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Direito Penal-Legislação Especial-2023-2SEM

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■ - Lei dos Crimes Hediondos – Lei 8.072/1990
 - CF. – art. 5º, inciso XLIII– “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem”;
 - Prioridade na tramitação – art. 394-A do CPP
 Art. 394-A. “Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão 
prioridade de tramitação em todas as instâncias”.
 
 - Conceito da palavra “hediondo”
 - Critérios de classificação dos crimes hediondos – SISTEMAS LEGAL, 
JUDICIAL E MISTO 
■ Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei 
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: 
I – HOMICÍDIO (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e HOMICÍDIO QUALIFICADO (art. 
121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX);
 - grupo de extermínio
 - é possível a existência de um grupo de extermínio composto por uma 
única pessoa?
 
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
 Caso de diminuição de pena – HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
 HOMICÍDIO QUALIFICADO
 § 2° Se o homicídio é cometido:
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
 II - por motivo fútil;
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
 IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime:
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
FEMINICÍDIO 
 VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
 
 Art. 121 - § 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino 
quando o crime envolve:
 I - violência doméstica e familiar; 
 II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
 VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição.
 - Guarda municipal? (C.F. Art. 144, §8º)
 - Agentes de segurança viária? (C.F. Art. 144, §10)
- Servidores aposentados
- Familiares das autoridades, agentes e integrantes dos órgãos de segurança 
pública: cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau das 
autoridades, agentes e integrantes dos órgãos de segurança pública.
 • Ascendentes (pais, avós, bisavós);
 • Descendentes (filhos, netos, bisnetos);
 • Colaterais até o 3º grau (irmãos, tios e sobrinhos).
- Parentes por afinidade estão fora
 • Cunhados, sogro e sogra, genros e noras
 
 VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.
 HOMICÍDIO CONTRA MENOR DE 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, 
de 24 de maio 2022 – LEI HENRY BOREL)
 IX - contra menor de 14 (quatorze) anos:
 Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
 Art. 121, § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é 
aumentada de: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
 I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com 
doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; 
 II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, 
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou 
por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. 
ATENÇÃO:
 HOMICÍDIO COMETIDO NO INTERIOR DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO (PROJETO DE LEI 
ENVIADO AO CONGRESSO NACIONAL EM JULHO-2023)
 - INCISO X - NAS DEPENDÊNCIAS DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO 
 Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-C Consideram-se instituições de ensino os estabelecimentos públicos ou privados 
voltados para a prestação de serviço educacional nos níveis básico (educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio) e superior, e para a prestação de serviço de educação 
profissional e tecnológica, nos termos do disposto na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 
1996, e os cursos de idiomas.
§ 2º-D A pena do homicídio cometido nas dependências de instituição de ensino é 
aumentada de:
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que 
implique o aumento de sua vulnerabilidade; e
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título 
tiver autoridade sobre ela, ou se o autor é professor ou funcionário da instituição de ensino.
RESUMO SOBRE HOMICÍDIO E CRIME HEDIONDO:
 - HOMICÍDIO SIMPLES - HEDIONDO se praticado em atividade típica de 
grupo de extermínio. Nas demais formas não é hediondo. 
 
 - HOMICÍDIO PRIVILEGIADO – NÃO É HEDIONDO
 - HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO - NÃO É HEDIONDO
 - HOMICÍDIO QUALIFICADO - HEDIONDO
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal 
seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo 
até terceiro grau, em razão dessa condição; 
 - Artigo 142 C.F.– Forças armadas
 - Artigo 144 C.F. - polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia 
ferroviária federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros 
militares; polícias penais federal, estaduais e distrital.
 - Guarda Municipal (C.F. art. 144,§8º) 
 - Agentes de segurança viária (C.F. art. 144,§10)
LESÃO CORPORAL
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
 Pena - detenção, de três meses a um ano.
 Lesão corporal de natureza grave
 § 1º Se resulta:
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
 II - perigo de vida;
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
 IV - aceleração de parto:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos.
 § 2° Se resulta:
 I - Incapacidade permanente para o trabalho;
 II - enfermidade incurável;
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
 IV - deformidade permanente;
 V - aborto:
 Pena - reclusão, de dois a oito anos.
 Lesão corporal seguida de morte
 § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, 
nem assumiu o risco de produzi-lo:
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
PROJETO DE LEI ENVIADO AO CONGRESSO NACIONAL EM JULHO-2023
I-B - lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal 
seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas nas dependências de instituição 
de ensino;
Violência em instituição de ensino
Art. 129 § 14 do CP. Se a lesão for praticada no interior de instituição de ensino:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
§ 15. Consideram-se instituições de ensino os estabelecimentos públicos ou privados 
voltados para a prestação de serviço
educacional nos níveis básico (educação infantil, ensino fundamentale ensino médio) e 
superior, e para a prestação do serviço de
educação profissional e tecnológica, nos termos do disposto na Lei nº 9.394, de 1996, e 
os cursos de idiomas.
§ 16. Nos casos previstos nos § 1º a § 3º, se as circunstâncias são as indicadas nos § 14 
e § 15, aumenta-se a pena em 1/3
(um terço).
§ 17. Na hipótese prevista no § 14, a pena é aumentada em 1/3 (um terço) se a vítima é 
pessoa com deficiência ou com
doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade.
II - ROUBO:
 a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, 
inciso V); 
 b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) 
ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); 
 c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); 
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência:
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência 
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da 
coisa para si ou para terceiro.
 § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: 
 I – (revogado); 
 II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
 III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal 
circunstância.
 IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro 
Estado ou para o exterior; 
 V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
 VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
 VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; 
Roubo
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
 I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
 II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Análise do art. 1º, IX) 
 
 § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de 
fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste 
artigo. 
 § 3º Se da violência resulta: 
 I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e 
multa; 
 II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
III - EXTORSÃO QUALIFICADA PELA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA, OCORRÊNCIA DE 
LESÃO CORPORAL OU MORTE (art. 158, § 3º);
 Extorsão
 Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de 
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou 
deixar de fazer alguma coisa:
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
 § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, 
aumenta-se a pena de um terço até metade.
 § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo 
anterior. 
 § 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição 
é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas 
previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.
IV - EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO E NA FORMA QUALIFICADA (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º 
e 3º); 
Extorsão mediante sequestro
 Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer 
vantagem, como condição ou preço do resgate:
 Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. 
 § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 
18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou 
quadrilha. 
 Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
 § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave.
 Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. 
 § 3º - Se resulta a morte
 Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 
 § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, 
facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. 
V - ESTUPRO (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor 
de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos.
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
 
§ 2º Se da conduta resulta morte.
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
VI - ESTUPRO DE VULNERÁVEL (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 
(catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém 
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para 
a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência
§ 2º (VETADO)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 
§ 4º Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
VII - EPIDEMIA COM RESULTADO MORTE (art. 267, § 1o).
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro
VII-B - FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A 
FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B);
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais:
 Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. 
 § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito 
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, 
corrompido, adulterado ou alterado. 
 § 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as 
matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em 
diagnóstico. 
 § 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em 
relação a produtos em qualquer das seguintes condições:
 I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
 II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
 III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua 
comercialização; 
 IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
 V - de procedência ignorada; 
 VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
VII-B - FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A 
FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS (art. 273, capute § 1o, § 1o-A e § 1o-B);
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a 
produtos em qualquer das seguintes condições:
 I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
 II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
 III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; 
 IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
 V - de procedência ignorada; 
 VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
É inconstitucional a aplicação do preceito secundário do art. 273 do Código Penal, com 
redação dada pela Lei nº 9.677/98 (reclusão, de 10 a 15 anos, e multa), à hipótese 
prevista no seu § 1º-B, I, que versa sobre a importação de medicamento sem registro no 
órgão de vigilância sanitária. Para esta situação específica, fica repristinado o preceito 
secundário do art. 273, na redação originária (reclusão, de 1 a 3 anos, e multa) STF. 
Plenário. RE 979962/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/3/2021 
(Repercussão Geral – Tema 1003) (Info 1011).
STJ – Corte Especial, AI no HC 
239.363/PR
STF (TEMA 1011) – RE 979962/RS
Reconheceu-se a 
inconstitucionalidade do preceito 
secundário referente a todos os 
incisos do § 1º-B do art. 273.
Reconheceu-se a 
inconstitucionalidade exclusivamente 
do preceito secundário vinculado ao 
inciso I do § 1º-B do art. 273.
A solução encontrada foi de aplicar a 
pena do crime de tráfico de drogas 
(art. 33 da Lei nº 11.343/2006), com 
base em aplicação analógica.
A solução encontrada foi de aplicar a 
pena prevista antes da alteração 
promovida pela Lei nº 9.677/98 (1 a 
3 anos).
VIII - FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO 
SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL (art. 218-B, caput, e §§ 1º 
e 2º);
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração 
sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir 
ou dificultar que a abandone:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se 
também multa. 
§ 2º Incorre nas mesmas penas:
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 
(dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as 
práticas referidas no caput deste artigo. 
IX - FURTO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE EXPLOSIVO OU DE ARTEFATO ANÁLOGO 
QUE CAUSE PERIGO COMUM (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 4º-A. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego 
de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
Art. 157, § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): → Pena Roubo: 04 a 10 anos 
 I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo 
(HEDIONDO); 
 II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (NÃO HEDIONDO???) 
Art. 1º, Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - O CRIME DE GENOCÍDIO, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de 
outubro de 1956; 
 - Genocídio - Lei nº 2.889/56, a conduta típica consiste em:
 Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo 
nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
 a) matar membros do grupo;
 b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do 
grupo;
 c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência 
capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
 d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do 
grupo;
 e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro 
grupo
II - O CRIME DE POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO, 
previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, 
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda 
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
 
 Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
II - O CRIME DE POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO, previsto no art. 
16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
Art. 16. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
 I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma 
de fogo ou artefato;
 II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a 
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo 
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
 III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
 IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, 
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
 V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, 
munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
 VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer 
forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de 
fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
III - O CRIME DE COMÉRCIO ILEGAL DE ARMAS DE FOGO, previsto no art. 17 da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
 
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, 
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma 
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. 
IV - O CRIME DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU 
MUNIÇÃO, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
 
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a 
qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da 
autoridade competente:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. 
 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, 
acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade 
competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios 
razoáveis de conduta criminal preexistente.
V - o CRIME DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, quando direcionado à prática 
de crime hediondo ou equiparado. 
- Lei nº 12.850/2013 – Organização Criminosa
Art. 1º, §1º. Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) 
ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de 
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de 
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, 
ou que sejam de caráter transnacional.
Art. 2ºPromover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por 
interposta pessoa, organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas 
correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a 
investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
■ Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
 I - anistia, graça e indulto;
 II – fiança
 
 São considerados equiparados a hediondos os crimes de:
 a- Tortura (Lei nº 9455/97)
 b- Tráfico de Drogas (Lei nº 11.343/06)
 c- Terrorismo (Lei nº 13.260/2016)
- RACISMO NÃO É CRIME HEDIONDO - Art. 5º, inciso XLII - a prática do 
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos 
termos da lei;
- É imprescritível
- É inafiançável
- Análise dos incisos. Os crimes hediondos são insuscetíveis de:
INCISO I – ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
INCISO II – FIANÇA
 - Liberdade provisória sem fiança nos crimes hediondos e 
assemelhados – arts. 321 do CPP e medidas cautelares – arts. 319 e 320 do CPP
Art. 321 CPP. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, 
o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes 
do art. 282 deste Código.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para 
informar e justificar atividades; 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para 
evitar o risco de novas infrações; 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou 
necessária para a investigação ou instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou 
acusado tenha residência e trabalho fixos
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou 
financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou 
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do 
Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do 
processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada 
à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica.
Art. 2º, § 1º. A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em 
regime fechado. 
 - Redação original e posterior à Lei nº 11.464/07
 
1ª Observação:
- Súmula vinculante nº 26 do STF (presos por crimes hediondos antes de 2007)
Enunciado
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, 
ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da 
Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado 
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo 
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame 
criminológico.
2ª Observação: - Inconstitucionalidade da Lei nº 11.464/07 ??
 
→ Habeas corpus. Penal. Tráfico de entorpecentes. Crime praticado durante a 
vigência da Lei nº 11.464/07. Pena inferior a 8 anos de reclusão. Obrigatoriedade de 
imposição do regime inicial fechado. Declaração incidental de inconstitucionalidade 
do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90. Ofensa à garantia constitucional da 
individualização da pena (inciso XLVI do art. 5º da CF/88) . Fundamentação 
necessária (CP, art. 33, § 3º, c/c o art. 59). Possibilidade de fixação, no caso em 
exame, do regime semiaberto para o início de cumprimento da pena privativa de 
liberdade. Ordem concedida. - HC 111.840 – Dias Toffoli – 2013.
→ STJ tem seguido o entendimento, como é possível constatar no HC 306.352/SP
- Progressão de Regime nos Crimes Hediondos
 REDAÇÃO REVOGADA PELA LEI Nº 13.964/2019.
 § 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes previstos 
neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o 
apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente, observado o disposto 
nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução 
Penal). 
- Sursis e penas restritivas de direitos nos crimes hediondos
2/5
- LEI DE EXECUÇÃO PENAL – ART. 112 ALTERADO PELA LEI Nº 13.964/2019
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime 
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: 
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à 
pessoa ou grave ameaça; 1/6
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave 
ameaça; 1/5
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à 
pessoa ou grave ameaça; 1/4
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou 
grave ameaça; 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, 
se for primário; 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o 
livramento condicional; 1/2
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de 
crime hediondo ou equiparado; ou 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; 
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; 
 3/5
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com 
resultado morte, vedado o livramento condicional. 
Art. 112 da LEP
Inciso V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática 
de crime hediondo ou equiparado, se for primário; 
Inciso VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática 
de crime hediondo ou equiparado; 
ATENÇÃO: Referida legislação não disciplinou, de forma expressa, a fração para 
progressão do condenado por crime hediondo ou equiparado reincidente em 
crime comum.
 → INCISO VII - Não se exige a reincidência específica no mesmo crime 
hediondo, ou seja, a reincidência poderá ser em qualquer crime hediondo. 
 → Se o agente cometeu um crime hediondo e é reincidente em crime 
diverso, aplica-se o cumprimento de 40%. Como ele não é reincidente em crime 
hediondo não deve ser aplicado esse aumento e sim o mais benéfico.
Art. 112 da LEP
Inciso VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado 
morte, se for primário, vedado o livramento condicional; 
Inciso VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em 
crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento 
condicional. 
 As duas condenações devem ser em crime hediondo com resultado morte. 
Se o agente cometeuum crime hediondo com resultado morte e é reincidente, 
mas não em crime da mesma categoria (hediondo com morte), o montante para 
progressão deve ser de 50%.
► Tese fixada pelo Plenário do STF (Tema 1169 da RG)
“Tendo em vista a legalidade e a taxatividade da norma penal (art. 5º, 
XXXIX, CF), a alteração promovida pela Lei 13.964/2019 no art. 112 da LEP 
não autoriza a incidência do percentual de 60% (inc. VII) aos 
condenados reincidentes não específicos para o fim de progressão de 
regime. Diante da omissão legislativa, impõe-se a analogia in bonam 
partem, para aplicação, inclusive retroativa, do inciso V do artigo 112 da 
LEP (lapso temporal de 40%) ao condenado por crime hediondo ou 
equiparado sem resultado morte reincidente não específico.” Acesse: ARE 
1327963/SP, relator Min. Gilmar Mendes, julgamento no Plenário Virtual 
finalizado em 17.9.2021.
http://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/detalharProcesso.asp?numeroTema=1169
Lei nº 13260/16 - Terrorismo
Art. 2o O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos
neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia
e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou
generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade
pública.
§ 1o São atos de terrorismo:
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos,
venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou
promover destruição em massa;
II – (VETADO);
III - (VETADO);
IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a pessoa ou servindo-
se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial, ainda que de modo temporário, de
meio de comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias,
hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas ou locais onde
funcionem serviços públicos essenciais, instalações de geração ou transmissão de energia,
instalações militares, instalações de exploração, refino e processamento de petróleo e gás e
instituições bancárias e sua rede de atendimento;
V - atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções correspondentes à ameaça ou à violência.
§ 3º. Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu 
poderá apelar em liberdade.
 Súmula 09 do STJ: “A exigência da prisão provisória, para apelar, não ofende a 
garantia constitucional da presunção de inocência”.
§ 4º. A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 
1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por 
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
 
Art. 8º. Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, 
quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou 
quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
 Associação Criminosa – Código Penal
 Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer 
crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
- LEI MARIA DA PENHA (Lei nº 11.340/06) de 07/08/2006
 - Introdução
 - Fundamento constitucional – art. 226, § 8º da CF
 § 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos 
que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas 
relações.
 - Constitucionalidade da lei
 Violência Doméstica - Art. 129, § 9º do CP: “Se a lesão for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou 
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos”
 
 - Requisitos
 (Violência + Âmbito Familiar + mulher vítima)
VIOLÊNCIA-FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – art. 7º da Lei Maria da Penha
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou 
saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano 
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno 
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação 
de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou 
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; 
(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – art. 7º da Lei Maria da Penha
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a 
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante 
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a 
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método 
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, 
mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o 
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, 
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, 
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os 
destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, 
difamação ou injúria.
Outras Formas de Violência contra a mulher – NÃO PREVISTAS NA MARIA DA PENHA
- a violência POLÍTICA: toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, 
obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher (Art. 326-B do Código Eleitoral 
- Lei nº 14.192/2021 – 04/08/2021 .
- a violência OBSTÉTRICA: segundo a OMS é apropriação do corpo da mulher e dos 
processos reprodutivos por profissionais de saúde, na forma de um tratamento 
desumanizado, medicação abusiva ou patologização dos processos naturais, 
reduzindo a autonomia da paciente e a capacidade de tomar suas próprias decisões 
livremente sobre seu corpo e sua sexualidade. São abusos sofridos por mulheres 
quando procuram serviços de saúde na hora do parto.
Em decisão desta quinta-feira (27/7/23), o Poder Judiciário de São Paulo acatou 
recurso assinado pelas promotoras de Justiça Fabiana Dal´Mas e Silvia Chakian e 
recebeu denúncia oferecida pelo MPSP contra um obstetra que praticou lesão corporal 
e violência psicológica contra uma influenciadora durante o parto.
Segundo o apurado, a mulher ouviu palavras de baixo calão proferidas pelo médico 
durante o procedimento. A vítima ainda sofreu lesões na região íntima e teve sua 
intimidade exposta ao marido, também por iniciativa do obstetra.
Inicialmente, a denúncia foi negada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) sob a 
alegação de falta de provas, levando o Ministério Público a interpor recurso em 
novembro de 2022. O procurador de Justiça Milton Theodoro Guimarães Filho emitiu 
parecer favorável ao provimento ao recurso, enquanto o também procurador João 
Alves de Souza ficou responsável pela sustentação oral que resultou no recebimento 
da denúncia por decisão unânime do TJSP.
https://www.mpsp.mp.br/w/justica-recebe-denuncia-do-mpsp-contra-medico-por-
violencia-obstetrica-contra-influenciadora
Outras Formas de Violênciacontra a mulher – NÃO PREVISTAS NA MARIA DA PENHA
- a violência TECNOLÓGICA: violência relacionada à tecnologia é uma forma de 
violência contra a mulher que se manifesta no contexto destas novas tecnologias. As 
tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem ser usadas para perpetrar 
violência de várias formas. Os perpetradores de violência utilizam telefones móveis e 
Internet para seguir, molestar e vigiar os movimentos e atividades das mulheres. Em 
especial, usam os serviços de localização dos telefones celulares, obtêm senhas e 
vigiam as mensagens de texto e as chamadas recebidas. Os perpetradores também 
usam as tecnologias da informação para obter e distribuir fotos e gravações íntimas e 
sexuais de mulheres sem sua autorização.
- a violência INSTITUCIONAL: a violência praticada por agente público no desempenho 
de função pública, em instituição de qualquer natureza, por meio de atos comissivos 
ou omissivos que prejudiquem o atendimento à vítima de infração penal ou 
testemunha de violência, criando a chamada REVITIMIZAÇÃO (Artigo 15-A da Lei de 
Abuso de Autoridade e a Lei Mariana Ferrer com alterações no CPP).
VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL - LEI Nº 13.869/2019 (Lei de Abuso de Autoridade)
Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a 
procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem 
estrita necessidade:
I - a situação de violência; ou
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (LEI MARIANA FERRER – LEI 14.245/21)
Art. 400-A. Na audiência de instrução e julgamento, e, em especial, nas que apurem 
crimes contra a dignidade sexual, todas as partes e demais sujeitos processuais 
presentes no ato deverão zelar pela integridade física e psicológica da vítima, sob 
pena de responsabilização civil, penal e administrativa, cabendo ao juiz garantir o 
cumprimento do disposto neste artigo, vedadas:
I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos objeto de 
apuração nos autos; 
II - a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a dignidade 
da vítima ou de testemunhas. 
Violência Política (Lei nº 14.192/2021 – 04/08/2021):
- VIOLÊNCIA POLÍTICA CONTRA A MULHER 
Art. 3º Considera-se violência política contra a mulher toda ação, conduta ou omissão 
com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher.
Parágrafo único. Constituem igualmente atos de violência política contra a mulher 
qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício de 
seus direitos e de suas liberdades políticas fundamentais, em virtude do sexo.
Violência Política (Lei nº 14.192/2021 – 04/08/2021):
- VIOLÊNCIA POLÍTICA CONTRA A MULHER (art. 326-B)
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, 
candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a 
finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de 
seu mandato eletivo.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra 
mulher:
I - gestante;
II - maior de 60 (sessenta) anos;
III - com deficiência.
- ÂMBITO DOMÉSTICO, FAMILIAR OU DE AFETO – art. 5º - análise
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a 
mulher qualquer ação ou omissão baseada no GÊNERO que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente 
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos 
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou 
por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha 
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de 
orientação sexual.
CONCEITO JURÍDICO DE VIOLÊNCIA BASEADA NO GÊNERO – art. 40-A, inserido pela Lei 
n. 14.550/2023 de 19 de abril de 2023.
Art. 40-A. Esta Lei será aplicada a todas as situações previstas no art. 5º, 
independentemente da causa ou motivação dos atos de violência, ou da condição do 
ofensor ou da ofendida.
 - PRESUNÇÃO ABSOLUTA da violência de gênero exercida por homem contra 
mulher;
 - Situações de violência doméstica praticada por mulheres contra mulheres?
 - Deve haver motivação de gênero
Lei nº 14.188/2021 – publicada em 29/07/2021 
■ 1· instituiu o programa “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica" como 
uma das medidas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher;
 Site CNJ: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/violencia-contra-a-mulher/campanha-sinal-
vermelho/
■ 2· criou uma nova qualificadora para a lesão corporal simples cometida contra 
a mulher por razões da condição do sexo feminino;
■ 3· criou o crime de violência psicológica contra a mulher;
■ 4· inserção da integridade psicológica no art. 12-C da Lei Maria da Penha.
https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/violencia-contra-a-mulher/campanha-sinal-vermelho/
https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/violencia-contra-a-mulher/campanha-sinal-vermelho/
- Qualificadora na Lesão Corporal Leve no caso de Violência contra a mulher (Lei nº 
14.188/21 de 29/07/2021):
Art. 129, § 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do 
sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). 
 
Art. 121 (...) § 2º-A. Considera-se que há “razões de condição de sexo feminino” 
quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou 
discriminação à condição de mulher. 
 
 Violência Doméstica: Art. 129, § 9º do CP: “Se a lesão for praticada 
contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem 
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações 
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 
3 (três) anos”
► São duas situações distintas no § 13 
 a) Lesão corporal praticada contra mulher no contexto de violência doméstica 
e familiar; 
 b) Lesão corporal praticada contra mulher em razão de menosprezo ou 
discriminação ao seu gênero.
 
 → Deve envolver GÊNERO – art. 5º da Lei Maria da Penha
Lesão corporal LEVE praticada em 
contexto de violência doméstica
Lesão grave, gravíssima ou seguida de 
morte
1) Se a lesão for praticada contra a 
mulher, por razões da condição do 
sexo feminino – 
Art. 129, § 13
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro 
anos)
Aplica-se o § 1º (grave), § 2º (gravíssima) 
ou o § 3º (lesão seguida de morte) 
cumulada com a causa de aumento de 
pena do § 10:
Art. 129 (...)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º 
deste artigo, se as circunstâncias são 
as indicadas no § 9º deste artigo, 
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
2) Nos demais casos (ex: vítima homem 
ou mulher mas sem razões da condição 
do sexo feminino): 
Artigo 129, § 9º.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 
(três) anos
- Violência psicológica contra a mulher
Art. 147-B do Código Penal: Causar dano emocional à mulher que a prejudique e 
perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas 
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, 
humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito 
de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e 
autodeterminação:Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui 
crime mais grave.
- Subsidiariedade expressa
- Dano emocional pode ser praticado, exemplificativamente, por meio de:
 - ameaça; constrangimento; humilhação; manipulação; isolamento; chantagem; 
ridicularização; limitação do direito de ir e vir; ou qualquer outro meio que cause 
prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação.
PERSEGUIÇÃO CONTRA MULHER “STALKING”
(ART. 147-A, § 1º, II) 
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA “SLOW VIOLENCE”
(ART. 147-B)
Art. 147-A. Perseguir alguém, 
reiteradamente e por qualquer meio, 
ameaçando-lhe a integridade física ou 
psicológica, restringindo-lhe a capacidade 
de locomoção ou, de qualquer forma, 
invadindo ou perturbando sua esfera de 
liberdade ou privacidade.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 
(dois) anos, e multa.
Art. 147-B. Causar dano emocional à 
mulher que a prejudique e perturbe seu 
pleno desenvolvimento ou que vise a 
degradar ou a controlar suas ações, 
comportamentos, crenças e decisões, 
mediante ameaça, constrangimento, 
humilhação, manipulação, isolamento, 
chantagem, ridicularização, limitação do 
direito de ir e vir ou qualquer outro meio 
que cause prejuízo à sua saúde psicológica 
e autodeterminação: Pena - reclusão, de 6 
(seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a 
conduta não constitui crime mais grave.
►É crime de ação pública condicionada. ►É crime de ação pública incondicionada.
►Exige uma perseguição reiterada. ►Não exige reiteração.
►Trata-se de crime habitual. ►Não é crime habitual.
- SUJEITO ATIVO E PASSIVO na Lei Maria da Penha
 ☺ É possível a aplicação da Lei Maria da Penha para violência praticada por 
irmão contra irmã, ainda que eles nem mais morem sob o mesmo teto. STJ. 6ª Turma. 
HC 184.990-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 12/06/2012.
 ☺ É possível que a agressão cometida por ex-namorado configura violência 
doméstica contra a mulher ensejando a aplicação da Lei nº 11.340/06. STJ. 5ª Turma. 
HC 182.411/RS, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do 
TJ/RJ), julgado em 14/08/2012.
 - Aplicação da Lei Maria da Penha ao homem vítima: NÃO
 - Cautelares do art. 319 CPP e Preventiva do Art. 313, III CPP
 Art. 313, III - se o crime envolver violência doméstica e familiar 
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para 
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.
 - Aplicação da Lei Maria da Penha à MULHER TRANS: SIM
 Segundo o STJ, "o verdadeiro objetivo da Lei Maria da Penha seria punir, 
prevenir e erradicar a violência doméstica e familiar contra a mulher em virtude do 
gênero, e não por razão do sexo".
- Competência na Lei Maria da Penha – Arts. 14 e 33
 Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos 
da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, 
no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a 
execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a 
mulher.
►INVESTIGAÇÃO dos crimes de violência doméstica: POLÍCIAS CIVIS
- Exceção: crimes por meio da rede mundial que difundam CONTEÚDO 
MISÓGINO (ódio ou aversão às mulheres)
→ LEI Nº 13.642, DE 3 DE ABRIL DE 2018.
Altera a Lei nº 10.446, de 8 de maio de 2002, para acrescentar atribuição à 
Polícia Federal no que concerne à investigação de crimes praticados por meio da 
rede mundial de computadores que difundam conteúdo misógino, definidos como 
aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
Compete também à POLÍCIA FEDERAL:
VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de 
computadores que difundam conteúdo misógino, definidos como 
aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
► Medidas a serem adotadas pela AUTORIDADE POLICIAL – arts. 11 e 12 da Lei Maria 
da Penha c.c. Art. 6º CPP:
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a 
autoridade policial deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao 
Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local 
seguro, quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus 
pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, 
inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo 
competente da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou 
de dissolução de união estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da 
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem 
prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se 
apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o PEDIDO 
DA OFENDIDA, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros 
exames periciais necessários;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes 
criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências 
policiais contra ele;
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese 
de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição 
responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, 
de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento); 
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.
Art. 12. § 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá 
conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência 
sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente.
- NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA por parte dos serviços de saúde à Autoridade Policial
 Lei 10.778/03 
 “Art. 1º Constituem objeto de notificação compulsória, em todo o território nacional, os 
casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher atendida em 
serviços de saúde públicos e privados.
 § 4º Os casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher 
referidos no caput deste artigo serão obrigatoriamente comunicados à autoridade policial no 
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, para as providências cabíveis e para fins estatísticos”.
►Concessão de MEDIDA PROTETIVA PELA AUTORIDADE POLICIAL:
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente a ̀ vida ou à integridade física 
ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus 
dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de 
convivência com a ofendida: 
I - pela autoridade judicial;
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado 
disponível no momento da denúncia.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput desteartigo, o juiz será comunicado no 
prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a 
manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério 
Público concomitantemente.
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida 
protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.”
- Guarda municipal poderá determinar esse afastamento?
- Violação ao princípio da jurisdicionalidade? Jurisdicionalidade postergada
- Constitucionalidade por violação ao princípio da isonomia?
O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou CONSTITUCIONAL a alteração promovida 
na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para permitir que, em casos excepcionais, 
a autoridade policial afaste o suposto agressor do domicílio ou do lugar de 
convivência quando for verificado risco à vida ou à integridade da mulher, mesmo 
sem autorização judicial prévia. (Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6138 ).
Segundo o STF, a legislação está de acordo com o sistema internacional de proteção 
aos direitos humanos das mulheres e de combate à violência contra a mulher.
- Instrumento cabível contra a decisão da autoridade policial que concede ou nega a 
medida cautelar de urgência 
 - medida concedida – Habeas Corpus
 - medida negada – pedido ao juiz
- Consequências caso o indivíduo descumpra a decisão da autoridade policial que 
impôs a medida protetiva de urgência
 - Desobediência – art. 330 do CP (não aplicação do art. 24-A da LMP)
 - Pedido de prisão preventiva pelo Delegado de Polícia
 “Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de 
urgência previstas nesta Lei:
 Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos”.
- MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA – (Art. 19)
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a 
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, 
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério 
Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da 
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já 
concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus 
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
§ 5º As medidas protetivas de urgência serão concedidas independentemente 
da tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da 
existência de inquérito policial ou do registro de boletim de ocorrência. 
(Incluído pela Lei nº 14.550, de 2023)
§ 6º As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto persistir risco à 
integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de 
seus dependentes. (Incluído pela Lei nº 14.550, de 2023)
- MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA SÃO AUTÔNOMAS E SATISFATIVAS
a) Independem da tipificação penal da violência, da existência de um Inquérito 
Policial, do Boletim de ocorrência ou processo penal ou cível (§5º). 
b) Podem ser mantidas ainda que arquivado o Inquérito Policial, encerrada a 
ação penal ou diante do cumprimento da pena (§5º). 
c) Deverão vigorar enquanto existir o risco à integridade física, psicológica, 
sexual, patrimonial ou moral da vítima ou de seus dependentes. 
Não há o que se falar em prazo pré-definido da medida protetiva, sem 
avaliação de riscos existentes (§6º).
- MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA – (Art. 19)
Prazo das medidas protetivas:
Violência doméstica. Medida protetiva tornada definitiva na sentença 
condenatória. Natureza perpétua. Ilegalidade. Avaliação periódica da pertinência 
da medida. Imprescindibilidade. É ilegal a fixação ad eternum de medida 
protetiva, devendo o magistrado avaliar periodicamente a pertinência da 
manutenção da cautela imposta. HC 605.113-SC, Rel. Min. Antônio Saldanha 
Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 08/11/2022.
Parecer Jurídico emanado pelo Consórcio Lei Maria da Penha, estabelece que "a 
revogação de medidas protetivas de urgência exige a prévia oitiva da vítima 
para avaliação da cessação efetiva da situação de risco à sua integridade 
física, moral, psicológica, sexual e patrimonial. 
- MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA – Capítulo II
 - Contra o agressor – art. 22
 - à Mulher – art. 23
 - Ao patrimônio – art. 24
☺ As medidas protetivas de urgência da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) 
podem ser aplicadas em ação cautelar cível satisfativa, independentemente da 
existência de inquérito policial ou processo criminal contra o suposto agressor. STJ. 
4ª Turma. REsp 1.419.421-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11/2/2014 
(Info 535).
- Medidas Protetivas que obrigam o agressor – art. 22
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos 
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou 
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão 
competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite 
mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de 
comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e 
psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de 
atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e 
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou 
em grupo de apoio. 
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- Medidas Protetivas à Mulher – art. 23
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de 
proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo 
domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a 
bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação 
básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, 
independentemente da existência de vaga. 
- Medidas Protetivas Patrimoniais– art. 23
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de 
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as 
seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e 
locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos 
materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos 
incisos II e III deste artigo.
Descumprimento das medidas protetivas
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de 
urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz 
que deferiu as medidas.
§ 2º Na hipótese de prisãoem flagrante, apenas a autoridade judicial poderá 
conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.
INAPLICABILIDADE DA LEI 9.099/95 – ART. 41
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de 
setembro de 1995.
☺ Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher não se 
aplica a Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95), mesmo que a pena seja menor 
que 2 anos. STF. Plenário. ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9/2/2012.
- Suspensão do Processo e Transação Penal na Lei Maria da Penha
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, 
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá 
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não 
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os 
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do 
Código Penal).
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se 
aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
► Suspensão do Processo (Art. 89) e Transação Penal (Art. 76) (diferenças):
1º) pena mínima igual ou inferior a 1 ano → pena de até 2 anos
2º) após o oferecimento da denúncia → antes do oferecimentos da denúncia
- Audiência para Renúncia à representação
 Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da 
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação 
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, 
antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
→ STF julgou a ADI 7.267/DF em 21/08/2023 reconhecendo:
A) a inconstitucionalidade da designação, de ofício, da audiência 
nele prevista;
B) a inconstitucionalidade do reconhecimento de que eventual não 
comparecimento da vítima de violência doméstica implique 
“retratação tácita” ou “renúncia tácita ao direito de 
representação”.
- Audiência para Renúncia à representação
Segundo o relator do caso, Ministro Edson Fachin:
 A função da audiência perante o juiz não é meramente avaliar a presença de um 
requisito procedimental, mas permitir que a vítima, assistida necessariamente por 
equipe multidisciplinar, possa livremente expressar sua vontade. É a vítima que, 
assistida por equipe multidisciplinar, deve se manifestar livremente. Não cabe ao juiz 
delegar a realização da audiência para outro profissional, nem cabe o juiz designar, de 
ofício, a audiência. Qualquer outra finalidade, ou qualquer estereótipo criado pelo 
Poder Judiciário para imaginar que a audiência é obrigatória viola o direito à igualdade, 
porque discrimina injustamente a vítima de violência.
...
 Por isso, é completamente contrária ao texto constitucional e às obrigações 
internacionais que o país se obrigou a cumprir tornar obrigatória a audiência prevista 
no artigo 16 da Lei Maria da Penha. A inconstitucionalidade, no ponto, é manifesta.
- Ação penal na Violência Doméstica (Lesão Corporal)
 
 Súmula 542 do STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal 
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
- Crime de ameaça 
- Contravenção penal de vias de fato
 A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem se manifestando quanto à 
natureza pública incondicionada da ação penal em caso de delitos de vias de fato 
praticados mediante violência doméstica e familiar contra a mulher” (AgRg no REsp 
1.738.183/AM, Sexta Turma, j. 27/11/2018).
- É cabível Habeas Corpus contra Medida Protetiva da Lei Maria da Penha?
SIM. A razão da decisão reside no fato de que em caso de descumprimento de 
medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha (11.340/06), pode ocorrer 
tanto sanções de natureza civil como a prisão preventiva (art. 313, III, do CPP). 
Portanto, se o paciente fica proibido de se aproximar da vítima ou de seus 
familiares, é certo que sofreu limitação no seu direito de ir e vir.
- Princípio da Insignificância na Lei Maria da Penha
Súmula 589 do STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou 
contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações 
domésticas.
- Substituição de Pena Privativa de Liberdade por PRDs
Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher 
com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
- APLICAÇÃO DE ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP) EM 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA -NÃO SE APLICA
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e 
circunstancialmente a prática de infração penal SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA e com 
pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não 
persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, 
mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como 
instrumentos, produto ou proveito do crime; 
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo 
da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a 
ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens 
jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada. 
- APLICAÇÃO DE ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP) EM 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – NÃO SE APLICA
§ 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA nas seguintes hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos 
termos da lei; 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem 
conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as 
infrações penais pretéritas; 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da 
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão 
condicional do processo; e
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados 
contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
■ Violência Doméstica em tempos de Pandemia –COVID 19
Lei nº 13.979/2020 – Medidas para enfrentar a Pandemia
 - Lei nº 14.022/2020 (altera a Lei nº 13.979)- violência doméstica, contra crianças, 
adolescentes, idosos e pessoas com deficiência durante a pandemia da Covid-19
 - Serviços de atendimento a essas pessoas são considerados essenciais
https://www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br/ssp-de-cidadao/pages/comunicar-ocorrencia
https://www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br/ssp-de-cidadao/pages/comunicar-ocorrencia
-Poder público deverá adotar medidas para garantir o atendimento presencial
-Realização prioritária do exame de corpo de delito
-Disponibilização de canais de comunicação
Os órgãos de segurança pública deverão disponibilizar canais de comunicação que 
garantam interação simultânea, inclusive com possibilidade de compartilhamento 
de documentos, desde que gratuitose passíveis de utilização em dispositivos 
eletrônicos, como celulares e computadores, para atendimento virtual de situações 
que envolvam violência contra a mulher, o idoso, a criança ou o adolescente, 
facultado aos órgãos integrantes do Sistema de Justiça - Poder Judiciário, Ministério 
Público e Defensoria Pública, e aos demais órgãos do Poder Executivo, a adoção 
dessa medida.
-Concessão das medidas protetivas de urgência de forma eletrônica
-Prorrogação automática das medidas protetivas
-Denúncia de violência recebidas deverão ser repassadas para os órgãos 
competentes
-Autoridade de segurança pública deverá assegurar atendimento ágil
LEI HENRY BOREL (Lei nº 14.344/22) de 24/05/2022
Cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência 
doméstica e familiar contra a criança e o adolescente
LEI Nº 8.069/90 – ECA - Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do 
Adolescente e dá outras providências.
Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017 - Estabelece o sistema de garantia de 
direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência.
Lei nº 13.431 - Formas de violência contra a criança e o adolescente (Art.4º)
I - violência física, entendida como a ação infligida à criança ou ao adolescente que 
ofenda sua integridade ou saúde corporal ou que lhe cause sofrimento físico;
II - violência psicológica:
a) qualquer conduta de discriminação, depreciação ou desrespeito em relação à 
criança ou ao adolescente mediante ameaça, constrangimento, humilhação, 
manipulação, isolamento, agressão verbal e xingamento, ridicularização, 
indiferença, exploração ou intimidação sistemática (bullying) que possa 
comprometer seu desenvolvimento psíquico ou emocional;
b) o ato de alienação parental, assim entendido como a interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, 
pelos avós ou por quem os tenha sob sua autoridade, guarda ou vigilância, que leve ao 
repúdio de genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculo 
com este;
c) qualquer conduta que exponha a criança ou o adolescente, direta ou 
indiretamente, a crime violento contra membro de sua família ou de sua rede de apoio, 
independentemente do ambiente em que cometido, particularmente quando isto a torna 
testemunha;
Formas de violência contra a criança e o adolescente
III - violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a criança ou 
o adolescente a praticar ou presenciar conjunção carnal ou qualquer outro ato 
libidinoso, inclusive exposição do corpo em foto ou vídeo por meio eletrônico ou não, 
que compreenda:
a) abuso sexual, entendido como toda ação que se utiliza da criança ou do 
adolescente para fins sexuais, seja conjunção carnal ou outro ato libidinoso, realizado 
de modo presencial ou por meio eletrônico, para estimulação sexual do agente ou de 
terceiro;
b) exploração sexual comercial, entendida como o uso da criança ou do 
adolescente em atividade sexual em troca de remuneração ou qualquer outra forma 
de compensação, de forma independente ou sob patrocínio, apoio ou incentivo de 
terceiro, seja de modo presencial ou por meio eletrônico;
c) tráfico de pessoas, entendido como o recrutamento, o transporte, a transferência, 
o alojamento ou o acolhimento da criança ou do adolescente, dentro do território 
nacional ou para o estrangeiro, com o fim de exploração sexual, mediante ameaça, 
uso de força ou outra forma de coação, rapto, fraude, engano, abuso de autoridade, 
aproveitamento de situação de vulnerabilidade ou entrega ou aceitação de 
pagamento, entre os casos previstos na legislação;
Formas de violência contra a criança e o adolescente
IV - violência institucional, entendida como a praticada por instituição pública ou 
conveniada, inclusive quando gerar revitimização.
V - violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure 
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus documentos pessoais, 
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluídos os destinados a 
satisfazer suas necessidades, desde que a medida não se enquadre como 
educacional.
Art. 1º, § 1º da Lei nº 13.431. Para os efeitos desta Lei, a criança e o 
adolescente serão ouvidos sobre a situação de violência por meio de escuta 
especializada e depoimento especial.
- Escuta Especializada e Depoimento Especial
Art. 7º. ESCUTA ESPECIALIZADA é o procedimento de entrevista sobre situação 
de violência com criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção, 
limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento de sua 
finalidade.
Art. 8º. DEPOIMENTO ESPECIAL é o procedimento de oitiva de criança ou 
adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou 
judiciária.
- DEPOIMENTO ESPECIAL
Art. 12. O depoimento especial será colhido conforme o seguinte procedimento:
I - os profissionais especializados esclarecerão a criança ou o adolescente sobre a 
tomada do depoimento especial, informando-lhe os seus direitos e os 
procedimentos a serem adotados e planejando sua participação, sendo vedada a 
leitura da denúncia ou de outras peças processuais;
II - é assegurada à criança ou ao adolescente a livre narrativa sobre a situação de 
violência, podendo o profissional especializado intervir quando necessário, 
utilizando técnicas que permitam a elucidação dos fatos;
III - no curso do processo judicial, o depoimento especial será transmitido em 
tempo real para a sala de audiência, preservado o sigilo;
IV - findo o procedimento previsto no inciso II deste artigo, o juiz, após consultar o 
Ministério Público, o defensor e os assistentes técnicos, avaliará a pertinência de 
perguntas complementares, organizadas em bloco;
V - o profissional especializado poderá adaptar as perguntas à linguagem de 
melhor compreensão da criança ou do adolescente;
VI - o depoimento especial será gravado em áudio e vídeo.
Tipo Penal da Lei Henry Borel:
Violação de Sigilo Processual:
Art. 24. Violar sigilo processual, permitindo que depoimento de criança ou 
adolescente seja assistido por pessoa estranha ao processo, sem 
autorização judicial e sem o consentimento do depoente ou de seu 
representante legal.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Lei nº 14.344, de 24 de maio de 2022 – Lei Henry Borel
Art. 2º Configura violência doméstica e familiar contra a criança e o 
adolescente qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano patrimonial:
I - no âmbito do domicílio ou da residência da criança e do adolescente, 
compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou 
sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por 
indivíduos que compõem a família natural, ampliada ou substituta, por laços 
naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação doméstica e familiar na qual o agressor conviva ou 
tenha convivido com a vítima, independentemente de coabitação.
a) Do atendimento pela autoridade policial:
Art. 13. No atendimento à criança e ao adolescente em situação de violência 
doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I - encaminhar a vítima ao Sistema Único de Saúde e ao Instituto Médico-
Legal imediatamente;
II - encaminhar a vítima, os familiares e as testemunhas, caso sejam crianças ou 
adolescentes, ao Conselho Tutelar para os encaminhamentos necessários, 
inclusive para a adoção das medidas protetivas adequadas;
III - garantir proteção policial, quando necessário, comunicados de imediato o 
Ministério Público e o Poder Judiciário;
IV - fornecer transporte para a vítima e, quando necessário, para seu 
responsável ou acompanhante, para serviço de acolhimento existente ou local 
seguro, quando houver risco à vida.
Art. 14. Verificada a ocorrência de ação ou omissão que implique a ameaça ou a 
prática de violência doméstica

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