Buscar

0 História dos Batistas [APOSTILA]


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA DOS BATISTAS
Professor: Francisco das Chagas Silva
2º SEMETRE
2023
	DISCIPLINA
	HISTÓRIA DOS BATISTAS
	PROF.: Pr. Francisco das Chagas Silva
	EMENTA
	A História dos Batistas estuda a origem dos batistas no mundo, sua história geral no Brasil e a história da Convenção Batista Brasileira, o avanço
missionário, personagens. Pioneira.
	OBJETIVOS:
	· Conhecer e compreender a história dos batistas.
· Compreender e aplicar os principais princípios batistas à luz da história
· Aperceber-se da visão missionária dos batistas ao longo da sua história
· Apreender a visão doutrinária em meio a história
	PERÍODO DA DISCIPLINA
	2º SEMESTRE DE 2023 
	HORÁRIO:
	19h às 22h (intervalo de 15’)
	CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
	· A origem dos batistas no mundo
· A história dos batistas no Brasil
· A história da Convenção Batista Brasileira
· Estudo sobre como a Igreja Batista chegou até nossa região
	MÉTODO DE AVALIAÇÃO:
	1. Leitura e interpretação de textos;
2. Discussão e debate de temas e/ou problemas;
3. Atividades de pesquisa (consulta de enciclopédias e de obras de vários tipos e em vários suportes, recolha de informação junto de várias pessoas e entidades e de outras fontes, pesquisa na internet);
4. Trabalhos escritos (fichas, relatórios, produção de textos, outros);
5. Utilização das TIC (tecnologias de informação e comunicação) e de outros recursos materiais, como meio de comunicação.
6. Resumo do Livro Apóstolo da Amazônia e apresentação de Seminário sobre Eurico Alfredo Nelson.
	
 (
2
)
 (
ANOTAÇÕES:
)
HISTÓRIA DOS BATISTAS
1. DEFINIÇÃO DOS TERMOS
1.2 Igreja
Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé. É nesse sentido que a palavra “igreja” é empregada no maior número de vezes nos livros do Novo Testamento. (Mct. 18.17; At 5.11; 20.17-28; 1Co 4.17) Tais congregações são constituídas por livre vontade dessas pessoas com finalidade de prestarem culto a Deus, observarem as ordenanças de Jesus, meditarem nos ensinamentos da Bíblia para a edificação mútua e para a propagação do evangelho.( At 2.41,42) As igrejas neotestamentárias são autônomas, têm governo democrático, praticam a disciplina e se regem em todas as questões espirituais e doutrinárias exclusivamente pelas palavras de Deus, sob a orientação do Espírito Santo.(Mct. 18.15-17) Há nas igrejas, segundo as Escrituras, duas espécies de oficiais: pastores e diáconos. As igrejas devem relacionar-se com as demais igrejas da mesma fé e ordem e cooperar, voluntariamente, nas atividades do reino de Deus. O relacionamento com outras entidades, quer seja de natureza eclesiástica ou outra, não deve envolver a violação da consciência ou o comprometimento da lealdade a Cristo e sua palavra. Cada igreja é um templo do Espírito Santo. (At 20.17,28; Tt 1.5-9; 1Tm 3.1-13) Há também no Novo Testamento um outro sentido da palavra “igreja”, em que ela aparece como a reunião universal dos remidos de todos os tempos, estabelecida por Jesus Cristo e sobre ele edificada, constituindo-se no corpo espiritual do Senhor, do qual ele mesmo é a cabeça. Sua unidade é de natureza espiritual e se expressa pelo amor fraternal, pela harmonia e cooperação voluntária na realização dos propósitos comuns do reino de Deus. (Mct. 16.18; Cl 1.18; Hb 12.22-24; Ef 1.22,23)1
2. ORIGEM DOS BATISTAS.
2.1 CONCEITUANDO O TERMO TEORIA:
Necessário se faz conceituar a palavra “TEORIA” para que tenhamos uma compreensão dos fatos. O termo teoria etimologicamente, que significa “ação de contemplar, examinar”, mas que também pode ser entendido como conhecimento especulativo, o que alguns confundem com suposição ou hipótese; mas que nesse caso, se refere a diferentes interpretações, de acordo com diversas correntes de
1 DECLARAÇAO DOUTRINÁRIA DA CBB, p. 07 Capítulo VIII. www.batistas.com
pensamentos.2
 (
ANOTAÇÕES:
)Estaremos trabalhando com aquela teoria que tem uma comprovação	histórica,	com	elementos documentalmente comprováveis sobre a história dos batistas.
2.2 AS TEORIAS:
Há pelo menos 3 teorias sobre a origem dos batistas, que merecem ser consideradas.
A Primeira é sucessionista ou “J-J-J que é Jerusalém— Jordão—João”, que coloca o inicio do grupo nos dias que antecedem o período apostólico; a Segunda é a relação espiritual com os anabatistas, afirmando que os batistas são uma continuidade dos anabatistas que, por sua vez, existiram desde a Idade Média e a Terceira, proveniente dos separatistas ingleses, ou seja, os batistas vieram dos separatistas que dissentiram da Reforma Anglicana.3
Primeira Teoria:
A primeira teoria JJJ “Jerusalém - Jordão – João” é que os batistas levam esse nome porque adotaram o tipo de batismo praticado por João Batista. Jesus foi batizado adulto e por imersão. Com isso, tenta relacionar os cristãos do 1o século (igreja primitiva) com os batistas de hoje:
“... os discípulos de Jesus Cristo que a partir do século 17 e 18 passaram a ser	conhecidos como Batistas tem as mesmas doutrinas e práticas das igrejas cristãs do 1o século de nossa era.”4
A afirmação que os batistas surgiram de uma linha sucessória desde o primeiro século até os dias de hoje foi rejeitada pelos primeiros batistas, mas no século 19, essa “teoria” se tornou popular nos Estados Unidos, a partir do movimento chamado “landmarkista”5 que afirma que só os batistas são cristãos; que a Ceia deve ser limitada à congregação local e que o batismo só é valido quando administrado numa congregação batista local corretamente constituída.
Os primeiros missionários batistas norte-americanos que vieram para o Brasil estavam impregnados dessa
2 Artigo do “O Jornal Batista “ de 05/06/2005´, pág. 11
3 Idem
4 Identidade Batista na História, pág. 5.
5 Landmarkista foi um movimento que surgiu nos Estados Unidos, liderado por James R.Graves (1820-1993), através de um jornal chamado “The Tennesses Baptist” (O Batista do Tennessee) onde afirmava, entre outras coisas que “uma linha batista histórica poderia ser traçada desde João Batista até as igrejas batistas da atualidade, nas quais prevalecem o batismo dos que creem e nos princípios da autoridade eclesiástica limitada a assembleia local. (Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã, Vol. II, pág. 410-411)
 (
ANOTAÇÕES:
)“teoria” e espalharam-na entre os primeiros convertidos (novos crentes) como se fosse um argumento indiscutível de autenticidade cristã.
Um livro chamado “Rasto de sangue” de J.M.Carrol, defende a teoria JJJ, e entre outras coisas afirma também que os batistas são originários de “grupos dissidentes dos católicos”, e que se fundamentam pela proximidade de pensamentos desses grupos com os batistas:
“Ao longo dos séculos, entretanto, e especialmente depois da “constantinização”6 e paganização da igreja, surgiram diversos grupos dissidentes da Igreja Católica, a defender posições doutrinárias que vieram mais tarde a tornar-se identificadoras dos batistas. Novacianos, donatistas, paulicianos, albigenses, petrobrusianos, valdenses, para citar alguns. As vozes dissidentes eram caladas pela perseguição e martírio.”7
Não podemos negar o valor desses grupos, dissidentes da igreja majoritária, que foram os que preservaram a verdadeira Igreja de Jesus Cristo, que nunca deixou de existir, mas daí afirmar que todos esses grupos eram batistas não tem respaldo na história.
Segunda Teoria:
A segunda teoria é a afirmação que os batistas têm uma relação espiritual com os anabatistas e assim afirma que os batistas são uma continuidade dos anabatistas. Ora, o nome “anabatista” existe desde o terceiro século, quando Cipriano defendeu o chamado “batismo de hereges”8 em sua polemica com o bispo Estevão, de Roma. Muitos dos grupos evangélicos dissidentes de Roma, foram chamados de anabatistas e o termo se tornou epíteto9 de reprovação para aqueles considerados fora-da-lei e hereges.
Essa segunda teoria, de que os batistas descendem dos anabatistas, se solidifica principalmente pela proximidade de pensamentos e pontos doutrinários dos anabatistas do século 16 com os batistas de hoje:
6 Termo usadoem referência ao Imperador Constantino que era “simpático” aos cristãos, que por sua vez, eram perseguidos pelos romanos no mundo. Em abril de 311, Constantino publica um edito de tolerância aos cristãos; mais tarde tem um sonho, um dia antes de uma batalha pelo poder romano, ”pareceu-lhe” ver as iniciais do nome de Cristo, com a inscrição: “Por este sinal vencerás”. Ganhou a batalha e passou a crer que o “Deus cristão” lhe dera a vitória. Em 313, Constantino proclamava absoluta liberdade de consciência e colocava o cristianismo em pé de plena igualdade com qualquer outra religião do mundo romano. Em 323, Constantino torna-se por fim o único governante do mundo romano e a partir desse momento, começa a união do Estado com a igreja. (A História da Igreja Cristã, págs. 146-152).
7 Identidade Batista na História, pág. 1.
8 No ano 249 d.C. o Imperador Décio veio ao trono romano e exigiu que todos, sem exceção, abraçassem a religião pagã ou morresse. Muitos falsos crentes deixaram as igrejas. Quando voltaram depois da perseguição e quiseram ser membros, houve divisão no meio dos cristãos se deveriam recebe-los de volta ou não.
9 Epíteto: Palavra ou frase que qualifica pessoa ou frase.
 (
ANOTAÇÕES:
)“...no início do século 16 havia muita gente em todos os países da Europa ocidental que ardorosamente protestava contra a corrupção na Igreja Católica. E entre os que saudaram com alegria os protestos de Lutero e Zwínglio10, encontrava-se um grupo denominado de anabatistas”.11
Vários destes protestantes, que fizeram coro com Lutero e Zwínglio, contra a corrupção da igreja católica, mas acabaram discordando destes sobre o batismo infantil, entre eles Baltazar Hubmaier, um anabatista que já em sua época, defendia princípios que nada diferem dos princípios batistas de hoje.
Os pontos doutrinários dos anabatistas12:
1º.Que a igreja do Novo Testamento é comunidade voluntária, de indivíduos transformados por obra do Espírito Santo, numa experiência de graça;
2º. Que o batismo é símbolo e selo da fé do regenerado; 3º. Que os crentes batizados são irmãos;
4º. Que a Igreja e o Estado devem estar separados; 5º. A igreja local é autônoma e
6º. Que a igreja há de separar-se do mundo.
Em 1530 iniciou o chamado Movimento Quiliasmo ou Milenarista – era a crença fanática de um reinado de Deus por mil anos, devido a uma visão, onde muitos procuravam a criação do Reino de Deus na Terra13. Esses fatos aconteceram na cidade de Münster, que foi sitiada pelo bispo da região e que os anabatistas fanáticos, liderados por Jan de Leiden, que governou a cidade com mão de ferro, tendo uma visão de Deus, introduziu a poligamia, em uso no Velho Testamento, e depois se intitulou “Rei Davi”.
“”Rei Davi” vivia em esplendor com seu harém, enquanto que astuciosamente mantinha a moral na cidade apesar da fome crescente. Ele foi hábil para manter o exército do bispo na baia até 24 de junho de 1535. A queda da cidade colocou fim ao reinado de “Davi”. Durante muitos séculos, quando os europeus ouviam falar em anabatistas, pensavam na rebelião de Münster, que deixou uma imagem de fanatismo religioso”
Em 1540, Menno Simom, um anabatista, com ênfase no pacifismo, faz reviver o movimento anabatista, preservando suas tradições até os dias de hoje, através dos menonitas.14
10 Martinho Lutero, padre católico alemão, rompe com a Igreja Católica por causa da corrupção, dos abusos e das indulgências – pagamentos para obterem salvação – no dia 31 de Outubro de 1517, tornando-se o principal reformador na Alemanha e na Suíça o principal reformador foi Úlrico Zwínglio. (A História da Igreja Cristã, pág. 416 e 441).
11 Identidade Batista na História, pág. 2.
12 Idem
13 História do Cristianismo – Ao Alcance de Todos, pág. 280
14 Os Menonitas é um grupo de cristãos evangélicos conservadores, originado nos anabatistas, cujo fundador Menno Simom, foi um discípulo de Zwínglio. (Identidade Batista na História, pág. 4)
 (
ANOTAÇÕES:
)
No século 17, quando os batistas surgiram, eles tiveram contato com os menonitas, e exerceram uma certa influência sobre os batistas gerais. Mas estes mesmos batistas gerais sempre negaram a sua identificação com os menonitas, vejamos:
“Mas estes fizeram questão de afirmar que não eram identificados com aquele grupo (menonita), e nem anabatistas, mas batistas, explicando que não batizavam de novo, mas ministravam o verdadeiro batismo, apresentando assim a diferença entre o nome anabatista (o que batiza de novo) e batista (o que batiza).15
Por fim, afirmamos que não houve uma sucessão de anabatistas até os batistas, e os únicos que foram preservados, desde o século 16, foram os menonitas, que tem sua identidade própria. Há diferenças entre os batistas e os menonitas, contudo nosso parentesco com outros grupos cristãos, não pode e não deve ser negados, mas isso não tira nossa identidade.16
Terceira Teoria:
A terceira teoria é a da proveniência dos separatistas ingleses, ou seja, os batistas vieram dos separatistas ingleses que dissentiram da Reforma Anglicana. Essa versão é a que chamamos de “histórica”.
A Inglaterra teve duas reformas, uma constitucional com Henrique VIII e a outra teológica, chamada Separatista, quase um século depois.
A primeira reforma é a chamada Reforma Anglicana, e foi iniciada quando o rei Henrique VIII rompeu com a Igreja de Roma, em 1534 tornando-se “Supremo Cabeça da Igreja Anglicana” devido a não aceitação por Roma, do seu divórcio, que ele queria anular um casamento de 18 anos com Catarina de Aragão – pois essa já estava com 40 anos e não conseguia lhe dar um filho – para se casar com Ana Bolena que era muito mais jovem. O papa não consentiu com a anulação do casamento, e o rei Henrique VIII se casa secretamente com Ana, que depois, tem o seu casamento validado por uma corte da Inglaterra e assim acontece o rompimento surgindo uma igreja nacional, com o rei como seu chefe.
“Agora a Inglaterra tem uma igreja nacional, com o rei como seu chefe. E o chefe, contudo, não era um sacerdote. Ele podia indicar, mas não podia consagra bispos. Podia defender, mas não podia ensinar a fé. O rei convocou o arcebispo de Canterbury, o mais alto oficial da igreja da Inglaterra, para servir aos propósitos sacerdotais...”17
15 Artigo do “O Jornal Batista “ de 10/07/2005, pág. 3
16 Idem
17 A História do Cristianismo – Ao Alcance de Todos, pág. 298.
 (
ANOTAÇÕES:
)A Reforma Anglicana começou com o rei Henrique VIII (1509- 1547); no governo de seu filho Eduardo VI (1547-1553) foi instituído todo o ritual anglicano, como o Livro de Oração Comum e a base doutrinária nos Artigos da Religião, que eram 42 artigos e depois foi reduzido a 39. A igreja na Inglaterra só se firmou no reinado de Elizabete I (1558-1603) – esta filha do rei Henrique VIII com Ana de Bolena.
Cinco anos antes da rainha Elizabete I assumir o trono na Inglaterra, o país foi governado por Maria Tudor e assessorada pelo cardeal Reginaldo Pole, a Inglaterra voltou ao romanismo. Nessa volta, acontece o extermínio dos protestantes, e muitos desses, que não foram executados fugiram pelo continente europeu, e tiveram contato com outros grupos, principalmente calvinistas.
Quando Elizabete I assume o trono, e se torna “Suprema Governadora da Igreja”, mantendo assim todo o sistema episcopal e toda a liturgia dos dias de Eduardo VI, muitos desses “foragidos” voltam para a Inglaterra com novas idéias e na tentativa de expurgar todos os elementos romanistas da Reforma Anglicana, gerando um sentimento de “purificar” a igreja, recebendo assim o nome de puritanos.
A segunda reforma é a chamada Separatismo ou Puritanismo, foi então a volta dos “foragidos”, que se juntando com alguns anabatistas holandeses que moravam na Inglaterra, fez surgir o movimento chamado puritano, pois eles queriam purificar a igreja e não formar outros grupos; mas também sabiam que o governo da Inglaterra não iria permitir as mudanças almejadas, e assim formaram congregações separatistas, adotando o modelo congregacional – autonomia da igreja local.
Os puritanos e, principalmente, os separatistasforam fortemente perseguidos no final do reinado de Elizabete I e foi intensificada por Tiago I, fez com que muitas dessas congregações se deslocassem para a Holanda, onde havia relativa liberdade religiosa.
“... inconscientes ou não, os princípios do Anabatismo se tornaram parte do pensamento de ingleses zelosos que buscavam mais completa reforma na Igreja em sua terra.18
18 Identidade Batista na História, pág. 3
 (
ANOTAÇÕES:
)Por causa desse movimento separatista, muitas congregações locais foram formadas, e dentre elas a congregação de Gainsborough no ano de 1606. Esse grupo era pastoreado por John Smyth19 e teve no advogado Tomás Helwys um auxiliar competente nessa congregação, inclusive apoio financeiro – onde devido a forte perseguição que estavam sofrendo, imigram para a Holanda em 1608.
Smith, um profundo estudioso das línguas originais da Bíblia concluiu que o batismo infantil não era bíblico20, chegando então a conclusão de que o seu batismo e dos demais membros de sua congregação, não eram validos, pois haviam sido ministrados nas igrejas paroquiais da Inglaterra.
Assim é, que, após convencer os membros da congregação, Smyth e Helwys dissolveram a igreja anterior e iniciaram uma nova igreja pelo batismo.
Para isso, Smyth batizou a si mesmo, e depois a Helwys, e os dois batizaram os demais componentes do grupo enquanto professavam sua fé.21 Isto aconteceu em 1609, organizando assim a Primeira Igreja Batista em terras holandesas.
Esse grupo, mesmo tendo alguns dos princípios dos menonitas, não se juntaram em uma única congregação por algumas razões: 1ª) Segundo Helwys, havia divergências entre esse grupo de batistas e os menonitas quanto a Cristologia docética 22aceita pelos menonitas e 2ª) nem pela teoria sucessionista 23(23) defendida pelos menonitas.
O sebatismo de Smyth – o ato de alguém batizar a si mesmo – foi muito criticado pelos seus adversários, o que ocasionou um certo “arrependimento” de Smity, que tentou voltar atrás de sua atitude, pedindo então filiação aos menonitas. Essa filiação não lhe foi concedida, mas, depois que Smyth morreu, 5 anos após, o restante do grupo foi aceito.
Esse arrependimento de Smyth dividiu o grupo, quando então Tomás Helwys o acusa de ter blasfemado contra o Espírito Santo – uma vez que duvidou quanto a sua orientação de se batizar e formar a nova igreja – seguiu em frente com poucos
19 (19) John Smyth, desejoso de formar uma igreja segundo o modelo do Novo Testamento, começou sua vida religiosa no Colégio Cristo em Cambridge (Inglaterra), foi pastor anglicano de 1600-1603, tornando-se um puritano, e depois um separatista. Em 1606 deixou a Igreja Anglicana e se juntou a essa congregação separatista de Gainsborough. (A Celebração do Individuo, pág. 77)
20 O rei Henrique VIII nunca abandonou as doutrinas católicas, inclusive o batismo infantil. Ele mesmo de denominava um “verdadeiro guardião do dogma católico”, portanto a única questão da reforma religiosa era que a Igreja na Inglaterra não pertencia a mais a Roma... “Aparentemente, seu objetivo era a igreja católica inglesa em vez da católica romana. O Estatuto dos Seis Artigos, em 1539, defendia artigos católicos como o celibato do clero, a missa particular e a confissão a um sacerdote. (A história do Cristianismo – Ao Alcance de Todos – pág. 298)
21 O Jornal Batista, 02/10/2005 – pág. 6
22 Cristologia docética, em resumo é: Se Cristo sofreu, não era divino, e se Ele era Deus, não poderia sofrer. (Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Vol. I, pág. 488).
23 Teoria da sucessão anabatista, como herdeiros espirituais, até hoje defendida pelos menonitas.
 (
ANOTAÇÕES:
)membros (10 ou 12) voltando para a Inglaterra em 1612, quando se instalam em Stapfields, perto de Londres, organizando assim a Primeira Igreja Batista em solo inglês, mesmo batizando por imersão.24
“Antes de voltar para a Inglaterra, Tomas Helwys preparou uma declaração de fé, em que afirmava o batismo como uma manifestação exterior da morte com Cristo e novidade de vida, pelo que não deveria ser ministrado a criança, defendia a independência entre a consciência e lei. Assim, os dissidentes, todos arminianos, como Smyth, constituíram um igreja em 1612
...”25
Essa igreja organizada em Amsterdã, e depois em Londres, resultou nos batistas gerais (arminianos) e uma outra igreja, em 1638, que saiu de um grupo separatista, originou os batistas particulares (calvinistas).
“Ambos se propuseram a reiniciar o modelo de igreja do Novo Testamento, com a convicção de que o batismo correto é o do que crê. Apesar da diferença no que se refere à expiação geral ou particular de Cristo, os dois grupos de batistas na Inglaterra andaram separadamente, até a formação da União Batista da Grã-Bretanha e Irlanda, em 1891”26
3. OS BATISTAS GERAIS E OS BATISTAS PARTICULARES:
“Foi deste tipo de clamor por pureza na Igreja, tanto na adoração como na prática diária, que a "denominação batista", como é conhecida hoje, emergiu através do movimento separatista inglês. A melhor evidência histórica confirma esta origem, e nenhum grande erudito se levantou nesta metade de século para desafiá- la. Conforme dissemos anteriormente, os batistas emergiram com dois grupos separados”.27
3.1 Os Batistas Gerais:
Este grupo veio a ser conhecido como "Batistas Gerais" porque acreditavam na expiação geral.28 Os Batistas Gerais também tinham uma crença distinta em que os cristãos podiam enfrentar a possibilidade de "cair da graça". Os dois principais fundadores do movimento dos Batistas Gerais foram John Smyth e Thomas Helwys.
24 A Celebração do Indivíduo, pág. 78.
25 Idem, pág. 78.
26 O Jornal Batista, 14/08/2005, pág. 3.
27 A Verdadeira Saga Batista, pág. 4
28 Expiação geral é a crença de que Cristo morreu para salvar toda e qualquer pessoa que viveu e virá a viver, embora só receba a salvação quem O aceitar.( A Verdadeira Saga Batista, pág. 11)
 (
ANOTAÇÕES:
)Com John Smyth: A Primeira Igreja Batista Geral foi fundada em 1609, por John Smyth na Holanda, e com ele um grupo que veio a crer no batismo do crente (oposto ao batismo de crianças que era a norma da época) e eles se uniram para formar a igreja "batista". No início, Smyth concordava com a posição ortodoxa típica da igreja; mas à medida que o tempo passava, como era tão típico, ele começou a mudar suas posições:
1º) Smyth insistiu que a verdadeira adoração era do coração e que qualquer forma de leitura a partir de um livro na adoração era uma invenção do homem pecador. Oração, cântico e pregação tinham que ser completamente espontâneos. Ele foi tão longe com esta mentalidade que não permitia a leitura da Bíblia durante a adoração "uma vez que ele considerava as traduções inglesas das Escrituras como algo menos do que a palavra direta de Deus".
2º) Smyth introduziu uma liderança eclesiástica de duas dobras, pastor e diácono. Isso estava em contraste com a liderança reformada de três dobras composta por presbítero- pastor, presbítero-leigo e diáconos. Com Thomas Helwys. Ele já tinha um relacionamento meio agitado com Smyth, mas depois que Smyth começou a se afastar da fé dos batistas gerais, Helwys continuou com os primórdios batistas. Helwys levou seu pequeno grupo para a Inglaterra em 1612 organizou aquela que foi considerada a primeira igreja batista em solo inglês. Este grupo aferrado ao batismo do crente, rejeitou o calvinismo por uma posição favorável ao livre-arbítrio (o que incluía o cair da graça), e permitiu que cada igreja elegesse seus oficiais, tanto presbíteros como diáconos (ou diaconisas).
Por volta de 1.624, havia cinco igrejas batistas gerais conhecidas e por volta de 1650 elas contavam pelo menos 47. Apesar de alguns poderem ver o movimento batista moderno neste grupo, temos que entender que as crenças deste grupo estão longe da herança reformada que modelou a fé dos batistas modernos.
3.2 Os Batistas Particulares:
A Primeira Igreja Batista Particular foi fundada em 1638, por um grupo separatista que foi influenciado pelo grande reformador João Calvino e sustentava aexpiação “particular”.29 Já por volta de 1644 os batistas particulares contavam pelo menos sete igrejas. Um ponto impressionante sobre este pequeno e muito jovem grupo é que em 1.644 estas igrejas atuaram juntas para redigir uma confissão de fé chamada de Primeira Confissão Batista de Londres. Esta confissão precedeu a amplamente conhecida Confissão de Fé de Westminster por dois anos.
29 Expiação particular é a crença de que Cristo morreu por seu povo escolhido somente. (A Verdadeira Saga Batista, pág. 11)
 (
ANOTAÇÕES:
)Conforme veremos, as atuais igrejas batistas podem recuar traçando uma linha até estes primeiros batistas. Apesar da história batista típica ser atribuída mais ao movimento dos batistas gerais, é, na verdade, aos batistas particulares que a maioria dos batistas modernos devem sua doutrina e práticas.
Os batistas gerais sempre representaram uma pequena parte da vida batista na Inglaterra, e uma parte menor ainda na América. A influência deles sobre as principais correntes da vida batista em ambos os países parece ter sido muito pequena., mas já, nos batistas particulares, é que a maioria dos batistas modernos devem sua doutrina e prática.
A história do movimento batista particular começa com Henry Jacob (1.563-1.624). Apesar de Jacob nunca ter se tornado um batista, ele foi uma influência básica para o que seriam os batistas particulares:
a) poderíamos chamar Jacob um separatista moderado,
b) Jacob não estava disposto a chamar a Igreja da Inglaterra de anticristo, mas trabalhou muito para reformá-la,
c) em 1.603, Jacob assinou um documento que clamava por reforma na Igreja da Inglaterra. Este documento deveria ser vetado pelo rei Tiago I. Apesar de Jacob não pedir separação, ele escreveu um tratado intitulado "Razões" tirado da Palavra de Deus e dos melhores testemunhos humanos para provar a necessidade de reformar as igrejas na Inglaterra,
d) com a publicação deste livro, Jacob foi lançado na prisão por um curto período,
e) quando foi libertado, seguiu para o exílio na Holanda como fizera a maioria dos separatistas,
f) Apesar de estar relutante em cair radicalmente sobre a Igreja da Inglaterra, ele veio a fazer uma distinção entre as verdadeiras e falsas igrejas da Igreja da Inglaterra,
g) esta nova abordagem fê-lo clamar por liberdade para formar diferentes tipos de igrejas com diversos tipos de adoração,
h) em 1.616, Jacob pôde retornar à Inglaterra e formou a Igreja JLJ, como é conhecida hoje (pelas iniciais de seus três primeiros pastores: Henry Jacob, John Lathrop, e Henry Jessey). Era essa igreja que daria mais tarde início aos batistas particulares,
i) Esta igreja teve vários debates que no sei meio, inclusive sobre o batismo, o que levou a diferentes rompimentos na Igreja JLJ.
j) Em 1633, aconteceu um rompimento, quando dezesseis pessoas pediram permissão para saírem da Igreja	JLJ	e formar uma igreja separada. As razões para esta divisão eram duas:
 (
ANOTAÇÕES:
)1ª) Além da necessidade, a Igreja JLJ estava se tornando grande demais e corria perigo de ser "descoberta" (uma vez que era ilegal ficar fora da Igreja da Inglaterra),
2ª) Era a de que havia muita conformidade com a Igreja da Inglaterra.
k) Em 1638, um outro rompimento aconteceu quando seis pessoas deixaram a igreja JLJ por causa da questão do batismo de crentes, que eles mantinham fortemente. Assim, a primeira Igreja Batista Particular pode ser vinculada a uma ou
ambas as igrejas.
3.3 O Declínio dos Batistas Gerais e dos Batistas Particulares:
Os dois grupos de batistas estavam funcionando bem na Inglaterra, mas começaram a declinar a partir de meados dos anos 1600.
3.3.1. O Declínio dos Batistas Gerais:
Os batistas gerais adentraram os anos 1.600 com um movimento crescente, mas no fim dos anos 1600 e começo dos 1700, começaram a ter problemas doutrinários em seu meio, e assim estavam confusos quanto a doutrina da deidade de Cristo, que começou a ser questionada. Os batistas gerais estavam morrendo rapidamente com esta mentalidade anti-bíblica.
Todavia, em 1763, um convertido metodista chamado Dan Taylor reavivou os batistas gerais por um tempo, chamando-os de volta a uma abordagem bíblica, mas foi por pouco tempo.
A razão pela qual esta visão foi perdida rapidamente foi provavelmente devida ao fato de que os batistas gerais tinham alistado em suas patentes pastores e líderes pouco instruídos. Só levou uma geração mais para que os batistas gerais saíssem da história.30
Ainda a titulo de entendimento sobre as chamadas Confissões de Fé31 , é bom salientar que a primeira confissão de fé dos Batistas Gerais foi escrita por John Smith em 1609, quando publicou 20 artigos que os identificavam como um grupo distinto:
“A primeira confissão de fé batista era arminiana e foi redigida em 1609, na Holanda. Seus 20 artigos eram apologeticamente anti-calvinista e ensinavam que não existia pecado original. A igreja era definida como igreja dos fieis “batizados	após a confissão do pecado e da fé” e a
30 A Verdadeira Saga Batista, pág. 8.
31 Confissões de Fé - ... designa as declarações formais da fé cristã escritas pelos protestantes, desde os primeiros dias da Reforma. Como tais, as “confissões” relacionam-se estreitamente com vários outros tipos de breves resumos autorizados da fé. (Enciclopédia Histórico-Teológico da Igreja Cristã, Vol. I, pág. 336)
 (
ANOTAÇÕES:
)declaração previa a excomunhão para os “irmãos”			que permanecessem no pecado... A segunda confissão, também arminiana, foi redigida pelo grupo de Smith, que na realidade, nos seus 38 artigos, tinha quase nada da confissão anterior e quase tudo da confissão menonita holandesa, de 1580. A predestinação é negada e ressaltada a justificação pela fé,	em termos bem próximos de Lutero. Estabelece-se que a igreja deve exercer a disciplina para com os pecadores, afastando-os, mas não se emprega o termo “excomunhão”. O poder civil é apresentado como necessário e instituído por Deus,	pelo		qual deve ser obedecido, exceto naquilo que “contrariar a Palavra do Senhor”. Ao mesmo tempo que recomenda que se ore pelas autoridades, fixa-se que nada	tem a ver com a igreja... A terceira confissão, ainda na Holanda, o grupo de Helwys,	faz a sua própria confissão em 1611, com 27 artigos, que na mesma linha das anteriores, reafirma que a predestinação dos eleitos é fundada na presciência de	Deus, que não é o autor da perdição dos homens, aonde se afirma agora, o principio congregacional“ 32
3.3.2. O Declínio dos Batistas Particulares:
Os batistas particulares tiveram uma história diferente. Os anos 1600 trouxeram grande crescimento para eles mesmo em meio à perseguição religiosa grassando na Inglaterra.
Em 1644, os batistas particulares publicaram a Primeira Confissão Batista33. Esta confissão era calvinista em seu caráter e rejeitava todas as sugestões de que eles fossem anabatistas.
Apesar desta Confissão não ser exaustiva, ela foi um forte documento que ajudou a unir os primitivos batistas particulares. Então, em 1677, uma segunda confissão foi desenvolvida refletindo a Confissão de Westminster (1647)34 e a Declaração de Savoy (1658)35. Em sua maior parte, esta confissão seguiu a Confissão de Westminster mas em sua posição sobre o governo da igreja (o assunto crítico aqui era o poder da igreja) a Confissão Batista segue a Declaração de Savoy.
Esta nova Confissão Batista saiu para lidar com assuntos como que tipo de poder as associações representativas nas igrejas tinham sobre as igrejas locais. Também, lidava com batismo estabelecendo uma posição sobre o batismo de crentes ao invés
32 A Celebração do Indivíduo, pág. 84-85
33 A Verdadeira Saga Batista, pág. 9.
34 Confissão de Westminster convocada pelo parlamento inglês para formalizar a reestruturação da igreja na Inglaterra em linhas puritanas. Chamada por esse nome por se dar na cidade com o mesmo nome. (Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, Vol. I, pág. 330)
35 A Confissão de Savoy é congregacional e foi escrita por John Owen, Thomas Goodwin, Philip Nye, William Bridge, JosephCaryl and William Greenhill (todos exceto Owen estiveram na Assembleia de Westminster.
 (
ANOTAÇÕES:
)de manter o batismo infantil. Temos que manter em mente que não se chegou a esta distinção seguindo os "anabatistas", mas ela emergiu do intenso desejo de refletir a Escritura conforme ela nos foi dada.36
Os batistas particulares na Inglaterra tiveram seu declínio também, quando surge o hiper-calvinismo.37
Em 1707, foi que a Associação Batista Filadélfia, nos Estados Unidos foi fundada. Esta forte fraternidade batista particular teve um efeito duradouro sobre os batistas na América. Em 1742, esta associação adotou a Confissão Batista de Londres de 1689 como sua confissão de fundação, e deu-lhe um novo nome: A Confissão de Fé de Filadélfia. Estes batistas foram ágeis em colocar sua fé em ação, e em 1770 eles fundaram uma Faculdade e começaram a enviar missionários regularmente por toda a América.
Deste tempo em diante, os batistas particulares encobriram os fracassados batistas gerais. Mas mesmo com sua forte posição histórica e doutrinária, os batistas particulares também começaram a perder sua pureza doutrinária no Novo Mundo.
A teologia batista tem produzido uma das mais fortes influências no mundo desde 1700. Mas não devemos permitir que uma versão diluída da teologia batista interrompa nossa influência contínua. Se vamos nos chamar batistas, temos que seguir nossos antecessores em sua busca pela pureza bíblica para com as doutrinas ortodoxas cristãs. Somos um povo de doutrina, um povo que tem vindo da Reforma para chamar o mundo a seguir o Soberano Deus que enviou Seu Filho para morrer na cruz por todo aquele que viria a crer!38
3.4 Concluindo as Origens Batistas:
Procuramos mostrar a Origem dos Batistas, que por algum momento, indicou John Smyth como o precursor do movimento batista. Certamente, os batistas não são originários de nenhuma pessoa, nos tornamos cristãos batistas em Jesus Cristo. Cristão porque seguimos e temos Jesus Cristo como Salvador e Senhor de nossas vidas; batistas porque cremos em princípios e doutrinas próprias:
36 A Verdadeira Saga Batista, pág. 10
37 Hiper-calvinismo é a crença de que Deus planejou o mundo de tal forma que causas secundárias (nossas ações) não são necessárias de modo algum, ou seja, se Deus já escolheu quem vai ser salvo, não é necessário pregar o Evangelho. Esta visão não reflete o calvinismo histórico. Poderíamos chamá-la anti-calvinismo, pois não reflete os ensinos bíblicos de Deus e Sua criação.
38 A Verdadeira Saga Batista, pág. 12
 (
ANOTAÇÕES:
)“Com efeito, os batistas na verdade preocupam-se menos com uma sucessão apostólica, ou histórica, ou com “autoridades” representativas de seu pensamento. Preocupam-se, sim, em fidelidade aos ensinos de Jesus Cristo e seus apóstolos, e com simplicidade da igreja apostólica que é o seu modelo. Observa o Dr. Albert Wardin39 que curiosamente os homens havidos como “fundadores” dos batistas, um bandeou para os menonitas (John Smyth) e outro, nos Estados Unidos da América, abandonou as “fileiras” batistas. (...)É, portanto, mais, muito mais, por seus princípios e doutrinas, que os batistas são identificados, e menos, muito menos, pelos homens que esposaram os mesmos princípios, doutrinas e práticas.”40
Um outro ponto, que é muito discutido é se os batistas são protestantes ou não. Não somos protestantes, porque não surgimos com a reforma protestante de 1517, e nem tampouco tivemos os grandes teólogos ao nosso lado, pelo contrario: assim como os anabatistas foram perseguidos, os batistas também o foram, por isso se deu, também, a imigração para a América do Norte.
“Os batistas não são teologicamente protestantes. São cristãos apostólicos, por isso que suas doutrinas são do cristianismo original, conforme constam no Novo Testamento. Não se preocupam seriamente com o aspecto sucessório de apostolicidade, o que, para Igreja Católica e para alguns reformadores protestantes é o sine qua non de autêntica apostolicidade. A existência de uma linhagem batista histórica e teológica, defendida por alguns batistas, significa, em última análise, que esses batistas discernem na maranha da História do cristianismo a presença luzente de verdades e doutrinas que os batistas esposam e defendem. Uma igreja de Jesus Cristo, que surja hoje no mais remoto recanto deste mundo, embora sem qualquer patrocínio eclesiástico ou denominacional, mas composta de pessoas convertidas e batizadas biblicamente, crendo e praticando fielmente os ensinos do Novo Testamento, sob a égide do Espírito Santo, é tão batista, tão autêntica e tão apostólica quanto qualquer outra, inclusive a Igreja de Jerusalém (...) E por isso não é doutrina protestante. É eclesiologia batista aprendida no Novo Testamento.”41
4. OS	COMEÇOS DOS	BATISTAS	NOS	ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA.
39 Dr. Albert W. Wardin editor do livro “Baptists Around the World”, editado nos EUA em 1995, citado por Irland Pereira de Azevedo no trabalho Identidade Batista na História, pág.5
40 Identidade Batista na História, pág. 5
41 Idem.
 (
ANOTAÇÕES:
)No ano de 1644 já existiam na Inglaterra 47 Igrejas Batistas Gerais e 07 Igrejas Batistas Particulares, e uma na França.
No inicio do século 17 as colônias inglesas na América do Norte estavam se formando com a chegada de muitos imigrantes ingleses que estavam insatisfeitos com a perseguição religiosa que lhe eram imposta pela Igreja da Inglaterra. Dentre esses haviam os separatistas, puritanos, congregacionais e outros que queriam fugir da perseguição religiosa.
Em 1620 chegam os chamados “Pais Peregrinos” que eram congregacionais e se instalaram no atual estado de Massachussetts, que mesmo, fugindo da intolerância religiosa, logo ao se instalarem, começaram, também a serem intolerantes com aqueles que discordavam da igreja estatal.
Em 1631, Roger Williams, chega em Boston e assume um pastorado em Salém, mas começa a discordar do sistema da igreja implantada, e como castigo, foi banido por causa de suas crenças.
Em 1639, já na Baía de Narragansett, estabelece um núcleo de colonização que chama de Providence, e mais tarde de Rhode Island, onde surge uma igreja com princípios de liberdade religiosa e de consciência (alma), e a igreja progrediu na descoberta das doutrinas reconhecidas batistas. Sendo convencido biblicamente que o batismo infantil não tem validade e que somente crente deva ser batizado, Williams decide que Ezequiel Holliman, membro da igreja o batizaria, e depois seria batizado por Williams e ambos batizariam outros 10 membros da igreja, tornando-se assim, doutrinariamente a Primeira Igreja Batista em Solo Americano.42
Em 1648, na cidade de Newport, Rhode Island, foi formada uma segunda igreja sem saber ao certo a sua origem, mas documentos encontrados nesta data, a reconhecem com uma Igreja Batista, sendo organizada por John Clarke, um médico inglês que, juntamente com outros refugiados pela igreja estatal a organizam.
Em 1671, na cidade de Newport, Rhode Island é organizada a Primeira Igreja Batista do Sétimo Dia em solo americano. Esses batistas, já na Inglaterra, guardavam o sábado, e quando imigraram para os Estados Unidos (1664) se tornaram membros da Primeira Igreja Batista em Newport, em que conviviam harmoniosamente, mesmo entendendo que o “sábado” era o dia do Senhor e os outros, que o “domingo” era o dia do Senhor. Até que em 1671, o pastor da Igreja em Newport prega um sermão em que afirma que “a doutrina do sábado levava pessoas a abandonar Jesus e aceitar Moisés”43, aconteceu a divisão, quando 5 pessoas deixaram a Primeira Igreja Batista e
42 O Jornal Batista de 02/10/2005, pág. 2
43 Consciência Cativa, pág.22-23.
 (
ANOTAÇÕES:
)juntado-se a outras duas pessoas sabatistas, organizaram a Primeira Igreja Batista dos Sétimo Dia nos Estados Unidos.44
Em 1673, 34 anos após Roger Williams ser batizado por imersão na igreja de Providence já existiam 975 batistas em território americano; já em 1701, havia 1500 batistas; em 1750, haviam 4200; em 1800, haviam 100.000; em 1850, haviam
850.00 ; em 1900, haviam 4.645.719batistas; em 1930, haviam
9.200.000 e em 2004, haviam 20.862.189.45
Em 1707, cinco igrejas batistas organizaram a primeira Associação Batista na América na cidade de Filadélfia, Pennsylvania.
Em 1787, os Batistas Gerais e os Batistas particulares se unem e foram chamados de Batistas Unidos. Essa união não foi orgânica, mas concordaram em reconhecer um a outro, e deixaram suas diferenças sobre calvinismo. Isto ajudou a expansão missionária das igrejas. Não era necessário levar as suas diferenças da Inglaterra à América.
Em 1792, foi organizada a Sociedade Missionária Batista Particular em Kettering, Inglaterra.
1. Esta foi a primeira convenção organizada no meio dos batistas.
2. Não se consistia de igrejas, mas sim, indivíduos contribuintes.
3. Até esta data, as igrejas foram multiplicadas por missionários mandados pelas suas respectivas igrejas.
4. Foi organizada por inspiração e visão de William Carey46 na Índia.
5. Foi ele (William Carey) que depois batizou os missionários congregacionais Adoniram Judson e Luther Rice47 que foram dos Estados Unidos para a Índia.
6. A partir desse ano, foram surgindo várias agências missionárias pelo mundo, inclusive as Sociedades Britânica e Estrangeira da Bíblia, em 1804 na Inglaterra.
Em 1814, no dia 18 de maio foi organizada a primeira convenção batista na América, na cidade de Filadélfia, Pennsylvania. (Christian, op..cit. II, p. 393) 48
44 Idem, p. 24.
45 Segundo a Aliança Batista Mundial; O Jornal Batista, 02/10/2005, pág.2.
46 William Carey rompe com a visão calvinista extremada de predominava entre cristãos protestantes ou evangélicos e dos batistas, representada pela frase atribuída ao Pr. John Ryland, que foi que o batizou. Este pastor, presidindo uma reunião na qual Carey falou sobre o dever dos cristãos levarem o evangelho aos pagãos, severamente lhe disse: “Sente-se jovem, quando o Senhor quiser converter os pagãos, ele o fará sem a sua ajuda e sem a minha” (O Jornal Batista, de 09/10/2005, pág. 2)
47 Adoniram Judson e Luther Rice, eram congregacionais e foram enviados para a Índia pela sua denominação, sabendo que, quando lá chegassem iria encontrar missionários batistas ingleses, resolveram estuda o Novo Testamento com o propósito de confrontar suas doutrinas, especialmente a do batismo por imersão e o batismo infantil. Durante o estudo, cada um se convenceu que os batistas estavam certos e decidiram que, ao chegarem à Índia, se tornariam batistas. (O Jornal Batista, 09/10/2005, pág.2)
1. (
ANOTAÇÕES:
)Houve muita oposição à formação da Convenção.
2. Muitas igrejas eram simplesmente Batistas. Eram independentes.
Em 1814, foi fundada a primeira Sociedade de Missões dos Batistas dos Estados Unidos, motivada pela conversão e batismo dos congregacionais Adoniram Judson e Luther Rice.
Em 1830 (aproximadamente) surgiu um movimento anti- missionário:
1. Houve reação exagerada na parte de muitos.
2. Os ultra-calvinistas, rejeitaram as juntas das missões, mas também começaram uma campanha contra escola dominical, música instrumental na igreja, educação do ministro, etc.
3. Muitas destas igrejas são chamadas "primitivas", "escola velha" ou “cascaduras”.
4. Deste movimento anti-missionário surgiu também os Campbelitas que se chamam "A Igreja de Cristo."49
Em 1845, no de maio, foi organizada a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos no Estado da Geórgia. Logo depois, foi organizada a Junta de Missões Estrangeiras, na cidade de Richmond, no Estado da Virgínia. Hoje conhecida como a Junta de Richmond que enviou seus primeiros missionários para a China e depois para a África.
1. Depois houve discordância entre o norte e o sul sobre a escravidão.
Em 1857, foi decidido enviar missionários ao Brasil. O Brasil, com sua maioria absoluta de católicos romanos, era um desafio constante dos batistas do Sul dos EUA, “pois entendiam eles, que o evangelho, em toda a sua pureza, precisava ser pregado não só aos brasileiros, mas a todos os católicos do mundo”.50
1. O sentimento anticatólico americano já vem desde o tempo colonial, pois o catolicismo era visto como um agente estrangeiro, depois que os americanos se libertaram do jugo britânico, iriam agora se deixar dominar pelo romano?51
48 “Um Guia Histórico dos Batistas”, por Pr. Steve Montgomery , Igreja Batista Independente - Ourinhos, São Paulo, 1999. 21 páginas.
49 Igreja de Cristo, é uma igreja com teologia batista, que não usa instrumentos musicais em seus cultos e entre outras coisas afirma ser o batismo para a salvação. (Manual de Instruções “Porque Sou Membro da Igreja de Cristo”, pág. 104, item 11.
50 História dos Batistas Brasileiros, pág. 10
51 A Celebração do Indivíduo, pág. 134
 (
ANOTAÇÕES:
)“A segunda confissão de Londres nega ao papa a chefia da igreja, já que ele é o anticristo, “o homem do pecado e filho da perdição, que se exaltou na igreja contra	Cristo”.	O documento chamado Ensaio para unir e confirmar todos os verdadeiros protestantes nos artigos fundamentais da religião cristã, contra os erros e heresias de Roma ao apresentar suas doutrinas, condena frontalmente aquilo que se chama de erros católicos, especialmente quanto ao batismo de crianças.”52
“Em 1641, por exemplo, na colônia da Virginia, se determinou que nenhum “papista”poderia assumir cargo publico. O medo era americano, protestante e batista, pelo que expulsão dos jesuítas – os principais agentes do papa – foi muito bem recebida pelas 13 colônias americanas, só ficando a de Maryland, que já tinha uma certa influencia católica”53.
2. Em 1840, devido ao grande fluxo imigratório de europeus (irlandeses, italianos,	etc...) o catolicismo também passou a crescer em solo americano. Havia um sentimento americano de que	seu	nacionalismo	seria	ameaçado	pelo	catolicismo, tanto que, em uma eleição, realizada em 1856 na cidade de Illinois, o tema era: “Deixe que os americanos governem os
americanos”.54
Em 1905 foi organizada a Associação Geral dos Batistas por alguns que saíram da Convenção do Sul por causa do seu governo centralizado.
Em 1907 foi organizada a Convenção Batista do Norte que mudou seu nome para Convenção Batista Americana em 1950. E desde 1973 até os dias de hoje seu nome é Igrejas Batistas Americanas nos Estados Unidos. É liberal, mais protestante que batista, fazendo parte do Concílio Nacional das Igrejas e o Concílio Mundial das Igrejas de Cristo, organizações ecumênicas.
Em 1924, a Associação Geral dos Batistas reuniu no Texas para ser reorganizada. Adotou o nome de Associação Batista Americana (ABA).
1. Criam que nas Convenções a igreja local perde sua autonomia,
2. Criam que a comissão de evangelizar foi dada à igreja, e não à convenção,
3. Eram "Landmarkistas” ou irmãos que queriam voltar para a Bíblia como a nossa autoridade espiritual em tudo. É contra o batismo alheio e confraternização com protestantes, etc.
4. Os líderes originais disseram que praticariam "missões diretas", mas nos últimos anos, como TODAS as organizações
52 Idem, p. 135
53 Idem
54 Idem
 (
ANOTAÇÕES:
)missionária, tem uma comissão para dizer quem é, e quem não é missionário, etc.
Em 1928, "World Fundamental Baptist Missionary Fellowship" foi fundada pelo redator do jornal "The Baptist Standard" do Texas e pastor da Primeira Igreja Batista de Fort Worth, Texas,
J. Frank Norris. O nome atual é World Baptist Fellowship.
1. Feita de igrejas cansadas do modernismo na Convenção Sulista.
2. Norris era bom pregador, mas tipo "ditador." A própria igreja dele não decidia muita coisa.
3. Foi fundada nesta época o "movimento fundamentalista."
4. Qualquer organização maior que a igreja local tira a autonomia dela.
Em 1932, é organizada a GARB ou Associação das Igrejas Batistas Regulares, em Illinois, com 22 igrejas representadas.
1. Saíram da Convenção do Norte por causa do modernismo e excessiva autoridade sobre as igrejas.
2. Os Batistas Regulares do Brasil tem sua origem na GARB.
Em 1950, houve uma divisão na Associação Batista Americana, causada por diferenças de liderança:
1. Havia diferenças sobre quem podia representar a igreja comoseu mensageiro,
2. O novo grupo formou a NABA (North American Baptist Association). Depois mudou o nome para BMAA (Associação Missionária Batista da America). Ela mandou alguns missionários ao Brasil na época, aproveitando alguns elementos que saíram da Convenção Batista Brasileira, por causa da questão renovação espiritual.
Em 1950, foi organizada a BBFI, ou "Baptist Bible Fellowship International" por causa das brigas internas da World Baptist Fellowship e o domínio do Pr. Norris em praticamente tudo.
1. Esta organização, como as demais, declara que as igrejas que cooperam com ela são independentes. É verdade se o pastor e a igreja não contrariar os líderes da organização.
2. Hoje no Brasil é a Comunhão Batista Bíblica.
5. OS COMEÇOS DOS BATISTAS NO BRASIL
Os batistas estão no Brasil como uma conseqüência do desenvolvimento protestante norte-americano em geral, e batista em particular55. Os norte-americanos, já acreditavam, naquela época, que tinham uma missão especial para o mundo: religiosa e civilizatória. A religiosa é a missão de salvar todas as
55 Idem, p. 190
 (
ANOTAÇÕES:
)pessoas através da pregação evangélica e a civilizatória era difundir o estilo de democracia que haviam adquirido e espalhar sua visão de progresso econômico.
“As duas dimensões se fundem. No inicio do século, os protestantes norte-americanos começaram a olhar para o mapa do mundo como um espaço de missão, na trilha da experiência do inglês Carey. Os primeiros missionários foram enviados para a Ásia. Para a América Latina, a estratégia inicial consistiu no envio de colportores (vendedores de Bíblias e livros cristãos). De volta ao seu país, levavam informações sobre o Brasil. Um deles, escrevendo em 1840, propôs a imigração de norte-americanos e a atuação de “evangelizadores piedosos” como essenciais à prosperidade do país. As duas estratégias foram usadas. ”56
Em 1845, foi organizada a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, no Estado da Geórgia – EUA. Logo depois, foi organizada a Junta de Missões Estrangeiras DA Convenção Batista do Sul, na cidade de Richmond, no Estado da Virgínia. Hoje conhecida como a Junta de Richmond que enviou seus primeiros missionários para a China e depois para a África. Em 1851, se cogitou enviar um missionário para o Rio de Janeiro, mas somente em 1857 é que se decidiu enviar missionários, decisão essa, reiterada em 1859.
Em 1860, chegou o primeiro missionário batista ao Brasil: Thomas Jefferson Bowen (1814-1875), que foi primeiro missionário na Nigéria, onde aprendeu bem a língua ioruba escrevendo inclusive uma gramática. Ficou muito doente e retornou aos Estados Unidos em 1856. Depois de algum tempo, pediu para ser nomeado missionário para o Brasil, chegando aqui em 1860.
“Não foi bem-sucedido em sua missão, em grande parte por causa de sua saúde debilitada e também porque parece que não tinha idéia muito nítida de qual deveria ser seu trabalho. Conhecedor de uma língua africana, começou a falar com os escravos que encontrava e com isso despertou suspeitas, chegando a ser preso pela guarda imperial do Brasil.”57
Em 1865, vários americanos imigraram para o Brasil por causa da Guerra da Secessão58, que culminou com a derrota do Sul
56 Idem, p.191
57 A História dos Batistas Brasileiros, pág. 10
58 Guerra da Secessão (1861-1865) foi a guerra civil americana Como resultado dos atritos entre o norte e sul dos Estados Unidos, devido à divergência dos sistemas econômico, social e político. As diferenças são grandes, pois o norte tem a sua economia agrícola através dos pequenos produtores e o Sul, ao contrário, são de grandes agricultores de algodão cultivada pelos escravos negros. As tensões crescem pela introdução de uma política protecionista, defendida pelo Norte, e à campanha abolicionista. São criadas sociedades nortistas que ajudam a fuga de escravos para o norte, onde ganham a liberdade. Alguns Estados do Sul decidem então se separar e criam a Confederação dos Estados da América (por isso passam a ser chamados de confederados), com capital em Richmond, Virgínia. Essa guerra fez mais de 600 mil morte e um prejuízo de mais de 8 bilhões de dólares. (Site da Fonte do Conhecimento) pesquisado em 29/11/2005.
para o Norte nos Estados Unidos. Vindos então para a Província de São Paulo, na cidade de Santa Bárbara, e entre esses havia muitos batistas, que se organizaram em igreja no dia 10 de setembro de 1871, sendo então a primeira igreja batista organizada em solo brasileiro.
“Aliás, a origem dos batistas é motivo de disputa entre os próprios batistas. De um lado, alguns pesquisadores batistas entendiam ser valido o ano em que teve início a igreja batista dos
ANOTAÇÕES:
colonos norte-americanos, em Santa Bárbara em 1871. Do outro	lado, estavam o que defendiam o ano
Seja como for, a verdade é que antes dos missionários de Richmond chegar, já havia duas igrejas batistas em solo brasileiro, das quais, se tornaram membros, aprenderam o português através do ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque. Depois, da chegada desses missionários, é que a obra realmente expandiu como veremos adiante.
Em 1867, cerca de 8.000 americanos desembarcaram no pequeno Porto de Iguape – SP e seguiram para a cidade de Santa Bárbara, na província de São Paulo. Entre os imigrantes, tinham presbiterianos, metodistas e alguns batistas.
Em 1870, os evangélicos fizeram publicar um “Manifesto Para Evangelização do Brasil”, na imprensa local, com assinaturas de Presbiterianos, Metodistas, Congregacionais e por um Batista, o jovem Pastor Richard Ratcliff, um dos emigrados, cuja família havia sido ganha para Jesus, por ação de Thomas Jefferson Bowne, então nos EUA.60
Em 1871, é organizada no dia 10/09/1871 a Primeira Igreja Batista de Cristo no Brasil, em Santa Bárbara do Oeste – SP61, sendo a primeira igreja batista em solo brasileiro pelos emigrados americanos. Seu primeiro pastor foi Richard Ratcliff, que viera como colono, mas era pastor. A igreja foi organizada com 23 membros, e 1 ano depois já contava com 70 membros.
59 A Celebração do Indivíduo, pág. 192
60 Citado por Pr. José Vieira Rocha, pastor da PIB do Brás em São Paulo e Secretário Executivo da CBESP na mensagem proferida em 20/09/2004 na Tribuna de Honra do Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na Sessão Solene de Celebração do Centenário da CBESP.
61 Essas duas igrejas organizadas em solo brasileiro foram: a Primeira Igreja Batista de Cristo no Brasil (1871), no lugar onde hoje é o Cemitério do Campo – Santa Bárbara do Oeste e Igreja Batista da Estação, onde hoje é a cidade de Americana (1879). Essas duas igrejas se dissolveram por volta de 1910, com a morte de muitos americanos, o retorno de vários ao seu país de origem, e a mudança para outros centros. Em Santa Bárbara passaram-se 45 anos antes que os batistas voltassem a ter uma igreja. Em 20 março de 1955 foi organizada a então "Igreja Batista de Santa Bárbara d'Oeste", hoje "Igreja Batista Memorial em Santa Bárbara d' Oeste". Este nome foi escolhido para "fazer memória" aos batistas pioneiros que se instalaram aqui há mais de 132 anos. (Site www.batistamemorial.org.br/sb.php da Igreja Batista Memorial em Sta Bárbara do Oeste – SP)
 (
ANOTAÇÕES:
)Em 1879, é organizada em 02/11/1879 a Segunda Igreja Batista em Santa Bárbara do Oeste – SP, Bairro Estação, hoje a cidade de Americana – SP. Temos então a segunda igreja batista organizada em solo brasileiro.
Em 1870, no Recife, PE, um Presbiteriano, Pastor Smith, ganhava para Jesus um Sacerdote Romano, Antonio Teixeira de Albuquerque (1840-1887). Após a conversão, Teixeira de Albuquerque tentou refugiar-se em Maceió, AL, sua terra natal, mas, diante da perseguição romana, por providência divina, acode-se em Capivari, SP. Vindo a conhecer os Batistas em Santa Bárbara do Oeste, aceita o Batismo, é ordenado como Pastor Batista, vindo a ser o primeiro pastor batista brasileiro e ajuda a comandar a evangelização que se iniciava entre brasileiros, franceses, ingleses e americanos.
Em 1881, Os Missionários Pioneiros: O Pr. WilliamBuck Bagby (1855-1939) e sua esposa Anne Luther Bagby (1859- 1942) foram os primeiros missionários enviados pela Junta de Richmond para evangelizar o Brasil, chegando no Rio de Janeiro em março de 1881. Depois se juntaram a esses o Pr. Zachary Clay Taylor (1851-1919) e sua esposa Kate Stevens Crawford Taylor (1862-1892) que chegaram ao Brasil em abril 1882.
Em 1882, no dia 15 de Outubro de 1882, com cartas de transferências das Igrejas de Santa Bárbara, na cidade de Salvador – Bahia organizam a Primeira Igreja Batista do Brasil62, juntamente com o primeiro batista brasileiro o ex- padre Antônio Teixeira Albuquerque. A igreja foi organizada com 5 membros.
Em 1884, a igreja já contava com 25 membros, e assim os dois missionários concordaram em separar-se para abrir novas frentes missionárias. Entre Belém do Pará e Rio de Janeiro, foi escolhido o Rio de Janeiro para sediar a nova igreja. Pr. Zacarias Taylor prefere continuar na Bahia e assim, o Pr. William Bagby segue para o Rio de Janeiro, lá chegando em Julho de 1884. Encontra uma crente batista inglesa, a Senhora William, que era dona de uma pensão no Bairro de Santa Teresa, e oferece a sua sala de visita para o inicio das reuniões. No dia 24 de Agosto de 1884 é organizada a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro com 4 membros.
62 A Primeira Igreja Batista do Brasil permaneceu arrolada (filiada) na Convenção Batista Brasileira até o ano de 1975, quando se desligou por motivos doutrinários. Em 1997, a PIB do Brasil solicita novamente sua filiação a CBB, deixando assim de lado as doutrinas pentecostais que a manteve longe dos batistas brasileiros por mais de 20 anos. Depois de 3 anos, novamente sai da CBB, por motivos doutrinários, quando ingressa no G12 e seu pastor se intitula apóstolo.
 (
ANOTAÇÕES:
)Em 1885, William Bagby batiza o primeiro brasileiro, o presbiteriano Cândido J. Mesquita, que aceita o batismo por imersão. Já o primeiro brasileiro convertido através da pregação foi uma mulher, Castorina Adélia de Castro, empregada dos Bagby.63
Em 1885, O ex-padre e agora Pr. Antonio Teixeira de Albuquerque, verificando que o trabalho na Bahia estava indo bem com o Pr. Zacarias Taylor, ruma para Maceió – Alagoas a fim de implantar uma igreja ali. Escreve um opúsculo “Três Razões Por Que Deixei a Igreja Romana” que vinha sendo usado grandemente no Rio de Janeiro como na Bahia, e outros foram enviados para Maceió, antes da sua chegada, como que abrindo o caminho para a evangelização. Muitas pessoas começaram a estudar a Bíblia em função do folheto. No dia 17 de Maio de 1885 é organizada a Primeira Igreja Batista em Maceió – AL com 10 membros fundadores, tendo o Pr. Antonio Albuquerque como pastor da novel igreja, Permaneceu no pastorado da mesma até 1887, quando veio a falecer, com 46 anos de idade. Teve alegria de batizar os pais e deixou a igreja em 80 membros. Substituiu-o no pastorado o Pr. João Gualberto Batista, um ex-funileiro ganho na Bahia e batizado por Zacarias Taylor. 64
Em 1886, é consagrado o ministério batista o irmão Wandragésilo Melo Lins, que no ano anterior, lá em Recife – PE freqüentava a igreja presbiteriana já por 10 anos, tendo nunca se filiado a ela por discordar do batismo infantil e por aspersão. Procurado que foi pelo Pr. Zacarias Taylor, a mando do Pr. Antonio Teixeira Albuquerque – seu amigo pessoal – foi ele convencido das doutrinas batistas e em seguida foi batizado, rumando para Maceió, para organizar a igreja lá. Melo Lins, já consagrado pastor, volta ao Recife e lá encontra com o missionário americano da Junta de Richmond Pr. Charles Daniel, que já tinha dois irmãos prontos para o batismo e assim, no dia 04 de Abril, de 1886 é organizada a Primeira Igreja Batista do Recife com 6 membros. O Pr. Daniel foi seu primeiro pastor por três meses, voltando para a Bahia e o Pr. Melo Lins assume a igreja até 1889, deixando-a por problemas administrativos e retornando para Maceió.
Em 1899, a PIB do Rio de Janeiro já contava com 89 membros, e aconteceu, que nos três anos seguintes, três jovens se converteram e foram batizados, o que em muito ajudou a expansão da obra batista no Brasil: 1º) O português Tomás Lourenço da Costa, que em muito ajudou as igrejas do Rio,
63 Helen Bagby Harrison, filha do casal Bagby disse que “dificilmente uma deixava de ser ganha para Cristo por Anne Bagby”, referindo a uma primeira empregada Emília, batizada na Bahia. (História dos Batistas no Brasil, pág. 23)
64 História dos Batistas Brasileiros, pág. 31
 (
ANOTAÇÕES:
)Belém, na Bahia e em São Paulo, onde a igreja estava começando. Depois, por razões de trabalho, voltou para Portugal e tornou-se um promotor da obra missionária lá nas terras lusitanas; 2º) Por convite de Lourenço Costa, o jovem Francisco Fulgencio Soren, com 21 anos de idade, ouve a mensagem pregada por William Bagby em João 3.36, e depois de algum tempo, converte-se e é batizado em 1891. Começou a pregar logo depois da conversão, foi enviado para os Estados Unidos e por 8 anos lá estudou teologia. Ao voltar para o Brasil, esse que foi considerado o primeiro pastor batista brasileiro a ser preparado para isso, assume como pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, e por 33 anos de atividades, fez dela um verdadeiro monumento; e 3o) A convite de Francisco Soren, o jovem Teodoro Rodrigues Teixeira – seu amigo – também se converteu ao ouvir Bagby. Teodoro Teixeira foi o jornalista que trabalhou no “O Jornal Batista” por quarenta anos, que foi um verdadeiro doutrinador do povo brasileiro, através de sua coluna “Perguntas e Respostas” por mais de vinte anos. 65
Em 1899, foi organizada a Primeira Igreja Batista em São Paulo com 18 membros, pelos missionários J.J. Taylor e J. L. Downing.
De 1891 a 1900, foi um período de franco progresso para a causa, pela expansão das igrejas em seus estados e em 3 novas capitais:
Na Bahia, sob a liderança de Zacarias Taylor, já existiam as igrejas da capital, Alagoinhas, Nazaré e Valença; e outras surgiram como Santo Amaro, Amargosa, Conquistas etc....
Em Alagoas, por muito tempo somente a PIB de Maceió existia, em 1900 foi organizada a Igreja em Rio Largo sob a direção do missionário Jefte Hamilton.
Em Pernambuco, através W.E. Entziminger, reorganizou a PIB do Recife em 1893, depois organizou a Igreja de Goiana em 1896 e também a Igreja em Nazaré, em 1898, sendo auxiliado pelos pastores brasileiros Melo Lins e Antonio Marques.
Em 1897, é organizada a Primeira Igreja Batista em Belo Horizonte, mesmo já tendo em Minas outras igrejas, como as de Juiz de Fora e Barbacena, que acabaram desaparecendo devido ao êxodo de seus membros com a criação da cidade de Belo Horizonte. Algum tempo depois, curiosamente a Igreja de Belo Horizonte veio também a fechar, sendo que, alguns anos depois foi reorganizada.
Em 1897, é organizada a Primeira Igreja Batista em Belém do Pará pelo Missionário Eurico Nelson (não era pastor), e 05 de
 (
68 
Idem, p.106
) (
26
)
 (
ANOTAÇÕES:
)outubro de 1900, é organizada a Primeira Igreja Batista em Manaus.
“Assim temos que, em 1900, no final do Século XIX, havia igrejas batistas estabelecidas em dez capitais: Salvador, Rio de Janeiro, Maceió, Niterói, Belém do Pará, Natal, São Paulo, Belo Horizonte e Manaus. Havia, noutras cidades, havia cerca de 25 outras igrejas batistas com um total de 1.500 membros”66 (66)
Em 1911. Um grupo de pessoas se converteu, em Corumbá, através de um pregador leigo. Esses, sabendo através de uma leitura casual do “Jornal Batista”, da existência de batistas no rio de Janeiro, entraram em contato e foi para o Mato Grosso o Missionário A. B. Deter. Deter ali ficou por vários, pregando todas as noites e batizou dezenas de crentes, resultando então na organização da Igreja Batista em Corumbá,
O inicio do trabalho batista no Paraná começou por Paranaguá, uma cidade litorânea. Um comerciante de Santo – SP, chamado Samuel Pires de Melo, ouvindo a pregação do evangelho em Santos, converteu-se e vendeu tudo o que tinha, encerrou suas atividades comerciais, mudando-se então para Paranaguá.Por influencia de um batista canadense chamado Reginald Young, começou o trabalho de pregação, aplicando todo o seu dinheiro na construção de um templo. Era um pregador batista sem o saber e a igreja da qual ele pregava, foi reconhecida como uma “igreja Batista” quando de sua filiação a Convenção Batista Brasileira. A igreja em Paranaguá tinha 210 membros quando foi arrolada na Convenção Brasileira. Por motivos de saúde, Samuel mudou-se para Campinas – SP em faleceu em 1911, com
46 anos de idade, sendo pastor da Igreja Batista naquela cidade.67
Em 1922, o número de capitais com igrejas batista era de 19, com igrejas em Vitória, Porto Alegre, São Luís, Fortaleza, Curitiba, Teresina, Aracaju e João Pessoa. Faltando apenas Florianópolis, Goiânia e Cuiabá. Já haviam batistas em Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso. Em Santa Catarina, desde 1890, já havia uma igreja batista organizada pelos imigrantes da Letônia.68
Os batistas no Brasil, também se desenvolveram através de outros imigrantes oriundos de vários países. Certamente, todos, tinham no seu propósito, pregar para os seus conterrâneos, como é o caso dos alemães, mas que, ajudaram na expansão do evangelho, como é o caso dos letos:
66 Idem, p.68
67 Idem, p.106
 (
ANOTAÇÕES:
)Os Alemães, chegaram em 1881 e estabeleceram-se no Rio Grande do Sul, e como bons batistas de formação “onkeniana”69 pregaram a palavra. Foram por demais perseguidos, mas se mantiveram firmes, batizando vários alemães (principalmente luteranos), e em 1893 foi organizada a Primeira Igreja Batista de Língua Alemã no Brasil, com 45 membros, na cidade de Santa Cruz – RS. Em 1898 foi organizada a Igreja Batista Alemã de Porto Alegre, e outras igrejas forma organizadas pelos e para os alemães no Brasil. Em 15 de maio de 1910 é organizada uma Associação Batista de Igrejas Alemãs, hoje denominada Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil.70
Os Letos, chegaram em volta de 1885, e no dia 20 de março de 1892 organizaram a Igreja Batista Leta na cidade de Rio Novo em Santa Catarina, com 75 membros. No mesmo ano, em Ijuí, no Rio Grande do Sul outra igreja foi organizada. Ambas as igrejas estabeleceram escolas primárias anexas às igrejas para o aprendizado da língua leta e portuguesa para os filhos dos imigrantes. Nos anos de 1922 e 1993, grandes contingentes de crentes batistas letos saíram da Letônia, como fruto de um avivamento espiritual ocorrido entre eles, e vieram para o Brasil. Alguns foram para o sul, e na sua maioria, foram para o interior de São Paulo, na região de Tupã, quando criaram a Corporação Evangélica de Palma, conhecida como Colônia de Varpa, que consistia numa fazenda de 300 alqueires e todos viviam ali, e tinham tudo em comum. No dia 04 e abril de 1923 organizaram a Igreja Batista Leta de Varpa com 1000 membros, sendo a maior igreja, na sua época da América do Sul. Tiveram um grande ideal missionário, pois praticamente, nos vinte anos seguintes, eles abriram igrejas em todas as cidades no oeste paulista.
Os Húngaros, chegaram no Brasil mais de 100.000, entre os anos de 1924 a 1926, instalando-se na sua maior parte, em Caiuá – Estado de São Paulo, região próxima ao Mato Grosso e Paraná. Ao contrario dos letos, a maioria dos húngaros eram luteranos e católicos, restando alguns poucos crentes, e esses batistas. Um grupo desses crentes, foram para São Paulo, capital e começaram a se reunir no bairro da Lapa, inicialmente na Primeira Igreja Batista da Lapa e nos lares. Esses grupos tiveram o apoio espiritual dos pastores Emilio Kerr e William Bagby. A partir de 1925, esses grupos se tornaram um só, depois de alguns serem batizados, organizaram-se na Primeira Igreja Batista Húngara de São Paulo no dia 02 de agosto de 1931, com trinta membros. Essa
69 João Geraldo Onken (1800-1884) crente alemão, ao torna-se batista, decidiu levar a mensagem do evangelho a seus patrícios, e levo-a a outros países da Europa. Ficou famosa a sua frase: “Cada Batista é um Missionário”. (História dos Batistas no Brasil, pág. 339, item 16)
 (
70 
História
 dos Batistas no Brasil, pág. 109
) (
27
)
foi uma igreja típica européia e todos os seus cultos eram em húngaro, inclusive seus pastores (3) eram húngaros, até que em 1979 um pastor brasileiro assume a igreja e o seus cultos passam para o português. Hoje o templo existe, mas o seu nome mudou para Igreja Batista Metropolitana em São Paulo, para não morrer.
Sobre o crescimento da obra batista no Brasil, há um gráfico que mostra que, no início o crescimento era maior do que agora71:
	ANO
	MEMBROS
	CRESCIMENTO %
	1890
	312
	-
	1900
	2.000
	20,4
	1910
	8.102
	15,2
	1920
	18.872
	8,8
	1930
	31.686
	5,3
	1940
	54.907
	5,6
	1950
	109.233
	7,1
	1960
	178.455
	5,0
	1970
	330.500
	6,4
	1980
	600.000
	6,1
	1990
	800.000
	2,9
	1992
	833.122
	2,0
6. AS PERSEGUIÇÕES:
“Em princípios de 1886, chegou à Bahia, recém-nomeado pela Junta de Richmond, o Missionário Charles D. Daniel e sua esposa. Suas primeiras impressões constam	de carta enviada à Junta, datada de 11 de janeiro daquele ano:” “Um dia depois de nossa chegada à Bahia, testemunhamos o batismo de duas moças pelo pastor nacional João Batista. O ambiente era muito diferente do que em geral se encontra em tais ocasiões nos Estados Unidos. Reuniu-se um grande número de pessoas para zombar e escarnecer, e o fizeram com muito alarde, rindo, xingando e usando	palavras impróprias. Pretenderam apedrejar- nos, mas, avisado, o Pastor Taylor apressou o batismo e assim evitou o ataque planejado. Foi uma introdução bastante rude do trabalho de nossa Causa e sentimo-nos como um monte gelado, estéril, sem vida, cheio de infidelidade e romanismo””.72
Perseguir os dissidentes não é da índole do Cristianismo. A Igreja Católica Romana era a oficial no Brasil, no tempo do Império. Se valeu desta prerrogativa para estimular perseguições contra os evangélicos.
As maiores perseguições dos católicos em relação aos evangélicos, aconteceram mais nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco, mesmo durante o período republicano e depois do decreto de separação Igreja e Estado.
71 A Celebração do Individuo, pág. 196
72 História dos Batistas no Brasil, pág. 31-32
 (
28
)
 (
ANOTAÇÕES:
)Somente alguns fatos: Em Minas Gerais, em julho de 1890, o Missionário H. E. Soper na cidade de Juiz de Fora, resolveu realizar um culto ao ar livre, em frente da estação da Estrada de Ferro, o padre da cidade, já irritado com o crescimento dos batistas na cidade, liderou uma pequena multidão para acabar com os crentes batistas, inclusive apedrejando-os. Soper, não desanimou, procurando as autoridades, lhe foi dado o direito de realizar o culto com uma escolta de 10 soldados armados de espadas.73
Um outro fato foi o acontecido com Salomão Luiz Ginsburg, quando tentava implantar uma igreja em São Fidelis – RJ, ele alugou uma casa no centro da cidade e o chefe político da cidade e também pai do delegado local, não gostou da iniciativa. Esse reuniu uma grande multidão e fizeram a maior arruaça em frente ao salão de culto que fora alugado, jogando pedras que chegou a machucar uma jovem crente que estava para cultuar a Deus. O delegado não satisfeito, invade o local e prende o Missionário que passa a noite na cadeia, sentado em um banco. A esposa do Missionário, irmã Emma Mortom, procura as autoridades para liberta-lo. O delegado transfere o Missionário para Niterói e o Vice-Presidente do Estado, baseado nas acusações do delegado, que Ginsburg estava agitando politicamente – a época da Revolta Armada – e assim o vice- presidente manda colocar o missionário na cela comum. Alguns policiais, que já conheciam o Missionário, o colocam na sala da guarda até que o Presidente do Estado toma conhecimento da situação e manda soltar rapidamente o Missionário, e pediu que não voltasse para São Fidelis enquanto aquela situação não se acalmar. O Missionário aguarda a normalidade e em 1894 volta para São Fidelis e lá chegando, o delegado que o prendera estava agora preso, e assim o Missionário tenta libertar esse delegado,conseguindo assim, pois o mesmo é que leva o alvará de soltura. Foi a “vingança” do Missionário. Em 27 de Julho de 1894 foi organizada a Primeira Igreja Batista em São Fidelis, sem maiores problemas.74
7. A APOSTASIA
Nesse período, muitos pastores brasileiros estavam atuando, entre eles: Francisco Borges, Antonio Marques da Silva, Tito W. Batista, José Domingues. Alexandre de Freitas e Antonio Queiroz. Nem todos permaneceram no ministério.
73 Idem, p. 58-59
74 Idem
 (
34
)
 (
ANOTAÇÕES:
)É o caso do Pr. Antonio Ferreira Campos, consagrado ao ministério pelo Missionário Salomão L. Ginsburg, em Campos, que depois voltou para a Igreja Católica e se tornou um incansável inimigo do evangelho. Faleceu em São Paulo, em 1950, onde tinha uma casa de vendas de artigos religiosos. Há no “Cantor Cristão” três hinos de sua autoria: os de números 170, 195 e 315.
Um outro caso é do jovem José Manuel Almeida Sobrinho, que logo após a sua conversão se tornou um grande pregador, percorrendo vários Estados do Brasil, pregando o evangelho, mas depois deixou os batistas e se tornou pentecostal. Quando da sua morte em 1936, não estava ligado a nenhuma denominação. Escreveu dois hinos do “Cantor Cristão”, No 221 e 224.
8. A QUESTÃO RADICAL
O movimento conhecido como “Questão Radical”, foi o que dividiu os batistas do Norte do Brasil, principalmente em Pernambuco, quando se polemizou sobre as questões financeiras entre os missionários e pastores brasileiros. Iniciada em 1920 estendeu-se até 1925.Dois missionários norte-americanos divergem entre si: M. H. Muirhead e D. L. Hamilton, que depois de terem trabalhado juntos muito tempo, acabaram divergindo em questões administrativas. Os outros missionários americanos se solidarizaram com Muirhead e como consequência Hamilton foi afastado da direção do Colégio Batista em Recife e passou a ser professor.
Os pastores do Nordeste, principalmente os de Pernambuco se solidarizam com Hamilton e daí em diante começou a “questão radical”, que envolveu também as questões financeiras – verbas que vinham dos Estados Unidos para apoiar o trabalho no Brasil. Como resultado dessa questão radical, formou-se duas convenções estaduais em Pernambuco, sendo a Convenção Batista Pernambucana – apoiada pelos missionários americanos e a Convenção Batista de Pernambuco – apoiada pelos pastores nacionais.
 (
ANOTAÇÕES:
)A questão chegou no âmbito da Convenção Batista Brasileira, que em 1925 foi organizada a Associação Batista Brasileira, apoiada por 55 igrejas e tendo o missionário Hamilton e os pastores nacionais a frente. Até 1935, essas igrejas e pastores não trocavam sequer cartas de transferências entre elas e as igrejas da Convenção, vindo a se normalizar a partir desta data. Em 1938 as Igrejas da Associação Batista Brasileira, a convite da Convenção Batista Brasileira voltaram a cooperar com a Convenção. Findando assim a questão radical e pacificando família batista brasileira.75
9. OS GRANDES FEITOS
A Primeira Sociedade Feminina foi organizada em Niterói no dia 09 de Agosto de 1893, por Emma Mortom Ginsburg.
O Primeiro Grande Templo Batista no Brasil foi o da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, que foi idealizado por J.J.Taylor e outros missionários,	que conseguiram levantar
uma oferta nos Estados Unidos, inclusive pelas Senhoras Batistas do Estado de Missouri. O Culto de inauguração durou três horas e o pregador foi o Dr. John Luther, sogro de William Bagby. A PIB/RJ, organizada em 24 de agosto de 1884, conta com mais de 3528 pessoas em sua membresia. Está localizada na Rua Frei Caneca, 525, bairro do Estácio, na cidade do Rio de Janeiro. Inaugurado em 01 de janeiro de 1928.
A Associação Evangélica Denominada Batista do Rio de Janeiro foi fundada em 11 de dezembro de 1894, com o objetivo de comprar as propriedades para as igrejas, uma vez que muitas não tinham o aspecto de pessoa jurídica. – Até hoje essa Associação existe e com grandes dificuldades financeiras, pois muitas propriedades adquiridas não foram transferidas para as respectivas igrejas e assim os impostos recaem sobre a entidade.
A União das Igrejas Batistas do Sul do Brasil, foi organizada em abril de 1894, idealizada por Salomão Ginsburg, que antevia a necessidade de uma Convenção que unisse as igrejas batistas para o sustento de missionários fora do país. Na terceira
75 Resumo da questão radical. Outras consultas nos livros História dos Batistas do Brasil, pág. 113-121 e na apostila disponível na biblioteca “RADICALISMO BATISTA BRASILEIRO” tese de mestrado no STBN de Mario Ribeiro Martins.
 (
ANOTAÇÕES:
)reunião anual dessa União, decidiram enviar um missionário à África.
A Sociedade Missionária Batista foi organizada em dezembro de 1898, na Bahia com o objetivo de angariar contribuições de pessoas interessadas na evangelização. Muitos membros dessa sociedade eram pregadores leigos e em 1899 nomeou seu primeiro missionário e depois um outro em 1900, sendo que ambos foram enviados para o sertão da Bahia.
O Cantor Cristão, que através dos anos tem tido uma enorme importância na formação do povo batista brasileiro. Seus hinos, cantados e decorados pelo povo batista tem sido um instrumento de edificação dos fiéis e na divulgação da mensagem evangélica. Seu grande idealizador foi o Missionário Salomão Luis Ginsburg, quando ainda era congregacional editou em 1891 a 1ª edição do Cantor Cristão com 16 hinos. No mesmo ano, já batista, edita uma 2ª edição com 23 hinos. Em 1921 em sua 17ª edição, o hinário já tem 571 hinos, dos quais 102 era de Ginsburg. É o hinário dos Batistas Brasileiros, e a partir de 1982 surge o HCC – Hinário pra o Culto Cristão que também é um hinário batista brasileiro.
O Jornal Batista é fundado em 1901, quando no dia 10 de janeiro saiu o seu primeiro número. Sua tiragem tem sido ininterrupta e sucedeu o “Echo Batista”, de 1886, na Bahia, fundado pelo Missionário Zacarias Taylor e “Boas Novas”, 1894, em Campos – RJ, fundado pelo Missionário Salomão Ginsburg, E assim, o grande sonho dos missionários em ter um jornal em nível nacional é realizado. E até hoje, o jornal é a fonte da unidade denominacional.
A Casa Editora Batista, depois de lançar o jornal começou outras publicações, tais como revistas da EBD, revistas de jovens e juniores. Depois de algum tempo, passa-se a chamar de Casa Publicadora Batista já com edições de livros devocionais e teológicos. Depois de JUERP, quando ultimamente entra em declínio por má administração e hoje caminha para o processo de liquidação.
O Primeiro Seminário é fundado em 1 de Abril de 1902 na residência do Missionário Salomão Luis Ginsburg, ajudado pelo Missionário Jefte Hamilton, fundando assim o Seminário do Norte, que era muito pobre e quase sem professores, por isso chamado pelos outros evangélicos de “Seminário do Mergulho”, que após muitos anos, conseguiu formar a sua primeira turma em 1917, sendo eles: Antonio Neves de Mesquita, José Munguba
 (
ANOTAÇÕES:
)Sobrinho e Manoel Tertuliano Cerqueira. (Seminário Teológico Batista do Norte – Recife – PE)76
O Segundo Seminário é fundado em 1907, sob os auspícios da Convenção Batista Brasileira, que quando da sua organização no mesmo ano, ignorou o Seminário do Norte e no Rio de Janeiro, funda o Seminário do Sul, trazendo os melhores professores, inclusive John Watson Shepard, que veio do Recife. A primeira turma de formandos, em 1916, foram: André Leekning, Eduardo Alksbirse, Frederico Freyman, Manoel Avelino de Souza e Ricardo Pitrowsky. (Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil – Rio de Janeiro – RJ) (76)
10. A CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA
Nos primeiros vinte e cinco (25) anos de trabalho, Bagby e Taylor auxiliados por outros missionários e, por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham organizado 83 igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.
Salomão Ginsburg foi a primeira pessoa a pensar na organização de uma Convenção nacional dos batistas brasileiros, mas, somente em 1907, a idéia foi concretizada. A.
B. Deter, Zacharias Taylor e Salomão Ginsburg concordaram

Mais conteúdos dessa disciplina