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AULA 2 AUTOMAÇÃO E CONTROLE INDUSTRIAL Profª Carla Eduarda Orlando de Moraes de Lara 2 CONVERSA INICIAL Prezados, nesta aula estudaremos os sistemas de controles industriais. Para isto começaremos abordando os sensores, os atuadores e a interfaces, pois são eles que realizam a coleta de dados e executam os comandos dos sistemas de controle. Após entendermos esses conceitos, passaremos ao estudo dos sistemas de controle propriamente, e em seguida, trataremos dos tipos de indústrias e dos tipos de controle empregados. As compreensões desses conceitos agregarão muito ao conhecimento sobre a automação industrial, pois trabalharemos com elementos que compõem os sistemas de automação. Por isso, desejamos que aproveitem os temas e tenham bons estudos. TEMA 1 – SENSORES Todo sistema automatizado precisa realizar medições e coletar dados do processo que este controla, para isso são empregados os sensores. Os sensores são utilizados em sistemas realimentados, ou seja, sistemas que façam medições e utilizem essas como informações a serem trabalhadas pelo controlador, com o objetivo de realizar ações no processo. O sensor pode ser definido como um transdutor que converte um estímulo físico ou uma variável em um sinal mais adequado para o controlador. Esse processo de conversão é responsável por quantificar esta variável em um valor numérico (Groover, 2011). Um exemplo que ilustra tal processo é a conversão de temperatura para um sinal elétrico de tensão com o objetivo de oferecer ao controlador um sinal que ele seja capaz de interpretar. A classificação dos sensores pode ser realizada por meio de várias categorias, porém, focaremos nossos estudos em duas delas. Primeiramente iremos categorizar os sensores quanto ao tipo de sinal que produzem, podendo ser sensores analógicos ou discretos. Os sensores analógicos vão produzir sinais contínuos que podem assumir uma infinidade de valores dentro de uma faixa. Em caso de controladores digitais, os sinais analógicos precisam ser convertidos por meio de conversores analógicos-digitais. Já os sensores discretos produzem saídas que podem assumir um número limitado de valores, e são subdivididos em binários e digitais (Groover, 2011). 3 Antes de estudar a segunda categoria, que é a classificação quanto ao tipo de estímulo que este recebe, analisaremos os tipos de estímulos. Os estímulos podem ser: mecânicos, elétricos, térmicos, magnéticos ou químicos. Para cada categoria de estímulo existem diversos tipos de variáveis físicas que podem ser medidas, para mais informações sobre elas consulte o livro de Groover (2011). Porém, devido à natureza do estímulo classificamos os tipos de sensores. 1.1 Tipos de sensores Existem vários tipos de sensores empregados na indústria, porém nós vamos concentrar nossos estudos nos principais. Caso queira aprofundar seus estudos nos demais tipos de sensores uma boa dica é o livro de Rosário (2005). A seguir são abordados os principais tipos de sensores encontrados tanto na indústria quanto em sistemas automatizados de outras áreas. 1.2.1 Sensores indutivos Esses sensores atuam como sensores de proximidade, e no ambiente industrial, com o objetivo de detectar a presença de peça ou elementos metálicos. Seu princípio de funcionamento consiste em gerar um campo eletromagnético, e quando um material metálico penetra neste campo ocorre uma variação no sinal indicando, portanto, a presença de uma peça. Segundo Seleme (2013), por não haver contato entre o sensor e o elemento, o sensor apresenta uma maior durabilidade e também uma melhor precisão. 1.2.2 Sensores capacitivos Esse tipo de sensor também é empregado para detectar a aproximação de materiais, porém são específicos para detecção de materiais não metálicos, ou seja, podem ser utilizados na detecção de sólidos, líquidos e até mesmo pós. Alguns sensores possuem potenciômetro que permite ajustar a sensibilidade, isto é, se pode regular a distância que ele detectará o objeto. O princípio de funcionamento deste sensor é parecido com o do sensor indutivo, porém, no capacitivo seu comportamento é baseado no capacitor. Sendo assim, entre o sensor e o objeto é formado um campo elétrico, e as variações neste campo são interpretadas como mudanças na posição, fazendo com que o 4 sensor identifique a aproximação dos objetos. Estes sensores são utilizados para controle de nível, e aplicações que envolvam líquidos e elementos não metálicos. 1.2.3 Sensores magnéticos Sensores magnéticos são acionados por meio da presença de um campo magnético oriundo de um ímã permanente. Quando detecta a presença de um campo magnético, o sensor realiza o chaveamento de seus contatos, fornecendo assim um sinal que pode ser empregado em lógicas de comando. Estes sensores são aplicados no posicionamento de pistões, tanto em cilindros hidráulicos quanto em pneumáticos. Também trabalham sem contato com os objetos, evitando desgastes. 1.2.4 Sensores fotoelétricos Também chamados de sensores ópticos, tais sensores se baseiam no princípio de propagação da luz. Sendo assim, o sensor emite um feixe de luz pulsante, o qual é refletido e volta para o receptor. Conforme esse feixe de luz é alterado, o sensor interpreta e então envia um sinal. Possuem boa eficiência na detecção de objetos a maiores distâncias e em altas velocidades, também apresentam diversos tamanhos e uma boa relação entre seu custo e seus benefícios. São bastante empregados não somente na indústria, como também em aplicações prediais, sendo utilizados em portas de elevadores e para acionamento de lâmpadas quando há presença de pessoas no ambiente. 1.2.5 Sensores ultrassônicos Esses dispositivos fazem uso das propriedades do som em alta velocidade para medir a distância entre determinados elementos. Seu princípio de funcionamento consiste em emitir uma onda sonora e avaliar o seu tempo de retorno da onda, ou seja, fazendo as interpretações necessárias para determinar a distância. Suas aplicações na indústria vão desde a detecção da presença de elementos até a medição de distâncias, fazendo com que esses sejam empregados em diversas aplicações, como por exemplo, sensoriamento de obstáculos para robôs. 5 TEMA 2 – ATUADORES E INTEFACES INDUSTRIAIS Segundo Groover (2011), um atuador pode ser definido como um dispositivo que recebe um sinal de comando do controlador, e por meio da compreensão deste sinal executa uma mudança em um determinado parâmetro físico. A mudança, na maioria dos casos, é mecânica, como a alteração de velocidade ou mudança de posição. Podemos então definir um atuador como um transdutor que converte um sinal dado em uma quantidade física para outro tipo. São elementos fundamentais nos sistemas automatizados, pois são eles que executarão todas as ações solicitadas pelo controlador. Neste tema também iremos conhecer as interfaces industriais e suas funcionalidades. 2.1 Tipos de atuadores Os atuadores podem ser classificados em três categorias, sendo estas: elétricos, hidráulicos e pneumáticos. A seguir, exploraremos cada umas destas categorias. 2.1.1 Elétricos Os atuadores elétricos são os mais encontrados na indústria, e entre eles estão os motores elétricos, solenoides e piezelétricos. Os atuadores podem ser tanto lineares, que são aqueles cuja saída é um deslocamento linear, ou rotacionais, os quais são aqueles que a saída é um deslocamento angular. Os motores elétricos são equipamentos que realizam a conversão de energia elétrica em mecânica, sendo que a maioria é do tipo rotativo. Os motores podem ser de corrente contínua (CC), de corrente alternada (CA) e motores de passo. Motores CC: são alimentados por corrente e tensão contínuas. Assim, devido a conveniência da corrente contínua como fonte de energia são utilizados em várias aplicações, além da suarelação torque/velocidade ser atraente. São exemplos destes motores os servomotores; Motores CA: são amplamente utilizados na indústria, devido a tensão fornecida nesses ambientes ser sempre a CA. Podem ser de indução ou síncronos, sendo que a característica comum a ambos é a operação em 6 velocidade constante. A velocidade depende da frequência da potência elétrica de entrada, então para controlar a velocidade é necessário controlar a frequência. Isto pode ser realizado por meio de um inversor de frequência, conforme visto na aula 1; Motores de passo: são motores que fornecem rotação na forma de deslocamentos angulares discretos, os quais chamam-se de passos (Groover, 2011). Cada um dos passos é realizado por meio de um pulso elétrico. Eles são empregados em aplicações que necessitam de posicionamento preciso ou rotação precisa. 2.1.2 Hidráulicos Os atuadores hidráulicos são utilizados em casos em que grande força é necessária, podem ser lineares ou rotativos. Basicamente eles convertem energia hidráulica em mecânica. A energização dos atuadores é feita por meio de fluídos pressurizados, como o óleo. Estes atuadores são capazes de atuar em praticamente todos os setores industriais, sendo que são muito utilizados por indústrias automobilísticas, de papel e celulose. São utilizados para acionar cilindros cuja velocidade de operação depende das características dos fluídos empregados. As vantagens desses atuadores consistem em precisão de operação e agilidade, o que ajuda na produtividade da indústria. Além disso, possuem uma longa vida útil e apresentam um bom custo quando comparados aos seus benefícios. 2.1.3 Pneumáticos Atuadores pneumáticos empregam ar comprido como fonte de energia para propulsão. Além disso, possuem aplicações contrários aos hidráulicos, sendo indicados para operações de forças baixas, devido à pressão do ar comprimido. Seu princípio de funcionamento consiste em converter a energia armazenada do ar comprimido em energia mecânica. Usualmente, se empregam pistões que vão ser acionados pelo ar comprido com o objetivo de executar movimentos lineares ou rotativos. O ar é comprimido por um equipamento chamado compressor de ar. 7 Esses atuadores são classificados em atuadores de ação simples e de dupla ação. Eles serão de ação simples se movimentarem o mecanismo em apenas uma direção, e de ação dupla se movimentarem em dois sentidos. Suas vantagens são inúmeras, entre elas podemos citar o fato de os componentes serem simples e encontrados com facilidade, além de possuir alta durabilidade. A segurança também é uma característica, pois não apresentam riscos de faíscas em ambientes com potencial de explosões. São empregados em indústrias farmacêuticas e alimentícias, pois o ar é livre de substâncias nocivas e menos sujeitos às contaminações. 2.2 Interfaces Industriais Assim como os sistemas industriais evoluíram e se tornaram cada vez mais complexos, a comunicação com as máquinas também precisou evoluir. Neste contexto, foram criadas as interfaces industriais, que nada mais são um dispositivo que permite monitorar e obter informações da produção ou do processo. O uso de ferramentas de interface faz com que o operador tenha mais informação sobre o processo e possa executar ações com maior confiabilidade. Além das funções já mencionadas, as interfaces podem atuar avisando que certas intervenções precisam ser feitas, como troca de ferramentas em algumas máquinas, reposição de material, ou ainda, emitir avisos em caso de alguma anomalia no processo. Um termo como quando se aborda interfaces industriais é a interface homem máquina, comumente chamada de IHM. Estas interfaces podem ser definidas como dispositivos que atuam na interação entre os operadores do processo e a máquina. As IHMs podem ser comparadas com os computadores de uso comum, que tem aplicações industriais. Ainda, são providas de robustez, uma vez que atuam em ambientes que podem apresentar poeiras, temperaturas elevadas ou outras características que computadores comuns não seriam capazes de suportar. Possuem uma linguagem de comunicação simplificada, sendo então, a principal ferramenta que os operadores e supervisores de linha possuem para controlar ou monitorar os processos. 8 TEMA 3 – SISTEMAS DE CONTROLE INDUSTRIAIS Para iniciarmos nossos estudos sobre sistemas de controle industriais, vamos começar definindo alguns termos importantes. Os principais elementos de um sistema de controle são: Variável de saída: é a grandeza que é controlada pelo controlador; Parâmetro de entrada: caracteriza o valor de entrada do controlador, este sinal vai servir de base para a ação de controle; Controlador: é o cérebro do sistema de controle, ele é responsável por realizar todas as ações de controle sobre a planta; Planta: pode ser definida como parte de um equipamento, ou então como um conjunto destes, que realizam alguma operação; Depois de definidos os termos básicos, iniciaremos o estudo da estruturação dos sistemas de controle, os quais podem ser divididos em sistemas de controle em malha aberta e em malha fechada, a seguir serão abordadas ambas topologias. Além da função de controle, os sistemas automatizados podem apresentar outras funções, as quais chamamos de funções avançadas, e também serão abordadas na sequência. 3.1 Sistemas de controle em malha aberta Nos sistemas de controle em malha aberta a saída do sistema não é medida, e em consequência disso, ela não exerce influência sobre o sistema de controle (Ogata, 2010). Ademais, o sistema não executa uma comparação entre o parâmetro de entrada e a saída do sistema. Uma representação dos componentes deste sistema é dada na Figura 1. Figura 1 – Sistema de controle em malha aberta Fonte: Adaptado de Groover, 2011 Neste tipo de controle, as ações do controlador são pré-definidas com base nos parâmetros desejados e se espera que ao final do processo, os objetivos 9 sejam atingidos. Se considerarmos que um atuador sempre pode estar sujeito a algum problema que venha influenciar em seu desempenho, e em consequência disto o mesmo não realizar o processo programado corretamente, este sistema apresenta uma desvantagem pois não se verifica a saída ao final do processo. Por outro lado, uma vantagem deste sistema é que ele é mais simples e normalmente costumam ser mais baratos. Segundo Groover (2011), estes sistemas são adequados para casos em que: as ações que o sistema de controle precisa executar são simples, o atuador possui função bastante confiável e as perturbações que podem influenciar a ação do atuador são muito pequenas, não interferindo significativamente sobre ele. Um exemplo de sistema de controle em malha aberta são os processos de uma máquina de lavar roupas, pois quando se escolhe o ciclo de operação, ela executa as ações, porém a lavadora não verifica se as roupas ficaram limpas ou não após o processo, ela apenas executa as ações pré-definidas e espera que o resultado seja satisfatório. 3.2 Sistemas de controle em malha fechada Esses sistemas de controle também são chamados de sistemas de controle por realimentação, e a sua principal característica é a presença de elementos sensores. A Figura 2 apresenta o diagrama de blocos deste tipo de sistema, no qual é possível perceber que os sensores realizam a medição da variável de saída e fornecem ao controlador um sinal que a representa. Por meio dessa informação, o controlador realiza a comparação entre o parâmetro de entrada e valor medido da variável de saída, permitindo determinar um sinal de erro. Por meio desse sinal de erro, são tomadas medidas corretivas pelo controlador. Portanto, nesse sistema a medição da variável de saída influencia diretamente nas ações do controlador. Figura 2 – Sistema de controle em malha fechadaFonte: Adaptado de Groover, 2011 10 Devido as características já discutidas, podemos considerar que esta topologia é mais precisa, minimizando assim a presença de erros após a finalização do processo. TEMA 4 – INDÚSTRIA DE PROCESSO E INDÚSTRIA DE PRODUÇÃO DISCRETA Neste tema compreenderemos a diferença entre uma indústria de processo e a de produção discreta. Ambas são definidas como conjuntos composto pela indústria e seus processos, porém são categorizadas de acordo com o tipo de produto que produzem. As indústrias de processos são aquelas cujos processos de produção trabalham com montantes de materiais, ou seja, os materiais processados são os líquidos, gases e pós. Nestas indústrias os produtos são contatos por volume, peso e ainda ocorre a necessidade de embalá-los. Os sistemas de gestão destas empresas lidam com rendimento, consumo e qualidade dos produtos. Já as indústrias de produção discreta executam processos que trabalham com quantidades de materiais, e neste tipo de indústrias esses materiais tendem a ser peças e produtos, todos podendo ser contados por unidades. Também é importante ressaltar que estas indústrias normalmente empregam diversas etapas e diferentes operações em sua produção. Por esse motivo exigem reprogramação de máquinas, para executar diferentes funções. Neste contexto, são necessários sistemas de controle que permitam a reprogramação, por isso, é comum usarmos controladores lógicos programáveis, que é o tema da nossa aula 3. Como estas indústrias lidam com a manipulação e produção de matérias diferentes, as operações que elas executam também são diferentes. Operações como reações químicas, destilação, mistura e separação de ingredientes são comuns nas indústrias de processos. Enquanto operações como usinagem, fusão e montagem mecânica são empregadas nas indústrias de produção discreta. A seguir, discutiremos sobre as características das variáveis e parâmetros trabalhados nestas indústrias. 4.1 Variáveis e parâmetros nas duas indústrias Assim como os matérias e operações, os parâmetros e variáveis também mudam de uma indústria para outra. As variáveis podem ser contínuas, também chamadas de analógicas, as quais são comuns na indústria de processo. Já as 11 discretas, que são divididas em: binária e não binárias, são comuns a indústria de produção discreta. A Figura 3 ilustra o comportamento destas variáveis. Figura 3 – Variáveis e parâmetros contínuos e discretos Fonte: Adaptado de Groover, 2011 Discutindo sobre as características dessas variáveis podemos ver que as variáveis contínuas (analógicas) podem assumir infinitos valores dentro de uma faixa. Exemplos dessas variáveis são as grandezas temperatura, vazão, pressão, ou seja, todas as grandezas que apresentam característica para todo instante de tempo medido, e podem assumir diversos valores. Enquanto isso, as variáveis discretas podem assumir apenas alguns certos valores durante um intervalo. Entre as variáveis discretas, as mais comuns são as binárias, as quais são aquelas que podem assumir apenas dois valores, 0 ou 1. Exemplos destas variáveis incluem sinais de sensores fim-de-curso, que indicam aberto ou fechado, e também motor ligado ou desligado. Porém, também existem as variáveis não binárias, que são aquelas que podem assumir mais de dois valores, mas um número finito de valores. Um exemplo deste tipo de variável é a contagem diária de peças produzidas. 12 TEMA 5 – CONTROLE CONTÍNUO E CONTROLE DISCRETO Assim como as variáveis e parâmetros podem assumir características diferentes, as classificando como contínuas ou discretas, os sistemas de controle também são classificados como controle contínuo e controle discreto. Como fica fácil associar, sistemas de controle contínuo trabalham com variáveis e parâmetros contínuos, enquanto os sistemas de controle discreto trabalham com variáveis discretas. Segundo Groover (2011), grande parte das indústrias, tanto de processos quanto de produção discreta, utilizam controle contínuo e controle discreto, porém predominam mais um tipo do que o outro. Por isso, vários controladores industriais são desenvolvidos para lidar com ambos os tipos de variáveis. Outro fato importante é que a maioria dos controladores existentes hoje na indústria são digitais. Logo, para que seja possível trabalhar com sistemas de controle analógicos ocorre a necessidade de amostrar o sinal, transformando em um sinal discreto muito parecido com o analógico. Esse processo de amostragem do sinal é realizado pelos conversores analógicos-digitais. Dando continuidade, abordaremos mais características de cada um destes tipos de controle. 5.1 Controle Contínuo Nos sistemas de controle contínuo o principal objetivo é manter uma variável dentro do nível estabelecido. Usualmente esses sistemas são em malha fechada, ou seja, possuem realimentação, pois é necessário verificar a saída do processo. Os sistemas de controle contínuo podem ser implementados de várias formas, porém concentraremos nossos estudos em três deles, sendo os: regulatórios e preditivos. No controle regulatório o objetivo consiste em manter o desempenho do processo dentro de uma faixa de tolerância aceitável. Para isso a saída é medida e comparada com a variável de entrada. O problema desse controle é que a ação de correção só é realizada depois que a perturbação já influenciou na saída. Enquanto isso, no controle preditivo é feita uma antecipação da perturbação, o que faz com que possam ser tomadas ações para evitar que o resultado final esteja fora das características definidas. 13 5.2 Controle Discreto Nos sistemas de controle discreto as variáveis são modificadas por mudanças, que tem comportamentos discretos e que na maioria dos casos são binários. Usualmente, as mudanças podem ser causadas por dois motivos, sendo ou porque o estado do sistema mudou (mudança por evento), ou ainda porque um período de tempo definido passou (mudança por tempo). As mudanças por evento são realizadas pelo controlador quando algum evento modifica o estado do sistema, por exemplo, um sensor detectou a presença de uma peça que precisa ser conduzida até a usinagem. Outro exemplo pode ser o início ou término de uma operação. Em contrapartida, as mudanças por tempo são realizadas após intervalos de tempo serem contabilizados. Ou seja, o controlador executa alguma ação após certos intervalos de tempo definidos em seu programa de instruções. Exemplos desse tipo de mudança são as operações que envolvam tratamento de calor, ou seja, quando alguma peça precisa ser levada ao forno por determinado tempo. Novamente, também podemos citar o exemplo da máquina de lavar, que executa os processos baseados em intervalos de tempo. Na indústria de produção discreta, o controle discreto é empregado em linhas de montagem, sistemas de transportes, sistemas de montagem automatizados, sistemas de armazenamento automatizados e diversos outros. Já na indústria de processos é utilizado associado ao processamento de lotes de produtos. 14 REFERÊNCIAS FRANCHI, C. M. Acionamentos Elétricos. 4. ed. São Paulo: Érica, 2008. GROOVER, M. Automação industrial e sistemas de manufatura. 3ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. SELEME, R.; SELEM, R. B. Automação da produção: uma abordagem gerencial. Série Administração da Produção. Curitiba: InterSaberes, 2013.