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ACREDITAÇÃO HOSPITALAR Professora Me. Vanessa Paola Povolo Gaspari Professora Me. Nayara Mizuno Tirone GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; GASPARI, Vanessa Paola Povolo; TIRONE, Nayara Mizuno. Acreditação Hospitalar. Vanessa Paola Povolo Gaspari; Nayara Mizuno Tirone. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 184 p. “Graduação - EaD”. 1. Acreditação. 2. Hospitalar . EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1233-0 CDD - 22 ed. 362.11 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo Silvio Cesar de Castro Designer Educacional Lilian Vespa Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Robson Yuiti Saito Qualidade Textual Carolina de M. Magi Ilustração Marcelo Yukio Goto Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Graduação e Pós-graduação Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. CU RR ÍC U LO Professora Me. Nayara Mizuno Tironi Graduada em enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 2010. Especialista em Gerência de Serviços de Enfermagem (modalidade residência) pela Universidade Estadual de Londrina/UEL (2011-2013). Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná/UFPR. Membro do Grupo de Pesquisa em Políticas, Gestão e Práticas de Saúde (GPPGPS). Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e publicações, acesse seu currículo disponível no seguinte endereço: <http:// lattes.cnpq.br/6331026436398336>. Professora Me. Vanessa Paola Povolo Gaspari Terapeuta Ocupacional, pela Universidade Federal de São Carlos, em 1998. Especialista em Gestão Hospitalar, Ergonomia, Integração Sensorial, Terapia Visual e Marketing. Mestre em Gestão e Saúde, pela Unicamp, em 2011. Atuou como coordenadora em clínicas particulares multiprofissionais e, posteriormente, como Diretora Geral de um Hospital Público de Maringá- PR. Em 2016, coordenou um serviço odontológico de um grupo privado por dois anos. Em seguida, na mesma empresa, coordenou o Ambulatório de Ortopedia e o COREME. Como docente, atuou nas instituições: Senac (Jundiaí-SP); Universidade Padre Anchieta (Jundiaí-SP); UNICID (São Paulo- SP); UFSCAR (São Carlos-SP); Universidade Pitágoras (Jundiaí-SP) e UNIFESP (São Paulo-SP). Atualmente, trabalha como consultora na área da Saúde e Gestão, conteudista e docente na Unicesumar (Maringá-PR), tanto no presencial como na Educação a Distância, além de coordenar o curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar da Unicesumar. Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e publicações, acesse seu currículo disponível no seguinte endereço: <http:// lattes.cnpq.br/3733046844347408> SEJA BEM-VINDO(A)! Prezado(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a)! Escrevemos este livro com grande satisfa- ção especialmente para você, futuro(a) tecnólogo(a) em gestão hospitalar. Todo o con- teúdo abordado neste livro fará parte da disciplina Acreditação Hospitalar. Para tanto, neste material, você encontrará conceitos, ferramentas, legislação e metodologias que lhe auxiliarão na compreensão deste tema. Essa disciplina tem como principal objetivo apresentar a você uma visão geral da acreditação hospitalar, que influenciará direta- mente na sua atuação profissional, pois você ajudará na melhoria da qualidade e no processo de acreditação hospitalar dentro dos serviços de assistência à saúde. Portanto, conhecer essa temática é muito importante para a sua formação acadêmica. Este livro foi estruturado didaticamente apresentando, primeiramente, a evolução da qualidade dos serviços de assistência à saúde. Em seguida, há uma explanação do conceito de qualidade e dasferramentas mais utilizadas. Também podemos encontrar como a acreditação surgiu no mundo e como chegou até o Brasil, além de como o ma- nual brasileiro de acreditação se estrutura. Por fim, apresentaremos as ferramentas para implantação da acreditação. Agora, caro(a) aluno(a), veremos uma rápida apresentação sobre cada unidade. A unida- de I, indicada como “A evolução dos serviços de assistência à saúde”, apresentará breve- mente a evolução histórica da acreditação e como ocorre a avaliação em saúde nas or- ganizações. Discorreremos também quanto aos desafios na implantação de programas de qualidade e na obtenção de acreditação, pois isso requer uma mudança de cultura da organização e dos profissionais envolvidos. Já na unidade II, denominada “Qualidade”, entenderemos como a qualidade nasceu e evoluiu até chegar ao patamar atual, como a qualidade afetou e afeta os serviços de saú- de e de que maneira reflete na gestão destas organizações. Também apresentaremos como as ferramentas da qualidade são importantes na gestão hospitalar, bem como os indicadores de qualidade. Continuando nossa caminhada, na unidade III, intitulada “Acreditação Hospitalar e Cer- tificações”, inicialmente estudaremos como surgiu o conceito de acreditação e como se difundiu pelo mundo. Observaremos brevemente como ocorreu em diversos países e como ele chegou e evoluiu no Brasil. Também discutiremos a diferença entre certificação e acreditação, apresentaremos a Organização Nacional de Acreditação (ONA) e como se dá o processo de educação das instituições para receber a avaliação para a acreditação. Em nossa unidade IV, denominada “Manual Brasileiro de Acreditação” apresentaremos como este manual se estrutura, discutiremos os seus princípios, diretrizes e a portaria que o regulamenta. Ademais, será destacado os principais programas de certificação, acreditação e o programa de acreditação da JCI que nasceu nos Estados Unidos. APRESENTAÇÃO ACREDITAÇÃO HOSPITALAR Finalizando nosso estudo, teremos, na unidade V, “Ferramentas para implantação da acreditação” a apresentação de como ocorre a contratação da Instituição Acredi- tadora para avaliação da certificação de acreditação após a decisão da organização em ser acreditada. A empresa designa uma equipe de avaliadores que será respon- sável por avaliar a organização. Esta, por sua vez, deve se preparar para receber a equipe e a avaliação. Para encerrar a unidade, conheceremos qual a importância da legislação para a acreditação dos serviços de saúde no país. Para melhor aproveitamento dos conhecimentos repassados neste livro, é impor- tante que, além da leitura, você acesse os links disponibilizados no elemento saiba mais, realize as atividades e faça pesquisas adicionais em outros livros ou artigos. Desejamos que você tenha uma ótima leitura e grandes momentos de aprendizado com nosso livro, bons estudos. APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE 15 Introdução 16 Acreditação em Organizações de Saúde 22 Considerações Iniciais Sobre Avaliação em Saúde 26 Avaliar: Por Que, Quando e Como 33 Os Desafios na Implantação de Programas de Qualidade e na Obtenção da Acreditação 37 Tecnologia da Informação como Suporte à Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde 41 Considerações Finais 47 Referências 51 Gabarito UNIDADE II QUALIDADE 55 Introdução 56 Histórico da Qualidade 61 Qualidade nos Serviços Hospitalares 66 A Busca Pela Qualidade em Instituições de Saúde 69 Ferramentas da Qualidade em Serviços de Saúde 77 A Importância dos Indicadores para Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde SUMÁRIO 10 82 Considerações Finais 85 Gabarito 87 Referências UNIDADE III ACREDITAÇÃO HOSPITALAR E CERTIFICAÇÕES 93 Introdução 94 Evoluções da Acreditação em Saúde 99 Conceito de Acreditação 101 Organização Nacional de Acreditação (Ona) 105 Processo de Acreditação/Metodologias de Acreditação 110 O Processo de Educação e Preparação das Instituições 115 Considerações Finais 119 Referências 121 Gabarito UNIDADE IV MANUAL BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO 125 Introdução 126 A Estrutura do Manual Brasileiro de Acreditação 135 Portaria N. º 1.970/Gm, em 25 de Outubro de 2001 SUMÁRIO 11 136 Princípios e Diretrizes Gerais do Manual Brasileiro de Acreditação 140 Principais Programas de Certificações e Acreditações (EUA) 146 Acreditação Internacional e Programa de Acreditação 150 Considerações Finais 158 Gabarito UNIDADE V FERRAMENTAS PARA IMPLANTAÇÃO DA ACREDITAÇÃO 161 Introdução 162 Inscrição no Processo de Avaliação e Contratação da Instituição Acreditadora 164 Avaliador, Avaliador Líder e Equipe de Avaliadores 168 Preparação da Avaliação 171 Manutenção da Certificação da Acreditação em Serviços de Saúde 173 A Importância da Legislação para a Certificação de Acreditação de Serviços de Saúde 177 Considerações Finais 182 Referências 183 Gabarito 184 Conclusão U N ID A D E I Professora Me. Vanessa Gaspari A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender a evolução histórica da acreditação. ■ Apresentar as considerações iniciais sobre avaliação em saúde. ■ Descrever o processo de avaliação em saúde. ■ Discutir os desafios na implantação de programas de qualidade e na obtenção da acreditação. ■ Apontar a relação da tecnologia da informação nos serviços de saúde. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Acreditação em organizações de saúde ■ Considerações iniciais sobre avaliação em saúde ■ Avaliar: por que, quando e como ■ Os desafios na implantação de programas de qualidade e na obtenção da acreditação ■ Tecnologia da informação como suporte à gestão da qualidade em serviços de saúde INTRODUÇÃO Olá, caro(a) acadêmico(a)! Nesta primeira unidade do nosso livro, vamos estudar a evolução dos ser- viços de saúde ao longo dos anos e, dentro desse contexto, a evolução histórica da acreditação, assim como o processo de avaliação que as instituições de saúde precisam passar para atingir a excelência. Esse é um caminho de desafios; a implantação de programas de qualidade e a obtenção da acreditação envolve não só recursos financeiros, mas recursos humanos. E, por fim, apontar qual a relação da tecnologia da informação nos serviços de saúde. Mensurar a satisfação sentida pelos pacientes e a qualidade dos serviços prestados no cenário da saúde é um tema nada simples de qualificar, pois não abrange somente os serviços prestados e adquiridos pelo paciente, mas também o entendimento do quanto as pessoas se beneficiam por meio dos procedimentos terapêuticos envolvidos nesse processo, ainda mais quando se busca maneiras de reduzir custos, mesmo com serviços de altíssimo desempenho. Segundo o dicionário Michaelis ([2017], on-line)¹, o significado da palavra acreditar é crer, dar crédito, ter como verdadeiro, confiar em, conferir reputa- ção, ou seja, um serviço de saúde com essa certificação se destaca diante de sua equipe, de seus usuários e na sociedade. A acreditação hospitalar não tem como propósito fiscalizar, mas através de um sistema de avaliação periódica, implementar como base, um programa de educação continuada, ou seja, uma entidade avalia a instituição de saúde, que busca de forma voluntária a adesão nesse processo, e dessa forma, deve aten- der a uma série de padrões previamente definidos e criados com o objetivo de melhorar a segurança e a qualidade na assistência ao paciente. Sendo assim, caro(a) acadêmico(a), vamos dar início ao entendimento desse processo e sua importância. Bons estudos! A acreditação ficou conhecida como um sistema de avaliação “dos recursos institucionais, voluntário, periódico e reservado, que tende a garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente estabelecidos” (BRASIL, 2002). Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 ACREDITAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE Caro(a) aluno(a), iniciaremos neste tópico o estudo da acreditação em organiza- ções de saúde e mostraremos que a preocupação com a qualidade da assistência dos serviços prestados nessas organizações não é um tema recente. Consta em registros de cerca de 2.000 anos a.C., quando o imperador da Babilônia grafou, no Código de Hammurabi, a recomendação de “não causar mal a alguém”, e 400 anos a.C., Hipócrates, faz referência em seu juramento do seguinte, “primum non nocere” (primeiro não causar dano). Durante a Guerra da Criméia, em 1854, Vasconcellos (2005) ainda des- creve que Forence Nightingale insere algumas medidas inovadoras, como o uso da ventilação e uso de desinfetantes, preocupado com os doentes nos campos de batalha. Dessa forma, conseguiu reduzir significamente a taxa de mortali- dade nos hospitais. Um outro referencial histórico é o doutor, professor e cirurgião Ernest Amory Codman, responsável por desenvolver nos Estados Unidos, no Hospital Geral de Massachusetts, em 1910, um trabalho denominado End Results Systems (Sistema de Resultados Finais), no qual monitorava e avaliava os resultados dos trata- mentos e procedimentos cirúrgicos realizados no hospital. Tinha como objetivo identificar intercorrências negativas nos processos, e a partir dessa identificação, propor melhorias para garantir a qualidade da assistência prestada. Acreditação em Organizações de Saúde Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Por meio de seus contínuos estudos e observações, o comprometimento do Doutor Codman desenvolveu as ações de acompanhamento e teoria do que é hoje chamado de Outcomes Management (Gerenciamento dos Resultados). Ele também foi um dos líderes do movimento que, em 1913, traz a fundação do Colégio Americano de Cirurgiões, conhecido como CAC, o qual adota o Sistema de Resultados Finais como premissas, visando a melhoria na qualidade dos cui- dados prestados nos hospitais americanos. Já em 1917, um conjunto de avaliações por meio dos padrões mínimos, abrangendo 692 hospitais, dos quais apenas 89 atendiam aos requerimentos pre- vistos nesses requisitos, oficializaram o Programa de Padronização Hospitalar com o intuito de desenvolver estratégias para a criação e implantação de padrões de qualidade. Em 1926, foi lançado o primeiro manual de padrões. Em 1950, com o avanço do Programa e a introdução de outros padrões base na gestão e execução dos processos, pôde-se então trazer 3.200 hospitais, parti- cipando do processo de avaliação, em caráter voluntário, pois reconheceram as melhorias advindas com a implantação dos padrões. Em 1951, o CAC, em conjunto com a Associação Americana de Clínicos, a Associação Médica Americana, a Associação Americana de Hospitais e a Associação Médica Canadense criaram a Joint Commission on Accreditation of Hospitals (JCAH), entidade independente, não governamental e sem fins lucra- tivos. A missão dessa nova entidade era a provisão de acreditação em caráter voluntário (PINTO, 2015). Em 1970, com as redefinições dos padrões exigidos pelo Programa de Acreditação, passou-se a estabelecer requerimentos de excelência da quali- dade com a substituição de padrões mínimos por padrões ótimos alcançáveis. Foi essa mudança que tornou propício o fortalecimento da cultura da melhoria contínua, uma vez que as instituições passam a estabelecer novos parâmetros de referência da excelência para os processos de cuidado desenvolvidos em seus processos e serviços. Em 1987, a JCAH muda de nome para Joint Commission on Accreditation of Health Care Organizations (JCAHO), trazendo a expansão dos programas para diversos segmentos de serviços de saúde, incluindo também laboratórios, rede de serviços, home care, ambulatórios, saúde mental, entre outros. A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Em Portugal, o Programa de Acreditação nas instituições de saúde teve iní- cio em 1999, com a criação do Instituto da Qualidade em Saúde (extinto em 2006). Esse programa, que então se adaptou, baseou-se na metodologia King´s Found Institute (KFI) e teve na sua gênese um acordo entre o Ministério da Saúde Português e o Heath Quality Service (HQS), vindo a dar origem ao Primeiro Programa Nacional de Acreditação dos Hospitais (SCHIESARI, 1999). Já no Brasil, no período de 2004 a 2010, criou-se o Plano Nacional de Saúde (PNS), que configura-se como o instrumento básico do Pacto pela Saúde no Brasil, essencial para a gestão do SUS e que tem como objetivo promover o cumprimento do direito constitucional à saúde, visando a redução do risco de agravos e o acesso universal e igualitário às ações para a sua promoção, proteção e recuperação, assegurando a equidade na atenção, aprimorando os mecanismos de financiamento, diminuin- do as desigualdades regionais e provendo serviços de qualidade, opor- tunos e humanizados (BRASIL, 2005, p. 9). Em função de uma escassa cultura da qualidade aliada a um déficit organizacio- nal dos Serviços de Saúde, assim como a ausência de indicadores de desempenho e de apoio à decisão, o PNS apontou como orientação estratégica a melhoria da qualidade organizacional dos serviços de saúde e, em 2004, a Unidade de Missão para os hospitais S.A. adotou o modelo da Joint Commission International (JCI) para acreditação destes hospitais. Dos 27 hospitais que iniciaram o processo de acreditação pelo KFI/HQS, 13 obtiveram a acreditação e dos 15 hospitais em processo de acreditação pela JCI, apenas 2 obtiveram a acreditação. Durante esse processo de implantação do melhor modelo de ações reque- ridas pelo Programa de Acreditação, algumas estratégias foram analisadas para que pudessem ser postas em prática. Então, em 2009, com a criação aprovada em regulações, foi implantada a Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde, que define as prioridades para a concretização da política para a qualidade na saúde, para nomeadamente adotar e adaptar um modelo nacional e independente de acreditação e implementá-lo oficialmente por meio de um programa nacional de acreditação em saúde. Tornando-se necessário a adoção de um modelo de acreditação, foram definidos os seguintes critérios: 1. Alinhamento com as grandes linhas de Estratégias Nacional para a Qua- lidade na Saúde. Acreditação em Organizações de Saúde Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 2. Transversalidade e facilidade de adaptação aos vários tipos de unidades que constituem o Sistema de Saúde Português, avaliação dos profissio- nais da saúde nacionais e possibilidade de alargamento a outras áreas de acreditação em saúde. 3. Sustentabilidade econômica, de forma a permitir a adoção generalizada do modelo de acreditação escolhido. Cabe à Direção Geral da Saúde, por meio do Departamento da Qualidade da Saúde, definir e propor o necessário suporte normativo e regulamentar, bem como identificar áreas e oportunidades de melhoria. Esse programa deve ser enten- dido como uma ferramenta para o desenvolvimento da estratégia da qualidade, constituindo um estímulo para a aplicação de boas práticas, de procedimentos normatizados da qualidade e segurança, e ainda de metodologias de avaliação do risco e de estudos de custo-efetividade na prestação de cuidados de saúde. O programa possui ainda, como objetivo final, uma mudança cultural, com vista a alterar o atual paradigma de prestação de cuidados centrados na organização para um novo paradigma de cuidados,centrados sempre no cidadão. Ainda no sentido de usar o termo dado pelas organizações em acredita- ção, pode-se citar que quando um hospital se submete a esse processo, poderá ser de fato acreditado por uma instituição acreditadora (MANZO et al., 2012; QUINTO NETO; GASTAL, 1997). Conforme visto, no sentido histórico, as evoluções no programa da acredi- tação em todo mundo, e visando o Brasil neste contexto, tem-se que o país só teve engajamento nesse processo de acreditação no ano de 1970, quase 60 anos após os estudos do doutor, professor e cirurgião Codman já ter avaliado resul- tados extremamente satisfatórios em torno das especificações requeridas na aplicação do programa. O Brasil ficou atrás desses países devido a seu desenvolvimento precário na área da saúde, mas os avanços tecnológicos desenvolvidos trouxeram ao país um progresso no Programa de Acreditação. No entanto, com os Anais do Simpósio Acreditação de Hospitais e Melhoria da Qualidade em Saúde, em 1994, quando o Ministério da Saúde desenvolveu o tema Qualidade e Avaliação Hospitalar, par- tindo de início com a publicação de Normas e Portarias, a fim de regulamentar esta atividade (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 Atualmente, o Ministério da Saúde se empenha na implantação de um sis- tema eficaz e capaz de controlar a assistência à saúde no Brasil. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir de 1989, a Acreditação passou a ser compo- nente estratégico para a ampliação da qualidade na América Latina. O Ministério da Saúde tem como uma das prioridades estratégicas a acre- ditação em saúde, sendo o responsável político pela qualidade dos cuidados que se prestam no Sistema de Saúde, que tem como objetivo o reconhecimento público da qualidade atingida nas organizações prestadoras de cuidados de saúde, por meio de uma avaliação objetiva. A acreditação em saúde tem que, em caráter primário, fortalecer a confiança dos cidadãos e dos profissionais de saúde nas instituições prestadoras de cuidados de saúde, fomentar e dissemi- nar uma cultura na melhoria da qualidade e segurança, com a aliada relação custo-benefício. Então, em 1990, foi concretizado um acordo com a Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS), a Federação Latino Americana de Hospitais e o Ministério da Saúde para preparar o Manual de Padrões de Acreditação para América Latina (FELDMAN, 2004). Em 1992, no mês de abril, foi retomada a ampliação da acreditação, no qual foi apresentado o seu Manual de Acreditação. O Manual de Acreditação proposto seria uma ferramenta de fundamental impor- tância para iniciar o processo de acreditação, e os militantes levariam a discussão para suas instituições. Em 1994, o Ministério da Saúde difundiu o Programa de Qualidade com a finalidade de promover esta cultura, estabeleceu ainda a Comissão Nacional de Qualidade e Produtividade em Saúde (CNQPS) que desempenhou importante papel na elaboração das diretrizes do programa e na sua disseminação, inclusive em outras esferas do governo (BRITO, 2012). Foi só em meados de maio de 1999 que foi constituída a Organização Nacional de Acreditação (ONA), visando a criação de um sistema de avaliação para a cer- tificação dos serviços de saúde (DONABEDIAN, 1994). Concomitantemente, em 1999, o Hospital Israelita Albert Einstein foi o primeiro hospital fora dos EUA a receber a acreditação em qualidade na assistência médico-hospitalar pela Joint Commission International (JCI), uma das mais importantes organizações inter- nacionais de certificação no setor saúde. Atualmente, 89 (oitenta e nove) hospitais no Brasil detêm essa certifi- Acreditação em Organizações de Saúde Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 cação, sendo que destes 27 são acreditados com excelência nível 3 (evi- dências de políticas institucionais de melhoria contínua em termos de estrutura, novas tecnologias, atualização técnico-profissional, ações assistenciais e procedimentos médicos sanitários), 38 são acreditados pleno nível 2 (evidências de adoção do planejamento na organização da assistência hospitalar) e 24 são acreditados nível 1 (exigências que con- templam o atendimento aos requisitos básicos da qualidade na assistên- cia prestada ao paciente com ênfase na segurança) (ONA, 2008, apud BARBOSA et al., 2009). A acreditação americana foi a precursora e dela resultaram, primeiramente, as acreditações canadense e australiana com as mesmas características embrioná- rias. Ou seja, o primeiro passo da acreditação, em âmbito internacional, foi em direção aos países de língua inglesa (MANZO, et al., 2012). Uma das principais analistas da acreditação no mundo, Ellie Scrivens, tam- bém reforçou essa observação e analisou a acreditação pelo viés de um grupo formado pelos países anglófonos, pois considerou que esses sistemas que se desenvolveram a partir da acreditação americana, mantiveram algumas de suas características, acompanharam o seu desenvolvimento e cooperaram com a dis- seminação da metodologia no mundo (FORTES, 2013). Scriven (2004) ainda concluiu que esse bloco de países aprimorou o sistema de acreditação de uma forma que se sobressaiu a de qualquer outro país. Mas a observação desse bloco também deixou evidente discrepâncias marcantes no desenvolvimento da metodologia, dando ênfase à necessidade de considerar os contextos político, econômico e social no qual atuará. O objetivo da Acreditação é estimular o desenvolvimento constante dos ser- viços hospitalares e dessa forma promover a qualidade na assistência à saúde. Para isso ocorrer, é necessário a padronização dos processos e reforçar a segu- rança do paciente (BOMFIN et al., 2013). Motta (1997, p. 43) retrata os fatores desencadeados pelo processo de mudança organizacional: “preparar-se para a mudança é aprender princípios e modelos ideais sobre gestão. O processo de mudar consiste na busca da verdade através da articulação de ideias para se chegar a um todo coerente”. Nesse sentido, a mudança é necessária para o crescimento e prosperidade, mas ela deve considerar as pessoas, processos, estruturas, cultura e redes sociais para o sucesso em longo prazo (BOMFIN et al., 2013). A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Para que a essa mudança ocorra e seus frutos sejam eficientes, deve ser feita de maneira gradual, o que envolve a implementação de indicadores clínicos, administrativos e econômicos de acordo com os padrões exigidos e preconizados para a assistência da saúde com qualidade e dessa forma garantir a acreditação hospitalar (VILAR, 2007). Então, o que é acreditação? Define-se acreditação como um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde. Tem um caráter eminentemente edu- cativo, voltado para a melhoria contínua, sem finalidade de fiscalização ou controle oficial/governamental, não devendo ser confundida com os procedimentos de licenciamento e ações típicas de Estado. O processo acreditação é pautado por três princípios fundamentais: é voluntário, feito por escolha da organização de saúde; é periódico, com avaliação das organizações de saúde para certificação e durante o período de va- lidade do certificado; é reservado, ou seja, as informações coletadas em cada organização de saúde no processo de avaliação não são divulgadas (ONA, [2018], on-line)². CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE AVALIAÇÃO EM SAÚDE Dentro de qualquer processo de certificação, é necessário a realização de avalia- ções para analisar o cumprimento do que é exigido para tal. Sendo assim, o que significa avaliação? A avaliação ou conjectura sobre condições, extensão, intensi- dade, qualidade etc. de algo; verificação queobjetiva determinar a competência, o progresso etc. de um profissional, aluno, etc. (HOUAISS; VILLAR, 2009). Sendo assim, Ernest Amory Codman, de Boston, um dos fundadores do American College of Surgeons/1913 (ACS), realiza a primeira iniciativa de avaliação dos serviços em saúde em 1910, formulando a proposta The End Result System Standardization para um sistema de gerenciamento de resultados. Este sistema determinou que o hospital deve acompanhar cada paciente o tempo suficiente para determinar se o tratamento alcança os objetivos propostos (VIANA, 2011; FELDMAN, 2004). Considerações Iniciais Sobre Avaliação em Saúde Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Se a avaliação tiver resultados insatisfatórios, o hospital deve procurar determi- nar o motivo desses resultados, buscar corrigir as falhas encontradas e, com isso, elevar a chance de sucesso no futuro. O doutor Codman ainda implementou este projeto em seus pacientes, obtendo bons resultados, mas teve dificuldade para realizar suas análises nos pacientes de seus colegas. Doravante este fato, culminou com sua expulsão do hospital onde até o momento ele trabalhava, levando-o a criar uma unidade hospitalar pró- pria para aplicar seu método de avaliação. No ACS (do qual o Canadá é membro ativo), em sua declaração de propósitos original, estabelece como um de seus objetivos o aperfeiçoamento da qualidade no cuidado dos pacientes cirúrgicos e o estabelecimento de padrões para os hospitais. Este colégio, em 1917, desen- volve o Minimum Standard for Hospitals, que define um conjunto de padrões para que os cirurgiões avaliem como os hospitais se adequam a eles. O CRESCIMENTO DO MOVIMENTO DA QUALIDADE No quesito qualidade, a propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas é capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza. Então, a quali- dade permite avaliar e, consequentemente, aceitar ou recusar, qualquer coisa. Na perspectiva dialética, categoria fundamental que designa a diversidade de relações pelas quais cada coisa, a cada momento, vem a ser tal como é (FERREIRA, 1999). A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Joseph Juan e W. Edward Deming formularam o que chamamos de teorias básicas de controle e melhoria de qualidade, assim como abordagens de geren- ciamento pela qualidade: a Gestão pela Qualidade Total (TQM, sigle em inglês) e a Melhoria Contínua da Qualidade (CQI, sigla em inglês). Essas teorias vêm ganhando espaço entre os gestores de serviços de saúde, tanto como suporte nas avaliações, quanto no controle de qualidade e nas atividades de melhoria de desempenho, que devem refletir positivamente e de maneira perceptível ao usuário, já que ele está cada vez mais exigente e deve ter acesso às informações para poder escolher onde quer ser atendido (ROONEY, OSTENBERG, 1999). O interesse crescente na avaliação da qualidades dos serviços prestados pelas instituições de saúde faz com que os gestores se preocupem em gerar dados de ava- liações mais objetivos e claros de seus respectivos serviços para facilitar a escolha do usuário e, obviamente, se destacar no mercado diante scores positivos. Sendo assim, nada melhor para atender as necessidades de informações sobre quali- dade e desempenho do que as abordagens de avaliação proposta nos processos de licenciamento, acreditação e certificação, que apesar de diferentes propósi- tos e diferentes capacidades, basta saber escolher qual a melhor opção, dentro das necessidades e expectativas de quem procura, e dessa forma, qual o sistema é mais eficiente para determinado propósito (ROONEY; OSTENBERG, 1999). Ao ser escolhida uma abordagem de avaliação de qualidade, frequentemente os responsáveis pela tomada de decisões definem alguns pontos, tais como: man- ter a qualidade, garantir a segurança da população, classificação e reconhecimento legal, verificar se são atendidas as especificações de desenho e manutenção, docu- mentação das capacitações especiais. Considerações Iniciais Sobre Avaliação em Saúde Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 Quadro 1 - Avaliação e certificação - Realizadas por Instituições Acreditadoras Credenciadas pela ONA, a OPSS – Or- ganizações Prestadoras de Serviços de Saúde tem como referência: - Normas do Sistema Brasileiro de Acreditação e Manual Brasileiro de Acredita- ção; - O interesse pela avaliação é da organizações; - Inscrição no Processo – solicitação de informações; - A OPSS manifesta interesse para ser avaliada junto à Instituição Acreditadora; - A Instituição Acreditadora coleta as informações necessárias da OPSS para formular a proposta; - A Instituição Acreditadora encaminha proposta à OPSS; - A OPSS analisa as propostas recebidas. - Inscrição no Processo – contratação da Instituição; - A OPSS seleciona uma Instituição Acreditadora; - A Instituição Acreditadora envia um questionário preliminar à OPSS e solicita os seguintes documentos: - Alvará de funcionamento ;Licença sanitária; - Registro do responsável técnico no conselho Regional de Medicina (CRM); - A OPSS encaminha a solicitação; - Os documentos são analisados; - É enviado contrato a OPSS; - A Instituição Acreditadora encaminha à ONA uma cópia do contrato assinado; - A OPSS recolhe taxa de inscrição junto a ONA – correspondente a 10% do valor do contrato; - Confirmado o recolhimento, agenda-se e realiza-se a visita; - Custos da visita são por conta da OPSS. Fonte: adaptado de BRASIL (2002). A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 AVALIAR: POR QUE, QUANDO E COMO A AVALIAÇÃO Ainda sobre avaliação, entramos em uma outra etapa, que é entender que os padrões de avaliações foram se tornando cada vez mais complexos, uma vez que cada sis- tema adotaria os padrões exigidos pelo que aborda o doutor Codman, e como hoje o campo conta com diversos tipos de avaliações e encontra-se na sua quarta geração, é interessante que sejam padronizados os sistemas e as avaliações. O dina- mismo e o progresso destas, levaram à passagem de uma geração a outra, sem a necessidade de exclusão das anteriores, como um campo que se aprimora e evo- lui em suas questões técnico-conceituais e políticas (FORTES, 2013; CRUZ, 2012). Segundo Cruz (2012), o “divisor de águas”, das várias fases da avaliação foi a consideração de que o julgamento é fundamental à avaliação, “uma medida de sucesso ou não de uma política ou programa público de acordo com atributos de qualidade determinados e pactuados” (CRUZ, 2012, p.185). O objetivo das avaliações é julgar o mérito e a relevância de um objeto. Geralmente o processo de avaliação é dado por meio da tentativa de responder a perguntas sobre programas, planejamentos, instituições etc. em relação a determi- nados critérios para, assim, concluir e julgar sobre o valor do que se está avaliando. Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 Avaliar: Por Que, Quando e Como Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 A avaliação se preocupa com os objetivos das instituições e entidades no tocante ao fato da comprovação do seu atendimento e, também, com relação à qualidade desses objetivos. O processo preocupa-se em avaliar tanto a situação quanto o impacto dos objetivos que estão sendo analisados (GUBA E LINCOLN, 1989). Para Cruz (2012), procurar responder o porquê, colabora com o progresso da prática no âmbito das políticas de saúde. Ao deixar de enfatizar a perspec- tivanormativa, as características essencialmente técnicas e o caráter gerencial da avaliação, pode-se reconhecer o seu caráter político. Assim, envolvem-se os diferentes atores e suas intenções no processo avalia- tivo e, dessa forma, a possibilidade de mudança social passa a existir. A avaliação pode circundar por vários tipos, seja para a gestão, para a decisão ou pode ser uma investigação avaliativa. Também pode ter caráter formativo, quando inten- ciona melhorar o que avalia, ou somativo, quando prestando contas. Porém, todas elas contêm a ideia de qualidade (ALMEIDA, 2006). Por isso, qualquer processo de avaliação pressupõe a emissão de um jul- gamento que incutirá um valor a alguma coisa que, consequentemente, será entendida como portadora de qualidade. Dessa forma, qualquer processo de ava- liação remeterá ao estabelecimento ou não, a depender do seu resultado, de uma qualidade, de acordo com uma referência. Contudo, vale destacar que as avalia- ções visam, sempre, mudar a prática ao longo do tempo, contribuindo para um processo de melhoria continuada. As avaliações da qualidade voltaram-se aos serviços nos anos 1960, quando estes começaram a ser pensados como produtos, sendo, portanto, suscetíveis a uma estandardização na qualidade como um mecanismo de apreciação no mercado. No setor público, as questões de qualidade ganharam notoriedade em razão dos direitos sociais da população e dos movimentos dos consumidores. Na saúde não foi diferente, os serviços prestados neste âmbito também foram abarcados por esses movimentos, mas relacionados à gestão e à garantia de qua- lidade (MANZO et al., 2012; NOVAES; BUENO, 1998). Entretanto, as práticas de avaliação diferem das metodologias que buscam paridade com padrões, por meio do levantamento feito por um processo que analisa determinadas condições de uma instituição frente a uma gama de itens. A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 O campo da avaliação entende o uso do termo “avaliação” enquanto meca- nismo de averiguação de determinadas condições frente ao alcance de objetivos estabelecidos previamente por programas ou políticas. Porém, esse termo tam- bém é utilizado enquanto ação em prol da conformidade com padrões, o que gera uma confusão quanto aos seus significados. A diferença maior está no fato das avaliações de qualidade serem dinâ- micas, enquanto as avaliações em prol de paridades são como uma fonte de conhecimento de uma realidade fixa, um quadro da situação das instituições e organizações em um dado momento. Nesse caso, os padrões podem ser utiliza- dos para se dar um veredito: existe conformidade ou não existe conformidade. Ou seja, a acreditação enquanto avaliação em prol de uma paridade não pode ser entendida tal qual a definição do termo posta pelo campo da avaliação. No entanto, pode ser entendida como uma ferramenta de avaliação. Diante disso, para ser avaliado existem alguns desafios nos quais a implan- tação de programas de qualidade e a obtenção da acreditação se consideram, como, por exemplo, na elaboração de um padrão, que é necessário considerar o seu propósito e objetivo, bem como a expectativa de como ele vai ser alcançado. É claro que existem variações de padrões e de desempenho a serem considera- das, pode ser limitado ou não, mas deve atingir os objetivos no qual foi proposto. Nota-se que para validação do processo de acreditação, a descrição do padrão a ser aplicado deve ser incorporada ao processo de avaliação do paciente, sendo que este pode ser avaliado por meio de uma combinação de técnicas, inclusive uma auditoria dos registros, ou por meio de entrevistas com o paciente e colo- cações diretas do médico que o avaliou. Esses dados de desempenho recolhidos na formulação de um sistema de monitoramento da qualidade dos padrões geram confiabilidade do que é posto em prática pela instituição, já que sem eles fica impossível determinar se é real- mente implantado os padrões, ou não. O que realmente garantirá que os processos e padrões exigidos sejam de fato implementados é o conjunto de ações, que no caso englobam as entrevistas com pacientes e membros do quadro de pessoal e análise direta dos processos existentes na instituição, sendo assim, possível obser- vação e visão geral dos modelos de avaliação da qualidade. É a partir das três abordagens principais de avaliação da qualidade dos Avaliar: Por Que, Quando e Como Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 serviços de saúde, que os padrões de serviços são aceitos, são estes: acreditação, certificação e licenciamento. Após várias aplicações dos processos que ofere- ciam diversas perspectivas sobre o nível alcançado é que se pode aperfeiçoar a maneira de definir padrões e estratégias para aplicação da acreditação. Geralmente, os padrões de acreditação são estabelecidos considerando o nível máximo passível de alcance, fazendo com que a instituição sempre se modele aos melhores níveis e se sinta estimulada a alcançá-los. Mas, por outro lado, tem-se também os padrões exigidos para nível mínimo, a fim de assegurar que a insti- tuição cubra ao mínimo os padrões levantados pela acreditação para o cuidado dos pacientes, com risco mínimo à saúde e à segurança. Na certificação, pode ser visto uma abordagem que pode tanto incluir os profissionais das instituições, como dos setores que se utilizam de padrões da ISO 9000 (International Organization of Standardization), por exemplo, que tem por função avaliar a aplicação e especificações determinadas por ela. Ou seja, pode englobar tanto os profissionais da área da saúde, como os técni- cos ou linhas de padrões que garantem a aplicação dos padrões nos processos com qualidade, garantindo aos pacientes qualidade e segurança no atendi- mento (ABNT, 1994). A certificação do profissional de saúde pode demonstrar seu conhecimento e habilidades numa área específica, como a medicina de emergência. Essas habilida- des específicas garantem um bom uso das técnicas e conformidade plena com os padrões exigidos pelos métodos a serem aplicados (ROONEY; OSTENBERG, 1999). Outra questão é a de tratamento aos pacientes, para determinar essa série de padrões organizacionais exige-se um grande esforço, pois o ideal é saber se as boas práticas são aplicadas no cotidiano dos que tratam dos pacientes. Geralmente patrocinado por uma organização não-governamental, sendo um programa voluntário, em que os colaboradores treinados fora da institui- ção julgam, por meio de uma avaliação, a conformidade da instituição de saúde com padrões de desempenho já preestabelecidos. A acreditação compreende a competência ou aptidão da instituição, mas não do profissional individual. Também engloba ações contínuas de melhorias e obtenção dos padrões ótimos de qualidade, sendo mais importante que somente atingir os padrões mínimos destinados para assegurar a segurança pública (ROONEY; OSTENBERG, 1999). A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 Esses padrões podem ser reunidos por departamentos dentro da própria instituição de saúde, como considerados os serviços de enfermagem, farmácia e radiologia. Rooney e Ostenberg (1999) relatam que, de acordo com a ANVISA, os principais objetivos da acreditação são: ■ Melhorar a qualidade dos cuidados da saúde estabelecendo metas ótimas a serem atingidas ao se alcançar os padrões para organizações de saúde. ■ Estimular e melhorar a integração e o gerenciamento dos serviços de saúde. ■ Estabelecer um banco de dados comparativos de instituições de saúde destinado a atender um grupo escolhido de padrões ou critérios de estru- tura, processo e resultados. ■ Reduzir os custos dos cuidados da saúde enfocando ou aumentandoa eficiência e efetividade dos serviços. ■ Oferecer educação e consultoria a instituições de saúde, gerentes e profis- sionais de saúde sobre estratégias de melhoria de qualidade e “melhores práticas” na área da saúde. ■ Fortalecer a confiança do público na qualidade dos cuidados à saúde. ■ Reduzir os riscos associados a lesões e infecções em pacientes e mem- bros do quadro de pessoal. Para que sejam decididos quaisquer fatos quanto à capacidade das instituições, é preciso uma equipe estruturada na matéria ou até mesmo avaliadores aptos a realizarem uma avaliação in loco em intervalos predeterminados, que sejam periodicamente realizados a cada dois ou três anos. Porém, é claro, também existe uma outra abordagem que é realizada quando a instituição determina uma data para a visita dos técnicos. Sendo assim, a instituição tem tempo para tomar medidas para que os geren- tes-chave e membros do quadro de pessoal estejam presentes e disponíveis para participar do processo, promovendo assim possibilidades de que a instituição alcance os padrões exigidos das equipes avaliadoras. Outra questão relevante a ser discutida é no que se refere ao tratamento aos pacientes; para determinar essa série de padrões organizacionais exige-se um grande esforço, pois o ideal é saber se as boas práticas são aplicadas no cotidiano dos que tratam dos pacientes. Avaliar: Por Que, Quando e Como Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 A empresa que cuida das avaliações, analisa as várias estratégias que são apli- cadas nas instituições hospitalares, visando as que atendem aos padrões relativos a sistemas e funções-chave, sendo elas, os cuidados aos pacientes, controle das infecções, gerenciamento de ambiente, gerenciamento de recursos humanos e a garantia de qualidade. Então, além da análise de documentos, os avaliadores costumam entrevistar os diretores e responsáveis da instituição, médicos, fun- cionários e pacientes, a fim de determinar as habilidades e performance. Nessas visitas para avaliações são analisados vários critérios e setores que englobam as funções hospitalares. Iniciam-se pelos aspectos gerais de segurança do prédio, o gerenciamento do lixo, limpeza e manutenção em geral, controle de infecções. Nos serviços relacionados a diagnósticos, são analisados conjun- tamente os departamentos de radiologia e laboratórios, e nesses são também avaliados todos os quesitos referentes à segurança, eficácia, controle de quali- dade e até mesmo o gerenciamento de equipamentos e suprimentos. E é com o apoio de metodologias como o rastreador que é possível analisar coerentemente os resultados (SANTOS, 2012). Já no serviço de apoio, como os de nutrição, farmácia e reabilitação, são todos inseridos no levantamento para acreditação de um hospital ou centro de saúde. Após todas as informações gerenciais recolhidas, são então assinaladas na ficha técnica para controle eficaz e registro de todas as informações. A vantagem da acreditação é que, ao combinar a avaliação dos técnicos com as fichas registradas, tem-se pleno conhecimento sobre as condições da institui- ção, e essa impressão pode auxiliar no enfoque do que deve realmente ser aplicado ao gerenciamento para resolver problemas, ou garantir a continuidade de boas ações que trarão melhorias contínuas dos sistemas e processos institucionais. Esse levantamento in loco geralmente é consultivo e educacional, e normal- mente os avaliadores são capazes de oferecer recomendações quanto às “melhores práticas” realizadas em outras instituições semelhantes, ou fazer sugestões sobre abordagens de qualidade que a instituição deseje adotar no futuro. As conclusões da avaliação após analisadas são de classificar e indicar se um hospital ou centro de saúde ascende aos padrões aceitáveis de conformidade, sendo assim lhe creditado a acreditação. A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Segundo a Gerência de Relações Farmacêuticas, o licenciamento é um pro- cesso administrativo e governamental que requer das instituições de saúde o encontro de padrões mínimos para fins de funcionamento. Já a certificação é um processo governamental, ou não, que garante o reconhecimento de institui- ções de saúde que encontram certos padrões e as qualificam para fins de advertir, pagar ou obter créditos por serviços prestados, buscando prevenir a ocorrência de não conformidades (ONA, [2018], on-line)². Uma das vantagens da acreditação é que ela combina a avaliação e as con- clusões de vários avaliadores em uma única impressão sobre a conformidade da instituição, com os padrões e com a qualidade geral da assistência. Como o enfoque visa uma melhoria contínua dos sistemas e processos institucionais, o levantamento in loco é geralmente consultivo e educacional, bem como de natureza avaliatória. Os avaliadores são geralmente capazes de oferecer reco- mendações quanto às “melhores práticas” realizadas em outras instituições semelhantes ou fazer sugestões sobre abordagens de qualidade que a instituição deseje adotar no futuro. Os avaliadores que costumam se situar nos enfoques qualitativos e crítico- -dialéticos assumem que o conhecimento é de fato um desenvolvimento histórico e influenciado por interesses humanos, tornando os relacionamentos sociais dentro das sociedades apropriações de conhecimento e requerem a atribuição de significados e de sentido pelos sujeitos, e ainda, o propósito é o de ajudar as pessoas a transformar a sociedade (GUBA; LINCOLN, 2004; SCRIVEN, 2004). Coloque-se na posição de um paciente que busca por atendimento hospita- lar ou por qualquer outro atendimento de serviços de saúde e indague-se: você se sentiria mais seguro ao ser atendido em uma instituição acreditada ou não? Os Desafios na Implantação de Programas de Qualidade e na Obtenção da Acreditação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 Quadro 2 - Justificativas para a utilização de processos de acreditação - Melhora na comunicação, no trabalho em equipe, na auto-avaliação e revisão interna. - Obrigam os hospitais a decisões, principalmente em assuntos que eles não estão dispostos a enfrentar, em especial as relativas à disciplina médica. - O hospital passa a ser, nao só onde os profissionais utilizam para trabalhar, mas um lugar em que eles também têm responsabilidade organizacional. - Melhoram o ânimo e o espírito de cooperação, elevando a satisfação do pesso- al, visto que estão provendo assistência médico-hospitalar de alta qualidade ao paciente. - Aumentam o nível dos debates sobre saúde, políticas de saúde e hospitalar, além da difusão de conhecimentos sobre a prática clínica e sua administração. Fonte: adaptado de Pirckering (1992). OS DESAFIOS NA IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE QUALIDADE E NA OBTENÇÃO DA ACREDITAÇÃO MUDANÇA ORGANIZACIONAL: ACEITAÇÃO E RESISTÊNCIA Como é de praxe, conhecemos a velha frase: “toda mudança gera resistência”. Mudar um serviço de saúde em diversos segmentos de sua estrutura para atingir uma certificação, necessita do envolvimento de todos, ou seja, da superintendên- cia, passando pela equipe de médicos e enfermeiros, até chegar nos funcionários de serviços de suporte como lavanderia, higienização, cozinha. Quando realizados estudos de quais fatores impediam a acreditação de se desenvolver e expandir, pode-se notar que a resistência dos profissionais no pro- cesso de mudança organizacional é o mais relevante, e mais ainda superior ao da acreditação. A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 Conforme Senge (1998, p.166), “a resistência à mudança normalmentesurge em decorrência da ameaça ao modelo convencional de conduzir os proces- sos de trabalho e ao poder sedimentado nessas relações”. A fim de praticar a acreditação, sobre o discernimento do líder, em notar qual o ponto de resis- tência e aplicar soluções assertivas, de modo a direcionar os colaboradores e redirecionar as normas para que haja uma adesão à mudança, trazendo qualidade da comunicação e a dissemina-ção, é que Senge (1998), Bertoni (1994) e Bomfin et al. (2013) defendem que as ações conjuntas do líder, em notar tais pontos; e dos colaboradores, em aplicar as nor- mas e se enquadrarem nos padrões da acreditação, é que amenizam a resistência e levam para o êxito da mudança. Como numa organização hospitalar, as equipes e setores são formadas por pessoas, que possuem características pessoais intrínsecas, valores incorporados a sua conduta, posicionamentos em relação a diversos temas e suas próprias indi- vidualidades, tudo isso pode influenciar nas ações e atitudes dos colaboradores em manter ou não os padrões da acreditação. As mudanças afetam os processos de trabalho que são executados por pessoas; são expressões oriundas ou não da resistência. Senge (1998, p. 167), afirma que a força ativa é de ‘pessoas’. E pessoas têm vontade própria, mente própria e uma forma de pensar própria. Se os próprios funcionários não estive- rem suficientemente motivados a questionar as metas de crescimento e desenvolvimento tecnológico [...] simplesmente não haverá crescimento, ganho de produtividade ou desenvolvimento tecnológico. Conforme o que traz a bibliografia, o tema resistência possui diferentes linhas de raciocínio e a objetividade e clareza na divulgação das razões para mudança tam- bém são assuntos considerados imperativos para aceitação dos colaboradores ao processo de mudança. Para Block (2001), a resistência a mudança faz parte do processo de aprendizagem. Já para Motta (1997), as empresas primam pela raciona- lidade e o pensar sistêmico, focado na conclusão efetiva do problema apresentado. Os Desafios na Implantação de Programas de Qualidade e na Obtenção da Acreditação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 Nesse caso, o autor assegura que essas propriedades só terão valor se forem diri- gidas para atingir os propósitos e representam um crescimento da organização. De acordo com Robbins (2001, p. 459), algumas fontes principais de resis- tência profissional e resistência na implantação do processo de Acreditação Hospitalar são mais comuns. Essas fontes são determinantes no processo de acei- tação ou não dos padrões a serem inseridos na organização, são eles: - Inércia estrutural: a estrutura evidente das instituições aponta o nível de poder e ascensão, agrupados ao cargo do organograma. O fato dessa hierarquia apresentar relações sedimentadas, pode ameaçar a mudança e a estabilidade. - Foco limitado de mudança: geralmente as organizações representam compartilhamento de processos sistêmicos. A divisão de sistemas em subsistemas acaba por flagelar ou inibir tais setores que não estão con- tribuindo como de fato deveriam, e é esse fator que pode contribuir com o restante da organização, mesmo que quando sacrificada alguma ação. Isso, acaba por trazer insegurança e negligencia o benefício gerado por meio da mudança, não propiciando o bem-estar dos profissionais. - Ameaça à especialização: geralmente entendida de maneira equivocada, passa a ser tratada como divisor de profissionais e tarefas, pois a tendên- cia é ser polarizada e absorvida por outros setores e outros colaboradores do sistema, eliminando a verticalização e estimulando a multidisciplina- ridade dos profissionais. - Ameaça às relações estabelecidas de poder: a introdução de decisões participativas e gestão comutativa não são bem digeridas, pois enten- de-se que arruína a relação estabelecida pela autoridade e hierarquia na supervisão e gerência de nível médio. - Ameaça às distribuições estabelecidas de recursos: Robbins (2001) alega que a fonte de resistência pode ser oriunda das divisões que se sen- tem ameaçadas na distribuição orçamentária dos recursos nos próximos períodos de alocação. É claro que a resistência a mudança é muito associável ao ser humano de maneira geral, pois o comodismo satisfaz grande parte dos colaboradores em sua maio- ria. De acordo com Bonfin et al. (2013, p. 120), A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 a resistência é um fenômeno indissociável aos indivíduos nos processos de mudança. Para estabelecer as estratégias adequadas de lidar com a resistência é fundamental compreender as circunstâncias que a deram origem. O autor categoriza 3 fatores que se tornam obstáculos para a resistência, são eles: a preparação inadequada, problemas pessoais e sistemas organizacionais restritivos. As pesquisas que envolvem a aplicação do Programa de Acreditação identifi- caram as maiores dificuldades enfrentadas pelas instituições hospitalares durante o processo de acreditação e a dificuldade mais citada dentre os hospitais foi a de mudar a cultura da organização. Como qualquer programa da qualidade, a acreditação exige mudanças de valores, hábitos e comportamentos das pessoas envolvidas. Como já citado acima, a maior dificuldade enfrentada é no lidar com as atitudes já incutidas nos cola- boradores, então, fazer com que os profissionais de saúde e administrativo sigam os procedimentos estabelecidos, respeitem as regras de segurança e tenham a qualidade assistencial como valor essencial é fundamental para o sucesso da acreditação hospitalar. Outra dificuldade, refere-se ao não envolvimento de algumas categorias pro- fissionais, principalmente durante o processo de capacitação, relacionada também à questão cultural. É interessante que nesse processo de investigação, não eram notórios que as aplicações do sistema não fossem realizadas por falta de verbas, e sim pela atitude dos profissionais que envolvem a instituição de saúde. Para que haja comprometimento das instituições envolvidas no processo em que o sistema dita as regras a serem cumpridas para atingirem o alvo do Programa de Acreditação, alguns mecanismos são usados, como a publicação e distribuição de explicações sobre os propósitos dos padrões, bem como das regras de decisão, para que qualquer indivíduo ou instituição interessados sai- bam exatamente quais são os níveis de conformidade aos padrões necessários para conseguir a acreditação. Outros órgãos de acreditação podem usar o prazo ao qual se confere a acre- ditação, por exemplo, de um a três anos, como maneiras de se diferenciar o desempenho das diferentes instituições quanto aos padrões. Frequentemente, é necessário algum tipo de ação posterior ou melhoria quando áreas problemáticas ou oportunidades para melhorias são identificadas Tecnologia da Informação como Suporte à Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 durante o levantamento para acreditação. A instituição de saúde recebe um relatório detalhado por escrito, o qual, dependendo das normas do órgão que a acredita, pode ou não ser divulgado ao público. Além disso, algum tipo de designação especial, prêmio ou certificado também é normalmente conferido à instituição (BRITO, 2012). Quadro 3 - Acreditação ONA - existem dois tipos de certificação - Acreditação - Destinado às Organizações Prestadoras de Serviços para a Saúde, aos Serviços Odontológicos e aos Programas da Saúde e Prevenção de Riscos. - Selo de qualificação ONA - Destinado aos Serviços para a Saúde (áreas de apoio às Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde – OPSS), geralmente terceirizadas. Fonte: adaptado de ONA([2018], on-line)². TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO SUPORTE À GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE Para que haja o selo de acreditação hospitalar, que é um dos principais diferenciais da boa gestão de saúde, a instituição deve estar de acordo com os procedimen- tos e normas padrão, estabelecidos por meio de vários critérios e conferidas por meio de auditorias, sendo avaliadas e consideradas todas as ações e procedimen- tos praticados no interior do hospital. De maneira geral, pudemos ver que a acreditação hospitalar é um conjunto de boas ações sugeridas por meio de normas e procedimentos que se tornam padrões, para melhoria no atendimento e satisfação dos pacientes, melhoria no desenvolvimento das instituições de saúde nos critérios de gestão e segurança do paciente (PINOCHET, 2011). Para que seja categorizada as práticas gerenciais e de atendimento de um hospital, são levantados avaliadores que passam a acompanhar as ações dos cola- boradores dentro da instituição a ser avaliada, juntamente com fichas técnicas, A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 levantam todos os dados e conferem às empresas por meio de auditorias. O setor de saúde conta com vários tipos de acreditação hospitalar, tanto no padrão nacional quanto internacional. As mais antigas e renomadas são a da Organização Nacional da Acreditação (ONA), Accreditation Canada, Acreditação Nacional Integrada para Organizações de Saúde (Niaho) e Joint Comission Internatoinal (JCI). A ONA é uma das entidades certificadoras de padrão de qualidade e segu- rança do paciente mais importantes do Brasil e divide o processo de acreditação hospitalar em três níveis, os quais discutiremos melhor na Unidade III, são eles: Nível 1 - Acreditado: segurança do paciente; Nível 2 - Acreditado Pleno: procedimento; Nível 3 - Acreditado com Excelência: atendimento excepcional (PEREIRA, 2009). De acordo com a Organização Nacional de Certificações (ONA), temos hoje, no Brasil, um total de 594 instituições de saúde certificadas: 120 ambulatórios; 6 atenção domiciliar; 61 diagnóstico por imagem, radioterapia e medicina nuclear; 30 hemoterapias; Tecnologia da Informação como Suporte à Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 Entretanto, além das práticas que garantam a segurança do paciente, um dos principais itens avaliados no processo é a organização das informações e o fluxo interno dos dados, uma função primordial das soluções da gestão, como os sof- twares de Enterprise Resource Planning (ERP), desenvolvido em 1980 para agrupar dados e processos de diversos departamentos de vários tipos de empresa. Os ERP´s evoluíram para que fossem endereçadas às necessidades especí- ficas, conforme o setor no qual cada companhia atua. Na área da saúde, atende os requisitos mínimos, como coletar e gerenciar os dados dos pacientes e apoiar a decisão médica (MENDES; FILHO, 2002). Sendo uma solução modular a fim de revisar a gerência completa, pode ser adotado em etapas, armazenando as informações de departamento por vez. Se faz necessário analisar toda a estrutura organizacional e antes de se aplicar a solu- ção ainda é feita uma revisão. Se, porventura, o gestor achar viável a introdução do sistema modular para auxiliar no ambiente hospitalar, deve-se entender que toda cultura de descentralização de informações e dados agora será armazenada e analisada, já que sua implantação exige elevados níveis de maturidade geren- cial, fazendo com que haja um efeito dominó, caso todas as peças não sejam alinhadas e mantidas corretamente, inclusive no ponto de atendimento. Quanto mais tempo de utilização do programa, mais se pode garantir a centralização de informações e confiabilidade. 255 hospitais; 81 laboratórios; 15 nefrologias e terapia renal substitutiva; 4 processamento de roupas para serviços de saúde; 3 programas de saúde e prevenção de riscos; 7 pronto atendimento; 3 serviços de dietoterapia; 1 serviço de esterilização e reprocessamento de materiais; 4 serviços de manipulacao; 4 serviços odontológicos. Fonte: ONA ([2018], on-line)³. A EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 Uma outra solução tecnológica interessante a ser citada é do prontuário ele- trônico do paciente, que favorece o processo de acreditação (MENDES et al., 2011). Esse recurso é geralmente atribuído a hospitais que desejam a classifica- ção de Hospital Digital, segundo as regras da HIMSS, que sistematiza processos de atendimento ao paciente, garantindo a centralização de informações, em que são armazenadas e registradas alergias e demais informações no histórico do paciente, apresentando até mesmo correlações de remédios que o paciente tem restrição em tomar ou ser ministrado. Outra tecnologia ainda sugere protocolos e demais ferramentas de apoio para quaisquer decisões clínicas. Ela visa a qualidade de vida do paciente e garante, combinando todas as informações adquiridas, a segurança dos pacien- tes (BRASIL, 2015). Um outro elemento contribuinte para o desenvolvimento dos processos de acreditação hospitalar foi a criação do Business Intelligence, desenvolvido para cruzar dados estruturados e apresentá-los, de forma visual, aos gestores. Com o uso dessa ferramenta, é possível criar infinitos indicadores e fazer cruzamentos de dados para identificar padrões que possam facilitar a identificação de problemas e melhorar a administração das equipes, sua característica principal é a minera- ção rápida e isso faz com que as decisões gerenciais sejam rápidas e assertivas. Também exige-se mudanças na cultura organizacional e, como qualquer solução tecnológica, se faz necessário treinamento básico ou avançado, dependendo do tipo de solução, para que sejam aplicadas de forma eficaz. Podem ser grandes facilitadores dos processos de maturidade da gestão hospitalar, trazendo um caminho para os níveis ótimos de excelência exigidos pelas entidades acreditadoras nacionais e internacionais. Mesmo que se busquem praticar os processos do Programa de Acreditação, com um sistema que se mostra ser impecável e com possíveis resultados excelen- tes, se praticados conforme os padrões exigidos, pode-se notar que o fator mais especial e mais relevante gira em torno do trabalho humano e o comprometi- mento em fazer sempre o melhor trará de fato boas soluções, bons resultados e, ainda mais, o bem-estar não só dos pacientes, mas dos colaboradores envolvi- dos nas instituições de saúde. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) acadêmico(a), o cenário do setor hospitalar, revela tendências de moder- nização, de aumento da concorrência e maior notoriedade de satisfação dos pacientes, sendo assim, mostra-se relevante conhecer as práticas e impactos da acreditação nas instituições de saúde. A forma como se desenvolveu o Programa de Acreditação no mundo e no Brasil, traz ideias e referenciais de como faz diferença trabalhar de acordo com os padrões exigidos e normas regulamentadas. A acreditação hospitalar tem capacidade de gerar melhorias organizacionais quanto à gestão de processos, ao aumento da segurança aos pacientes, ao desen- volvimento dos profissionais de saúde e contribui, também, para a melhoria de imagem pública dos hospitais acreditados. Por isso, caro(a) aluno(a), a conscientização das instituições de saúde sobre os impactos positivos da acreditação é essencial para se garantir mais adesões ao Programa Brasileiro de Acreditação. A acreditação, como qualquer outra iniciativa de qualidade, é um processode mudança cultural, o qual deve ser cuidadosamente gerenciado pela liderança dos hospitais, pois pessoas motivadas se tornam indivíduos comprometidos. Dessa forma, se garante o envolvimento de todas as subculturas existentes no ambiente hospitalar. Claro que depende e muito dos tipos de procedimentos efetuados e dife- renças de porte de hospitais. Os dados recolhidos irão variar muito, mas como o estágio de implantação no Brasil ainda é considerado novo e se faz necessá- ria grande evolução do processo de acreditação, se pode inferir que seria ideal a demanda de mais tempo para evolução do processo para que se atinja padrões internacionais, como os da França e Estados Unidos. Mas se continuarmos tra- balhando para que isso aconteça, o reflexo sentido pela saúde no país será cada vez mais positivo. 42 1. Em 2015, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou o Plano Nacional de Saúde 2016-2019. O documento contém eixos e diretrizes a serem seguidos pelo Poder Público e está em consonância com o processo de debates do Mi- nistério da Saúde. De acordo com essas informações e de que o Plano Nacional de Saúde (PNS), configura-se como o instrumento básico do Pacto pela Saúde no Brasil, essencial para a gestão do SUS, leia e avalie as asserções a seguir no que se refere aos seus objetivos. I. Promover o cumprimento do direito constitucional à saúde. II. Reduzir risco de agravos e proporcionar o acesso universal e igualitário às ações para a sua promoção. III. Proteger e recuperar, por meio da equidade na atenção, o aprimoramento dos mecanismos de financiamento. IV. Diminuir as desigualdades regionais e prover serviços de qualidade, opor- tunos e humanizados. Assinale a alternativa correta: a) Apenas a alternativa I está correta. b) As alternativas I e II estão corretas. c) As alternativas II e III estão corretas. d) As alternativas I, II e III estão corretas. e) As alternativas I, II, III e IV estão corretas. 2. Na certificação pode ser visto uma abordagem que pode tanto incluir os pro- fissionais das instituições, como dos setores que se utilizam de padrões da ISO 9000 por exemplo, que tem por função avaliar a aplicação e especificações de- terminadas por estas instituições. Ou seja, pode englobar tanto os profissionais da área da saúde, como os técnicos ou linhas de padrões que garantem a apli- cação dos padrões nos processos com qualidade e garantindo aos pacientes qualidade e segurança no atendimento (ABNT,1997). Assinale a alternativa a seguir que descreve corretamente o significado desta sigla: a) International Standardization of Organization. b) Institute of Organization of Standardization. c) Institute Standardization of Organization. d) International Organization of Standardization. e) Instruments Organization of Standardization. 43 3. A certificação do profissional de saúde pode demonstrar seu conhecimento e habilidades numa área específica, como a medicina de emergência. De acordo com esse dado e de que essas habilidades específicas garantem um bom uso das técnicas e conformidade plena com os padrões exigidos pelos métodos a serem aplicados, leia as alternativas a seguir e assinale a alternativa que com- pleta as lacunas que se referem a acreditação na saúde: A acreditação é normalmente um programa _______, patrocinado por uma organização _______, no qual colegas externamente treinados _______ a con- formidade da instituição de ________ com padrões de desempenho preesta- belecidos. a) Obrigatório; não governamental; saúde; avaliam. b) Obrigatório; pública; saúde; avaliam. c) Voluntário; não-governamental; saúde; avaliam. d) Voluntário; pública; saúde; avaliam. e) Voluntário; não-governamental; ensino; avaliam. 4. Buscando a identificação dos fatores que condicionam as atitudes de aceitação e resistência dos profissionais no processo de mudança organizacional, o tema resistência possui um índice de ocorrência infinitamente superior ao da acei- tação. Seguindo esse preceito e de que, de acordo com Robbins (2001. p. 459), existem seis fontes principais de resistência profissional, a inércia estrutural, o foco limitado de mudança, ameaças à especialização, ameaça às relações esta- belecidas de poder e ameaça às distribuições estabelecidas de recursos, que também se encaixam na resistência apresentada na implantação do processo de Acreditação Hospitalar, assinale a alternativa que apresenta corretamente a definição de inércia estrutural: a) As mudanças setorizadas serão sacrificadas em benefício daquelas que pro- põem um bem-estar geral da empresa. b) A estrutura formal das organizações determina o nível de poder e ascensão, vinculados ao cargo do organograma. Essa hierarquia representa relações sedimentadas e a mudança pode representar ameaça e estabilidade. c) Traduzida por desestabilizar os profissionais que se especializaram em tare- fas profissionais cuja tendência é ser polarizada e absorvida por outros pro- fissionais, eliminando a verticalização e estimulando a multidisciplinaridade dos profissionais. d) Introdução da equipe de trabalho autogerida ou decisão participativa, que aniquila a relação estabelecida pela autoridade e hierarquia existente na su- pervisão e gerência de nível médio. e) Pode ser originada pelos setores que se sentem ameaçados na distribuição orçamentária dos recursos nos próximos períodos de alocação. 44 5. O setor de saúde conta com distintos tipos de acreditação hospitalar, tanto de padrão nacional quanto internacional. Dentre as principais, estão a da Or- ganização Nacional da Acreditação (ONA), Accreditacion Canada, Acreditação Nacional Integrada para Organizações de Saúde (Niaho) e Joint Comission In- ternatoinal (JCI). Entendendo que a ONA é uma das entidades certificadoras de padrão de qualidade e segurança do paciente mais importantes do Brasil, leia as afirmações a seguir no que diz respeito a divisão do processo de acreditação hospitalar em níveis: I. Nível 0 – Pré Acreditado: processo de seleção para ser aceito para iniciar as avaliações de acreditação. II. Nível 1 - Acreditado: a base do processo de acreditação atesta que a enti- dade de Saúde atende ao princípio de segurança do paciente em todas as áreas e atividades. III. Nível 2 - Acreditado Pleno: o nível intermediário do processo garante que a instituição, além de atender ao princípio de segurança em todos os seus processos, apresenta gestão integrada. Isso significa que os processos ocor- rem de maneira fluida e há plena interação entre as atividades. IV. Nível 3 – Acreditado com Excelência: topo do processo, atinge o Nível 3 a entidade que, além de abranger os requisitos presentes nas etapas um e dois, possui cultura organizacional voltada à melhoria contínua dos proces- sos. Isso significa se basear em indicadores de acompanhamento, de forma a identificar pontos de atenção e melhoria, por meio de auto avaliação cons- tante. Assinale a alternativa correta: a) Apenas a alternativa I está correta. b) As alternativas I e II estão corretas. c) As alternativas II e III estão corretas. d) As alternativas[ I, II e III estão corretas. e) As alternativas I, II, III e IV estão corretas. 45 A disclosure como ferramenta de gestão de risco A expressão ‘disclosure’ tem múltiplas traduções literais para a língua portuguesa (des- cortinar, revelar, divulgar etc.). Mas, ela vem sendo utilizada em vários setores, como es- tratégia de comunicação, que tem como um dos objetivos abrir as informações a respei- to da prestação de serviço que está sendo oferecida. Na área da saúde, por exemplo, a divulgação ultrapassa os benefícios do tratamento e os diferenciais de material humano e tecnológico oferecidos pela instituição. As boas práticas na assistência preveem que todos os detalhes, especialmente aqueles que envolvem riscos ao paciente, devem ser revelados com a maior clareza possível. Esse ambiente de pleno esclarecimento ocorre durante toda a relação. Nos casos de danos (inclusive o óbito), a política de ‘disclosure’
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