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RESPOSTAS DAS AULAS AULAS PRATICAS 5 E 6 SEMESTRE UNIP - FARMACIA

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1
1 FARMACOTÉCNICA
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 1
1. Para cada uma das substâncias utilizadas no item 1 determine a massa (em
gramas) ou o volume (em mililitros) a ser utilizado (aula 1 roteiro 1).
DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES
a) SOLUÇÃO DE CORANTE VERDE 5% Para preparar 100 mL de uma solução 5%
(p/v), você precisa de: 100×0.05=5100×0.05=5 5 g de corante verde.
b) SOLUÇÃO DE CORANTE VERDE 0,5% Para preparar 50 mL de uma solução de
0,5% usando uma solução de 5%: 50×0.005=0.2550×0.005=0.25 Você precisa de 0,25 g de
corante verde. Usando regra de três, se 5% equivalem a 100 mL, 0.25 g equivale a: Volume
necessario=0.25×1005=5 mLVolume necessario=50.25×100=5 mL
c) SOLUÇÃO DE HIPOCLORITO DE SÓDIO A 2% Para preparar 100 mL de uma
solução 2% a partir de uma solução de 12%, você precisa de: 100×0.02=2100×0.02=2 2 g
de hipoclorito de sódio. Se 12% equivalem a 100 mL, 2 g equivalem a: Volume necessa-
rio=2×10012=16.67 mLVolume necessario=122×100=16.67 mL
d) LÍQUIDO DE DAKIN (Solução de hipoclorito de sódio) Você precisa de uma
solução final com 0,5 g de cloro ativo em 100 mL. Usando a solução de 2,0% de hipoclorito
de sódio: Volume necessario=0.5×1002=25 mLVolume necessario=20.5×100=25 mL
2. PREPARO DE SOLUÇÕES INTERMEDIÁRIAS
a) SOLUÇÃO CONSERVANTE DE METILPARABENO Para 15% p/v em 20 mL, você
precisa de: 20×0.15=320×0.15=3 3 g de metilparabeno.
b) SOLUÇÃO CONSERVANTE DE PROPILPARABENO Para 5% p/v em 20 mL,
você precisa de: 20×0.05=120×0.05=1 1 g de propilparabeno.
c) SOLUÇÃO DE CLORETO DE BENZALCÔNIO 10:1000 “10:1000” significa 10 g
para 1000 mL. Para 100 mL, você precisa de: Massa necessaria=10×1001000=1Massa
necessaria=100010×100=1 1 g de cloreto de benzalcônio.
Em resumo:
Solução de corante verde 5%: 5 g
Solução de corante verde 0,5%: 5 mL da solução a 5%
Solução de hipoclorito de sódio 2%: 16.67 mL da solução a 12%
Líquido de Dakin: 25 mL da solução de hipoclorito de sódio 2%
Solução conservante de metilparabeno: 3 g
Solução conservante de propilparabeno: 1 g
Solução de cloreto de benzalcônio 10:1000: 1 g
2. O que são soluções intermediárias?
Soluções intermediárias são preparações que não são o produto final destinado ao
2
paciente, mas são utilizadas na produção deste produto final. Elas servem como um “passo
intermediário” no processo de fabricação.
Em farmacotécnica e na fabricação de medicamentos, é comum a necessidade de
preparar certas soluções em concentrações específicas para serem usadas como ingredi-
entes em formulações mais complexas. As soluções intermediárias facilitam o processo de
formulação ao fornecer um componente pronto e na concentração desejada.
Por exemplo, na fabricação de um creme ou loção, pode ser necessário adicionar
um conservante específico. Em vez de pesar e solubilizar o conservante cada vez que o
creme for preparado, uma solução intermediária de concentração conhecida do conservante
pode ser preparada. Esta solução pode então ser adicionada à formulação sempre que
necessário.
Essas soluções intermediárias têm várias vantagens:
Padronização e consistência: Garante que a mesma concentração do ingrediente
seja usada em todas as formulações, reduzindo o erro.
Economia de tempo: A preparação do ingrediente é feita uma vez, em vez de várias
vezes para cada formulação individual.
Facilidade de uso: Adicionar uma solução pronta é geralmente mais fácil e rápido do
que pesar e solubilizar um ingrediente sólido.
No entanto, é importante monitorar a validade das soluções intermediárias, bem
como armazená-las adequadamente para garantir sua estabilidade e eficácia ao longo do
tempo.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 2
1. Qual é a função farmacotécnica de cada componente da solução alcoólica
de PVPI?
A solução alcoólica de PVPI (Povidona-Iodo) é uma preparação antisséptica am-
plamente utilizada para desinfecção da pele e tecidos antes de procedimentos cirúrgicos,
bem como para a desinfecção de feridas. Os componentes e suas respectivas funções
farmacotécnicas são:
Povidona-Iodo (PVPI):
Função: É o agente antisséptico ativo da formulação. O iodo é liberado da comple-
xação com a povidona, e o iodo livre possui atividade antimicrobiana, sendo eficaz contra
uma ampla variedade de patógenos, incluindo bactérias, vírus, fungos e protozoários.
Álcool (etanol ou isopropanol frequentemente)
Função: Serve como solvente e também possui propriedades antissépticas. A pre-
sença de álcool melhora a penetração da solução nos tecidos e também proporciona um
3
efeito de secagem rápido após a aplicação. Além disso, o álcool potencializa a atividade
antimicrobiana do iodo.
Água:
Função: Atua como veículo e diluente. A água ajuda a solubilizar e estabilizar o PVPI
e, muitas vezes, é usada para ajustar a concentração final do antisséptico.
Outros excipientes: Dependendo da formulação específica, outros ingredientes po-
dem ser incluídos, como agentes emolientes, estabilizadores ou conservantes.
Função: Estes componentes são usados para melhorar as características da formu-
lação, como estabilidade, aparência ou sensação após aplicação.
A combinação desses ingredientes na solução alcoólica de PVPI cria uma preparação
eficaz que tem uma rápida ação de desinfecção e ampla atividade antimicrobiana. Além
disso, a formulação é projetada para ser suave o suficiente para aplicação tópica, evitando
irritações excessivas na pele ou nos tecidos.
2. Como ocorre a solubilização do iodo?
A solubilização do iodo ocorre quando o iodo é disperso em um solvente de forma
que forma uma solução homogênea. O iodo, em sua forma elemental, é pouco solúvel em
água, mas é mais solúvel em solventes orgânicos, como o etanol. No entanto, em muitas
formulações antissépticas, o iodo é solubilizado através da formação de complexos, em vez
de dissolvê-lo diretamente.
A solubilização do iodo na povidona-iodo (PVPI) é um exemplo clássico. Vamos
entender como ocorre:
Povidona-Iodo (PVPI): A povidona é um polímero hidrossolúvel que pode complexar
o iodo. Quando o iodo é misturado com a povidona, forma-se um complexo entre o iodo e a
povidona. Este complexo é solúvel em água, permitindo a formação de soluções aquosas
de iodo.
Mecanismo:
A povidona possui anéis de pirrolidona, que têm elétrons não compartilhados no
átomo de oxigênio.
O iodo, sendo um halogênio, tem a capacidade de formar pontes de halogênio ou
interações com esses elétrons.
Ao misturar o iodo com a povidona, o iodo se associa aos anéis de pirrolidona através
destas interações, formando um complexo.
A vantagem desse complexo é que ele libera gradualmente o iodo livre, que é o
componente ativo com ação antimicrobiana. Este mecanismo proporciona uma liberação
controlada de iodo, resultando em uma ação antisséptica prolongada sem a irritação que o
iodo livre poderia causar.
Outra estratégia frequentemente usada para solubilizar o iodo é dissolvê-lo em
soluções alcoólicas, uma vez que o iodo é mais solúvel em solventes orgânicos. Esta é a
4
base para algumas formulações tópicas de iodo.
Em resumo, a solubilização do iodo ocorre ou pela sua dissolução em solventes
orgânicos adequados ou, mais comumente, pela formação de complexos, como no caso da
povidona-iodo.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 3
1. Qual é a função farmacotécnica de cada componente da solução de ácido
fólico?
A solução de ácido fólico pode variar em sua composição dependendo do objetivo
específico e da formulação. No entanto, para dar uma resposta mais generalizada, aqui estão
os possíveis componentes de uma solução de ácido fólico e suas funções farmacotécnicas:
Ácido Fólico:
Função: É o componente ativo da solução, fornecendo as propriedades terapêuticas
desejadas. O ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, desempenha um papel
crucial na síntese de DNA e na formação de glóbulos vermelhos.
Solvente (como água ou outro solvente adequado):
Função: Atua como veículo para solubilizar o ácido fólico, permitindo que seja
administrado de forma líquida e homogênea.
Conservantes (como parabenos ou outros):
Função:Estes impedem o crescimento de microrganismos na solução, garantindo a
segurança e a estabilidade do produto durante seu período de validade.
Agentes de ajuste de pH (como ácido clorídrico ou hidróxido de sódio):
Função: Ajustam e mantêm o pH da solução em uma faixa desejada, o que pode ser
necessário para estabilidade do ácido fólico ou para garantir que a solução seja compatível
com a via de administração.
Estabilizadores:
Função: Estes ajudam a manter a solubilidade e estabilidade do ácido fólico na
solução ao longo do tempo, evitando a degradação ou a precipitação do princípio ativo.
Excipientes adicionais:
Função: Dependendo da formulação, podem ser adicionados outros ingredientes
para melhorar características como sabor, cor ou viscosidade.
A composição exata e a função de cada componente dependem da formulação
específica, da concentração desejada de ácido fólico e da finalidade da solução (por
exemplo, uso oral ou injetável). A função farmacotécnica de cada componente visa garantir
que a formulação seja eficaz, estável e segura para o uso pretendido.
2. Explique detalhadamente como ocorre o processo de solubilização do ácido
5
fólico.
O processo de solubilização do ácido fólico, assim como outros compostos, envolve a
interação do soluto (neste caso, o ácido fólico) com o solvente para formar uma solução ho-
mogênea. O ácido fólico é uma vitamina hidrossolúvel, o que significa que tem a capacidade
de se dissolver em água. No entanto, sua solubilidade não é tão elevada, e em algumas
circunstâncias, podem ser necessários passos adicionais ou formulações específicas para
garantir sua solubilização adequada. Vamos detalhar o processo:
Interação Soluto-Solvente:
Quando o ácido fólico entra em contato com um solvente, como a água, ocorrem
interações entre as moléculas do soluto e as moléculas do solvente. No caso da água, as
pontes de hidrogênio e outras forças intermoleculares permitem a solubilização do ácido
fólico.
Dissociação:
Em soluções aquosas, o ácido fólico pode sofrer dissociação, liberando íons. Esta
dissociação pode aumentar a solubilidade do ácido fólico em água, já que os íons formados
são frequentemente mais solúveis do que a molécula intacta.
Ajuste de pH:
A solubilidade do ácido fólico é afetada pelo pH da solução. Em certas condições de
pH, o ácido fólico pode ser mais solúvel. Ajustar o pH para um valor ótimo, muitas vezes
próximo da neutralidade, pode melhorar a solubilização do ácido fólico.
Uso de co-solventes ou agentes solubilizantes:
Em formulações onde a solubilidade do ácido fólico em água não é suficiente, podem
ser usados co-solventes (como certos álcoois ou polímeros solúveis em água) que ajudam
a solubilizar o ácido fólico. Agentes solubilizantes ou surfactantes também podem ser
utilizados para melhorar a solubilidade.
Aquecimento:
Em algumas circunstâncias, aquecer a solução pode ajudar a solubilizar o ácido
fólico. O calor fornece energia para superar as barreiras de solubilização, permitindo que o
soluto se dissolva mais rapidamente e em maiores quantidades.
Agitação:
Agitar ou agitar a solução pode melhorar a solubilização ao aumentar o contato
entre o soluto e o solvente e ao fornecer energia cinética para superar as barreiras de
solubilização.
Redução de tamanho de partícula:
Reduzir o tamanho das partículas de ácido fólico, por exemplo, através de moagem,
pode aumentar a área de superfície disponível para a solubilização e, assim, acelerar o
processo.
Em resumo, a solubilização do ácido fólico envolve uma série de interações molecu-
lares e fatores físicos que permitem que o soluto se disperse uniformemente no solvente. A
6
otimização deste processo é fundamental para garantir a disponibilidade eficaz do ácido
fólico em formulações farmacêuticas e suplementos.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 4
1. Qual é a função farmacotécnica de cada componente das soluções (aula 4
roteiro 1)?
A função farmacotécnica de cada componente de uma solução refere-se ao papel
que esse componente desempenha na preparação e nas propriedades da solução acabada.
ENEMA DE FOSFATOS:
Fosfato de sódio monobásico e Fosfato de sódio dibásico: Atuam como agentes
osmóticos que atraem água para o intestino, o que ajuda a amolecer as fezes e estimula a
evacuação.
Água purificada: Serve como solvente para dissolver os fosfatos e também como
veículo para a administração retal.
EMOLIENTE DE CERÚMEN:
Trietanolamina: Atua como agente alcalino que ajuda a saponificar e solubilizar a
cera do ouvido.
Carbonato de sódio: Atua como agente alcalinizante.
Glicerina: Atua como umectante e emoliente, tornando a solução mais viscosa e
proporcionando uma ação suavizante.
Água purificada: Solvente e veículo da formulação.
SALIVA ARTIFICIAL:
Cloreto de potássio, Cloreto de sódio, Cloreto de magnésio, Cloreto de cálcio e
Fosfato de potássio monobásico: Atuam como eletrólitos, replicando a composição iônica
da saliva natural.
Carboximetilcelulose sódica: Age como espessante e mucomimético, proporcionando
viscosidade à solução e aumentando seu tempo de permanência na boca.
Solução de sorbitol a 70%: Serve como umectante e proporciona sabor doce à
preparação.
Soluções conservantes de metilparabeno e propilparabeno: Atuam como conservan-
tes para prolongar a vida útil da solução.
Flavorizante de menta: Proporciona sabor e frescor à solução.
Solução de ácido cítrico: Usado para ajustar o pH da solução.
Água purificada: Atua como solvente e veículo da formulação.
SOLUÇÃO ANTISSÉPTICA:
Mentol: Proporciona alívio da dor e sensação de frescor, e também pode ter proprie-
7
dades antissépticas leves.
Iodo: Atua como antisséptico potente, desinfetando a área afetada.
Iodeto de potássio: Facilita a solubilização do iodo na solução.
Água purificada: Usada como solvente para dissolver os componentes.
Glicerina: Atua como umectante e também proporciona uma base viscosa para a
solução, ajudando na aderência e permanência da solução na área afetada.
As funções farmacotécnicas dos componentes são essenciais para a eficácia e
estabilidade das formulações. Eles garantem que a solução não só funcione conforme o
esperado, mas também que seja segura e estável durante o armazenamento.
2. Por qual mecanismo o enema exerce o efeito laxativo?
O enema, especificamente o enema de fosfatos como mencionado no roteiro exerce
seu efeito laxativo através de um mecanismo osmótico.
Ação Osmótica: Os fosfatos presentes no enema atraem água para o intestino grosso.
Isso é devido a um efeito osmótico, onde a alta concentração de sais (os fosfatos) no enema
puxa a água para o lúmen intestinal para tentar equilibrar as concentrações.
Aumento do Volume Intestinal: Esse influxo de água causa um aumento no volume
das fezes e do conteúdo intestinal. Isso, por sua vez, estimula a distensão do intestino.
Estimulação do Peristaltismo: A distensão do intestino grosso desencadeia reflexos
que aumentam o peristaltismo, ou seja, as contrações rítmicas do intestino que movem as
fezes em direção ao reto.
Evacuação: Com o aumento do peristaltismo e a presença de fezes mais amolecidas
e hidratadas, facilita-se a evacuação.
Além do mecanismo osmótico, a própria introdução do volume do enema no reto pode
mecanicamente desencadear o reflexo de evacuação. No entanto, o principal mecanismo
de ação dos enemas de fosfatos é, sem dúvida, a ação osmótica.
É importante observar que, embora os enemas de fosfatos sejam eficazes, eles não
devem ser usados frequentemente ou de forma crônica, pois isso pode levar a complicações
como desequilíbrios eletrolíticos ou desidratação.
8
2 BIOQUÍMICA CLÍNICA
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 1
1. Uma técnica se enganou e durante a coleta de sangue usou o tubo com
tampa vermelha para hemograma. Discuta e escreva se será possível fazer o exame e
porquê
Na coleta de sangue, o tubo com tampa vermelha geralmente não contém anticoa-
gulantes. Em vez disso, é comumente usado para obter soro para testes de química clínica,
sorologiae testes imunológicos.
O hemograma é um teste que avalia as células do sangue, como glóbulos vermelhos,
glóbulos brancos e plaquetas. Para realizar esse teste, é essencial que o sangue não
coagule, de modo que as células possam ser contadas e avaliadas adequadamente. Para
evitar a coagulação, o sangue deve ser coletado em um tubo que contém um anticoagulante,
geralmente o EDTA. Esses tubos com anticoagulantes geralmente têm tampa roxa ou lilás.
Se o sangue para o hemograma foi coletado em um tubo com tampa vermelha
(sem anticoagulante), o sangue começará a coagular. Isso impedirá a realização de uma
contagem precisa das células, tornando impossível a execução adequada do hemograma.
Portanto, não será possível fazer o exame de hemograma com sangue coletado em
um tubo com tampa vermelha. A coleta terá que ser repetida usando o tubo correto com
anticoagulante (geralmente com tampa roxa ou lilás) para garantir resultados precisos e
confiáveis.
2. H. M. G., homem de 30 anos, atleta, chegou ao laboratório para coletar
sangue para check-up após corrida de 5 km e relatou que no dia anterior tomou
cerveja. Não relatou que toma sinvastatina. Discutir se o exercício físico minutos
antes do teste, ingesta de álcool e o não relato do medicamento pode interferir nos
resultados
A prática de exercício físico intenso antes do exame, a ingestão de álcool e a omissão
sobre a medicação que está sendo tomada podem afetar significativamente os resultados
dos testes laboratoriais. Vejamos como:
Exercício Físico Intenso:
Enzimas Musculares: Após uma atividade física intensa, como uma corrida de 5 km,
é comum haver elevação dos níveis de enzimas musculares, como a creatina quinase (CK).
Esta enzima é liberada para a corrente sanguínea após lesão muscular, que pode ocorrer
durante exercícios intensos.
Hemoglobina e Hematócrito: A prática de exercício intenso pode levar a uma hemo-
concentração temporária, elevando os níveis de hemoglobina e hematócrito.
9
Glicose: O exercício pode influenciar os níveis de glicose no sangue. Imediatamente
após o exercício, pode haver uma queda nos níveis de glicose. Contudo, algumas horas
depois, esses níveis podem se elevar.
Ingestão de Álcool:
Função Hepática: A ingestão de álcool pode influenciar testes que avaliam a função
hepática. Enzimas como a gamma-glutamil transferase (GGT), aspartato aminotransferase
(AST) e alanina aminotransferase (ALT) podem apresentar elevações após o consumo de
álcool.
Triglicerídeos: O álcool pode aumentar temporariamente os níveis de triglicerídeos
no sangue.
Glicose: O álcool pode causar hipoglicemia em algumas pessoas, especialmente se
consumido em grandes quantidades ou em jejum.
Sinvastatina (não relatada):
A sinvastatina é um medicamento pertencente à classe das estatinas, usadas princi-
palmente para controlar níveis elevados de colesterol no sangue.
Função Hepática: As estatinas podem causar uma elevação nas enzimas hepáticas,
como a AST e ALT. Se o paciente não informar sobre o uso dessa medicação, a interpretação
do resultado pode ser afetada.
Colesterol e Triglicerídeos: A sinvastatina reduz os níveis de colesterol LDL e trigli-
cerídeos no sangue. Não relatar o uso desse medicamento pode levar a interpretações
errôneas dos resultados, especialmente se o médico não estiver ciente de que o paciente
está em tratamento.
Portanto, é fundamental que o paciente seja orientado a evitar exercícios físicos
intensos antes da coleta de exames, relatar toda a ingestão de bebidas alcoólicas e
medicamentos para garantir a precisão e relevância dos resultados dos testes laboratoriais.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 2
1. Homem, 67 anos, sente muitas dores nos tornozelos e joelhos após comer
frutos do mar. Esses locais ficam vermelhos e inchados. Há a possiblidade de ele ter
litíase biliar pela mesma causa?
O quadro descrito é sugestivo de gota, uma forma de artrite que ocorre quando os
níveis elevados de ácido úrico no sangue levam à formação de cristais de urato monossódico
nas articulações. Os sintomas clássicos da gota incluem inchaço, vermelhidão, calor e dor
intensa em uma ou mais articulações, comumente o dedão do pé, mas também pode afetar
tornozelos, joelhos e outras articulações.
A relação entre a ingestão de frutos do mar e os ataques de gota ocorre devido ao
fato de os frutos do mar serem ricos em purinas, que, quando metabolizadas no corpo, se
10
transformam em ácido úrico. Outras fontes alimentares ricas em purinas incluem carnes
vermelhas, vísceras e algumas bebidas alcoólicas como cerveja.
A litíase biliar, ou pedras na vesícula, é causada pela precipitação de componentes
presentes na bile, principalmente colesterol e bilirrubina. Embora haja uma associação
entre níveis elevados de ácido úrico e pedras nos rins (cálculos renais de ácido úrico), a
associação entre gota e litíase biliar não é direta. No entanto, é possível que uma pessoa
tenha ambos os problemas devido a fatores de risco compartilhados, como obesidade, dieta
rica em gordura e metabolismo inadequado de certas substâncias.
Em resumo, enquanto a gota está diretamente relacionada ao metabolismo das
purinas e consequente elevação do ácido úrico, a litíase biliar está mais relacionada ao me-
tabolismo das gorduras e da bilirrubina. No entanto, fatores de risco como dieta, obesidade
e outros podem predispor uma pessoa a ambos os problemas. Se houver preocupação
sobre litíase biliar, é importante procurar avaliação médica e realizar exames pertinentes.
2. Explique porque é comum em pacientes com insuficiência renal crônica
ocorrer anemia, hipercalcemia e hipertensão.
A insuficiência renal crônica (IRC) é uma condição na qual os rins perdem gradual-
mente a capacidade de filtrar resíduos e excesso de fluidos do sangue, resultando em uma
série de complicações. Algumas dessas complicações incluem anemia, hipercalcemia e
hipertensão. Vamos abordar cada uma delas:
Anemia:
A principal causa de anemia em pacientes com IRC é a deficiência de eritropoietina
(EPO). A EPO é um hormônio produzido principalmente pelos rins e é essencial para a
produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.
Em condições normais, quando os níveis de oxigênio no sangue são baixos, os rins
produzem e liberam mais EPO para estimular a medula óssea a produzir mais glóbulos
vermelhos.
Em pacientes com IRC, a capacidade dos rins de produzir EPO está comprometida,
levando a uma diminuição da produção de glóbulos vermelhos e, consequentemente, a
anemia.
Hipercalcemia:
Na realidade, a insuficiência renal crônica geralmente está associada à hipocalcemia
(baixos níveis de cálcio), não hipercalcemia. No entanto, o tratamento para a IRC pode levar
à hipercalcemia.
Os rins desempenham um papel crucial na ativação da vitamina D, que é necessária
para a absorção de cálcio no intestino. Em pacientes com IRC, a conversão da vitamina D
inativa para sua forma ativa está comprometida, levando à hipocalcemia.
Para tratar isso, os pacientes muitas vezes recebem suplementos de vitamina D ativa
e cálcio. Se não forem devidamente monitorados, esses tratamentos podem resultar em
11
hipercalcemia.
Hipertensão:
Os rins desempenham um papel crucial na regulação da pressão arterial por meio
de vários mecanismos, incluindo a secreção do hormônio renina, regulação do volume de
fluido e equilíbrio de sódio.
Na IRC, a capacidade dos rins de excretar sódio e água fica comprometida, levando
à retenção de fluidos e aumento do volume sanguíneo, o que pode elevar a pressão arterial.
Além disso, a renina e o sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAA) podem
estar hiperativos na IRC, levando à vasoconstrição e retenção de sódio e água, contribuindo
ainda mais para a hipertensão.
Em resumo, a insuficiência renal crônica interfere em várias funções renais essen-
ciais, incluindo a produção de EPO, a regulação do cálcio e vitamina D, e a manutenção
do equilíbrio de fluidos e pressão arterial. Estas disfunções levam a complicações como
anemia, desequilíbriosno cálcio e hipertensão.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 3
1. Um senhor de 45 anos, comerciante e com história pregressa de alcoolismo
crônico, após ser encontrado desmaiado na rua, foi transportado imediatamente para
um pronto-socorro. No exame físico foi constatado um estado semicomatoso, hálito
alcoólico, desidratação, debilidade física, edema de membros inferiores e fígado
aumentado. Os testes da função hepática apresentaram as seguintes alterações:
TGO (transaminase glutâmica oxaloacética) = 100 UI/L (normal = 16 a 40,0). TGP
(transaminase glutâmica pirúvica) = 370 UI/L (normal = 7,0 a 27,0). Bilirrubina total =
6,1 mg/dl (normal = 0,2 a 1,3). Discuta o caso clínico.
Apresentação Clínica:
Desmaio e Estado Semicomatoso: A alteração do estado de consciência pode ser
atribuída a diversas causas, incluindo insuficiência hepática, hipoglicemia (comum em
alcoólatras crônicos que podem não se alimentar adequadamente) ou a uma possível ence-
falopatia hepática (uma complicação do cirrose na qual as toxinas não são adequadamente
eliminadas pelo fígado e afetam o cérebro).
Hálito Alcoólico: Indica consumo recente de álcool.
Desidratação e Debilidade Física: Podem ser consequências do alcoolismo crônico,
onde o paciente pode negligenciar a ingestão adequada de líquidos e alimentos. O álcool
também tem um efeito diurético, que pode levar à desidratação.
Edema de Membros Inferiores: Sugere retenção de líquidos, que pode ser secundária
a insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou doença hepática. Dada a história clínica, a
doença hepática, como cirrose, é uma possibilidade principal.
12
Fígado Aumentado: Isso sugere hepatomegalia, que pode ser consequência de uma
série de condições, incluindo esteatose hepática (fígado gorduroso), hepatite ou cirrose.
Resultados dos Testes de Função Hepática:
Elevação da TGO e TGP: Estas enzimas estão presentes no interior das células
do fígado. Quando o fígado é lesado, seja por toxinas como o álcool, infecções ou outras
doenças, essas enzimas são liberadas no sangue. Valores elevados indicam dano hepático.
A elevação da TGP (transaminase glutâmica pirúvica) é mais específica para lesão hepática
do que a TGO.
Bilirrubina Total Elevada: A bilirrubina é um produto da quebra de glóbulos vermelhos
e é processada pelo fígado para ser excretada na bile. Uma bilirrubina elevada pode indicar
que o fígado não está processando ou excretando bilirrubina adequadamente, levando a
icterícia (uma coloração amarelada da pele e dos olhos).
Discussão: O paciente tem história de alcoolismo crônico, que é uma das principais
causas de doença hepática. A hepatite alcoólica, esteatose hepática e eventualmente
cirrose são consequências possíveis do consumo crônico e excessivo de álcool.
Os sintomas clínicos e os resultados dos exames laboratoriais são indicativos de uma
grave disfunção hepática, possivelmente hepatite alcoólica ou cirrose em estágio avançado.
A hepatite alcoólica é uma inflamação do fígado causada pelo álcool, enquanto a cirrose é
o estágio final da fibrose hepática (cicatrização) decorrente de muitas formas de doenças e
condições hepáticas, incluindo a hepatite e o alcoolismo crônico.
Além de avaliar a extensão do dano hepático e gerenciar as complicações, é funda-
mental abordar o alcoolismo do paciente, pois a continuação do consumo de álcool pode
agravar rapidamente seu estado de saúde.
2. Homem, ictérico deu entrada no PS com dores abdominais. No laboratório
foi dosado Bilirrubina total (BT) que deu acima do valor de referência, mas a BI deu
normal e a BD elevada. Quais outros exames completariam o diagnóstico, e qual seria
o diagnóstico?
Icterícia: Coloração amarelada da pele e dos olhos devido ao acúmulo de bilirrubina
no sangue.
Bilirrubina Total (BT): Elevada.
Bilirrubina Indireta (BI): Normal.
Bilirrubina Direta (BD): Elevada.
A bilirrubina pode ser classificada em:
Bilirrubina Indireta (ou não conjugada): Produzida pela quebra de glóbulos vermelhos.
Se elevada, pode sugerir hemólise ou doença hepática.
Bilirrubina Direta (ou conjugada): Processada pelo fígado para ser excretada na bile.
Se elevada, geralmente indica obstrução biliar ou uma disfunção na excreção da bilirrubina.
O quadro descrito com elevação da Bilirrubina Direta e sintomas de icterícia e dor
13
abdominal sugere que a principal suspeita seria de obstrução das vias biliares, que pode
ser causada por pedras na vesícula (cálculos biliares), tumores, inflamação das vias biliares,
entre outros.
Outros exames que ajudariam no diagnóstico:
Enzimas hepáticas:
Fosfatase Alcalina (FA) e Gamma-glutamil transferase (GGT): Elevation nestas
enzimas é geralmente indicativa de obstrução biliar ou lesão dos ductos biliares.
Aspartato aminotransferase (AST) e Alanina aminotransferase (ALT): Podem ajudar
a determinar a extensão do dano hepático.
Ultrassonografia abdominal: Útil para visualizar a vesícula biliar, o fígado e os ductos
biliares, podendo identificar cálculos biliares, tumores ou outras anormalidades.
Colangiorressonância ou colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE):
Ambas as técnicas podem fornecer imagens detalhadas dos ductos biliares e pancreáticos,
ajudando a identificar a localização e causa da obstrução.
Hemograma: Pode ajudar a descartar a hemólise como uma causa da icterícia.
Diagnóstico:
Com base apenas nas informações fornecidas, a obstrução biliar parece ser a causa
mais provável da icterícia. A causa exata da obstrução (por exemplo, cálculos biliares,
câncer, colangite, etc.) precisaria ser determinada com mais investigações e imagens.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 4
1. Homem, 45 anos, fumante, sedentário. Check-up: HDL de 30 mg/dL, TG =
320 mg/dL, razão TG: HDL 3:1, VLDL: 360 mg/dL. Explique como esses resultados
podem ser preocupantes e diga pelo menos dois outros exames que devem ser feitos
de grande importância para a vida desse paciente e por quê.
HDL (lipoproteína de alta densidade): 30 mg/dL. O HDL é frequentemente chamado
de “colesterol bom” porque ajuda a remover o colesterol das artérias. Um nível de HDL
abaixo de 40 mg/dL em homens está associado a um risco aumentado de doença cardíaca.
TG (triglicerídeos): 320 mg/dL. Triglicerídeos são um tipo de gordura encontrada no
sangue. Um nível superior a 200 mg/dL é considerado alto e pode aumentar o risco de
doença cardíaca e pancreatite.
Razão TG:HDL: 3:1. Uma razão elevada pode ser um marcador de resistência à
insulina e síndrome metabólica, que são fatores de risco para doença cardíaca.
VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade): 360 mg/dL. O VLDL é um tipo de
lipoproteína que transporta triglicerídeos no sangue. Geralmente, o VLDL é estimado como
uma porcentagem dos triglicerídeos (TG/5). Se o cálculo estiver correto, o valor apresentado
de 360 mg/dL para o VLDL parece estar incorreto ou fora do intervalo típico, pois um valor
tão alto seria extremamente atípico e possivelmente indicativo de um erro de laboratório.
14
Agora, sobre o paciente:
Ele é um homem de 45 anos, fumante e sedentário. Todos esses são fatores de
risco para doenças cardiovasculares. Somando-se a isso, os níveis anormais de lipídios
aumentam ainda mais o risco.
Exames adicionais recomendados e razões:
LDL (lipoproteína de baixa densidade): É chamado de “colesterol ruim”, pois altos
níveis de LDL estão associados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares. Será
importante avaliar se esse paciente também tem LDL elevado, que é um alvo primário para
a terapia de redução do colesterol.
Glicemia em jejum e/ou teste de hemoglobina A1c: Dado que uma razão TG:HDL
elevada pode ser indicativa de resistência à insulina, seria prudente verificar os níveis de
glicose e hemoglobina A1c do paciente para avaliar a presença de pré-diabetes ou diabetes.
Além desses exames, seria recomendável uma avaliação cardiológica completa,
incluindo um eletrocardiograma e possivelmente um teste de esforço, dadas as várias carac-
terísticas de risco do paciente. Também é essencialque o paciente receba aconselhamento
sobre modificação do estilo de vida, incluindo cessação do tabagismo, adoção de uma dieta
saudável e início de atividades físicas regulares.
2. Explique quando e por que da hora de começar a tomar estatinas?
As estatinas são medicamentos que ajudam a reduzir os níveis de colesterol no
sangue. São especialmente eficazes na redução do LDL (lipoproteína de baixa densidade),
frequentemente referido como “colesterol ruim”. Ao reduzir o colesterol LDL, as estatinas
ajudam a prevenir o desenvolvimento e a progressão da aterosclerose, uma condição
em que placas de colesterol se acumulam nas artérias, restringindo o fluxo sanguíneo e
aumentando o risco de eventos cardíacos, como ataques cardíacos e derrames.
O momento e a razão para começar a tomar estatinas dependem de vários fatores:
Doença cardiovascular estabelecida: Pacientes que já tiveram um ataque cardíaco,
derrame ou outras formas de doença arterial coronariana devem considerar as estatinas,
independentemente de seus níveis de colesterol, para prevenir eventos futuros.
Níveis elevados de LDL: Se o LDL estiver significativamente elevado, o tratamento
com estatina pode ser recomendado para reduzi-lo e diminuir o risco cardiovascular.
Diabetes: Pessoas com diabetes tipo 2, em particular, correm um risco maior de do-
ença cardíaca. Muitas diretrizes recomendam considerar estatinas para pacientes diabéticos,
especialmente se tiverem outros fatores de risco cardiovascular.
Idade: A idade é um fator de risco para doença cardiovascular. As diretrizes variam,
mas muitas consideram o tratamento com estatinas para pessoas com mais de 50 ou 40
anos, dependendo de outros fatores de risco.
Outros fatores de risco: Isso inclui hipertensão, tabagismo, histórico familiar de do-
ença cardíaca precoce e níveis elevados de proteína C-reativa (um marcador de inflamação).
15
Cálculo de risco: Algumas diretrizes utilizam calculadoras de risco para determinar o
risco de um indivíduo de ter um evento cardiovascular nos próximos 10 anos. Se o risco for
alto, pode ser recomendado tratamento com estatina.
É importante notar que, antes de iniciar a terapia com estatinas, os médicos geral-
mente recomendam modificações no estilo de vida, como dieta, exercícios e cessação do
tabagismo, para tentar reduzir o colesterol. Se, após essas modificações, o colesterol ainda
estiver alto ou se o risco cardiovascular do paciente for considerado elevado, a estatina
pode ser prescrita.
A decisão de iniciar a terapia com estatinas deve ser tomada após uma discussão
abrangente entre o paciente e o médico, considerando os potenciais benefícios e riscos do
medicamento, bem como as preferências e preocupações do paciente.
16
3 FARMACOGNOSIA APLICADA
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 1
1. Discuta a escolha do solvente de extração desse experimento (Aula 1 Roteiro
1)
A escolha do etanol a 70% como solvente de extração no experimento de identifica-
ção de glicosídeos flavonoídicos em drogas vegetais baseia-se em vários fatores:
Polaridade: Os glicosídeos flavonoídicos são compostos de polaridade moderada.
O etanol é polar e, ao ser misturado com água, resultando no etanol a 70%, pode extrair
substâncias com uma ampla gama de polaridades, tornando-o ideal para este propósito.
Solubilidade: Os glicosídeos flavonoídicos são altamente solúveis em etanol a 70%.
Assim, o solvente pode extrair esses compostos da matriz vegetal de forma eficaz.
Segurança: Em termos de manuseio laboratorial, o etanol a 70% é menos peri-
goso em relação à inflamabilidade do que o etanol puro, e também apresenta toxicidade
relativamente baixa.
Eficiência de Extração: Ao aquecer-se até a ebulição, a eficiência de extração
do etanol a 70% aumenta, dissolvendo os compostos desejados da droga vegetal mais
rapidamente.
Versatilidade: Como uma solução hidroalcoólica, o etanol a 70% tem a capacidade
de solubilizar uma vasta gama de compostos da matriz vegetal, não se limitando apenas
aos glicosídeos flavonoídicos.
Preparação do Extrato: O procedimento de ebulição seguido de filtração proporciona
um extrato claro e sem impurezas, apto para os testes de identificação.
Portanto, o etanol a 70% é uma escolha estratégica e eficiente para a extração de
glicosídeos flavonoídicos em drogas vegetais devido à sua capacidade de solubilização,
segurança e eficiência de extração.
2. Justifique porque a identificação pode ser realizada com luz UV, além de
metais.
A utilização de luz UV e metais para a identificação de glicosídeos flavonoídicos está
fundamentada nas propriedades intrínsecas destes compostos. Aqui está a justificativa para
a utilização de ambos os métodos:
Flavonoides e Luz UV:
Estrutura Conjugada: Os flavonoides têm uma estrutura de anéis aromáticos conju-
gados. Esta estrutura conjugada é responsável pela absorção na região UV do espectro
eletromagnético.
Fluorescência: Muitos flavonoides são fluorescentes sob luz UV. Ao serem excitados
por luz UV, eles emitem fluorescência, que pode variar em intensidade e cor, dependendo
17
da estrutura específica do flavonoide.
Identificação Direta: A observação sob luz UV pode, em muitos casos, fornecer
uma indicação direta da presença de flavonoides, já que a emissão fluorescente é uma
característica comum destes compostos.
Flavonoides e Metais:
Complexação: Os flavonoides têm múltiplos grupos hidroxil (OH) e, por vezes, grupos
cetona. Esses grupos podem interagir com metais, formando complexos de coordenação.
Esta formação de complexos pode levar a mudanças de cor, que são indicativas da presença
de flavonoides.
Reações Específicas: As reações de flavonoides com metais, como demonstrado na
reação de Shinoda ou na reação com cloreto férrico, produzem cores características que
podem ajudar na identificação e, em alguns casos, na diferenciação entre diferentes tipos
de flavonoides.
Especificidade: As reações com metais podem proporcionar especificidade adicional
na identificação, complementando as observações feitas sob luz UV.
Em conjunto, a observação sob luz UV e as reações com metais fornecem um
conjunto robusto de ferramentas para identificar a presença e, em alguns casos, a estrutura
específica de glicosídeos flavonoídicos. A luz UV fornece informações rápidas e diretas com
base na fluorescência, enquanto as reações com metais oferecem especificidade através
da formação de complexos coloridos.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 2
1. Com relação à extração dos glicosídeos cardioativos, explique as etapas e
solventes utilizados (Aula 2 Roteiro 1).
Os glicosídeos cardioativos são compostos bioativos encontrados em várias plantas
e são conhecidos por sua atividade sobre o sistema cardiovascular. As plantas mencionadas,
espirradeira e dedaleira, contêm glicosídeos cardioativos, e a sua identificação é de suma
importância, dada a sua potência e potencial toxicidade.
Etapas do procedimento e os solventes utilizados:
Etanol a 70%: O primeiro solvente utilizado é o etanol a 70%. Ele serve para extrair
os glicosídeos cardioativos da droga vegetal. A combinação de água e etanol ajuda na
solubilização de uma ampla gama de compostos, incluindo os glicosídeos.
Acetato de chumbo: A adição de acetato de chumbo forma sais insolúveis com
impurezas orgânicas, tais como taninos e proteínas. Este passo é uma forma de purificação,
onde impurezas são precipitadas e depois filtradas, deixando os glicosídeos no solvente.
Extração com clorofórmio: O clorofórmio é um solvente orgânico que tem a ca-
pacidade de extrair compostos mais apolares da mistura hidroalcoólica. Os glicosídeos
18
cardioativos, devido à sua natureza, são mais solúveis em clorofórmio do que na solução
hidroalcoólica.
Evaporação: A evaporação do solvente (clorofórmio) é feita para obter apenas os
glicosídeos cardioativos em forma pura, sem a presença do solvente.
Reações de Identificação:
Reação de Liebermann-Bouchard: Detecta a presença do núcleo esteroidal nos gli-
cosídeos cardioativos. A coloração castanho-avermelhadaé indicativa do núcleo esteroidal.
Reação de Kedde e Reação de Baljet: Ambas são para identificar a presença de uma
lactona insaturada, que é uma característica estrutural de muitos glicosídeos cardioativos.
Estas reações são baseadas na reatividade dos grupos insaturados em lactonas com
reagentes específicos, produzindo cores características.
Reação de Keller-Killiani: Esta reação é específica para glicosídeos cardioativos
que contêm o açúcar 2-desoxi. Os glicosídeos que contêm este açúcar particular irão
mostrar uma coloração vermelho-acastanhada na interface dos líquidos e uma coloração
amarelo-esverdeada na camada acética.
Em resumo, o processo de extração e identificação dos glicosídeos cardioativos
envolve uma série de etapas que têm como objetivo isolar os glicosídeos de interesse de
possíveis impurezas e, em seguida, confirmar sua presença através de reações químicas
específicas. Os solventes e reagentes escolhidos são essenciais para garantir a eficácia e a
precisão deste processo.
2. Discuta a estrutura química com relação à identificação.
A identificação de glicosídeos cardioativos se baseia fortemente na sua estrutura
química, que é composta por um núcleo esteroidal ligado a um ou mais açúcares.
Primeiramente, o núcleo esteroidal é uma característica fundamental dos glicosídeos
cardioativos e é responsável por muitas de suas propriedades farmacológicas. A Reação
de Liebermann-Bouchard, que resulta em uma coloração castanho-avermelhada quando
o composto é tratado com anidrido acético e ácido sulfúrico concentrado, é utilizada para
identificar este núcleo. Esta coloração é uma indicação da natureza conjugada do núcleo
esteroidal.
Além disso, a presença de uma lactona insaturada, encontrada em alguns glicosídeos
cardioativos, é detectada através das reações de Kedde e Baljet. Estas reações exploram
a capacidade da lactona insaturada de reagir com ácido 3,5-dinitrobenzoico ou ácido
pícrico na presença de KOH, produzindo colorações distintas, indicativas da presença desta
estrutura particular.
Finalmente, a parte açúcar dos glicosídeos é crucial para sua atividade. A presença
de um tipo específico de açúcar, o 2-desoxiaçúcar, pode ser identificada através da Reação
de Keller-Killiani. Esta reação produz uma coloração vermelho-acastanhada e amarelo-
esverdeada, que é um indicativo direto da presença deste açúcar na molécula.
19
Em resumo, a estrutura química dos glicosídeos cardioativos não só determina sua
atividade farmacológica, mas também fornece as chaves para sua identificação. Cada
reação de identificação explora uma característica específica da estrutura do glicosídeo,
permitindo uma identificação precisa e confiável destes compostos vitais.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 3
1. Calcule o índice de espuma (Aula 3 Roteiro 1).
tem que ser feito em sala, pois falta qual dos tubos, após os 15 minutos de repouso,
efetivamente mostrou a camada de espuma de 1 cm.
2. Explique a formação de espuma persistente dessa droga vegetal.
A formação de espuma persistente associada a determinadas drogas vegetais é
frequentemente devido à presença de compostos chamados glicosídeos saponínicos (ou
simplesmente saponinas). Aqui está uma explicação detalhada:
Glicosídeos Saponínicos (Saponinas): Saponinas são glicosídeos triterpenóides ou
esteroides que possuem propriedades surfactantes. Em termos simples, elas têm uma
estrutura química que permite que tenham uma parte solúvel em água (polar) e uma parte
solúvel em lipídios (apolares).
Mecanismo da Formação de Espuma:
Estrutura Anfifílica: Devido à sua estrutura anfifílica, as saponinas podem reduzir a
tensão superficial entre dois líquidos, como a água e o ar. Isso faz com que as moléculas
de água na superfície sejam menos coesivas, facilitando a formação de bolhas de ar ou
espuma.
Estabilização da Espuma: Uma vez que a espuma é formada, as saponinas também
ajudam a estabilizar a espuma. Elas fazem isso formando uma camada ao redor das bolhas
de ar, prevenindo a coalescência rápida das bolhas e, assim, a espuma persiste por mais
tempo.
Propriedades Surfactantes: As saponinas, devido às suas propriedades surfactantes,
também podem formar estruturas chamadas micelas em solução aquosa. Estas micelas
podem aprisionar e encapsular moléculas insolúveis em água, o que também contribui para
a estabilização da espuma.
Significado na Avaliação de Drogas Vegetais: O índice de espuma é uma medida
semiquantitativa da presença de saponinas em uma droga vegetal. Ao determinar até que
ponto um extrato pode ser diluído e ainda formar uma espuma persistente, é possível
ter uma ideia da quantidade e qualidade das saponinas presentes na droga vegetal em
questão.
Em resumo, a formação de espuma persistente em drogas vegetais é um indicativo
da presença de saponinas, que são compostos naturais com propriedades surfactantes
devido à sua estrutura anfifílica. Essa capacidade de formar e estabilizar a espuma é útil não
20
apenas em contextos de avaliação farmacêutica, mas também tem aplicações em outras
indústrias, como alimentos e cosméticos.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 4
1. Discuta a diferença de extração entre os alcaloides e as metilxantinas.
Os alcaloides e metilxantinas, embora ambos sejam compostos nitrogenados encon-
trados em plantas, têm métodos distintos de extração devido às suas propriedades químicas
específicas.
Alcaloides: Estes são geralmente extraídos de plantas como a papoula e a beladona.
Devido à sua natureza básica, os alcaloides são convertidos em sais solúveis em água
quando tratados com uma solução ácida. Posteriormente, esta solução é basificada para
liberar o alcaloide na sua forma livre, que é então extraída usando um solvente orgânico.
Metilxantinas: Provenientes de fontes como o café e o chá, as metilxantinas têm um
processo de extração menos complexo em comparação com os alcaloides. Geralmente são
extraídas diretamente usando solventes orgânicos. Dado que são menos básicas do que
muitos alcaloides, as etapas de acidificação e basificação são muitas vezes omitidas ou
simplificadas.
Em resumo, enquanto a extração de alcaloides frequentemente exige manipulação
do pH para converter entre formas solúveis em água e formas solúveis em solvente, a
extração de metilxantinas pode ser mais direta e menos complicada.
2. Explique as reações de identificação dos alcaloides e das metilxantinas
Tanto os alcaloides quanto as metilxantinas têm reações de identificação caracterís-
ticas que permitem sua detecção e diferenciação em amostras vegetais.
Alcaloides: Os alcaloides são compostos nitrogenados de natureza básica encon-
trados em plantas. As reações de identificação são frequentemente baseadas em sua
capacidade de formar sais com ácidos, bem como sua reatividade com reagentes específi-
cos:
Reação de Dragendorff: Utiliza-se o reagente de Dragendorff, que contém solução
de bismuto e potássio. Os alcaloides reagem formando um precipitado alaranjado.
Reação de Mayer: Nesta reação, utiliza-se o reagente de Mayer que é uma solução
de iodeto de potássio e cloreto de mercúrio. Alcaloides formam um precipitado branco
cremoso.
Reação de Hager: O reagente é uma solução de picrato de potássio, e os alcaloides
formam um precipitado amarelo.
Estas são apenas algumas das reações de identificação para alcaloides; existem
várias outras dependendo da especificidade e do tipo de alcaloide em questão.
Metilxantinas: As metilxantinas são compostos nitrogenados encontrados em fontes
21
como o café e o chá. As principais metilxantinas são a cafeína, a teofilina e a teobromina.
As reações de identificação para metilxantinas incluem:
Reação com cloreto férrico: Quando uma solução de metilxantina é tratada com
algumas gotas de cloreto férrico e, em seguida, ácido sulfúrico é adicionado, uma cor
violeta-escura a azul é produzida.
Reação de Murexide: Na presença de ácido nítrico e após aquecimento, a cafeína
(uma metilxantina) se decompõe para formar produtos que, quando tratados comamônia,
produzem uma cor roxa característica.
Estas reações ajudam a diferenciar e identificar a presença de alcaloides e me-
tilxantinas em amostras vegetais. A combinação de várias reações e técnicas analíticas
fornece uma abordagem robusta para a identificação destes compostos em drogas de
origem vegetal.
22
4 HEMATOLOGIA CLÍNICA
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 1
1- Um paciente de 20 anos foi ao médico para exames de rotina, que apre-
sentaram os seguintes resultados: hemácias 8,24 x 106/mm3, hematócrito de 55,0%,
hemoglobina de 18 g/dl e plaquetas 910.000/mm3. O paciente não apresenta sintomas
e não relatou casos parecidos na família. Os resultados foram confirmados em nova
coleta de sangue. O médico iniciou tratamento do paciente com AAS enquanto novos
exames foram realizados para confirmação da hipótese diagnóstica. Qual é a provável
hipótese diagnóstica? Por que o médico iniciou tratamento com AAS?
A provável hipótese diagnóstica é Policitemia Vera (PV). A Policitemia Vera é uma
desordem mieloproliferativa em que a medula óssea produz um número excessivo de células
sanguíneas, levando a um aumento das hemácias (eritrocitose), o que pode ser evidenciado
pelos valores elevados de hemácias, hematócrito e hemoglobina. As plaquetas também
estão elevadas, o que pode ser uma característica desta condição.
O médico provavelmente iniciou o tratamento com AAS (ácido acetilsalicílico) para
reduzir o risco de trombose. Em pacientes com Policitemia Vera, o aumento no número de
células sanguíneas pode tornar o sangue mais “espesso”, aumentando o risco de coágulos
sanguíneos. O AAS atua como um antiplaquetário, ajudando a prevenir a formação de
coágulos e, consequentemente, reduzindo o risco de eventos trombóticos, como acidente
vascular cerebral ou infarto do miocárdio.
2- O paciente do caso supracitado foi submetido a 3 flebotomias, uma por
semana, durante 3 semanas. Qual é a finalidade das flebotomias? Discuta a diferença
entre flebotomia e doação de sangue.
A finalidade das flebotomias em pacientes com Policitemia Vera é reduzir a vis-
cosidade do sangue e diminuir o volume total de células sanguíneas, especialmente as
hemácias. Ao remover uma certa quantidade de sangue, a flebotomia ajuda a diminuir o
risco de formação de coágulos e outras complicações associadas ao excesso de células
sanguíneas. A flebotomia terapêutica é uma das principais abordagens no manejo da Polici-
temia Vera e é realizada até que os níveis sanguíneos voltem a estar dentro de parâmetros
mais seguros.
Diferença entre flebotomia e doação de sangue:
Finalidade:
Flebotomia: É um procedimento terapêutico realizado para retirar uma certa quanti-
dade de sangue de um paciente para tratar condições médicas específicas, como Policitemia
Vera.
Doação de sangue: É um ato voluntário no qual uma pessoa saudável doa sangue
23
para ser usado em transfusões sanguíneas ou para processamento em componentes
sanguíneos que beneficiarão outros pacientes em necessidade.
Volume de sangue retirado:
Flebotomia: O volume de sangue removido durante uma flebotomia pode variar de
acordo com a necessidade clínica do paciente, mas geralmente é de cerca de 300-500 ml.
Doação de sangue: Em uma doação típica, aproximadamente 450 ml de sangue são
coletados de um doador.
Frequência:
Flebotomia: A frequência é determinada pela condição médica que está sendo
tratada e pelas necessidades específicas do paciente. Pode ser feita semanalmente, men-
salmente ou conforme indicado pelo médico.
Doação de sangue: A frequência é limitada para proteger a saúde do doador. Em
muitos lugares, os homens podem doar sangue uma vez a cada 8 semanas e as mulheres
uma vez a cada 12 semanas.
Ambos os procedimentos envolvem a retirada de sangue do corpo, mas as razões, o
protocolo e a frequência com que são feitos diferem significativamente.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 2
1- O hemograma de uma paciente, 18 anos, apresentou os seguintes valores:
hemácias: 4,3 x 106 mm3 (3,9-5,4 x 106 uL), hemoglobina: 8,7 g/dL (12-15 g/dL) e
hematócrito: 28% (35-47%). A paciente está anêmica? Justifique
Sim, a paciente está anêmica. A anemia é caracterizada por uma diminuição no
número de hemácias e/ou uma diminuição na quantidade de hemoglobina no sangue, o
que pode resultar em uma menor capacidade do sangue de transportar oxigênio para os
tecidos.
Justificativa:
Hemoglobina: O valor normal de hemoglobina para uma mulher adulta varia entre
12-15 g/dL. No caso da paciente, o nível de hemoglobina é de 8,7 g/dL, o que está abaixo
do limite inferior normal.
Hematócrito: O hematocrito representa a porcentagem de volume de sangue ocu-
pado pelas hemácias. O valor normal para uma mulher adulta é de 35-47%. A paciente tem
um hematocrito de 28%, o que está abaixo do limite inferior normal.
O número de hemácias está dentro do intervalo de referência; no entanto, os valores
de hemoglobina e hematocrito da paciente estão abaixo dos valores normais, confirmando
o diagnóstico de anemia.
2- Calcule os índices hematimétricos HCM e VCM do caso acima.
VCM (Volume Corpuscular Médio):
VCM= Hematócrito(%) / Número de hemácias (milhões/mm3) x 10
24
HCM (Hemoglobina Corpuscular Média):
HCM= Hemoglobina (g/dl) / Número de hemácias (milhões/mm3) x 10
Dados do caso:
Hematócrito = 28%
Hemoglobina = 8,7 g/dL
Número de hemácias = 4,3 milhões/mmˆ3
VCM= 28/4,3 X 10 = 65,1 fL
HCM= 8,7/4,3 X 10 = 20,2 pg
VCM = 65,1 fL
HCM = 20,2 pg
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 3
1- Discutir as diferenças entre os valores de ferro sérico para homens e mulhe-
res.
O ferro é um elemento fundamental para várias funções no corpo humano, incluindo
o transporte de oxigênio nas células vermelhas do sangue. No entanto, os valores de
referência para ferro sérico diferem entre homens e mulheres, principalmente devido a
diferenças fisiológicas e a fatores como a menstruação.
Valores de referência:
Homens: Geralmente, os níveis de ferro sérico em homens adultos saudáveis variam
entre 65 a 175 microgramas por decilitro (mcg/dL).
Mulheres: Para mulheres adultas saudáveis, os valores geralmente variam entre 50
a 170 mcg/dL. No entanto, estes valores podem variar um pouco dependendo do laboratório
ou da literatura consultada.
Razões para as diferenças:
Menstruação: Uma das principais razões pelas quais as mulheres geralmente têm
níveis mais baixos de ferro sérico do que os homens é a perda de sangue através da
menstruação. A perda regular de sangue pode levar à depleção dos níveis de ferro no corpo.
Necessidades reprodutivas: Durante a gravidez, as mulheres necessitam de mais
ferro para apoiar o crescimento do feto e a expansão do seu volume sanguíneo. Portanto, é
crucial monitorar e, muitas vezes, suplementar o ferro durante a gravidez.
Diferenças fisiológicas: Além da menstruação, existem outras diferenças fisiológicas
entre homens e mulheres que podem influenciar os níveis de ferro, como taxas metabólicas
e composição corporal.
Implicações clínicas:
A deficiência de ferro é mais comum em mulheres, especialmente durante os anos
reprodutivos, devido à menstruação e à gravidez.
A deficiência de ferro pode levar à anemia ferropriva, que é uma condição na qual o
25
corpo não tem ferro suficiente para produzir hemoglobina, a proteína das células vermelhas
do sangue que transporta o oxigênio.
Em contraste, o excesso de ferro é mais comum em homens e pode levar a condições
como a hemocromatose.
Em resumo, enquanto os valores de referência para o ferro sérico em homens e
mulheres são semelhantes, as mulheres tendem a ter níveis mais baixos devido a fatores
como a menstruação e as demandas reprodutivas. É essencial monitorar regularmente os
níveis de ferro, especialmente em mulheres em idade reprodutiva, para evitar deficiências e
garantir a saúde ótima.
2- Discutir a importância da revisão morfológica de esfregaços sanguíneos
pela microscopia, mesmo quando o hemograma é realizado de maneira automatizada.
A revisão morfológica de esfregaços sanguíneos sob microscopia,apesar da cres-
cente automação dos procedimentos hematológicos, permanece como uma etapa essencial
na análise do sangue periférico. Abaixo estão algumas razões que justificam a importância
da avaliação microscópica manual:
Detecção de Anormalidades Morfológicas: Os analisadores automáticos podem
não detectar certas anormalidades morfológicas, como alterações na forma ou tamanho
das células. A inspeção manual permite identificar células como esquizócitos, dácrios,
esferócitos, entre outras, que podem ser indicativas de várias patologias.
Identificação de Células Atípicas: A avaliação microscópica pode revelar a pre-
sença de células imaturas, atípicas ou malignas que um analisador automático pode não
categorizar corretamente, como blastos ou células atípicas linfoides.
Verificação de Flagrantes do Analisador: Muitos analisadores automáticos gerarão
“flags” ou alertas quando encontrarem resultados atípicos ou fora da faixa normal. A revisão
manual pode confirmar ou refutar esses flagrantes.
Avaliação da Qualidade do Espécime: A revisão manual pode identificar problemas
com a amostra, como aglutinação, contaminação ou hemólise, que podem afetar a precisão
dos resultados.
Estimativa de Plaquetas: Em condições como a trombocitopenia, a contagem au-
tomática de plaquetas pode ser imprecisa. A revisão microscópica pode fornecer uma
estimativa visual mais precisa do número de plaquetas.
Detecção de Parasitas: Em regiões endêmicas para malária ou outras doenças
parasitárias, a revisão morfológica é essencial para identificar parasitas intraeritrocitários.
Correlação Clínica: A avaliação manual permite uma correlação mais próxima entre
os achados clínicos e laboratoriais, especialmente em casos de doenças hematológicas
raras ou complexas.
Educação e Formação: A revisão morfológica manual é fundamental para a forma-
ção e educação contínua de hematologistas e técnicos de laboratório. Ela fornece uma
compreensão profunda e prática das alterações hematológicas.
26
Em resumo, enquanto os analisadores automáticos trouxeram rapidez, precisão e
eficiência ao laboratório de hematologia, a revisão morfológica manual sob microscopia
ainda é insubstituível em muitos aspectos. Ela complementa a automação, garantindo uma
análise mais abrangente e precisa do sangue periférico.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 4
1- Discorrer sobre as principais patologias associadas à presença de hemá-
cias: microcíticas e hipocrômicas, macrocíticas, eliptócitos, crenadas, esquizócitos,
acantócitos, falciforme, estomatócitos e hemácia em alvo
Hemácias, ou eritrócitos, apresentam diversas morfologias alteradas que podem
estar associadas a patologias específicas:
Hemácias Microcíticas e Hipocrômicas: Estas são menores e mais pálidas que as
normais. Patologias como anemia ferropriva, talassemias e anemia por doença crônica são
comumente associadas a esse tipo de hemácia.
Hemácias Macrocíticas: Sendo maiores que o padrão normal, estão frequentemente
ligadas à anemia megaloblástica (decorrente da deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico),
alcoolismo e doença hepática.
Eliptócitos: De forma oval, estão relacionadas a condições como eliptocitose heredi-
tária, anemias megaloblásticas e anemia de ferro.
Hemácias Crenadas: Caracterizadas por projeções espinhosas, podem ser indicati-
vas de problemas como insuficiência renal, hiponatremia e doenças hepáticas.
Esquizócitos: São fragmentos irregulares de hemácias e estão associados a condi-
ções como síndrome hemolítico-urêmica e eclâmpsia.
Acantócitos: Com projeções desiguais, são indicativos de doenças como abetalipo-
proteinemia e doença hepática.
Hemácias Falciformes: Possuindo forma de foice, indicam claramente a anemia
falciforme, uma condição genética.
Estomatócitos: Com uma fenda central, podem ser observados em situações de
alcoolismo ou doença hepática.
Hemácia em Alvo: Caracterizadas por um anel escuro com um centro escuro, são
indicativas de talassemias, hemoglobinopatias e anemia ferropriva.
A identificação correta dessas morfologias é vital para um diagnóstico adequado e
um tratamento eficaz das condições subjacentes.
2- Um analista, ao revisar um esfregaço sanguíneo, observou a presença de
hemácias microcíticas e hipocrômicas, e, ao mesmo tempo, hemácias macrocíticas.
Como serão o VCM e o HCM desse hemograma?
Quando um analista observa um esfregaço sanguíneo que apresenta tanto hemácias
microcíticas e hipocrômicas quanto hemácias macrocíticas, estamos diante de uma situação
27
chamada anisocitose (variação no tamanho das hemácias) e possivelmente anisocromia
(variação no conteúdo de hemoglobina das hemácias).
O VCM (Volume Corpuscular Médio) indica o tamanho médio das hemácias. Na
presença tanto de hemácias microcíticas quanto macrocíticas, o VCM pode estar dentro da
faixa normal ou ligeiramente alterado, dependendo da proporção relativa dessas células. Se
houver mais microcíticas, o VCM pode estar diminuído, e se houver mais macrocíticas, o
VCM pode estar aumentado.
O HCM (Hemoglobina Corpuscular Média) reflete a quantidade média de hemo-
globina por hemácia. Hemácias hipocrômicas têm menos hemoglobina do que o normal.
Portanto, mesmo na presença de hemácias normais ou macrocíticas, se houver uma
quantidade significativa de hemácias hipocrômicas, o HCM pode estar diminuído.
O VCM e o HCM desse hemograma serão influenciados pela proporção relativa de
hemácias microcíticas e macrocíticas, assim como pela quantidade de hemoglobina nas
hemácias hipocrômicas.
28
5 IMUNOLOGIA CLÍNICA
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 1
1- Descreva quais as principais características e funções de granulócitos.
Os granulócitos, também conhecidos como leucócitos polimorfonucleares, são um
subgrupo de leucócitos caracterizados pela presença de grânulos citoplasmáticos visíveis
em microscopia óptica após coloração. Eles desempenham um papel crucial no sistema
imunológico, especialmente na resposta imune inata. Os granulócitos incluem três tipos
principais de células: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. A seguir, detalho as principais
características e funções de cada um:
Neutrófilos:
Características: São os leucócitos mais abundantes no sangue periférico. Possuem
um núcleo multi-lobulado e grânulos citoplasmáticos que não se destacam fortemente com
colorações padrão, levando ao nome “neutro” no termo “neutrófilo”.
Funções:
Defesa contra bactérias e fungos: são as células de resposta imune inata mais
rápidas a chegar ao local de infecção.
Fagocitose: os neutrófilos englobam e destroem patógenos e detritos celulares.
Formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs) que ajudam a conter e
destruir microrganismos.
Eosinófilos:
Características: Possuem um núcleo bilobulado e grânulos citoplasmáticos grandes
e acidófilos, que se coram de laranja/rosa com colorações padrão.
Funções:
Defesa contra parasitas multicelulares, como helmintos.
Modulação das reações alérgicas e inflamatórias: os eosinófilos liberam mediadores
que promovem a inflamação, mas também podem desempenhar um papel na resolução da
inflamação.
Basófilos:
Características: São os granulócitos menos abundantes no sangue. Possuem grânu-
los citoplasmáticos grandes e basófilos que se coram de azul com colorações padrão.
Funções:
Liberação de histamina e outras substâncias vasoativas durante respostas alérgicas,
contribuindo para a inflamação.
Desempenha um papel na defesa contra parasitas.
Participação na modulação da resposta imunológica adaptativa.
É importante notar que os granulócitos, ao serem ativados, têm uma vida curta e
são rapidamente substituídos por novas células originadas na medula óssea. Seu papel é
29
fundamental para a primeira linha de defesa do corpo contra infecções.
2- Descreva resumidamente o que expressa a figura abaixo e sua importância
A figura representa o fenômeno de zona de equivalência em imunoprecipitação.
A figura ilustra a relação entre a concentração crescente de antígeno e a quantidade
de complexoantígeno-anticorpo (AC) precipitado. Geralmente, essa relação é representada
por uma curva com um pico no meio.
Pró-zona (ou zona de excesso de anticorpo - AC): Representada pela região “A”
na figura. Nesta zona, há um excesso de anticorpo em relação ao antígeno. Por causa
desse excesso, os anticorpos não conseguem formar redes extensas com os antígenos,
resultando em menos precipitação.
Zona de Equivalência: Representada pela região “B”. Aqui, as proporções de antí-
geno e anticorpo são ideais para a formação de complexos de tamanho máximo, levando à
máxima precipitação. Isso ocorre porque os anticorpos podem se ligar a múltiplos antígenos,
formando redes extensas que precipitam facilmente.
Pós-zona (ou zona de excesso de antígeno - AG): Representada pela região “C”.
Nesta zona, há um excesso de antígeno em relação ao anticorpo. Da mesma forma que na
pró-zona, a formação de redes extensas de complexos é prejudicada, resultando em menos
precipitação.
Importância: A compreensão dessas zonas é fundamental em testes imunológicos
para garantir a interpretação correta dos resultados. Por exemplo, se um teste for realizado
na pró-zona, pode-se obter um falso negativo devido à baixa precipitação, mesmo que o
antígeno esteja presente. Portanto, a realização de diluições seriadas é frequentemente
necessária para garantir que o teste seja realizado na zona de equivalência, onde a
precipitação é máxima e os resultados são mais confiáveis.
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 2
1- Nos testes de hemaglutinação para toxoplasmose e Doença de Chagas,
pede-se: Qual suporte foi empregado? Realizou-se a pesquisa de anticorpos. Que
tipo de antígeno foi empregado?
Os testes de hemaglutinação são métodos de diagnóstico sorológico que buscam
detectar a presença de anticorpos específicos no soro do paciente.
Qual suporte foi empregado?
Nos testes de hemaglutinação, geralmente se utiliza um suporte sólido, como uma
lâmina ou placa de microtitulação, para permitir que ocorra a reação de aglutinação.
Realizou-se a pesquisa de anticorpos?
Sim, os testes de hemaglutinação têm como objetivo principal a detecção de an-
ticorpos específicos no soro do paciente. Se os anticorpos estiverem presentes e forem
específicos para o antígeno utilizado no teste, ocorrerá aglutinação.
30
Que tipo de antígeno foi empregado?
Para toxoplasmose: O antígeno empregado geralmente é derivado do Toxoplasma
gondii. Pode ser um extrato solúvel do parasita ou, em alguns casos, formas modificadas do
parasita.
Para Doença de Chagas: O antígeno usado é derivado do Trypanosoma cruzi, o
parasita causador da doença. Pode ser um extrato do parasita ou partes específicas dele,
como proteínas ou lipopolissacarídeos, que são reconhecidas pelos anticorpos no soro do
paciente.
É importante notar que, embora os testes de hemaglutinação sejam úteis, eles
podem apresentar reações cruzadas ou falsos positivos/negativos. Por isso, muitas vezes
são usados em conjunto com outros métodos de diagnóstico para confirmar a presença de
uma infecção.
2- Qual o valor da pesquisa de IgG para a toxoplasmose? Explique avidez.
1. Valor da pesquisa de IgG para a toxoplasmose: A pesquisa de anticorpos IgG con-
tra o Toxoplasma gondii é uma ferramenta importante para o diagnóstico e monitoramento
da toxoplasmose. A presença de IgG específico indica uma exposição prévia ao parasita,
podendo representar uma infecção atual ou passada. O valor desta pesquisa reside em:
Diagnóstico de Infecção Passada: A presença de IgG sem a presença de IgM
geralmente sugere uma infecção passada e, portanto, imunidade ao Toxoplasma gondii.
Acompanhamento: A titulação dos níveis de IgG pode ser útil para acompanhar a
progressão ou resolução da infecção.
Diagnóstico em Gestantes: A determinação dos níveis de IgG em gestantes é
essencial para identificar a possibilidade de uma infecção aguda durante a gestação, que
pode representar um risco para o feto.
2. Avidez: Avidez refere-se à força total de ligação entre um anticorpo e seu antígeno
específico. Enquanto a afinidade descreve a força de ligação entre um único sítio de ligação
do anticorpo e um epítopo do antígeno, a avidez descreve a força combinada de múltiplas
interações entre anticorpos e antígenos.
O teste de avidez de IgG é frequentemente usado no contexto da toxoplasmose para
ajudar a determinar a duração de uma infecção:
Baixa Avidez: Indica que a infecção é recente, geralmente dentro dos últimos 3-4
meses.
Alta Avidez: Indica uma infecção mais antiga, geralmente com mais de 4 meses de
duração.
A determinação da avidez de IgG é especialmente útil em gestantes. Se uma
gestante apresentar IgM positiva para Toxoplasma gondii (indicando uma possível infecção
aguda), mas o teste de avidez de IgG revelar alta avidez, isso sugere que a infecção é mais
antiga e, portanto, ocorreu antes da gravidez, diminuindo o risco para o feto.
31
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 3
1- O que é o conjugado empregado no teste ELISA para a pesquisa de anticor-
pos?
O teste ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) é uma técnica imunológica
amplamente utilizada para detectar e quantificar substâncias, como peptídeos, proteínas,
anticorpos e hormônios, em amostras biológicas. A técnica baseia-se na interação antígeno-
anticorpo e na detecção dessa interação por meio de uma reação enzimática.
O conjugado empregado no teste ELISA refere-se ao anticorpo (ou, em alguns casos,
ao antígeno) que foi marcado ou ligado a uma enzima. Esta enzima, quando exposta a um
substrato específico, produz uma reação que pode ser visualizada, geralmente causando
uma mudança de cor na solução.
O teste ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) é uma técnica imunológica
amplamente utilizada para detectar e quantificar substâncias, como peptídeos, proteínas,
anticorpos e hormônios, em amostras biológicas. A técnica baseia-se na interação antígeno-
anticorpo e na detecção dessa interação por meio de uma reação enzimática.
O conjugado empregado no teste ELISA refere-se ao anticorpo (ou, em alguns casos,
ao antígeno) que foi marcado ou ligado a uma enzima. Esta enzima, quando exposta a um
substrato específico, produz uma reação que pode ser visualizada, geralmente causando
uma mudança de cor na solução.
Vamos detalhar um pouco mais:
Anticorpo Primário: É o anticorpo que tem especificidade para o antígeno de inte-
resse. Ele é adicionado à amostra e se ligará ao antígeno se este estiver presente.
Conjugado (Anticorpo Secundário com Enzima): Este é um segundo anticorpo que
reconhece o anticorpo primário. Ele está conjugado, ou seja, ligado a uma enzima. Em
muitos ELISAs, o conjugado é um anticorpo anti-IgG (ou outra classe de imunoglobulina) de
uma espécie específica, e ele é capaz de reconhecer e se ligar ao anticorpo primário.
Substrato da Enzima: Depois que o conjugado se liga, um substrato específico para
a enzima é adicionado. A enzima catalisa uma reação neste substrato, levando a uma
mudança visível, geralmente uma mudança de cor. A intensidade da cor é proporcional à
quantidade de antígeno presente na amostra original.
Existem várias variações do teste ELISA, como o ELISA direto, indireto, de captura
(ou “sanduíche”), entre outros. A escolha do tipo de ELISA e do conjugado apropriado
depende do propósito específico do teste.
Resumindo, o conjugado no teste ELISA é um componente crítico que permite a
detecção visual da interação antígeno-anticorpo por meio de uma reação enzimática que
produz uma mudança de cor.
2- Qual o princípio do teste de Western Blotting – WB? Explique. Por que
devemos realizar as etapas de lavagem? Qual o objetivo?
32
O Western Blotting (WB) é uma técnica bioquímica utilizada para detectar proteínas
específicas em uma mistura de proteínas. O procedimento pode ser dividido em várias
etapas, e vou explicar o princípio de cada uma e a importância das etapas de lavagem.
Princípio do Western Blotting:
Eletroforese: As proteínas da amostra são primeiramente separadas de acordo com
seutamanho molecular por eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE). Isso resulta em
bandas de proteínas que se deslocam ao longo do gel, com proteínas menores movendo-se
mais rapidamente do que proteínas maiores.
Transferência: As proteínas separadas no gel são então transferidas para uma
membrana (geralmente de nitrocelulose ou PVDF). Este passo é realizado para “fixar” as
proteínas na membrana, tornando-as mais acessíveis para detecção.
Bloqueio: A membrana é então incubada em uma solução de proteína não específica
(como albumina sérica bovina ou leite desnatado) para bloquear os locais de ligação não
específicos e reduzir o sinal de fundo.
Incubação com anticorpo primário: A membrana é incubada com um anticorpo
específico para a proteína de interesse (anticorpo primário). Este anticorpo se ligará especi-
ficamente à sua proteína alvo.
Lavagem: Após a incubação com o anticorpo primário, a membrana é lavada várias
vezes para remover qualquer anticorpo primário não ligado.
Incubação com anticorpo secundário: A membrana é então incubada com um se-
gundo anticorpo (anticorpo secundário) que reconhece o anticorpo primário. Este anticorpo
secundário é conjugado com uma enzima (frequentemente a peroxidase do rabanete).
Detecção: Substratos são adicionados que reagem com a enzima ligada ao anticorpo
secundário, produzindo uma mudança visível, geralmente um sinal colorido ou luminescente,
no local onde a proteína de interesse está localizada.
Importância das etapas de lavagem:
Redução de Sinal de Fundo: As etapas de lavagem são essenciais para remover
os anticorpos não ligados que podem causar sinal de fundo. Um alto sinal de fundo pode
mascarar ou interferir na detecção da proteína de interesse.
Aumento da Especificidade: Ao remover anticorpos não específicos ou excessiva-
mente ligados, as etapas de lavagem aumentam a especificidade da detecção. Isso é
particularmente importante quando se tenta detectar proteínas em baixas concentrações.
Resumindo, o Western Blotting é uma técnica poderosa que permite a detecção
específica de proteínas em misturas complexas. As etapas de lavagem são cruciais para
garantir a especificidade e a clareza dos resultados.
33
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 4
1- Com base no caso clínico 2, quais exames podem ser utilizados para diag-
nóstico de rubéola em especial a congênita?
O caso clínico apresentado descreve uma paciente de 5 anos com manifestações
clínicas sugestivas de uma doença exantemática. Com base nos sintomas apresentados e
nos resultados dos exames, a paciente foi diagnosticada com rubéola, conforme evidenciado
pelo teste sorológico positivo para IgM de rubéola.
Diagnóstico de Rubéola e Rubéola Congênita:
Sorologia:
IgM: A presença de anticorpos IgM específicos para rubéola indica uma infecção
recente ou ativa. O valor de IgM 2,10, como mencionado no caso, sugere uma resposta
imune ativa à infecção por rubéola.
IgG: A presença de anticorpos IgG indica imunidade à rubéola, que pode ser devido
a uma infecção passada ou vacinação. A determinação dos níveis de IgG também pode ser
útil para entender se a infecção é recente ou passada.
Teste de Avidez de IgG: Embora não tenha sido mencionado no caso, este teste
pode ser usado para ajudar a determinar a duração de uma infecção.
Detecção de RNA do vírus da rubéola: Testes baseados em PCR (Reação em
Cadeia da Polimerase) podem ser usados para detectar o RNA do vírus da rubéola em
amostras clínicas.
Exame Clínico: O exame clínico e os sintomas apresentados pelo paciente são
cruciais no diagnóstico diferencial de doenças exantemáticas. No caso da rubéola, os
sintomas típicos incluem febre, exantema maculopapular, linfadenopatia (especialmente
retroauricular, occipital e cervical), e sintomas de infecção do trato respiratório superior.
Rubéola Congênita:
Para o diagnóstico de rubéola congênita em recém-nascidos e fetos:
Cultura viral ou PCR de amostras clínicas, como swabs de garganta, urina, ou líquor.
Testes sorológicos, especialmente a detecção de IgM no recém-nascido, pois os
anticorpos IgM não atravessam a placenta.
É importante ressaltar que a rubéola congênita é uma complicação da infecção por
rubéola durante a gravidez, especialmente no primeiro trimestre. Ela pode levar a uma série
de anormalidades congênitas, incluindo defeitos cardíacos, catarata, surdez e retardamento
mental.
Em resumo, com base no caso clínico apresentado, a paciente foi corretamente
diagnosticada com rubéola com base nos sintomas clínicos e nos resultados do teste
sorológico. O tratamento sintomático para alívio das manifestações é a abordagem padrão,
já que a rubéola é uma doença viral autolimitada na maioria dos casos.
34
2- Com base no caso clínico 3, quais são os tipos mais comuns de apresentação
dessa doença?
O caso clínico 3 descreve uma apresentação típica de sífilis primária. A sífilis é uma
doença infecciosa sexualmente transmissível causada pela bactéria espiroqueta Treponema
pallidum. Ela é classificada em diferentes estágios, dependendo da apresentação clínica:
1. Sífilis Primária:
Caracteriza-se pela presença de uma lesão única, chamada de cancro duro. Esta
lesão é uma úlcera indolor com bordas endurecidas que aparece no local de entrada da
bactéria (geralmente nos genitais, mas também pode aparecer no ânus, reto, lábios ou
boca).
O cancro duro é geralmente acompanhado de linfonodomegalia regional (aumento
dos linfonodos próximos à área da lesão).
2. Sífilis Secundária:
Surge algumas semanas a meses após o cancro duro ter desaparecido. Caracteriza-
se por manifestações sistêmicas, incluindo febre, mal-estar, dor de garganta, dores muscu-
lares e linfonodomegalia generalizada.
Rash cutâneo é uma característica comum, que pode envolver as palmas das mãos
e plantas dos pés.
Pode haver outras manifestações cutâneas, como condiloma lata (lesões elevadas e
úmidas, geralmente na região genital).
3. Sífilis Latente:
Neste estágio, os sintomas desaparecem, mas a bactéria permanece no corpo. É
dividida em latente precoce (primeiro ano após a infecção) e latente tardia (após o primeiro
ano).
4. Sífilis Terciária:
Ocorre anos a décadas após a infecção inicial.
Pode afetar vários órgãos, incluindo pele, ossos, sistema cardiovascular e sistema
nervoso. As manifestações incluem gomas sifilíticas (lesões granulomatosas), aortite sifilítica
e neurosífilis.
O diagnóstico da sífilis é geralmente confirmado por meio de testes sorológicos
e, no caso da sífilis primária, por exame de campo escuro, como mencionado no caso
clínico. No exame de campo escuro, espiroquetas características (Treponema pallidum) são
visualizadas diretamente a partir de material coletado da lesão.
Em resumo, o paciente do caso clínico 3 tem uma apresentação clássica de sífilis
primária, evidenciada pelo cancro duro no pênis e confirmada pelo exame de campo escuro
positivo para espiroquetas.
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6 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA CLÍNICA
Atividade obrigatória 1
1-Descreva os cuidados na realização de um antibiograma, da seleção dos
antibióticos à espessura do meio.
A realização de um antibiograma é um processo crucial para determinar a susce-
tibilidade de microorganismos a antibióticos específicos. É uma ferramenta essencial na
medicina clínica, pois ajuda a guiar o tratamento antimicrobiano apropriado. Existem vários
passos e cuidados a serem considerados ao realizar um antibiograma:
Seleção da Amostra:
A amostra deve ser coletada de forma asséptica para evitar contaminação.
Deve-se garantir que a amostra seja representativa da infecção. Por exemplo, amos-
tras de urina para ITU devem ser de uma coleta do jato médio.
Isolamento do Patógeno:
Antes de realizar o antibiograma, o patógeno deve ser isolado em meios de cultura
puros. Isso garante que o teste de suscetibilidade seja realizado apenas no microorganismo
de interesse.
Seleção dos Antibióticos:
Os antibióticos escolhidos para o teste devem ser relevantes para o tratamento da
infecção em questão e baseados no organismo

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