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RESUMO DO CAPÍTULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL DO LIVRO MANUAL DOS RECURSOS PENAIS, DE GUSTAVO HENRIQUE BADARÓ

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RESUMO DO CAPÍTULO “RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO 
ESPECIAL” DO LIVRO “MANUAL DOS RECURSOS PENAIS”, DE GUSTAVO 
HENRIQUE BADARÓ 
- Aluno 
1. Noções Gerais 
O Recurso Extraordinário foi inserido no ordenamento jurídico brasileiro a partir da edição do 
Decreto 848, em 1890, com clara inspiração nos moldes americanos do que chamam de 
Judiciary Act. Mais a frente, em 1891, passou a se tratar de recurso previsto 
constitucionalmente, sendo prevista, ainda, a competência recursal do STF para 
processamento. 
Noutro lado, o Recurso Especial foi criado pela Constituição de 1988, em decorrência da 
criação do STJ, sendo que passou as questões de matéria federal atinentes ao recurso especial, 
enquanto o recurso extraordinário fica incumbido de tratar questões de ordem constitucional. 
Logo, pode-se dizer que o recurso extraordinário, em sentido estrito, tem por finalidade a 
preservação da autoridade e da integridade da Constituição, enquanto o recurso especial 
destina-se à preservação da autoridade e da integridade da legislação federal, bem como da 
uniformidade de sua interpretação. 
Apesar de serem instrumentos previstos constitucionalmente, sempre coube à lei 
infraconstitucional discipliná-los quanto aos legitimados, ao prazo, à forma de interposição, 
dentre outros. Assim, estes recursos são previstos e regulamentados pelo CPC e pelas normas 
de regimento interno do STJ e do STF. 
Tratam-se de instrumentos que buscam preservar o interesse do Estado na preservação da 
ordem constitucional, cuidando-se, portanto, apenas da lei e não das partes em si. Isso quer 
dizer que não se tratam de recursos utilizados para fazer justiça, e sim para dar a correta 
interpretação à norma legal. 
Há o controle de legalidade da decisão, no qual o direito subjetivo da parte tem um papel 
secundário, e, exatamente por isso, não há preocupação em tais meios de impugnação com a 
questão de fato posta na causa, mas com a questão de direto que foi decidida. 
No entanto, não se pode perder de vista que há a construção de uma jurisprudência defensiva, 
a qual considera as questões de direito de forma muito restritiva, de forma que os recursos, em 
sua maioria, são inadmitidos, seja porque considera-se rediscussão de questões fáticas ou seja 
porque considera-se que, para a análise do mérito, deverá ser feita uma análise no conjunto 
probatório dos autos, o que não são objetivos dos recursos especiais ou extraordinários. 
 
2. Requisitos de admissibilidade 
São diversos os requisitos de admissibilidade que devem estar presentes na interposição 
destes tipos de recurso. 
 
2.1. CABIMENTO 
O cabimento diz respeito à matéria que poderá ser discutida e à decisão que será atacada. 
Quanto à decisão que será atacada, apenas cabe tais recursos nas decisões de única ou de 
última instância. Deve ocorrer, portanto, o esgotamento das instâncias ordinárias. 
Já quanto à matéria, não cabe no recurso especial ou extraordinário a impugnação quanto 
matéria fática, sendo recursos que apenas se prestam a atacar questões de direito. Ou seja, há 
erro de direito, que ocorre quando o acórdão aplica de forma errônea qualquer regra de 
direito. O controle da motivação também é admissível, desde que tenha esta violado alguma 
norma federal. 
No mais, faz-se a diferenciação entre a reanálise das provas e a valoração da prova. Não se 
trata de questão de fato a valoração da norma ou das provas. Ou seja, não se trata de reanálise 
o preenchimento do conteúdo normativo de conceitos jurídicos indeterminados, sendo a 
interpretação dada a tais conceitos vagos passível de controle em recurso extraordinário ou 
especial. 
Importante, ainda, ter atenção ao prequestionamento, no caso dos recursos extraordinários latu 
sensu. Trata-se do questionamento ao juízo prolator da decisão atacada antes de interposição 
do novo recurso. É necessário que, a partir do prequestionamento, a questão seja analisada e 
tratada no acórdão proferido, implícita ou explicitamente. 
Especificamente, o recurso extraordinário será cabível contra acórdão de tribunal local que 
tenha contrariado dispositivo constitucional, de forma direta (CF, art. 102, III, a), contra 
acórdão de tribunal local que tenha declarado a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal 
(art. 102, III, b), ou contra acórdão de tribunal local que julga válida lei ou ato do governo 
federal contestado (art. 102, III, c). 
Não se pode perder de vista, ainda, que a Constituição prevê outro requisitos de cabimento 
para o recurso extraordinário, qual seja a repercussão geral da questão constitucional (art. 102, 
§3º, CF). Trata-se de questão relevante do ponto de vista econômico, político, social ou 
jurídico, que possa efetivamente gerar impactos dentro do ordenamento jurídico. Dessa forma, 
deve o recurso ser considerado de repercussão geral para que tenha o mérito analisado. A 
diferença, portanto, para os demais requisitos, é que, mantida a admissibilidade quanto aos 
outros requisitos, apenas o STF pode apreciar a repercussão geral. 
No contexto do processo penal, entende o STF que há repercussão gera nos casos em que i) 
sentença condenatória extinta a mais de cinco anos ser considerada maus antecedentes; ii) 
possibilidade de fixação da pena abaixo do mínimo legal; iii) trancamento da ação penal fora 
das hipóteses previstas em lei; iv) não recepção de circunstância agravante, dentre outras 
hipóteses. 
Já no recurso especial, o requisito de cabimento principal é a violação de norma federal ou 
tratado (art. 105, III, a). A lei federal, nestes casos, seriam as normas de competência da 
União, ou demais formas de expressão do direito federal, como decretos e regulamentos. 
A finalidade principal do recurso especial, segundo a própria norma constitucional é dar uma 
interpretação uniforme da lei federal, consolidando, assim, entendimentos jurisprudenciais 
diversos. 
 
2.2 LEGITIMIDADE 
Os legitimados gerais para a interposição do recurso especial e extraordinário são aqueles 
previstos pelo art. 577 do CPP. Já os legitimados especiais é o ofendido. 
 
2.3 INTERESSE 
Apenas haverá interesse na interposição de recurso especial se tiverem sido esgotados os 
recursos ordinários. 
 
2.4 AUSÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO 
Quanto aos fatos impeditivos, encontra-se a renúncia. Já quanto aos fatores extintivos, 
elencam-se a deserção ou a desistência do recurso. 
 
2.5 REGULARIDADE FORMAL 
O recurso extraordinário e o recurso especial deverão ser interpostos por petição, dirigida ao 
presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido (art. 1.029, CPC). Ademais, é preciso que 
a petição contenha a exposição do fato e do direito, a demonstração do cabimento do recurso 
interposto e as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. 
Inclusive, já é cediço jurisprudencialmente que os recursos que não apresentam de forma clara 
as questões constitucionais ou federais a serem discutidas não poderão ser admitidos, em 
razão da dialeticidade dos recursos. 
 
2.6 REGULARIDADE FORMAL 
O prazo para interposição do recurso é de 15 dias, nos termos do CPC. Além disso, o prazo 
para contrarrazões também é de 15 dias, sendo que são contados, os prazos, em dias úteis. 
 
3. Procedimento 
Os recursos devem ser interpostos perante o Tribunal recorrido, em petição endereçada ao 
presidente ou vice-presidente. O Tribunal, por sua vez, deverá intimar o recorrido para 
apresentar contrarrazões e, após, deverá remeter os autos ao órgão responsável pela análise de 
mérito do recurso. 
 
4. Do julgamento dos recursos repetitivos 
Havendo multiplicidade de recursos extraordinários ou especial, tendo por objeto idêntico 
questionamento sobre questão de direito, deverão alguns recursos representativos da 
controvérsia ser encaminhados para o STF ou STJ para que possa haver posterior afetação e 
julgamento desses recursos (art. 1036, CPC). 
Após o julgamento,as partes afetadas poderão apresentar o distinguishment, o qual consiste 
na comprovação de que a matéria discutida não é a mesma do que a matéria discutida nos 
recursos representativos. 
No caso de recurso extraordinário, é preciso que o recurso, antes, passe pelo requisito de 
repercussão geral antes de poder ser considerado um recurso representativo. Em matéria 
penal, há uma dificuldade nessa identificação. Não apenas isso, como há dificuldade na 
seleção de recursos representativos, tendo em vista as grandes diferenças fáticas existentes 
entre os casos. Em razão disso, dentro do processo penal, pouco se utiliza a técnica dos 
recursos repetitivos. 
 
5 Efeitos 
O recurso especial e extraordinário possuem efeito devolutivo no âmbito da matéria 
impugnada, não sendo possível conhece-lo por outro fundamento. 
Quanto ao efeito suspensivo, em matéria criminal, há negativa. No entanto, há efeito 
suspensivo ope legis, de forma que não poderão os tribunais locais, em caso de acórdão 
condenatório, determinar a expedição de mandado de prisão, como efeito da condenação a ser 
provisoriamente executada. Isso ocorre em razão do mandamento constitucional de que 
ninguém deverá ser preso até o trânsito em julgado de decisão condenatória. 
No mais, quanto ao efeito regressivo, ressalta-se que, nestes recursos, não há possibilidade de 
juízo de retratação. 
Por fim, os recursos poderão ter impropriamente o efeito extensivo, quando a questão de 
direito constitucional ou federal decidida for comum ao corréu.

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