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Neurologia Veterinária - Afecções encefálicas

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Maria Eduarda Strapazzon - UPF
CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS II
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Afecções encefálicas
1.Encefalopatias: 1.1 Encefalopatias degenerativas,1.2 Inflamatórias; 1.3 Neoplásicas; 1.4
Anômalas / desenvolvimento; 1.5 Metabólicas; 1.6 Infecciosas/parasitárias/nutricionais; 1.7
Traumáticas; 1.8 Vasculares/ Isquêmicas. 2.Epilepsia. 3.Síndrome Vestibular: 1.1 Síndrome
vestibular periférica e 1.2 Síndrome vestibular central.
Histórico de convulsões - o córtex está envolvido.
Exame neurológico
ENCÉFALO
1 - Estado mental:
• Nível de consciência: alerta - embotamento
(obnubilado/sonolento) – estupor (inconsciência mas reage
com estímulo de dor) – coma (estimulo de fotomotor,
único a reagir)
• Conteúdo da consciência: normal – delírio – demência
– Mudança de comportamento (pressionam a cabeça
contra a parede - cortical)
– Atitude → posição da cabeça e olhos em relação ao
corpo.
Turn - vira a cabeça; medula oblonga;
Tilt- envolvimento do sistema vestibular
Postura
Rigidez decerebral → lesão de tronco cerebral (extensão
em todos os membros rangidos e opistótono, cabeça
jogada para trás.).
Rigidez decerebelar → lesão aguda em cerebelo
(opistótono, cabeça jogada para trás, extensão do membro
torácico e flexão dos quadris; mantém consciência).
– Incoordenação motora (ataxia)
• Ataxia cerebelar → tremor de intenção, dismetria e/ou
ataxia de cabeça (CEREBELO)
• Ataxia vestibular ou bulbar →inclinação da cabeça
(TRONCO CEREBRAL) - tilt, não tem dismetria.
• Ataxia proprioceptiva → déficit proprioceptivo
(MEDULA ESPINHAL) arrastando as patas, pode ser em
qualquer membro.
– Fraquezas musculares e movimentos anormais •
Fraquezas musculares: Paresia, paralisia e plegia →
fraqueza muscular que impede de caminhar (leve,
moderada, total)
paresia não ambulatória - não tem movimento;
paresia ambulatória - ainda consegue movimentar.
• Movimentos anormais:
Tremores → movimentos súbitos e vibratórios em diversas
direções (não confundir com convulsões), nesse caso o
paciente está completamente consciente, só não consegue
conter o tremor.
Maria Eduarda Strapazzon - UPF
Miotonia → contração e relaxamento muito lento dos
músculos
Mioclonia → são contrações musculares involuntárias,
incontroláveis, repetidas e não episódicas de um músculo
(ou de um grupo muscular), que ficam restritas a uma área
(ou a poucas áreas) do corpo e não cursam com perda de
consciência - sequela da cinomose
1 - ENCEFALOPATIAS
1.1 Encefalopatias degenerativas - lesões de córtex
• Doença do armazenamento lisossomal -jovens, não
sobrevive por muito meses. Diagnóstico só pela
ressonância ou pós-morte pela histopatologia.
• Síndrome da disfunção cognitiva - idosos - Alzheimer
felino ou canino (semelhante) os animais idosos começam
a involuir o cérebro. Sinais clínico: andar a esmo por
horas, desaprende funções básicas como sair para xixi,
turn com a cabeça, troca o dia pela noite, não dormem.
Tratamento: Omega 3, Propentofilina (se não tiver
hipotensão), Melatonina (para o sono, 1-3mg),
Clonazepam - rivotril, para acalmar.
ansiolítico -
dor crônica - gabapentina.
Fase final da doença, param de interagir totalmente.
1.2 Inflamatórias:
Meningoencefalite de origem desconhecida
• Meningoencefalite granulomatosa (sobrevida 6 -18
meses)
•Meningoencefalite necrosante de raças pequenas
• Leucoencefalite necrosante
Déficit neurológico do cortex
Sinais Clínicos: andar em círculos, normalmente para o
mesmo lado, déficit visual com cegueira aguda, crises
convulsivas que não respondem aos anti-convulsionantes.
Por volta dos 5 anos de idade.
Diagnóstico: tomografia - ventrículos cerebrais
aumentados, áreas com aumento da opacidade do encéfalo
- inflamação.
Tratamento para a granulomatosa: anti-inflamatórios,
citarabina - quimioterápico.
1.3 Neoplásicas:
• Tumores primários encefálicos - normalmente são
benignos. A grande questão é onde estiver localizado para
fazer a remoção cirúrgica.
• Metástases de outros tumores
Estadiamento detalhado -> quimioterapia
Corticoide, começa com uma dose imunossupressora
(alta), depois vai baixando.
prednisolona é a escolha.
Animais idosos.
1.4 - Anômalas / desenvolvimento:
• Hidrocefalia - diagnóstico em raio X. Crânio aumentando
e fenda aberta.
Sinais clínicos: estrabismo ventrolateral, convulsões,
cabeça aumentada.
• síndrome de Chiari e seringomielia - não fechamento do
occipital. Correção cirúrgica. Sinais Clinicos: Aumenta a
pressão intracraniana e convulsões, mas em alguns casos
não vao apresentar nenhum sintomas.
Tratamento para a hidrocefalia.
Prednisona, Fenobarbital / Brometo de potássio Manitol +
succinato de metilprednisolona sódico (edema agudo
cerebral)
1.5 Metabólicas:
• Encefalopatia hepática
• Encefalopatia associada a doença renal
• Encefalopatia hipoglicêmica - insulinomas
• Encefalopatia endócrina
• hipo/hipertireoidismo
• hiperadrenocorticismo
Sinais Clínicos: convulsões que oscilam, déficits bilaterais
+ anamnese geral para identificar doença sistêmica.
Tratamento específico:
Prednisolona, Fenobarbital (não pode usar se tiver
problemas hepáticos) / brometo de potássio (se necessário,
não pode usar se tiver problemas renais), Tratar a causa
1.6 Infecciosas/parasitárias/nutricionais
Maria Eduarda Strapazzon - UPF
Tilamina - felinos, características: acidose metabólica e
animais cegos.
Tratamento
Tratar a causa;
Prednisolona (controversias quando for virus, fungicas,
bacterias - usa-se anti-inflamatórios não esteroidais)
Fenobarbital / brometo de potássio (se necessário)
Diagnóstico normalmente é feito pelo Liquor, pode-se
fazer painel neurológico - porém é bem mais caro.
convulsões intensas que tendem a diminuir com o
tratamento correto, o antivulsivantes só é dado nas crises,
após tratar não precisa continuar, a não ser que tenha
sequelas.
1.7 - Traumáticas
• Traumatismo crânio-encefálico
ABC do trauma;
Dor - convulsões -
1ª opção: diazepam - não funcionou
2ª opção: fenobarbital - não funcionou
3ª opção: propofol ou infusão contínua de fenobarbital.
1.8 – Vasculares/ Isquêmicas: AVC
• isquemia global
• Doenças tromboembolíticas
Sinais clínicos: head tilt, paralisia fascial, mesencéfalo e
tronco encefálico, deficit motor contra lateral
o paciente normalmente vai ter doença cardíaca, em
estadio brando com efeito agressor.
Tratamento:
Manitol, Furosemida, Suporte.
Não se usa mais corticoide.
dosar os eletrólitos - melhorar o funcionamento celular.
Diagnóstico das encefalopatias
Considerar:
• Espécie, raça, idade, sinais clínicos → direcionar a
possíveis diagnósticos
• Exames de triagem:
• Hemograma (cuidar em pacientes idosos)
• Perfil bioquímico (hepático, renal, glicêmico colesterol,
triglicerídeos,...)
• Avaliação cardíaca (RX, ECG, Ecocardiograma)
• Rx de crânio (hidrocefalia, em trauma se tiver fratura)
• Análise do LCR - indica processo inflamatório,
bacteriano.
• Sorologias (conforme a necessidade)
• Tomografia ou ressonância - suspeita de cerebelo a
imagem é a primeira opção.
2 - EPILEPSIA
• É uma condição caracterizada por convulsões
recorrentes, durante um longo período de tempo. É a
doença.
• Do ponto de vista prático é definida como duas ou mais
convulsões ocorrendo num período de pelo menos um
mês.
CONVULSÃO:
• Manifestação clínica de descargas neurais excessivas
e/ou hiper-sincronizadas no cérebro, podendo se
manifestar como:
• Perda ou comprometimento episódico da consciência -
generalizado
• Fenômenos motores anormais
• Distúrbios psíquicos ou sensoriais
• Sinais nervosos autônomos (salivação, vômito, micção e
defecação) - nem sempre faz todos.
Estágios
Prodrômico - entre uma crise e outra.
Aurea - fase anterior da convulsão, animal sabe que vai ter
a crise. (tentar descobrir qual o fator que desencadeia)
Ictus - fase da convulsão.
Pós-ictal - o pós, a recuperação da consciência.
Acima de 3 minutos na fase Ictus é emergência.
Classificação das epilepsias:
• Idiopática → primária(sem alterações estruturais no
cérebro) primeiro descartar todo o DINAMITV
• surgimento entre 1 e 5 anos de idade
• Predisposição racial
• Convulsões generalizadas (maior incidênciaà noite
/sono)
• Sintomática → secundária (antes de 1 ano ou após 5
anos)
• Estrutural - mal formação
• Metabólica
• Convulsão focal → generalizada
Maria Eduarda Strapazzon - UPF
Diagnóstico
• Causa? Buscar a origem da epilepsia
• Estrutural? -> Radiografia, RM
• Infecciosas? Inflamatórias? -> Hemograma + liquor +
sorologias +culturas
• Metabólica? -> Avaliação hepática, Avaliação renal,
Glicemia, Distúrbios eletrolíticos
Terapia do estado convulsivo (crise convulsiva)
• Caso haja hipoglicemia:
• dextrose 50% e solução salina(1:1) IV
• ou oral só dextrose. só se parou de convulsionar.
• Ataque convulsivo:
• Diazepam - pode ser IV ou intraretral. Pode dar 2 doses
em intervalos de 15 minutos.
• Fenobarbital IV (Crise tem que esperar umas 4-5 horas)
• Propofol IV
• Isoflurano - mais que 72hrs de infusão continua é
desfavorável.
Monitoramento
• Respiração
• Freqüência e ritmo cardíaco
• Temperatura corporal
• Cateterização IV (fluidos e nutrição parenteral) - por
estar convulsionando, não come e entra em hipoglicemia,
isso agrava as crises.
• Monitorar pressão sangüínea
• Monitorar glicose sérica
Monitoramento em ataques convulsivos prolongados
• Gases sanguíneos arteriais (acidose respiratória e após
metabólica) lactato, gasometria
• Urina (mioglobinúria) - pela lesão do músculo em tanto
se movimentar.
• Sinais de edema cerebral
• O2 + manitol – 0,25 a 1g/kg + furosemida 0,7 mg/kg
15 min após o manitol - monitorar junto os eletrólitos
(NaCl e K)
• Tratar patologia concomitante
• Monitorar a recuperação da sedação
Terapia anticonvulsivante manutenção
• Fenobarbital (FB) (cães e gatos) - não usa quando tiver
doença hepática. A cada 12 hrs
• Brometo de potássio (KBr) (somente cães) pode ser
associado quando fenobarbital está em doses muito altas.
Em pacientes cardiopatas, usa-se brometo de sódio. A cada
24hrs
Associação: o fenobarbital de 12 em 12 e o brometo no
intervalo, em 24hrs.
• Levetiracetam (cães e gatos) - convulsões focais. de 8 em
8 hrs.
Dosar o fenobarbital sérico - para ver a concentração
terapêutica, deve ficar de 20-30.
ATENÇÃO: MIOCLONIA -diferente- CONVULSÃO
Causas de mioclonia → sequelas de cinomose, tremores
involuntários.
Tratamento: fisioterapia + piracetam.
3 – Síndrome vestibular (*)
• Sistema vestibular → SNP + SNC
• Equilíbrio e a postura normal da cabeça e olhos.
• Função: manter a posição do animal no espaço
7 e 8 pares cranianos, e 9 para a audição.
Sintomatologia
• Inclinação da cabeça (hard tild), marcha em círculos,
quedas ou rolamentos
• Nistagmo
• Déficits de pares cranianos ( VII e/ou VIII)
• Déficits proprioceptivos: hemiparesia e ataxia
• Sinais neurológicos: demência, estupor, convulsões
1.1 – Síndrome vestibular periférica:
• Inclinação da cabeça, marcha em círculos, quedas ou
rolamentos→ Para o lado da lesão (quando for periférico)
• Nistagmo→ Se presente: horizontal *
• Déficits de pares cranianos
→ Paralisia do nervo facial (VII); síndrome de Horner,
→Lesões de otite média ou interna, déficit de audição -
grande maioria das vezes
• Déficits proprioceptivos ausentes
Doenças do SVP
1- Degenerativa ou anômala:
• Congênitas
• Animais jovens
• Raças predispostas: • Pastor Alemão • Cocker •
Doberman • Siamês • Birmanês
• Tratamento → suporte
Em crises, quando ficam incoordenados: acupuntura e
2- Metabólica → hipotireidismo
Colesterol e triglicerídeo - intoxicação de lipideos e da a
crise.
• Tratamento → levotiroxina
3- Neoplásica → Schwannoma, adenocarcinoma,
condrossarcoma, osteossarcoma, fibrossarcoma, CCE
• Tratamento → suporte (lapirim) + tratamento da causa
primária
4 - Idiopática
Maria Eduarda Strapazzon - UPF
• Qualquer idade ( + idosos)
• Cães e gatos
• Pode não ocorrer sinais centrais
• Tratamento:
• Suporte (melhora em 72 hs)
• Cloridrato de meclizina (vômitos nas primeiras 24hs)
• 6,25 mg, SID, gatos
• 12,5 a 25 mg, SID, cães
• Diazepan: 0,1 a 0,25 mg/kg, PO, 8/8hs
• Cloridrato de betaistina (0,5mg/kg, 12/12hs, 21 a 30 d)
• Regressão dos sinais em 1 a 3 semanas (sequelas: surdez
e inclinação da cabeça - acupuntura)
5 - Inflamatória ou infecciosa:
• Otite média ou interna
• Otite externa → média → interna (periodontites severas,
abscessos dentários, pólipos em gatos
• Sequelas: CCS e úlcera de córnea
• Complicação: meningite bacteriana
• Tratamento da SVP infecciosa/inflamatória:
• ATB por 6 a 8 semanas:
• Enrofloxacina
• Trimetropima + sulfadiazina
• Cefalexina
• Redução dos sinais em 1 a 2 semanas → mas manter
ATB (no mínimo 4 semanas)
• Corticosteróides (prednisona 0,25 mg/kg, PO, 1 a 3 dias)
– exceto nas osteomielites
• Cloridrato de betaistina (pode ser associado)
• Pode ser necessária a osteotomia bular
6 - Tóxica
→Aminoglicosídeos (gentamicina)
→diuréticos de alça
→produtos de limpeza para orelha.
• Tratamento
→ suspender o fármaco
→corticosteróides (succinato de metilprednisolona (24 hs)
injetável
→ prednisona (2 a 3 dias)
7 - Traumáticas
→ lesão no osso temporal petroso, tronco cerebral ou
cerebelo.
• Tratamento do TCE
1.2 – Síndrome Vestibular Central:
• Inclinação da cabeça, marcha em círculos, quedas ou
rolamentos → Para o lado oposto da lesão
• Nistagmo → Se presente: vertical
• Déficits de pares cranianos→ Paralisia facial (VII)
• Déficits proprioceptivos → Hemiparesia ou hemiplegia
nos membros opostos à lesão cerebral
• Depressão ou estupor
Doenças do SVC
1 - Neoplásica → isquemia, compressão ou infiltração
• Tratamento: glicocorticoides, quimioterapia, cirurgia,
radioterapia, associações.
2- Infecciosa ou inflamatória:
• Cinomose (encefalite do cão idoso)
• PIF
• Riquétsias / hemoparasitas
• Baterianas (meningoencefalomielite)
• Toxoplasma gondii
• Neospora caninum
• Cryptococcus neoformans
• Histoplasma sp
• Blastomicose
Análise do liquor.
3 - Tóxica:
• Intoxicação por metronidazol → 7 a 12 dias após doses
elevadas
• Nistagmo, anorexia, vomito, confusão mental,
opistótono, convulsão (cães)
• Convulsão, cegueira, ataxia(gatos) • Déficits
neurológicos permanentes
• Tratamento → suspender o fármaco + suporte
4 - Vascular
AVC também pode causar SVC.

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