preocupa com o seu entendimento. Com cores sóbrias, o 
artista produz sua obra na visão total das figuras em todos os seus ângulos. Apoiado na arte conceitual, o 
cubismo analítico atingiu níveis de expressão que muitas vezes interfere na interpretação do observador. 
No cubismo sintético, o artista suavisa esta produção, traz uma gama de cores mais intensas e mostra os 
objetos, às vezes, de apenas um lado. Traz de volta o reconhecimento parcial das formas e utiliza outros 
tipos de materiais em sua concepção, além das tintas, usa papéis, tecidos, metais e plásticos.
O surrealismo é marcado como a expressão dos sonhos, do lúdico, da fantasia e do subconsciente. 
A imagem do movimento surrealista defendeu um mundo onírico, irracional e inconsciente, trazendo 
um sentido de afastamento da realidade consciente. A arte surge como manifestação da imaginação 
de forma livre, sem se importar com o senso crítico nem com a própria crítica acadêmica, o mais 
importante nesta criação é o transporte psíquico. O objetivo é fazer a razão da mente humana perder 
seu controle, penetrando em um mundo fantástico.
Na Pop Art o artista cria sua imagem através da ilusão ótica. A arte ótica, como definimos, é uma 
arte puramente visual. Sem se preocupar com a emoção ou a realidade, age em função da sinestesia 
do espectador com a obra. Nesta interação o espectador recorre à percepção visual para criar a ilusão 
do movimento, mesmo quando ele não existe realmente. Ou seja, em uma pintura a obra parece se 
movimentar mesmo que o observador saiba que ela é estática.
Com a Pop Art a imagem é produzida em relação ao comportamento da sociedade, os meios de 
comunicação de massa e os produtos e personagens de consumo popular. A popularização do meio e a 
sociedade. Representava os elementos mais fortes da cultura popular e a volta a uma arte figurativa, em 
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oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da Segunda Guerra. A 
busca das referências para a realização das obras vinha da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do 
cinema e da publicidade.
A arte contemporânea atual transita pelos diversos meios de comunicação e envolve ao mesmo 
tempo a pintura, escultura, arquitetura, audiovisual e a música. Pode se instalar em vários ambientes 
como uma sala, interagindo com ela, na interferência de um parque com a mudança das formas de umaárvore ou mesmo transformando uma imensa paisagem com o empacotamento de uma ilha.
6.1.3 O uso da imagem na comunicação
Agora que vimos alguns movimentos, linguagens e estilos que cercam a história da arte, vamos 
estudar a utilização da imagem na comunicação, abordando a imagem fotográfica e a ilustração.
Todos os dias, em todos os momentos, somos bombardeados por imagens. Algumas dessas imagens 
fazem parte de nosso contexto e das quais gostamos, mas de outras não. Mas por que somos obrigados 
a ver essas imagens? Esta imposição faz parte de um procedimento voltado para a formação cultural e 
social de um povo. Esta ação prevalece como consenso comum de uma sociedade, determina a ação da 
indústria cultural e a força dos meios de comunicação de massa como as mídias impressas, televisão, 
rádio, internet e o cinema.
A imagem fotográfica é uma das mais poderosas ferramentas de comunicação. Grande parte da 
comunicação voltada para a massa utiliza deste recurso para transmitir sua mensagem e facilitar seu 
entendimento.
Quem não gosta de um filhote de cachorro de um mês? Cachorrinho pequenino, peludinho, macio e 
inofensivo, a maioria vai dizer que gosta. E essa sensação boa tem relação com a infância ou o contato 
com algum cachorrinho em determinada época de sua vida. Mas, por que outros não gostam? Algumas 
das explicações estão associadas à experiência ruim ou a ausência da convivência com o animal. Como 
a comunicação de massa trabalha com o grande público, é a aceitação da maioria que vai definir os 
rumos da mensagem que será produzida. Um exemplo é a embalagem dos papéis higiênicos da Scotty, 
fabricados pela Kimberly‑Clark do Brasil. Junto do produto, ou o rolo do papel higiênico, há a imagem de 
um cachorrinho de um mês aproximadamente. Mas qual é a relação do cachorro com o papel higiênico? 
A sensação de fofura, maciez e bem‑estar que a imagem do cachorro produz no produto. Esta associação 
afetiva e emotiva causa um impacto positivo para o produto e muitas empresas utilizam estes artifícios 
para seduzir e agradar seu público‑alvo.
A fotografia é um processo de captura da luz para produzir uma imagem. Para entendermos melhor basta 
dividir as palavras: foto = luz e grafia = escrita. Portanto, fotografar é escrever com a luz a emoção, a beleza, o 
cotidiano através de uma ótica diversificada. Cada fotógrafo tem sua particularidade para produzir as imagens. 
Pode ser por meio da cor, das sensações, do reconhecimento ou pelas formas da cena a ser capturada.
A imagem, mais especificamente a fotografia, conta uma história, roteiriza os fatos, congela as 
cenas. Desta forma, os códigos oferecidos pela imagem podem levar a uma compreensão e leitura 
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muito mais rápida do que as produzidas somente pelo texto. Temos uma célebre frase que diz que uma 
imagem fala mais que mil palavras. Na verdade, uma imagem é muito mais fácil e rápido de interpretar 
que o texto. Nossa memória e cérebro trabalham com mais eficiência a imagética que a textualidade.
Em uma capa de revista ou jornal é comum utilizar‑se uma imagem fotográfica para reforçar o 
entendimento do texto, ou vice‑versa. Um exemplo é a capa da revista Veja de 04 de junho de 2014, 
em que há a imagem do presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa, com a 
chamada: “E agora, Joaquim?” Naquela semana o presidente do Supremo anunciou sua aposentadoria e 
afastamento do cargo. A imagem ajuda na identificação do texto completando a comunicação.
A escolha da imagem para a capa de uma revista é um trabalho muito importante e fundamental 
para o êxito da publicação. Outra capa, por exemplo, é da revista Vanity Fair, dos Estados Unidos da 
América, que trazia a fotografia de Tom Cruise, Katie Holmes e de sua filha Suri. A capa publicava 
com exclusividade a apresentação da primeira filha do casal. Na composição da imagem temos os dois 
atores olhando para baixo, na direção da filha e a filha olhando para frente, ou melhor, para o leitor. É 
interessante avaliar a posição dos olhares dos três. Se os atores famosos estivessem olhando para frente, 
a atenção dos leitores seria desviada para os atores famosos e não para a filha. Fora este detalhe, o 
contraste das roupas com os rostos também foi proposital. Roupas escuras para contrastar com as peles 
claras e a chamada principal da revista, com a formatação da escrita em ultra light, para não desviar a 
atenção da imagem da filha.
 a b
Figura 12 – Reproduções das capas das revistas Veja (2014) e Vanity Fair (2006)
Outro bom exemplo de utilização da imagem está na campanha do dia dos namorados realizada pela 
empresa BH Shopping. Nesta campanha vemos duas imagens, uma ao lado da outra. Do lado esquerdo 
a fotografia de dois alimentos populares da cultura brasileira, o arroz e o feijão preto. Separados por 
uma linha imaginária na diagonal, estes alimentos exploram a relação do claro e escuro, da relação 
gastronômica e complementação do cardápio na comida brasileira e a relação do feijão com a África e do 
arroz com a Ásia. A composição se completa com a frase no meio da fotografia, escrita: “Vocês fazem um 
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par perfeito”. Do outro lado, à direita, um casal abraçado. De um lado um negro e do outro, uma asiática. 
Na parte inferior, à direita, a assinatura da campanha: “Dia dos namorados. BH Shopping”. Para a análise 
desta campanha vejo alguns pontos bem interessantes, a relação da cultura brasileira com a formação 
do povo brasileiro. Ou seja, a campanha explorou a culinária do Brasil e os imigrantes que chegaram 
para ajudar no desenvolvimento econômico deste país. O par perfeito diz respeito ao arroz e feijão e 
também aos namorados. Ótima utilização da brasilidade, de nossa cultura e das etnias que envolvem o 
povo brasileiro, além da naturalidade do envolvimento entre o negro e o branco. Ótima exploração da 
imagem fotográfica, excelente ideia com bom aproveitamento da criação e registro inteligente para a 
campanha do Dia dos Namorados.
A imagem fotográfica é vista e percebida por um observador que a fragmenta e a reconstrói 
novamente em sua mente, quando esta imagem é remontada adicionam‑se valores, sentimentos, 
conhecimento e cultura ao mesmo tempo. Cada pessoa interpreta essa imagem de uma forma diferente 
e individualizada, porque as experiências são particulares de cada pessoa.
Temos que tomar cuidado na maneira de apresentar essa fotografia, o local onde será mostrada 
essa imagem interfere na interpretação. Por exemplo, se utilizarmos a fotografia de culinária 
na seção de esportes, esta imagem do prato de comida vai trazer um estranhamento à primeira 
instância, pois a imagem mais óbvia seria de um atleta ou de algum tipo de esporte. Claro que 
poderia ser uma matéria sobre alimentação de atletas, mas essa imagem deverá estar associada à 
outra imagem de esporte.
Agora vamos analisar como funciona a fotografia na atualidade, suas especialidades e sua utilização 
nos diferentes meios de comunicação. A fotografia está presente nos mais diversos e modernos processos 
de comunicação.
No jornalismo, a fotografia ajuda a esclarecer os fatos, auxilia no entendimento do texto, leva o 
espectador a viver e participar da notícia. Geralmente está associada em uma pauta predeterminada. 
Antecipadamente, o fotógrafo precisa ter conhecimento sobre o que vai fotografar, onde e quando. Para 
a produção da imagem, em primeiro lugar, o fotógrafo precisa ter uma visão geral e depois estar atento 
a qualquer acontecimento que se passa ao seu redor, sem perder nenhum instante.
A fotografia na propaganda apresenta imagens que são produzidas com o objetivo de seduzir e 
vender um produto, ideia ou conceito. Visando a um forte apelo ao consumo, são oferecidos os mais 
diversos produtos, como sapatos, carros, viagens,cursos, apartamentos, restaurantes, eletrodomésticos 
e roupas, assim como os serviços, como corte e costura, estética, saúde e bem‑estar, línguas, limpeza 
e os trabalhos personalizados. Para a produção dessas fotografias, o fotógrafo precisa passar uma 
comunicação direta, sem a utilização da mensagem subliminar. A mensagem deve ser clara e objetiva, 
para a produção específica em comida, as cores precisam estar saturadas e quentes.
Na área das pesquisas e ciências, a fotografia precisa captar o que nossos olhos não conseguem 
perceber. Para essa produção, o fotógrafo necessita da adaptação de equipamentos apropriados, como 
o uso do microscópio acoplado à câmera para a produção da micrografia ou a aquisição de uma objetiva 
macro para a macrografia. E, em casos bem específicos, a junção da câmera ao telescópio.
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Para a fotografia de documentação será necessário o prévio conhecimento do trabalho a ser realizado. 
Um exemplo é a fotografia de um edifício. Além de registrar toda a estrutura e os detalhes que compõem 
esta estrutura, há a necessidade de registro das plantas, da construção e sua evolução histórica. Já a 
fotografia social envolve a relação do homem com a sociedade. Esta relação se modifica dependendo 
da localização dessa sociedade, sua imposição de regras e suas leis em conjunto do comportamento do 
homem, sua conduta cultural, política e judiciária nessa comunidade.
A fotografia esportiva, na maioria dos casos, requer a produção da imagem em movimento. Há a 
necessidade de entender o tipo de esporte que será registrado para a seleção dos melhores ângulos que 
serão escolhidos ou produzidos. Para a produção, a exploração da imagem requer, em sua captura, o 
congelamento do movimento do esportista em uma determinada ação ou na captura por dinamismo, 
que é o retrato do rastro desta ação ou movimento.
Mas se você apenas quer tirar suas fotografias de maneira despretensiosa, lembre‑se de que 
fotografar é um hobby divertido, trabalha a percepção e a arte visual, e quem fotografa vê o mundo de 
outra maneira, muito mais criativa e inusitada.
Nesta última parte sobre a imagem, vamos rever a história, características e a utilização da 
imagem‑ilustração nos meios de comunicação.
Como vimos anteriormente, o desenho sempre foi uma poderosa ferramenta de comunicação. Antes da 
fotografia a realidade era retratada com pigmentos de cores e traçados de lápis. Na Pré‑história a arte era 
feita a base de pigmentos naturais com representações da vida através do desenho, da pintura e da gravura.
Já no Renascimento novas técnicas foram incorporadas e aprimoradas. O naturalismo em toda sua 
excelência, com o uso do claro e do escuro, representação da profundidade através da perspectiva, 
o esfumaçado e os ideais de proporção e anatomia em relação ao corpo humano. Depois, com o 
modernismo, as artes tomaram outro rumo, e foram construídos novos tipos de expressão artística.
A ilustração, assim como a fotografia, ajuda no entendimento da comunicação, costuma acompanhar 
um texto ou pode aparecer sozinha. Com a evolução dos movimentos artísticos, a ilustração tomou 
força e se fragmentou em diversas categorias e para diferentes públicos.
Mas, afinal, quais são os principais tipos de ilustração?
O cartaz marca o início da propaganda fixada em lugar público. Os primeiros cartazes eram feitos 
apenas com texto sem nenhuma técnica gráfica elaborada ou desenhos. Só a partir da segunda metade 
do século XX, com o início da Revolução Industrial, que ele ganhou modificações relevantes. Com o 
avanço tecnológico e as melhorias na produção gráfica, com novas técnicas de impressão, artistas 
renomados começaram a colaborar com este tipo de trabalho. Jules Chéret, Tolousse‑Lautrec e Alphonse 
Mucha foram alguns ilustradores que contribuíram com os cartazes publicitários.
Os tipos de ilustrações técnica e científica exigem um cuidado maior para a sua construção. O autor 
precisa ter informações e rigor técnico apurado, além de não poder dar margens à criatividade e livre 
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interpretação. O artista não pode alterar as formas, texturas, medidas ou distorcer o assunto que está 
sendo ilustrado, pois há a necessidade de expor aquilo que realmente são. Suas representações variam 
muito e o trabalho pode estar vinculado à botânica, biologia, tecnologia, meio ambiente, história e 
equipamentos.
A ilustração infantil retrata um mundo reconhecível pela criança. É a expressão visual melhor 
recebida e identificada por ela. Por sua proximidade com os traços e referências do universo infantil, 
o artista precisa estar atento à visão da criança, o universo em que vive seus sonhos e fantasias e às 
cores que são identificadas e apreciadas, como o azul, vermelho, laranja, amarelo e verde. A anatomia da 
criança também é outro objeto de atenção e determina sua identificação física. Cabeça grande, tronco e 
membros pequenos, pernas grossas e dedos curtos. Na ilustração juvenil o universo muda de proporção 
e de reconhecimento. O universo juvenil é investigado e aplicado nas ilustrações. As cores ficam mais 
elaboradas e o uso da perspectiva é utilizado. A anatomia acompanha o crescimento do corpo jovem, a 
cabeça diminui de tamanho e o tronco e membros aumentam em sua proporção. Na ilustração adulta 
são explorados outros elementos que envolvem este universo. O sexo, os problemas sociais, a família e a 
profissão são alguns temas expostos neste tipo de ilustração.
As histórias em quadrinhos são ilustrações contadas quadro a quadro, ou seja, um enredo com 
começo, meio e fim. Com este tipo de ilustração, temos a impressão de que estamos assistindo a um filme, 
só que sem som. Para um melhor dinamismo dos quadros e histórias, as expressões, movimentos, luzes, 
sombras e perspectivas precisam ser trabalhadas de maneira que garantam a vida no papel. Outro tipo 
de ilustração, o Storyboard, utiliza um processo parecido com a história em quadrinhos, mas sua função 
é outra. Na publicidade e no cinema os ilustradores fazem uso deste recurso para dar suporte ao diretor 
de um filme sobre a posição dos cenários para a gravação. Ajuda na demonstração e representação das 
cenas e ambientes de um comercial ou filme antes de sua produção final.
A ilustração editorial geralmente complementa o entendimento do texto, em publicações como a 
revista, jornal e livro, este tipo de ilustração ajuda o observador a compreender melhor a mensagem 
descrita em formato textual. Antes da fotografia, era o tipo de imagem utilizada nos primeiros meios de 
comunicação impressa da história, como os livros e jornais. Normalmente, sintetiza uma ideia e serve 
de complemento de compreensão da mensagem para que seja interpretada da maneira mais correta 
possível. Também entra nesta categoria a infografia. Diferentemente da ilustração editorial, a ilustração 
publicitária ajuda na sedução do público e no convencimento da compra de um produto, conceito ou 
ideia. Como características, tende ser mais forte no significado que o texto, a ilustração publicitária deve 
ser objetiva, para transmitir de maneira rápida a informação desejada, a fim de expressar claramente o 
produto ou serviço apresentado ao seu consumidor.
6.2 Cores e tipos: as sensações e emoções na configuração cromática e 
tipográfica
A cor, como a imagem, influencia na emoção, no significado e ajuda na interpretação da mensagem. 
As cores que percebemos são resultados da luz do sol, sem a luz não conseguimos enxergar as cores, 
portanto, na ausência da luz não há cor. Esta luz que vem do Sol, que supostamente é branca, na 
verdade é a soma de três cores irredutíveis, que são o verde, vermelho e o azul. A luz do Sol que vemos é 
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Unidade IIcomposta por sete cores, e elas são visíveis, por exemplo, quando o Sol bate nas gotas de água que caem 
das nuvens. O fenômeno é chamado de arco‑íris.
Além da imagem e da cor vamos estudar também outro elemento importante que trabalha na 
composição e ajuda no posicionamento do texto na comunicação, os tipos. Vamos entender as diferenças 
entre tipologia e tipografia e desvendar as pesquisas e teorias que envolvem a história, a criação, as 
formas dos caracteres e a variação das fontes.
6.2.1 A Teoria e a Psicodinâmica das Cores
As cores que vemos na natureza na realidade são reflexos desta luz em nossos olhos. Ou melhor, 
a luz bate na superfície, algumas cores são absorvidas nesta superfície e outras são refletidas. Estas 
cores refletidas são captadas pelos nossos olhos, ou pela nossa visão, e percebidas pelo cérebro. Esse 
fenômeno de percepção visual nos permite dizer qual a cor da fauna, flora, objetos, homem e ambiente.
A cor é o resultado da sensação provocada pela luz sobre os órgãos da visão, é impossível separar cor 
e luz, pois é a própria luz que pode se decompor em muitas cores.
A “cor luz” é a mistura de cores que aparecem com a luz, já a soma de todas as cores que vêm da luz 
produz o branco. Consequentemente a ausência das cores, ou da luz, produz o preto. Por isso, tanto o 
branco como o preto não são propriamente cores, e sim características da luz.
As cores que vem da luz são produzidas pela soma das cores verde, vermelho e azul. A soma destas 
três cores geram todas as outras cores que conhecemos. Este sistema de soma das cores que vêm da luz 
é chamado de síntese aditiva. Além de encontrarmos estas cores na própria luz do Sol, também vemos 
nos monitores de computador, telas de celulares, na televisão, no cinema e nos produtos eletrônicos em 
geral.
A “cor pigmento” é a mistura de cores que refletem com a luz, já a soma de todas as cores que 
vêm do pigmento produz o preto. Consequentemente a ausência das cores, ou do pigmento, produz o 
branco. Há pigmentos em toda a natureza, como no vermelho das flores, no verde das folhas ou no azul 
dos minerais.
O pigmento pode ser encontrado em várias partes da natureza, como nos vegetais, animais ou 
minerais. Ao extrairmos essas substâncias produzimos todas as cores que são utilizadas para pintar 
ou desenhar algo. Desenvolvidas desde a Pré‑história, o homem evoluiu tecnicamente para produzir 
substratos de tintas e imprimir sua comunicação.
As cores que vêm do pigmento, no sistema de impressão, são produzidas pela soma das cores 
cyan, magenta, yellow e o preto gráfico. A soma destas três cores mais o preto gera todas as 
outras cores que conhecemos. Este sistema de soma das cores que vêm do pigmento é chamado 
de síntese subtrativa. Além de encontrarmos estas cores na própria natureza, também vemos nas 
tintas para impressão de revistas, jornais, livros, catálogos e produtos, nas pinturas de fachadas e 
no tingimento de tecidos.
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Figura 13 – Vetorização de imagens das sínteses aditivas e subtrativas
 Observação
O interessante é que a cor preta, utilizada para impressão, foi produzida 
artificialmente. A cor preta originalmente deveria ser a soma das três cores: 
cyan, magenta e amarelo. Mas gasta‑se muita tinta para produzir o preto, 
todas as vezes que os artistas e gráficos queriam esta cor era muito grande. 
Então surgiu a ideia de produzir a quarta cor para a impressão.
Na formação das cores, tanto na “cor luz” quanto na “cor pigmento”, temos as cores primárias, 
secundárias e terciárias.
As cores primárias são as cores irredutíveis, ou seja, as cores que não são misturadas com nenhuma 
outra. Na “cor luz”, temos o RGB ou o vermelho, verde e azul. E na “cor pigmento”, ou de impressão, 
temos o CMY ou ciano, magenta e o amarelo, mais o K que é o preto gráfico.
As cores secundárias são misturas das cores primárias em máxima quantidade, ou em 100%. A mistura da 
“cor luz” do azul com o verde resulta no ciano, a soma do azul com o vermelho resulta no magenta e a soma 
do vermelho com o verde, resulta na cor amarelo. Se observarmos bem a produção das cores secundárias da 
“cor luz” resulta nas cores primárias da “cor pigmento” CMY ou ciano, magenta e amarelo. Quando somamos 
as cores primárias da “cor pigmento”, o resultado será as cores secundárias RGB, vermelho, verde e azul.
As cores terciárias são todas as misturas das cores primárias e secundárias em porcentagens 
diferentes. A partir da formação das cores primárias, secundárias e terciárias, é criado o disco cromático 
ou roda das cores. É um disco com as doze principais cores‑pigmento e que servem para entender a 
Teoria das Cores. De um lado ficam as cores quentes e do outro, as cores frias.
Agora, vamos estudar a Teoria das Cores: cores complementares, cores analógicas, cores quentes 
e cores frias, harmonia das cores e a psicodinâmica das cores. Raquel Matsushita é diretora de arte e 
escritora. Em seu livro sobre produção gráfica, explica a Teoria das Cores.
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Para Matsushita, as cores complementares são as cores que ficam de lados opostos na roda das cores, 
ou seja, a cor que está em oposição à cor primária é sempre uma cor secundária e complementar a ela.
Por exemplo, o amarelo e o violeta são cores complementares, opostos maiores na roda de cores, 
assim como o verde e o vermelho, o azul e o laranja.
Os opostos apresentam maior contraste entre si. Quando justapostas, as complementares 
intensificam‑se ao máximo. O máximo contraste de cores pode ser utilizado para equilibrar uma página 
ou destacar elementos, mas também pode ser um desastre se usado sem o planejamento adequado 
(MATSUSHITA, 2011, p. 182).
As cores analógicas são as cores que apresentam como base uma mesma cor, portanto fazem parte 
de uma mesma gradação de tons. Tomamos como exemplo as cores que têm como base o amarelo. 
O laranja, ouro, o próprio amarelo, o cobre e o vermelho são derivados da base amarela para as suas 
construções. Estas cores apresentam baixo contraste entre elas e causam uma sensação visual agradável, 
harmônica e uniforme.
Cores quentes Cores frias
Figura 14 – Disco das cores: cores primárias, secundárias e terciárias (cores quentes e frias)
Figura 15 – Disco das cores: cores análogicas
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As cores quentes e as cores frias trabalham de forma diferente no sistema nervoso e emocional 
do espectador, causando vários tipos de sensações. As cores quentes agem em nosso psicológico de 
forma dinâmica e estimulante. Ao olharmos essas cores, sentimos alegria, animação, excitação, paixão e 
entusiasmo, elas aproximam o espectador. Pela grande luminosidade que elas proporcionam aos nossos 
olhos, elas expandem as figuras coloridas e fazem parecer maiores. Podemos associar também as cores 
quentes com algo que conhecemos, como a cor amarela e a relação com o sol, o verão, o laranja com o 
fogo e o vermelho com o sangue. Quando nos lembramos destas experiências através das cores, nosso 
cérebro emite comandos ao sistema nervoso de sensações experimentadas, como a alegria e a excitação, 
assim acelera‑se o batimento cardíaco, eleva‑se a pressão arterial e aumenta‑se nossa temperatura 
corporal.
As cores frias agem em nosso psicológico de forma tranquilizante e relaxante. Ao olharmos estas 
cores, sentimos calma, sono, relaxamento, preguiça e aconchego, afastando o espectador. Pela pouca 
luminosidade que emanam aos nossos olhos, elas diminuem as figuras coloridas e as fazem parecer 
menores. Os batimentos cardíacos são mais devagar, a pressão arterial diminui a nossa temperatura do 
corpo é rebaixada com as cores frias através das relações e experiências do azul com o céu ou a água e 
o

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