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Profa. Ma. Aline Fogaça UNIDADE II Estudos Disciplinares O Serviço Social e os Espaços Socioeducativos O significado social da profissão só pode ser desvendado em sua inserção na sociedade, ou seja, a análise da profissão, de suas demandas, tarefas e atribuições em si mesmas não permitem desvendar a lógica no interior da qual essas demandas, tarefas e atribuições ganham sentido. É preciso ultrapassar a análise do Serviço Social em si mesmo para situá-lo no contexto de relações mais amplas que constituem a sociedade capitalista. A reprodução das relações sociais é a reprodução de determinado modo de vida, do cotidiano, de valores, de práticas culturais e políticas e do modo como se produzem as ideias nessa sociedade. O significado social do Serviço Social Totalidade Social Relações Capitalistas Ângulos indissociáveis e interdependentes para análise do Serviço Social: como realidade vivida e representada na e pela consciência de seus agentes profissionais e que se expressa pelo discurso teórico e ideológico sobre o exercício profissional; como atividade socialmente determinada pelas circunstâncias sociais objetivas que imprimem certa direção social ao exercício profissional, que independem de sua vontade e/ou da consciência de seus agentes individuais. Serviço Social e totalidade social Analisar o Serviço Social nesta perspectiva permite, em primeiro lugar, apreender as implicações políticas do exercício profissional que se desenvolve no contexto de relações entre classes (YAZBEK, 2009, p. 4). Objetivas: no sentido de considerar os determinantes sócio-históricos do exercício profissional em diferentes conjunturas, levando em consideração as contradições existentes nesse processo e como isso se expressa na vida da população. Subjetivas: no sentido de identificar a forma como o assistente social incorpora em sua consciência o significado de seu trabalho e a direção social que imprime ao seu fazer profissional. O caráter objetivo e subjetivo do Serviço Social Para reflexão A dimensão subjetiva pressupõe, portanto, também destacar visões da vida social e da profissão, considerando, por um lado, as determinações históricas, econômicas, sociais, políticas e culturais sobre o exercício profissional do assistente social e, por outro, o modo como o profissional constrói sua intervenção, atribui-lhe significado, confere-lhe finalidades e uma direção social (YAZBEK, 2009, p. 5). Polarização: o Serviço Social participa tanto do processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto das respostas às necessidades de sobrevivência dos que vivem do trabalho. É possível afirmar o caráter essencialmente político e contraditório da prática profissional, uma vez que ela se explica no âmbito das próprias relações de poder na sociedade. O Serviço Social pode definir estratégias profissionais e políticas no sentido de reforçar os interesses da população com a qual trabalha – este processo depende da construção de um projeto profissional coletivo que oriente as ações dos profissionais em seus diversos campos de trabalho. A dinâmica das contradições na construção sócio-histórica do Serviço Social “O Serviço Social, no processo de reprodução das relações sociais, não se situa unilateralmente como um mecanismo de apoio ao capital, podendo tornar-se um instrumento a serviço dos trabalhadores.” (IAMAMOTTO, 1982, p. 96) O Serviço Social é permeado pela dinâmica contraditória advinda da sociabilidade capitalista. Nesse sentido, adquire um duplo caráter, sendo expresso por: a) Seu caráter de mediador das tensões sociais. b) O atendimento nas políticas sociais contemporâneas. c) Intervenções direcionadas pelas organizações da sociedade civil. d) Um mecanismo de apoio ao capital e um instrumento a serviço da população. e) Um mecanismo apoiado na lógica da racionalidade e neutralidade diante das tensões sociais. Interatividade O Serviço Social é permeado pela dinâmica contraditória advinda da sociabilidade capitalista. Nesse sentido, adquire um duplo caráter, sendo expresso por: a) Seu caráter de mediador das tensões sociais. b) O atendimento nas políticas sociais contemporâneas. c) Intervenções direcionadas pelas organizações da sociedade civil. d) Um mecanismo de apoio ao capital e um instrumento a serviço da população. e) Um mecanismo apoiado na lógica da racionalidade e neutralidade diante das tensões sociais. Resposta Origem da profissão – (década de 1930) foi marcada pelo trato moral da questão social e pela imposição disciplinadora dos indivíduos. Caráter conservador e reformista – o Serviço Social propunha uma ação educativa direcionada às famílias mais empobrecidas numa linha de prevenção aos problemas sociais; As ações socioeducativas eram mediadas pelo senso comum e pelo pensamento conservador. Caráter “técnico-especializado” de suas ações, mas principalmente pelas funções de cunho “educativo”, “moralizador” e “disciplinador”. Serviço Social e a dinâmica de “Coerção e Consenso” – elementos contraditórios. A gênese das ações socioeducativas no Serviço Social Coerção Consenso Movimento de Reconceituação do Serviço Social (meados de 1960 até meados de 1980) – transformações históricas O Movimento de Reconceituação, segundo Iamamoto (2010, p. 205), “é dominado pela contestação ao tradicionalismo profissional, implicou um questionamento global da profissão: de seus fundamentos ideo-teóricos, de suas raízes sociopolíticas, da direção social da prática profissional e de seu modus operandi”, é um processo que busca dar ao Serviço Social uma prática mais eficaz, que busque caminhos em novos fundamentos teórico-metodológicos. Fonte: https://image.slidesharecdn.com/movimentodereconceitu ao2-131013082900-phpapp02/75/movimento-de- reconceituao-do-ss-na-amrica-latina-28- 2048.jpg?cb=1666818130 O movimento de Reconceituação trouxe novos parâmetros na direção social do Serviço Social como profissão. Nesse sentido, houve a contestação do tradicionalismo profissional, implicando em: a) Mudanças consubstanciais no modus operandi da profissão e de sua visão de mundo. b) Intensificação do aparato conservador historicamente inserido à profissão. c) Modelo gerencial funcionalista da ação profissional. d) Ascensão da neutralidade técnico-profissional. e) Revisão dos diagnósticos sociais balizados pelo trato moral da questão social. Interatividade O movimento de Reconceituação trouxe novos parâmetros na direção social do Serviço Social como profissão. Nesse sentido, houve a contestação do tradicionalismo profissional, implicando em: a) Mudanças consubstanciais no modus operandi da profissão e de sua visão de mundo. b) Intensificação do aparato conservador historicamente inserido à profissão. c) Modelo gerencial funcionalista da ação profissional. d) Ascensão da neutralidade técnico-profissional. e) Revisão dos diagnósticos sociais balizados pelo trato moral da questão social. Resposta Transformações internas na profissão pós-Movimento de Reconceituação. A construção do Projeto Ético-político do Serviço Social. Tendências do mundo do trabalho. Reconfigurações do mundo do trabalho – ascensão neoliberal. Renovação do Conservadorismo x pautas democráticas. Direção social da profissão. Dilemas Éticos. Serviço Social, mercado de trabalho e o espaço socioeducativo As transformações societárias ocorridas no mundo a partir da segunda metade dos anos 1970, e com maiores impactos no Brasil a partir dos anos 1990, marca a ascensão do neoliberalismo em escala global, o qual impôs consideráveis impactos no fazer profissional dos(as) profissionais do Serviço Social. Diante desse cenário, novas tendências vêm sendo notadas, seja no âmbito do mercado de trabalho direcionado a estes profissionais, seja nas requisições que vêm lhe sendoimpostas. A dinâmica contemporânea marca o retorno do apelo ao caráter conservador, tradicionalista e disciplinador nas ações de assistentes sociais, em que apoia-se em todas as suas dimensões, tendo na dimensão pedagógica ou socioeducativa uma de suas maiores artimanhas. (Grifos nossos) O(A) assistente social exerce uma ação eminentemente “educativa”, “organizativa”, da população atendida nas políticas sociais. Seu objetivo central é transformar a maneira de ver, de agir, de se comportar e de sentir dos indivíduos em uma inserção na sociedade – ações que possuem tensionamentos advindos da maneira como o Estado intervém nessa dinâmica. As requisições colocadas pelas diferentes classes sociais em luta na sociedade capitalista exigem do(a) assistente social o desempenho de sua função educativa. O(A) assistente social, no desenvolvimento de suas funções educativas, pode contribuir para a formação e o fortalecimento de processos emancipatórios em nossa sociedade. O espaço socioeducativo e o Serviço Social “Supõe compromisso político consciente com o projeto societário das classes subalternas e competência teórica, metodológica e política para a identificação e apropriação das reais possibilidades postas pelo movimento social para o redimensionamento da prática profissional no horizonte da luta pela emancipação das referidas classes.” (CARDOSO; MACIEL, 2000, p. 144) O campo socioeducativo tem como especificidade a promoção de aprendizagens de convívio social e de participação na vida pública. Este é um campo complexo porque tem o desafio de conjugar a intencionalidade do campo educacional e a valorização – campo da cultura – dos saberes populares empíricos e da ética do direito que define o usufruto dos serviços, não como privilégio, mas como direito à cidadania. Também complexo por envolver várias dimensões: desenvolvimento do sentido coletivo, da autonomia na vida, do acesso e o usufruto de serviços básicos, do reconhecimento e compromisso com questões que afetam o bem comum. O espaço ou campo socioeducativo nas políticas sociais “Essas dimensões são condição necessária para que crianças, adolescentes, jovens e adultos alcancem, sobretudo, sentido de pertencimento e inclusão social, favorecendo integração a redes de proteção social que fluem pela via do Estado, das famílias e das comunidades.” (BRASIL, 2006) As transformações societárias ocorridas nas últimas décadas vêm impondo ao Serviço Social novas requisições profissionais. Nesse sentido, a ação profissional nos espaços socioeducativos podem potencializar: a) A redução da democratização e acesso às políticas sociais. b) A transferência de responsabilidade do Estado para o terceiro setor na condução das políticas sociais. c) O fortalecimento das políticas sociais gerencialistas com foco em metas e resultados. d) A formação e o fortalecimento de processos emancipatórios em nossa sociedade. e) O recrudescimento dos critérios e condicionalidades para acesso às políticas sociais. Interatividade As transformações societárias ocorridas nas últimas décadas vêm impondo ao Serviço Social novas requisições profissionais. Nesse sentido, a ação profissional nos espaços socioeducativos podem potencializar: a) A redução da democratização e acesso às políticas sociais. b) A transferência de responsabilidade do Estado para o terceiro setor na condução das políticas sociais. c) O fortalecimento das políticas sociais gerencialistas com foco em metas e resultados. d) A formação e o fortalecimento de processos emancipatórios em nossa sociedade. e) O recrudescimento dos critérios e condicionalidades para acesso às políticas sociais. Resposta Circunscrevem um campo de aprendizagens voltado à proteção social. Pressupõem o respeito à diversidade cultural e econômica dos diferentes grupos e territórios, ao mesmo tempo em que indicam pontos comuns que caracterizam o processo protetivo/educativo. Oferecem um referencial conceitual e interventivo que se traduz em padrões de qualidade almejados. Assumem o compromisso na busca da garantia dos direitos sociais das crianças, adolescentes, jovens e famílias atendidos em seus programas e serviços. Parâmetros para ações socioeducativas e o Serviço Social “Esses Parâmetros visam contribuir com os processos que promovam uma formação que contemple o desenvolvimento de competências sociais, de vínculos e afetividades, pautadas por valores de inclusão e de protagonismo social.” (BRASIL, 2006). Valorização e respeito à diversidade dos indivíduos sociais. Ênfase em ações territoriais através de políticas intersetoriais. Fortalecimento da autonomia dos sujeitos e dos agentes socioeducativos – perspectiva intersdisciplinar (assistentes sociais, psicólogos, sociológicos, orientadores/educadores sociais, entre outros agentes locais). As práticas socioeducativas se constroem por meio de processos e atividades não vinculadas ao sistema de méritos e níveis, atualizando e complementando conhecimentos já trazidos por estes de sua vivência familiar e experiência cultural. Construção das ações socioeducativas e as ações de assistentes sociais Todos os sujeitos são dotados de saberes, vivências e experiências. Portanto, o espaço socioeducativo é também um lugar de escuta, acolhida e troca de saberes, visando ao fortalecimento da coletividade. (Grifos nossos) O termo socioeducativo é tomado como qualificador da ação, designando um campo de aprendizagem voltado para o desenvolvimento de capacidades substantivas e valores éticos, estéticos e políticos a fim de promover o acesso e processamento de informações, a convivência em grupo e a participação na vida pública. Têm como característica primordial o exercício da convivência social. Atentas à formação integral do cidadão de qualquer idade, associam conhecimento acadêmico, reconhecimento das tradições e inclusão social, com ênfase na convivência. Desenvolver ações socioeducativas exige articulação e composição com outros atores – rede intersetorial (saúde, assistência social, educação, habitação, associações de bairro, entre outras). O espaço socioeducativo e a ação de assistentes sociais Os espaços socioeducativos constroem-se a partir da diversidade e das capacidades humanas diferenciadas, potencializando a riqueza da convivência. Nesta perspectiva, a ampliação do repertório informacional e cultural envolve a experimentação e circulação nos diversos espaços e lugares da cidade e a interação com múltiplos atores. (BRASIL, 2006) A escolha e definição das atividades socioeducativas devem levar em conta a história sociocultural e as questões emergentes na comunidade e no mundo. Articulação e integração com a rede social do território reconhecendo e valorizando as diferentes alternativas de proteção e de acesso ao conhecimento como garantia de efetividade do trabalho. Reconhecimento de valores agregados às ações cotidianas vivenciadas nos diversos relacionamentos na comunidade e de aprendizagens voltadas à construção da ética, da coletividade, da participação e da mobilização. O espaço socioeducativo e os pressupostos da ação de assistentes sociais Carvalho (2000, p. 52) refere que “o assistente social é um dos agentes de mediação privilegiado na relação entre dominados, oprimidos ou excluídos e o Estado, uma vez que o Serviço Social é uma profissão de características singulares”. Os espaços socioeducativos e a ação profissional de assistentes sociais têm como características primordiais: a) Proteção social, individualidade, coerção. b) Ação individual, afetividade e deslocamento social. c) Pertencimento social, restrição de acesso às políticas sociais, individualidade. d) Vínculos, acesso à rede, disciplinamento. e) Convivência, protagonismo, pertencimento social. Interatividade Os espaços socioeducativos e a ação profissional de assistentessociais têm como características primordiais: a) Proteção social, individualidade, coerção. b) Ação individual, afetividade e deslocamento social. c) Pertencimento social, restrição de acesso às políticas sociais, individualidade. d) Vínculos, acesso à rede, disciplinamento. e) Convivência, protagonismo, pertencimento social. Resposta ASSOCIAÇÃO Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Disponível em: https://www.abepss.org.br/. BRASIL. Guia de políticas públicas de juventude. Brasília: Secretaria-Geral da Presidência da República, 2006. CARDOSO, F. G.; MACIEL, M. Mobilização social e práticas educativas. Capacitação em Serviço Social e política social. Módulo 4: O trabalho do Assistente Social e as políticas sociais. Brasília: CEAD/UnB, 2000. p. 141-150. CARVALHO, M. C. B.; NETTO, J. P. Cotidiano: conhecimento e crítica. São Paulo: Cortez, 2000. IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações sociais e Serviço Social no Brasil. Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 1982. YAZBEK, M. C. Classes subalternas e assistência social. São Paulo: Cortez, 2009. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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