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Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é a doença mais caracteristicamente associada á autoimunidade e produção de autoanticorpos. Tem apresentação clínica variável e muito polimórfica, podendo afetar múltiplos órgãos ou sistemas. Possui evolução crônica caracterizada por períodos de exacerbação e remissão parcial ou completa. O LES é muito mais prevalente em mulheres na idade reprodutiva, sendo que os primeiros sinais e sintomas se iniciam entre a 2ª e a 3ª década de vida. A distribuição entre gêneros é de 10mulheres:1homem. Fisiopatologia: A etiologia é multifatorial e envolve fatores genéticos, ambientais e hormonais. Desenvolve lúpus por fatores genéticos HLA 1 e 2 (mais associado). Indivíduo começa a produzir IgG contra elementos do próprio corpo. Essa perca da tolerância pode ser por fatores ambientais que desencadeiam ou exposição a raios ultravioleta. Isso leva a deposição de imunocomplexos patogênicos. O fato de ter muito mais mulheres acometidas do que homens faz a gente pensar em associação com o estrógeno. Tem uma hiper-reatividade de linfóticos B e T reconhecendo os antígenos + disfunção de linfócitos T + redução do clearance de imuno complexos. Normalmente temos um processo de limpeza desses IC, mas nesses pacientes essa limpeza não é eficiente. Esses IC (normalmente epítopos de colágeno) se depositam em vasos, articulações e induz a ação dos autoanticorpos, que leva a processo inflamatório, chama macrófago libera citocinas e tem a inflamação do tecido. Se for no glomérulo pode provocar glomerulonefrite lúpica, ascite, sinovite. Após a apoptose, o material genético “sobra”, o sistema imune reconhece como estranho fazendo fagocitose e produzindo anticorpos contra aquele material e induz uma resposta imune, gerando a reação inflamatória. Quadro Clínico: Os sintomas gerais incluem febre, perda de peso, inapetência, fadiga, e vale enfatizar que são totalmente inespecíficos. A linfadenopatia também pode estar presente, especialmente em crianças. A febre deve ser exaustivamente investigada, uma vez que pode se tratar tanto de atividade de doença quando de quadro infeccioso associado. Os locais mais caracteristicamente envolvidos pelo processo patológico do LES são: (1) Pele (2) Articulações (3) Membranas Serosas (4) Rins (5) Sistema Nervoso Central Diagnóstico: O diagnóstico é baseado na combinação do quadro clínico com exames laboratoriais. Os critérios classificatórios de 2019 têm como maiores diferenciais: a obrigatoriedade do FAN positivo como critério de entrada e basear-se em um sistema de pontos. Exames Complementares: FAN: O Fator Antinucelar (FAN) é realizado através de imunofluorescência indireta em células tumorais humanas Hep 2. Não é um teste específico e pode ser positivo em outras doenças reumatológicas, infecções, neoplasias e em indivíduos saudáveis. Está positivo em 99% dos pacientes com LES, e os padrões característicos da doença são nuclear homogêneo e nuclear pontilhado grosso. Na presença de um FAN sugestivo, deve-se pesquisar os autoanticorpos relacionados ao padrão apresentado. Não é útil para seguimento. Autoanticorpos: Determinados autoanticorpos auxiliam no diagnóstico por serem mais específicos: anti-dsDNA, anti-Sm e anti-P. O primeiro é o mais característico do LES presente em 70% dos pacientes, e relaciona-se com atividade sistêmica e nefrite lúpica. O anti-Sm é o mais específico e está presente em apenas 30% dos pacientes, não possuindo associação com manifestação clínica específica. Já o anti-P tem valor diagnóstico e no acompanhamento da psicose lúpica por estar relacionado com esta condição e com períodos de atividade. Complemento: A via clássica do complemente é exaustivamente ativada no LES pela presença de anticorpos. Sendo assim, ocorre consumo de C3 e C4. O monitoramento dos níveis de complemento é importante no diagnóstico, no seguimento dos pacientes e na avaliação de atividade. Outros: No LES, a PCR não reflete atividade, e sua ascensão está associada à infecção concomitante. O hemograma é solicitado de rotina para pacientes com LES, por trazer informações importantes, como anemia, linfopenia e plaquetopenia, comuns na doença. Albumina sérica, relação proteína/creatinina em amostra isolada de urina, proteinúria 24hrs, pesquisa de dimorfismo eritrocitário e urina I, são exames essenciais no rastreio da glomerulonefrite. Tratamento: Referências Bibliográficas: 1. CURRENT Reumatologia, Diagnóstico e Tratamento - 2a edição, Artmed 2. Sanar Flix - Apostila Reumatologia - LES 3. MEDCURSO 2019 - Apostila Reumatologia 4. Resumos da Med 5. SanarFlix - Super Material - LES