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Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V CASO CLÍNICO CEVD, sexo feminino, 28 anos, proveniente da cidade de Ribeirão Preto, SP, foi encaminhada para o Hospital das Clínicas pela sua médica ginecologista após queixa de dor articular há 4 meses, que apareceu após o segundo aborto espontâneo (Menarca aos 13 anos, com ciclos posteriores regulares - G2P0A2). A paciente relatou ao médico que nesse período vem apresentando dor nas articulações, de caráter migratório, simétrico, com piora ao acordar, que permanece por até 30 min, sem deformação articular, associado a calor, rubor e edema locais, de caráter não aditivo. Ainda, refere aparecimento de lesões circulares avermelhadas, de cerca de 0,5cm no tórax. Além disso, refere ter notado queda de cabelo, que não está crescendo novamente e está incomodando esteticamente. Nega febre, perda de peso, astenia e trauma, bem como HAS, DM e alergias medicamentosas. Ao exame físico a paciente apresenta-se em bom estado geral, eupneica, acianótica, levemente ictérica (+/IV+), apirética. PA: 120 x 72 mmHg, FC: 90 bpm, pulsos rítmicos e cheios, FR: 18 irpm. Temperatura axilar: 36,5o C e IMC: 21,5 Kg/m2. Além disso, foram observadas úlceras orais indolores e reação dolorosa à movimentação e palpação em punho esquerdo, joelho direito e articulações da mão. Foram solicitados exames, que apresentaram o seguinte resultado: Presença de Esquizócitos 4+ e Esferócitos 2+. Leucopenia (3500/mm3) e Linfopenia 700/mm3. Urina I: Hematúria (2+) e Proteinúria (2+). Velocidade de Hemossedimentação (VHS): 50 mm/h; PCR (Proteína C reativa): 0,3 mg/dl; FAN (fator anti-nuclear): Positivo (1:160). Anti-Sm: Positivo (>10,0 U/mL) Anti-DNA: Positivo (22 UR/ml). Anti-proteína P ribossômica: Negativo. Após observar os sintomas e exames laboratoriais CEVD foi encaminhada para o setor de Reumatologia do HC. DISCUSSÃO SANAR (adaptado para o caso da tutoria): Paciente do sexo feminino, 28 anos (idade fértil), tem queixa principal de dor articular há 4 meses. Essa dor pode estar associada a uma gama de doenças, mas que pode ser restringida de acordo com as características. O fato de ela ser jovem, piorar ao acordar e melhorar com movimento, afastam a possibilidade de ser osteoartrite(anteriormente nomeada osteoartrose), já que esta acomete mais pessoas idosas e piora com o movimento. Podemos pensar também em artrite reumatoide, artrite gotosa(gota), febre reumática, artrite reativa, lúpus eritematoso sistêmico, artrite pós infecção gonocócica dentre outras. Desse modo, podemos afastar a artrite reumatoide pois ela geralmente tem padrão aditivo, poupa articulação falangeana distal, além de causar deformação, podendo também gerar nodulações subcutâneas. A artrite gotosa pode ser afastada pois na maioria dos casos é monoarticular, e apresenta a podagra (dor no hálux). A febre reumática apesar de possuir padrão articular migratório, geralmente vem acompanhada de febre, com início do quadro de duas a três semanas após infecção estreptocócica, o que afasta do quadro apresentado pela paciente. A maior suspeita para o caso acaba sendo o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), que apresenta geralmente uma poliartrite que pode ser migratória, não poupando articulações, geralmente não aditiva. Além disso, as lesões de pele, de mucosa oral, a alopecia, favorecem a suspeita. A febre e perda de peso podem ocorrer, mas tem incidência variável, quesitos negados pela paciente. As convulsões podem ocorrer em pacientes com LES, inclusive sem a presença de outros sinais mais comuns, o que pode ser um fator que leve a confusão. Como podemos perceber, a queixa de artrite Lúpus eritematoso https://www.sanarflix.com.br/portal/caso-clinico-artrite-reumatoide/ Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V possui várias causas dentre elas as doenças reumatológicas, que são um grupo de doenças com sintomatologia algumas vezes parecida e que pode implicar em confusão diagnóstica se seguido apenas os critérios clínicos, logo é necessário realização de exames laboratoriais para a confirmação. DEFINIÇÃO Fisiopatologia (LANGE): O LES é o protótipo de doença reumática autoimune sistêmica, que se caracteriza por lesão inflamatória crônica e lesão subsequente de múltiplos sistemas de órgãos. Um aspecto essencial dessa doença é a resposta imune adaptativa peculiar, desencadeada por antígenos contidos nos próprios tecidos do indivíduo, que é aparentemente responsável por grande parte das consequências patológicas disseminadas da doença. Clinicamente, o LES é de natureza episódica, com evolução caracterizada por exacerbações e remissões. Além disso, a sua gravidade é altamente variável, desde leve a potencialmente fatal. Os tecidos frequentemente acometidos incluem a pele, as articulações, os rins, as linhagens de células sanguíneas, as superfícies serosas e o encéfalo. EPIDEMIOLOGIA Fisiopatologia (LANGE): A prevalência do LES é de aproximadamente 30 casos por 100 mil na população geral dos Estados Unidos. Ocorre em uma frequência cerca de 9 vezes maior em mulheres do que em homens, sendo mais prevalente em indivíduos negros. As estimativas de prevalência aumentam para aproximadamente 1 a cada 250 mulheres afro-americanas jovens. *O ESTROGÊNIO parece estimular o processo imunológico guiado por CD4+ Th2 e células B, enquanto androgênios aumentam a atividade de células CD4+ Th1 e CD8. Nesse sentido, doenças autoimunes que são mediadas por linfócitos Th2 são mais prevalentes no sexo feminino, tais quais a tireoidite de Hashimoto, Doença de Graves, Esclerodermia e o Lúpus Eritematoso Sistêmico. ETIOLOGIA Fisiopatologia (LANGE): O LES é uma doença complexa, devido a uma inter-relação entre suscetibilidades herdadas (> 20 loci genéticos diferentes estão implicados) e fatores ambientais pouco definidos. As deficiências genéticas dos componentes proximais da via clássica do complemento (p. ex., Clq, Clr, Cls, C4), embora sejam raras na maioria das populações, constituem os fatores de risco mais fortes conhecidos para o desenvolvimento do lúpus. Os estudos realizados demonstraram que a via clássica do complemento é necessária para a eliminação não inflamatória eficiente das células apoptóticas por macrófagos. O desenvolvimento do lúpus em indivíduos com essas deficiências pode estar relacionado com o comprometimento da depuração das células apoptóticas, nesse contexto, com consequências pró- inflamatórias. Os mecanismos pelos quais os fatores ambientais (p. ex., fármacos, infecções virais) atuam para iniciar ou propagar o LES ainda não estão bem elucidados. FISIOPATOLOGIA Fisiopatologia (LANGE): É útil considerar a patogênese do LES em fases distintas, embora, clinicamente, essas fases não sejam claramente separáveis. Com efeito, é provável que eventos subjacentes de iniciação ocorram antes do início da doença clinicamente definida, que requer a amplificação crônica da fase de propagação para se tornar clinicamente evidente. A. Iniciação A resposta excessiva dos autoanticorpos no lúpus é direcionada para um grupo altamente específico de autoantígenos. Embora esse grupo de autoantígenos não compartilhe aspectos comuns (p. ex., estrutura, distribuição ou função) nas células saudáveis, essas moléculas são unificadas durante a morte celular por apoptose, quando se agrupam e se modificam estruturalmente em bolhas superficiais apoptóticas. Com efeito, os estudos realizados sugerem que o evento desencadeante no lúpus consiste em uma forma peculiar de morte celular por apoptose que ocorre em um contexto pró-imune (p. ex., infecção viral). Várias exposições ambientais foram persuasivamente associadas à iniciação da doença no LES, as quais incluem exposição à luz solar (associada tanto ao início da doença quanto às exacerbações),infecção viral (a exposição ao vírus Epstein-Barr em crianças está fortemente associada ao LES) e determinados fármacos. Trata-se de agentes aos quais os seres humanos são comumente expostos, sugerindo que os indivíduos que desenvolvem LES apresentam anormalidades subjacentes que os tornam particularmente suscetíveis à iniciação da doença. Um defeito de suscetibilidade de importância crítica para o desenvolvimento e a propagação do LES parece ser o comprometimento da depuração normal das células apoptóticas nos tecidos. Assim, nos indivíduos normais, o destino da maioria das células apoptóticas consiste na sua fagocitose rápida e eficiente pelos macrófagos, e os Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V antígenos ingeridos dessa maneira são rapidamente degradados. Além disso, a fagocitose das células apoptóticas inibe a secreção das citocinas pró-inflamatórias pelos macrófagos e induz a secreção de várias citocinas anti-inflamatórias, contribuindo para o comprometimento da capacidade das células apoptóticas de iniciar uma resposta imune primária. Por fim, a fagocitose efetiva de células apoptóticas por macrófagos normais impede que um número significativo tenha acesso à população de células dendríticas, que são iniciadoras altamente eficientes das respostas imunes primárias. Em seu conjunto, esses fatores asseguram que os indivíduos normais não se autoimunizem com material apoptótico derivado de seus próprios tecidos. Em contrapartida, observa-se uma depuração deficiente das células apoptóticas em um subgrupo de pacientes com LES. Em condições nas quais o material apoptótico não é depurado de maneira eficiente pelos macrófagos (p. ex., na deficiência de Clq), quantidades desse material acima do limiar podem ter acesso a populações de células apresentadoras de antígenos potentes em condições pró-imunes e iniciar uma resposta a moléculas cuja estrutura foi modificada durante a morte celular apoptótica tardia. B. Propagação Os autoanticorpos no lúpus podem causar lesão tecidual por uma variedade de mecanismos: 1. O mecanismo patogênico mais comum consiste na produção e no depósito de imunocomplexos, em que o antígeno provém de células lesionadas que estão morrendo. Quando a concentração e o tamanho dos complexos relevantes favorecem o depósito subendotelial, esses complexos acentuadamente pró-inflamatórios iniciam funções efetoras inflamatórias, que resultam em lesão tecidual. De importância particular, é a capacidade de os imunocomplexos se ligarem ao receptor Fcy, que ativa as funções efetoras das células mielomonocíticas. O depósito de imunocomplexos nos rins, nas articulações e na pele está na base de várias das manifestações clínicas principais do LES. 2. Os autoanticorpos ligam-se a moléculas extracelulares nos órgãos-alvo e ativam funções efetoras inflamatórias nesse local, com consequente lesão tecidual. Exemplos desse fenômeno incluem a anemia hemolítica autoimune e a trombocitopenia mediada por anticorpos, bem como a doença cutânea fotossensível da síndrome do lúpus neonatal. 3. Os autoanticorpos induzem diretamente a morte celular, ligando-se a moléculas de superfície celular ou penetrando nas células vivas e exercendo efeitos funcionais. É importante observar que os antígenos intracelulares que impulsionam a resposta imune no LES podem ser derivados de células danificadas ou apoptóticas. Esse dano ou apoptose ocorre comumente no curso de vias efetoras imunes. Dessa forma, essas vias efetoras podem produzir antígenos adicionais, estimulando ainda mais o sistema imune e produzindo um número maior de antígenos. Essa autoamplificação constitui um aspecto fundamental da fase de propagação do lúpus. Recentemente, foi constatado que os interferons do tipo I desempenham um papel central nas vias de amplificação do LES, com evidências claras de aumento da atividade de interferon tipo I durante a doença ativa. Os interferons tipo I induzem a diferenciação dos monócitos em células dendríticas potentes apresentadoras de antígenos. Além disso, os interferons tipo I potencializam a sinalização por meio dos receptores Toll like (TLRs), aumentando, especificamente, a sinalização pró-inflamatória de antígenos do LES contendo ácidos nucleicos, por meio dos TLRs 3, 7 e 9. Além disso, os interferons tipo I sensibilizam as células-alvo à morte por meio de diversas vias efetoras inflamatórias, aumentando a carga de antígeno apresentada ao sistema imune. C. Crises Um dos aspectos característicos da resposta imune é o estabelecimento da memória imunológica, de modo que, quando o organismo é novamente exposto ao antígeno, o sistema imune responde mais rapidamente e de forma mais vigorosa a concentrações mais baixas Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V do que as que foram necessárias para desencadear a resposta primária. As crises no LES parecem refletir a memória imunológica, ocorrendo em resposta a uma nova exposição do sistema imune preparado ao antígeno. A apoptose ocorre não apenas durante o desenvolvimento celular e a homeostasia (particularmente das células hematopoiéticas e epiteliais), mas também em muitos estados mórbidos. Assim, vários estímulos (p. ex., exposição à luz ultravioleta, infecção viral, involução do epitélio do endométrio e da mama) podem, de modo concebível, provocar crises da doença. PATOGENIA ABBAS: O LES é uma doença complexa, na qual fatores genéticos e ambientais contribuem para a quebra de tolerância de linfócitos B e T autorreativos. Entre os fatores genéticos, a herança de determinados alelos HLA é um fator importante. A odds ratio (risco relativo) para indivíduos com HLA-DR2 ou HLA- DR3 é de 2 a 3 e, se ambos os haplótipos estiverem presentes, ela é de aproximadamente 5. As deficiências genéticas de proteínas da via clássica de ativação do complemento, especialmente C1q, C2 ou C4, são observadas em cerca de 5% dos pacientes com LES. As deficiências do complemento podem resultar na remoção defeituosa de imunocomplexos e de células apoptóticas e falha na tolerância de células B. Um polimorfismo no receptor de Fc inibidor, FcγRIIB, foi descrito em alguns pacientes; isso pode contribuir para o controle inadequado da ativação de células B ou para uma falha na atenuação das respostas inflamatórias em células do sistema imune inato. Muitos outros genes foram detectados por estudos de associação em todo o genoma e o papel de alguns destes, como o PTPN22. Também foram identificadas mutações em TREX1. Os fatores ambientais incluem a exposição à luz ultravioleta (UV). Postula-se que isso conduza à morte apoptótica de células e liberação de antígenos nucleares. Duas observações levaram a novas hipóteses sobre a patogenia do LES. Em primeiro lugar, os estudos em pacientes revelaram que as células sanguíneas exibem uma assinatura molecular marcante (padrão de expressão de genes) que indica exposição ao IFN-α, um interferon de tipo I que é produzido principalmente por células dendríticas plasmocitoides. Alguns estudos mostraram que as células dendríticas plasmocitoides de pacientes com LES também produzem anormalmente grandes quantidades de IFN-α. Em segundo lugar, estudos em modelos animais demonstraram que os receptores do tipo Toll (TLRs) que reconhecem DNA e RNA, notadamente o TLR9, que reconhece DNA, e o TLR7, que reconhece RNA -TLR7, desempenham um papel na ativação de células B específicas para os autoantígenosnucleares. Com base nesses estudos, foi proposto um modelo para a patogenia de LES. De acordo com este modelo, a radiação UV e outros insultos ambientais induzem apoptose de células. A remoção inadequada dos núcleos dessas células, em parte por causa de defeitos nos mecanismos de eliminação, como proteínas do complemento e nucleasescomo TREX1, resulta em grande liberação de antígenos nucleares. Polimorfismos em diversos genes de suscetibilidade para o lúpus levam à habilidade defeituosa para manter a autotolerância em linfócitos B e T, motivo pelo qual os linfócitos autorreativos permanecem funcionais. A falha na tolerância de células B pode ocorrer em virtude de defeitos na edição do receptor ou na deleção de células B imaturas na medula óssea ou na tolerância periférica. As células B autorreativas que não se tornam tolerantes são estimuladas por antígenos próprios nucleares e ocorre produção de anticorpos contra esses antígenos. Os complexos de antígenos e anticorpos ligam-se a receptores de Fc em células dendríticas e ao receptor de antígeno de células B e podem ser internalizados em endossomos. Os componentes de ácidos nucleicos ligam-se a TLRs endossomais e estimulam as células B a produzirem autoanticorpos e as células dendríticas, particularmente as plasmocitoides, a produzirem IFN-α, que aumenta ainda mais a resposta imune e pode provocar mais apoptose. O resultado final é um ciclo de liberação de antígenos e ativação do sistema imune que leva à produção de autoanticorpos de alta afinidade. Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V DIAGNÓSTICO SANAR: Para o diagnóstico de LES (lúpus eritematoso sistêmico) costuma-se utilizar a orientação do Colégio Americano de Reumatologia (CAR), no qual é necessário que 4 dos 11 critérios* estabelecidos, estejam presentes para definir a doença. Estando presente ou havendo suspeita de dois dos 11 critérios, já é recomendada a solicitação da pesquisa de anticorpos antinucleares (FAN-HEp-2). O exame FAN é positivo em 98% dos casos, sendo assim ressalta-se sua alta sensibilidade, mas não sua especificidade. Outros testes laboratoriais como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA são muito específicos, mas ocorrem de 30-40% das pessoas com LES. Da mesma forma, os anticorpos antiproteína P ribossômica, presentes em apenas 10% dos casos de LES, podem, em alguns casos, ser os únicos marcadores de doença e também auxiliam no acompanhamento de pacientes com quadros graves de distúrbios psiquiátricos associados a essa doença. Outros exames consistem na avaliação hematológica, tendo como parâmetros as seguintes alterações: 1. anemia hemolítica com reticulocitose; 2. leucopenia de menos de 4.000/mm³ em duas ou mais ocasiões; 3. linfopenia de menos de 1.500/mm³ em duas ou mais ocasiões; 4. trombocitopenia de menos de 100.000/mm³ na ausência de uso de fármacos causadores. As provas inflamatórias de fase aguda, como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa (PCR), são úteis para o diagnóstico. A VHS geralmente está aumentada na atividade da doença, refletindo a fase aguda dos processos inflamatórios, porém pode persistir elevada mesmo após o controle da doença, não se correlacionando com sua atividade inflamatória. Entretanto, a PCR é geralmente baixa no LES e aumenta nos processos infecciosos, auxiliando por vezes no diagnóstico diferencial dessas duas condições. Critérios para diagnóstico do lúpus eritrematoso sistêmico (LES) 1. Eritema malar: eritema fixo, plano ou elevado nas eminências malares, tendendo a poupar a região nasolabial. 2. Lesão discoide: lesão eritematosa, infiltrada, com escamas queratóticas aderidas e tampões foliculares, que evolui com cicatriz atrófica e discromia. 3. Fotossensibilidade: eritema cutâneo resultante de reação incomum ao sol, por história do paciente ou observação do médico. 4. Úlcera oral: ulceração oral ou nasofaríngea, geralmente não dolorosa, observada pelo médico. 5. Artrite: artrite não erosiva envolvendo 2 ou mais articulações periféricas, caracterizada por dor à palpação, edema ou derrame. 6. Serosite: a) pleurite – história convincente de dor pleurítica ou atrito auscultado pelo médico ou evidência de derrame pleural; ou b) pericardite – documentada por eletrocardiografia ou atrito ou evidência de derrame pericárdico. 7. Alteração renal: a) proteinúria persistente de mais de 0,5 g/dia ou acima de 3+ (+++) se não quantificada; ou b) cilindros celulares – podem ser hemáticos, granulares, tubulares ou mistos. 8. Alteração neurológica: a) convulsão – na ausência de fármacos implicados ou alterações metabólicas conhecidas (por exemplo, uremia, cetoacidose, distúrbios hidroeletrolíticos); ou b) psicose – na ausência de fármacos implicados ou alterações metabólicas conhecidas (por exemplo, uremia, cetoacidose, distúrbios hidroeletrolíticos). 9. Alterações hematológicas: a) anemia hemolítica com reticulocitose; ou b) leucopenia de menos de 4.000/mm3 em duas ou mais ocasiões; ou c) linfopenia de menos de 1.500/mm3 em duas ou mais ocasiões; ou d) trombocitopenia de menos de 100.000/mm3 na ausência de uso de fármacos causadores. 10. Alterações imunológicas: a) presença de anti-DNA nativo; ou b) presença de anti-Sm; ou c) achados positivos de anticorpos antifosfolipídios baseados em concentração sérica anormal de anticardiolipina IgG ou IgM, em teste positivo para Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V anticoagulante lúpico, usando teste-padrão ou em VDRL falso-positivo, por pelo menos 6 meses e confirmado por FTA-Abs negativo. 11. Anticorpo antinuclear (FAN): título anormal de FAN por imunofluorescência ou método equivalente em qualquer momento, na ausência de fármacos sabidamente associados ao lúpus induzido por fármacos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fisiopatologia (LANGE): O LES é uma doença autoimune multissistêmica que acomete predominantemente mulheres durante a idade fértil (a idade média por ocasião do diagnóstico é de 30 anos). Clinicamente, caracteriza-se por periodicidade, e as numerosas exacerbações que são observadas no decorrer dos anos são denominadas crises. Os sintomas são altamente variáveis, mas tendem a ser estereotipados em determinado indivíduo (i.e., as manifestações clínicas consideráveis frequentemente permanecem constantes com o decorrer dos anos). A produção de autoanticorpos específicos constitui uma característica universal. Com frequência, vários sistemas de órgãos são acometidos. Entre eles, destaca-se a pele, em que é comum a ocorrência de fotossensibilidade e de uma variedade de erupções cutâneas específicas do LES (incluindo um exantema na região malar, alterações pigmentares discoides na orelha externa e eritema no dorso dos dedos das mãos). À semelhança dos indivíduos que apresentam outras doenças mediadas por imunocomplexos, os pacientes com LES podem exibir uma poliartrite simétrica não erosiva. A doença renal, que assume a forma de um espectro de glomerulonefritides, constitui uma importante causa frequente de morbidade e mortalidade. Os pacientes podem manifestar uma variedade de distúrbios hematológicos (incluindo anemia hemolítica, trombocitopenia e leucopenia), inflamação das superfícies serosas (incluindo dor torácica por pleurite e pericardite, e peritonite), bem como várias síndromes neurológicas (p. ex., convulsões, síndrome cerebral orgânica). Uma síndrome intrigante de LES neonatal ocorre em recém- nascidos de mães que apresentam anticorpos dirigidos contra as proteínas Ro, La ou Ul-RNP. Nessa condição, a transferência passiva de autoanticorpos maternos por meio da placenta resulta em bloqueio cardíaco congênito e fotossensibilidade no recém-nascido, em consequência da destruição dos tecidos em desenvolvimento pelos anticorpos, como os sistemas de condução cardíaca e as células da pele, que expressam transitoriamente esses antígenos. TRATAMENTO Referência: TRATAMENTO FARMACOLÓGICO NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO - Revista UNILUS Ensino e Pesquisa v. 14, n. 35, abr./jun. 2017 ISSN 2318-2083 (eletrônico) O tratamento farmacológico deve ser individualizado,dando atenção aos órgãos ou sistemas que estão sendo comprometidos e sua gravidade. Se o tratamento apresentar resultados ineficazes deve se incluir outras medicações a fim de aumentar a eficácia do tratamento. Um dos medicamentos mais utilizados em pacientes com LES são os antimaláricos, que podem reduzir a atividade da doença e o controle da serosite e miosite (Borba et al., 2008). Este fármaco evita o uso de corticóides e auxilia no controle da dislipidemia e hipercoagulabilidade (Rossoni et al., 2011). A avaliação oftalmológica regular com exame de fundo de olho evita a retinopatia. Os efeitos adversos decorrentes do seu uso incluem náuseas, cefaléia e tontura (Assis & Baaklini, 2009). O micofenolato de mofetila é um inibidor reversível da inosina monofosfato desidrogenase, enzima envolvida no controle da síntese de novo das purinas. O micofenolato de mofetila apresenta superioridade em relação à ciclofosfamida no controle da atividade da doença, com resultado significativo no tratamento da nefrite proliferativa. Sua dose varia entre 3 e 5 mg/kg/dia (Ribeiro et al., 2008). Os anti-inflamatórios não hormonais ou não esteroidais (AINHs) constituem um grupo heterogêneo de compostos de um ou mais anéis aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional. São ácidos orgânicos fracos que atuam principalmente nos tecidos inflamados e ligam-se à albumina plasmática. Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V Sua absorção é rápida e completa e não atravessam imediatamente a barreira hematoencefálica (Brenol et al., 2000). Todos os AINHs são convertidos em metabólitos inativos pelo fígado e são excretados pela urina. Os salicilatos têm a meia-vida ampliada com o aumento da concentração plasmática do fármaco, pela capacidade do fígado de biotransformá-los quando utilizados em altas doses (Sacchetti & Ferriani, 2013). Os AINHs mais lipossolúveis como cetoprofeno, naproxeno e ibuprofeno atravessam a barreira hematoencefália e penetram no sistema nervoso central (SNC), estando associados com leves alterações no humor e função cognitiva (Brenol et al., 2000). Os AINHs inibem as isoformas da enzima cicloxigenase (cox), levando à redução da síntese das prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxane A2. Existem duas isoformas de cox; a cox-1, constitutiva, presente em quase todos os tecidos e a cox-2 ou indutiva, presente principalmente nos locais de inflamação (Serhan & Oliw, 2001). A cox-1 é essencial para a manutenção do estado fisiológico normal, incluindo a proteção da mucosa gastrintestinal, controle do fluxo sanguíneo renal e funções dos sistemas nervoso central, pulmonar, cardiovascular e coagulação; enquanto que a cox-2 está associada a dor, edema e febre (Sacchetti & Ferriani, 2013). O uso crônico deve ser evitado com base nos seus efeitos adversos gastrointestinais, renais e cardíacos (Serhan & Oliw, 2001). Os AINHs são efetivos no controle de manifestações articulares leves e serosites. Foram desenvolvidos AINHs que inibem preferencialmente a cox-2, mantendo um bloqueio parcial da cox-1. O meloxicam e a nimesulida são inibidores seletivos da cox-2 de primeira geração e o celecoxibe, etoricoxibe, valdecoxibe, parecoxibe e lumiracoxibe são inibidores de segunda geração mais específicos da cox-2 (MacDonald et al., 2016). A talidomida é indicada em casos de lesões cutâneas não responsivas ao tratamento usual e lesões hipertróficas verrucosas. Devido ao potencial teratogênico seu uso deve ser criterioso. As doses podem variar entre 100 a 200 mg/dia (Sato et al., 2006). A talidomida inibe a produção do fator de necrose tumoral (TNF-alfa), um potente estimulador da inflamação. Essa inibição é seletiva, pelo aumento da degradação do RNA mensageiro sem afetar outras atividades imunomoduladoras (Silveira et al., 2001). Os corticosteróides, ou anti-inflamatórios hormonais ou esteroidais são hormônios esteróides produzidos no córtex adrenal a partir do colesterol e se dividem em glicocorticóides (cortisol), mineralocorticóides (aldosterona) e 17-cetosteróides (androgênios). A hidrocortisona (cortisol) é produzida na zona fasciculada do córtex adrenal, em quantidades próximas a 10 mg/dia, sendo metabolizada no fígado (Dejean & Richard, 2013). Diferentes modificações na molécula do cortisol dão origem aos demais corticosteróides, naturais e sintéticos, gerando um fármaco com maior potência antiinflamatória e menores efeitos colaterais (Barnes, 2010). Por serem lipofílicos os corticosteróides cruzam a membrana celular e penetram no citoplasma se ligando a receptores específicos e depois alcançam o núcleo. Interagem com o DNA e regulam a ativação e supressão de diferentes genes como os responsáveis pela síntese de citocinas, enzimas indutíveis durante o processo inflamatório como a cox-2 e moléculas de adesão celular (Errante et al., 2014). As diferenças mais importantes entre os diversos corticosteróides disponíveis são com relação a duração da ação; potência glicocorticóide relativa e potência mineralocorticóide relativa. Em relação à duração de ação, são classificados como de curta, média ou longa ação, de acordo com o tempo de supressão do ACTH após uma única dose equivalente a 50 mg de prednisona (Borba et al., 2008). A potência relativa dos corticosteróides depende da sua afinidade pelo receptor plasmático, entretanto, a medida dessa potência se baseia não apenas na potência biológica intrínsica, mas também na duração da ação (Errante et al., 2014). Embora a corticoterapia tenha diversas indicações e frequentemente seja mantido em dose baixa para controle da doença, os corticóides são indicados pelo menor tempo e na menor dose efetiva possíveis, pois a maior parte das complicações é dose e tempo-dependente. Doses altas devem ser justificadas por acometimentos graves com risco de sequela ou de vida (Kirou & Boumpas, 2002). A prednisona é o corticosteróide mais utilizado; dose anti- inflamatória abaixo de 0,5 mg/kg/dia pode ser usada em casos de artrite, lesões cutâneas, serosite e manifestações hematológicas. Doses mais altas, de 0,75 a 1,0 mg/kg/dia podem ser úteis em caso de maior gravidade como leucopenia ou trombocitopenia. A pulsoterapia com metilprednisolona tem indicação na nefrite, encefalite, mielite transversa e outras manifestações graves (Bezerra Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V et al., 2004). A dapsona é um fármaco com indicação para lesões bolhosas, mas nunca como único fármaco, na dose de 100 mg/dia (Paniker & Levine, 2001). Os corticóides tópicos podem ser efetivos em grande parte das lesões cutâneas, porém não devem ser aplicados na face, especialmente os do tipo fluorado, por causar atrofia cutânea (Ribeiro et al., 2008). A infiltração intra-articular com hexocetonida de triancinolona é uma alternativa bastante eficaz no tratamento de mono ou oligoartrites persistentes, devendo ser realizado o diagnóstico diferencial de artrite infecciosa e osteonecrose asséptica (Borba et al., 2008). Imunossupressores: Pacientes com LES podem apresentar melhora com o tratamento imunossupressor, em especial nas manifestações mais graves do LES como nefrite ou encefalite (Hauova et al., 2001; Houssiau et al., 2002; West, 2007). O metotrexato inibe a síntese de DNA e RNA, sendo utilizado em manifestações articulares mais intensas e refratárias, e pode ser uma alternativa na persistência de lesões cutâneas. Comumente é associada a anti-maláricos e corticosteróides, em dose que varia de 7,5 a 15,0 mg/semana (Klumba et al., 2015). A ciclofosfamida é utilizada para manifestações de alta gravidade como vasculite do sistema nervoso, nefrite e hemorragia alveolar, frequentemente associada a dose imunossupressora de corticosteróides, ambos na forma de pulsoterapia. É o fármaco de escolha parao tratamento de nefrite proliferativa. Seu custo também é elevado e limitante pelo risco de infecções oportunistas (Opastirakul & Chartapisak, 2005). Seus efeitos colaterais incluem insuficiência gonadal e aumento do risco de infecções. A cistite hemorrágica é mais comum com uso oral ou em pacientes com volume de diurese muito reduzido ou bexiga neurogênica, levando ao maior tempo de contato de seu metabólito com a parede vesical. Nesta situação, pode ser usado um fármaco uroprotetor (Austin et al., 2009). A azatioprina é um análogo das purinas que age na supressão da síntese de DNA por metabólitos da 6- mercaptopurina, sendo utilizado muitas vezes como poupador de corticóides. Possui indicação nas manifestações hematológicas e renais na dose de 2 mg/kg/dia (Szymanik-Grzelak et al., 2016). As reações adversas associadas ao uso da azatioprina incluem intolerância gastrintestinal, toxicidade da medula óssea, aumento da suscetibilidade a infecções, hepatite aguda e pancreatite (Klumba et al., 2015). Imunoglobulinas para uso intravenoso: As imunoglobulinas para uso intravenoso são indicadas na trombocitopenia e nefropatia grave, muitas vezes refratária à corticoterapia, com risco de vida ou com manifestações clínicas de envolvimento do SNC. São utilizados na dose de 400 mg/kg/dia, podendo estar associada à infusão de plaquetas (Young et al., 2008; Díaz- Lagares et al., 2012). Retinóides: Os retinóides sintéticos isotretinoína e acitretina são fármacos de segunda linha para o tratamento sistêmico do lúpus eritematoso cutâneo (LEC) e quando ocorre falha no uso de antimaláricos (Klumba et al., 2015). Os retinóides têm sido empregados com sucesso em casos de LEC subagudo e crônico, em doses que variam de 0,5 a 1,0 mg/kg/dia. O uso a longo prazo de retinóides é frequentemente limitado pelos efeitos colaterais, que requerem monitorização e incluem hepatite medicamentosa, hipertrigliceridemia, secura cutânea e de mucosas, alterações ósseas consistentes com hiperostose esquelética idiopática difusa e teratogenicidade, sendo obrigatório o uso de métodos contraceptivos (Rovin & Parikh, 2014). É aconselhável o uso de protetores solares, já que os retinóides podem agravar a fotossensibilidade. São indicados para lesões cutâneas verrucosas e hipetróficas e exige um uso cuidadoso devido ao seu potencial tóxico; pode ser utilizado na dose de 0,5 a 1,0 mg/kg/dia (Klumba et al., 2015). Andrógenos: O danazol é um supressor da hipófise anterior que inibe a liberação de gonadotrofinas hipofisárias. É um antagonista estrogênico com fraca atividade androgênica, antigonadotrófica e antiestrogênica. Inibe o ciclo pré-ovulatório inibindo a liberação de FSH e LH e reduz a produção de estrogênios ovarianos. Indiretamente inibe a esteroidogênese ovariana. É indicado na trombocitopenia refratária crônica na dose de 400 a 800 mg/dia (Letchumanan & Thumboo, 2011). Antimicobacteriano: A clofazimina é um fármaco alternativo para pacientes que não podem fazer uso de antimaláricos, porém tem menor eficácia. Inibe o crescimento micobacteriano pois se liga preferencialmente ao DNA da micobactéria. Também possui ação anti- inflamatória. É utilizado em dose de 100 mg/dia (Bezerra et al., 2005). Anticorpos monoclonais: O rituximabe é um anticorpo monoclonal quimérico anti-CD20 capaz de depletar seletivamente os linfócitos B, através de atividade do complemento, citotoxicidade e apoptose sem afetar plasmócitos existentes ou células-tronco. Tem sido utilizado para o controle de manifestações autoimunes renais refratárias, para aqueles com efeitos adversos aos tratamentos convencionais ou para manifestações Gabriela Bordignon – T5 TUTORIA 01 – (LES) - BBPM V persistentes em órgãos nobres como o SNC (Machado et al., 2014). O eculizumab é um anticorpo monoclonal recombinante IgG2/IgG4 totalmente humanizado que se liga ao componente C5 do Sistema Complemento, inibindo a conversào de C5 em C5a e C5b, impedindo a formação do complexo de ataque a membrana (C5b-C9) e o fragmento quimiotático C5a. Utilizado na nefrite lúpica, previne a lesão de células glomerulares e atenua a inflamação renal pela diminuição do recrutamento de leucócitos (Barilla-Labarca, 2013). O toculizumab e o sirukumab são anticorpos monoclonais humanizados que bloqueiam a ligação de IL-6 ao seu receptor, sendo utilizados em casos de nefrite lúpica (Illei et al., 2010). O rontalizumab e o sifalimumab são anticorpos monoclonais humanizados contra o IFN-α, capazes de controlar a resposta inflamatória renal (Morimoto et al., 2011; Kirou et al., 2013). O abatacept é uma proteína de fusão entre o CTLA-4 e a cadeia pesada de IgG, capaz de bloquear a interação CTLA-4 com B7.1/B7.2 e inibir a co-estimulação dos linfócitos T, sendo utilizado em estudo clínico de nefrite lúpica em combinação com ciclofosfamida (Rovin, 2013). O fresolimumab é anticorpo monoclonal IgG4 humanizado que neutraliza a todas as três isoformas do fator transformador de crescimento beta (TGF-β), sendo utilizado em ensaios clínicos no controle da glomerulosclerose segmental focal, com declínio da proteinúria em pacientes com nefrite lúpica e declínio da função renal (Trachtman et al., 2011). Anticoagulantes: A heparina tem sido utilizada na fase aguda do tratamento de eventos trombóticos decorrentes da síndrome antifosfolípide e é seguida pelo uso de anticoagulantes (Bezerra et al., 2005). O tempo de duração é indefinido, exceto para o uso durante a gestação, em que é possível manter heparina por todo o período ou intercalada por anticoagulante oral entre a 16ª e a 36ª semana de gestação (Klumba et al., 2015). ABBAS: Novas Terapias para o Lúpus Eritematoso Sistêmico: Os recentes avanços em nossa compreensão de LES têm feito surgir novas abordagens terapêuticas. Há ensaios clínicos em andamento com objetivo de testar a eficácia de anticorpos anti-IFN-α na doença e de tentar inibir os sinais de TLR. Tem havido grande interesse na depleção de células B por meio da utilização de um anticorpo contra a proteína de superfície de células B, CD20. Um anticorpo que bloqueia o fator de crescimento de células B (BAFF) foi recentemente aprovado para o tratamento de LES. Os ensaios clínicos de depleção de célula B utilizando anticorpos anti-CD20 ou anti-BAFF têm apresentado sucesso limitado. Ainda que a ideia de depleção de células B não tenha sido abandonada, são necessárias novas abordagens terapêuticas. Referência: PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO TRATAMENTO DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO - JNT-FACIT BUSINESS AND TECHNOLOGY JOURNAL - ISSN: 2526-4281 QUALIS B1 https://www.google.com/url?sa=i&url=htt Trabalhos indicam a necessidade de uma equipe multidisciplinar para acompanhamento do paciente durante a intervenção medicamentosa. Os principais pontos a serem observados foram a necessidade de acompanhamento psicológico, fisioterapêutico e nutricional, fatores que contribuem significativamente com a qualidade de vida dos pacientes com LES.
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